A prática da meditação integrativa na terceira idade

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ca cerebral e é comum encontrar autores defendendo que não se deve praticar meditações que estejam relacionadas como religiões, sejam elas orientais ou ocidentais. Esse ponto de vista foi muitas vezes exposto e defendido em 3 eventos acadêmicos que participei em setembro de 2016, tanto no simpósio de práticas tradicionais e contemplativas, na UNIFESP; na jornada de Educação e Espiritualidade, organizada na UFSCar, e também na semana da ciência da religião, na UFJF, o que demonstra que a perspectiva de uma espiritualidade não -espiritualista, que nega a transcendência e o valor da religião, cresce assustadoramente, e transformando a “espiritualidade” em uma espécie de remédio que médicos e outros profissionais da saúde prescrevem

de valorização do numinoso ou da hierofania para ser reduzida a uma atividade mental que pode ser realizada em empresas, escolas etc. visando, sobretudo, aumentar a produtividade e a eficiência da equipe profissional e a competitividade diante de empresas concorrentes. Se não bastasse essa dessacralização iconoclasta da meditação no Ocidente, ainda encontramos, no campo religioso, iniciativas cristãs de combate a ela e também a outras práticas espiritualistas advindas do Oriente, reconhecendo nelas um “fator demoníaco”, ou seja, “um poder sobre-humano que se encontra num relacionamento pervertido com Deus” e que tem “a aparência do bem, mas mesmo assim se apega firmemente ao mal” (FREYTAG, 1992) ou cujas

aos seus pacientes. Neste caso, porém, a meditação é desvinculada de todo o caráter sagrado ou

consequências seriam o “egoísmo”, conforme afirma MAHARAJ, um ex-hinduísta convertido ao cristianismo: 159


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