TCC ARQURBUVV - CO-LIVING: UMA PROPOSTA DE MORADIA COMPARTILHADA

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CO-LIVING: UMA PROPOSTA DE MORADIA COMPARTILHADA WANDERSON JENIER Arquitetura e Urbanismo - 2020


UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

CO-LIVING: UMA PROPOSTA DE MORADIA COMPARTILHADA

VILA VELHA 2020


WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

CO-LIVING: UMA PROPOSTA DE MORADIA COMPARTILHADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Profa. Dra. Simone Neiva Loures Gonçalves.

VILA VELHA 2020


WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

CO-LIVING: UMA PROPOSTA DE MORADIA COMPARTILHADA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Profa. Dra. Simone Neiva Loures Gonçalves.

Aprovado em 08 de dezembro de 2020.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Profa. Dra. Simone Neiva Loures Gonçalves. Universidade Vila Velha Orientadora

Profa. Dra. Melissa Ramos da Silva Oliveira. Universidade Vila Velha Avaliadora

Profa. Ma. Ana Dieuzeide Santos Souza Convidada Externa Avaliadora


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por ter me sustentado e me ajudado a chegar até aqui.

Agradeço aos meus pais, Geraldo Hermes e Jenilce Jenier pelo total apoio e incentivo diário nessa jornada. Sou imensamente grato por tudo que fizeram por mim. A grande força de vocês foi a mola propulsora que permitiu o meu avanço, mesmo durante os momentos mais difíceis.

Aos meus queridos irmãos Lucas Jenier e Elian Jenier. Obrigado pelos momentos de descontração.

Aos meus amigos, em especial Rafael Bertoldi, Luiz Brehmer e Thayna Caramuru. Obrigado pelo auxílio diário para que tudo ocorresse da melhor forma possível.

Aos queridos Edmilso Sampaio e Teresa Caramuru, pelo apoio incondicional.

Aos meus professores, que nesses cinco anos me fizeram entender o amor pela arquitetura. Em especial a professora Ana Dieuzeide, que muito me ajudou no início do trabalho. Muito obrigado pelo empenho, pelo incentivo e paciência.

À Professora Simone Neiva, por aceitar conduzir o meu trabalho de pesquisa e pela disponibilidade em meio a tantos problemas, devido ao isolamento social.

A toda a minha família e amigos pelo incentivo e apoio.

Agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão desse trabalho.

A vocês o meu muito obrigado.


RESUMO

Este estudo tem como finalidade, promover uma reflexão acerca de uma modalidade de moradia colaborativa, o co-living. Com origem em um movimento dinamarquês da década de 1970, chamado co-housing, o co-living surge para atender necessidades específicas de um público interessado por um modo de vida colaborativa e de interação com os demais. Embora essa forma de moradia em comunidade intencional não atenda aos anseios de todos os perfis de usuário, existem muitos grupos de famílias interessadas em viver de forma colaborativa, demonstrando uma forte tendência nessa direção.

Assim buscou-se compreender o funcionamento do sistema co-housing e co-living, ao analisar a bibliografia de alguns teóricos sobre o tema, como Chris Scotthanson (2004), Kelly Scotthanson (2004), Charles Durrett (2011), Kathryn McCamant (2011), além de analisar propostas existentes em um contexto internacional e nacional, que direcionou a objetivo final, que é adaptar um edifício em condições de abandono localizado no Centro de Vitória, no Espírito Santo, ao sistema co-living, com intuito de proporcionar uma alternativa de moradia colaborativa, tendo ainda a possibilidade de revitalizar espaços em situação de abandono, podendo assim atuar como um instrumento que promova integração que vá além das áreas comuns, tendo ambientes de propriedade colaborativa.

Palavras-chave: Co-living. Centros Urbanos. Requalificação. Interação. Socialização.


ABSTRACT

This study aims to promote a reflection on a collaborative housing modality, co-living. Originating in a Danish movement in the 1970s, called co-housing, co-living arises to meet the specific needs of an audience interested in a collaborative way of life and interaction with others. Although this form of intentional community housing does not meet the desires of all user profiles, there are many groups of families interested in living collaboratively, demonstrating a strong trend in this direction.

Thus, we sought to understand the functioning of the co-housing and co-living system, by analyzing the bibliography of some theorists on the subject, such as Chris Scotthanson (2004), Kelly Scotthanson (2004), Charles Durrett (2011), Kathryn McCamant ( 2011), in addition to analyzing existing proposals in an international and national context, which directed the final objective, which is to adapt a building in abandoned conditions located in the Center of VitĂłria, in EspĂ­rito Santo, to the coliving system, in order to provide an alternative for collaborative housing, with the possibility of revitalizing spaces in situations of abandonment, thus being able to act as an instrument that promotes integration that goes beyond common areas, having collaborative property environments.

Keywords: Co-living. Urban centers. Requalification. Interaction. Socialization.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - O "Navio Parado", primeiro bloco de habitação de São Paulo. ................... 6 Figura 2 - Entrada do complexo de cortiços, com o "pombal" em primeiro plano. ...... 7 Figura 3 - "Vaticano", casarão do século XIX transformado em cortiço. ..................... 7 Figura 4 - Espaço de transição entre o público e o privado. ....................................... 8 Figura 5 - Espaço de transição entre o público e o privado. ....................................... 9 Figura 6 - Espaço de transição entre o público e o privado. ....................................... 9 Figura 7 - Edifício Atlanta - São Paulo ...................................................................... 10 Figura 8 - Edifício Atlanta: Planta do térreo e do 1º ao 10º pavimento. ..................... 11 Figura 9 - Edifício Atlanta: Janela piso ao teto. ......................................................... 12 Figura 10 - Edifício Atlanta: Sacada. ......................................................................... 12 Figura 11 - Construção da comunidade Sættedammen ............................................ 17 Figura 12 - Construção da comunidade Sættedammen ............................................ 17 Figura 13 - Interação entre moradores na área comum da comunidade................... 21 Figura 14 - Implantação do LILAC............................................................................. 22 Figura 15 - Relação entre área privativa e área comum ........................................... 23 Figura 16 - Participantes da Assembleia de Fundação da Associação de Moradores da Cohousing Sênior Vila Conviver ........................................................................... 24 Figura 17 - Placa erguida no terreno do bairro Jardim Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, Campinas ................................................................................... 25 Figura 18 - Edificações abandonadas ou subutilizadas ............................................ 28 Figura 19 - The Collective Old Oak ........................................................................... 31 Figura 20 - Perspectiva do The Collective Old Oak................................................... 31 Figura 21 - Entrada do The Collective Old Oak ......................................................... 32 Figura 22 – Living ...................................................................................................... 33 Figura 23 - Estações de trabalho no Living ............................................................... 33 Figura 24 - Recepção no Living................................................................................. 33 Figura 25 - Espaço para Eventos .............................................................................. 34 Figura 26 - Sala de Jantar ......................................................................................... 34 Figura 27 - Espaço para Eventos .............................................................................. 34 Figura 28 - Espaço para Eventos .............................................................................. 35 Figura 29 - Lavanderia .............................................................................................. 35 Figura 30 - Área de estudo ........................................................................................ 36


Figura 31 - Coworking ............................................................................................... 36 Figura 32 - Planta baixa pavimento tipo The Collective Old Oak .............................. 37 Figura 33 - Cozinha compartilhada de um pavimento ............................................... 37 Figura 34 - Planta Baixa Studio ................................................................................. 38 Figura 35 - Perspectiva Studio .................................................................................. 38 Figura 36 - Planta Baixa Ensuite ............................................................................... 39 Figura 37 - Perspectiva Ensuite ................................................................................ 39 Figura 38 – Terraço jardim ........................................................................................ 40 Figura 39 - Cine Teatro Presidente em 1958 ............................................................ 42 Figura 40 - Vista parcial da torre e fachada restaurada ............................................ 42 Figura 41 - Planta Baixa do Térreo ........................................................................... 43 Figura 42 - Planta Baixa do 2º pavimento ................................................................. 43 Figura 43 - Planta Baixa do 3º pavimento ................................................................. 44 Figura 44 - Planta Baixa do 4º pavimento ................................................................. 45 Figura 45 - Planta do 5º pavimento, Cine Teatro Presidente .................................... 46 Figura 46 - Espaço Fitness........................................................................................ 46 Figura 47 - Piscina .................................................................................................... 46 Figura 48 - Planta do pavimento 6, Cine Teatro Presidente ...................................... 47 Figura 49 – Apartamento 510, apresentado na fig. 40 .............................................. 47 Figura 50 - Planta Baixa apartamento 501 ................................................................ 48 Figura 51 - Planta Baixa apartamento 510 ................................................................ 49 Figura 52 - Planta Baixa pavimento tipo 1 ................................................................. 49 Figura 53 - Planta baixa pavimento tipo 2 ................................................................. 50 Figura 54 - Quadro síntese do estudo de precedentes ............................................. 52 Figura 55 - Mapa da Região Administrativa 1 ........................................................... 53 Figura 56 - Potencialidades no Centro de Vitória. ..................................................... 54 Figura 57 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES – Região Central .......................................................................................................... 54 Figura 58 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES . 55 Figura 59 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES (ANEXO 10) .............................................................................................................. 55 Figura 60 - Mapa de Uso e Ocupação ...................................................................... 56 Figura 61 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS) ......................................... 58 Figura 62 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS) ......................................... 59


Figura 63 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS) ......................................... 59 Figura 64 - Perspectiva do entorno. .......................................................................... 60 Figura 65 - Mapa de Potencialidades ........................................................................ 61 Figura 66 - Mapa de Mobilidade e Fluxos. ................................................................ 62 Figura 67 - Mapa de Mobilidade e Fluxos de Ônibus. ............................................... 62 Figura 68 - Mapa de Ciclovia..................................................................................... 63 Figura 69 - Localização do Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS). ............... 64 Figura 70 – Implantação do Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS). .............. 64 Figura 71 - Índices Urbanísticos - Edifício José Lourenço Costa Aragão. ................. 65 Figura 72 - Planta baixa do pavimento térreo do Ed. José Lourenço Costa Aragão (INSS). Projeto original 1943. .................................................................................... 66 Figura 73 - Planta baixa do pavimento tipo do Ed. José Lourenço Costa Aragão (INSS). Projeto original 1943. .................................................................................... 66 Figura 74 - Planta baixa do pavimento térreo do Ed. INSS (sem escala). Projeto de reabilitação 2006. ...................................................................................................... 67 Figura 75 - Planta baixa do pavimento (tipo) do Ed. INSS (sem escala). Projeto de reabilitação 2006. ...................................................................................................... 68 Figura 76 - Programa de Necessidades .................................................................... 70 Figura 77 - Fluxograma co-living ............................................................................... 71 Figura 78 - Fluxograma co-living ............................................................................... 72 Figura 79 - Planta Baixa Humanizada do Térreo. ..................................................... 73 Figura 80 - Setorização do Térreo............................................................................. 74 Figura 81 - Café Galeria presente no térreo. ............................................................. 74 Figura 82 - Café Galeria presente no térreo. ............................................................. 75 Figura 83 - Recepção. ............................................................................................... 76 Figura 84 - Recepção e rampa. ................................................................................. 76 Figura 85 - Recepção. ............................................................................................... 77 Figura 86 - Reservatório Inferior................................................................................ 78 Figura 87 - Telas Solares Thermoscreen da Uniflex. ................................................ 78 Figura 88 - Materialidade do Térreo. ......................................................................... 79 Figura 89 - Cozinha colaborativa............................................................................... 80 Figura 90 - Cozinha colaborativa............................................................................... 80 Figura 91 - Planta Baixa Humanizada do Pavimento Tipo. ....................................... 81 Figura 92 - Setorização do Pavimento Tipo .............................................................. 81


Figura 93 - Materialidade das Unidades Habitacionais. ............................................ 83 Figura 94 - Planta Baixa Humanizada do Studio 1. ................................................... 83 Figura 95 - Studio 1 ................................................................................................... 84 Figura 96 - Studio 1 ................................................................................................... 84 Figura 97 - Studio 1 ................................................................................................... 85 Figura 98 - Studio 1 ................................................................................................... 85 Figura 99 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 02 (PNE). ............................ 86 Figura 100 - Planta Baixa Humanizada do Studio (PNE). ......................................... 86 Figura 101 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 04. .................................... 87 Figura 102 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 05. .................................... 88 Figura 103 - Planta Baixa Humanizada do Studio 06. ............................................... 88 Figura 104 - Materialidade do Pavimento Tipo. ......................................................... 89 Figura 105 - Planta Baixa Humanizada Pavimento 8. ............................................... 90 Figura 106 - Setorização Pavimento 8. ..................................................................... 90 Figura 107 - Coworking privado. ............................................................................... 91 Figura 108 - Coworking privado. ............................................................................... 91 Figura 109 - Materialidade Pavimento 8. ................................................................... 92 Figura 110 - Planta Baixa Humanizada do Terraço................................................... 92 Figura 111 - Setorização do Terraço. ........................................................................ 93 Figura 112 - Terraço. ................................................................................................. 93 Figura 113 - Terraço. ................................................................................................. 94 Figura 114 - Terraço. ................................................................................................. 94 Figura 115 - Terraço. ................................................................................................. 95 Figura 116 - Terraço. ................................................................................................. 95 Figura 117 - Materialidade Terraço. .......................................................................... 96 Figura 118 - Fachada Sudoeste. ............................................................................... 96


SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

1.1

CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ...................................................... 1

1.2

OBJETIVO ........................................................................................................ 3

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 3 1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................... 3 1.3

METODOLOGIA ............................................................................................... 4

1.4

ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 4

2

REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 5

2.1

MORADIA COMPARTILHADA E ESPAÇOS DOMÉSTICOS ........................... 5

2.2

FORMAS DE HABITAR COLETIVAMENTE ................................................... 14

2.3

CO-HOUSING E CO-LIVING: MODOS DE HABITAR EM COMUNIDADE .... 16

2.3.1 Co-housing .................................................................................................... 16 2.3.2 Co-living ........................................................................................................ 25 2.4

OCUPAR EM VEZ DE CONSTRUIR .............................................................. 27

3

ESTUDO DE PRECEDENTES ....................................................................... 30

3.1

THE COLLECTIVE OLD OAK – LONDRES / INGLATERRA ......................... 30

3.2

CINE TEATRO PRESIDENTE – RIO GRANDE DO SUL / BRASIL ............... 41

3.3

CONCLUSÃO GERAIS SOBRE OS ESTUDOS ............................................. 50

4

DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA......................................................... 52

4.1

CONTEXTO DO BAIRRO ............................................................................... 52

4.2

ANÁLISE DO EDIFICIO ESCOLHIDO ............................................................ 58

5

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA............................................................... 69

5.1

DIRETRIZES DO PROJETO .......................................................................... 69

5.2

PROGRAMA DE NECESSIDADES, PRÉ-DIMENSIONAMENTO,

FLUXOGRAMA E MATERIALIDADE ........................................................................ 70 5.3

ESTUDO PRELIMINAR .................................................................................. 72

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 97 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 99 ANEXOS ................................................................................................................. 106


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1

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por motivação promover uma reflexão acerca de duas alternativas de morar coletivamente, em especifico o co-housing e co-living, ao abordar suas semelhanças, diferenças e a contribuição na vida de seus moradores, tendo a prioridade de resgate da experiência de pertencimento e de viver em comunidade.

1.1

CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA

O sociólogo Ferdinand Tönnies (1995) teorizou o conceito de comunidade como sendo “vida real e orgânica”, sendo esta a essência da comunidade: As relações que compõem a comunidade são, para o autor, relações de sangue, de lugar e de espírito, derivadas do parentesco (casa), da vizinhança (convivência na aldeia) e da amizade (identidade e semelhança nas profissões). Na comunidade é muito importante a ‘compreensão’ (consenso), que é um modo associativo de sentir comum e recíproco (LEMOS, 2009, p. 204).

Assim também segundo McMillan e Chavis (1986) o senso de comunidade é composto por quatro dimensões: filiação, influência, integração e ligação emocional compartilhada. O conceito de comunidade intencional é definido por Christian (2003) como sendo um habitat em que um grupo de pessoas decide por viver juntas ou suficientemente perto uns dos outros, com o intuito de compartilhar um estilo de vida ou propósito que reflitam seus valores fundamentais. Scotthanson (2004), reafirma que esse conceito de comunidade é um forte elemento de reconstrução, pois atualmente as pessoas possuem uma forma de vida cada vez mais voltada para os interesses individuais.

Em contrapartida, uma tentativa de resgate do senso de comunidade vem acontecendo através de propostas de moradia compartilhadas, onde grupos se formam para exercer a coletividade, a troca de experiências e de se relacionar com as pessoas de forma colaborativa. Assim temos o co-housing e co-living, sendo moradias colaborativas intencionais, isto é, em que se tem a intenção de viver em comunidade, compartilhando valores e objetivos, além de espaços físicos de


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propriedade comum. A arquiteta Lilian Lubochinski1, ilustra a vivência nessa alternativa de morar, ao dizer que vizinhos todos nós já temos, mas sendo o mais importante, que se deseja nesse espaço a qualidade da relação que se tem com estes vizinhos, sendo uma relação de confiança, de amizade, de familiaridade e de proximidade. A estrutura física construída não é o coração desse modelo de moradia, mas sim a arquitetura social2.

Embora isso possa acabar gerando também uma espécie de gueto, sabe-se que essa alternativa de moradia, tem como intenção promover uma maior interação não somente entre os moradores da comunidade, mas também das pessoas aos arredores. Embora essa forma de moradia em comunidade intencional não atenda aos anseios de todos os perfis de usuário, ainda havendo, inclusive, aqueles que prezam pela forma tradicional da moradia, como os condomínios multifamiliares, a arquiteta Lilian afirma no mesmo vídeo anteriormente mencionado, que existem muitos grupos de famílias interessadas em viver de forma colaborativa, demonstrando uma forte tendência nessa direção.

Para tanto, um valor que impulsiona essa forte tendência das moradias colaborativas é a busca por habitat mais sustentável (SCOTTHANSON, 2004), assim ao ocupar um edifício já existente, se mostrar ter mais coerência com esse pensamento. Diante disso, será analisado a quantidade de edificações em condição de abandono no Centro de Vitória. Segundo Barros (2017), no site CBN Vitória, de acordo com a Associação de Moradores do Centro (Amacentro), atualmente existem tantos imóveis, públicos e privados, que estão fechados na região sem nenhum tipo de utilização, que o resultado decorrente dessa questão é a falta de segurança, risco à saúde e o esvaziamento do bairro fora do horário comercial.

1

Plataforma YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fJnp74_AmR4>. Acesso em: 26 mai. 2020 2

Arquitetura Social: Criar espaços ajustados à realidade humana, que promovam a interação entre a vida e a forma e que estimulem relações saudáveis entre pessoas e cidades. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/especial-publicitario/cau-sc/noticia/arquitetura-social-propoeespacos-pensados-para-pessoas.ghtml. Acesso em: 26 mai. 2020


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Ao se analisar a possibilidade do reuso de edificações existentes, Nick Baker (2009) afirma que os impactos ambientais das reabilitações3, quase sempre são menores do que o de demolições e novas construções, levando a crer que a reuso das habitações em situação de abandono em Vitória/ES, possa ser uma alternativa para contornar o problema urbano e arquitetônico decorrente do abandono desses imóveis.

Diante do contexto apresentado, o tema é relevante no sentido de estudar um habitat que tem como intenção resgatar o sentimento de comunidade, tendo ainda a possibilidade de revitalizar espaços em situação de abandono, podendo assim atuar como um instrumento que promova integração que vá além das áreas comuns, tendo ambientes de propriedade colaborativa, fortalecendo a qualidade das relações e uma maior afinidade entre os moradores e envolvidos (SCOTTHANSON, 2004).

1.2

OBJETIVO

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um ensaio projetual de adaptação de um edifício existente em condições de abandono ao sistema de co-living, de moradia colaborativa.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Revisar estudos teóricos sobre o sistema de moradia colaborativa. • Compreender as especificidades do co-housing e co-living. • Analisar projetos de moradia colaborativa a fim de entender as diversas soluções empregadas nos espaços arquitetônicos. • Estabelecer diretrizes para o partido arquitetônico com base na interpretação da pesquisa bibliográfica e análises realizadas. • Estudar a possibilidade de adaptação de potenciais espaços em condições de abandono, para a moradia colaborativa. 3

Termo equivalente para revitalização. Disponível em: <http:// http://portal.iphan.gov.br/> Acesso em: 15 dez. 2020.


4

• Elaborar uma proposta em nível de estudo preliminar, de uma moradia colaborativa.

1.3

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para concretizar os objetivos descritos acima, quanto a abordagem, é a pesquisa qualitativa, onde através de um estudo sobre as diversas formas de moradias compartilhadas, buscou-se compreender suas mudanças ao longo de um período estabelecido.

Quanto ao procedimento, foi utilizada a pesquisa exploratória, através de estudos sobre comunidades intencionais, mais especificamente co-housing e co-living, utilizando-se como pesquisa bibliográfica, os teóricos do tema Chris Scotthanson (2004), Kelly Scotthanson (2004), Charles Durrett (2011), Kathryn McCamant (2011) entre outros. Optou-se por analisar propostas existentes, em um contexto internacional e nacional a fim de identificar suas relações no que tange aos princípios projetuais, programa de necessidade,

setorização, disposição e

dimensões dos espaços e o seu desenho físico, além de decisões sustentáveis. Essa análise direcionará a definição do programa de necessidades e embasará as soluções projetuais a serem adotadas no produto final. Também foi feito uma análise do entorno do edifício escolhido, apontando as potencialidades, morfologia e dinâmica da região.

1.4

ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho estrutura-se em 6 capítulos, além das considerações finais e referências bibliográficas.

No capítulo 1, como parte inicial, tem-se a introdução, em que se contextualiza e justifica o tema proposto. Neste capítulo também se encontram os objetivos gerais e específicos, que apresentam a ideia central e a finalidade do trabalho. É também neste capítulo apresentada a metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho. Em seguida, no capítulo 2, é apresentado o referencial teórico, que norteia


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a pesquisa. É feita uma revisão de estudos teóricos sobre algumas habitações coletivas, que apresentam analogia com co-housing e co-living, para então assim entender melhor seus conceitos. No capítulo 3 é apresentado o estudo de precedentes, com o intuito de compreender as especificidades dos co-livings através de propostas existentes, em um contexto internacional e nacional. No capítulo 4, será iniciado o desenvolvimento da proposta, através dos aspectos físicos, ambientais e legais. Em seguida no capítulo 5 apresenta-se a proposta.

Por fim apresentam-se as considerações finais desenvolvidas a partir de todo o trabalho e as referências bibliográficas.

2

REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo é apresentado uma breve análise sobre algumas formas de habitação compartilhada, para que seja compreendida a mudança pela qual passou o espaço doméstico.

Após reflexão, aprofunda-se no conceito de moradia colaborativa do co-living, buscando entender as suas características.

2.1

MORADIA COMPARTILHADA E ESPAÇOS DOMÉSTICOS

A moradia, desde os tempos remotos, é uma necessidade inerente aos indivíduos (RODRIGUES, 2003). Mais do que uma necessidade, é também direito reconhecido no artigo 6º da Constituição Federal de 1988 e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, isto é, todas as pessoas devem ter acesso. Podem ser individuais ou coletivas e são estabelecidas conforme as necessidades e condições de cada indivíduo ou grupo de indivíduos, tendo a função de proporcionar abrigo, proteção, refúgio e assim, tornando-se seu lar. Sendo assim, a moradia coletiva não é um fenômeno recente no mundo. No Brasil teve sua origem no período colonial, sendo edificadas pelos patrões e latifundiários para abrigar seus trabalhadores e escravos:


6

[...] a indústria brasileira se envolveu diretamente na produção de habitações, inclusive coletivas. A partir das primeiras décadas do século XIX, no Brasil, diversas formas de moradia coletiva foram erguidas por fábricas e mineradoras para abrigar seus empregados, incluindo senzalas, alojamentos, hotéis, casas de hóspedes e prédios de apartamentos (CORREIA, 2004, p.20).

O êxodo rural brasileiro promoveu um grande adensamento demográfico nos centros urbanos, o que fatalmente aumentou a demanda por habitação nas grandes cidades, sendo buscadas formas alternativas para responder essa necessidade (ALVES, 2005). Nesse período surgem, concentrando a camada mais pobre da população, as casas de cômodos, vilas operárias e os cortiços (Figuras 1, 2 e 3), esses conhecidos como “cabeça-de-porco” (VERÍSSIMO,1999), termo usado para classificar uma moradia coletiva e insalubre. O autor Piccini resume esta realidade: Todas as definições a que fizemos referência apontam como habitação precária coletiva de aluguel, as moradias das classes mais pobres, de baixo preço de aluguel, com específicos problemas de superlotação de moradores e co-habitação forçada, localizadas principalmente em áreas próximas ao centro, de alta concentração espacial, sem verticalização, com instalações sanitárias em comum (PICCINI, 2004, p.26). Figura 1 - O "Navio Parado", primeiro bloco de habitação de São Paulo.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.68


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Figura 2 - Entrada do complexo de cortiços, com o "pombal" em primeiro plano.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.68 Figura 3 - "Vaticano", casarão do século XIX transformado em cortiço.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.68

Fonseca (2004) afirma o surgimento do cortiço no final do século XIX e presente praticamente por todas as cidades brasileiras. “Essas habitações coletivas, onde moravam uma média de até três pessoas por cômodo (Figura 4), pontuavam as ruelas da cidade ainda nos anos 20.” Com o êxodo rural eram comuns essas


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condições, pois cada vez mais as pessoas procuravam morar nas áreas centrais, próximo ao trabalho. Eram muito comuns, nos cortiços, muitas famílias dividindo o mesmo território, o mesmo lote de terra com vários barracões com divisões nem sempre bem estabelecidas. Esses lares conectados tinham um papel crucial na criação das crianças, fazendo com que ela seja feita numa forma semelhante à de comunidades ancestrais: as crianças circulavam entre as casas e as famílias e o convívio se misturava entre os núcleos familiares. Estes núcleos podiam ter ligações consanguíneas ou não (BRAGANÇA, 2019, p.20). Figura 4 - Espaço de transição entre o público e o privado.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.69

Segundo Bonduki (2004), embora existissem diferentes tipos de moradias popular que abrigavam os trabalhadores: hotel-cortiço, a casa de cômodos, os cortiços improvisados, o cortiço-pátio e a casinha, apresentavam diferentes configurações espaciais, mesmo assim eram todos classificados de forma geral pelos higienistas como cortiços, comprovando o preconceito com aqueles que viviam ali. Assim ilustrado por Bonduki (2004), os cortiços eram casarões antigos, construções improvisadas ou aglomerado de casas, que serviam de habitação coletiva para muitas famílias pobres. Dentro deste cenário não existiam preocupações com questões de salubridade, como a qualidade de circulação de ar, de instalações


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sanitárias e sociabilidade. Os espaços comuns entre os cômodos desempenhavam outras funções além de circulação e área de socialização, como também de serviços, para lavar roupas (Figuras 5 e 6) e cozinhar, geralmente feita em grupos, assim estreitando os laços afetivos entre os moradores: Nestes cortiços, as varandas - espaços de transição entre o público e o privado - desempenhavam várias funções: circulação, área de cozinhar nos fogareiros a carvão e de cuidar da roupa, lugar de conversas e brincadeiras. Eram territórios de sociabilidade coletiva (BONDUKI, 2004, p. 69). Figura 5 - Espaço de transição entre o público e o privado.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.69 Figura 6 - Espaço de transição entre o público e o privado.

Fonte: BONDUKI, 2004, p.69


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Fazia-se presente também na época outra tipologia de habitação coletiva, conhecida como quitinete. Segundo Quadros (2015, p.03) eram “apartamentos compactos, com sala e cozinha contíguos ou separados, com banheiro e pequena área de serviço, de dimensões de até 40 metros quadrados.” Segundo Gitahy e Pereira (2002), essas moradias originalmente foram destinadas aos solteiros e jovens casais, formados por pequenos funcionários do comércio, indústria e serviços urbanos.

Com relação ao surgimento desta tipologia, Silva (2013) destaca: A reestruturação do mercado imobiliário e o surgimento de uma nova tipologia habitacional em São Paulo a partir de meados dos anos 1940, o apartamento quitinete, coincidiram com as transformações nos parâmetros disciplinares que orientavam o discurso e a prática arquitetônica no Brasil. Analisar o momento em que a nova tipologia foi formulada, as suas motivações iniciais e os desenvolvimentos posteriores, permite não só recuperar a trajetória do arquiteto germânico Adolf Franz Heep (1902-1978) como investigar diálogos entre as vanguardas arquitetônicas europeias, as experiências norte-americanas, a produção arquitetônica e as demandas locais. (SILVA, 2013, p.01)

Assim pode ser destacado dentre as construções do arquiteto Alemão Adolf Franz Heep, o seu primeiro prédio de quitinetes em São Paulo, o Edifício Atlanta (Figura 7). Construído entre 1945 e 1949, representa um ótimo exemplar desta mudança. Figura 7 - Edifício Atlanta - São Paulo

Fonte: https://refugiosurbanos.com.br/casas-predios/edificio-atlanta/ Acesso: 12 de outubro de 2020


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O edifício conta com dois apartamentos por andar e por meio da análise da figura 8, é possível notar que a circulação e a área molhada encontram-se na parte dos fundos dos apartamentos, concentrando assim as tubulações de água, esgoto e incêndio, permitindo a economia da construção. Figura 8 - Edifício Atlanta: Planta do térreo e do 1º ao 10º pavimento.

Fonte: SILVA, 2013, p.150

A iluminação é garantida por uma grande janela de piso a teto (Figura 9) que dá acesso à uma sacada, que conta com um peitoril em formato de assento (Figura 10), agregando elemento de proteção e espaço de estar em direção à Praça da República. Estes elementos também ajudam a expandir o tamanho do ambiente, tornando-o muito mais agradável e confortável.


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Figura 9 - EdifĂ­cio Atlanta: Janela piso ao teto.

Fonte: https://refugiosurbanos.com.br/casas-predios/edificio-atlanta/ Acesso: 12 de outubro de 2020

Figura 10 - EdifĂ­cio Atlanta: Sacada.

Fonte: SILVA, 2013, p.151


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Silva (2013) aponta ser nesse momento que um novo modo de vida mais simples, integrado, despojado e menos hierarquizado, em que acontece eliminação e diminuição de ambientes domésticos: Com o tempo, vai se afirmando uma vivência igualmente mais simples e integrada que possibilitava a agregação da sala de jantar à de estar, a eliminação de ambientes como os salões de visita, as salas de fumar, de jogos, de brinquedos, de costura, o gabinete, o quarto de empregada e a lavanderia e a diminuição da cozinha e áreas de serviço a depender da tipologia e do público atendido (SILVA, 2013, p.150).

Outro fator que pode ser mencionado de contribuição para as mudanças dos espaços de moradia, é a tecnologia. Através do computador e outras ferramentas que fazem parte do ambiente coorporativo, é possível trazer para o ambiente doméstico as atividades executadas no ambiente de trabalho e assim agregar vários usos, e integrar os espaços, permitindo-se diversas atividades em casa: A casa não é mais uma ilha, assim como o quarto de dormir já não é o reduto último de isolamento e privacidade. Trabalhar em casa pode significar o trabalho em terminal informatizado conectado à empresa[...] (TRAMONTANO, 1998, p.3)

Essa facilidade contribui cada vez mais para espaços reduzidos e uma maneira de morar mais simplificada, como também afirma Tramontano (1998), pois a tecnologia pode simplificar os itens do nosso cotidiano, onde livros, revistas, discos e CDs, máquina fotográfica, álbum de fotografia, podem muitas vezes serem substituídos por aplicativos de celular. Isso demonstra que a geração atual é movida pelo acesso rápido, fácil, possível de qualquer lugar. Isso contribui para uma tendência ao desapego material, em que se acumula bem menos coisas. Cherrier (2009) afirma que o desapego pode se dar em função da mudança voluntária do estilo de vida, quando o indivíduo decide buscar uma vida mais simples. Para Belk: Em vez de comprar e possuir coisas, os consumidores querem ter acesso aos bens e preferem pagar pela experiência de acessá-los temporariamente. (BELK, 2013, p.3, tradução nossa)

Com o advento da informática, tarefas que antes eram feitas externamente, atualmente com a evolução da tecnologia tornaram-se uma tarefa mais simples e eficientes de serem feitas via internet, como efetuar transações bancárias, adquirir bens materiais e serviços. São inúmeras as vantagens que podem ser


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exemplificadas, como: maior permanência em casa com família, maior flexibilização do tempo, menor necessidade de deslocamento para os lugares etc. Porem ela também pode isolar socialmente o indivíduo, causando solidão

Não somente o modo de morar estava em constante desenvolvimento, mas também a relação entre os membros que compõe a moradia. Tramontano (2003) afirma que a partir dos anos 1960 houve uma transformação na configuração familiar tradicional, com o surgimento de novos grupos familiares, tais como famílias monoparentais, casais sem filhos, uniões livres, casais homossexuais e grupos coabitando sem laços conjugais ou de parentesco, além do surgimento de um novo padrão social: pessoas vivendo sós. Em resume, Berquó afirma que: [...] a queda acentuada da fecundidade, o aumento da longevidade, a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho, a liberação sexual, a fragilidade cada vez maior das uniões, o individualismo acentuado etc. são tendências que vem atuando no sentido de alterar o tamanho, a estrutura e a função da família. (BERQUÓ, 2014, p.3)

Assim, essas tendências além de contribuir para essa mudança na estrutura familiar, também contribuiu para o surgimento de novas formas de habitar e, portanto, novas tipologias do espaço da habitação.

Nesse contexto de um mundo hiper conectado e individualista, uma tentativa do resgate da experiência da vivência em comunidade vem acontecendo através das moradias compartilhadas, onde grupos se formam para exercer a coletividade, não se baseando exclusivamente na divisão de gastos, mas na experiência de viver coletivamente, da troca de experiências, do sentimento de pertencimento e de se relacionar com pessoas com quem se compartilha afinidades (SCOTTHANSON, 2004). 2.2

FORMAS DE HABITAR COLETIVAMENTE

Segundo Mortice (2016), a vivência compartilhada entre pessoas que dividem as coisas e o espaço, em uma configuração diferente do familiar tradicional, pode estimular o pensamento comunitário permitindo uma melhor percepção de


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coletividade. Cabe entender algumas formas de moradia coletiva, apresentando algumas semelhanças e diferenças nos aspectos físicos e sociais:

República: Tarso (2001), através do site da Folha de São Paulo, define a república como sendo uma casa ou apartamento alugado que possui quartos individuais ou compartilhados,

sendo

uma

alternativa

mais

procurada

pelos

estudantes

universitários, que não necessariamente estão interessados na conexão e sim na moradia mais barata.

Apartamento Compartilhado: Conforme o site InfoMoney (2008), o apartamento compartilhado surge como uma alternativa para pessoas que queiram dividir as despesas. Embora semelhante à república, tem além do tamanho da moradia, também a quantidade de moradores como diferenças. Cada ocupante possui seu próprio dormitório, resultando em menos pessoas residindo, consequentemente sem a necessidade de espaços tão grandes. Esta é uma alternativa procurada na maior parte por adultos solteiros e recém saídos de casa, que não necessariamente pensam em convivência ou cultura, mas sim baratear custos.

Pensão: Segundo o site Estadão (2019), a pensão se difere da república, pois a moradia é administrada por um proprietário que pode morar ou não no local, enquanto faz sublocação temporária de quartos. Atende ao perfil de pessoas divorciadas e solteiras. Não necessariamente a moradia foi pensada para essa função.

Co-housing: O termo co-housing é abreviação de collaborative housing (casa colaborativa, em tradução livre para o português). Os autores Chris Scotthanson e Kelly Scotthanson (2004), juntamente com os autores Charles Durrett e Kathryn McCamant (2011) definem como uma forma de moradia intencional em grupo, onde pessoas decidem viver juntas ou perto o bastante e compartilham um estilo de vida ou um mesmo propósito.

Co-living: O autor Coelho (2010), em sua dissertação de mestrado, traz a elucidação de que o co-living é uma adequação do co-housing, conforme foi afirmado pelos autores McCamant e Durrett (1994), devido a ambos modos de


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moradia apresentarem residentes com interesses e estilos semelhantes, mas também com diferenças, que serão melhor analisadas no próximo tópico, como por exemplo o espaço físico onde a moradia é instalada, pois no co-living refere-se a uma casa compartilhada, um lar colaborativo, enquanto o co-housing referindo-se a um conjunto de lares colaborativos em um mesmo terreno.

2.3

CO-HOUSING E CO-LIVING: MODOS DE HABITAR EM COMUNIDADE

A seguir, aprofunda-se no conceito de co-housing e co-living, que se configuram como alternativas com o princípio de resgatar a experiência em comunidade. Assim busca-se entender as suas especificidades, os aspectos funcionais e formais, uma vez que é um conceito recente e as vezes confundido com outros tipos de habitação coletiva.

2.3.1 Co-housing

Segundo Durrett e McCamant (2011), entende-se que o princípio básico do cohousing é viver de forma coletiva fazendo parte de uma comunidade, com a premissa do compartilhamento e o benefício mútuo de cuidarem uns dos outros. Essa maneira de vivência apresenta áreas comuns que pertencem e são administradas pela própria comunidade, mas não altera a questão de privacidade de cada um dos seus moradores. Não deve existir hierarquia, permitindo assim que todos participem de sua manutenção e gestão, valorizando os processos participativos voluntários e a interação entre os seus moradores, além do desenvolvimento de um forte senso de comunidade, isto é, tem como prioridade uma maior conexão entre a comunidade e a terra (DURRETT; MCCAMANT, 2011).

Ainda segundo Durrett e McCamant (2011), o co-housing é formado por unidades habitacionais em um mesmo terreno ou área, incluindo a “common house”4, considerada o coração da comunidade e onde se encontram as áreas de apoio e serviço comuns, como refeitório, cozinha, lavanderia, biblioteca, sala de leitura, sala para workshop, sala de jogos, e assim por diante. Podem existir também na 4

Casa comum, em tradução livre para o português.


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comunidade outras áreas comunitárias como piscina, jardim comunitário, parques, entre outras possibilidades. Os autores também descrevem que é comum os moradores partilharem de algumas refeições durante a semana, assim como também exercerem atividades de apoio físico e social para a comunidade, como cuidar das crianças, apoio aos idosos, serviço de limpeza e jardinagem, entre outros.

Apesar de pouco difundido no mundo, o conceito de co-housing teve origem na década de 70 em Ny Hammersholt, Dinamarca, com o surgimento do Sættedammen (Figuras 11 e 12) o primeiro projeto de co-housing. Segundo o site oficial da comunidade, ela abrigava 35 famílias e a ideia era manter as moradias privadas e compartilhar espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza de ambientes, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos. Figura 11 - Construção da comunidade Sættedammen

Fonte: http://www.xn--sttedammen-d6a.dk/ Acesso: 04 de junho de 2020

Figura 12 - Construção da comunidade Sættedammen

Fonte: http://www.xn--sttedammen-d6a.dk/ Acesso: 04 de junho de 2020


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Chris Scotthanson e Kelly Scotthanson (2004) estabelecem uma quantidade ideal para as unidades habitacionais nesse tipo de comunidade, sendo no mínimo 10 e no máximo de 35 a 40 unidades, isso porque quando a comunidade é muito pequena pode enfrentar problemas financeiros e de manutenção e sendo muito grande poderá perder o senso de comunidade, devido aos moradores não se conhecerem. Para os autores, as comunidades com princípios de co-housing podem variar em diversas questões, como tamanho, localização, disposição dos ambientes, características dos residentes, porém todas elas compartilham de seis princípios:

Processo participativo: Umas das principais características de um co-housing é o processo participativo dos residentes na sua fase de concepção, de planejamento, de design da comunidade e no processo construtivo.

Projeto de vizinhança (urbano): As áreas coletivas e a disposição das unidades habitacionais devem incentivar a interação social. Sendo assim, espaços verdes, praças e outros elementos arquitetônicos devem estar localizados longe das casas na comunidade, fazendo com que as pessoas andem e assim aumentando a possibilitando de interação entre os moradores.

Casas privativas e instalações comuns: Além de casas individuais para os seus moradores, incluiu uma série de elementos comuns, tendo a common house como o seu elemento comunitário principal.

Autogestão: Não existe uma hierarquia entre os seus moradores, assim todos participam ativamente das decisões de interesse da comunidade.

Ausência de autoridade: Todos na comunidade possuem direitos iguais, deveres e responsabilidades e são responsáveis pelo seu próprio espaço privado e tem poder de decisão sobre ele. As atividades de manutenção física e social são tarefas divididas entre os moradores.

Rendimentos separados: Cada núcleo familiar ou indivíduo possuem sua própria fonte de renda e não possuem uma economia comum dentro da comunidade.


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Scotthanson (2004) afirma que após experiência com co-housing na América do Norte, foi possível perceber outros elementos que contribuem para o funcionamento da comunidade, além da quantidade ideal de unidades habitacionais na comunidade:

Circulação para automóveis: o estacionamento deve estar localizado fora do espaço comunitário, para incentivar as pessoas andarem até suas residências, assim aumentando a possibilidade de uma maior interação entre os moradores.

Refeições compartilhadas: Compartilhar refeições na common house é um dos elementos chaves para uma vida comunitária saudável. A tradição começou nos primeiros grupos de co-housing na Dinamarca, reforçando o sentimento de comunidade entre os moradores.

De acordo com Scotthanson (2004), esse conceito de vivência em comunidade é um forte elemento de reconstrução, pois atualmente as pessoas possuem uma forma de vida cada vez mais voltada para os interesses individuais: O movimento de volta à comunidade é a chave para a sustentabilidade na cultura ocidental. Conhecer nossos vizinhos, sentir que pertencemos, fazer parte de algo que nos interessa e que se preocupa conosco - esses são os elementos da reconstrução da sustentabilidade atualmente (SCOTTHANSON, 2004, p. I, tradução nossa)

Colaborando com está proposição de senso de comunidade, Bauman (2003) estabelece que o conceito de comunidade sugere algo positivo, uma sensação de aconchego, acolhimento, lugar seguro e de confiança: Para começar, a comunidade é um lugar “cálido”, um lugar confortável e aconchegante. É como um teto sob o qual nos abrigamos da chuva pesada, como uma lareira diante da qual esquentamos as mãos num dia gelado. Lá fora, na rua, toda sorte de perigo está à espreita; temos que estar alertas quando saímos, prestar atenção com quem falamos e a quem nos fala, estar de prontidão a cada minuto. Aqui, na comunidade, podemos relaxar — estamos seguros, não há perigos ocultos em cantos escuros. (BAUMAN, 2003 p.7)

Mas embora o autor indague se alguém não gostaria de pertencer a um lugar onde exista empatia, pessoas amigáveis, bem intencionadas e com boa vontade, o autor


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traz à tona um paradoxo que acompanha esse conceito. Se por um lado ele transmite uma sensação boa, por outro lado limita uma conquista moderna: a liberdade individual. Abre-se um grande dilema de que a balança entre segurança e liberdade, embora sejam dois valores desejados, nunca estarão na mesma proporção, “que podem ser bem ou mal equilibrados, mas nunca inteiramente ajustados e sem atrito” (BAUMAN, 2003, p.8). Isso demonstra que não se pode ter ambas ao mesmo tempo e na mesma quantidade: Você quer segurança? Abra mão de sua liberdade, ou pelo menos de boa parte dela. Você quer poder confiar? Não confie em ninguém de fora da comunidade. Você quer entendimento mútuo? Não fale com estranhos, nem fale línguas estrangeiras. Você quer essa sensação aconchegante de lar? Ponha alarmes em sua porta e câmeras de tevê no acesso. Você quer proteção? Não acolha estranhos e abstenha-se de agir de modo esquisito ou de ter pensamentos bizarros. Você quer aconchego? Não chegue perto da janela, e jamais a abra. O nó da questão é que se você seguir esse conselho e mantiver as janelas fechadas, o ambiente logo ficará abafado e, no limite, opressivo. Há um preço a pagar pelo privilégio de “viver em comunidade”. (BAUMAN, 2003, p.10)

Nesse contexto, é possível notar que Bauman supõe que haja um conflito entre liberdade e comunidade. O autor também afirma que a vida individual está envolta em riscos e querer viver em liberdade significa abrir mão da segurança, enquanto viver em comunidade, um lugar de segurança, remete ao sentido tradicional do coletivo, em que a base dos relacionamentos consistentes é formada por laços de proximidade local e solidariedade de vizinhança. Também para Weber (1987), encontra-se um conceito similar, onde a comunidade se baseia no sentido de solidariedade: o resultado de ligações emocionais ou tradicionais dos participantes. Um exemplo de co-housing bem sucedido é o LILAC5, sendo o primeiro projeto econômico e ecológico de acomodação compartilhada no Reino Unido. Localizada na zona Oeste da cidade de Leeds, na Inglaterra, segundo o site oficial da comunidade, o projeto foi construído no ano de 2003 e foi baseado no modelo dinamarquês estilo co-housing, semelhante ao Sættedammen: espaços privativos e instalações compartilhadas que incentivam a interação social entre os moradores (Figura 13), sendo administrada pelos mesmos.

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Low Impact Living Affordable Community – Leeds / Inglaterra


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Figura 13 - Interação entre moradores na área comum da comunidade

Fonte: http://www.homebuilding.co.uk/lilac-leeds/ Acesso: 04 de junho de 2020

A comunidade possui um arranjo que se baseia em um pátio e aproximadamente um terço do local são jardins paisagísticos, que são usados pelos moradores para reduzir sua pegada ecológica (Figura 14). O terreno é composto por 20 habitações com dimensões que variam entre 48m² e 111m², ecologicamente sustentáveis, grandes espaços livres, um jardim com um lago central, uma common house que inclui uma cozinha compartilhada com espaço para refeições em grupo, lavanderia, sala para reuniões, área de lazer, escritório e quartos para visitas.


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Figura 14 - Implantação do LILAC

Legenda: 01: casas privadas 02: casa coletiva (common house) 03: horta comunitária 04: espaço para lazer Fonte: http://www.lilac.coop/ Acesso: 04 de junho de 2020 Nota: Imagem editada pelo autor

Como estratégias para uma arquitetura mais sustentável, a comunidade possui três bicicletários e dois pequenos estacionamentos localizados na periferia do terreno, com número de vagas para carros limitado, com a intenção de reduzir as emissões de carbono, uma vez que os moradores assinam um termo de compromisso com a filosofia do grupo. Além disso, o espaço dispõe de uma horta comunitária, onde os moradores cultivam alimentos para uso próprio e com a venda para as comunidades próximas.


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No mesmo viés da sustentabilidade, as edificações utilizam da tecnologia "ModCell", que é um sistema construtivo que mistura estrutura de madeira, blocos estruturais de palha, finalizados com uma mistura de reboco e madeira. Outras estratégias projetuais sustentáveis foram inseridas, como aquecedores solares, ventilação mecânica e painéis de vidro voltados para o sul a fim de maximizar o ganho solar.

Quanto às zonas de transição entre as áreas privadas e coletivas (Figura 14), as moradias são direcionadas para a rua principal, de forma a favorecer um ambiente favorável à interação entre os moradores, pois ao caminhar pela rua central, se tem a oportunidade de encontrar pessoas. Além de todas as unidades familiares possuírem terraços ou varandas frontais, o que contribui para delimitar essas zonas de transição entre o espaço comum e privado (Figura 15). Figura 15 - Relação entre área privativa e área comum

Fonte: https://lowcarbonleeds.wordpress.com/ Acesso: 04 de junho de 2020

Já aqui no Brasil, um exemplo relevante que pode ser citado é o co-housing Vila Conviver. Segundo o site oficial do projeto, o projeto surgiu em 2014 através de um grupo em um site da internet6, formado por pessoas interessadas em migrar para o modo de habitar compartilhado. Trata-se do primeiro projeto de habitação cohousing sênior do Brasil. Um projeto ainda em fase de concepção, desenvolvido pelo GTMoradia/ADunicamp7, voltado para docentes acima de 50 anos aposentados ou em vias de se aposentar. O projeto já conta com 66 futuros moradores e será 6

Página Cohousing Brasil Co-Lares. Disponível em: <https://www.facebook.com/CohousingBrasil/>. Acesso em: 26 mai. 2020 7

Associação do corpo docente da Unicamp (SP)


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administrado pelos próprios idosos (Figura 16), que decidem entre amigos como e onde querem viver sua aposentadoria. Figura 16 - Participantes da Assembleia de Fundação da Associação de Moradores da Cohousing Sênior Vila Conviver

Fonte: http://longevidadeadunicamp.org.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

Sem dúvidas, o grande benefício nas co-housing é a ampla possibilidade de vida social que elas oferecem. Em alguns textos que lemos, os moradores contam que as co-housing recriam o ambiente das cidades de antigamente. Recriam o conceito de ‘vila’, de bairros com ampla vida em comum. (CARVALHO, 2020, p.1)

Como no Brasil ainda não existe nada semelhante, direcionado ao público sênior, tornou-se imprescindível repensar e discutir o tema. O coordenador do GT-Moradia, professor Bento da Costa Carvalho Junior questiona quais são os espaços necessários para se viver quando idoso, se a casa “padrão” serve para esse tipo de público e qual seria esse “padrão” estabelecido, além de qual lugar da cidade se torna mais interessante tal aplicação, tornando-se esse tema um desafio para a escola de arquitetura: A gente tem, na arquitetura, uma área que se preocupa com acessibilidade, por exemplo, ou com questões correlatas à moradia para a velhice. Mas a gente não tem algo que poderia ser chamado de gerontoarquitetura8 [...] (CARVALHO, 2020, p.1) 8

Gerontologia, segundo Elie Metchnikoff em 1903, é a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social. Assim Gerontoarquitetura seria a ciência que estuda o processo de envelhecimento na arquitetura.


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O empreendimento será instalado em um terreno de 24 mil metros quadrados, no bairro Jardim Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, Campinas (Figura 17). A previsão é que a mudança para o espaço seja realizada a partir de 2022. Figura 17 - Placa erguida no terreno do bairro Jardim Alto da Cidade Universitária, em Barão Geraldo, Campinas

Fonte: http://www.vilaconviver.org.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

2.3.2 Co-living

Seguindo esse conceito de comunidade intencional, outra forma de moradia existente é o co-living. No Brasil, uma grande responsável por difundir o conceito dessas novas formas de morada e o viver em comunidade, é a arquiteta Lilian Lubochinski, que está à frente do co-housing Brasil desde 2013. Lilian tem se dedicado a divulgar o tema através de palestras e workshops, sendo uma mediadora para a implantação da moradia colaborativa em todo o Brasil, segundo o site Consumo Colaborativo, ou mesmo quando se pesquisa sobre o assunto na internet. Em um vídeo9 ela explica sobre a confusão ocasionada devido à nomenclatura, por serem palavras de origem inglesa e por se tratar de uma modalidade nova. Sendo assim, descreve existir duas formas de moradia compartilhada: co-living, que se refere a uma casa compartilhada, um lar colaborativo, ou, para familiarizar o grande

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Plataforma YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fJnp74_AmR4>. Acesso em: 26 mai. 2020


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público, pode ser entendido como co-lar; e o co-housing, que seria entendido por colares, referindo-se a um conjunto de lares colaborativos.

Diferente do co-housing, que possui como um princípio a participação dos moradores

na

concepção,

planejamento,

design

e

processo

construtivo

(SCOTTHANSON, 2004), os moradores do co-living são na maioria das vezes locatários e optaram por essa modalidade de moradia devido a localização privilegiada, instalações, infraestrutura, além da praticidade dos custo de despesas como água, luz, gás estarem unificadas em uma taxa apenas. Lilian Lubochinski explica nesse mesmo vídeo10 já apresentado, que embora o co-living se assemelhe a um condomínio convencional, essa semelhança pode possivelmente ocorrer somente na estrutura física. A principal diferença acontece na relação interpessoal e afetiva entre os vizinhos. Pode se dizer então que a diferença entre eles, é que o objetivo do co-living é criar uma comunidade em harmonia com a individualidade, onde se espera uma integração que vá além das áreas comuns, tendo ambientes de propriedade colaborativa, fortalecendo assim a qualidade das relações e uma maior afinidade entre os moradores (SCOTTHANSON, 2004).

As áreas comuns em um co-living são semelhantes ao co-housing, com a diferença de não apresentar uma common house. Assim é quase inevitável comparar o coliving às repúblicas. No entanto, o co-living apresenta diferenças na prática, mesmo se tratando de um espaço colaborativo. O termo vai além do espaço físico, mas determina um estilo de vida, em que é compartilhado com um grupo de pessoas, ou seja, uma ideia de comunidade e conexão entre os moradores (SCOTTHANSON, 2004), que não está na raiz das repúblicas, que têm por objetivo apenas dar abrigo por preços acessíveis.

Embora tanto no co-housing como no co-living, a disposição dos espaços seja estabelecida com o propósito de incentivar a interação social, essa interação é opcional, pois se tem a opção de desfrutar dos espaços comuns quando desejado, mas o indivíduo também pode desfrutar de sua total privacidade na sua unidade

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Plataforma YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fJnp74_AmR4>. Acesso em: 26 mai. 2020


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habitacional, que compreende seu espaço privativo, pois existe independência das áreas comuns, tendo na unidade habitacional uma pequena copa e banheiro privativo, satisfazendo assim às necessidades básicas do dia a dia.

Eduardo Pricladnitzki, sócio fundador da Wikihaus, incorporadora em Porto Alegre que desenvolveu os primeiros projetos de co-living no Brasil desde 2014, comenta que a ideia de criar residências colaborativas veio da preocupação de montar empreendimentos no centro da cidade para o público jovem. Após um Workshop realizado em 2016, com o intuído de discutir a maneira de morar em conjunto, restaurou o Cine Teatro Presidente, posteriormente transformando em co-living, com apartamentos, estúdios e áreas comuns. Segundo o site oficial do empreendimento, o edifício conta com 58 unidades, onde 60% já foram vendidos. Os jovens têm se preocupado cada vez menos em acumular, e querem ter acesso a tudo, mas com praticidade [...] no coliving, as lavanderias são coletivas, há uma sala de ferramentas compartilhadas, além de um salão de festa aberto 24 horas, e áreas de coworking. (PRICLADNITZKI, 2017, p.1)

Com isso, nota-se que a implementação de cada modalidade de moradia varia, enquanto no co-living surge a partir de iniciativas privadas, envolvendo empresários e construtoras, no co-housing é formado através de um grupo de famílias interessadas em viver de forma colaborativa, sendo custeado pelos próprios envolvidos.

Embora

iniciativas

de

co-living

venham

ganhando

muitos

adeptos

e

empreendimentos pelo mundo, no Brasil, ainda de forma tímida, têm surgido alguns exemplos de co-living nas principais capitais como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, onde novos modos de vida se fazem mais presentes, juntamente com muitos estudos em andamento, demonstrando o potencial dessa tendência.

2.4

OCUPAR EM VEZ DE CONSTRUIR

Diante ao dilema de elaborar uma proposta projetual de um co-living considerando uma nova edificação ou lidar com a reabilitação de uma edificação existente, optouse por analisar estudos referentes à adaptação de uma edificação para novos usos,


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sendo uma busca por moradias mais sustentáveis. Em uma realidade de construções, Baker (2009) afirma que os impactos ambientais das reabilitações, quase sempre são menores do que o de demolições e novas construções, embora defenda a necessidade de uma avaliação mais profunda, em termos da viabilidade das edificações, já que conforme o sistema construtivo e estrutural do edifício, pode inviabilizá-lo economicamente.

Segundo Avilez (2020), um levantamento feito pela Defensoria Pública Estadual aponta 127 imóveis no Centro de Vitória que estão fechados, em situação de abandono ou subutilizados (Figura 18), gerando assim inúmeros transtornos para a região. Figura 18 - Edificações abandonadas ou subutilizadas

Fonte: AMACENTRO. Acesso: 23 de outubro de 2020

São imóveis que geram redução do valor histórico, arquitetônico, turístico e cultural da região. Além da desvalorização do Centro da cidade e do potencial econômico dele. O abandono também aumenta a especulação imobiliária e o já elevado déficit habitacional. Bem como acarreta insegurança e problemas de saúde pública, afirma a defensoria. (AVILEZ, 2020, p.1)

Esse panorama resulta em prejuízos sociais como a falta de segurança na região, comércio desestimulado, diminuição da qualidade de vida dos moradores do entorno e consequentemente, o esvaziamento habitacional. Segundo Silva e Sigolo (2007):


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O abandono e a ociosidade dos imóveis na área central constituem um abuso em relação à função social da propriedade. Por outro lado, representam uma oportunidade para uma política de repovoamento com diversidade social [...] (SILVA; SIGOLO, 2007, p.54)

Embora o Código de Edificações (Lei 4.821/98) determine que o proprietário do imóvel seja responsável por sua manutenção, a Constituição Federal assegura que o Estado pode intervir na propriedade a fim de garantir que seja cumprida sua função social, evitando que o mesmo permaneça abandonado, podendo ser utilizado para outros usos conforme as legislações da cidade.

Nesse sentido, a Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) juntamente com a Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro), desenvolveu uma campanha denominada “Função Social da Propriedade”, no qual disponibiliza um canal de onde o cidadão pode comunicar a suspeita de imóveis sem utilização no Centro de Vitória, com o objetivo de chamar a atenção da prefeitura, para que esta tome as medidas cabíveis e aplique os instrumentos determinados por Lei.

Por outro lado, a Prefeitura Municipal de Vitória/ES desenvolveu o Programa de Revitalização11 intitulado “Morar no Centro”, dando função social a edifícios abandonados ou mal aproveitados, transformando-os em moradias de interesse social. Segundo o site da Prefeitura, já foram reformados três prédios na área central, totalizando a entrega de 94 apartamentos da seguinte maneira12: • Hotel Estoril: 54 unidades habitacionais • Hotel Pouso Real: 20 unidades habitacionais • Hotel Tabajara: 20 unidades habitacionais

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Conforme o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN): A revitalização consiste na refuncionalização estratégica de áreas dotadas de patrimônio, ou seja, de objetos antigos que permaneceram inalterados no processo de transformação do espaço urbano, de forma a promover uma nova dinâmica urbana baseada na diversidade econômica e social (MOURA et al., 2006). Disponível em: <http:// http://portal.iphan.gov.br/>. Acesso em: 15 dez. 2020. 12

Morar no Centro contribui para revitalização e realiza sonho da casa própria. Disponível em: <https://m.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: 14 jun. 2020


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Iniciativas como essas, são algumas das ferramentas disponíveis de extrema importância para a cidade e a população, pois além de inibir o esvaziamento das áreas centrais, podem minimizar o risco de uma ocupação irregular, devolver a função social das edificações e evitar transtornos, como o desabamento ocorrido na rua Sete de Setembro, no centro de Vitória, no início de 2020. Segundo Ribeiro (2020) a Defesa Civil informou que o imóvel tinha cerca de 80 anos de construção e estava abandonado há muito tempo, sem nenhum tipo de manutenção.

Sendo uma das alternativas possíveis para contornar o problema urbano e arquitetônico decorrente do abandono desses imóveis no centro de Vitória, a reutilização de edificações, seguindo a perspectiva de moradia colaborativa, que segundo McCamant e Durrett (2011) e Scotthanson (2004) cria oportunidades únicas para projetar estilos de vida sustentáveis, evita o uso de um novo terreno e consequentemente, a utilização de recursos materiais para tal.

3

ESTUDO DE PRECEDENTES

No estudo de precedentes, concentrou-se em analisar projetos produzidos no Brasil e no exterior, a fim de abranger uma variedade de propostas para identificação de suas relações e dimensões dos espaços, estratégias de sustentabilidade, além do programa de necessidades proposto para essa modalidade de moradia.

3.1

THE COLLECTIVE OLD OAK – LONDRES / INGLATERRA

Segundo o site oficial do edifício, o The Collective Old Oak (Figura 19) é o maior coliving do mundo, possui mais de 600 moradores e, está localizado em Londres, um pouco distante do centro, mas que está em crescimento. Foi projetado pelo escritório Whittam PLP/Architecture em 2016. Apesar da escala superior à proposta a ser desenvolvida, apresenta-se esse projeto por ser referência em co-living de sucesso pelo mundo.


31

Figura 19 - The Collective Old Oak

Fonte: https://www.bisnow.com/ Acesso: 06 de junho de 2020

O edifício é constituído por dois blocos (Figura 20), 11 pavimentos, e também possui uma área central de circulação entre os pavimentos, que também tem a função de promover a interação entre os moradores. No térreo e primeiro pavimento (Figura 21) é onde se encontram o living, spa, academia, sala de jantar, espaço para eventos, área de estudo, restaurante, sala de jogos, cinema, biblioteca, lavanderia, terraço com jardim e um espaço de coworking. Nos pavimentos dos apartamentos existe uma cozinha de uso colaborativo. Alguns dos espaços compartilhados são de acesso ao público externo, como o restaurante com pátio, localizado ao lado do canal, e outros espaços que podem ser utilizados por quem não mora no co-living mediante pagamento de uma assinatura, como a academia e coworking. Figura 20 - Perspectiva do The Collective Old Oak

Fonte: http://www.plparchitecture.com/ Acesso: 06 de junho de 2020


32

Figura 21 - Entrada do The Collective Old Oak

Fonte: https://www.dearchitect.nl/ Acesso: 06 de junho de 2020

Apesar de não se ter conseguido acesso às plantas gerais do edifício (apenas do pavimento tipo), por meio da análise das imagens disponibilizadas, pode-se perceber que a divisão dos espaços é bem definida, pois todos são delimitados por paredes ou outros elementos delimitadores, mas através de alguns fatores, como elementos vazados, elementos transparentes e grandes aberturas, com isso percebe-se uma integração e fluidez dos espaços.

O primeiro espaço que os visitantes e moradores tem acesso ao adentrar o edifício é o living (figuras 22, 23 e 24), um espaço bastante amplo, com pé direito duplo, onde através de grandes janelas é possível ter contato visual com a rua, não sendo, neste caso, a privacidade a primeira intenção ao utilizar essa área. Nesse ambiente, várias atividades podem ser exercidas simultaneamente, pois misturam-se sofás, mesas de trabalho que possam contribuir para um ambiente mais organizado e produtivo, devido a naturalmente ser o local de maior fluxo de pessoas.


33

Figura 22 – Living

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020

Figura 23 - Estações de trabalho no Living

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020 Figura 24 - Recepção no Living

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020

Por meio da análise das imagens disponibilizadas, é possível notar que o trajeto da entrada até os quartos, todos os ambientes possuem conexões visuais entre si (Figuras 25, 26, 27 e 28), oferecer espaços que conectem as pessoas.


34

Figura 25 - Espaรงo para Eventos

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020

Figura 26 - Sala de Jantar

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020 Figura 27 - Espaรงo para Eventos

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020


35

Figura 28 - Espaço para Eventos

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020

Assim é possível visualizar as atividades e promover a interação entre os usuários, mesmo quando se utilizam os espaços de serviço, como a lavanderia (figura 29). Espaços que são vistos como meramente funcionais, podem-se tornar também polos de interação social caso sejam combinados com outros atrativos.

Figura 29 - Lavanderia

Fonte: https://architizer.com/ Acesso: 06 de junho de 2020

Nota-se que em algumas áreas, onde se faz necessário o isolamento para o bom desempenho das atividades a serem desenvolvidas, painéis de vidro fornecem o isolamento acústico necessário sem comprometer o contato visual, como mostram as figuras 30 e 31.


36

Figura 30 - Área de estudo

Fonte: https://hubblehq.com/ Acesso: 06 de junho de 2020 Figura 31 - Coworking

Fonte: http://www.plparchitecture.com/ Acesso: 06 de junho de 2020

Ao analisar a planta do pavimento tipo (Figura 32), nota-se que as áreas coletivas, como cozinhas (Figura 33) e salas compartilhadas, ocupam o centro de cada andar residencial, e são interligadas aos quartos por corredores estreitos, que não oferecem muitas oportunidades de interação.


37

Figura 32 - Planta baixa pavimento tipo The Collective Old Oak

Fonte: HOMY Coliving Cohabiter - Pavillon de l’Arsenal, 2018 Nota: Imagem editada pelo autor Figura 33 - Cozinha compartilhada de um pavimento

Fonte: https://architizer.com// Acesso: 06 de junho de 2020

Outro fator que chama atenção, são os tamanhos dos quartos. Ao todo são 550 unidades no edifício, de 10m² (Figuras 34, 35, 36 e 37), que contam com uma pequena cozinha, que pode ser privativa ou compartilhada entre dois quartos, além de banheiro privativo. Além disso são mobiliados com cama de casal, televisão, guarda-roupa, estantes e uma mesa com cadeira, de forma que a pessoa possa minimamente suprir suas necessidades em seu espaço individual, mas incentivando o uso dos espaços compartilhados, como o terraço jardim (Figura 38).


38

Figura 34 - Planta Baixa Studio

Fonte: https://www.thecollective.co.uk/coliving/old-oak Acesso: 06 de junho de 2020

Figura 35 - Perspectiva Studio

Fonte: https://www.thecollective.co.uk/coliving/old-oak Acesso: 06 de junho de 2020


39

Figura 36 - Planta Baixa Ensuite

Fonte: https://www.thecollective.co.uk/coliving/old-oak Acesso: 06 de junho de 2020

Figura 37 - Perspectiva Ensuite

Fonte: https://www.thecollective.co.uk/coliving/old-oak Acesso: 06 de junho de 2020


40

Figura 38 – Terraço jardim

Fonte: https://coliving.com/ Acesso: 06 de junho de 2020

Analisando o edifício co-living The Collective Old Oak, nota-se que existem elementos que contribuem para o que propõe o autor Scotthanson (2004), que é criar uma comunidade em harmonia com a individualidade, com relacionamentos consistentes formados por laços de proximidade entre vizinhos, onde se espera uma integração que vá além das áreas comuns, tendo ambientes de propriedade colaborativa. Com isso espera-se fortalecer a qualidade das relações e uma maior afinidade entre os moradores.

Como elemento incentivador principal para uso das áreas comuns, pode se citar o tamanho reduzido dos quartos, proporcionando apenas elementos básicos, para que os usuários tenham mais interesse em passar a maior parte do tempo nas áreas compartilhadas.

Observa-se, ainda, que a distribuição dos espaços comuns e o mobiliário que o compõe, é de suma importância para proporcionar uma boa interação. É importante também que se criem espaços com variação de assentos para mais de uma pessoa, distribuídos ao longo das áreas de circulação e halls, gerando possibilidades de encontros e socialização entre os usuários. Mas também são necessárias opções de áreas reservadas que possibilitam o isolamento quando for preciso.


41

Prata (2018), descreve o edifício em análise, afirmando que o maior desafio do The Collective Old Oak é integrar ao máximo os usuários com a comunidade, evitando assim o processo de gentrificação13. 3.2 CINE TEATRO PRESIDENTE – RIO GRANDE DO SUL / BRASIL

Para análise de um segundo exemplo de co-living, optou-se por escolher uma edificação

em

escala

menor,

próximo

da

proposta

a

ser

desenvolvida,

preferencialmente localizado no Brasil. Nesse sentido foi escolhido o Cine Teatro Presidente, por se tratar, ainda, de um projeto implantado em um edifício em condições de abandono.

O Cine Teatro Presidente é um projeto da incorporadora Wikihaus, que transformou um antigo cinema de Porto Alegre em um edifício residencial no conceito de coliving. Segundo o site14 oficial do edifício, o projeto se deu através de workshops realizados com potenciais consumidores junto a especialistas do mercado imobiliário, para juntos pensarem na construção de um empreendimento de convivência comunitária. Durante esses encontros aconteceram dinâmicas de interação para entender o que o público queria e esperava. Em uma entrevista de Eduardo Pricladnitzki (2017), diretor da Wikihaus, para o site Gauchazh afirma que o objetivo do empreendimento é de unir o antigo (Figura 39) e o novo para preservar parte da memória do local, dar um novo uso a este espaço de grande importância para a cultura gaúcha, que fechou as portas depois de abrigar uma igreja, ficando por muitos anos abandonado, sendo saqueado e ocupado por moradores de rua.

O termo gentrificação é a versão aportuguesada de gentrification (de gentry, “pequena nobreza”), conceito criado pela socióloga britânica Ruth Glass. Disponível em: <http://ea.fflch.usp.br/>. Acesso em: 14 jun. 2020 13

14

Wikihaus restaura fachada do antigo Cine Teatro Presidente. Disponível em: <https://www.deolhoemportoalegre.com.br/>. Acesso em: 15 jun. 2020


42

Figura 39 - Cine Teatro Presidente em 1958

Fonte: http://cinederuapoa.blogspot.com/ Acesso: 04 de junho de 2020

Conforme visto na figura 40, além do restauro da fachada, foi aprovada a construção de um edifício de uso misto, além de lojas térreas. Vargas (2019) descreve no site Gauchazh que para a reprodução da fachada original da década de 50, foram utilizadas mais de 600 mil pastilhas idênticas às que costumavam adornar o exterior do local. O engenheiro Alexandre Almeida descreve no site Gauchazh: “Consegue ver o prédio que está atrás? Não, né? A gente fez para não ver mesmo” (ALMEIDA, 2019). Nesse sentido, entende-se que o volume inserido foi posicionado de uma forma a buscar proporcionar o mínimo de impacto visual possível na região. Figura 40 - Vista parcial da torre e fachada restaurada

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


43

Ao analisar a planta baixa do térreo (Figura 41), disponibilizada no site oficial da construtora, nota-se que ao adentrar o edifício, o usuário se depara com um living relativamente pequeno, que não apresenta integração com outras áreas, além da área dos elevadores, semelhante aos condomínios residenciais tradicionais. Como se pode perceber, as áreas compartilhadas se encontram em outros andares do edifício. Além disso, também é possível notar que não existem elementos que possam promover e estimular o contato visual com a rua, não favorecendo a integração dos moradores e usuários com o bairro. O 2º e o 3º pavimento são compostos apenas por estacionamento, que possuem ao todo 41 vagas, conforme ilustrado nas figuras 41, 42 e 43. Figura 41 - Planta Baixa do Térreo

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

Figura 42 - Planta Baixa do 2º pavimento

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


44

Figura 43 - Planta Baixa do 3º pavimento

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

No quarto pavimento (Figura 44), juntamente com a área de estacionamento, encontram-se a lavanderia, uma sala de espera e bicicletário com sistema “bikesharing”, que é um sistemas de compartilhamento de bicicletas. O espaço também conta com uma oficina para concerto das bicicletas. Sendo assim, quanto a setorização, pode se afirmar que o pavimento analisado é direcionado para serviços e apoio.


45

Figura 44 - Planta Baixa do 4º pavimento

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

No

próximo

pavimento

é

onde

se

concentram

a

maioria

dos

espaços

compartilhados, juntamente com as primeiras unidades de moradia (Figura 45). Além do espaço coworking e convivência, nesse pavimento encontram-se o espaço fitness (Figura 46) e a piscina (Figura 47), interligados aos apartamentos através de um corredor estreito, que não oferece muitas oportunidades de interação. Por meio da análise dos espaços que compõem esse pavimento, é possível perceber que não há elementos que promovam uma conectividade com o entorno, ou mesmo uma visão panorâmica, ao contrário, os espaços são bem privativos com muros e vegetação densa. Nota-se que esses elementos promovem uma ruptura com o ambiente externo.


46

Figura 45 - Planta do 5º pavimento, Cine Teatro Presidente

Legenda: 01: Espaço coworking e convivência 02: Espaço fitness 03: Piscina Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020 Nota: Imagem editada pelo autor Figura 46 - Espaço Fitness

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

Figura 47 - Piscina

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


47

No 6º pavimento (figura 48), encontram-se o terraço jardim com horta compartilhada, juntamente com mais unidades de moradia. Novamente percebe-se a presença de muros, conforme ilustrado na figura 49, que impedem a conectividade dos espaços compartilhados com o entorno, ou mesmo uma visão panorâmica, considerando a altura que se encontram. Ao utilizar essas áreas, o usuário se volta para dentro do edifício e não nota o entorno. Figura 48 - Planta do pavimento 6, Cine Teatro Presidente

Legenda: 01: terraço jardim com horta compartilhada Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020 Nota: Imagem editada pelo autor Figura 49 – Apartamento 510, apresentado na fig. 40

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


48

O edifício conta com 58 apartamentos, entre studios, studios Garden e studios com sacada, que variam entre 35m² e 59 m². É possível visualizar nas plantas dos apartamentos (Figuras 50 e 51), que as unidades de moradia são compostas por um ambiente que integra a sala e o quarto, além de banheiro, serviço e cozinha individuais. Algumas unidades possuem uma grande varanda privativa, como se vê nas figuras 50 e 51. Considerando o propósito do co-living, em incentivar a interação social e o compartilhamento dos espaços públicos, essas áreas de lazer privativas desestimulam o morador a utilizar as áreas compartilhas, não favorecendo a coletividade com os demais moradores. Figura 50 - Planta Baixa apartamento 501

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


49

Figura 51 - Planta Baixa apartamento 510

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

Os demais pavimentos, tipo 1 e tipo 2, são formados apenas por unidades de moradia, interligadas por um corredor aos elevadores e escada, conforme ilustram as figuras 52 e 53. Assim, tendo a mesma configuração que os edifícios multifamiliares tradicionais já proporcionam. Figura 52 - Planta Baixa pavimento tipo 1

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020


50

Figura 53 - Planta baixa pavimento tipo 2

Fonte: https://wikihaus.com.br/ Acesso: 04 de junho de 2020

3.3 CONCLUSÃO GERAIS SOBRE OS ESTUDOS Embora Eduardo Pricladnitzki afirma em entrevista15 que “todos os espaços foram pensados para funcionar como uma extensão dos apartamentos e serem utilizados em tempo integral”, nota-se que eles não parecem ser pensados como ponto central do edifício Cine Teatro Presidente, a fim de estimular um sentimento de coletividade e colaboração. Essas áreas desempenham o mesmo papel que as áreas comuns que os condomínios residenciais tradicionais já proporcionam. Pondera-se que, por se tratar de um edifício que traz um regaste de morar em comunidade, cujo conceito evidencia

a

coletividade,

falta

uma

maior

integração entre

os

espaços

compartilhados, assim como com o espaço público.

É importante observar que, apesar da preocupação em não impactar o entorno com a construção do edifício, por outro lado o projeto parece não levar em conta o que está à sua volta. Não se promove a conexão do usuário com o entorno, artifício que poderia ser utilizando para promover o sentimento de pertencimento para além do edifico, assim como não se permite a visibilidade de parte de seu interior, o que o

15

Condomínio com áreas compartilhadas é lançado em Porto Alegre. Disponível em: < https://casaclaudia.abril.com.br/arquitetura/condominio-com-areas-compartilhadas-e-lancado-emporto-alegre/ >. Acesso em: 16 jun. 2020


51

poderia tornar permeável, irrigado por áreas de livre circulação, onde o fluxo de pessoas fosse facilitado e estimulado. Neste caso o edifício não se mistura com a rua e a rua, consequentemente, não se mistura com o edifício.

Em contrapartida, no exemplo internacional analisado anteriormente, é possível observar uma organização espacial que estimula a colaboração interpessoal através do compartilhamento dos equipamentos e setores de serviço, além de oferecer ambientes e atividades coletivas que potencializam a integração e socialização dos moradores. Nota-se também a preocupação de integração do interior com o exterior ao serem utilizados terraços jardins e áreas que podem ser utilizadas também por aqueles que não moram no co-living. O resultado é um local mais movimentado e, consequentemente, mais seguro, o que beneficia a todos, moradores e transeuntes.

Pensando na infraestrutura existente para os momentos de privacidade dos usuários do The Collective Old Oak, deu-se conta de que os quartos apresentam pouco espaço, assemelham aos alojamentos, embora equipados com o mínimo necessário para suprir as necessidades, o espaço de 10m² bastante reduzindo pode ocasionar sentimentos de claustrofobia e/ou ansiedade. Com relação ao edifício Cine Teatro Presidente, os quartos apresentam uma metragem confortável, indo além do mínimo necessário. A grande varanda privativa presente em algumas unidades, não favorece o desejo dos uso espaços colaborativos existentes, consequentemente dificultando a interação social e a coletividade com os demais moradores, indo contrário ao conceito básico do co-living.

Assim cria-se um questionamento acerca dessa moradia compartilhada, pois com a falta de elementos que favoreçam o colaborativo, ser chamado de co-living parece estabelecer apenas um forte mecanismo de marketing e não como espaços que possam estimular um sentimento de compartilhamento entre moradores, tendo assim a mesma funcionalidade dos condomínio residenciais já conhecidos.

Os projetos escolhidos contribuíram de diferentes maneiras, com suas ideias e sugestões para a concepção do projeto final. Cada empreendimento possui elementos e características desejadas e também que podem ser evitadas, conforme ilustrado no quadro a seguir (Figura 54).


52

Figura 54 - Quadro síntese do estudo de precedentes

Fonte: Elaborada pelo autor, 2020

4

DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

4.1

CONTEXTO DO BAIRRO

Para a realização do exercício projetual de um edifício adaptado ao sistema de coliving, inicialmente se fez necessário uma análise da área do Centro de Vitória, com o objetivo de indicar as potencialidades, morfologia e dinâmica da região. Alguns critérios foram estabelecidos, correlacionados às edificações em condições de abandono ou subutilizadas. A localização do edifício para o projeto deverá convergir todas as necessidades desta modalidade de moradia, como localização privilegiada, proximidade a espaços para a prática de atividades culturais, de lazer, comercio, facilidade de integração com a sociedade e o convívio entre diferentes grupos sociais, além de ser um ambiente dinâmico e em contato com a natureza.

A região administrativa 1 (Figura 55), compreende os bairros Centro, Fonte Grande, Forte São João, Piedade, do Moscoso, Parque Moscoso, Santa Clara e Vila Rubim.


53

Figura 55 - Mapa da Região Administrativa 1

Fonte: http://legado.vitoria.es.gov.br/ Acesso: 30 de outubro de 2020

A concentração das edificações em condições de abandono ou subutilizadas é maior no Centro de Vitória do que nos demais bairros da área de estudo. A partir dessa delimitação inicial, foram considerados diversos aspectos de uso e ocupação para seleção do edifício mais adequado para o projeto.

Araújo (2012) aponta dois fatores que contribuem por tornar a região desértica no período noturno e no final de semana e de intensa movimentação de pessoas no horário comercial: baixa densidade habitacional e grande movimentação no setor de comércio, serviços, além de órgãos públicos, estaduais e municipais. Contudo, a região conta com uma infraestrutura consolidada (Figura 56), além serviços públicos como hospitais, escolas, parques, bibliotecas, museus, teatros, dentre outros serviços. Com isso, esse conjunto de atividades ajuda a aumentar o número de frequentadores da região durante à noite e nos finais de semana.


54

Figura 56 - Potencialidades no Centro de Vitória.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2020

Anteriormente à elaboração do programa de espaços preciso entender os parâmetros urbanísticos estabelecidos na Lei de Uso e Ocupação do Solo para o a área escolhida, que está localizado na ZOP-5 (Figura 57). Os índices urbanísticos estabelecidos pelo Plano Diretor de Vitória (VITÓRIA., 2018) para essa área estão nas figuras 58 e 59 respectivamente. Figura 57 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES – Região Central

Fonte: https://www.vitoria.es.gov.br/ Acesso: 30 de outubro de 2020


55

Figura 58 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES

Fonte: http://legado.vitoria.es.gov.br/ Acesso: 30 de outubro de 2020

Figura 59 - Zoneamento urbanístico da Região Central do município de Vitória/ES (ANEXO 10)

Fonte: http://legado.vitoria.es.gov.br/ Acesso: 30 de outubro de 2020

Em relação ao mapa de Uso e Ocupação (Figura 60), é perceptível a ocupação de uma grande área próxima à baía por comércios, enquanto na região mais afastada é formada a maior parte por residências.


56

Figura 60 - Mapa de Uso e Ocupação

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020.

O Código de Edificações (Lei nº 4821/98) do município visa garantir à Administração Municipal exercendo o controle e a fiscalização das edificações, além de obras e seu entorno, garantindo condições mínimas de segurança, salubridade, conforto e higiene. O Art. 94 desta lei afirma que as edificações existentes regulares poderão ser reformadas desde que a reforma não crie ou agrave qualquer desconformidade com esta Lei ou com o Plano Diretor de Vitória. Com relação às reformas que incluem mudança de uso em edificação existentes regulares, o Art. 96 da lei diz que: [...] poderão ser aceitas, para a parte existente e a critério do município, soluções que, por implicações de caráter estrutural, não atendam integralmente às disposições previstas nesta lei desde que não comprometam à salubridade nem acarretem redução da segurança. (VITÓRIA, 1998, p.32)

O Art. 124 diz: Os compartimentos e ambientes nas edificações deverão ser posicionados e dimensionados de forma a proporcionar conforto ambiental, térmico, acústico e proteção contra a umidade, obtidos pelo adequado


57

dimensionamento e emprego dos materiais das paredes, cobertura, piso e aberturas, bem como das instalações e equipamentos. (VITÓRIA, 1998, p.32)

Em 2012 foi aprovada a lei 5284/12, que define parâmetros construtivos e urbanísticos para recuperação, revitalização de imóveis com destinação ao uso habitacional, localizados na zona de revitalização urbana e/ou no perímetro de abrangência do programa morar no centro. Desta forma, a reabilitação de edifícios realizados pela prefeitura municipal, ficam isentos de cumprirem as exigências urbanísticas determinadas pelo Código de Edificações e pelo Plano Diretor de Vitória (VITÓRIA, 2018). O Art.1 diz: Os projetos arquitetônicos de recuperação, reabilitação ou revitalização de prédios existentes até a data de publicação desta Lei, destinados à implantação de unidades habitacionais, desenvolvidos pelo Poder Público de qualquer esfera ou em parceria ficam dispensados do atendimento às normas edilícias e urbanísticas estabelecidas nas Leis nº 4.575, de 26 de novembro de 2007 (Plano Diretor Municipal) e nº 1.674, de 27 de dezembro de 1977 (Código de Edificações Gerais). (VITÓRIA, 2018, p.01)

Embora a lei 5284/12 abdica o cumprimento das exigências estabelecidas pelo Código de Edificações e pelo Plano Diretor de Vitória, ela estabelece exigências para esse tipo de intervenção: • Os empreendimentos públicos ou privados a serem recuperados, reabilitados ou revitalizados, para fazerem jus às disposições desta Lei, deverão ser aprovados pelo Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social. • As unidades habitacionais resultantes dos imóveis a serem recuperados, reabilitados ou revitalizados não poderão ter área inferior à 25m² (vinte e cinco metros quadrados) e deverão possuir espaço destinado ao repouso, à instalação sanitária e ao preparo de alimentos. • Os projetos que incidirem sobre imóveis tombados ou listados como de interesse de preservação, deverão ser submetidos, previamente, à autoridade administrativa responsável pelo tombamento, para parecer técnico e anuência.


58

• Quando os imóveis a serem recuperados, reabilitados ou revitalizados possuírem área de estacionamento, estas deverão ser mantidas. • No pavimento térreo das edificações poderão ser permitidas a implantação de unidades de comércio ou serviço.

4.2

ANÁLISE DO EDIFICIO ESCOLHIDO

Entre as edificações analisadas, um se mostra possível para adaptação ao sistema de co-living: o Edifício José Lourenço Costa Aragão, conhecido como o antigo edifício do INSS (Figuras 61, 62 e 63). Figura 61 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS)

Fonte: CORTEZ, 2020, p.69


59

Figura 62 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS)

Fonte: CORTEZ, 2020, p.69

Figura 63 - Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS)

Fonte: CORTEZ, 2020, p.69


60

O edifício escolhido para a realização do exercício projetual possui térreo, 7 pavimentos tipo e cobertura. Foi considerado pé-direito de 3,70m no térreo e 3,50m nos demais pavimentos, com 33,59m de altura. Sua volumetria é simples, com características arquitetônicas de alguns edifícios localizados no entorno.

Sua localização é em um ponto bastante favorável (figura 64), onde se encontram diversos de instituições de uso cultural, de lazer, religioso e de serviços (Figura 65), que contribuem para a prática de atividades e uma vivência mais completa. Podem ser exemplificadas estas edificações, como o MUCANE (Museu Capixaba do Negro), Catedral Metropolitana de Vitória, Galeria Homero Massena, Teatro Carlos Gomes, Parque Moscoso, Museu de Artes do Espírito Santo, Palácio Anchieta, Escola Maria Ortiz, Escola FAFI, Palácio da Cultura Sônia Cabral, Teatro Sesc Glória dentre outros. Figura 64 - Perspectiva do entorno.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.


61

Figura 65 - Mapa de Potencialidades

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020.

Sabe-se que, entre as questões urbanas que mais afetam a qualidade de vida da população, são os aspectos relacionados à mobilidade, por ter um impacto significativo, principalmente no que se refere ao aumento do tempo de viagem, da poluição atmosférica, de ruído, dos acidentes, entre outros. Assim, apresenta-se os mapas de mobilidade e fluxos (Figuras 66, 67 e 68), a fim de compreender o funcionamento das principais vias que liga o Edifício José Lourenço Costa Aragão ao restante do da região.


62

Figura 66 - Mapa de Mobilidade e Fluxos.

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020.

Figura 67 - Mapa de Mobilidade e Fluxos de Ônibus.

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020.


63

Figura 68 - Mapa de Ciclovia

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020.

O Centro de Vitória se caracteriza por um intenso fluxo de passagem, já que se localiza entre e as ligações de Cariacica à Vitória, Vila Velha e Serra, que constituem importantes eixos viários do sistema metropolitano. Com a análise percebe-se que as vias são bem dimensionadas para atender a demanda de veículos motorizados. Se faz presente uma ciclovia por parte de um trajeto principal, embora as calçadas, em sua maioria, não estão adequadas ao passeio seguro ou mesmo acessíveis e padronizadas, sendo necessário adequação ao modelo de calçada cidadã.

Dessa forma, em relação à circulação, o sistema viário metropolitano da Grande Vitória se mostra de fácil acesso na região. No entanto é de fundamental importância priorizar o pedestre, adequando e promovendo ações urbanas que facilitem a intermodalidade através da utilização de meio de transportes não motorizados, para pequenos deslocamento ou como forma de complementar outros meios de transportes, enfatizando as potencialidades urbanísticas da região onde se encontra o Edifício José Lourenço Costa Aragão.

O edifício foi construído no final dos anos 50, inicialmente para abrigar as instalações do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC) de


64

Vitória, posteriormente veio a se tornar o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ocupa as esquinas da rua General Osório com av. Florentino Avidos e com Getúlio Vargas (Figuras 69 e 70). Os índices urbanísticos são diferentes do estabelecido pela legislação atual e estão descritos na figura 70. Figura 69 - Localização do Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS).

Fonte: Dados PDU VITÓRIA, 2018. Elaborada pelo autor, 2020. Figura 70 – Implantação do Edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS).

Fonte: Elaborada pelo autor, 2020


65

Conforme mostra a figuras 72, no projeto original o edifício era formado por um pavimento térreo contendo duas lojas com dois banheiros, hall, portaria com banheiro, circulação vertical, escada, dois elevadores e uma área descoberta. O pavimento tipo, apresenta planta livre com dois banheiros, elevador e escada (figura 73). Figura 71 - Índices Urbanísticos - Edifício José Lourenço Costa Aragão.

Fonte: elaborada pelo autor, 2020.

Passou por reforma em meados de 1990, mas na mesma década foi desocupado, permanecendo nessa situação até os dias de hoje. Sua construção foi feita em estrutura de concreto armado e a vedação em alvenaria. As esquadrias originais eram em madeira, como as demais edificações. Na reforma, foram substituídas por esquadrias de alumino, que por sua vez foram furtadas recentemente. (ARAUJO, 2012, p.110)


66

Figura 72 - Planta baixa do pavimento térreo do Ed. José Lourenço Costa Aragão (INSS). Projeto original 1943.

Fonte: ARAÚJO, 2012. Figura 73 - Planta baixa do pavimento tipo do Ed. José Lourenço Costa Aragão (INSS). Projeto original 1943.

Fonte: ARAÚJO, 2012.


67

A Secretaria de Habitação da Prefeitura de Vitória (SEHAB/PMV), o edifício passou por um processo de reabilitação conforme o Programa Morar no Centro para alterar seu uso comercial para o uso residencial, com a implementação de unidades habitações, embora não tenha sido executada, as figuras 74 e 75 mostram as alterações propostas. [...] no caso do edifício José Lourenço Costa Aragão (INSS), a aquisição do prédio foi o problema principal da reabilitação, paralisando o processo. A prefeitura não conseguiu realizar a compra do edifício, porque ele pertence ao Fundo Nacional de Habitação. Como é um fundo federal, o município não pôde intervir na edificação. Quando se descobriu que a compra do edifício não seria possível, o projeto arquitetônico de reabilitação do imóvel já havia sido desenvolvido. Para o arquiteto gerente do programa, há duas maneiras de o projeto ser executado. A primeira opção seria a aquisição do imóvel por parte da prefeitura, o que, segundo ele, é menos provável. A outra opção é que a Caixa Econômica Federal executasse os projetos de reabilitação, sem a participação financeira da prefeitura de Vitória. (ARAÚJO, 2012, p.132) Figura 74 - Planta baixa do pavimento térreo do Ed. INSS (sem escala). Projeto de reabilitação 2006.

Fonte: ARAÚJO, 2012.


68

Figura 75 - Planta baixa do pavimento (tipo) do Ed. INSS (sem escala). Projeto de reabilitação 2006.

Fonte: ARAÚJO, 2012.

O Edifício José Lourenço Costa Aragão, foi identificado pela Coordenação de Revitalização Urbana, como de interesse de preservação, assim foi estabelecido a preservação das características arquitetônicas da fachada e a recuperação do que se perdeu no tempo, sendo necessário a limpeza e pintura, recuperação de vãos e adornos e colocação de novas esquadrias (ARAÚJO, 2012). [...] a recuperação dos imóveis de interesse de preservação; a identificação e destinação de imóveis ociosos para novos usos; a reurbanização e requalificação dos espaços públicos; a valorização e potencialização do patrimônio histórico, cultural e paisagístico da cidade; a implantação de novos equipamentos turísticos, culturais e de lazer com ganhos sociais e econômicos para a região. (VITÓRIA, 2014)

Conforme análise da Secretaria de Habitação, o Edifício José Lourenço Costa Aragão é uma edificação adequados à função residencial, por ser resistente ao fogo, com comportamento térmico e acústico adequados. Também não foi observado qualquer sinal de fissuras, trincas, corrosão de armaduras, deformações estruturais que possam comprometer a estrutura, estabilidade ou segurança da edificação (ARAÚJO, 2012).

Diante do exposto anteriormente sobre as opções para aquisição do imóvel em estudo, acredita-se que a compra e a execução do projeto de reabilitação do Edifício José Lourenço Costa Aragão pela Caixa Econômica Federal seja a alternativa mais


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viável, ao considerar uma oportunidade de preservar o patrimônio histórico e cultural da cidade, além de aumentar a densidade habitacional do Centro, que é importante na economia do município e do Estado.

5

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA

5.1

DIRETRIZES DO PROJETO

A ocupação do edifício abandonado é uma forma de minimizar os efeitos nocivos da urbanização desenfreada. Assim a densificação urbana pode ser uma alternativa de solução para o setor. Díaz (2017) afirma que ao projetar cidades compactas, reduz o custo de manutenção, infraestrutura e de serviços. Isso permite que as pessoas utilizem menos tempo para se deslocar pelos diferentes pontos da cidade: “Esta forma de interagir com os espaços públicos permite que os cidadãos façam o uso de bicicleta, caminhem ou tenham acesso ao transporte público” (DÍAZ, 2017). A cerca da densificação urbana: A densidade é um dos mais importantes indicadores e parâmetros de desenho urbano a ser utilizado no processo de planejamento e gestão dos assentamentos humanos. Ela representa o número total da população de uma área urbana especifica, expressa em habitantes por uma unidade de terra ou solo urbano, ou o total de habitações de uma determinada área urbana, expressa em habitações por uma unidade de terra. (ACIOLY;DAVIDSON, 1998 p.16)

Sendo assim, o exercício projetual tem o intuito de contribuir para a densificação urbana, além de valorizar os espaços compartilhados do edifício, através da elaboração de um programa diversificado, elaborado a partir da análise dos estudos de precedentes e da centralidade do tema proposto, a fim de atender as demandas do público de interesse. O projeto foi proposto como um empreendimento privado, com sistema co-living, direcionado para locação a fim de atender um público diversificado que tenha interesse na modalidade de moradias colaborativas intencionais e a experiência de viver em comunidade.

Nesta fase inicial do exercício projetual, foi definido o conceito tendo como ideia mais presente o coletivismo, seguido da integração. Esse direcionamento agiu como um catalizador, no auxílio da personalização e interpretação do programa.


70

Assim buscou-se adaptar a edificação priorizando os espaços compartilhados, como uma forma de promover permeabilidade, uma mistura social e colaboração entre vizinhos.

Por ser um edifício de interesse de preservação, o elevador original e escadas serão preservadas, além das características arquitetônicas da fachada, recuperação de vãos e adornos. Para as divisões internas, foram consideradas as planta desenvolvida pela Secretaria de Habitação da Prefeitura de Vitória (SEHAB/PMV), para o projeto de reabilitação (Figura 74 e 75).

5.2

PROGRAMA DE NECESSIDADES, PRÉ-DIMENSIONAMENTO, FLUXOGRAMA E MATERIALIDADE

Com base nos estudos de precedentes e norteado pelo conceito do projeto, foi desenvolvido um programa de necessidades dividido em áreas públicas e privadas, compatível o público usuário que consiste conforme a figura 76:

Figura 76 - Programa de Necessidades

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


71

A partir do programa de necessidade estabelecido para o funcionamento do coliving, foi desenvolvido o fluxograma (figura 77 e 78) para identificar a proximidade dos espaรงos.

Figura 77 - Fluxograma co-living

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


72

Figura 78 - Fluxograma co-living

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

5.3 ESTUDO PRELIMINAR

O acesso principal do edifício está localizado na Rua General Osório, como no projeto original e foi mantido já existia, aproveitando o espaço da portaria, sendo necessário adicionar uma rampa na porta e uma rampa lateral levando em consideração o nível do edifício, além da adaptação dos banheiros para pessoas com necessidades especiais. Outros acessos para os pedestres foram incluídos no coworking, livraria, café galeria de arte, a fim de promover uma maior permeabilidade dos espaços, com a premissa de integração e funcionalidade. O


73

acesso de serviço foi posicionado na Avenida Getúlio Vargas, juntamente com uma vaga de carga e descarga, pois a edificação não conta com vagas de estacionamento (Figura 79)

Foi necessário a adaptação das calçadas urbanas para calçadas cidadã conforme prevê o Plano Diretor de Vitória (VITÓRIA, 2018). Embora continuem com as mesmas dimensões, devido à falta de afastamento da edificação, o passeio público ainda assim cumpre seu papel, possibilitando o livre trânsito das pessoas, com mobilidade reduzida ou não.

Propôs-se o uso do térreo (Figuras 79 e 80) com visibilidade total dos espaços compartilhado devido a inexistência de barreiras, possibilitando o uso por nãoresidentes através de um coworking público, livraria e um café, com o objetivo de promover uma conexão com a comunidade residente. Devido a localização do edifício, ele ocupa 2 esquinas (Figura 79), acarreta três fachadas, norte, oeste e sul, onde foram posicionados o coworking, livraria e café galeria de arte (Figura 81 e 82). Embora a Coordenação de Revitalização Urbana tenha exigido a preservação da fachada, a localização destes espaços foi pensada para funcionar como elemento de integração, baseado no conceito do projeto. Figura 79 - Planta Baixa Humanizada do Térreo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


74

Figura 80 - Setorização do Térreo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 81 - Café Galeria presente no térreo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


75

Figura 82 - Café Galeria presente no térreo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

No térreo também se encontra a recepção (Figuras 83, 84 e 85) e no setor de serviço, a sala de triagem para que fica próxima a vaga de carga e descarga, onde é feita a seleção do material recebidos que será utilizado no co-living, além dos banheiros de funcionários. Além dos espaços descritos, também está localizado no térreo a área de convivência descoberta, casa de bomba e reservatório inferior, localizados

onde

antes

era

um

espaço

vazio

descoberto.

Conforme

o

dimensionamento do reservatório inferior (Figura 80) foi necessário escavar uma parte da área para que o reservatório ficasse abaixo do nível do térreo. O edifício ainda contará com ar-condicionado de sistema VRF, em que os elementos condensadores serão posicionados na cobertura dos banheiros do térreo.


76

Figura 83 - Recepção.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 84 - Recepção e rampa.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


77

Figura 85 - Recepção.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Para o dimensionamento do reservatório de água, foi utilizado a tabelo de Plínio Tomaz, presente no livro Previsão de Consumo de Água (2000). Assim, foi considerado os seguintes dados: • Apartamento: 200 litros de água para cada pessoa, sendo duas pessoas por dormitório; • Edifício público ou Comercial: 50 per capita (Considerar 1 pessoa para cada 10m² de área construída); • Jardim: 1,5 litros por m²; • Cálculo efetuado para 2 dias de abastecimento. • 40% do reservatório na parte superior do edifício e 60% no térreo.

O resultado obtido foi de 36.188 litros de água. Para suprir o volume de água necessário para os reservatórios, é possível efetuar a seguinte divisão: • Superior: 40% = 14.475,2L = 1 CAIXA D’ÁGUA de 15.000L • Em baixo: 60% = 21.712,8L = 3 CAIXAS D’ÁGUA de 7.000L cada


78

Optou-se por utilizar reservatório de concreto de 37 dm³ (Figura 86) com sistema de impermeabilização, considerando sua eficiência de armazenamento de água em grande quantidade, assim como a sua baixíssima necessidade de manutenções ou reparos. Figura 86 - Reservatório Inferior

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

As portas e janelas do pavimento térreo serão de esquadrias de madeira com vidro transparente e telas solares Thermoscreen da Uniflex (Figura 87), que podem auxiliar no consumo de energia e controle eficiente da incidência solar no interior dos espaços. Para compor o espaço ainda contará para a materialidade o concreto aparente, madeira clara, estofado em tons neutros e vegetação, sem muitos adornos (Figura 88). Figura 87 - Telas Solares Thermoscreen da Uniflex.

Fonte: https://www.uniflex.com.br/produtos/rolo// Acesso: 04 de novembro de 2020.


79

Figura 88 - Materialidade do Térreo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

A disposição dos espaços no pavimento tipo, foi estabelecido para que o layout final possibilitasse o uso eficiente das áreas. A circulação vertical, centralizada do edifício, está de frente para a cozinha colaborativa (Figura 89 e 90). Assim, um grande espaço multiuso central, envolvendo uma cozinha colaborativa funciona como o coração de cada pavimento, proporcionando maior permeabilidade e dinâmica entre os pavimentos e convidando os moradores e usuários a usufruir da troca de experiências e de se relacionar com as pessoas de forma colaborativa. Em cada pavimento tipo se encontram uma lavanderia, banheiros PNE e um depósito localizado no espaço disponível embaixo da escada por andar com layout funcional, sendo duas unidades acessíveis (figuras 91 e 92).


80

Figura 89 - Cozinha colaborativa.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 90 - Cozinha colaborativa.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


81

Figura 91 - Planta Baixa Humanizada do Pavimento Tipo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 92 - Setorização do Pavimento Tipo

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


82

Ao analisar as figuras anteriores, pode ser observado alguns parâmetros norteados pelo sistema co-living que também estão presentes no estudo de precedentes, que proporcionam um melhor funcionamento da modalidade em estudo: • Espaço compartilhado central, enquanto as unidades habitacionais se posicionam em volta; • Cada pavimento possui área compartilhada fazendo com que a distribuição seja mais homogênea, possibilitando o uso para moradores de outros pavimentos; • Unidades habitacionais com áreas reduzidas e itens essenciais, de forma que o usuário possa minimamente suprir suas necessidades em seu espaço individual, mas estimulando o uso dos espaços compartilhados, e assim, aumentar as chances de integração de seus usuários; • Mobiliário que apresenta possibilidades de novos layouts.

Ao ser pensado sobre as unidades habitacionais, inicialmente todas seriam studios com área em torno de 15m², baseado nas unidades habitacionais do The Collective Oak, que possui somente um tipo de apartamento. Mas optou-se por elaborar 6 tipos de unidades habitacionais, por perceber que somente um tipo não atenderia a diversidade do público-alvo, considerando o tamanho ideal das unidades e seu layout funcional, conforme recomendação de Ernst Neufert (2004). Todas as unidades possuem materialidade conforme a figura 93, além de uma infraestrutura minimamente adequada para o usuário suprir suas necessidades diárias em seu espaço individual, enquanto as áreas compartilhadas convidam para uma experiencia colaborativa, despertando um sendo de comunidade.


83

Figura 93 - Materialidade das Unidades Habitacionais.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

O studio 01 conta com área de 30,89m² e possui 1 quarto integrado com copa e banheiro. O mobiliário disponibilizado contém cama casal, mesa com 4 cadeiras, 2 mesas de apoio, guarda-roupa, estante para TV, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários (Figuras 94, 95, 96, 97 e 98).

Figura 94 - Planta Baixa Humanizada do Studio 1.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


84

Figura 95 - Studio 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 96 - Studio 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


85

Figura 97 - Studio 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 98 - Studio 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

O apartamento 02 conta com área de 42,97m² adaptado para pessoa com necessidades especiais (PNE). Possui 1 sala integrada com copa, 1 quarto e 1 banheiro acessível, conforme determinação da NBR 9050 (2004). Na sala e copa, o mobiliário disponibilizado contém estante para TV, sofá de 2 lugares, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários. No quarto possui cama de casal, guarda-roupa e 2 mesas de apoio (Figura 99).


86

Figura 99 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 02 (PNE).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

O studio 03 conta com área de 25,56m² adaptado para pessoa com necessidades especiais (PNE). Possui 1 quarto integrado com copa e banheiro acessível, conforme determinação da NBR 9050 (2004). O mobiliário disponibilizado contém cama casal, 2 mesas de apoio, guarda-roupa, estante para TV, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários (Figura 100). Figura 100 - Planta Baixa Humanizada do Studio (PNE).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


87

O apartamento 04 é a maior unidade do empreendimento com 54,14m², para atender aos clientes mais tradicionais. Possui 1 sala integrada com copa, 2 quartos e 1 banheiro. O mobiliário disponibilizado em cada quarto contém 1 cama de casal, 2 mesas de apoio, guarda-roupa, estante para TV. Na sala e copa, o mobiliário disponibilizado contém estante para TV, sofá de 2 lugares, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários (Figura 101).

Figura 101 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

O apartamento 05 conta com área de área de 39,97m². Possui 1 sala integrada com copa, 1 quarto e banheiro. Na sala e copa, o mobiliário disponibilizado contém estante para TV, sofá de 2 lugares, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários. No quarto possui cama casal, guarda-roupa e 2 mesas de apoio (Figura 102).


88

Figura 102 - Planta Baixa Humanizada do Apartamento 05.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

O studio 06 é a menor unidade do empreendimento, com 19,88m². Possui um quarto integrado com a copa e um banheiro. O mobiliário disponibilizado contém cama casal, 2 mesas de apoio, guarda-roupa, mesa de estudo e refeição, cooktop, geladeira e armários (Figura 103). Essa unidade foi desenvolvida para o público que passa cada vez menos tempo em casa.

Figura 103 - Planta Baixa Humanizada do Studio 06.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


89

Para as portas do pavimento tipo foi escolhido madeira e para as janelas madeira com persiana integrada para proporcionar um maior controle da incidência solar e da privacidade no interior dos apartamentos, sem, entretanto, perder as características originais da fachada. Somente as básculas dos banheiros e escada são de alumínio com vidro. Para compor o espaço ainda contará para a materialidade o concreto aparente, madeira clara, vegetação, sem muitos adornos (Figura 104). Figura 104 - Materialidade do Pavimento Tipo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Devido à natureza das atividades desenvolvidas no pavimento 8 (Figura 105 e 106), o layout foi pensando com a proposta de possibilitar espaços reversíveis, sendo mais reservados ou integrados quando necessário. O pavimento conta com um pequeno cinema para 12 pessoas sentadas nas poltronas, além de uma área no chão para almofadas.

Assim como nos outros pavimentos, a circulação vertical, centralizada do edifício, está de frente para a cozinha gourmet e espaço de festa.

O pavimento ainda conta com 2 depósitos, sendo um depósito de material de limpeza, banheiros mais amplos com unidade PNE, sala administrativa, espaço de estudos, coworking privado (Figuras 107 e 108) e espaço de projeção integrado.


90

Para as portas do pavimento 8 também foi escolhido madeira e para as janelas madeira com persiana integrada. Somente as básculas dos banheiros e escada são de alumínio com vidro. Para compor o espaço ainda contará para a materialidade o concreto aparente, madeira clara, vegetação, estofados em tons neutros, sem muitos adornos (Figura 109). Figura 105 - Planta Baixa Humanizada Pavimento 8.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 106 - Setorização Pavimento 8.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


91

Figura 107 - Coworking privado.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 108 - Coworking privado.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


92

Figura 109 - Materialidade Pavimento 8.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Outras áreas foram pensadas para o uso público. O terraço (Figura 110, 111, 112, 113, 114, 115 e 116) conta com um jardim com horta, deck molhado com espelho d’água e cascata e quiosque café, abrindo esses espaços para um uso mais diversificado de usuários e criando um espaço de permanência e circulação que permite o uso por diferentes públicos e consequentemente, uma maior dinâmica urbana, além de permitir apreciar os visuais do Centro de Vitória e bairros adjacentes. Para compor o espaço ainda contará para a materialidade a madeira clara, vegetação, estofados em tons neutros (Figura 117). Figura 110 - Planta Baixa Humanizada do Terraço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


93

Figura 111 - Setorização do Terraço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 112 - Terraço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


94

Figura 113 - Terraรงo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 114 - Terraรงo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


95

Figura 115 - Terraรงo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Figura 116 - Terraรงo.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


96

Figura 117 - Materialidade Terraço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

As fachadas (Figura 118) foram mantidas originais, preservando as características arquitetônicas, sendo necessário limpeza, pintura na cor original, recuperação de vãos e adornos e colocação de novas esquadrias conforme características as originais. A materialidade nos pavimentos foi escolhida para funcionar como uma extensão da característica das fachadas, com visual equilibrado e sem ruptura na relação dos tons e materiais utilizados. Figura 118 - Fachada Sudoeste.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por se tratar de uma tipologia relativamente recente no Brasil e principalmente pouco explorada, o co-living não apresenta grande literatura na língua portuguesa, assim sendo necessário recorrer a fontes da literatura inglesa.

Diante dessa

realidade e das inúmeras possibilidades de abordagem do tema, esta pesquisa pode contribuir para ampliar a escassa bibliografia existente sobre assunto, assim como identificar estratégias projetuais para esta modalidade de moradia. Assim foi importante toda a fundamentação teórica e estudo de precedentes, que justifica a escolha do tema mostra e a relevância para com o tema.

Diante da diversidade do modo de vida na contemporaneidade, dinâmicas de trabalho, núcleos familiares diversos, se faz necessário debates e reflexões críticas à cerca desta modalidade de moradia, cujo sucesso não está baseado exclusivamente

na

divisão

de

custos,

mas

na

experiência

de

viver

colaborativamente, da troca de experiencias em um só lugar, pessoas com interesses e objetivos comuns. Além disse, que se tenha conhecimento dos aspectos positivos e negativos, além identificação de estratégias que podem ser utilizas para aumentar a integração entre os usuários e o processo projetual para elaboração de um co-living. Isso estabelece que a arquitetura possui meios ainda pouco explorados, que impactam positivamente a vida dos usuários, melhorando os laços sociais e, consequentemente, a qualidade de vida.

A partir das análises decorrentes do estudo de precedente para a tipologia co-living, foi importante observar que o exemplo nacional possui áreas privativas consideravelmente grandes para os parâmetros sugeridos no conceito de moradia colaborativa, enquanto no exemplo internacional, a área é muito reduzida, podendo até mesmo desenvolver sintomas de claustrofobia. Isso demonstra a necessidade de se ampliar uma discursão para com o tema, contribuindo para reduzir incompreensões e que esse tipo de habitação acabe destinada ao insucesso, devido à falta de conhecimento técnico. Dessa forma buscou-se aplicar unidades habitacionais que variam entre 19,88m² e 54,14m² que apresentam mobiliário com prático, funcional, com design e conforto de fácil associação para uma diversidade


98

de públicos em potencial. O layout foi desenvolvido possibilitando a personalização através de objetos pessoais, aumentando assim a sensação de pertencimento.

Deste modo, a ideia de se aprofundar sobre esse assunto demonstra ser uma forte tendência, pois demonstra ser uma modalidade de moradia repleta de oportunidades para investimentos profissionais.


99

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WEBER, Max. Conceitos básicos de Sociologia. 08. ed. São Paulo: Editora Moraes, 1987.


106

ANEXOS


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

QUADRO ESTATÍSTICO COEFICIENTES URBANÍSTICOS ÁREA DO TERRENO ÁREA DO TOTAL CONSTRUÍDA TAXA DE OCUPAÇÃO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO TAXA DE PERMEABILIDADE

342,80m² 2051,77m² 95,68% 5,98m² 5%

N

TERRENO E EDIFICAÇÃO ZONEAMENTO

ZOP-5 2051,77m² 33,595m

ENT INO

2712

29

RUA GENERAL OSÓRIO

DOCAS

114 288

AVENIDA GETÚLIO VARGAS

SID PRE NID A AVE 90

1174

1412

AVENIDA GETÚLIO VARGAS

FLORE NTINO IDENTE

292

AVENID

A PRES

ENT EF

LOR

1180

AVIDOS

734

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

SUPERMERC A

DOS

SÃO JOSÉ 2885

RUA GENERAL OSÓRIO

PLANTA DE SITUAÇÃO ESC 1 : 500

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO ESC 1 : 100

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

NOTAS: 1- AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

798

BANETES

AVI

DO S

CECILIANO MONTEIRO

PRAÇA

N

ÁREA TOTAL ALTURA DA EDIFICAÇÃO

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA DE SITUAÇÃO, PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, QUADRO ESTATÍSTICO E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

01

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

ARMÁRIOS

WC M

A=2,90 m²

A=2,27 m²

RESERVATÓRIO INFERIOR

+33

A=8,60 m²

TRIAGEM A=5,96 m² ACESSO

CASA DE BOMBA

COWORKING PÚBLICO

WC F

ARMÁRIOS

A=2,10 m²

A=2,38 m²

A=2,00 m² 04

A=60,29 m²

03

02

GARAGEM

01

CIRC.

ÁREA DE CONVIVÊNCIA DESCOBERTA

SOBE

A=27,09 m²

+33

A=6,30 m²

A=25,50 m²

PROJEÇÃO DOS PAVIMENTO SUPERIORES

A

A

A=4,34 m²

A=3,18 m²

BANH.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

COZINHA

A=3,00 m²

A=10,21 m²

LOBBY A=12,88 m²

02

03

SOBE

S ENTO SUPERIORE

01

ELEVADOR SOCIAL

04

SOBE

S PAVIMENTO

+105

HALL

PROJEÇÃO DO

A=11,07 m²

SOBE

RAMPA i = 8,33%

+33

CAFÉ / GALERIA DE ARTE

04 03

A=64,07 m²

LIVRARIA

VIM PROJEÇÃO DOS PA

SUPERIORE S

ELEVADOR SERVIÇO

02

PÚBLICA A=20,75 m²

01

+38

SOBE

RAMPA SOBE

i = 8,33%

SOBE

+33

RAMPA

RAMPA

i = 10%

i = 10%

SOBE

PROJEÇÃO DOS PAVIMENTOS SUPERIORES

PROJEÇÃO DOS PAVIMENTOS SUPERIORES

+15

A

B

0

PLANTA BAIXA HUMANIZADA - TÉRREO ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=3,00 m²

ATENDIMENTO

ARMAZ. LIXO

DEPÓSITO A=4,94 m²

BANH.

2 - A RAMPA DE ACESSO ATENDE AS NORMAS DA NBR 9050.

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

3 - PARA SUPRIR A NECESSIDADE DO VOLUME DO RESERVATÓRIO INFERIOR, FOI CONSIDERADO A ALTURA DE 2,53m ONDE ENCONTRA-SE ESCAVADO ABAIXO DO NÍVEL DO TERRENO.

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA HUMANIZADA - TÉRREO E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

02

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

APARTAMENTO 04 A=54,14 m²

STUDIO 01 A=30,89 m²

DEPÓSITO

A

A

BANH.

BANH.

A=3,19 m²

A=3,19 m²

ELEVADOR SERVIÇO

APARTAMENTO 02 (PNE)

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=4,94 m²

APARTAMENTO 05

ELEVADOR SOCIAL

SOBE

A=39,97 m²

A=42,97 m²

+390

STUDIO 06 STUDIO 03 (PNE)

A=19,88 m²

A=25,56 m²

+388

LAVANDERIA A=9,38 m²

COZINHA

A

B

A=27,60 m²

PLANTA BAIXA HUMANIZADA - PAVIMENTO TIPO (6X) ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS. 2 - NOS APARTAMENTOS E STUDIOS OPTOU-SE INFORMAR A ÁREA TOTAL. AS ÁREAS DOS QUARTOS, BANHEIROS E SALAS SERÃO INFORMADAS NAS PLANTAS BAIXAS. 3 - TODAS AS ÁREAS MOLHADAS POSSUEM UM DESNÍVEL DE 2CM COM RELAÇÃO AOS DEMAIS AMBIENTES. 4 - O BANHEIRO DO APARTAMENTO 04 POSSUI VENTILAÇÃO MECÂNICA.

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA HUMANIZADA DO PAVIMENTO TIPO (6X) E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

03

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

BANH. A=3,11 m²

SALA DE PROJEÇÃO A=3,11 m²

BANH. A=3,11 m²

DEPÓSITO DML

DEPÓSITO

A=3,19 m²

A=3,19 m²

A

A=4,94 m²

BANH.

COWORKING

A=3,08 m²

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=30,10 m²

+2488

BANH. a=3,00 m²

CINEMA A=30,10 m²

ELEVADOR SERVIÇO

ELEVADOR SOCIAL

SOBE

CIRC. +2490

a=30,10 m²

ADM A=30,10 m²

ESPAÇO DE ESTUDO

COZINHA GOURMET

FESTA

A=30,10 m²

A=30,10 m²

A

B

A=30,10 m²

PLANTA BAIXA HUMANIZADA PAVIMENTO 8 ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA HUMANIZADA DO PAVIMENTO 8 E OBSERVAÇÕES.

2 - TODAS AS ÁREAS MOLHADAS POSSUEM UM DESNÍVEL DE 2CM COM RELAÇÃO AOS DEMAIS AMBIENTES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

04

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

DECK MOLHADO A=20,71 m²

A

A

HORTA

BANH.

BANH.

A=3,19 m²

A=3,19 m²

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=70,00 m²

+2822

ÁREA DE VIVÊNICIA A=44,25 m²

PROJEÇÃO COBERTURA

+2838

ELEVADOR SERVIÇO

ELEVADOR SOCIAL

DESCE

+2840

+2822

ATENDIMENTO CAFÉ

QUIOSQUE CAFÉ

A=45,44 m²

A=5,03 m²

PROJEÇÃO COBERTURA

ÁREA DE ESTAR

A

B

A=58,18 m²

PLANTA BAIXA HUMANIZADA TERRAÇO ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

NOTAS: 1- AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA HUMANIZADA DO TERRAÇO E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

05

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

2712 773

734

15

176

20

195

15

200

15

524

20 21

25

529 201 196

200

200

P3

02

RES

01

P5

SOBE

P3

418

556

49

ÁREA DE CONVIVÊNCIA DESCOBERTA

03

Po

P3

100

04

VIMENTO SUPERIO PROJEÇÃO DOS PA

120

120

GARAGEM

P1

A=2,38 m²

P1

257

296

ARMÁRIOS

WC F

A=60,29 m²

P4

J2 A=27,09 m²

120

86

A=2,00 m²

329

200

A=2,10 m²

A=5,96 m²

290

378

40

CASA DE BOMBA

TRIAGEM

176

J1

237

138

P1

P2

COWORKING PÚBLICO

A=2,90 m²

467

103

ARMÁRIOS

306

J1

757

P1

122

737

154

WC M A=2,27 m²

J3

15

A=25,50 m² 316

DEPÓSITO A=4,94 m²

BANH.

P1 ATENDIMENTO A=4,34 m²

BANH.

1319

J4

P6 80

04

529

P7

63

293 268

P4

62

184

SOBE

176

CAFÉ / GALERIA DE ARTE

298

A=64,07 m²

RAMPA

SOBE

129

i = 8,33%

45

160

03

134

118

02

SOBE

148

SUPERIORE S

01

335

142

232

327

ELEVADORES

J5

234 234

04 03

LIVRARIA

221

0

SOBE

P3

P9

181

RAMPA i = 8,33%

120

259

SOBE

29

P8

01

333

383

50

02

PÚBLICA A=20,75 m²

333

40

PROJEÇÃO DO

S PAVIMENTO

40

280

260

A=12,88 m²

P10

560 336

P11

J6

J7 SOBE

RAMPA

RAMPA

i = 10%

i = 10%

210

120

207

95

145

51

30

63

J8

J9

J5

PROJEÇÃO DOS PAVIMENTOS SUPERIORES

-18

PROJEÇÃO 2º PAVIMENTO

359

J7 SOBE

160

63

30

48

148

95

197

137

209

20

40 12

160

98

25

165

A

B

2885

PLANTA BAIXA - TÉRREO ESC 1 : 50

TABELA DE ESQUADRIAS

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS. 2 - AS COTAS INTERNAS QUANDO POSSÍVEL, FORAM REPRESENTADAS SOMENTE POR NUMERAÇÃO, PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO DO PROJETO.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

1080

A=10,21 m²

A=3,18 m²

LOBBY P4

264

COZINHA

ARMAZ. LIXO

199

304

A=3,00 m²

P3

A PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=3,00 m²

454

P1

102

122

40

A

P1

COD J1 J2 J3 J4 J5 J6 J7 J8 J9 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 Po

TIPO Janela basculante Janela de correr 2 folhas Janela basculante Janela basculante Janela fixa Janela fixa Janela fixa Janela fixa Janela fixa Porta de abrir Porta de abrir Porta de abrir Porta de abrir 2 folhas Porta de abrir Porta de abrir Porta de correr 2 folhas externa Porta de correr 2 folhas externa Porta de correr 2 folhas externa Porta de abrir 2 folhas Porta de abrir 2 folhas Portão

LARGURA 60 160 60 233 160 207 145 197 209 60 60 80 160 80 60 100 120 160 207 207 350

ALTURA 100 150 100 150 150 150 150 150 150 210 210 210 280 210 210 210 210 210 280 210 300

PARAPEITO 152 110 150 110 110 110 110 110 110 -

MATERIAL Alumínio e Vidro Alumínio e Vidro Alumínio e Vidro Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira Alumínio Madeira Madeira Madeira Madeira Vidro Vidro Madeira Madeira Madeira Alumínio

QTD 2 1 1 1 2 1 2 1 1 7 1 5 3 1 1 1 1 1 1 1 1

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA DO TÉRREO, TABELA DE ESQUADRIAS E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

06

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

2917 20

248

40

40

142

251

15

199

25

734

192

20

348

40

196

40

324

20 12

30

41

12

562 375

J1

QUARTO 01 220 205

BANH.

15

545

J2

513

258

BANH.

362

A=4,70 m²

230

398

36

A=25,29 m²

J1

P3

A=13,18 m²

90

SALA

155

10

76

A=18,30 m²

SOBE

BANH.

46

824

A=5,86 m²

P1

225

SALA APOIO

228

148

104

303

231 25

52

312

SALA

A=9,38 m²

A=13,87 m²

BANH. A=5,30 m²

0

BANH.

346

346

10 190

10

J1

160

15 25

80

160

78

27 12

60

160

J1

70

15 35

160

J4

111

100

J4

18

100

40

J1

57

J1

73

15 22

160

J1

175

70

25

70

191

66

25

J1

10

597

J1

245

31

40

A=4,00 m²

59 20

25

238

38

J1

268

P1

12 27 21

110

234

?

6

LAVANDERIA

A=27,60 m²

40

A=14,16 m²

26

175

249

290

COZINHA

J1

105

15

160

40

20128 37

160

89

41 15 31

160

63

43

107

19 2112

A

B

3074

PLANTA BAIXA - PAVIMENTO TIPO (6X) ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

TABELA DE ESQUADRIAS NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS. 2 - AS COTAS INTERNAS QUANDO POSSÍVEL, FORAM REPRESENTADAS SOMENTE POR NUMERAÇÃO, PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO DO PROJETO.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

182

QUARTO

105

P3

A=13,47 m²

5 R1

101

SALA A=21,03 m²

457

QUARTO

237

354

380

40

170

58

P3

J1

15 29

P1

25

166

P1

183

231

380

30 441

355

98

341

307

P1

150

18

426

205

P1

50

J1

432

115

362

120

15

A=2,99 m²

158

100

SALA

ELEVADORES PRIVATIVOS

31

15

111 15

P1

10

P1

J1

26

P4

119

10 6

A=20,16 m² 178

P1

198

345

95

P1

183

120

1412

a=3,00 m² +70

602

158

a=3,00 m² +70

374

P1

61

BANH.

125

210

BANH.

A

1515 40

95 10

159

BANH.

P1

P1

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

J1

147

70 35 15

DEP. a=4,94 m² +72

508

A=4,28 m²

1174

QUARTO 02

J3

275

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

J3

P1

961

A

J2

270

J2

158

122

SALA

290

159

A=19,77 m²

J1 A=4,57 m²

122

P2 SALA

101

42

725

J1

310

A=13,68 m²

VER TELHADO

160

159

P1

COD J1 J2 J3 J4 P1 P2 P3 P4

TIPO Janela de correr 2 folhas Janela basculante Janela basculante Janela fixa Porta de abrir Porta de abrir Porta de correr externa Porta de abrir

LARGURA 160 60 60 100 80 70 80 60

ALTURA 150 100 100 200 210 210 210 210

PARAPEITO 110 152 150 50 -

MATERIAL Madeira Alumínio e Vidro Alumínio e Vidro Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira

QTD 17 3 2 2 15 1 3 1

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO (6X), TABELA DE ESQUADRIAS E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

07

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

2917 459

15

460

25

926

20

460

15

474

19 12

49

22

1220

476

160

460

J1 270

310

BANH.

460 77

461

101

355

A=3,11 m²

SALA DE PROJEÇÃO P1

A=3,11 m²

15

317 221

119

J1

520

P2

53

150 120

P2

P3 ELEVADOR SOCIAL

222

SOBE

15

114

148

152

106

CIRC. a=30,10 m²

+2490

J1

P4

P2 P5

27 356

P2

40

341

30

340

40

396 776

766

186

ADM

31 44

A=30,10 m²

1057 231

247

25

346

25

190

J1

259

160

120

160

105

12

60

120

160

J2

111

100

J2

18

100

47

J1

110

160

12

20 59 160

J1

J1

70

20 27

J1

J1 297

10

12

68

J1

613

59

12

20

50 R1

J1

119

26

6

267

462

A=30,10 m²

462

A=30,10 m²

J1

ESPAÇO DE ESTUDO

382

COZINHA GOURMET

384

383

FESTA

357

A=30,10 m²

160

158

J1

711

15

70

794

J1

815

97

160

40

2012 45

160

176

160

63

43

107

19 2112

A

B

3074

PLANTA BAIXA - PAVIMENTO 8 ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

TABELA DE ESQUADRIAS

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS. 2 - AS COTAS INTERNAS QUANDO POSSÍVEL, FORAM REPRESENTADAS SOMENTE POR NUMERAÇÃO, PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO DO PROJETO.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

1174

ELEVADOR SERVIÇO

P4

125

P2

P2

1412

426

P2

A=30,10 m²

143

97 30

Pe

a=3,00 m²

200

371

A=30,10 m²

258

150

159

BANH.

CINEMA

COWORKING

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A=3,08 m²

556

A=3,19 m²

A

495

215

A=3,19 m²

BANH.

74

200

607

DEPÓSITO

670 102

A=4,94 m² 200

120

DML

+2488

J1

DEPÓSITO

156

156

558

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A

158

A=3,11 m²

J1

160

159

317

BANH.

COD J1 J2 P1 P2 P3 P4 P5 P5 Pe

TIPO Janela de correr 2 folhas Janela fixa Porta de abrir 2 folhas Porta de abrir Porta de abrir Porta de abrir 2 folhas Porta de correr externa Porta de correr externa Porta embutida

LARGURA 160 100 150 80 60 130 307 307 515

ALTURA 150 200 210 210 210 210 210 210 210

PARAPEITO 110 50 -

MATERIAL Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira Madeira Vidro Vidro Madeira

QTD 16 2 1 7 1 2 1 1 1

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO 8, TABELA DE ESQUADRIAS E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

08

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

2917 816

40

80

25

926

20

949

1912

251

18

21

1218

DECK MOLHADO 735

450

253

A=20,71 m²

841

J1

J1

156

A

J1

J1

156

127

200

A=70,00 m²

889

BANH.

BANH.

A=3,19 m²

A=3,19 m²

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

+2822

80

ÁREA DE VIVÊNICIA

P1

P1

ELEVADOR SERVIÇO

ELEVADOR SOCIAL

DESCE

+2840

PROJEÇÃO COBERTURA

+2822

359

514

A=44,25 m²

1412

PROJEÇÃO COBERTURA

1174

+2838

ATENDIMENTO CAFÉ A=45,44 m²

PROJEÇÃO COBERTURA

218

150

ÁREA DE ESTAR

32

80

48

32

A=58,18 m²

805

32

1399

32

610

196

A

B

3074

PLANTA BAIXA - TERRAÇO ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS. 2 - AS COTAS INTERNAS QUANDO POSSÍVEL, FORAM REPRESENTADAS SOMENTE POR NUMERAÇÃO, PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO DO PROJETO.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A

HORTA

TABELA DE ESQUADRIAS COD J1 P1

TIPO Janela basculante Porta de abrir

LARGURA 60 80

ALTURA 100 210

PARAPEITO 152 -

MATERIAL Alumínio e Vidro Madeira

QTD 4 2

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA CO-LIVING

PLANTA BAIXA DO TERRAÇO, TABELA DE ESQUADRIAS E OBSERVAÇÕES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

09

/ 14


B

N

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

1091 942

15

14

14 14 85 14 14

LAJE IMPERMEABILIZADA

232

232

LAJE IMPERMEABILIZADA

A

14 85 14 14 633

i = 2%

saída de água

260

i = 2%

PERGOLADO DE MADEIRA COM VIDRO

14

577

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

saída de água

486

14

1091

B

A

PLANTA DE COBERTURA ESC 1 : 50

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA

PLANTA BAIXA DA COBERTURA E OBSERVAÇÕES.

10

CO-LIVING

NOTAS: 1 - AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

A

679

293

13

14 92 14 14

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

/ 14


150

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

380

CASA DE MÁQUINA

HORTA +2840

VIVÊNICA +2840 ELEVADOR

ELEVADOR

ELEVADOR

ELEVADOR

TERRAÇO +2840

350

A.

COWORKING +2490

8º PAVIMENTO +2490

APARTAMENTO 04 +2140

7º PAVIMENTO +2140

350

CINEMA +2490

APARTAMENTO 02 PNE +2140 ELEVADOR

350

ELEVADOR

APARTAMENTO 02 PNE +1790

APARTAMENTO 04 +1790 ELEVADOR

6º PAVIMENTO +1790

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

APARTAMENTO 02 PNE +1440

APARTAMENTO 04 +1440 ELEVADOR

5º PAVIMENTO +1440

350

ELEVADOR

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

350

ELEVADOR

APARTAMENTO 02 PNE +1090

APARTAMENTO 04 +1090 ELEVADOR

ELEVADOR

ELEVADOR

4º PAVIMENTO +1090

350

ELEVADOR

APARTAMENTO 02 PNE +740

3º PAVIMENTO +740

350

APARTAMENTO 04 +740

APARTAMENTO 04 +390

APARTAMENTO 02 PNE +390 ELEVADOR

2º PAVIMENTO +390

176

ELEVADOR

COWORKING +33

CAFÉ +33

TÉRREO +20

CORTE A-A ESC 1 : 100

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA

CORTE AA E OBSERVAÇÕES.

11

CO-LIVING

NOTAS: 1- AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


ESTAR +2840

TERRAÇO +2840

350

A.

140

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

8º PAVIMENTO +2490 350

COZINHA GOURMET +2490

7º PAVIMENTO +2140 350

COZINHA +2140

6º PAVIMENTO +1790

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

350 3359

COZINHA +1790

5º PAVIMENTO +1440 350

COZINHA +1440

4º PAVIMENTO +1090 350

COZINHA +1090

3º PAVIMENTO +740 350

COZINHA +740

2º PAVIMENTO +390

A.

370

350

COZINHA +390

DE CONVIVÊNICIA +33

TÉRREO +20

CORTE B-B ESC 1 : 100

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA

CORTE BB E OBSERVAÇÕES.

12

CO-LIVING

NOTAS: 1- AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PINTURA COM TINTA ALLURE SUVINIL COD.: 566236

ESQUADRIAS EM MADEIRA ITAÚBA E VIDRO TRANSPARENTE

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

ESQUADRIAS EM MADEIRA ITAÚBA PINTURA COM TINTA CINZA ESCURO SUVINIL COD.: 454629

VISTA A ESC 1 : 100

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

NOTAS: 1- AS COTAS ESTÃO EM CENTÍMETROS.

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA

VISTA A E OBSERVAÇÕES.

13

CO-LIVING

2 - OPTOU-SE POR APENAS UMA FACHADA, POIS AS OUTRAS SÃO SEMELHANTES.

ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

RENDER 1 - EDIFÍCIO

RENDER 2 - TERRAÇO: ÁREA DE VIVÊNICA

SEM ESCALA

SEM ESCALA

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

RENDER 3 - TERRAÇO: CAFÉ

RENDER 4 - TERRAÇO: CAFÉ

SEM ESCALA

SEM ESCALA

CO-LIVING UNIO ENDEREÇO

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

RENDER 5 - TERRAÇO: HORTA SEM ESCALA

ALUNO / AUTOR DO PROJETO

PROFESSORA ORIENTADORA

WANDERSON LUIS JENIER DA SILVA

SIMONE NEIVA LOURES GONÇALVES

TIPO

CONTEÚDO

PRANCHA

ESTUDO PRELIMINAR, DE UMA MORADIA COLABORATIVA

RENDERS.

14

CO-LIVING ESCALAS

DATA

INDICADAS

DEZEMBRO 2020

/ 14

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION


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