programa ESPERAVA

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eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse


eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse. olhava o céu como eu faço sempre, como eu sempre fiz […] eu estava aqui, em pé, e esperava que a chuva chegasse, que ela caísse sobre o campo, sobre as plantações, e sobre o bosque, e que ela nos acalmasse, esperava. será que eu nunca deixei de esperar? […] todos esses anos que nós perdemos sem sair daqui, só à espera […] de me imaginar assim, e sorrir de mim mesma à beira de lágrimas […] esperava a chuva, esperava que ela caísse, esperava, como, de certo modo sempre esperei, esperava e eu vi, eu esperava e eu vi, esse daí o caçula, fazendo a curva do caminho e subindo em direção de casa, eu esperava sem esperar nada de preciso e eu o vi voltar, esperava como eu espero sempre, há tantos anos, sem esperança de nada, e foi nesse exato momento que ele apareceu, e que eu o vi. […] esse daí, o caçula , voltando das suas guerras, eu o vi enfim e em mim nada mudou, […] nada […] solução nenhuma. [a filha + velha]


eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse de Jean-Luc Lagarce

direção Antunes Filho com CPT/Sesc e Grupo de Teatro Macunaíma de 21/09 a 16/12/2018 – Teatro Anchieta


à espera


IMPULSOS DE ENTENDER A sabedoria, que construímos com nossas experiências e nossas atenções, não pode prescindir das palavras e gestos que com frequência desprezamos por serem uma repetição a ser esquecida no cotidiano. Assim, maquinalmente, vamos edificando um saber relegado a um patamar de inovações constantes, como se essas viessem de uma fonte inesgotável de novidades humanas, e caímos num vazio mais angustiante do que aquele no qual nos atiramos ao deixar o conhecimento rotineiramente adquirido à mercê de um esquecimento crônico. Na peça Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse, do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce, o diretor do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, Antunes Filho, explora a repetição de vozes que acompanham os atores e que alcança o público numa insistente busca pelo entendimento acerca do humano. Envolvidos num ambiente tomado pela filosofia do mito do eterno retorno, podemos circular pelas reiteradas repetições que fazem de nós seres tão comuns e similares, ao mesmo tempo que diversos e raros ao inventar utensílios para abafar um enfadonho percurso de nossos destinos. No caminho de uma educação cidadã e permanente, o Sesc acredita que, ao nos depararmos com figuras inquietantes diante de suas sinas, podemos fazer o exercício de pensar pelo outro e, assim, adquirir um conhecimento que está à nossa volta. Um modo de entender que a sabedoria não está num círculo vicioso de repetições aborrecidas, mas sim na circularidade evolutiva de uma espiral que nos impulsiona ao longe. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo


esmiuรงar [investigar m investigar, pesquisar, e esquadrinhar, escarafu esgravatar, escafandra destrinchar, esmerilha pormenorizadamente], detalhar, particularizar minudenciar, desfiar, c em partes muito peque esmigalhar, esfarinhar despedaรงar, fragmenta


minuciosamente], examinar, analisar, unchar, vasculhar, ar, dissecar, ar, joeirar, [explicar , pormenorizar, r, especificar, minuciar, circunstanciar, dividir enas, esfarelar, r, pulverizar, ar, quebrar.


em torno da casa, a imagem do único homem é um febril consolo. cinco mulheres giram em torno dele, totem inominável. os desejos ora se confundem, ora se fundem. a espera do filho não aprisiona apenas a mãe, mas a mais velha de todas, a mais velha, a segunda e a mais nova, habitantes desse imaginar, fértil e doloroso. ∞ as mulheres não têm nome. são cinco. o filho que partira e por quem tanto esperam, também não tem. algumas das coisas nomeadas na história são: chuva, casa, bosque, quarto, mochila, vestido. ainda que não necessitem nomearse, elas nutrem sentimentos variados: uma dor pela espera interminável, um ressentimento pela vida desperdiçada, uma volúpia reprimida, um desespero que nunca irrompe, um grito sufocado pelo tempo. ∞ uma diz a outra, que diz a outra, que continua a outra, a história de todas. sempre a mesma: “ele partiu porque o pai”... repetem, reencenam, interpretam e reinterpretam as falas. incansável é


este jogo cênico, porque incansável é a labuta delas. cinco atrizes à espera. sempre prontas. representaram ontem, hoje repassam o texto, sempre com novas nuances e amanhã estarão revigoradas para nova jornada, sempre a mesma. mas não desistem. ∞ um velho disco, riscado pelo tempo, toca, incansavelmente, a mesma faixa. cinco mulheres, de idades distintas, ouvem, atentas, a música. com o tempo, repetem-na. contudo, cada uma delas apresenta uma versão. em cada versão algo novo se apresenta: uma lembrança, um detalhe, um desejo. apesar de mesma, a música é sempre outra. ∞ apesar das brigas, apesar do tempo, apesar dos conflitos, apesar da espera, apesar dos desejos, apesar das conversas, apesar da esperança, apesar das vontades, apesar do cuidado, apesar da paciência, apesar dos detalhes, apesar da angústia, apesar da dor, apesar do rancor, apesar da tristeza, apesar da chuva, elas esperam. [phabulo mendes]




não interprete peça! respeite poética de jea […] o teatro de convida a cham fantasmas par nossa própria [antunes filho]


e, explique a e a linguagem an-luc lagarce. e lagarce nos mar nossos ra contar histรณria.


dos presentes que se sucedem e exprimem um destino, dir-se-ia que eles vivem sempre a mesma coisa, a mesma história, apenas com uma diferença de nível: aqui, mais ou menos distendido, ali, mais ou menos contraído. eis por que o destino se concilia tão mal com o determinismo, mas tão bem com a liberdade: a liberdade é de escolher o nível. a sucessão dos presentes atuais é apenas a manifestação de algo mais profundo: a maneira pela qual cada um retoma toda a vida, mas a um nível ou grau diferente do precedente, todos os níveis ou graus coexistindo e se oferecendo à nossa escolha, do fundo de um passado que jamais foi presente […]. cada um escolhe sua altura ou seu tom, talvez suas palavras, mas a melodia é sempre a mesma e há um mesmo trá-lá-lá sob todas as palavras, em todos os tons possíveis e em todas as alturas [gilles deleuze] ∞ perceber no escuro do presente essa luz que procura nos alcançar e não pode fazê-lo, isso significa ser contemporâneo. por isso os contemporâneos são raros. e por isso ser contemporâneo é, antes de tudo, uma questão de coragem: porque significa ser capaz não apenas de manter fixo o olhar no escuro da época, mas também de perceber nesse escuro uma luz que, dirigida para nós, distanciase infinitamente de nós. [giorgio agamben] ∞ e se um


dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. a eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!”. se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: “quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela? [friedrich nietzsche]




esses autores, [tchekhov, ionesco, beckett] desempenharam um papel importante por suas tentativas de desestruturação dos paradigmas teatrais tradicionais; mas ainda é preciso ultrapassar isso, passar a outra coisa. […] nós devemos preservar os lugares da criação, os lugares do pensamento, os lugares do superficial, os lugares da invenção daquilo que ainda não existe, os lugares da interrogação de ontem, os lugares do questionamento. eles são nossa bela propriedade, nossas casas, de todos e de cada um. os impressionantes edifícios da certeza definitiva, não nos fazem falta, paremos de construí-los. a comemoração também pode ser viva, a lembrança também pode ser alegre ou terrível. o passado não deve ser sempre murmurado ou caminhar com passos abafados. nós temos o dever de fazer barulho. nós devemos conservar no centro de nosso mundo o lugar de nossas incertezas, o lugar de nossa fragilidade, de nossas dificuldades em dizer e em falar. nós devemos permanecer hesitantes e resistir


assim, na hesitação, aos discursos violentos ou amáveis dos peremptórios profissionais, das lógicas economistas ou conselheirospagantes, utilitários imediatos, os hábeis e os espertos, nossos consensuais senhores […] não se deve dizer “a peça conta isso ou aquilo”. deve se dizer “e se a peça contasse sobre isso ou aquilo”. eu venho do livro. eu venho da análise do texto […] minhas palavras não são como água morna. eu estudei a semiologia, a linguística, a filosofia. eu venho do valor do texto. eu me interesso pela significação do signo e do código. e como um livro em que alguém pode mergulhar, entrar na história, como se pudéssemos penetrar mais e mais no palco, ir em direção à novela como alguém que viaja nisso através das palavras e frases, tornando-se os personagens, colocando-se em cena, como fazemos na infância, como se alguém fosse passeando na própria imaginação como explorador e diretor, brincando e fazendo brincar, falando uma verdade mais verdadeira que a própria verdade. [jean-luc lagarce]


a + velha de todas

a mĂŁe


a filha + velha

a segunda

a + nova



reprodução

No leito da morte (Febre), de Edvard Munch, 1895.



nós o esperamos. sem dizer nada ao pai dele, não se dizia nada e o pai dele nunca tocou no assunto do desaparecimento dele. ia ficando velho, pouco a pouco, se deixava levar pela velhice, era o seu único desejo, agora, não queria mais nada, só queria ser velho. […] todos esses anos, foi assim que nós os passamos, foi assim que nós os perdemos, sem imaginar que eles pudessem durar tanto tempo assim […] nós sabemos que ele está morrendo, ninguém podia imaginar que ele nos abandonaria, porque ele nos abandonou […] mas ninguém, nenhuma de nós, podia imaginar isso e entender isso. ∞ a mulher que zelou pelos outros. a mulher que observou de longe os sofrimentos. a mulher que se calou diante do comportamento abusivo do pai. a mulher que defendeu e acredita na honra da família, mesmo quando a família está desmoronando. a mulher em conflito com as mais novas. a mulher que vai morrer sem ter experimentado o amor, mas que acredita entender o amor. a mulher que vê tudo e tem a vontade de gritar. a mulher que passa a vida calada. a mulher que vai dar a mão para as outras mulheres. a mulher em silêncio.



[…] ele ali na minha frente, todo esse tempo passado à espera desse momento,
e ele ali na minha frente,
ele mudou, seu rosto está acabado, um rosto mais cavado, mais duro, eu olhava para ele, é como um rosto de um velho, um estranho rosto de velho ou um corpo de rapaz que ficou velho cedo demais […] esperar ainda que ele acorde e que ele volte para gente […] e nos conte a história da sua viagem […] deve ter feito guerras, guerras e batalhas. um vencedor […] elas vão se despedaçar, dançar essas danças delas, buscar amor, exigir […] elas vão destruir as nossas vidas, ao longo dos dias, tentando obter toda e qualquer forma de verdade. […] elas estão apavoradas, apavoradas com a ideia do sacrifício. ∞ espreitando. controlando. uma existência em pedaços. uma esperança vazia e delirante. aniquilação do feminino que gera, do sonho que liberta. a verdade crua da morte, sempre presente. a dor da ausência – tanta – quase como um gozo. uma ruína de medo, culpa, horror e alienação. uma terra inabitada, árida. escuridão. nuvens densas, sem chuva,
sem alívio.


Pietà dite de Tarascon, 1455, reprodução




eu fiquei aqui, com vocês, nessa terra, essa cidadezinha aí […] a senhorita professora, […] pego o ônibus, passo o dia na cidade escolhendo sapato para mim, e durmo num quarto de hotel escuro e sujo com um sedutor barato que não sabe muito o que fazer comigo.
[…] blefa um pouco, faz cara de quem nunca se viu para recomeçar o amor […] homens, é, cada vez mais longe, desconhecidos […] qualquer homem que fosse, era sempre a mesma maneira de fazer a coisa, sempre meio ridículos, […] homens pra fazer histórias? […] aquele que deixa a gente sofrendo para sempre? que a gente cruza e não revê mais, e que fica procurando um rastro dele nos outros, aquele que, […] o indiferente? ∞ ele: o sentido da nossa existência, nossa obsessão. homens: as lembranças e as sensações que a memória traz. uma seita: aprisionadas nessa espera, nessa casa, nessa irmandade. uma prisão emocional e mental. os não ditos. um ritual: juntas na espera, na esperança, na ilusão e na culpa. sem poder e sem querer se desvencilhar uma da outra. unidas. para sempre. paralisadas. enclausuradas. dissonantes. todas uma só. essas daí.



todos esses anos, porém, eu me lembrava do baile, e me dizia que quando ele voltasse, eu voltaria ao baile, dá uma bela história […] tanto insulto que a gente teve que ouvir! […] aqueles cafajestes que veem a cena como se vissem um trem passar, de boca aberta […] o irmão e a irmã entrando juntos no salão de festas municipal […] e a música começa, o globo que brilha, eu adoro isso, esse meu jeito meio brega de ser […] um casal sensacional […] a miserável história do irmão que deveria voltar um dia e que nunca mais botou os pés ali, e das cinco coitadas perdidas que continuarão […] hoje, esse irmão está de volta, como um belo guerreiro […] olho pra ele, caído no chão, exausto, acabado e sonho em dançar com ele […] mas nada disso vai acontecer, é como um cadáver com quem não se pode mais contar ∞ mistério. rituais. respostas prontas enfiadas goela abaixo. É proibido questionar, refletir ou ir de encontro. opressão e medo. a imaginação como a única saída de uma realidade cruel. livros e histórias como escudos. fantasia. fuga e mergulho em outros mundos. Uma menina idealizando o ser mulher.


mesmo se voc eu vou ficar. v até o último lim esperança que dia, vou esper esperança de coisa. […] é um de sobreviver.


cĂŞ desanimar, vou esperar mite. tenho a e ele volte um rar. eu tenho alguma ma maneira . [antunes filho]



uma daquelas raivas horríveis capaz de estremecer as paredes de casa […] uma raiva ainda maior do que todas as outras, uma raiva a mais, naquele dia como em todos os outros dias mas eu não me lembro de um único dia sem essa raiva, sem esses gritos e sem essa violência, pois isso se chama violência e nada mais […] a gente é pequena, a gente é criança, mas a gente imagina, não eram só as palavras, mas e as ameaças e as pancadas, e as brigas, e as ameaças de briga, o que mais?
o ódio e o nascer do crime, num instante. eu era pequena e ninguém se importava comigo, mas eu já ouvia,
pai e filho que se odiavam,
era pequena e não contava […] só essa raiva, esses gritos, e essa violência, não, e o ódio, e esse medo do crime que ficou em mim […] uma daquelas raivas horríveis capaz de estremecer as paredes de casa ∞ a vida é feita de histórias contadas para se manter viva. apenas a criança sem importância no seu canto, uma garota que sabe que nada vai mudar, nada vai acontecer. violência sem fim. alma sem portas, sem janela. sem luz. sem chuva. abismo.


SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES TÉCNICO-SOCIAL Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL Ivan Giannini ADMINISTRAÇÃO Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO Sérgio José Battistelli GERENTES AÇÃO CULTURAL Rosana Cunha ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO Marta Colabone ARTES GRÁFICAS Hélcio Magalhães SESC CONSOLAÇÃO Mariângela Abbatepaulo EQUIPE SESC Adriana Macedo, Allison Lopes Rocha, Cynthia Petnys, Edmilson F Lima, Edna Ribeiro S. Fachetti, Elaine de Sousa, Emerson Pirola, Marco Antonio da Silva, Rodrigo Eloi, Rose Silveira, Sérgio Luis.


eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse de Jean-Luc Lagarce tradução Maria Clara Ferrer direção Antunes Filho com CPT/Sesc e Grupo de Teatro Macunaíma ELENCO [por ordem de entrada]: A FILHA MAIS VELHA Fernanda Gonçalves A MAIS NOVA Daniela Fernandes A SEGUNDA Viviane Monteiro A MÃE Suzan Damasceno A MAIS VELHA DE TODAS Rafaela Cassol ASSISTENTE DE DIREÇÃO Luana Frez CENOGRAFIA E FIGURINOS Simone Mina ASSISTENTE DE CENOGRAFIA Vinícius Cardoso ASSISTENTE DE FIGURINOS Karina Sato e Zineu Simionatto COSTUREIRA Helenita Procópio VISAGISTA Roger Ferrari CONSTRUÇÃO CENOTÉCNICA Mario André Caveiro, Eduardo Oliveira, Severino Domingos Gomes, Rogério José Dias e Dogival da Silva PINTURA DE ARTE Karina Sato ILUMINAÇÃO Edson FM OPERAÇÃO DE LUZ E SOM Alexandre Ferreira PREPARAÇÃO DE CORPO E VOZ Antunes Filho PRODUÇÃO EXECUTIVA Emerson Danesi PROGRAMA Ricardo Muniz Fernandes e Érico Peretta PESQUISA Phabulo Mendes e Thiago Brito FOTOS Inês Correa SECRETARIA DO CPT Flavia Dziersk Lima DIREÇÃO GERAL Antunes Filho AGRADECIMENTOS Raul Teixeira e Francieli Fischer FAIXA ETÁRIA 14 anos DURAÇÃO 70 minutos


é uma maneira de sobreviver

Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 01222-020 São Paulo - SP Tel: (11) 3234-3000 Higienópolis-Mackenzie /sescconsolacao

sescsp.org.br/consolacao


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