Fusões e aquisições

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As motivações para as fusões e aquisições

poder de mercado, aproveitamento de economias de escala e de gama) estão, a maior parte das vezes, associadas a fusões de tipo horizontal. Por outro lado, algumas das explicações teóricas avançadas estão mais próximas das análises típicas da economia industrial (e.g. explicações baseadas nas diferenças de eficiência), enquanto outras apresentam mais similitudes com as perspectivas da teoria financeira (e.g. explicações tendo por base relações agente-principal, relacionadas sobretudo com a possibilidade de comportamento discricionário por parte dos gestores). De igual modo e no que à avaliação das F&A diz respeito, ela é normalmente feita quer com base em “estudos de casos” (event studies), com uma metodologia típica da teoria financeira, quer através dos chamados estudos de economia industrial. No que aos primeiros diz respeito, eles assumem uma perspectiva exante (Caves, 1989), utilizando o instrumental teórico das modernas finanças empresariais, nomeadamente os resultados do Modelo de Avaliação de Activos Financeiros em Equilíbrio (MAAFE).14 O anúncio de uma potencial fusão ou aquisição é visto como um “acontecimento” (event), que influencia as avaliações das empresas a adquirir, e adquirente, no mercado de capitais, por parte dos investidores. Para além de, como já foi referido, utilizar como instrumento o MAAFE, o pressuposto fundamental da análise é o da eficiência dos mercados de capitais.15 Por outro lado, são os mais “optimistas” quanto aos ganhos de eficiência resultantes das F&A. Quanto aos segundos, procuram analisar variações, por exemplo, na rendibilidade, nas quotas de mercado ou na produtividade, resultantes das F&A (assumindo, assim, uma perspectiva ex-post). Embora

14 - Veja-se, a este propósito, Valente (1998, pp. 5 e 6), acerca das extensões da teoria da empresa, com a inclusão dos mercados financeiros, e do aproveitamento dos desenvolvimentos introduzidos no MAAFE. De igual modo, uma referência interessante neste domínio é a de Scherer e Ross (1990, cap. 5). 15 - Acerca da eficiência dos mercados de capitais, as referências clássicas são Fama (1970) e Fama e Miller (1972). Para uma análise mais recente, veja-se Fama (1991) e Fama (1998).

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