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TST Vision - "A conjuntura atual pode prejudicar o investimento das indústrias em tecnologia"

“A conjuntura atual pode prejudicar o investimento das indústrias em tecnologia”

A TST Engineering & Vision é uma empresa com quase três décadas de atividade, que utiliza as mais modernas tecnologias, como a Visão Articial e a IoT para controlar a qualidade dos processos produtivos. João Paes de Vasconcelos, diretor da empresa, reconhece que a proveniência da tecnologia para controlo de qualidade ainda é um entrave: se a mesma for portuguesa, há resistência em aplicá-la.

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Considerando a área onde opera, que impacto teve o recente boom de empreendedores e empresas startup na solicitação dos vossos serviços, considerando que Portugal está a vericar um grande aumento da automatização nas empresas? A TST não sentiu um impacto significativo. É verdade que cada vez mais processos produtivos são automatizados, no entanto a nossa indústria ainda precisa de muita automação e os processos produtivos precisam de ganhar dimensão para justificar a automação. Ainda há muitos processos manuais que não justificam o investimento em automação por terem um volume de produção muito baixo. Depois, há ainda a questão da mentalidade na decisão de investir em soluções por tuguesas vs procura por uma solução estrangeira. Ainda se pensa muito que se é portuguesa, deve ser mais barata. Mas se for estrangeira aceita-se e justifica-se com isso o preço mais alto.

Quais as vantagens da aplicação da visão articial aos processos e quais aqueles onde ela pode ser de maior utilidade? A visão artificial, aplicada ao controlo de qualidade de linhas de produção, permite a inspeção de toda a produção, em vez do controlo ser feito por amostragem. Conseguir garantir a inspeção de 100% da produção permite não só garantir a integridade de toda a produção e evitar as falhas ocasionais que poderiam levar à rejeição de todo o lote, mas também reunir um enorme volume de dados de produção. Estes dados podem ser usados, a nível interno, para melhorar o processo produtivo, e a nível externo, para certificar a qualidade da produção.

A TST desenvolve trabalho nas áreas da Inteligência Articial, com a IoT, Big Data e Automação Industrial em grande destaque. Como podem estas tecnologias ajudar a transpor a indústria nacional para uma versão 4.0, e em que é que tal atitude pode beneciar a competitividade empresarial? As nossas soluções conseguem gerar enormes volumes de dados, que são tão detalhados quanto João Paes de Vasconcelos

Diretor

"Há ainda a questão da mentalidade na decisão de investir em soluções portuguesas vs procura por uma solução estrangeira. Ainda se pensa muito que se é portuguesa, deve ser mais barata. Mas se for estrangeira aceita-se e justifica-se com isso o preço mais alto" .

as características das inspeções realizadas e a cadência da produção. Estes dados permitem melhorar a qualidade de todo o processo produtivo, a montante e a jusante da inspeção.

Os dados recolhidos incluem date/time stamp para cada peça inspecionada. A análise destes stamps permite tirar conclusões sobre ritmos produtivos e saber se a linha está a produzir bem, se a produção está a respeitar os prazos previstos, se há muitas paragens por erros, se é preciso adicionar ou retirar linhas de produção, alocar mais gente, mais recursos, e ver se estão ou não a ser cumpridos os objetivos, quantidades e tempos de produção.

A Scoring distinguiu a TST com o selo TOP PME 5%, o que destaca a gestão da empresa. Que impacto esta distinção tem junto dos clientes e dos parceiros com quem trabalham? A distinção é o reconhecimento do trabalho de toda a equipa TST e da forma como procuramos fazer um trabalho de qualidade e rigor. Esta distinção foi muito bem recebida e reconhecida por todos os nossos clientes e parceiros como uma mais-valia, com inúmeras mensagens para nos dar os parabéns e reafirmarem os votos de confiança no nosso trabalho.

Como está a TST a percecionar o ano de 2023, no que respeita à vossa evolução, enquanto empresa e ao vosso posicionamento no mercado? A atual conjuntura nacional levanta algumas preocupações sobre a capacidade de investimento da indústria em 2023, mesmo tendo em conta o potencial do PRR. Assim, e no sentido de crescimento da TST, estamos a preparar 2023 numa perspetiva de reforço da nossa aposta no mercado internacional, não descurando a abertura de novos clientes em Portugal, onde queremos reforçar a nossa presença e a força da nossa marca. Investimos em comunicação e marketing para conseguirmos aumentar a notoriedade da nossa marca e chegar a cada vez mais empresários que procurem reforçar a profissionalização das suas empresas, sobretudo em contexto industrial.

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