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Gondomarenses lá fora...
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Foi com 22 anos que Claúdio Pereira partiu para destinos internacionais com o intuito de especializar-se na sua área de formação, a música. Oriundo de Fânzeres, reside em Haia, nos Países Baixos. Na entrevista, o Músico deixa um apelo a todos os leitores quanto à valorização de todas as Associações do concelho, tendo em conta a “bagagem cultural e cívica” que elas carregam.
Como é que a música entrou na tua vida?
Sendo os meus pais oriundos das aldeias Vila-Viçosa e Nespereira, na zona de Arouca e Cinfães, cresci vendo e ouvindo a “Jaquina” Banda Marcial de Nespereira durante a Páscoa e as festas de Verão da zona. Sempre ficava fascinado com o que ouvia e encantado ao ver o orgulho que aquelas pessoas tinham ao vestir aquela farda, desde o mais novo ao mais velho. Mas, quando tudo começou realmente foi quando recebi no Natal um trompete pocket, um trompete mais pequenino, e isso mudou tudo. Após aquele presente oferecido pelo o meu Tio “Toninho”, tinha a obrigatoriedade de começar a aprender música. E assim foi. Como sempre morei em Fânzeres e devido à distância de Nespereira, o meu pai procurou uma banda filarmónica mais perto e assim comecei a aprender o solfejo e princípio de teoria musical na Escola da Banda Musical de Gondomar.

Alguma vez imaginaste que poderia ser o teu futuro? E quando é que te apercebeste que, provavelmente, seria a tua vida profissional?
Para aumentar os meus conhecimentos de uma forma mais erudita comecei a estudar no Centro de Cultura Musical, em Sto. Tirso, e ao poucos a Música foi-se mostrando que realmente podia ser um futuro. Mais tarde, ao entrar na Escola Profissional Artística do Vale do Ave (ARTAVE) ficou claro para mim que era o que eu queria e que com estudo e empenho este seria o caminho a seguir.
E, porque é que escolheste o saxofone?
Devido ao presente recebido, comecei pelo trompete, mas não durou muito. Após a tentativa falhada decidi ficar uns tempos só a continuar a aprender solfejo e teoria. Até que um dia havia um saxofone livre na Escola, experimentei e gostei. Um instrumento que conhecia, mas nunca me tinha despertado interesse e agora é o meu mais fiel companheiro.
O que é que te levou a emigrar? E que idade tinhas?
Após um curso de Verão que fiz em Hamburgo, estando já nos anos finais da minha licenciatura na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE), tive a oportunidade de ter sido aceite na Musikhochschule Münster ao abrigo no programa ERASMUS, e assim com 22 anos numa tentativa de abrir portas para o meu futuro e absorver conhecimentos de outras gentes, embarquei na primeira experiência de viver num país diferente.
Soube que já viveste na Alemanha, mais propriamente em Münster e, agora vives em Haia, nos Países Baixos, o que é que originou esta mudança? E, quanto tempo viveste em cada país?
Em Münster, vivi cerca de 7 meses e depois regressei a Portugal para finalizar a minha Licenciatura. Ao acabar o curso, a minha ideia era voltar para Münster para realizar o mestrado, mas a professora de saxofone com quem trabalhava deixou de lecionar lá. Então surgiu a possibilidade de vir para Haia. Já conhecia os Países Baixos porque tinha tido a oportunidade de fazer vários concertos por todo o país quando ainda vivia em Portugal. Mas o fator decisivo foi quando um saxofonista que eu admirava bastante começou a lecionar no Conservatório Real de Haia, fiz as provas de acesso e ganhei um lugar na classe dele.
Como é que vês o mundo da música em Portugal? Sentes que na tua área há oportunidades suficientes?
Em Portugal o respeito à arte é nulo, salvo alguns casos. Na Alemanha e nos Países Baixos a Arte é vista como um bem essencial. É uma pergunta que custa a responder
Foto Ivan Schwartz
porque antes da pandemia as oportunidades justas já eram poucas, com esta pandemia é um cenário que se prevê arrasador. E não falo só na música, mas sim na cultural em geral. A música está interligada com o teatro, com a dança, com a pintura, com a escrita e enquanto forem vistas como “coisas não essenciais”, apesar que esta pandemia provou o contrário, este cenário infelizmente nunca vai mudar.
Faz parte dos teus planos regressar em definitivo a Portugal?
Portugal é a minha casa e sempre será, mas há todo um mundo cheio de oportunidades e há que ir ao encontro delas. Regressar não está no meu plano de vida no momento.
Para terminar, gostarias de deixar alguma mensagem?
Se me permitem prefiro fazer um pequeno apelo aos leitores. Como sabem esta pandemia pode ser o fim de muitas associações culturais sem fins lucrativos como bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, clubes pequenos, etc.. Por favor, apoiem as associações da vossa freguesia, do vosso conselho, porque elas albergam uma bagagem cultural e cívica muito importante que é passada geração após geração e onde muita gente, como eu, aprendeu o valor da partilha, da solidariedade, da camaradagem e da amizade. Não desistamos das nossas gentes. Obrigado. ▪
EDP Distribuição agora é E-REDES
Sociedade Rotários de Gondomar apoiam famílias carenciadas
A EDP Distribuição, empresa que gere a rede de distribuição de eletricidade em Portugal continental, passa a designar-se E-REDES. Esta etapa do processo de separação de imagem entre operadores do mesmo grupo económico no âmbito do setor elétrico, em linha com a Comissão Europeia, foi aprovada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a 11 de agosto de 2020. A Empresa apresentou em outubro do mesmo ano o plano para assegurar a transição para a nova marca, que tem vindo a ser implementado, garantindo que essa mudança será realizada sem impacto de custos para os consumidores. Além da mudança de nome de EDP Distribuição para E-REDES, a nova marca irá contar com um logótipo, que assume um caracter dinâmico em formatos digitais e uma linha gráfica assente nas cores amarelo e preto. Com esta alteração de imagem, que deixa de ter elementos de cor ou design comuns a outras empresas do universo EDP, reforça-se a identificação e a singularidade do operador de redes de distribuição. Nesta alteração, a Empresa, agora E-REDES - Distribuição de Eletricidade SA, mantém o essencial. Assegura a mesma atividade, os mesmos canais de contacto, o mesmo empenho na transição energética e assume o compromisso de continuar a ser uma marca de confiança, próxima dos consumidores, cumprindo as obrigações dos seus contratos de concessões e prestando um serviço público de qualidade, focado no cliente e orientado por uma forte responsabilidade social. ▪ O Rotary Club de Gondomar tem vindo a ajudar as famílias carenciadas de Gondomar, oferecendo “cestas básicas” com diversos produtos. A intenção é proporcionar alguma normalidade no meio de tantas dificuldades. Para os responsáveis o alívio das famílias e o sorriso de uma criança é uma grande satisfação. Já foram distribuídos bens em Jovim, Foz do Sousa e na Escola Secundária de S. Pedro da Cova, para que a ajuda seja encaminhada a quem mais precisa. O intuito é continuar com a iniciativa. Em declarações ao VivaCidade, a Presidente dos Rotários de Gondomar, Madalena Lima declara que “Onde existe um rotário, existe esperança num mundo melhor. O Rotary abre oportunidades. Em sentido figurado, não damos o peixe, mas procuramos ensinar a pescar. Nesta situação de pandemia, para aprender a pescar, é importante que a pessoa não tenha fome. Daí que nós nos preocupemos em doar alimentos.” ▪



Destaque
Nuno Fonseca:

Texto e Fotos: Gabriela Monroy
Neste mês de fevereiro foi a vez do VivaCidade acompanhar o dia de Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto. Durante o dia o autarca revelou investimentos que ambiciona implementar, deu-nos uma perceção do impacto socioeconómico da pandemia nos Rio-tintenses e revelou outros detalhes sobre a gestão da freguesia.
O dia do presidente de Rio Tinto começa, normalmente, por volta das 9h.. Por causa da pandemia, a primeira coisa que faz mal chega à Junta é o controlo da temperatura. Realizado o procedimento de segurança, segue para o seu gabinete, onde todos os dias, enquanto bebe o seu café, aproveita o tempo para responder às redes sociais. “Eu tenho sempre o hábito de ser comedido com as redes sociais fora de horas, mas antes não era. Agora, há uns tempos para cá, tenho controlado muito o meu horário: tenho um momento específico do meu dia para consultá-las”, comenta. Todas as mensagens são lidas e quando são assuntos da Junta o mesmo regista e redireciona as mensagens. “Nós somos uma Junta de Freguesia extremamente tecnológica. Isso é claro e é também muito a imagem do meu trabalho, porque sou eu que faço essa gestão da parte tecnológica da Junta, toda essa proximidade é gerida e se não é gerida é toda idealizada e pensada por mim, inclusivamente o nosso site” – refere –, dado que para o autarca as redes sociais são um importante meio de comunicação, que promove a proximidade com os cidadãos. Após a limpeza das caixas de mensagem, por volta das 10h., segue-se uma reunião técnica, que é realizada todas as segundas feiras e que tem o intuito de planear a agenda para cada semana. Presentes na reunião encontra-se toda a equipa de técnicos superiores, para tomar conhecimento dos assuntos que necessitam de ser resolvidos. Terminada a reunião, Nuno Fonseca leva o VivaCidade pelo edifício da Junta para demonstrar o seu atual funcionamento, principalmente em tempos de pandemia. “Nós temos a Junta a funcionar em pleno. Temos algumas situações pontuais que estão a ser realizadas em teletrabalho, mas no global está tudo a funcionar. Temos é algumas regras de contenção”. No que concerne à secretaria, “tivemos uma altura encerrada, depois abrimos e, agora, neste novo confinamento, cumprimos a legislação: é necessária a marcação presencial”. No entanto, Nuno Fonseca garante que o trabalho manteve-se e que nenhum serviço ficou por fazer, “não houve nada que não fosse feito. Mantivemos sempre o gabinete da ação social a funcionar por telefone, tivemos no terreno uma funcionária que tinha um carro da Junta e levava-o para casa, esta funcionária recebia as indicações do gabinete da ação social, carregava os kits de bens alimentares e distribuía-os. Nunca esteve parada. O pessoal do exterior esteve sempre em piquetes. O que é que nós não fizemos? Não fizemos obras programadas. Agora, o serviço de urgências esteve sempre em funcionamento. Ainda como exemplo, os atestados que a Junta passa – como os de residência, os de pobreza, entre outros –, sempre estiveram a ser feitos e tínhamos um funcionário que todos os dias, às 10h. da manhã, vinha à Junta entregar esses atestados às pessoas. Não houve nenhum trabalho que não fosse realizado”. Para o autarca, enquanto organismo público, “nós temos responsabilidades públicas, não podemos olhar apenas para o que achamos que é o correto, temos que olhar para aquilo que nós achamos que é o melhor para a imagem que damos à população. Acho que no momento em que o país necessita de confinamento, nós mantermos todos os serviços a funcionar seria uma boa imagem para a população? Então o governo diz: toda a gente em teletrabalho obrigatório, toda a gente em casa, recolher obrigatório, proibido sair do concelho, tudo fechado e a Junta continua a funcionar como se nada tivesse acontecido, isso não é um bom sinal para a população, isso é a nossa principal responsabilidade”. Atualmente, o autarca explica que graças à informatização e dinâmica da Junta, o cidadão pode aceder à agenda de marcações disponível no balcão virtual e marcar o horário mais conveniente. “Sentimos também a necessidade de implementar o MBway, apesar de já termos as referências de multibanco. Agora este método implementado permite em muitas situações que a pessoa faça o pedido de documentos à distância e realize logo o pagamento e, assim, nós temos a certeza que o mesmo foi realizado ou não”. Ainda sobre o tema da pandemia, Nuno Fonseca diz que “esta Junta não é igual às outras, ponto. E quando digo isto, não quero de forma alguma desvalorizar as outras, mas trazer responsabilidade para nós, porque temos meios à nossa responsabilidade, quer humanos, quer materiais e quer financeiros, que as outras freguesias não têm. Eu também sou coordenador distrital da Associação Nacional de Freguesias e costumo dizer muitas vezes à nossa equipa que temos a responsabilidade de abrir caminho para outras. Por exemplo, saiu uma norma para fechar os cemitérios. No dia ou no dia seguinte, recebo telefonemas de todos os meus colegas aqui à volta e ligam-me para saber o que nós vamos fazer. Não é para receber ordens: é para saber o que é que Rio Tinto faz. Rio Tinto tem visibilidade e, consequentemente, temos outras responsabilidades”. Antes do almoço, o autarca revela que a pandemia já custou aos cofres da junta aproximadamente 78 mil euros em despesas diretas, “se estivermos a falar de despesas indiretas, estamos a falar por exemplo que os apoios alimentares que fazíamos duplicou em relação ao ano passado”. Como a Universidade Sénior esteve encerrada, fez a Junta perder 25 mil euros: “ela está fechada, mas há gastos com os funcionários e com as contas”. E, quanto a despesas COVID-19, no ano transato foram gastos 53 mil euros. Destes gastos, tivemos que fazer uma boa gestão do dinheiro e tivemos de saber equilibrar bem as contas e definir prioridades”. De momento, o autarca explica que o principal objetivo é colmatar a necessidade de alimentação das famílias de Rio Tinto: “seria muito mau se eu confundisse as prioridades. No dia em que eu achar que tapar um buraco é mais importante do que dar de comer a alguém, ou a uma família, estamos com um problema. Em Rio Tinto ninguém vai passar fome”. O presidente revela que com o início da pandemia os pedi-
dos de ajuda duplicaram e continuam a aumentar. Esclarece que “a média dos últimos cinco anos, a nível de apoio alimentar de kits, é de 215. Só em 2020, foram 403”. O relógio aponta para as 13h., hora em que o autarca sai para almoçar. De volta às 14h., Nuno Fonseca prepara-se para sair a fim de visitar as preparações para a abertura dos cemitérios. Mas, primeiro e como habitual, troca de roupa e coloca uma de trabalho: “para eu ter moral de chegar ao pé de um funcionário e dizer que ele não está devidamente fardado ou que os sapatos não são aqueles, eu não posso ir a uma obra com os sapatos que não são adequados. Essas questões aqui são sempre muito levadas à letra”. Saímos juntamente com o engenheiro Mário Fernandes e, no cemitério, Nuno Fonseca delega o trabalho à equipa presente no local. Saídos do cemitério, passamos no armazém da Junta, onde Nuno Fonseca teve de tratar de alguns pendentes. Ali, apresentou-nos Rio e Ria, os amigos de quatro patas que a equipa da Junta resgatou e adotou. Depois, partimos em direção à Quinta das Freiras, que está a ser alvo de intervenções devido à queda de uma árvore na linha do metro: “ao todo e de imediato, serão abatidas 18 árvores, o que é uma quantidade muito grande. Iremos repor, depois, muitas mais. Eu já assumi que por cada uma abatida nós plantamos três e é isso que temos feito”. De volta à Junta, o relógio aponta para as 17h.. O autarca revela-nos que desde que tomou posse em 2013, “já houve muito dinheiro investido na freguesia. Foram cerca de 50 milhões de euros, juntando investimento camarário e da Junta”. De momento, quanto a obras camarárias encontram-se algumas em execução: “começaram agora as obras de remodelação das piscinas de Rio Tinto, vão começar as obras no Bairro Social de Carreiros, temos a Avenida Nordeste que entra um pouco na zona de Baguim, mas a maior parte é em Rio Tinto. Temos um investimento enorme no complexo desportivo do Sport de Rio Tinto: mais de um milhão de euros. O Centro Cultural está a ser alvo de intervenções na parte exterior, porque estava com grandes problemas. A Câmara ouve-nos. Agora, responde a tudo? Não responde, porque se eles respondessem a todos os pedidos que eu faço, eles estariam a investir todo o orçamento camarário em Rio Tinto. E eu não considero verdadeiro aquele comentário que «tudo é para Rio Tinto». Aliás, se isso for verdade, que me provem: mostrem-me os valores. Por exemplo, ainda agora fala-se muito do Parque Urbano de Rio Tinto: mostrem quanto é que custou o de Rio Tinto e quanto é que vai custar o de São Cosme e o de Fânzeres. Mostrem-me. E com o preço desses, quantos é que eu fazia em Rio Tinto igual ao nosso. Mas eu gosto mais de ficar com os louros daquilo que eu realmente fiz: eu sinto cada coisa no seu lugar.” Para Nuno Fonseca, o melhor trabalho que realizou em Rio Tinto, enquanto autarca, “foi um silencioso, na criação de identidade. Passou pela mudança de imagem, pela criação da marca «Rio Tinto somos todos nós», pela mudança do logotipo ligado à lenda, que faz agora 1100 anos. Criei um investimento na quantidade de atividades que é desenvolvida em Rio Tinto. Temos investimento forte em alguns eventos realizados na freguesia. Quando cheguei a esta Junta, o São Bento era uma coisa que estava a morrer. Entretanto, nos últimos anos, é uma coisa brutal. Contamos com investimento da Câmara, porque também não havia outra opção. Quando nós começamos não havia este investimento Camarário: o que a Junta investe hoje no S. Bento, comparativamente ao que a Junta investiu em 2012, é 15 vezes mais. A Universidade Sénior é um projeto fantástico. Quanto à Quinta das Freiras, as pessoas olham e percebem que é um espaço de qualidade, um espaço com wi-fi. As pessoas podem até marcar através da app do telemóvel o dia que querem jogar ténis e, depois do jogo, podem ir tomar banho. Não há outro sítio em Gondomar que isto seja possível e isto são os pormenores de qualidade da nossa freguesia, entre muitos outros projetos como o do circo. Ou seja, 3500 crianças vão ao circo e doam alimentos ou brinquedos para outras famílias da freguesia, porque Rio Tinto somos todos nós, ninguém fica de fora e passamos ao mesmo tempo uma responsabilidade social aos nossos meninos. Eles é que dão o presente ao Pai Natal que será, posteriormente, distribuído para as famílias mais carenciadas”. Remata que “há muita coisa que nós não conseguimos fazer por várias razões. Eu queria sair de Rio Tinto com um museu, nem que fosse virtual, porque Rio Tinto tem história, nós temos uma diversidade de pessoas de qualidade em várias áreas”. Paralelamente ao Museu, Nuno Fonseca ambiciona ainda uma sala de espetáculos instalado na sua freguesia, com capacidade para 200 pessoas: “é a maior lacuna cultural que nós temos”. E revela, ainda, a intenção de iniciar o estudo para a construção de um crematório em Rio Tinto, para dar resposta a uma necessidade da freguesia e do concelho. O relógio aponta para as 18h. e surge a pergunta sobre o futuro. Nuno Fonseca comunica, quanto a uma possível recandidatura: “Sim, tenho a intenção de recandidatar-me. Ainda não é uma decisão tomada mas, em princípio, acho que sim, claro. O trabalho ainda não está acabado”. ▪

Destaque

> Nuno Fonseca a despachar correspondência

Sociedade
Dia dos namorados em pandemia no comércio local
Para muitos empresários, o dia dos namorados é um dos melhores dias de venda do ano. No entanto, 2021 trouxe o fator da pandemia e do confinamento. Fomos descobrir como decorreu o dia 14 de fevereiro para o comércio local.
Estivemos à conversa com Frederico Abreu, proprietário da Gomomania, que se situa na Avenida 25 de abril, em São Cosme. Que começou por adiantar que com a pandemia, o seu setor foi muito afetado, “a nível de receitas está a ser muito difícil, estamos com uma quebra enorme de faturação, na ordem dos 80%”. O empresário explica que, como não há eventos, tudo está mais parado e por consequência não há receita. Na tentativa de equilibrar as contas Frederico teve de virar-se para o online, “em confinamento a nossa faturação é quase zero. Quando não há confinamento obrigatório a faturação normaliza. Grande parte do nosso negócio, agora, é nas entregas. Cerca de 90 % do que nós faturamos é com entregas online”. No que diz respeito ao dia dos namorados, “normalmente, em termos de faturação é dos melhores dias que temos. No entanto, este ano comparado com os anteriores tem uma diferença muito grande, nem é possível comparar. Fizemos um esforço muito grande para realizar o máximo de entregas, tentamos publicitar, foi positivo porque conseguimos que as pessoas chegassem até nós através das redes sociais e da nossa página”. Para o empresário, comparado aos outros dias de pandemia, foi positivo, mas comparado ao dia dos namorados do ano passado, sem pandemia, a empresa sentiu uma quebra de faturação na ordem dos 95%. Na perspetiva de Paulo Teixeira, proprietário do Horto da Circunvalação, situado na Estrada Interior da Circunvalação no Porto, “enquanto empresário, estou muito preocupado com toda a situação pandémica e por consequência com a economia do País, que infelizmente levará ao desemprego milhares de pessoas e ao encerramento de várias empresas. Penso que seria necessário abrir a economia o mais rápido possível para atenuar mais desemprego e falências. Cada cidadão terá de fazer a sua parte, parte essa que já todos sabemos, criando assim as condições para abertura de todo o comércio, não invalidando que todos temos de ser responsáveis”. No entanto, o empresário explica que no seu setor “não houve grandes medidas para além do encerramento às 13 horas aos fins de semana”. Quanto há quebra de faturação o empresário pensa “que serão poucas as áreas de atividade que não sofreram com esta pandemia. Registamos uma quebra na faturação nas avenças de contrato com os nossos clientes, principalmente nas áreas de comércio, hotéis e restauração, tendo sido estas as que mais estão a sofrer com esta pandemia. Como consequência, também nos afetou a faturação em virtude do volume de negócios que esta empresa tem com estes parceiros. No domínio das avenças, ou seja, manutenção de jardins e plantas de interior houve uma quebra significativa com o encerramento de alguma atividade que já referi anteriormente. Esta empesa tem várias atividades como a construção de jardins e decorações de interiores e essa área teve um crescimento no ano 2020 o que ajudou a superar a quebra de faturação. Comparando com os anos anteriores em virtude do aumento de obras o ano de 2020 podemos afirmar que foi positivo”. Quanto ao dia dos namorados, em plena pandemia, “manteve-se o habitual dos anos anteriores”. Na opinião de Carlos Cortegoso, proprietário do Motel Avenue, situado em Valongo, “com certeza, a atual pandemia criou uma crise sem precedentes em todos os âmbitos, mas sem dúvida que uma das que mais está a sentir é a hotelaria. Na minha opinião, a atual fase de aplicação das vacinas deverá ser um alívio para a economia em geral, uma vez que não só aliviará em grande medida as restrições impostas pelos governos, como também trará confiança e credibilidade aos consumidores em geral. No que diz respeito às medidas para o nosso sector, considero-as muito poucas e as poucas que existem baseiamse em créditos ou contribuições participadas pelas empresas, o que dificulta muito a manutenção de uma empresa que tem quebras de vendas superiores a 80%, como já aconteceu em muitas empresas do nosso sector”. Quanto à faturação “tivemos uma quebra de vendas muito alta, a volta de 60%. Contudo foi muito mais agravada durante os períodos de confinamento do que nos períodos de relaxamento das medidas. Sem dúvida que, a confiança das pessoas está baixa, no entanto as medidas de segurança e proteção estão a ser garantidas nas nossas instalações”. Quanto ao dia dos namorados, Carlos refere que é o melhor dia do ano em termos de faturação, no entanto, em comparação com outros anos “notamos muita diferença na demanda de quartos, nada comparado com anos anteriores quando as filas enchiam o nosso check-in”. Apesar disso o empresário revela que como seguiram uma estratégia diferente à concorrência, “tivemos uma afluência muito boa e podemos concluir que conseguimos salvar o dia em termos de ocupação”. ▪


> Gomomania Bombons

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Sociedade
Sável e Lampreia com pouca procura
Em época de pesca do Sável e da Lampreia, fomos falar com os pescadores que pescam na Ribeira do Abade, para saber como decorreu o último ano de pandemia.
Pescador Fernando Silva- Valbom
A última temporada de pesca estava a correr normalmente, só que veio a pandemia e tudo acabou. Nós temos noção do prejuízo que tivemos. Nós nem temos direito aos apoios, porque foi nos dito que é necessário fazermos não sei quantas marés e nós para fazermos aquelas marés tínhamos de fazer aqueles quatro meses, trinta dias seguidos. E não podemos trabalhar esses dias seguidos de janeiro a abril, isso é que era bom! Isto está cada vez pior. E não há entidades que se preocupem minimamente com o que se passa aqui, especialmente neste rio. Desde março do ano passado que não pescamos nada e já vamos a meio de fevereiro e ainda nem começamos a pescar. Nós não podemos pescar aqui, mas lá em cima na barragem pescam. Eles lá em cima continuam a andar “tranquilinhos” a fazer as pescarias deles, sendo que é uma zona proibida. Depois há outra questão que é a quantidade de sável na ribeira. Aqui é como achar uma agulha num palheiro. Lá em cima na barragem, aparece com mais abundância. Não há controlo. Aqui chegamos a abril e arrumamos as coisas, entretanto lá em cima continua-se a pescar. Era necessário que alguma entidade desse mais atenção a esta zona dos rios e dos pescadores, porque depois vem a APDL e coloca boias em tudo o que é sitio e depois como trabalhamos com redes de deriva, temos que ir acompanhando a rede, mas quando vamos ver, descuidámo-nos e a rede fica presa na boia. Automaticamente, o nosso dia fica estragado, perdido. Está tudo muito bom para o turismo e nós é que ficamos de parte. Em Gondomar, esta prática não é valorizada.
Pescador Silvestre Soares- Valbom
Nós nunca tivemos nada aqui. Uma pessoa vai trabalhar e se ganhar ganhou, se não ganhar não ganha. E com a pandemia isto piorou. Estamos completamente esquecidos. Esquecidos e abandonados. No ano passado ainda ganhamos em fevereiro, no entanto este ano com o rio cheio a água corre muito e não podemos pescar. Se uma pessoa vivesse disto, morria de fome. Antes da barragem, havia muitos mais peixes. Agora, a barragem funciona como uma parede e os peixes não conseguem desovar, porque antes de chegar lá eles apanham tudo. No ano passado, apanhamos apenas oito sáveis, no ano anterior a esse apanhamos onze. Antigamente, há 50 anos eram lançadas redes de cerco, cada lanço 500, 600, 700, de cada vez E tudo sacava. Tínhamos pelo menos 30, 40, 50, 60 barcos. E hoje tem 3 barcos a contar com o meu. Isto vai chegar a um ponto em que vai acabar.
Pescador José Soares-Valbom
Comparando 2019 e 2020. Em janeiro de 2019, apareceu mais sável. Este ano, que eu saiba, por aqui, ainda não sei se alguém apanhou algum. Na barragem também não sei, mas já ouvi dizer que apareceram lá dois ou três. Em relação ao ano passado nem uma terça parte, eu já tinha apanhado uns três ou quatro e lá em cima também tinham aparecido alguns. Acredito que esta diminuição se deve ao facto de não estarem a deixar o peixe desovar junto à barragem. Mas também a tendência, pelo que vejo é de haver cada vez menos. Antigamente, cada rede conseguia arrastar para a terra 300 a 400 sáveis. Depois da barragem do Carrapatelo, a coisa começou sempre a mingar e pelo que vejo continuará até quase a extinção do sável. Mas acredito mais que isto vá acabar pelas entidades. Eles exigem muita coisa aos pescadores e nós não ganhamos para ter esse dinheiro para pagar as suas licenças, e ter tudo em condições como eles querem. Agora também estamos proibidos de pescar porque, não sei se é a APDL, se é a capitania, se quem é. São entidades que podem, que mandam. Disseram-me que já abriu a navegação no rio Douro. Mas até ontem só havia navegação no rio Douro desde a entrada da Barra até a ponte da Arrábida. Agora disseram-me que já abriu aqui também, não sei se é verdade se é mentira. Depois, há aqui outro problema, os restaurantes estão fechados e não ficam com o pescado.

Pescador e comerciante Nuno Cristóvão- Valbom
O ano de 2019 até foi um ano razoável. As vendas estavam-me a correr bem, porque o comércio em geral estava aberto, a restauração estava aberta. Depois apareceu o confinamento. Foi um ano de prejuízo atrás de prejuízo, nós não ganhamos para o que gastamos, para as licenças, para os seguros. Nós somos o parente pobre dos pescadores. Os pescadores do rio Douro, principalmente os que não têm licenças de mar, porque a maior parte dos pescadores daqui só têm licença para pescar no rio. Os pescadores que só pescam no rio Douro são os pescadores pobres do país, porque temos pouco espaço para pescar, temos poucas artes que podemos trabalhar, a barragem faz descargas que nós não sabemos porquê a qualquer hora, sem avisos, tudo isso é contra os pescadores que só vivem do rio. Tirando o problema das barragens é o problema da navegação, por causa do turismo meteram aí as bóias, nós não temos quase onde pescar. Só em certos pontos do rio é que podemos pescar legalmente, porque se entrarmos meia dúzia de metros no canal a GNR ou a Polícia Marítima, que já são mais que os pescadores, são mais Polícias Marítimas e mais GNRs que se calhar pescadores, e estão constantemente a autuar toda a gente. Isto é tudo para o turismo. Vocês estão a ver este espaço aqui, isto foi criado para os pescadores, tanto que se chama Praça dos Pescadores. Isto há cem anos atrás, os poveiros vinham aqui descarregar o peixe. Entretanto havia uma comunidade que vivia aqui que foi viver para os bairros da câmara, e fizeram este espaço aqui para os pescadores. Vocês se virem, está ali um contador, este espaço aqui devia ser só de apoio aos pescadores, aquele contador é o que está a fornecer água para aquela obra ali, que pelos vistos nem legal está. Para além disso nós precisávamos de ter acesso à água e à luz, agora é uma empresa qualquer que está aí a tomar conta disto, não nos deixam usar a água e a luz. Ali em cima foi colocado um meco a pedido dos pescadores para não entrar toda a gente para aqui, estamos há três ou quatro meses para receber os comandos para conseguirmos descer. Nós aqui não temos voz activa. A Câmara Municipal de Gondomar nunca nos apoiou em nada. O Festival do Sável e da Lampreia é feito para meia dúzia de amigos, nunca na vida foi nenhum pescador tido nem achado para o assunto. A Câmara nunca fez, nem nunca tentou promover os pontos de pesca de Gondomar. A Direção Geral das Pescas ficou de nos dar um subsídio por causa da Covid aos pescadores, mas como nós não atingimos as 120 marés não o podemos receber. Assim, não há ajudas, não há muita procura e ainda nem conseguimos pescar. ▪
Sociedade
Campanha “Apanhe o Presente, proteja o Ambiente”
A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova lançou uma campanha de sensibilização que tem o objetivo de tornar as suas freguesias mais limpas. Esta medida complementa outras já implementadas, como a colocação de infraestruturas adequadas à deposição dos dejetos e as placas de sensibilização nos jardins. Assim, no ato de registar ou licenciar o seu animal de estimação, a Junta irá oferecer ao cidadão um dispensador de sacos. O intuito é sensibilizar os donos a recolher da rua os dejetos do seu animal, minimizando os riscos de propagação de vírus e parasitas que possam colocar em causa a saúde pública. Para o executivo desta União, a colaboração de todos neste requesito é imprescindível. ▪
Madalena de Lima, Advogada com larga experiência em Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, abriu novo escritório em Rio Tinto.


> Pantera Leão e o seu dispensador
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CONFIANÇCONFIANÇA A - ÉTICA - LEALDADE
ESCRITÓRIOS 1: Travessa da Ferraria, 9 – Venda Nova – 4435-468 Rio Tinto 222 434 035 2: Rua Dr. Pedro Dias, 45 – Paranhos – 4200-441 Porto 220 932 196 3: Largo do Campo Lindo, 13 – Paranhos – 4200-142 Porto 220 171 364
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Sociedade
O VivaCidade esteve à conversa com a associação, Juventude da Portelinha Clube Desportivo. Presente na entrevista esteve o Presidente Manuel Sousa, o vice-Presidente António Silva, o Presidente do Conselho Fiscal, António Calisto e o treinador da equipa de futebol Márcio Ramos.
Podemos começar pela história desta Associação, como é que tudo começou?
Manuel Sousa: Desde 1983 até à data de hoje estive sempre presente em todos os eventos da coletividade. Havia aqui um café em frente, que se chamava o Café Danúbio, em que o pessoal se reunia todos os dias. Ao fim-de-semana fazia-se sempre uma partida de futebol. Chegou a uma certa altura que decidimos arranjar uma direção para formar uma associação. Jogamos sempre aqui dentro do concelho de Gondomar e depois passado algum tempo começamos a jogar fora do concelho. Na nossa história ganhamos alguns troféus. Nestas saídas que tínhamos, muitas das vezes, íamos para Guimarães, Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Amarante, Vigo, Gaia, Penafiel. Fazíamos alguns torneios, íamos várias vezes para a Nazaré, onde fazíamos excursões com dois autocarros com jogadores e simpatizantes, que era uma das coisas que mais gostávamos, para além da vivência entre a direção e os jogadores, como é óbvio.
Qual foi o troféu mais importante para a vossa Associação, aquele que vocês levam com mais carinho?
MS: Para mim um que tem muito significado, independentemente de termos ganho vários títulos, foi o de Espanha. A taça era toda feita em cristal. Para mim é o mais relevante no sentido de onde foi. No ano de 1999, aceitaram a nossa participação na liga em Gaia. Era uma liga diferente no sentido de ser mais competitiva, mas foi um bom campeonato. Nesse mesmo campeonato, chegamos a ganhar uma taça de amizade, que era uma taça disputada nessa altura com as equipas mais bem classificadas. Andamos nesse campeonato, até o ano 2010. Foi quando o concelho de Gondomar criou a liga de futebol de Gondomar. Uma vez que criou essa liga em Gondomar, quisemos participar no campeonato. Entretanto neste campeonato, chegamos a ganhar um campeonato em Valbom, foi contra os Dragões Valboenses. Ganhamos um campeonato, chegamos a ganhar uma taça 2014-2015 e ganhamos outra taça em 2015-2016, além disso ganhamos mais troféus. Em 2017-2018, optamos por alcançar outros patamares, o INATEL. Aí o campeonato era ainda mais competitivo. Logo na nossa primeira época fomos campeões.
O que é que vos distingue? Qual é a vossa particularidade que os outros clubes não têm?
MS: Uma das coisas é a organização, é algo que realmente nos destaca e que nos faz estar um bocadinho acima das outras coletividades. A união, também, todos juntos trabalhamos no mesmo sentido com amor, carinho, só assim é que conseguimos alcançar êxitos. E a nossa equipa técnica é fantástica, responsável e exigente.
Como é que vocês estão neste momento, porque as outras ligas de futebol estão paradas, já algumas que já estão a treinar, qual a vossa perspetiva.
MS: Nós até fizemos a inscrição no INATEL para que possamos entrar novamente e jogar, mas por causa da situação da pandemia automaticamente foi cancelado. Em princípio, não vai haver campeonato, mesmo as outras modalidades da associação, parece mesmo que está quase tudo congelado. Vamos ver na próxima época se realmente as coisas melhoram.
Quanto às perspetivas futuras, o que é que vocês têm em mente, o que é que vocês têm como objetivos?
MS: Nós, desde sempre tivemos um objetivo. Ter a nossa sede. Já tentamos pedir na Câmara, já tentamos pedir na Junta, mas não nos é concedido, era uma mais valia, porque podíamos gerar receita, bastava ter um bar. As ajudas são poucos, podiam ser melhores por pare da Câmara, ainda para mais nesta situação. Neste momento, estamos neste espaço que foi cortesia do António Calisto.

Caso alguma pessoa queira integrar o vosso clube, a vossa associação, têm algum requisito? Como é que funcionam, se quiserem treinar com vocês, por exemplo?
Marco Ramos: Nesse aspeto nós valorizamos muito a parte humana, coisa que não é fácil de detetar à primeira vista, mas valorizamos muito essa parte. Se ele for um atleta que até saiba jogar futebol melhor que os outros, mas que seja uma pessoa que queira criar problemas, nós tentamos afastar o mais depressa possível. Preferimos ter um atleta que seja, humilde, educado, do que ter um bom jogador.
Vocês acreditam que as ajudas em Gondomar estão muito centralizadas? Sentem isso como associação?
MR: Nós somos uma associação pequena, mas somos organizados, comparecemos sempre que somos solicitados, qualquer reunião camarária ou da junta de freguesia, ajudamos em eventos, volto a frisar que há aqui clubes de Gondomar que já existem há mais anos que nós, noutros níveis, que se calhar não são tão conhecidos. Nós já fomos representar o concelho de Gondomar a nível nacional uma meia dúzia de vezes e deixamos bem representado o nome. E acho que eles deviam de olhar mais um bocadinho para esse amadorismo, porque as pessoas dão o corpo ao manifesto, não são remuneradas, como é óbvio, pelo contrário, eu sou treinador da Juventude da Portelinha e pago para isso. Pago para o ser. Então a única ajuda que a Câmara nos dá, e mesmo assim há uma dificuldade enorme é ceder-nos o espaço para treinar, que é ali o complexo desportivo de Valbom. Mas é uma luta muito grande que nós temos de ter para isso. Somos sempre atendidos como uns coitadinhos. Quase que temos de mendigar para obtermos esse espaço, para praticar desporto, que não é para mais nada, nós só queremos é praticar desporto. A câmara atribui-nos um subsídio anual e desse subsídio dá-nos um terço e alega que o restante é para pagar o uso do complexo desportivo, ou melhor, os outros dois terços eles alegam que é para pagar o espaço que nós usufruímos para treinar, coisa que está mal. Todos nós somos contribuintes no concelho de Gondomar. Quer dizer, nós estamos a pagar uma coisa que já está paga. E quando nós só usufruímos aquilo duas vezes por semana. ▪

Cultura
Apresentação das Iniciativas culturais de Fânzeres e São Pedro da Cova
A União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova anunciou no dia 17 de fevereiro os cartazes das cinco iniciativas culturais da autarquia- o 6º concurso de Curtas Metragens de Fânzeres e São Pedro da Cova; o 30º Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres; o Conta-me um Conto; as Quadras Populares ao São Pedro; e a 3.ª Bienal de Arte da Vila de Fânzeres - Fotografia - Património.
O primeiro concurso apresentado foi o de Curtas Metragens. Esta iniciativa pretende motivar o desenvolvimento da capacidade de realizar um projeto audiovisual. No regulamento do concurso está estipulado que o tema do projeto é aberto à criatividade e podem participar todos os cidadãos nacionais e estrangeiros, de forma individual ou em grupo, profissionais ou amadores. São considerados critérios de avaliação “a qualidade da mensagem, a originalidade, a criatividade, a narrativa, o argumento, a componente técnica e estética da Curta de Metragem”. Na apresentação os responsáveis do executivo destacaram a forte adesão à iniciativa que tem vindo a sentir com o decorrer das edições. A intenção dos responsáveis é estimular a criação amadora da sétima arte. Os vencedores do Concurso de Curtas Metragens estão habilitados a ganhar um prémio no valor de 200 euros para o primeiro lugar, 150 euros para o que ficar qualificado em segundo lugar e 100 euros ao terceiro lugar. Serão atribuídos 100 euros ao melhor projeto realizado por um residente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. O concurso tem tido alcance internacional com curtas recebidas do Reino Unido, França, Alemanha, Espanha e até mesmo dos Estados Unidos da América. Os trabalhos terão de ser entregues até ao dia 30 de junho. Esta iniciativa conta com o apoio Rui Castro Team - Especialistas Imobiliários RE/Max. A segunda iniciativa apresentada foi a 30ª edição do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres. A iniciativa pretende promover novos talentos de poesia a nível nacional. O concurso possibilita ao vencedor a “Publicação de um livro da obra premiada e o valor monetário de 500 euros, considerando-se assim pagos os direitos de autor. Esta edição terá uma tiragem de 200 exemplares”. As entregas dos trabalhos devem ser realizadas até ao dia 28 de maio e a decisão do júri será publica no site da Junta de Freguesia, no dia 30 de julho de 2021. O conteúdo da obra é aberto à criatividade do participante. Este Concurso tem o apoio de Elefante Editora. Em comemoração do 30º aniversário, a Junta de Freguesia irá lançar uma Antologia do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres. O terceiro concurso apresentado foi a 7ª edição do Conta-me um Conto. No regulamento consta que “este prémio pretende promover e consolidar hábitos de leitura e de escrita criativa, entre os mais jovens”. A iniciativa destina-se a todos os alunos do 1º,2º e 3ºCiclo do Ensino Básico e Secundário. O aluno que ganhar o primeiro prémio receberá um vale de 100 euros em material escolar, o participante que ficar no segundo lugar

> Pedro Barbosa e Pedro Vieira na apresentação das iniciativas culturais da União de Freguesias
receberá um vale de 75 euros e o terceiro qualificado ganhará um vale de 50 euros em material escolar. A entrega dos trabalhos é até ao dia 7 de maio e as obras apresentadas têm de ser obrigatoriamente originais. É proibido a realização de plágio parcial ou total de qualquer outra obra, caso aconteça, o concorrente é desqualificado. Esta iniciativa conta com o apoio da papelaria Cavada Nova. O quarto cartaz apresentado corresponde à iniciativa da 38ª edição do Concurso das Quadras Populares. Segundo os responsáveis, este concurso pretende “distinguir, pela sua qualidade, as melhores quadras populares alusivas aos festejos de São Pedro”. Cada participante tem a possibilidade de enviar cinco quadras, “As quadras poderão ser de qualquer género, dando-se primazia às que acusem maior perfeição de forma”. O executivo encontrase satisfeito pelo facto de que este concurso tem vindo a sentir um aumento de inscrições de pessoas do concelho de Gondomar, como de outras regiões do país. Com o objetivo de preservar esta tradição cultural a União de freguesias lançou, junto dos mais jovens, a categoria sub-18. Os prémios serão entregues durante as festas do padroeiro, São Pedro e São Paulo, no Auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova. A qualificação dos trabalhos será realizada através de um jurí. As quadras têm de incluir, obrigatoriamente, os temas habituais de manjericos, balões, rusgas, orvalhadas, marchas, fogueiras, entre outros. Os trabalhos têm de ser entregues até ao dia 28 de maio. O quinto cartaz apresentado é a 3.ª Bienal de Arte da Vila de Fânzeres - Fotografia – Património. A Junta de Freguesias de Fânzeres, em parceria com a ARGO, Associação Artística de Gondomar, decidiram promover mais uma bienal de Arte. Este ano, o concurso será de fotografia, cujo tema é o património. Os trabalhos devem ser enviados até ao dia 25 de junho. Esta Bienal conta ainda com o apoio da GlobalTrade. Segundo o Presidente Pedro Vieira, estes concursos pretendem valorizar “o nosso património, a nossa cultura, as nossas tradições e a nossa identidade”. O mesmo aproveitou o momento para constatar que de ano para ano o número de participantes, tanto a nível nacional como internacional, têm vindo a aumentar. O importante para os organizadores é continuar a investir na cultura que contribui para o desenvolvimento do Homem intelectual. Os regulamentos de todos os concursos estão disponíveis no site da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. ▪

Cultura
30 Anos de Poesia da Vila de Fânzeres
Criado em 1990, o concurso do Prémio Nacional de Poesia celebrou 30 anos. E, com o intuito de comemorar esta data importante, a União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova criou uma Antologia do Prémio Nacional de Poesia. Devido à pandemia, a apresentação pública do livro será realizada via online, no próximo dia 27 de fevereiro, pelas 11 horas, a partir da Biblioteca de Fânzeres e contará com a presença do editor Nunes Carneiro, da Elefante Editores. Foram vários os participantes apaixonados pela arte da poesia, que ao longo destas três décadas, partilharam as suas prosas com a população. Para o executivo da União de Fânzeres e São Pedro da Cova é importante promover e investir na cultura, porque é um dos seus “pilares” e destaca a importância que este prêmio tem para as freguesias. Atualmente, este concurso já ultrapassou as fronteiras de Gondomar. ▪

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Cultura
Os Moonshade são uma banda que tem vindo a atrair a atenção do público do mundo do metal. Atualmente, possuem dois elementos gondomarenses Ricardo Pereira (vocalista) e Nuno Barbosa (baixista). A ambição dos elementos é o de pisar todos os grandes palcos dos maiores festivais de música deste género e o VivaCidade foi saber mais sobre estes amantes da música metal.
Como é que a música surgiu nas vossas vidas? E, quando é que perceberam que poderia ser o vosso futuro?
Ricardo: Se não estou em erro, a minha paixão pela música surgiu aos onze anos, precisamente quando, no meio de uma sessão de zapping nascida do mais puro aborrecimento, me deparei com videoclip do single Feuer Frei, dos Rammstein. A energia pura, a estética e a atitude da banda eram algo completamente hipnótico para mim, e fiquei absolutamente siderado ao descobrir que havia uma completa galáxia de artistas dentro daqueles moldes. Entretanto, os meus pais, que sempre me apoiaram em absolutamente tudo e a quem devo tudo o que sou, fizeram questão de me oferecer o álbum correspondente, ironicamente chamado de Mutter. Como era uma criança pacífica, franzina e demasiado inocente para a idade que tinha, com imensas tendências “nerd” como adorar videojogos e livros de fantasia, era essencialmente um alvo para os putos mimados do Colégio Paulo VI descarregarem as frustrações da infelicidade resultante do excesso de mimo material e completa falta de atenção concedidos pelos seus papás ricos. A música pesada ajudou-me a superar isso ao longo dos anos, ajudou-me a crescer, e tornou-se também um guia que me deu a autoconfiança necessária não só para defender-me, mas também para encontrar-me. Para ser justo, irei referir que tive uns quantos professores excelentes que me inspiraram imenso, nunca me faltou nada a nível de condições, e alguns amigos de lá ainda conservo até aos dias de hoje. No entanto, mais para o fim do meu desenvolvimento pessoal, comecei a sentir-me um pouco sufocado pela ambiência conformista e conservadora, onde globalmente não havia grande espaço para culturas alternativas. Nuno: Surgiu quando tinha quinze anos e um amigo me emprestou uma cassete com o álbum Piece Of Mind dos Iron Maiden. A partir desse dia surgiu uma imensa vontade de aprender a tocar guitarra, de formar uma banda e fazer música. Desde esse dia nunca mais a música saiu da minha vida. Primeiro foram uns anos de guitarra e depois a paixão assolapada pelo baixo, até aos dias de hoje. Quando temos vinte anos achamos que podemos pegar numa guitarra e conquistar o mundo com uma banda. Depois deparamo-nos com a dureza da realidade e todos os entraves que isso acarreta e o sonho vai-se desvanecendo tornando-se apenas num objetivo de poder tocar música todos os dias, seja com quem for, seja onde for, desde que nos faça sentir bem. A música é passado, presente e futuro, e faremos isto para sempre, seja em que nível de grandeza for.
Explique-nos, de forma sintética, como e quando surgiu o projeto dos Moonshade?
Ricardo: Foi uma ideia do nosso guitarrista Pedro e do Cristiano Brito, o nosso primeiro baterista. Naquela altura sentiam-se bastante influenciados por uma vertente de metal extremo que surgiu no norte da europa, o chamado death metal melódico. Decidiram formar um projeto onde pudessem extravasar esses ímpetos criativos, e assim surgiu Moonshade, no ano de 2010. Entretanto arranjaram membros para completar a formação original, e eu fui um deles.

A banda é o vosso full-time job? Ou necessitam de ter um emprego extra para colmatar as vossas despesas?
Ricardo: Algo entre as duas coisas. A banda é uma paixão nossa, mas todos temos carreiras que acabam por ser muito mais do que simplesmente um sustento. Eu estou no meu segundo ano de doutoramento na área da biologia na universidade do Porto, o nosso guitarrista Pedro é engenheiro informático, o nosso baixista Nuno trabalha em serviço de apoio ao cliente/backoffice, e os nossos dois membros mais recentes, o Luís (guitarrista) e o Maia (baterista), estão neste momento a terminar os seus respetivos mestrados na área da engenharia física, também na universidade do Porto.
Sendo que a vossa banda é de metal, sentem que em Portugal há preconceito com este género de música?
Ricardo: Sem dúvida. Porém, se não houvesse algum preconceito, provavelmente não estaríamos a fazer bem o nosso trabalho. O metal é um género musical com uma vertente contra-cultura fortíssima, e uma aceitação total perante o grande público significaria que deixamos, coletivamente, de carregar nos botões que no fundo estão na génese desse preconceito. Nem todas as bandas têm de enveredar por essa abordagem, e quanto mais diversidade melhor, mas precisamente por isso é que defendo que o género em si ficaria mais pobre se perdêssemos por completo o valor de choque. Infelizmente o preconceito vem agarrado a isso, mas faz parte e lida-se com isso com a atitude correspondente a quem compõe música como a nossa. Convém também referir que o preconceito é a palavra de ordem em Portugal, sendo que até já temos fascistas, simpatizantes de nazis e defensores do Estado Novo no parlamento. Este país de pedintes ainda sonha com impérios porque, infelizmente, a servilidade económica que a crise económica despoletou, aliada à mentalidade escravocrata que ainda está profundamente enraizada no nosso ADN, induz muitas fantasias saudosistas com um passado que nunca realmente existiu. Nem sequer tenho grande lata para me queixar, porque o preconceito contra fãs e músicos de metal é um grão de areia perante o titã do racismo institucionalizado, do sexismo e da homofobia.
> Na foto: Fernando Maia, Nuno Barbosa, Luís Dias, Pedro Quelhas e Ricardo Pereira
Já atuaram no estrangeiro? Se sim quais? E, preferem atuar em Portugal ou em território internacional, sentem diferença no público?
Ricardo: Tivemos o prazer de sair em digressão por Espanha e pelos Países Baixos. O público presente aparentou ser igualmente enérgico e apaixonado, e por duas vezes ocorreram protestos devido a eu optar por dirigir-me ao público em inglês em vez de português - lição aprendida! No entanto, o público português conhece-nos melhor e nós a eles, logo é sempre um momento mais íntimo.
Até hoje, qual foi o momento mais marcante da vossa carreira?
Ricardo: Para mim foram dois! O primeiro foi quando atuamos no Vagos Open Air 2015 com Amorphis, uma das minhas bandas favoritas, e o recinto estava praticamente cheio durante o nosso concerto. E o outro foi quando demos o nosso primeiro concerto, no concurso de bandas aqui em Gondomar, e foi a primeira vez que pisei um palco enquanto vocalista, perante um largo do Souto cheio de gente cuja esmagadora maioria nunca tinha ouvido death metal nem nada que se parecesse. Pisamos aquele palco com a fome de leões, demos tudo o que tínhamos dentro das capacidades que tínhamos na altura, e felizmente não nos atiraram com nada. Inclusive ouvia-se algumas palmas!
Quanto ao COVID-19, o meio artístico foi e é um dos mais afetados, como é que tem sido para vocês viver esta fase e estar tanto tempo longe dos palcos?
Ricardo: Essencialmente, dedicamos esta enorme paragem a compor um novo álbum, que por sua vez estará pronto a incendiar os palcos quando este pesadelo terminar. Convém salientar que não somos “profissionais” desta arte, no sentido em que não vivemos dela - digamos que é um hobby com uma abordagem intensamente perfeccionista. No entanto, os profissionais da área que dependem unicamente da mesma para o seu rendimento mensal – músicos, técnicos, promotores, etc. – foram seriamente prejudicados a nível financeiro, com todas as sequelas de saúde física e mental que isso acarreta. A eles, eu gostaria de estender a minha solidariedade, enviar uma mensagem de força, e também repudiar publicamente a falta de apoio governamental aos trabalhadores deste sector durante a pandemia. Sei que o dinheiro é escasso e que a prioridade neste momento é a saúde e a vida, mas convém não esquecer que sem arte não há muito pelo que viver.
Para o futuro vocês já têm alguma coisa agendada?
Ricardo: Se o COVID-19 permitir, neste momento temos dois concertos agendados, no dia 22 de julho no festival Laurus Nobilis em Famalicão, e a 27 de agosto no festival Milagre Metaleiro, em Viseu. Estamos também a compor um novo álbum que é, sem dúvida, um enorme passo em frente na nossa capacidade conceptual e de composição, com uma temática baseada em temas atuais e fraturantes, ao invés do habitual onde criamos uma realidade própria para transmitir uma mensagem. Irá sair ainda este ano, e aconselhamos aos interessados que fiquem atentos às nossas redes sociais. Não vou entrar em clichezóides abjectos como “vem aí bomba”, mas posso dizer se forem fãs de metal e não gostarem, não sei que vos faça.
Como é que as pessoas podem acompanhar e apoiar o vosso trabalho?
Ricardo: A nossa música está disponível em todas as grandes plataformas online de streaming e venda, inclusive o Spotify, e estamos também no Instagram, no Facebook, no Instagram, no Youtube e no Twitter. A quem ler esta entrevista, sintase cordialmente convidado a investigar um pouco mais sobre o universo dos Moonshade. E, como não podia deixar de ser, um sincero obrigado ao VivaCidade pelo convite para esta entrevista! ▪
Cultura
Residente em Gondomar, Aline lançou um livro para os mais novos intitulado “Milagres e Parábolas de Jesus” recriado em versus. A escritora tem publicado seis livros e participou em 17 Antologias Poéticas. Para Aline a poesia é o que lhe dá mais “prazer” e o seu público alvo são os mais novos. “Sempre me identifiquei muito com crianças, para além de ser avó, fiz durante 12 anos voluntariado na Maternidade Júlio Dinis, na pediatria, o que me deu uma aproximação muito grande a este público infantil”. Como esteve ligada à igreja, onde foi catequista na Paróquia de S. Romão do Coronado, o seu livro aborda um lado mais religioso. Aline revela que as pessoas podem esperar deste livro uma demonstração da “importância dos valores morais, que cada vez estão mais escassos nas nossas crianças. Neste livro elas têm a possibilidade de, na folha da moral, realizar a sua própria interpretação do que, cada um entendeu da mesma, ficando registada no seu próprio livro, para mais tarde recordar e, quem sabe passar a mensagem aos seus filhos”. Sobre o livro, Aline deixa um agradecimento especial “ao Camilo Faria, da Paróquia de S. Romão do Coronado, pois foi ele que me deu toda a força e sempre elogiou os meus livros, pela leitura simples, de fácil acesso à compreensão das minhas crianças”. Para os interessados, o livro pode ser adquirido por mensagem privada na página da escritora, por email ou através do número 937379278 e, encontra-se à venda nas livrarias do país. ▪


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Especialidades:


Bacalhau à casa;
Francesinhas a Forno a Lenha; Assados em Forno a Lenha; Bife 1000 Folhas;
- Diárias de Segunda a Sábado - Serviço de Take Away - Esmerado Serviço à Lista - Parque Privativo
Rua da Igreja, 315. 4510-582 Fânzeres E-mail: rest.igreja@gmail.com Tel: 926665728 - 224899109
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Hospital Fernando Pessoa
Há vida para além da Covid 19!
– Contributo da Medicina Física e de Reabilitação – Hospital Fernando Pessoa, Gondomar
Se, no dia 23 de novembro, eu soubesse que aquele seria o nosso último abraço, provavelmente, nunca mais o teria largado... Este é um sentimento que, infelizmente, é comum a muitas famílias em Portugal e no mundo. Desde março de 2020, aquando do primeiro Estado de Emergência Nacional decretado em Portugal, temos vivido num constante turbilhão de informação e de emoções; com medo do presente, a constante ansiedade de não sabermos o que nos reserva o dia de amanhã e a profunda tristeza de perdermos alguém que amamos. Foi no dia 11 de março de 2020 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o alerta mundial para uma pandemia que crescia sorrateiramente e de forma imparável. A COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), causada pelo SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), foi reportada à OMS no dia 31 de dezembro de 2019. Desde janeiro de 2020 – um problema que nos parecia muito longínquo, estava “apenas” no outro lado do planeta – tem sido notícia de abertura dos telejornais, tema dominante de conversa e uma fonte imensa de sofrimento. Direta ou indiretamente, já todos fomos afetados por esta pandemia. Há mais de um ano que vivemos no epicentro de um terramoto, à mercê das consequências das suas réplicas. Perante este sentimento de fragilidade, não podemos deixar de acreditar e de lutar. Como em todas as histórias há sempre um lado positivo, uma luz de esperança e de crença na Humanidade e no Humanismo. A sociedade solidarizou-se! As famílias uniram-se na separação, os pais e os filhos aprenderam que confinar significava amar e sentiram, como nunca, a necessidade de acarinhar e de proteger os seus avós. A política, a economia e a ciência colocaram o valor da VIDA em primeiro lugar: o bem supremo que tem de ser preservado! Desde o início, o Hospital Fernando Pessoa manteve-se fiel aos seus princípios e esteve presente para apoiar a sua comunidade: Prestar cuidados de saúde, diferenciados e humanizados, garantindo as melhores práticas e a mais eficiente utilização dos recursos disponíveis. Assegurou a manutenção dos seus serviços, assim como, a disponibilidade dos seus profissionais de saúde para prestar os melhores cuidados possíveis a todos os que procurassem auxílio. Por outro lado, mediante protocolos estabelecidos com os hospitais públicos, o Hospital Fernando Pessoa recebeu e cuidou de várias dezenas de doentes COVID e NÃO-COVID. Após tantos meses de incerteza, acreditamos que este é o momento de virar a página, de projetarmos o futuro em sintonia com o presente, alicerçados nas lições de um passado recente: A Consulta Multidisciplinar PÓS-COVID O Hospital Fernando Pessoa pretende agregar a comunidade pessoana num projeto inspirador e ambicioso, que visa cuidar e reabilitar todos os utentes que tenham sido afetados pelo novo coronavírus. Sob o lema Nova et Nove (fazer diferente, para fazer melhor), ambicionámos consolidar e divulgar os nossos valores fundamentais: a humanização, a inovação e a qualidade nos serviços prestados. Para tal, estamos a organizar uma Consulta Multidisciplinar PÓS-COVID, onde iremos privilegiar uma abordagem multidimensional e pluridisciplinar, que permita avaliar e tratar a pessoa, e não apenas o sintoma. De acordo com os relatos mais recentes, destacam-se como principais queixas, as seguintes: - Cansaço (fadiga) com profundo impacto na atividade (vida diária, instrumental, lazer e desporto) e na participação (familiar, social, laboral). - Sensação de falta de ar (dispneia) e tosse persistente. - Dor/sensação de aperto no peito, oscilação dos batimentos cardíacos. - Alterações cognitivas: memória, concentração, raciocínio, capacidade de tomar de decisões, etc. - Modificações emocionais e comportamentais: variações bruscas do humor; sentimentos de ira, revolta, tristeza, desesperança; isolamento e afastamento social, absentismo laboral. - Perturbação do padrão de sono: insónia, agitação, pesadelos recorrentes. - Dores de cabeça (cefaleias), dores musculares e articulares, outras alterações sensitivas dolorosas ou não dolorosas. - Alterações da visão, audição, olfato, paladar, da deglutição e da fonação. - Modificações da coordenação, do equilíbrio e da marcha. - Diminuição da tolerância ao esforço. - Alteração do controlo urinário e/ou intestinal. Em resumo, todas estas manifestações têm o potencial de interferir na qualidade de vida, na participação e no desempenho das nossas atividades diárias. Nesta consulta multidisciplinar, a Medicina Física e de Reabilitação (MFR) surge como uma das especialidades médicas que apresenta a capacidade de dar um contributo válido na avaliação e orientação dos nossos utentes, assim como, a competência necessária para acompanhar todas as fases do seu processo de reabilitação. Mediante as especificidades de cada caso, a Consulta Multidisciplinar PÓS-COVID do Hospital Fernando Pessoa disponibiliza várias especialidades médicas (Medicina Física e de Reabilitação, Medicina Interna, Cardiologia, Pneumologia, Neurologia, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Urologia...), para uma avaliação abrangente e especializada, o que permitirá a definição de um plano de acompanhamento e de tratamento individualizado e efetivo. Contamos também com uma equipa multidisciplinar de Medicina Física e de Reabilitação dedicada, competente e diferenciada de Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e de Terapeutas da Fala, assim como, a possibilidade de acompanhamento por Neuropsicologia, Enfermagem, Nutrição e Serviço Social. Todos os elementos que compõem esta equipa são imprescindíveis para a concretização e o sucesso deste projeto. Estas são as linhas gerais de uma Consulta que privilegia o trabalho em equipa para alcançar objetivos comuns: Cuidar e Reabilitar os nossos doentes, melhorar a sua Qualidade de Vida, e promover a sua Atividade e Participação em todos os contextos (familiar, social, laboral, lúdico-recreativo).
In memoriam dos que partiram cedo demais.
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa)
Cultura
Associação Internacional das Cidades Educadoras destaca projeto Músicos D’Ouro

Os Músicos D’Ouro é um projeto municipal que iniciou no final de novembro de 2014. Recentemente o programa foi destacado pela Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE). A informação chegou ao Município pelo Secretariado da Associação Internacional que informou que o projeto tinha sido distinguido no banco de experiências da Organização Internacional.
Segundo Cristina Silva, gestora do projeto, os dois principais objetivos do programa passam por “trabalhar a competência sócio emocional do saber estar dos mais novos e dar a possibilidade de jovens com menor recurso financeiro terem acesso a uma prática artística inclusiva”. Como referido, o programa está direcionado para os mais novos, com idades compreendidas entre os 9 e os 18 anos. No entanto, Cristina constata que “Onde estamos mais globalizados é entre o 9 e os 15 anos”. Os 120 alunos que integram este programa são acompanhados por professores devidamente qualificados e ligados à música. A equipa composta por 10 elementos trabalha diariamente o lado artístico destes menores. Para Cristina este grupo de profissionais “Que esta no terreno, é um grupo de músicos jovens que estão motivados para a missão do projeto que é capacitar e trazer aos mais novos outras realidades que muitos deles não têm disponível no seu dia a dia, quer seja no seu sistema familiar, social e ou geográfico”. A principal premissa para estes profissionais é: “Nós podemos fazer a diferença na vida e no bem-estar de cada um destes meninos e pretendemos que eles se sintam felizes em estar connosco. O indivíduo é muito importante para nós, porque embora eles estejam inseridos numa orquestra, que é um coletivo, todos são importantes para que esta orquestra continue a funcionar. Cada um tem o seu lugar, a sua voz…a soma de tudo o que nós somos é o que se apresenta ali, cada um deles é importante”. “Embora eles estejam inseridos numa orquestra, que é um coletivo, todos são importantes para que a orquestra esteja a funcionar. Cada um tem o seu lugar, a sua voz…a soma de tudo o que nós somos é o que se apresenta ali, cada um deles importante” Segundo Luís Filipe Araújo, Vereador responsável pelo pelouro da Cultura, inicialmente o projeto começou em São Pedro da Cova e, “Hoje já abrange outras escolas do concelho”. Cristina complementa a ideia referindo que, atualmente, os estabelecimentos de ensino onde este programa atua são: “o Agrupamento de escolas de São Pedro da Cova, o Agrupamento nº1 de Gondomar, a Escola Básica Marques Leitão e o Agrupamento de Escolas de Rio Tinto”. A gestora confessa que quando a equipa recebeu a notícia ficaram todos “Surpreendidos e felizes”. É nessa linha que Cristina constata que este projeto só foi possível graças ao “conjunto de sinergias e de vontade” diária de todos os envolvidos. O vereador sublinha a ideia de não ter “Dúvida que este projeto é um dinheiro muito bem empregue. Aqui não há desperdício. Este projeto é para manter e para crescer”. Para Luís Filipe os resultados do projeto são notórios “Nós demos de conta de mudanças significativas na vida destas crianças. Sentimos que elas estão com uma autoestima mais elevada e sentimos uma melhoria significativa nas notas dos menores nas outras disciplinas da escola”. O responsável pela Cultura revela que a ideia final do projeto “era de termos uma orquestra municipal com estes miúdos, só que para nós chegarmos a esse ponto, necessitamos que eles adquiram uma série de conhecimentos e de práticas musicais que demora o seu tempo. Mas a ideia do projeto é essa”. A Associação Internacional das Cidades Educadoras foi fundada em 1994. A AICE é uma organização, sem fins lucrativos, composta por uma estrutura permanente de colaboração entre governos locais que se comprometem a regerse pelos princípios inscritos na Carta das Cidades Educadoras. Princípios esses que primam por projetos e atividades que visam melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. ▪

Gonçalo Lixa
Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão
Leishmaniose
Difícil de pronunciar, e ainda mais de a compreender (mesmo para alguns profissionais de saúde), mas a estranheza do nome é proporcional à importância e relevância desta doença em Portugal! A Leishmaniose é uma doença zoonótica, o que significa que pode afetar e desencadear doença em animais de várias espécies diferentes (como o cão, o gato e o Homem, entre outros). Em gatos, e também em pessoas, dada a particularidade do sistema imunitário destes (imunidade mediada por células muito eficiente), é mais difícil (mas não impossível) que se desenvolve doença clínica, mesmo havendo infeção. É causada por um parasita (protozoário) do género Leishmania, tendo como hospedeiro intermediário um mosquito (flebótomo). Isto significa que, para o animal ficar infetado, isto ocorre através da picada do mosquito. Sem picada, animal protegido! Quais principais sinais clínicos num cão com leishmaniose? Os sinais clínicos, maioritariamente, das tentativas do corpo em proteger-se da presença do parasita. Uma vez que o parasita surge inicialmente na pele, mas pode depois migrar para qualquer parte do corpo, os sinais clínicos podem aparecer em qualquer órgão no animal (principalmente lesões de pele, lesões renais/ hepáticas, emagrecimento, aumenta dos gânglios linfáticos, etc..). Existe tratamento para esta doença? A leishmaniose é, ao dia de hoje, uma doença que conseguimos controlar (com medicação específica), mas cuja cura completa (na grande maioria dos casos) é impossível. Ainda assim, e com o tratamento adequado (normalmente crónico), uma boa parte dos animais podem atingir a chamada “remissão clínica”, conseguindo viver uma vida feliz, e praticamente normal. Como fazer para que o meu cão não apanhe leishmaniose? Todos os animais (principalmente entre Março e Outubro) devem aplicar, se possível, para além do desparasitante externo para pulgas e carraças, algum produto que permita a repelência do mosquito flebótomo (pipeta ou coleira), inibindo a picada deste. No caso de animais que vivam ou se desloquem para zonas de altíssimo risco (como o Gerês, Bragança, e toda a zona a Sul de Lisboa – incluindo Algarve), é aconselhável a vacinação contra a leishmaniose e/ou utilização de produtos estimuladores do sistema imunitário, indicados para esta doença. De referir que o uso da vacina é muito positivo mas, por si só, não é suficiente prevenir que o animal fique doente com leishmaniose. Mensagem a levar para casa: com a vinda da Primavera há que desparasitar, mas sem esquecer nunca a repelência contra o mosquito.
Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@ gmail.com.
Posto de Vigia
Manuel Teixeira
Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
COVID NÃO RIMA COM PROPAGANDA
1 – Qualquer cidadão medianamente esclarecido sabe que os governos de António Costa de tudo conseguem fazer autênticos espetáculos de propaganda política. Sente-se nas veias destes governantes, sob a batuta do Primeiro Ministro, uma capacidade especial para converter os limões em refrescantes limonadas, ou a flor do trovisco num apetitoso chá calmante. Já foi assim nas tragédias dos incêndios, e a receita transitou para a gestão da pandemia. É certo que o irritante otimismo de António Costa sofreu um enorme abalo quando Portugal passou a ser considerado o pior país do mundo no combate à covid 19. Ainda assim, a chegada das vacinas foi rapidamente explorada até aos limites para criar e vender ilusões. Só que, haveria de aparecer um tal Francisco Ramos, a quem foi entregue o comando da task force do plano de vacinação, a entornar o vinho sobre a toalha das ilusões. 2 – António Costa sentiu-se por um instante entre a espada e a parede, quando começou a constatar que por todo o lado surgiam sobras de vacinas distribuídas a amigos e sortudos como caramelos de leite e mel. Era preciso salvar a honra, e nada melhor do que um militar para impor a ordem na task. A partir daqui a orquestra da propaganda voltou à vacinação, para animar quartéis de bombeiros, esquadras policiais, lares de idosos, centros de saúde, etc. Todos os dias há ministros a dar espetáculo. O que hoje afirmam com toda a convicção, amanhã é desmentido pelos factos. Aqui anunciam novas medidas de apoio, acolá apregoam planos de recuperação, e mais além juram que tudo roda sob esferas. Mas milhares de crianças confinadas não recebem os prometidos computadores, milhares de desempregados desesperam sem apoios, centenas de empresas agonizam de portas fechadas… 3 – No seio do governo os ministros em competição e discórdia deixaram cair as máscaras. Mas ai de quem levante um dedo crítico aos figurantes principais. Logo o som dos bombos e das cornetas da propaganda sobem o tom, e tudo abafam para que o povoléu não se aperceba da desordem que jorra em muitos departamentos governamentais. Se alguém grita que o rei vai nu, de pronto alguém lhe estende o manto dourado para lhe tapar as vergonhas! Em conclusão: a pandemia não justifica tudo. A vida política tem regras e princípios éticos que não podem ser atropelados. É cada vez mais claro que, controlada que seja a doença, o país vai enfrentar uma gravíssima crise social, económica e financeira. Crise que, aliás, já está entre nós, e que o governo tem tentado manter anestesiada. Mas a ponta do icebergue já se vê entre as ondas deste mar encapelado. Preparemo-nos para o pior, porque o futuro será negro.
Consultório Jurídico
Boa Noite Em Janeiro ainda antes do novo confinamento, fui jantar a um restaurante com a minha esposa. Como entrada colocaram na nossa mesa uma tábua, com um pires de azeitonas, manteiga, patê e presunto com melão, sem nós pedirmos nada. A minha esposa comeu o presunto com melão e eu a manteiga que acabei por comer com pão. Daí o meu espanto no final da conta ter que pagar a tábua completa. Fiquei indignado, mas apesar de não saber muito na altura em que base jurídica me devia apoiar não cheguei a apresentar reclamação apesar de achar que tenha a razão do meu lado. Fiquei incomodo com a atitude do patrão da empresa que não se demonstrou compreensível e foi arrogante. Tenho razão neste caso? Ricardo Tavares.
O DL n.º 10/2015, de 16 de Janeiro, estatuiu, no art.º 135.º: “Nenhum prato, produto alimentar ou bebida, incluindo o couvert, pode ser cobrado se não for solicitado pelo cliente ou por este for inutilizado”. Deste normativo legal se depreende que, se as entradas não forem solicitadas, apesar de consumidas pelo cliente, não devem ser cobradas pelo estabelecimento. Para que tal não aconteça, o funcionário do restaurante deve perguntar ao cliente se pretende consumir as entradas e informá-lo do custo dos produtos (basta alertar para a lista de preços em vigor no estabelecimento) Ainda que a letra da lei, quanto à sua interpretação, seja clara, há quem defenda que se o restaurante decide colocar as entradas na mesa do cliente, este deverá demonstrar, de imediato, que não pretende consumi-las ou, caso não o faça, deve deixá-las intactas. Assim, porque a situação é geradora de controvérsia, deverá imperar o bom senso e a razoabilidade entre as partes na resolução do conflito. Boa Tarde Doutora, Moro num T2 rés do chão,com terraço em Rio Tinto. Nos últimos tempos, talvez devido ao confinamento, o meu terraço está cheio de beatas devido a alguns vizinhos meus virem fumar para a varanda das suas casas e devido à sua falta de educação e higiene, insistem em atirar as beatas cá para baixo e algum lixo a acompanhar, como cascas de amendoins e restos de fruta por exemplo. Devido ao prédio ter muitos andares, não consigo confirmar quem faz isto, apesar de ter as minhas suspeitas. Apesar dos avisos que coloquei na entrada do prédio, continuo a ser ignorada. O que devo fazer? Já pensei numa camara de filmar para processar quem me faz isto, mas não sei se será permitido apontar para os andares de cima? Obrigada. Rita Sampaio
Pelos elementos que forneceu, entende-se que o terraço, ainda que adstrito ao uso exclusivo da leitora, enquanto condómina, se presume comum, conforme dispõe o artigo 1421.º, n.º 1 alínea b) do Código Civil. Nesta conformidade, a Assembleia de Condóminos pode, e deve, deliberar relativamente aos factos que dizem respeito ao uso, fruição e conservação das partes comuns. Sendo a pretensão da leitora que os restantes condóminos se abstenham de praticar actos que coloquem em causa a conservação do dito terraço, será de crucial relevância que a leitora proceda à convocação de uma Assembleia Extraordinária de Condóminos, de forma a que se materialize uma deliberação do condomínio, exigindo aos infractores que se abstenham de praticas de actos danosos. Caso o incumprimento persista, tendo a deliberação condominial total validade, terá, tanto o administrador do condomínio, como a leitora, legitimidade para intentar a competente acção de responsabilidade civil por factos ilícitos. Dúvida não há de que a projecção de lixo para o terraço do andar inferior viola o conteúdo do direito de compropriedade dos demais condóminos, em geral, e do condómino que tem o uso exclusivo, em particular, pelo que os mesmos podem propor a acção, nos termos dos artigos 1346.º e 1406.º, nº 1 do Código Civil.
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Política
Com um currículo político recheado Germana Rocha assumiu a Presidência do PSD de Gondomar. Ao VivaCidade levantou um pouco da cortina e colocou as cartas em cima da mesa, no que concerne à vontade e opinião do PSD para as próximas autárquicas.
Foi vereadora pelo PSD na autarquia, integrou diversas listas nas estruturas concelhia e distritais do partido. A chegada à presidência do PSD Gondomar era uma objetivo ou antes, uma consequência deste percurso?
Como referiu, já ocupei diversos cargos políticos, nomeadamente a nível autárquico e distrital. Em termos concelhios esteve sempre no meu horizonte ser presidente do PSD Gondomar. Senti que tinha a missão de ser candidata à concelhia. Entendi que o partido precisa de mim, e Gondomar também. Foram estes os aspetos que eu considerei na minha decisão. Daqui para a frente vamos ter um ciclo político muito diferente do que temos vivido. Estamos numa fase de mudança política, não só a nível nacional, mas também europeu e mesmo mundial. Entendi que tinha de dar este contributo ao partido, nem que fosse a última coisa a fazer. É nos momentos difíceis que temos de estar presentes, sempre entendi a política assim e não é altura para virar a cara ao partido. Era uma missão que tinha de cumprir.
Fala em dificuldade referindo-se à situação atual do país. A nível local, o PSD de Gondomar já foi uma das maiores concelhias do país, já liderou a autarquia e todas as juntas de freguesia do concelho. Neste momento o cenário é diferente e o partido não tem uma única liderança e tem apenas um vereador na autarquia. É o momento mais difícil que o PSD atravessa em Gondomar?
Em termos de resultados eleitorais naturalmente que sim, fruto também da forma como correram as eleições autárquicas em 2017. Se formos analisar os resultados, em 2013 conseguimos três vereadores o que, dentro do panorama da época, considero um bom resultado. A ideia do PSD Gondomar, por aquilo que me apercebia era conseguir crescer, obviamente que em 2017 tivemos aqui um revés que foi haver uma candidatura independente à Câmara. Estou plenamente convencida, como estava na altura, que se não tivesse existido o movimento independente, se tivéssemos chegado a um acordo de coligação, tínhamos conseguido disputar a eleição da Câmara, e essa era a intenção do PSD. As coisas não se proporcionaram assim e naturalmente que o movimento do Major, que tem um eleitorado que maioritariamente vota PSD, reuniu a intenção de muitas pessoas que acreditavam que ele teria mais hipóteses de chegar à liderança. Nós sabemos disso porque temos pessoas próximas que o disseram. Claro que isto prejudicou muito o PSD em Gondomar, daí o resultado de apenas um vereador. É fruto dessas circunstâncias. Naturalmente que hoje nós não sabemos se haverá candidatura do movimento independente. Se ela não existir o PSD terá novamente que ter aqui os melhores candidatos para disputar não só a Autarquia como a Assembleia Municipal e as Juntas de Freguesia.
Partindo deste ponto, qual o objetivo do partido para as próximas eleições?
Quando decidi avançar, foi uma decisão muito ponderada, e quando convidei as pessoas que tenho na minha equipa, senti que todas elas estavam motivadas. Sinto que tenho uma equipa motivada, uma equipa que representa todas as freguesias do concelho. Sei que tenho um trabalho muito difícil pela frente, todos sabemos isso, é um trabalho árduo. Sabíamos disso quando decidimos pegar nesta Comissão Política, mas também temos muita ambição que naturalmente passa por ganhar a Câmara e a Assembleia Municipal e ter o maior número de Juntas de Freguesia.
Olhando ao cenário atual, isso é apenas um desejo ou é uma forte possibilidade?
Eu acho que é uma possibilidade. Sinto que as pessoas que estão a trabalhar comigo estão motivadas e sinto que temos essa possibilidade porque também nos vamos apercebendo de algumas pessoas que têm estado afastadas e que agora se têm vindo a aproximar e a mostrar desejo de participar neste projeto. Tenho sentido isso, veremos se isso se vai traduzir nos resultados.
Essa reaproximação que afirma sentir por parte de algumas pessoas, reflete algum desgaste do atual executivo por uma ou outra decisão mais contestada pela população?
Sim, sem dúvida.
É por aí?
Sim, é por aí, mas também por algumas pessoas que estavam na lista dos independentes e que se estão a reaproximar ao PSD.
Mas com a votação dos independentes o PSD ficaria com três vereadores. Não seriam suficientes para ganhar a Câmara…
Sim, mas se na votação de 2017 juntar os votos do PSD com o movimento independente ficávamos com três vereadores. Portanto, acho que é alcançável, nós querermos crescer. Naturalmente que há desgaste do executivo, que nas últimas eleições perdeu um vereador, passou de sete para seis. O desgaste é algo natural, nós também já fomos poder e sabemos que é assim. Jogando com todos estes fatores acho que é possível nós irmos a jogo.

Olhando agora para os candidatos. Já estão definidos os perfis dos candidatos que o PSD vai apresentar?
Nós vamos ter um plenário esta semana, dia 26, e aí vai ser definido o perfil dos candidatos. Naturalmente que já tenho a proposta na minha cabeça, vou apresentá-la à minha Comissão Política para ser aprovada e sufragada depois pelos militantes. O perfil que tenho na minha cabeça é escolher os melhores, candidatos qualificados. Acho que falta termos formação política, a distrital tem feito um investimento muito grande na formação e a concelhia também vai ter de o fazer. Efetivamente eu sinto que muitas vezes temos pessoas com vontade de participar, mas depois também sinto que as pessoas acham que não têm as ferramentas necessárias para exercer um cargo autárquico. Por isso, acho que temos de apostar na formação porque o que pretendemos é ter pessoas qualificadas para o exercício destes cargos. Muitas vezes as pessoas são eleitas e depois não têm as ferramentas adequadas para exercer os cargos, e isso eu não quero que aconteça.
Certamente que não me irá adiantar já nenhum dos nomes que tem na cabeça mas, internamente existe algum nome que seja consensual para conseguir ganhar a autarquia daqui a uns meses?
Definido ainda não tenho. Obviamente que não posso dizer que não tenho pensado no assunto, obviamente que sim. Até posso dizer mais, quanto ao perfil do candidato. Já há algum tempo que, quer o anterior presidente da concelhia, quer eu própria, temos vindo a trabalhar para encontrar a melhor solução para o candidato à Câmara. É um trabalho que está a ser feito. Tenho conversado com a direção nacional do partido e com o próprio Presidente, bem como algumas outras pessoas, até porque o próprio presidente do PSD já assumiu que quer ter uma palavra a dizer na escolha dos candidatos das capitas de distrito e dos maiores concelhos a nível nacional como Gondomar e Vila Nova de Gaia. Esta é a fase de estreitar o caminho e encontrar a pessoa, mas na minha cabeça já tenho pensado o que considero ser essencial para Gondomar. ▪
Política Município aprova programa “Gondomar Protege”
O programa tem o intuito de reduzir os impactos económicos que a pandemia tem vindo a causar junto aos gondomarenses. A medida implementada pelo executivo prevê um esforço municipal na ordem dos 200 mil euros. Na proposta aprovada podemos constatar as seguintes medidas de isenção de taxas: fica isento o pagamento de “taxas de publicidade e/ou ocupação de espaço público, toldos e afins, pelo período de 4 meses, relativas a todos os estabelecimentos, à exceção das médias e grandes superfícies comerciais; as rendas devidas espaços concessionados pela autarquia, designadamente, estabelecimentos de bebidas, pelo período de 4 meses; as devidas taxas pelos lugares de terrado atribuídos a feirantes cujo encerramento da atividade tenha sido determinado, por não se traduzir na venda de bens essenciais, pelo período de 4 meses; e as devidas taxas de ocupação de bancas/lojas dos Mercados Municipais, cuja atividade se encontra encerrada, por não se traduzir na venda de bens essenciais, pelo período de 4 meses”. Para além destes quatro pontos, foi determinado a redução em 50% do valor das rendas “devidas pelos espaços concessionados no Gondomar Goldpark (incubadora, espaços co-work, oficinas e espaços comerciais)”. Com este conjunto de medidas, a Câmara Municipal de Gondomar pretende auxiliar a economia local nesta fase complicada de pandemia. A vereadora responsável Cláudia Vieira refere que, para além das ajudas ao comércio, este é um programa de apoio direto às famílias, neste momento, a vereadora explica que o programa continua a prestar apoios sociais às famílias com os “cabazes alimentares, com as compras nos supermercados ou com a articulação da rede que faz as entregas em casa das pessoas, com a disponibilização de refeições e na farmácia”. A vereadora explica que as próprias pessoas ou as instituições sinalizam os casos e depois, um técnico do serviço social realiza o contacto que vai avaliar as condições de cada um e orienta os gondomarenses relativamente às respostas. ▪

João Loureiro e a viagem ao Brasil
O Filho do Major Valentim Loureiro, João Loureiro encontra-se ainda no Brasil, fruto da apreensão de 500 kg de cocaína encontrados dentro de uma aeronave privada onde viajava, no aeroporto de Salvador, no Brasil. As autoridades estão a investigar o caso. O VivaCidade esteve à conversa com Major Valentim Loureiro, pai de João Loureiro que nos referiu o seguinte: “Apesar de ainda não ter falado com ele, acho que foi ao Brasil como representante jurídico de uma empresa”. Adiantou-nos ainda o seguinte: “Ponho o pescoço no cepo como o meu filho nunca teve negócios com droga e garanto-lhe que não fico sem ele.” E mais não quis adiantar. ▪

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