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10 º Aniversário do Agrupamento 1374 Ribeirão no ‘Ministério do Tempo’
O Agrupamento 1374 do Corpo Nacional de Escutas (CNE), de Ribeirão, iniciou no passado dia 14 de abril, as celebrações do seu 10º aniversário, a mesma data em que, em 2013, o agrupamento iniciou formalmente a sua atividade escutista.
No dia 14 de abril, aconteceu um jantar de confraternização de dirigentes e foram ultimados os últimos preparativos das comemorações que duraram vários dias.
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No dia seguinte, 15, bem cedo na sede do agrupamento de escuteiros, em Aldeia Nova, deu-se início ao imaginário - a atividade ‘O Ministério do Tempo’. Foi um dia repleto de atividades, que permitiu percorrer a Vila de Ribeirão em patrulhas mistas, e que levaram as respetivas patrulhas até ao campo escutista, onde pernoitaram em regime de acampamento. Destaque-se ainda o ‘fogo conselho’ e a Vigília de Oração que contou com a presença do assistente do Agrupamento, Monsenhor Manuel Joaquim Fernandes.
No domingo, 16, o sol raiou cedo, com toda a energia para uma ginástica matinal, e um almoço partilhado com os pais e a comunidade da freguesia, em geral.

O ponto alto deste dia foi a celebração da Eucaristia, onde, no decorrer da mesma, cinco lobitos, 15 exploradores, cinco pioneiros, nove caminheiros e uma dirigente fizeram as suas promessas.


Os padrinhos do agrupamento também marcaram presença nesta celebração, sendo ativos em todos os momentos. O
Agrupamento de Escuteiros de Ribeirão deixou um agradecimento a todos eles, assim como a todos os que direta ou indiretamen- te contribuíram,e contribuem, para o seu enriquecimento. “De mãos dadas com a comunidade” é este o desejo do Agrupamen- to, para poder continuar a “marcar a diferença (...) procurando deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos”.
O Agrupamento 1374 do Corpo Nacional de Escutas (CNE), comummente conhecidos como os escuteiros de Ribeirão, celebrou no passado dia 14 de abril, uma década de existência. Neste sentido, o Viver a Nossa Terra conversou com o atual Chefe do Agrupamento, Miguel Pinho, sobre o significado deste marco na história do agrupamento e conhecer as ambições para o futuro.
Viver a Nossa Terra: O que significa fazer-se parte da ‘família’ escutista do Agrupamento 1374?
Miguel Pinho: Significa ‘Sermos Um’, juntos no ideal de Baden Powell! Um dos grandes benefícios de ser escuteiro é a aprendizagem de valores morais, tais como o respeito, honestidade, educação, cordialidade, disciplina e lealdade. Os escuteiros ainda aprendem a praticar boas ações, sendo incentivados a desenvolvê-las diariamente.
VNT: Passados 10 anos, o que é que o escutismo trouxe de benéfico à Vila de Ribeirão?
MP: Uma das missões do escutismo consiste em fazer com que os escuteiros desempenhem um papel construtivo na sociedade/comunidade. Esta educação inclui o desenvolvimento do sentido de cidadania e preocupação com os outros, do sentido de pertença a uma comunidade, fazendo parte da sua história e evolução. Isto implica aprender a viver com outros como um membro ativo da comunidade local, nacional e internacional. O propósito social do escutismo é ajudar a construir um mundo melhor em que cada indivíduo contribui para criar um futuro desenvolvimento da sociedade/comunidade. Baden Powell afirmou: "Tenta e deixa este mundo um pouco melhor do que o encontraste”.
VNT: Quantos membros compõem o Agrupamento 1374?
MP: Atualmente temos um efetivo de 132 elementos dividido da seguinte forma: 28 lobitos (desde os 6 aos 10 anos de idade), 38 Exploradores (desde os 10 aos 14 anos), 20 Pioneiros (desde os 14 aos 18 anos), 18 Caminheiros (desde os 18 aos 23 anos) e 28 Dirigentes.
VNT: Qual a sua dimensão face ao panorama nacional?
MP: Aquando da nossa fundação, e durante alguns anos, fomos o maior agrupamento a nível nacional, não só pela dimensão da nossa Vila, mas também pelo escutismo ser uma novidade na nossa comunidade. Com a pandemia, o escutismo sofreu uma redução dos seus elementos, o que fez com que a maior parte dos agrupamentos diminuíssem o número de efetivos, e com o nosso Agrupamento isso também aconteceu. Atualmente, não temos informação em que posição estamos a nível nacional, mas acreditamos que estaremos nos 10 primeiros.
VNT: A que se deve isso? Ao facto de apenas ter 10 anos ou ao facto de já ter 10 anos?
MP: Deve-se ao trabalho que tem vindo a ser feito, estamos a conseguir passar a Lei e os Princípios do escutismo, e a essência do mesmo às crianças e jovens de Ribeirão, que ao longo destes anos continuam a acreditar, pois o escutismo faz-se, construindo.
VNT: Sendo um movimento dedicado à formação de crianças e jovens fundado por Baden-Powell no início do século XX, na sua opinião, o escutismo continua a motivar as crianças e jovens do século XXI? Acha que souberam adaptar-se às mudanças culturais e sociais ao longo dos anos?

MP: O Método Escutista define-se como um sistema de auto educação progressiva que se desenvolve num ambiente lúdico, participativo e de vida ao ar livre em contacto com a Natureza, alicerçado por um quadro de valores organizado na
Promessa e na Lei do Escuta. A sua importância na formação do futuro cidadão solidariamente ativo é, nos dias de hoje, universalmente reconhecida, pois os jovens aprendem a assumir as suas responsabilidades na condução do seu processo de autoformação, a desenvolver a sua autonomia e a viver em harmonia com a natureza e com a sociedade, assumindo a sua parte na construção de um mundo melhor. O século XXI fez emergir novos problemas e desafios, e é nesta atualidade que emergem os valores absolutos do CNE (Corpo Nacional de Escutas):
“o Escutismo deverá pois, assumir em si uma nova dimensão: estar ao lado dos que mais sofrem «do corpo e do espírito», professando a nossa Fé diariamente em ações concretas e cristãs. O escuteiro, mais do que aquele que não o é, deverá ser mais responsável e comprometido com o todo, aceitando inclusive o desafio de ir mais longe do que os outros cristãos. É ainda fundamental que o Escutismo seja portador de Esperança Cristã, de Caridade e dinamismo, num contexto de crise social. É nossa missão olhar o futuro, não como será, mas como queremos que seja. O que fizermos hoje, será o resultado do que teremos amanhã”.
VNT: Qual é o maior desafio que o Agrupamento, e os próprios escuteiros, enfrentam atualmente e como estão a lidar com isso?
MP: O maior desafio é sem dúvida a adaptação às novas tecnologias, os nossos jovens já não têm tantas experiências sociais, tais como brincar na rua com os amigos ou até mesmo estando nos recreios da escola, são capazes de enviar mensagens estando no mesmo espaço geográfico. É importante estarmos atualizados e adaptarmos o escutismo a esta nova realidade, embora não nos podemos esquecer que a verdadeira essência do escutismo é a vivência na natureza e longe dos focos de distração.
VNT: Como vê o futuro do Agrupamento 1374?
VNT: Há quantos anos é Chefe do Agrupamento de Escuteiros de Ribeirão? Como está a ser essa experiência?
MP: Abracei esta experiência há quatro anos, no ano escutista 2019-2020. Atualmente, estou no meu segundo mandato, sendo estes de 3 anos. Como Chefe de Agrupamento, entendo que tenho uma responsabilidade acrescida, contudo não deixa de ser uma experiência desafiante, enriquecedora e de grande aprendizagem.
Em primeiro lugar, é importante referir que sentimos o Agrupamento 1374 cada vez mais rico, com mais experiência, conhecedores do método escutista, com uma história para contar, uma simbologia e mística. As nossas sementes começam a dar fruto, e a prova disso foi que, este ano, tivemos a primeira escuteira do nosso agrupamento a fazer a sua promessa de dirigente, no passado dia 16 de abril. Neste momento, já temos mais duas candidatas a dirigentes a fazer formação.
VNT: O que escreveria num cartão de visita, se tivesse que entregar a um grupo de jovens, para os motivar a conhecer melhor o movimento escutista?
MP: Queres viver uma experiência diferente, com os teus amigos na natureza, faz uma pausa às tecnologias? Não fiques em casa, a tua série preferida da Netflix pode ficar para mais tarde. Vem ter connosco, não te vais arrepender!