Portugal Criativo
“O CONCEITO DE LUXO ENVOLVE SUSTENTABILIDADE” A Madre Imobiliário é uma empresa do Grupo Madre, que desenvolve a sua atividade, em particular, na promoção imobiliária. Com uma filosofia de que os projetos imobiliários devem acrescentar valor e contribuir para o bem-estar de pessoas e planeta, para a Madre um edifício não é apenas “mais betão”. Por isso, cria projetos únicos, como alguns daqueles que Nuno Dias, diretor-geral da empresa, refere nesta entrevista.
O
segmento imobiliário é uma aposta do Grupo Madre numa área tradicional de investimento em Portugal. Como definiria o vosso posicionamento no mercado, considerando a vossa abordagem diferenciadora? A diferenciação está na cultura empresarial instituída no Grupo Madre, sendo transversal a todas as áreas onde atuamos. Em todas as sub-holdings: Turismo, Capital, Entretenimento, Internacional e, claro, Imobiliário, procuramos desenvolver projetos de valor acrescentado. No caso particular do Imobiliário, só consideramos um projeto completo quando conseguimos contribuir para aumentar a utilidade, o conforto e a qualidade de vida dos nossos clientes, tendo sempre em conta a sustentabilidade ambiental dos nossos projetos, que pretendemos orientados para o futuro. Essa é a nossa visão enquanto promotor. Acreditamos que é possível crescer com esses valores e é esse o caminho que queremos trilhar, contrariando a ideia de que o Imobiliário se resume apenas a “mais betão”. A vossa área de atuação passa pela promoção imobiliária, na sua grande maioria de imóveis destinados a um público médio-alto e alto/luxo. Como caracteriza Portugal, enquanto mercado, no que respeita a este segmento de cliente? Conheço particularmente bem a realidade do mercado de luxo. O desenvolvimento tem sido notável e hoje encontramos projetos de elevada qualidade de Norte a Sul de Portugal, quer nas áreas mais cosmopolitas, quer em áreas mais remotas. O mercado é atrativo, porque nos coloca vários desafios, desde logo o do equilíbrio. É importante não nos deslumbrarmos ao ponto de esquecermos erros passados, a concorrência de mercados mais maduros é uma realidade e não existe margem para errar. Por outro lado, temos assistido também a uma mudança de paradigma, a abordagem do imobiliário, particularmente em gamas mais altas, é hoje muito mais holística. O conceito de luxo não se resume mais à riqueza dos materiais, dimensões e soluções arquitetónicas. O foco dos clientes é cada vez mais a sustentabilidade do seu investimento e o legado que deixam para as gerações futuras.
Nuno Dias Diretor-Geral
Relativamente à promoção imobiliário, quais os empreendimentos que gostaria de destacar? No Algarve, estamos atualmente a desenvolver dois projetos que nos têm dado particular satisfação: na Fuzeta, debruça-se sobre a ria Formosa o “Ria View”, singularmente projetado pelo Atelier Fragmentos de Arquitetura, que conta com 27 apartamentos únicos. Em Santo Estevão, desenvolvemos um loteamento que apela aos nossos sentidos, o Oliva Residences, que conta com a assinatura do arquiteto Ricardo Cabeços e da sua equipa. Em Lisboa, posso destacar um projeto de requalificação, na Avenida Visconde Valmor, desenvolvido em colaboração com o Atelier Russo Arquitetos. Quais os desafios que a Madre Imobiliária enfrentou, aquando da pandemia, e que só foram resolvidos com recurso a alguma inovação e criatividade, da vossa parte? 20
A Covid-19 forço-nos a abrandar, em muitos casos a parar, condição necessária para podermos refletir e foi isso que fizemos. Revimos estratégias e apostámos no desenvolvimento digital, com ferramentas que nos permitissem atuar com maior eficácia, quer no acompanhamento dos projetos, quer na interação com os nossos clientes. A pandemia fechou as fronteiras, o que deixou aos clientes nacionais mais espaço para negociar. Isso verificou-se? O mercado nacional revelou-se, durante a pandemia? Os clientes nacionais sempre estiveram presentes, mais notados no fecho de fronteiras devido às restrições nos principais mercados emissores. Assistimos, numa fase inicial, a um adiamento dos investimentos, que foi paulatinamente retomado. São demais conhecidas as razões pelas quais o mercado nacional assume por vezes