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a r e l a G
r e t r ó Rep
Antes de prostituta,
mulher!
ama da falta de Fundadora da grife Daspu, Gabriela Leite recl trabalham com sexo políticas públicas voltadas às mulheres que Reynaldo Gosmão, do Virajovem Lavras (MG)*; Luana Viegas e Ramonna Abreu, da Agência Jovem de Notícias; Ingrid Evangelista, Rafael Stemberg e Vânia Correia, da Redação
P
aulistana e de família tradicional, Gabriela Silva Leite abandonou, aos 22 anos, os cursos de Filosofia e Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) para imergir, por opção, na chamada Boca do Lixo, antiga região de São Paulo de grande concentração de garotas de programas, na década de 1970. Hoje, aos 61 anos, ela rejeita o termo “ex-prostituta” em suas apresentações. E com razão, pois Gabriela está muito ativa no movimento de defesa dos direitos das prostitutas. Autora do livro Filha, mãe, avó e puta – A história de uma mulher que decidiu ser prostituta, da editora Objetiva e que já foi transformada em peça teatral, Gabriela, que luta contra um câncer, acaba de ser uma das contempladas do Prêmio Trip Transformadores 2012. Atualmente, a principal luta do movimento de prostitutas é pela regulamentação da profissão junto ao ministério do Trabalho, garantindo assim todos os direitos trabalhistas que
possuem um profissional com registro em Carteira de Trabalho. Uma das principais conquistas até aqui foi a inclusão, em 2002, da ocupação “trabalhador do sexo” na Classificação Brasileira das Ocupações (CBO), permitindo que prostitutas possam se registrar no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), como autônomas, e garantir uma aposentadoria futura. A seguir, você confere trechos da entrevista concedida à Agência Jovem de Notícias durante o 9º Congresso Brasileiro de Prevenção às DST e Aids, que aconteceu em agosto, em São Paulo (SP). Quais são as perspectivas da regulamentação da profissão? O deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) apresentou um projeto (PL 4211/2012) recentemente. Em que pé está? Nós estamos juntos com o Jean Willys no projeto. Ainda não é o projeto que queremos, mas para passar agora (ser aprovado na Câmara) tem que ser esse. Mas é difícil à beça porque o Congresso está muito conservador. O projeto é a favor da casa de prostituição, desde que não tenha exploração do trabalho, e isso é uma nuance porque a polícia pode chegar
Linha do Tempo Com 22 anos, abandona os cursos de Filosofia e Sociologia da Universidade de São Paulo (USP) para imergir, por opção, na chamada Boca do Lixo, antiga região de São Paulo de grande concentração de garotas de programas
1973 12 Revista Viração • Ano 10 • Edição 89
Funda a ONG Davida, de defesa aos direitos das prostitutas
1992