Valor local edição setembro 2017

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 53 • 21 Setembro 2017 • Preço 1 cêntimo

Entrevistas aos candidatos às autarquias de A zambuja e Alenquer

á r e s m e Qu o futuro e t n e d i s pre ? a r a m â da C Autárquicas Azambuja na 10, 11, 12

Autárquicas Alenquer na 6, 7

Entrevista com o comandante da GNR sobre onda de assaltos em Azambuja

"Os criminosos também estudam os nossos passos" Sociedade na 3


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Entrevista com o comandante da GNR sobre onda de assaltos em Azambuja

“Os criminosos também estudam os nossos passos” Sílvia Agostinho Miguel A. Rodrigues ste verão, a localidade de Azambuja e em parte o concelho têm sido sacudidos por uma vaga de assaltos de que há muito não há memória. Por semana têm sido vários os registos, e entre queixas formalizadas no posto e as que não foram este é um momento que está a ser encarado pela população com muita preocupação. Desde veículos, casas particulares, estabelecimentos comerciais até edifícios da administração pública nada tem escapado. O comandante do destacamento da GNR de Alenquer que superintende Azambuja, tenente Marco Pinheiro, assegura que a investigação prossegue o seu curso normal, anuncia um reforço das ações de sensibilização junto dos comerciantes locais, e incentiva a população afetada pelos assaltos a apresentar queixa. Sem querer adiantar muitos pormenores acerca do que está a ser investigado para não dar pistas aos suspeitos, o tenente Marco Pinheiro reforça contudo que não podemos falar de um fenómeno em Azambuja. Mas está consciente de que a criminalidade itinerante é uma realidade no concelho, fruto de um transporte como o comboio que permite deslocações rápidas e baratas.

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Tendo em conta os vários episódios registados este verão, o comandante refere que se deu um aumento da intensificação das patrulhas embora sem aquela visibilidade que as pessoas estariam à espera. Os agentes à partida estarão à paisana nas ruas de Azambuja. Adstritos ao posto de Azambuja, de acordo com informação prestada pelo presidente da Câmara, Luís de Sousa, estão cerca de 13 militares, sendo que ao longo dos últimos meses alguns estiveram a frequentar ações de formação, outros de baixa, e outros ainda de férias. Marco Pinheiro desvaloriza o facto referindo que quando necessário há um reforço por parte de outros postos do destacamento: Alenquer e Cadaval. O militar não partilha de ideia de que para cobrir de um lado destapa-se do outro face ao número de incidências registadas. Na vila de Azambuja, por exemplo, já se deu a circunstância de dois assaltos na mesma noite, e enquanto a guarda estava encarregue de uma das ocorrências, os assaltantes sentiram-se à vontade para cometer um outro delito numa outra zona da vila. “Pode acontecer que os criminosos também estudem os nossos passos numa espécie de jogo do gato e do rato, isso é normal que aconteça, são inteligentes a esse ponto”,

Comandante associa parte do sucedido à marginalidade itinerante

refere. Apesar de compreender a impaciência da população, o tenente Marco Pinheiro ressalva que a investigação demora o seu tempo. Face ao clima de alarmismo, o comandante apesar de tudo diz que não houve um aumento da crimi-

nalidade, a mesma apenas está concentrada num curto período de tempo. Instado se tal não se deverá ao facto de nem sempre os habitantes apresentarem queixa formal no posto, diz que não entende dessa forma, mas exorta os que tendo sido alvo de um ilícito não

deixem de comparecer no posto da GNR de Azambuja. Em breve entrará ao serviço um guarda noturno na vila, medida que o comandante não conhecia, mas que considera que pode atuar como elemento dissuasor. Já quanto ao possível incremento do número de

efetivos após o verão como foi falado pela ministra aos autarcas de Azambuja, refere que essa eventualidade é possível contudo não se sabe quantos podem vir de facto para o destacamento de Alenquer, e consequentemente para o posto de Azambuja.

Herculano Valada vira o tabuleiro e impede junta de Azambuja de receber 53 mil euros junta de freguesia de Azambuja deu um passo atrás quanto ao recebimento da verba de 53 mil euros devida, segundo a presidente daquela autarquia, Inês Louro, como compensação pelo facto de a Câmara de Azambuja não ter feito chegar os dois funcionários adstritos à componente de limpeza dos contratos de execução nos últimos quatro anos. Depois de muitas polémicas à mistura, a Câmara e a junta chegaram a entendimento respaldado, segundo a autarca, “num parecer positivo por parte da equipa de advogados da Câmara”. Mas numas das últimas reuniões do executivo, o que parecia estar bem encaminhado acabou por ir por água abaixo quando o vereador da CDU, Herculano Valada, que tem votado sempre ao lado do PS, qual canto do cisne, anunciou a sua decisão de não votar favoravelmente a proposta que visava a transferência de verbas da Câmara para a junta a partir de janeiro

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próximo. Herculano Valada sustentou que o seu voto contra se devia ao facto de a Câmara não estar a observar o mesmo tipo de ressarcimento por exemplo para a União de Freguesias de Manique do Intendente, Maçussa e Vila Nova de São Pedro que segundo o mesmo trata dos jardins de Manique sem que para o efeito tenha recebido qualquer tipo de contrapartidas. De acordo com a Câmara, o mesmo não foi integrado num acordo de execução logo não podia ser abrangido da mesma forma. A proposta acabou por ser retirada, antes da votação, tendo em conta o voto contra já previsível da restante vereação e do baralhar de contas por parte de Valada. Recorde-se que o valor em causa reportava-se aos vencimentos desses possíveis dois funcionários. Esta foi uma área de gestão da freguesia amplamente criticada pela população, sendo que a presidente de junta concordou com

esse sentimento dos fregueses. Inês Louro tem destacado ao longo dos anos que nem sempre há pessoas disponíveis para limparem as ruas de Azambuja, nem mesmo através do IEFP, por outro lado parte da maquinaria existente há quatro anos também se encontrava obsoleta. Os desempregados do IEFP têm pecado por ficar um curto espaço de tempo na função. Foi também contratada uma empresa de limpeza a dada altura, que mesmo assim não tem deixado completamente satisfeitos os fregueses, a que se soma a incúria também de muitas pessoas que não preservam em condições o espaço público. Em declarações ao Valor Local, Inês Louro, repudia a atitude de Herculano Valada “Foi preciso o vereador das freguesias chegar à última deliberação para fazer a figura que fez, quando durante o mandato inteiro votou ao lado do PS”. A autarca fica agora na expetativa para o que se seguirá após

o dia um de outubro, esperando naturalmente que o seu partido ganhe com maioria absoluta na Câmara para não depender de terceiros, isto tendo em conta que espera conseguir a reeleição para a junta. “O dinheiro é nos devido. Sendo uma forma de nos compensar”. Para a autarca, a melhoria na limpeza das ruas é desde já evidente tendo em linha de atenção a rapidez de meios e da execução dos trabalhos quer durante a última feira de maio quer nas últimas festas da freguesia. Embora tenha referido que a verba em causa se destinaria a investimento em material de limpeza e ecológico para a freguesia, sublinha tendo em conta o estado de banho-maria em causa que não deixará de “investir neste aspeto”. “Esse objetivo não fica comprometido”, refere sublinhando que foi adquirida recentemente uma máquina térmica a vapor para corte de vegetação sem que se recorra a produtos fitofarmacêuticos.

Autarca não votou pela primeira vez ao lado do PS


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Novo presidente dos bombeiros de Alcoentre

António Loureiro determinado em obter mais apoios para a associação ntónio Loureiro, atual presidente da Junta de Freguesia de Alcoentre, em fim de mandato, é o novo presidente da direção dos bombeiros locais. O autarca, faz uma pausa na vida política para regressar a uma casa que bem conhece. Já esteve na direção numa das mais importantes alturas da visada instituição aquando da passagem do antigo para o atual quartel nos anos 90. António Loureiro diz que a sua direção está consciente dos desafios que aí vêm e que as principais dificuldades prendem-se com a vertente financeira. “São sempre as mesmas dificuldades. Vive-se muito dos serviços que se vão prestando. Temos o apoio da Câmara Municipal e de empresas, nomeadamente da CLC, mas são sempre escassos face à realidade”, refere. António Loureiro fala numa nova realidade e da necessidade de se ter profissionais para prestar um bom socorro, salientado que para manter a operacionalidade da associação seriam precisas mais verbas, alocadas aos vários setores. Ao Valor Local, o presidente fala da necessidade de encontrar novas formas de financiamento. António Loureiro refere a existência de novos projetos para, nomeadamente, se contatar com algumas empresas da sua área de influência “para conseguirmos fazer alguns protocolos de modo a poder aumentar as receitas”, salientando por isso a necessidade de se “inventarem outras soluções que permitam um desafogo financeiro maior”. Todavia a zona de influência de Alcoentre não tem a mesma quantidade de empresas potenciais mecenas, face por exemplo a Azambuja que beneficia da zona industrial de Vila Nova da

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Loureiro abraça agora novo desafio em Alcoentre

Rainha. António Loureiro admite o número reduzido de empresas na sua área, mas admite também que poderá vir a alargar as ofertas dos bombeiros de Alcoentre: “Sem entrarmos em conflito, dizendo a essas empresas e às pessoas que temos necessidades, e que em caso de reforço também estamos prontos a avançar”. Alcoentre é, no entanto, uma corporação bem servida de meios humanos. Contudo a maior necessidade passa essencialmente pela renovação da frota automóvel. O presidente diz que o trabalho que é desenvolvido pelos bombeiros traz maior desgaste e mais avarias às viaturas, e por isso há que se apostar num refor-

ço para se poder dar uma resposta atempada às necessidades das populações. António Loureiro assegura que não é possível aumentar o orçamento da associação para fazer face à aquisição de mais viaturas, e recorda também que nos dias que correm as necessidades de mais e melhor material, nomeadamente, no que toca ao combate a incêndios e ao socorro a acidentes, obriga já a um maior profissionalismo que os voluntários de Alcoentre vão tentando acompanhar. No geral, todas as viaturas dos bombeiros de Alcoentre estão operacionais. Ainda assim há “uma situação que vem de trás e que urge resolver” adianta António Loureiro que se reporta a um

veículo de desencarceramento que tem muitos anos. O presidente salienta que essa é uma preocupação: “Estamos a trabalhar para resolver isso”, e anuncia que a associação vai promover a segunda edição do “trail” no dia 8 de outubro “para adquirir uma viatura para esse fim, e que combata também incêndios urbanos”. Pese embora o facto de as verbas recolhidas serem insuficientes, António Loureiro acredita que tal já é uma ajuda para a aquisição da mesma. No entanto refere que esta é uma necessidade premente tendo em conta ainda a existência de outras viaturas “com uma certa idade e cuja manutenção já tem custos consideráveis.” A juntar a isto, o presidente salienta que a formação é também

uma preocupação. Este setor envolve um significativo peso financeiro, mas na opinião de António Loureiro, é uma necessidade que não será descurada no futuro. Fusão dos corpos de bombeiros no concelho de Azambuja A ideia já não é nova mas voltou a estar na ordem do dia a hipótese de uma fusão entre as associações de bombeiros de Azambuja e Alcoentre. A ideia foi novamente falada numa entrevista ao Valor Local por André Salema, presidente dos bombeiros de Azambuja, que refere que a mesma poderá ser importante para a racionalização de meios humanos, materiais e claro financeiros. Esta é de resto uma matéria que

tem estado em cima da mesa, todavia não é pacífica tendo em conta a identidade de cada uma das associações. Ao Valor Local, António Loureiro que tomou posse há menos de um mês, salienta estar disponível para falar sobre o assunto, embora diga que esta situação terá de ser bastante debatida nas respetivas associações. Para o responsável, esta matéria deverá e poderá ser discutida no futuro, mas num futuro mais longínquo, já que tal é suscetível de várias questões ligadas à funcionalidade da medida e das maisvalias para as populações e das próprias associações. Loureiro não fecha a porta, mas considera que há ainda muito caminho a trilhar.

“Semana da Aventura” já começou no Cartaxo té 24 de setembro há um mundo de super heróis, princesas e muitos outros para descobrir no Centro de Exposições do Cartaxo numa iniciativa da Escola de Línguas Grau de Prova em parceria com o município. No primeiro dia do certame totalmente dedicado ao lego intitulado “Semana da Aventura”, o Valor Local visitou a exposição. Ana Gaudêncio responsável da escola deu a conhecer as várias peças em exibição que evocam o universo infantil, em grande parte, e que retratam também algumas séries infantis. Frozen; Scooby Doo; Fórmula 1, Angry

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Birds são apenas alguns dos exemplos. Ligado ao lego está também o mundo da robótica e da programação informática. As peças foram construídas ao longo dos anos pelos alunos, cerca de 250, da escola e pelos professores. Em todos os cursos há uma vertente ligada ao Lego, quer nas línguas quer na matemática, dada a sua componente pedagógica. Ao longo dos dias do evento, miúdos e graúdos poderão ter acesso a construções interativas, demonstrações educativas, demonstrações a nível da lego ro-

bótica e uma grande exposição de criações feitas com elementos lego. Até 21 de setembro, a organização assegura sessões gratuitas para escolas e jardins-de-infância com sessões lúdico-pedagógicas para desenvolvimento de competências básicas de montagem de legos. De 22 a 24 de setembro, a exposição está a aberta ao público em geral com entradas grátis para crianças com menos de cinco anos, e para alunos do 1º e 2º ano quando acompanhados por um adulto pagante. Estudantes a partir do 3º ano e adultos pagam três euros.

O mundo dos sonhos é mostrado pela Grau de Prova nesta exposição


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Vila Franca de Xira

Cerimónia emotiva nos 88 anos do núcleo dos combatentes Núcleo de Vila Franca de Xira da Liga dos Combatentes celebrou no passado dia 9 de Setembro de 2017, 88 anos de existência. A cerimónia, carregada de emoções, decorreu junto ao monumento ao combatente que assinalou dois anos de existência. O momento acompanhado pelas forças vivas do concelho de Vila Franca de Xira demonstrou mais uma vez “o orgulho” dos antigos combatentes que serviram Portugal nas províncias ultramarinas e na pátria, e que durante a efeméride ostentavam orgulhosamente as suas condecorações e as fardas que outrora envergaram ao serviço da nação portuguesa. Este evento, que pretendeu assinalar os 88 anos da Liga em Vila Franca de Xira, condecorou também os associados com 25, 30, 35, 40 e 50 anos de filiação na Liga dos Combatentes, a que se juntou a entrega de diplomas na categoria de “Passagem de Testemunho” entre avós e netos. Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes Portugueses, enalteceu o momento, classificando-o de muito importante para preservar a memória e o futuro. O responsável vincou

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mais do que uma vez, que os combatentes partiram para as suas missões sempre com espírito de missão e correspondendo à vontade política de cada momento. Joaquim Chito Rodrigues lembrou também os que atualmente combatem em nome de Portugal nos vários cenários de conflito, sublinhando que “quem não perceber isto, está longe do que queremos ser”, vincando o papel da Liga dos Combatentes na memória dos que lutaram em nome do país. Em Vila Franca de Xira, o responsável aproveitou para salientar o papel importante da junta de freguesia e da Câmara Municipal, dando mesmo como exemplo o trabalho levado a cabo por estes dois órgãos em conjunto com a liga. Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, foi também ele um combatente. Conheceu vários cenários em várias localidades das antigas províncias, onde regressou há alguns anos. Para Alberto Mesquita, o trabalho levado a cabo pela Liga em prol da memória dos combatentes é “muito importante” e salientou que uma das próximas missões, no seu en-

Presidente da Câmara deixou a sua homenagem

tender, é tentar trazer para Portugal os corpos dos combatentes que jazem nas antigas colónias. Muitos estão identificados, mas também há alguns desconhecidos. A trasladação para Portugal, é na opinião do autarca, fundamental para os familiares que não têm recursos próprios para o fazer. Por outro lado, Alberto Mesquita, salientou também a intenção de requalificar o local onde está edificado há dois anos o monumento ao combatente. O autarca recordou que o local é provisório e que existem intenções de requalificar o espaço “para também dar outra dignidade ao monumento”. Liga Promove a “Passagem de Testemunho” A entrega de diplomas e medalhas simbolicamente aos netos dos veteranos combatentes foi uma das formas encontradas pela Liga para perpetuar a memória dos familiares. Esta é uma distinção facultativa e que depende da vontade dos associados, já que tem associado um custo simbólico. Em Vila Franca de Xira, foram agraciadas três crianças com este diploma, que se apresenta de forma simbólica mas de forma muito carregada emocionalmente, nomeadamente junto dos avós, já que são estes que “passam” o testemunho aos netos. Gilberto Barata de 76 anos foi um desses exemplos. Passou testemunho à neta Beatriz Barata, que ao longo de toda a cerimónia, manteve uma postura de respeito e de responsabilidade, cantando, ora o Hino Nacional, ora o Hino da Liga, envergando uma postura “militar” de respeito à bandeira nacional, saudando-a com uma continência tão perfeita como a dos adultos. Para o avô, Gilberto Barata, esta foi uma das formas de introduzir o espírito na sua neta, vincando que Beatriz já mostra interesse por algumas das histórias do seu avô e pelas questões militares.

Festibike de 6 a 8 de outubro Centro Nacional de Exposições, em Santarém, recebe de 6 a 8 de outubro, mais uma edição do Festival Bike Portugal – Festival Internacional da Bicicleta, Equipamentos e Acessórios e Salão de Ciclismo Profissional. A iniciativa é um marco a nível nacional, já que dá a conhecer as novidades do mercado sendo também um ponto de encontro para todos aqueles que de forma profissional, desportiva ou de lazer se encontram ligados a este ramo. De acordo com a organização, esta iniciativa “é a referência do mercado nacional e tem como objectivo realçar as marcas e as empresas nacionais e internacionais que operam nesta área”. Festival Bike receberá algumas das equipas mais importantes das duas rodas, que trarão as suas viaturas de apoio, distribuirão brindes de patrocinadores, promoverão sessões de autógrafos, entre outras iniciativas. Estão de resto já confirmadas as presenças do Alcobaça Clube de Ciclismo, o Clube de Ciclismo José Maria Nicolau, a Efapel, Núcleo do Sporting Clube de Portugal da Golegã, e a W52/F.C.

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A passagem de testemunho entre Gilberto Barata e a neta

Gilberto Barata diz que gostaria que a neta de sete anos seguisse a carreira militar, todavia aponta que o primeiro caminho para Beatriz deverá ser o estudo. Ainda as-

sim refere que será de Beatriz a decisão final. Ao Valor Local, Gilberto Barata, recordou que os tempos que passou nas suas missões não foram fá-

ceis. O cenário de guerra vivido por si e pela família não foram ainda assim o bastante para se dissociar do espírito de missão, o mesmo que quer passar à neta.


6 Autárquicas Alenquer

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Frederico Rogeiro, Coligação, espera tirar plano de revitalização da gaveta T

em 44 anos é desenhador gráfico e pintor, e apresenta-se como o candidato pela coligação de centro-direita “Juntos pelo Concelho” nestas autárquicas no concelho de Alenquer. Logo em 2013 tornou-se conhecido por apresentar um plano de reordenamento da baixa de Alenquer que não conheceu a continuidade desejada junto do elenco camarário. De lá para cá tem através das redes sociais expressado o seu ponto de vista sobre as mais diversas questões, nomeadamente, o ordenamento do território. Agora diz que a implantação deste plano que entre outras coisas visava tornar pedonal a Rua Triana já não depende do atual presidente da Câmara mas dos eleitores de Alenquer. O candidato é um crítico da forma como o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, apresentado durante o mandato, está concebido dado que prevê um conjunto de investimentos no valor de 5,5 milhões de euros entre Alenquer e o Carregado, apesar de contemplar ciclovias e outras formas de circulação à partida de acordo com os ideais defendidos por Rogeiro. “Não concordo porque não prevê projetos para o Carregado que apenas serviu para a angariação desses fundos. Alenquer aca-

Candidato pretende debate sobre desertificação

bou por ser amplamente beneficiada”. Por outro lado refere que o debate sobre este projeto não foi discutido como seria desejável. No seu programa, constam também medidas de combate à desertificação para o mundo rural. “Alenquer tem cerca de 150 aldeias e temos de começar a apostar na requalificação dos edifícios e na recuperação dos espaços públicos nos locais onde ainda possamos ir a

tempo de evitar o abandono”. No capítulo do contrato de concessão das águas e saneamento que aguarda um pedido de reequilíbrio por parte da Águas de Alenquer, é da opinião de que este dossier deverá ser visto com o máximo de transparência possível e acenar com uma possível resolução do mesmo poderá ser difícil dada a avultada indemnização à posteriori. A sua ação poderá antes passar

por uma solução a nível de outras questões que possam desonerar em última análise a fatura dos consumidores, como por exemplo a necessidade de não taxação da entrada em ETAR das águas pluviais. O candidato da Coligação Juntos pelo Concelho tem ainda uma opinião crítica quanto à localização prevista para o futuro quartel da GNR, nas proximidades da varian-

te Álvaro Pedro, dado que prefere que o novo edifício se localize ou em Alenquer ou no Carregado numa lógica de proximidade junto das populações. Para o candidato, o tema das duas superfícies comerciais que se instalaram durante o mandato no Carregado foi mais uma amostra de como a Câmara geriu mal este dossier, e nem na coima aplicada ao Pingo Doce se livra de críticas por ter vindo tarde, “e apenas teve lugar porque este executivo deu tão má imagem que para evitar mais danos na popularidade teve de avançar com essa medida, porque caso contrário não o faria pois como sabemos a Câmara é subserviente às grandes empresas”. Por outro lado, aqueles hipermercados contribuíram “ainda mais para a degradação do comércio local”. No que concerne ao empreendedorismo e captação de empresas, Frederico Rogeiro refere que algumas ações levadas a cabo por este executivo foram positivas, mas as grandes questões como os melhoramentos e a requalificação da zona industrial do Carregado ficaram de fora, e nesta componente seria importante a criação de espaços verdes, passeios, esgotos e sinalética fazendo daquela

uma verdadeira área empresarial. Para Frederico Rogeiro, o Orçamento Participativo implantado neste mandato é um instrumento positivo, mas a Câmara não tem sabido perceber a melhor opção no que toca ao que este deve ser, e nesse aspeto deveriam ficar de fora projetos como telheiros ou arranjo de estradas que deveriam ser uma incumbência camarária sem necessidade de se recorrer ao OP. Por outro lado, considera que de um ano para o outro aumentou-se o seu valor dos 300 mil para os 500 mil euros com vários projetos ainda à espera da sua concretização. O candidato critica ainda a postura de Pedro Folgado que não convive bem com a crítica e numa ocasião até se mostrou incomodado publicamente com opiniões divergentes da do executivo – “Deunos uma missa e ele nem é padre”. O candidato espera alcançar o melhor resultado possível: a vitória, e diz que está na altura de Alenquer dar oportunidade a outros projetos que não o do PS. Quanto a coligações com o vencedor no caso de não ganhar, descarta por completo essa ideia, pois o eleitorado que votar na coligação precisa de se sentir representado.

Mário Correia, Bloco de Esquerda, defende uma pousada da juventude para a Chemina á 18 anos que é professor de Contabilidade e Cidadania em Alenquer na Escola Secundária Damião de Goes, e achou que estava na altura de poder dar o seu contributo ao concorrer pelo Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Alenquer nestas autárquicas. Uma das suas principais preocupações passa pelo contrato de águas e saneamento e pela necessidade da sua reversão, assente no facto de ser neste concelho que a fatura da água “é a quarta mais cara do país”, expressa. Algo incompreensível tendo até em linha de conta que o concelho possui em abundância aquele recurso natural. “Não podemos deixar que as coisas fiquem assim”. Sobre a possibilidade de a autarquia poder vir a pagar uma indemnização avultada à Águas de Alenquer se pedir a reversão, Mário Correia refere que é tudo uma questão de prioridades e que neste campo, a Câmara pode começar por poupar custos em outros setores. O candidato do Bloco de Esquerda é também um crítico face à forma como a Câmara está a gerir o dossier do campo da Associação Desportiva do Carregado, e à possível aquisição do terreno da família

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Pinto Barreiros para ali construir um parque verde como extensão do campo a adquirir na Guizanderia tendo em vista a prática desportiva. “Trata-se de uma forma de dar dinheiro a ganhar ao proprietário sem que isso esteja muito claro. Por outro lado, a autarquia deve incentivar financeiramente os clubes que se dedicam à formação, o que não me parece que seja o caso dado que a estrutura do ADC se encontra profissionalizada”. No capítulo do empreendedorismo e captação de empresas, o candidato opina que, neste momento, o concelho deverá voltar-se para uma aposta ao nível da tecnologia e menos no que toca à logística ou outras. Por outro lado, é da opinião de que os hipermercados e o centro comercial Campera vieram deitar por terra as intenções de quem decide apostar na abertura de novas lojas, dada a concorrência feroz das grandes superfícies. Mário Correia considera ainda que a Câmara e a diminuição da dívida em 10 milhões de euros “já parecia o PSD com Passos Coelho e a Troika”; pois “esmagou tudo”. “Esta Câmara sempre foi governada pelo PS e este executivo teve de pagar a fatura”. Ainda assim

considera que se podia ter renegociado a dívida, independentemente de o Governo ter estabelecido limites ao endividamento das autarquias. No caso de ser eleito, Mário Correia pretende aproximar os habitantes das freguesias mais rurais dos centros urbanos nas suas deslocações nem que para isso a Câmara tenha de disponibilizar transporte, principalmente, quando falamos em idas ao hospital. O candidato é também um crítico da forma como a Câmara tem pensado os principais eventos implantados nos últimos quatro anos no concelho, a começar pelas Festas do Espírito Santo – “Mais para consumo interno porque o concelho não tem grandes tradições religiosas”. Por outro lado, “a marca Vila Presépio apenas é dinamizada durante o Natal. No resto do ano não há nada”. Quanto ao “Alma do Vinho” deveria agregar outros produtos porque “apenas o vinho não chega”. Mas, por outro lado, saúda o executivo quanto à decisão de avançar com a obra do posto da GNR, ficando a aguardar pelo devido ressarcimento por parte do Estado –“É importante que se avance com a obra, dada a ne-

cessidade que temos de começar a servir bem as pessoas” Se chegar a presidente da Câmara, Mário Correia pretende ainda transformar a Chemina numa Pousada da Juventude. Esta é uma ideia que surgiu da discussão com os jovens do Bloco de Esquerda na tentativa de “promover inter-

câmbios entre jovens a nível sóciocultural”. Para este candidato um bom resultado nestas autárquicas seria eleger dois deputados para a Assembleia Municipal e um vereador, pelo menos; porque “as pessoas já perceberam que as maiorias absolutas não as levam a lado nenhum.

E que é importante disseminar o voto para que haja mais fiscalização”. Para o candidato, será difícil o concelho algum dia deixar de votar PS dado “o clima de favores, jigajogas, e de medo de represálias por parte das pessoas e das instituições que de alguma forma dependem da Câmara”.

Professor na escola secundária assume candidatura


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Pedro Folgado, PS, promete mais investimento agora que a dívida baixou ara o atual presidente de Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, recandidato pelo Partido Socialista, a consolidação orçamental foi peça chave para que, nesta altura, o município possa encarar de forma mais otimista o futuro, e com isso apostar no investimento. Em quatro anos a dívida do município baixou em 10 milhões de euros. A oposição acusa Folgado de ter deixado o investimento para segundo plano focando-se apenas na dívida envolvendo o concelho numa espécie de Troika. Para o candidato não podia ser de outra forma, e acredita que se for eleito as obras no terreno vão avançar a começar pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) orçadas em 5,5 milhões de euros através de fundos comunitários e que visam intervenções de requalificação nos centros urbanos de Alenquer e Carregado. O processo não ficou isento de críticas mais uma vez, porquanto a vila do Carregado teria sido menos beneficiada, de acordo com a oposição. O candidato entende o teor de comparação, mas refere que o programa não poderia ter ido mais longe. Em Alenquer as intervenções

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compreendem a Escola Conde Ferreira; Porta da Conceição; Areal; Bairro Angra do Heroísmo, e a inevitável Chemina, que nesta altura recolhe uma série de sugestões por parte da Ordem dos Arquitetos para o que se seguirá no terreno. No Carregado, a criação de um espaço multicultural na Barrada, as ciclovias de ligação à zona ribeirinha e a Casais da Marmeleira completam em parte o PEDU. Ainda naquela vila, o candidato reforça a obra do novo parque para pesados. O estado de coisas atual com os camiões a acumularem-se nas proximidades do bairro tem comprometido a qualidade de vida dos habitantes da Barrada. Em cima da mesa e no campo da concessão das águas, encontrase o pedido de reequilíbrio da “Águas de Alenquer”. Pedro Folgado contraria a ideia de que a autarquia esteja a esconder partes da negociação aos restantes elementos do executivo, até porque este é um processo que está a ser estudado por um gabinete de estudos independente presidido por Cunha Marques. O candidato refere ainda que a concessionária já executou 19 milhões de euros dos

22 milhões previstos até ao fim do contrato (que ainda não chegou a metade), referindo que dar um passo em frente para a resolução do mesmo poderá ser demasiado arriscado tendo em conta que Alenquer poderia ter de assumir o pagamento de perto de 60 milhões de euros, valor estimado na eventualidade de uma rescisão. No capítulo dos principais eventos que têm acontecido em Alenquer empreendidos pelo executivo atual, Pedro Folgado salienta que o congresso do Espírito Santo atraiu visitantes tendo com isso dinamizado o comércio e a restauração, assim como, o evento “Alenquer, Presépio de Portugal”. Na última semana de setembro terá lugar o evento “Alma do Vinho”, sendo que a oposição acusa a Câmara de aproveitamento político e de eleitoralismo, ao mesmo tempo que alerta para a o facto de não ter sido fornecido o valor do orçamento do evento. Folgado defende-se e reforça que é em setembro que são as vindimas, e como tal não poderia ser feito noutro mês. O “Alma do Vinho” terá um custo de 60 mil euros para a Câmara, o dobro do ano passado, mas que se “justifica se quisermos

Consolidação orçamental foi peça chave dar o salto”. Tendo feito bandeira do empreendedorismo e da captação de empresas ao longo do mandato, o candidato refere que os primeiros sinais estão aí, com mais empresários do concelho a estabelecerem relações comerciais entre si, mas também com mais deslocações ao estrangeiro a feiras e outros eventos por parte do tecido empresarial concelhio. Falta inau-

gurar o espaço de co-work no pavilhão municipal que Folgado garante já estar pronto. Quanto à necessária intervenção na muito pouco aprazível até à data - área industrial do Carregado promete obra entretanto. No que respeita ao ambiente e às pecuárias ilegais, o candidato refere que tem feito os esforços possíveis junto do ministro do Ambiente, dado que pelo menos uma

das empresas que labora no concelho (cujo processo de adequação ao Novo Regime de Exercício da Atividade Pecuária foi chumbado em Assembleia Municipal) já deveria estar encerrada. Também no que respeita ao plano de ação do Canhão Cársico de Ota, Folgado espera ter esta questão encaminhada a breve trecho, bem como o plano de gestão da Serra de Montejunto.

Ernesto Ferreira, CDU, promete travar contrato das águas rnesto Ferreira, 61 anos, dirigente sindical abraçou o desafio de ser o candidato da CDU à Câmara Municipal de Alenquer. Nos últimos quatro anos foi vereador pela mesma força política na oposição na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Crítico da atual gestão socialista de Alenquer, considera que está na hora de mudar. “Quarenta e dois anos de poder do PS devem fazer-nos refletir”. Entre os dossiers mais problemáticos do concelho elege o da água e saneamento, e o pedido de reequilíbrio da concessionária sobre o qual esta força partidária diz saber pouco, porque a Câmara, nesta componente, tem preferido “esconder a documentação”. No seu entender, a concessionária não fez a obra prevista, e como tal não há razões de ser para uma nova atualização de preços. “No ano passado a Águas de Alenquer teve uma taxa de rentabilidade de 15 por cento, e isso nem nos bancos se consegue”, refere. O candidato diz ainda que neste campo como noutros, este executivo demonstra alguma opacidade com a ocultação de informação, como é o caso da festa “Alma do Vinho” cujo orçamento era desco-

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nhecido à data desta entrevista. Aliás no campo dos eventos, Ernesto Ferreira opina que há que dar nova vida à Feira da Ascensão que ficou, no seu entender, parada no tempo, sem que este executivo lhe desse o devido valor. Para o candidato da CDU, a descida da dívida camarária em 10 milhões não resultou mais do que uma imposição do Estado às autarquias e que o investi-

mento foi escasso quando se podia ter ido mais longe. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) que compreende a requalificação de diversos espaços entre o Carregado e Alenquer, é no seu entender um instrumento que ficou aquém no que toca às necessidades da vila do Carregado que “tem falta de uma sala de espetáculos ou de uma zona de lazer”. Já no que se refere aos

Candidato acusa câmara do PS de opacidade

projetos em Alenquer integrados nesse plano, nomeadamente, a Chemina, o candidato assume a necessidade de recuperação do edifício para que se torne “num espaço de lazer e de cultura” no qual possa ficar também o Museu Hipólito Cabaço, que agora está previsto para uma outra localização que no entender do candidato “não oferece as melhores condições de acessibilidade”.

No campo da Educação, o candidato refere que uma das suas preocupações incide na intenção do Governo em avançar nos próximos anos com a municipalização da mesma, entregando às autarquias a gestão das escolas e a contratação dos professores, algo que vê com desagrado, dado que essa deve ser uma tarefa do Estado, sob pena de as autarquias não terem condições para gerir a Educação e a sua consequente entrega a privados. Em curso no município está ainda a revisão do Plano Diretor Municipal que para o candidato oferece algumas lacunas. Acresce ainda, segundo o mesmo, que a oposição não foi ouvida pela Câmara como seria de esperar. Ernesto Ferreira teme que a atualização deste instrumento acabe por não ser cabal quanto a matérias como as novas urbanizações que cresceram sem ordenamento do território. O atual executivo tem feito bandeira do empreendedorismo e da captação de empresas, mas Ernesto Ferreira é da opinião de que ainda há um longo caminho a percorrer, nomeadamente, quanto à necessidade de agilização dos processos. Por outro lado, o município estará carente

nesta altura sobretudo de empresas vocacionadas para a transformação do produto que “são as que verdadeiramente criam riqueza”, em comparação com as de logística. Sobre o atribulado processo de instalação de duas grandes superfícies comerciais no Carregado que motivou um coro de protestos tendo em conta os acessos e a falta de atuação neste domínio, o candidato observa que a autarquia poderia ter salvaguardado estas matérias à priori na altura do licenciamento. Por outro lado, a coima ao Pingo Doce na sua opinião veio tarde demais. A CDU há quatro anos foi a terceira força mais votada no concelho de Alenquer, e as expetativas para já resumem-se ao melhor resultado possível, sendo que Ernesto Ferreira não enjeita a possibilidade de ser vereador com pelouros no caso da força vencedora poder precisar da CDU para ter maioria. Estes textos refletem apenas um resumo parcial das entrevistas levadas a cabo pelo nosso jornal. Se quiser saber todas as ideias dos candidatos para as mais diversas áreas assista aos vídeos no site www.valorlocal.pt


8 Cultura

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Câmara de Salvaterra lança mais um livro infantil Câmara Municipal de Salvaterra de Magos lançou no dia 16 de setembro, no âmbito das Jornadas de Cultura 2017, o quarto livro infanto/juvenil dedicado à história do concelho e à Falcoaria Real: “O Príncipe D. Luís e o mistério do mapa roubado. Salvaterra de Magos no ano de 1515” de Isabel Stilwell com ilustrações de Miguel Cardoso. A escritora e jornalista aceitou o convite lançado pela autarquia e apresenta aos mais novos as aventuras do filho de D. Manuel I, o Infante D. Luís, numa altura em que Portugal vivia a época dos descobrimentos marítimos. Esta aposta do município tem como objetivo fomentar o gosto pela leitura entre as camadas mais jovens da população levando-os, ao mesmo tempo, a conhecer, de forma lúdica, a história do concelho. A cerimónia de lançamento contou com a presença de mais de duas centenas de crianças e adultos. O presidente da Câmara Munici-

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pal de Salvaterra de Magos, Hélder Manuel Esménio, explicou que este quarto livro trata-se de “uma aventura passada na Falcoaria Real que fala sobre a história do concelho e sobre a história de Portugal”. O autarca deixou também um desafio aos mais novos: “leiam muito para terem boas notas”. Para o ilustrador Miguel Cardoso “foi um enorme prazer fazer estas ilustrações e as pesquisas necessárias para criar a história”. “Espero que gostem tanto deste livro como nós gostámos de o fazer”, acrescentou. A escritora Isabel Stilwell adiantou que tomou contato com a prática da falcoaria nas pesquisas que efetuou para escrever o seu último romance histórico “Isabel de Aragão - entre o céu e o inferno”, casada com o rei D. Dinis e que o desafio lançado pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos e as visitas que realizou à falcoaria real ajudaram também à concretização dessa

obra. “O Príncipe D. Luís e o mistério do mapa roubado. Salvaterra de Magos no ano de 1515” é o seu primeiro livro infanto/juvenil. Isabel Stilwell mostrou-se satisfeita e agradecida pelo desafio lançado e sublinhou que “não há nada melhor do que darem-me uma ideia para desenvolver”. O livro foi distribuído gratuitamente ao público presente. À semelhança de anos anteriores, a sugestão da autarquia foi a de trocar cada livro autografado por uma embalagem de cereais. Estas embalagens serão agora distribuídas pelas crianças carenciadas do Concelho através do projeto municipal da Loja Social. O quarto livro infanto/juvenil junta-se aos lançados pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos nos últimos três anos: “O Amigo Voador” de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (2014) e o Diário do Guigas I e II de Maria João Lopo de Carvalho (2015 e 2016).

Os autores da obra

Revista Magos assinala 500 anos do foral de Salvaterra Câmara Municipal de Salvaterra de Magos apresentou no dia 15 de setembro, no âmbito das Jornadas de Cultura 2017, a quarta edição da revista Magos, um projeto que tem como objetivos o estudo, valorização e divulgação da história local e do património cultural concelhio. A edição deste ano é especial e temática, dedicada aos 500 anos do foral manuelino de Salvaterra de Magos (1517-2017), mas também tem um artigo dedicado ao sino manuelino da igreja da Glória do Ribatejo, vestígio do reinado de D. Manuel I, que ainda hoje se encontra na torre si-

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neira desta Igreja. A apresentação decorreu no arranque da quarta edição das Jornadas de Cultura, tendo contado com um espetáculo de recriação de época e um concerto com Vox Angelis. Salvaterra de Magos, a exemplo de vários concelhos, foi abrangida pela reforma dos forais, tarefa que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I. O foral manuelino foi outorgado no dia 20 de agosto de 1517 e, como se trata de uma data redonda, o município desenvolveu várias atividades para comemorar esta efeméride e dedica o tema desta revista precisamente ao foral de

1517. A revista Magos coloca à disposição do público o fac-simile do foral de Salvaterra de Magos e dá a conhecer a importância que este documento tem para o conhecimento da vila de Salvaterra de Magos no século XVI. Para o Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Manuel Esménio, esta “é uma edição que reforça a identidade histórica do concelho de Salvaterra de Magos” e espera que “contribua para a construção de pontes para os estudiosos e investigadores que se interessem pela história local deste concelho”.

Nova edição

Festas da freguesia de Azambuja com vários pontos altos zambuja recebeu as festas em honra da Nossa Senhora da Assunção. Foram as festas

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da freguesia, uma organização da junta local em colaboração com a Poisada do Campino, que

Procissão fechou os festejos deste ano

neste caso teve a seu cargo a organização das largadas de toiros. As festas foram este ano marcadas pela deslocalização das esperas da várzea do Valverde para o Largo da Câmara, fazen-

do lembrar uma “mini Feira de Maio” mas que elevou a “fasquia” para as festas dos anos vindouros. A presidente da Junta de Azambuja, Inês Louro, realçou a “boa adesão” público, tanto às iniciati-

vas culturais como foram os concertos, e as largadas de toiros, que pese embora o frio, levaram ainda assim centenas de pessoas à vila. Aliás as Festas da Freguesia atraem sempre muitos forastei-

ros, tendo em conta o seu caráter profano e religioso, sendo que a saída da Nossa Senhora da Assunção em procissão, foi outro dos pontos altos das festas, elevando as emoções e a fé dos azambujenses e visitantes.

Festival de Folclore Infantil em Azambuja Rancho Folclórico Infantil “Os Tradicionais Rapazes da Grade e Raparigas da Monda”, de Azambuja, vai realizar o seu habitual festival de folclore. Em 2017 vai cumprir-se a 22ª edição que terá lugar no dia 24 de setembro, domingo. Os grupos convidados começam por concentrar-se na sede do Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja (Travessa do Matadouro), para a inauguração de um painel de azulejo no local, pelas 14h30, seguindo-se a sessão solene na Junta de Freguesia de Azambuja, às 15h00. A partir das 15h30, o público está convidado para acompanhar o desfile dos dançarinos, cantadores e tocadores até à Praça do Município. Meia hora depois terão início as atuações dos ranchos participantes. No palco do festival poderão ser apreciadas as tradições etnográficas de várias regiões do país. Irão atuar o Grupo Folclórico Etnográfico de Macinhata do Vouga; o Rancho Folclórico e Etnográfico Danças e Cantares da Mugideira; Centro Cultural Recreativo e Desportivo de Belas; o Grupo Infantil de Dança Regional de Santarém, e, claro, o rancho da casa – Rancho Folclórico Infantil Os Tradicionais “Rapazes da Grade e Raparigas da Monda”.

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David Mendes, CDU, defende que futuro presidente deve abster-se de aceitar favores de empresas avid Mendes volta a encabeçar a candidatura da CDU à Câmara Municipal de Azambuja. Com 62 anos, o arquiteto de Aveiras de Cima considera que o concelho tem a ganhar com a sua visão para o território. Acusado de até à data se manter discreto nesta campanha, e até de não demonstrar a garra suficiente para conseguir chegar à presidência da Câmara, David Mendes desvaloriza as críticas e reforça que o contacto porta-a-porta já começou há muito por parte dos candidatos da CDU. A poucos dias do ato eleitoral não tem dúvidas que o atual executivo preferiu empurrar os investimentos necessários no concelho para a época das eleições, e mesmo assim com muitas atrapalhações à mistura como é o caso da reinauguração das piscinas e do mercado de Manique, ainda não totalmente pronto. Durante este mandato, a CDU que se manteve uma feroz crítica do contrato das águas e do aditamento ao contrato acabaria por ceder o deputado municipal, António Nobre, para presidir à comissão de acompanhamento formada em 2015 numa dualidade

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de posições que acabou por ser criticada bem como o facto de um deputado da CDU igualmente presidente de junta ter optado por se abster na altura da votação. David Mendes desvaloriza essas opções apontando antes o dedo ao atual executivo que poderia demarcar-se de outra forma da empresa das águas. O candidato já dissera em entrevista anterior ao nosso jornal que muita coisa deste negócio das águas só passaria a ser conhecida uma vez a CDU na Câmara e mantém. Presentes e bilhetes para ir ver o futebol oferecidos por empresas amigas serão necessariamente para evitar na sua opinião. “Se queremos andar de cabeça e mãos limpas e conseguirmos ver ao longe temos de abdicar disso”. O atual vereador e candidato da CDU refere ainda que se for presidente a relação com as juntas da qual tem sido crítico quanto à atual maioria socialista será para melhorar, e promete mais diálogo com aquelas autarquias. No campo do investimento e apoio às empresas as atuais soluções passam por manter um gabinete de atividades económicas numa parceria com a ACIS-

Candidato não descarta alianças se não conseguir vencer MA que na sua opinião tem-se traduzido “em muita parra e pouca uva”, bem como a figura do gestor da inovação. Se for presidente da Câmara, sente que esse tipo de gabinete deverá funcionar de outra forma, na orgânica da Câmara, e com um acompanhamento mais personalizado junto das empresas. O candidato pretende organizar ainda de outra forma o espaço com potencial

para a instalação de indústrias em Aveiras de Cima conseguindo de certa forma unificar a amálgama atualmente existente. Para David Mendes, a autarquia até poderia ter ido mais longe no que concerne à captação de fundos estruturais mas também é necessário pensar se “alguns investimentos previstos valerão a pena tendo em conta que a Câmara dessa forma terá de se en-

dividar mais”. E neste aspeto, não tem dúvidas em considerar que a construção de um centro escolar de raiz em Aveiras de Cima se converteu numa oportunidade perdida. O candidato que nos deu a entrevista junto ao Palácio Pina Manique entende que a oportunidade do programa Revive que se destina à recuperação de edifícios públicos por privados tendo em

vista fins turísticos é de aproveitar. David Mendes considera que a Câmara pode tomar a iniciativa quanto a este palácio no alto do concelho. Já quanto ao Palácio das Obras Novas é mais pessimista pois o edifício tem bases muito frágeis, fica em leito de rio, e uma intervenção no local levaria a um avultado investimento nas fundações por parte de um privado. Seria antes mais importante apostar-se na “valorização da ruína como objeto da memória”. Crítico do discurso político da Coligação de centro-direita e do presidente da Câmara eleito pelo PS, David Mendes, refere que por vezes o nível do debate desce ao estado de pântano. O candidato diz ainda que não entende por que tantas vezes é atacado pela Coligação, e quando o é apenas tenta defender-se. Para o candidato se ganhar as eleições será uma “grande honra” mas não descarta integrar uma solução de compromisso com o partido vencedor se for o caso, “pois devemos estar disponíveis para tudo – dentro daquilo que for a nossa ética – para servir as pessoas”.

Paulo Louro, BE, quer total transparência da atividade da Câmara presenta-se como independente na candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Azambuja. Com 53 anos, o funcionário da administração pública que trabalhou no município nos mandatos de Joaquim Ramos, Paulo Louro tem como slogan de campanha “Vamos mexer com isto”, numa crítica ao que considera ser o atual marasmo do concelho. Logo na apresentação da sua candidatura a polémica foi protagonista quando o antigo presidente da Câmara socialista teceu rasgados elogios a Louro, o que não caiu bem nas hostes socialistas. A poucos dias de se saber quem será o próximo presidente da Câmara, Paulo Louro deixa a promessa, no caso de ganhar as eleições, que pretenderá devolver a transparência ao exercício daquele cargo, dando conta dos seus passos e ações publicamente. Em 2014, Azambuja ocupava a posição 66 no Índice da Transparência Municipal, hoje é apenas o 239º. Na componente do contrato das águas e saneamento, o Bloco de

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Esquerda parte para este ato eleitoral com a premissa de que a ideologia não se sobreporá aos contratos firmados, segundo Louro, deixando cair aparentemente outras posições mais estóicas e inabaláveis protagonizadas, num passado mais ou menos recente, por outros protagonistas locais daquele partido quanto a este

dossier. Louro quererá antes de mais fazer um estudo independente para averiguar a possibilidade de uma renegociação do contrato. Também na componente da recolha dos resíduos sólidos urbanos, o candidato pretende levar a cabo a remunicipalização se de facto for esse o caminho, até porque o contrato com a

Independente conta com a simpatia de pessoas como o antigo presidente de câmara

Ecoambiente vai terminar em 2018, e dá o exemplo de Setúbal, concelho que foi bem-sucedido nesta matéria. Oriundo do setor da Educação, Paulo Louro quer implementar um projeto educativo local e colocar em ação a carta educativa até à data pouco aplicada no terreno. Melhorar o edificado; e re-

qualificar as pessoas com menos escolaridade será também a sua aposta. No caso de ser eleito vai também olhar de outra forma para os alunos com necessidades educativas especiais. O concelho poderá ainda, na sua opinião, abrir as portas ao ensino profissional na vertente da agroindústria, e Paulo Louro já pensou na hipótese de um terreno em Aveiras de Baixo onde tal possa ser um dia uma realidade. No âmbito da Cultura, a aposta passará pelo reforço da identidade do concelho, e indica a possibilidade de um centro de estudos do século XVIII em Manique do Intendente, mas também criar retorno em eventos como a Ávinho ou a Feira de Maio, devolvendolhes o fulgor de outras alturas. Quanto a novos eventos indica um festival do rio e da lezíria na mesma altura da festa da freguesia de Azambuja, contando com o apoio do próximo presidente de junta. Ainda na sua relação com as juntas de freguesia, é intenção do candidato reativar as comissões sociais de freguesia de forma a dotar de outro dinamismo

este ponto da vida autárquica. Se for eleito, Paulo Louro refere que será ainda mais persistente do que a atual maioria quando tocar a reivindicar mais médicos ou mais policiamento para o concelho, questões nas quais Azambuja é deficitária. “Não basta ter ido falar uma vez com a ministra da Administração Interna que deu a entender que haveria um destacamento especial e depois acabamos por não compreender se de facto o mesmo existiu ou não. Penso que já era tempo de ir falar de novo com a ministra, e no meu caso se necessário for até acampo à porta dos ministérios”. Para o candidato do Bloco de Esquerda, partiu que nunca elegeu qualquer eleito para a Câmara em atos eleitorais anteriores, qualquer resultado é positivo. Diz-se preparado para governar a Câmara, mas também para integrar uma coligação com o partido vencedor, ou mesmo para ficar na oposição. Se não for eleito para qualquer lugar “será positivo também pois criámos uma dinâmica desde já, e isso é importante”.


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Luís de Sousa, PS, com um mandato marcado pelos casos promete agora mais obras uís de Sousa já anda nas lides políticas desde os anos 80 mas confessa que o bichinho da política ainda não o largou. Já foi presidente de junta, vereador da oposição, vereador do executivo, e nos últimos quatro anos presidente da Câmara Municipal de Azambuja. Vai enfrentar mais uma vez o desafio de concorrer às autárquicas, apesar de um mandato desgastante com muitas críticas e casos à mistura. O candidato do PS teve de levar na lista em posição elegível o seu vice-presidente, Silvino Lúcio, ao qual lhe terá dito, segundo chegou a constar, não ter disponibilidade para mais um mandato, e como tal seria Silvino a avançar como cabeça de lista em 2017. A maioria dos elementos da concelhia também queria Silvino. A guerra interna durou praticamente seis meses e apenas às portas da entrega das listas no tribunal se chegou a acordo. O mandato de Luís de Sousa foi também um tormento quanto aos casos, desde logo e após as eleições de 2013 com a novela

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Quatro anos marcados pelas muitas polémicas

dos processos desaparecidos por parte do antigo vereador José Manuel Pratas. Por duas vezes Luís de Sousa foi a tribunal e das duas vezes perdeu. Diz que não se fez justiça mas prefere não escalpelizar o assunto. Até o antigo presidente de Câmara, Joaquim Ramos, tor-

nou a vida de Sousa mais complicada ao perfilar-se como possível candidato logo em 2015, ainda a dois anos das eleições obrigando o atual presidente da Câmara a organizar uma conferência de imprensa a acenar com a sua vontade de se recandidatar para evitar possíveis

avanços do seu antigo presidente. No PS as zangas não duram muito e hoje Ramos é mandatário da campanha de Sousa ao mesmo tempo que vai sorrindo ao candidato do Bloco de Esquerda, marcando presença como figura de cartaz em debates organizados por aquele par-

tido. Estas eleições ocorrem numa altura em que os assaltos no concelho marcam a agenda. O candidato e atual autarca refere que tem feito de tudo neste momento, desde reuniões com a ministra, até o reforço da vigilância nas ruas, pois estará para entrar ao serviço um guarda noturno na sede de concelho. Acusado de se reunir tarde com o Governo e de pouco insistir em matérias fundamentais como esta ou a Saúde, o presidente da Câmara refere que mais não consegue fazer. Até já providenciou alojamento para uma médica mas que correu mal. A reabertura das piscinas será entretanto uma realidade. Sousa promete que será ainda antes das eleições, mas não se livra de um coro de protestos por parte da oposição não só quanto ao facto de tal acontecer a apenas escassos dias das eleições mas também porque nem todos os procedimentos foram tidos em conta, algo que Sousa desmistifica referindo que estão reunidas todas as condições de seguran-

ça. No tema do contrato de concessão das águas, advoga que o episódio com o bilhete para ir ao Benfica pago pela Aquapor não passou disso mesmo e que não lhe retira a margem de manobra para negociar com a concessionária. Até porque diz que presentes até 150 euros estão ao abrigo da lei. Por serem consideradas prioritárias as obras da empresa no sistema de abastecimento em Aveiras de Cima, diz que tem sido incansável neste ponto. Para o ano espera que as costumeiras faltas de água no verão naquela freguesia possam ser passado. Na componente da dívida a Câmara conseguiu baixar em cerca de 8,2 milhões de euros em relação a 2013 com a cumulação de saldos no valor de três milhões, que no entender de Luís de Sousa vão poder significar o pontapé de saída numa série de projetos que tem planificados ao abrigo dos fundos comunitários como a ciclovia no esteiro, os mouchões, a aldeia avieira, entre outros.

Rui Corça, Coligação, quer levar concelho para o século XXI om 50 anos, Rui Corça, gestor propõe-se a conquistar uma vitória nas eleições autárquicas de 2017. Para o candidato, o desgaste do atual executivo é “enorme”, e nos últimos anos “o retrocesso em que o concelho mergulhou é evidente” e como tal há que levar novamente Azambuja para o século XXI. O PS está no poder, na sua opinião, há demasiados anos e com isso criou uma rede de interdependências que importa corrigir. Apesar de pelo caminho a coligação ter perdido o parceiro CDS-PP, Rui Corça desvaloriza o desentendimento com o líder local dos centristas, José Carlos Matos. Para o candidato tudo se resumiu “a uma não aceitação das regras e como tal cada um fez o seu caminho”. Sendo gestor de profissão acredita que não há uma fórmula mágica para atrair empresas para o território, até porque se fosse fácil todos os municípios o conseguiriam porque esta é uma premissa comum a qualquer programa eleitoral. Se for eleito presidente de Câmara vai tentar privilegiar os contatos em

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fóruns existentes onde possa aprofundar relações no sentido de preparar esse caminho. Sobre o gestor da inovação, Rui Pinto, que foi “altamente criticado pela coligação durante este mando, e o gabinete de atividades económicas, este último resultado de um protocolo com a ACISMA, considera que “não têm sido brilhantes nem os resultados excecionais”. Na sua opinião, este executivo também peca na componente da atração de fundos comunitários, tendo-se circunscrito em parte ao pacote concebido para o efeito no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). “A Câmara podia tentar pelos seus próprios meios essa possibilidade”. No problemático dossier da concessão de águas e saneamento, gerida por um privado, Rui Corça acredita que há a possibilidade de renegociar o contrato “até porque a qualidade do serviço deixa a desejar” ao referir-se às constantes faltas de água e roturas em Aveiras de Cima. O futuro terá de passar por um ponto de equilíbrio entre

o privado e os interesses dos munícipes mais do que a renúncia ao contrato. No capítulo da dívida que a Câmara conseguiu baixar em 8,2 milhões de euros em quatro anos não atribui mérito a Luís de Sousa, pois o atual presidente está na Câmara há muitos anos e também ele integrado numa gestão danosa contribuiu

para o agravamento da situação. Em 2013, a dívida era de 22 milhões de euros. Para o candidato, muitas das obras apresentadas em fim de mandato como as piscinas ou mesmo a ciclovia no esteiro foram mal conduzidas, e com muitas peripécias à mistura. No caso da ciclovia “há uma candidatura a candidatura”, reforçan-

do que a apresentação do projeto foi pouco transparente. Já quanto às piscinas “levaram sete anos e mesmo assim nem tudo está resolvido”. O mesmo princípio se aplica às questões ambientais que aguardam resolução como a problemática Ribeira do Valverde ou a Ribeira da Milhariça, “com esgotos a céu aberto”.

A escasos meses das eleições o segundo partido saiu da coligação

No que toca à falta de segurança no concelho, nomeadamente na vila de Azambuja que lida atualmente com uma onda de vandalismo, é da opinião de que a Câmara podia fazer mais apesar de esta ser uma competência do Estado – “Sabemos que os elementos da GNR nunca são suficientes, mas quem está na Câmara não pode dizer que falou com alguém competente e continuar à espera. Agora em época de eleições pode haver algumas medidas de cosmética mas sem grandes resultados. A Câmara pode investir mais em segurança privada e videovigilância”. Para Rui Corça, um bom resultado é vencer as eleições e apesar de não ter candidato à união de freguesias “porque não conseguimos encontrar uma pessoa à altura de vencer esse desafio”, e à junta de Vale do Paraíso, “porque o nosso candidato acabou por abandonar o país para abraçar um desafio no estrangeiro acreditamos que temos todas as condições para merecer a confiança da população”.


12 Autárquicas Azambuja

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Madalena Viana, CDS-PP, quer hotel de charme junto ao rio e novos eventos para o concelho epois da cisão entre o PSD e o CDS-PP no seio da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, o partido dos centristas arregaçou mangas e encontrou a sua própria candidata. A viver em Azambuja há 20 anos, Madalena Viana é um nome conhecido na região sempre que se fala em turismo fluvial por estar à frente de uma empresa do ramo. A empresária com 56 anos conta que não demorou muito tempo a aceitar o convite do presidente da concelhia José Carlos Matos. Apresenta-se como independente e alicerça parte do seu programa eleitoral no conhecimento que tem do Tejo e nas oportunidades que o Ribatejo pode aproveitar com a nova vaga de turismo que está a invadir Lisboa, e que em breve deverá chegar aos territórios vizinhos. Azambuja não poderá perder esse comboio! “O Rio Tejo é uma autoestrada e terá de voltar a ter importância para o turismo, mas para isso será necessário também dinamizar a oferta hoteleira que possa vir a instalar-se no concelho com mais alojamento local, e quem sabe hotéis”, não tem dúvidas em referir. A

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empresária que acrescenta ter uma rede de contactos privilegiada no sentido de vir a ser encontrado um destino para o Palácio das Obras Novas e um empresário que possa ficar interessado em investir no local. Já para a dita Praia da Casa Branca, a existência de um restaurante concessionado a um privado “poderia ser uma forma de alavancar o local à semelhança do que aconteceu em Valada e no Escaroupim”. Promover os desportos náuticos e de bicicleta, neste caso com uma ciclovia, também consta do seu programa. Já no que toca à concessão das águas, Madalena Viana confessa que ainda não domina este tema, mas se chegar à presidência da Câmara promete dar-lhe toda a atenção possível pois diz-se preocupada com o facto de “já haver munícipes que têm de pagar a conta da água a prestações” porque chegou uma fatura inesperada com um valor astronómico. As piscinas e o facto de terem permanecido fechadas durante um largo período de tempo é outra das suas preocupações e não en-

tende por que só agora serão reativadas – “O povo diz que é porque este ano há eleições”, lança. No âmbito do incremento da cultura no concelho, a candidata do CDS-PP é da opinião de que a Câmara pode fazer uma boa aposta no que à cultura avieira diz respeito, por exemplo, criando uma espécie de museu do rio. Tem visto este executivo pouco dedicado a estas questões do património, nomeadamente, o cruzeiro religioso que todos os anos atravessa o Tejo – “Este ano colaboraram com meio porco, não tenho visto grande interesse por parte desta Câmara”. Já no que concerne aos eventos Feira de Maio e Ávinho, acredita que no primeiro caso seria tempo de devolver um pouco daquilo que é o produto cavalo enquanto elemento turístico e característico do Ribatejo a esta feira, que começou precisamente por ser dedicada ao gado. Veria com bons olhos um cortejo etnográfico. No que toca à Ávinho, celebra a ideia inicial ao fazer daquele evento uma espécie de museu vivo, mas hoje há que elevar a fasquia e dar outra cate-

Candidata não se mostra afetada por ser o resultado de uma cisão entre partidos

goria ao certame realizado em Aveiras de Cima. A candidata gostaria ainda de levar a cabo um evento dedicado aos barcos antigos como já se faz em outros pontos da Europa. No que toca à questão da falta de segurança que assola o concelho nesta altura e que tem levado a Câmara a reunir-se com a tutela, Madalena Viana refere que se estivesse ao leme dos destinos municipais apostaria em segurança privada “que podia funcionar como elemento dissuasor face à crimi-

nalidade existente”. Mesmo assim acha que o atual presidente deveria ser mais atuante junto do ministério. No problemático dossier da Quinta da Mina, a candidata diz-se “pela integração” e que todas as soluções devem ser procuradas de forma adiminuir os focos de violência existentes. Já quanto à falta de pagamento das rendas será algo mais secundário embora não se possa ser benevolente para sempre. Para esta candidata um bom re-

sultado seria o maior número de votos possível e diz-se preparada para assumir pelouros no caso de não haver maioria absoluta para o partido vencedor. Este será um teste especial para O CDS-PP que há muito tempo não concorria sozinho. Estes textos refletem apenas um resumo parcial das entrevistas levadas a cabo pelo nosso jornal. Se quiser saber todas as ideias dos candidatos para as mais diversas áreas assista aos vídeos no site www.valorlocal.pt


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Economia 13

Empresa farmacêutica inovadora lança primeira pedra em Arruda rruda dos Vinhos vai receber uma empresa inovadora na área da saúde. O lançamento da primeira pedra da Balestrand Pharma decorreu no passado dia 15 de Setembro e marca o início daquilo que será a laboração de uma empresa farmacêutica vocacionada para a investigação, produção e comercialização de soluções terapêuticas em “skin care pharmaceuticals”. Trata-se de um método inovador que regenera pele em doentes crónicos, como os diabéticos, dados os problemas de cicatrização associados à doença em causa. Esta empresa de origem lusobrasileira instala-se em Arruda dos Vinhos com a ajuda do programa Operacional “Portugal 2020” com uma dotação de quase cinco milhões de euros investidos.

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Responsável da empresa lança primeira pedra

Ao todo, a Balestrand Pharma compromete-se a criar 20 postos de trabalho especializados, ao mesmo tempo que pretende

apostar na investigação e desenvolvimento de novos produtos a partir da sua unidade fabril que agora nasce.

Jorge Felix, CEO da empresa, salientou o empenho da mesma na investigação e na produção nesta unidade fabril que deverá

estar a laborar dentro de dois anos. Aliás Jorge Felix sublinha: “Alicerçamos o nosso futuro em Arruda dos Vinhos”, acrescentando que “será aqui que nos vamos dar a conhecer ao mundo e a Portugal”, sendo este um projeto “ambicioso”. A empresa “nasce em Portugal mas é uma empresa do mundo” vinca, ao mesmo tempo que sublinha “que estamos conscientes das nossas dificuldades” embora refira que com “trabalho e perseverança” a empresa pretende alcançar os objetivos propostos. André Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, deu as boas vindas à empresa, e vincou a criação dos 20 postos de trabalho, num concelho com uma baixa taxa de desemprego. O presidente da Câmara salien-

tou igualmente a “responsabilidade” desta iniciativa aludindo à presença de Ana Abrunhosa, a responsável pela CCDR – Centro, a quem compete gerir o Programa Operacional Portugal 2020, no qual a Balestrand Pharma se alicerçou para investir naquele concelho do Oeste. André Rijo vincou que esse facto é importante “porque significa que Arruda está no mapa e conta para o totobola” porque para si “o trabalho desenvolvido nestes quatro anos fez diferença” e reforça também que a Balestrand Pharma já está “na nossa incubadora de empresas, o Invest Arruda” O autarca salienta a oportunidade para “o emprego qualificado” acrescentando que “nasce uma nova esperança de desenvolvimento sustentado em Arruda dos Vinhos”.

Nersant: Vale Indústria disponível para as PMEs até ao final do mês s empresas da região interessadas em obter um incentivo de 7.500 euros para incrementar a digitalização da sua empresa, podem candidatar-se ao Vale Indústria 4.0 até ao final do mês. A NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, é entidade acreditada para a prestação de serviços. Este projeto financiado é uma oportunidade para as PME’s acelerarem a digitalização do seu negócio. Através do mesmo, as PME podem, com financiamento a fundo perdido de 75%, adquirir

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serviços de consultoria a entidades acreditadas, como é o caso da NERSANT, com vista à identificação de uma estratégia conducente à adoção de tecnologias e processos associados à indústria 4.0. Assim, a NERSANT está disponível para prestar às empresas que desejem candidatar-se ao Vale Indústria 4.0, serviços para a elaboração de estratégias de marketing digital (redes sociais e google marketing), serviços para a elaboração de soluções tecnológicas de comércio eletrónico (de-

senvolvimento de websites e lojas online) e ainda serviços para o desenvolvimento de Apps e outras plataformas tecnológicas, tais como intranet, simuladores de produto, entre outros. Direcionado para projetos de investimento até 10 mil euros e sendo financiado a 75%, o Vale Indústria 4.0 tem um incentivo máximo por projeto de 7 mil 500 euros. As candidaturas estão abertas até 29 de setembro, tendo este primeiro aviso uma dotação orçamental de 4,2 milhões de euros.

Incentivos na componente da digitalização das empresas

Tudor Exide com investimento de 22 milhões de euros Exide Tecnhologies Lda (antiga Tudor), com sede na Castanheira do Ribatejo, vai investir nos próximos anos cerca de 22 milhões de euros. A empresa que emprega atualmente cerca de 485 trabalhadores prevê o alargamento das suas instalações, atualmente 16 ha, tendo em vista a aquisição de novas linhas de montagem e diverso equipamento mais moderno tecnologica-

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mente, que facilite os vários processos de produção e coloque a fábrica da Castanheira entre as melhores do Grupo Exide na Europa, e o consequente aumento de cerca de 60 novos postos de trabalho. A Exide Castanheira, é propriedade da mltinacional norte americana Exide Tecnhologies, que se encontra entre os principais produtores mundiais de baterias.

A produção da fábrica da Castanheira é enviada para exportação em quase 100 por cento das baterias destinadas a aplicação industrial. Esta é uma das unidades produtivas mais importantes no concelho Vila Franca de Xira, e que com este investimento pretendese que seja a garantia da continuação desta fábrica em Portugal e na Castanheira.


14 Desporto

Valor Local

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Grupo Desportivo de Azambuja salienta novidades para a nova época desportiva semelhança de outras tantas associações, o Grupo Desportivo de Azambuja, inicia também a sua época. Em entrevista ao Valor Local, Alexandre Grazina, presidente da recém-empossada direção, refere que a presente época será pautada por algumas novidades. Nesta época, refere o dirigente, o clube apresenta na vertente de competição as modalidades de futebol, futsal, ginástica, kempo chinês lohan tao, taekwondo e pesca desportiva “com principal incidência nos escalões de formação”. A juntar a isso garante que vai também proporcionar a prática das modalidades de krav maga, musculação, fitness, com aulas de grupo, caminhada e corrida. Ao todo são cerca de 300 jovens aqueles que vão poder praticar desporto nas várias secções e modalidades do clube, fundado em 1950. No entanto, o clube regista algumas mudanças no que toca aos professores. Alexandre Grazina enaltece e agradece o trabalho desenvolvido pelas professoras Natacha Correia e Inês Grazina que deixaram o GDA depois de dez anos de atividade intensa. De acordo com o dirigente, a saí-

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da das técnicas está relacionada com a falta de possibilidade do clube em “proporcionar as melhores condições de trabalho a nível pessoal e desportivo pese embora, o esforço desenvolvido por ambas as partes para o conseguirmos”. Esta é de resto uma área em que encontrar professores não é fácil. Por isso mesmo Grazina salienta que a direção “está já há algum tempo a desenvolver contatos para conseguirmos arranjar técnicos que as possam substituir, o que não está a ser fácil, por existirem poucos profissionais deste género nesta vertente da ginástica na nossa área geográfica”. Por outro lado, o clube viu-se obrigado a concentrar as suas atividades no seu pavilhão e na EPAC, local cedido pela autarquia, já que as modalidades que decorriam nas piscinas tiveram de ser deslocalizadas devido às obras daquele espaço pertença do município. Nas piscinas as modalidades de Taekwondo e Krav Maga utilizavam o antigo ginásio, espaço esse que está a ser alvo de intervenção por parte do município. Quanto aos objetivos da atual e renovada direção, Alexandre Gra-

zina refere que passam por fazer uma reorganização do modelo de funcionamento e gestão administrativa do clube, bem como “reajustes necessários ao nível económico e financeiro, para que o GDA possa ser autossuficiente e assim, poder iniciar uma nova fase de investimentos na aquisição de material, para colocar à disposição dos técnicos e atletas”. Há, no entanto, um outro e mais antigo objetivo desta e de anteriores direções, que passa pela “construção no pavilhão de dois ginásios indispensáveis para a coesão e funcionamento do clube, e prepará-lo para os desafios que se nos colocam diariamente”. Sendo esta uma área importante para a população e para a concentração da “família GDA” naquele espaço. Tendo em conta que o atual modelo das coletividades não sobrevive sem algum apoio municipal, e face às próximas eleições autárquicas, Alexandre Grazina, gostaria de ver um melhoramento nas políticas desportivas e suas respetivas estratégias. O responsável alude à necessidade do “melhoramento atual do regulamento de apoio ao movimento

Clube sublinha a necessidade de uma carta desportiva por parte do município

associativo e regulamento da cedência de transportes” e “estender a outras modalidades o apoio à atividade desportiva federada, no âmbito do protocolo existente entre o município e a Associação Futebol Lisboa”. Ainda no campo desportivo, Alexandre Grazina alerta para a necessidade do “apoio à formação de técnicos e dirigentes e valorização do trabalho efetuado nas coletividades” bem como “dos resultados desportivos alcançados” que na sua opinião “se deverão traduzir nos apoios a prestar ao ní-

vel das infraestruturas e material de treino”. Grazina lembra igualmente a premência da reativação “da atribuição de bolsas de mérito desportivo” bem como “a realização de contratos programa com objetivos claros e realistas para desenvolvimento e promoção da prática desportiva quer seja ela competitiva ou de simples ocupação de tempos livres”. O dirigente lembra ainda os candidatos da necessidade de fomentar e alargar as parcerias entre as autarquias, escolas, instituições “e as

coletividades para potenciar e rentabilizar as infraestruturas e os recursos humanos existentes nas áreas desportivas, de integração, formação cívica e humana dos nossos jovens, e interação com a população sénior”. Por último, salienta a necessidade da “criação de um conselho municipal do desporto” bem como a criação e colocação em prática de uma carta desportiva municipal, “base fundamental para as estratégias a definir e aplicar para desenvolvimento das políticas desportivas do concelho”.


Valor Local

Setembro 2017

A estreia num debate autárquico ela primeira vez o jornal Valor Local vai levar a cabo um debate com os candidatos às eleições autárquicas em Azambuja. Com efeito, este é um passo importante nos nossos quatro anos de existência, que tão intensos foram que parece que passaram mais de vinte. Será escusado dizer que com oito concelhos e uma equipa pequena mas determinada não conseguimos fazer mais, embora tenhamos a noção da importância do nosso trabalho para os municípios onde estamos representados. O Valor Local escolheu fazer entrevistas aos candidatos a Vila Franca, Alenquer, Arruda e Azam-

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buja, tendo por base questões de ordem prática, logística, e de antiguidade nesses concelhos. Não significa contudo que outros municípios não mereçam da nossa parte o mesmo tratamento. Reconhecemos a importância das restantes candidaturas, e sempre que possível demos conta disso mesmo, quer no site, quer na edição impressa. Pela segunda vez, voltamos a gravar em vídeo e disponibilizar no site, as nossas entrevistas, facto esse, já reconhecido pelos nossos leitores e que nos vai levar à realização de um debate final no Pavilhão do Grupo Desportivo de Azambuja no próximo

dia 25 de setembro pelas 21 horas. Será um debate aberto ao público, com uma transmissão inédita em direto no site do Valor Local, algo nunca feito na região, mas que face ao trabalho feito pelo nosso jornal nos últimos anos, já era exigido pelos nossos leitores. Assim, este será o único debate realizado pelo Valor Local, tendo em conta a enormidade de questões logísticas que isso acarreta, não significando que em próximos atos eleitorais não possamos alargar a outros concelhos. O Valor Local está consciente da necessidade de informação das populações. Estas nem sempre

Miguel António Rodrigues

são esclarecidas cabalmente, e é nesse sentido que o vamos fazer. Certamente que será um debate onde várias questões estarão em cima da mesa. Questões do foro social e económico, sobretudo, mas também cultural e desportivo, aquelas que irão dominar a conversa. Esperamos que este debate seja esclarecedor para os leitores. Para tal contamos com o bomsenso dos candidatos e dos seus apoiantes, a quem solicitamos que se abstenham de introduzir ruído na sala, sob pena de prejudicarem as próprias candidaturas. Contaremos com a objetividade de todos, porque pela primeira

Humildade versus jactância ando expressão a uma das minhas inquietudes, já por diversas vezes manifestada por escrito, mas sem que, até à data, a tenha partilhado com os meus fieis leitores, sou a fazê-lo na presente crónica. Assim, tenho escrito: - A humildade é um bem quando é parte integrante e verdadeira dos traços de personalidade de um indivíduo (observáveis na constância das suas atitudes); ela é um mal quando pretende exclusivamente suscitar a comiseração dos outros; a jactância (arrogância, vaidade, orgulho, altivez e bazófia) é abominável, pelo que encerra de desrespeito, de desumanização, de conflitualidade pessoal e social e, sobretudo, pelo ridículo de quem a personifica -. Não sendo possível mensurar a humildade, porque não existe mais ou menos humildade, i.e., ou se é humilde, ou não se é, dir-se-ia, na minha opinião, que a mesma, deve ser q.b. (quanto baste). E porquê?

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Para que os humildes se “defendam” de certos jactâncios que por norma, tentam apoucar os humildes, nas suas competências cognitivas e comportamentais/atitudinais; ostracizando-os, desprezando-os, desdenhando-os e por vezes ridicularizando-os, numa tentativa vã, de quererem mostrar que lhes são superiores. Como escreveu Mark Baker (ensaísta inglês) e que corroboro, “a arrogância que nos leva a acreditar que somos superiores aos outros, tem origem no medo de sermos inferiores”. Assim, assumem uma atitude obsessiva de se “parecerem” mais capazes do que os outros, predispondo-se a “dar nas vistas”, a aparecerem em lugares públicos concorridos ou em eventos sociais de relevância, tomando atitudes e comportamentos absolutamente chicoespertistas, tão característicos deste tipo de indivíduos. O que é infelizmente constatável, é que são este tipo de indivíduos que, mes-

mo manifestando incompetências/insuficiências de vária índole, conseguem chegar aonde pretendem, quase sempre, através da sua verborreia e desfaçatez e, sobre o beneplácito de uma sociedade permissiva, pouco exigente e imoral. Como afirmou Immanuel Kant (filósofo alemão), “a humildade é a virtude central da vida, que dá uma perspetiva apropriada de moral”, exatamente o contrário do que estes fulanos pensam (atingir fins sem olhar a meios). Humildade, não é definitivamente, sinónimo de parvoíce, de idiotice ou de incapacidades cognitivas (baixo QI). Pelo contrário, presumo eu, é apanágio dos inteligentes! Contudo, há que reconhecê-lo, alguns humildes inteligentes sofrem de uma psicose que Fernando Pessoa descreve de uma forma ímpar em “O livro do desassossego”: “sou capaz, a sós comigo, de idear quantos ditos de espírito, respostas rápidas ao que

Economia 15

vez, todos os partidos aceitaram este desafio, e pela primeira vez, este género de debate, transmitido para a internet, será realizado em Azambuja. A nossa equipa também espera estar à altura desse desafio, e muito nos honra que todos tenham acedido sem reservas, ao contrário do que se tem vindo a passar em outras zonas do país em que há sempre um ou outro candidato que preferindo evitar incómodos e chatices não comparece em debates levados a cabo por outros colegas da comunicação social. Neste aspeto Azambuja está desde já de parabéns.

O Valor Local dá este passo, que só foi possível, graças à disponibilização do Pavilhão por parte do Grupo Desportivo de Azambuja, dos Bombeiros Voluntários de Azambuja e da Junta de Freguesia de Azambuja, que ajudaram também na logística. Resta-nos portanto esperar um debate com muita elevação, e sobretudo com muita informação esclarecedora para quem nos irá ver, quer em casa, quer no local.

Augusto Moita

ninguém disse, fulgurações de uma sociabilidade inteligente com pessoa nenhuma; mas tudo isso se me some se estou perante outrem físico, perco a inteligência, deixo de poder dizer, e, ao fim de uns quartos de hora, sinto apenas sono”. Notável! Os jactâncios, pelo contrário, sofrem outro tipo de psicose, pois é através das suas atitudes de prepotência, sobranceria, arrogância, insolência e complexos, que mascaram ou camuflam

as suas próprias limitações. Esta é a realidade nua e crua! Se não, como explicar tais atitudes que roçam a discriminação? Somos ser humanos ou seres irracionais? Quem está verdadeiramente consciente do papel que protagoniza na sociedade e, em particular na sua comunidade, dando o seu prestimoso contributo, não necessita de praticar tais atos. Todos temos o nosso espaço e a nossa importância social. Cada um

de nós é um ser único! NINGUÉM É SUPERIOR A NINGUÉM! A CADA UM, O SEU PAPEL NA SOCIEDADE! Boas leituras e até à próxima crónica.


16 Divulgação

Valor Local

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Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade da ACISMA - Associação, Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja

LINHA DE APOIO À VALORIZAÇÃO TURÍSTICA DO INTERIOR Encontram-se abertas as candidaturas à Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior (Despacho Normativo n.º 16/2016, DR n.º 250, Série II, 2016.12.30). Esta Linha tem como principal objetivo o apoio ao investimento a iniciativas/projetos com interesse para o turismo, que promovam a coesão económica e social do território. Enquadram-se nesta Linha de Apoio as seguintes tipologias de projetos e iniciativas: a) Projetos de valorização ou incremento da oferta de Cycling & Walking, nomeadamente no contexto dos percursos cicláveis, pedonais e de fruição espiritual, que concorram para o posicionamento internacional de Portugal como destino competitivo para a prática destas atividades; b) Projetos de valorização do património e dos recursos endógenos das regiões ou de desenvolvimento de novos serviços turísticos com base nesse património e nesses produtos, nomeadamente no contexto do turismo cultural, termal, equestre, gastronómico, de natureza,

militar e ferroviário, que contribuam para o reforço da atratividade de destinos de interior ou para a dinamização de cross-selling regional; c) Projetos de desenvolvimento de atividades económicas do turismo ou com relevância para o setor, assim como de valorização e de qualificação das aldeias portuguesas, tendo em vista a melhoria da sua atratividade e da experiência turística nestes espaços; d) Projetos que tenham em vista a estruturação de programas de visitação turística em destinos de interior; e) Desenvolvimento de calendários de eventos com potencial turístico e com impacto internacional realizados nos territórios do interior ou com impacto nesses territórios. As candidaturas à Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior podem realizar-se até 31 de dezembro de 2017. Fonte:Turismo de Portugal Em caso de dúvida consulte o GAEE/Azambuja – geral.gaee@acisma.org

Programa “Empreende Já” abriu candidaturas A partir de 18 de setembro, inicia-se a segunda edição de candidaturas ao Programa “Empreende Já” que apoia a empregabilidade de jovens NEET (Neither in Emplyment nor in Education or Training). Promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ, I.P.), o “Empreende Já”, tem como objetivos: apoiar a criação e o desenvolvimento de empresas e de entidades da economia social; bem como, a criação de postos de trabalho, por e para jovens. O “Empreende Já” é uma medida integrada no Plano Nacional de Implementação de uma Garantia para a Juventude, cofinanciado, no valor de 4.600.000,00 euros, pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (PO ISE), no âmbito do eixo prioritário 2 – Iniciativa Emprego Jovem. O “Empreende Já” vai desenvolver a segunda edição entre 2017 e 2018, através da implementação de duas ações distintas: Ação 1 que apoia o desenvolvimento de projetos, centrada na aquisição de competências por parte dos jovens (250h de formação e 30h de tutoria); Ação 2 que apoia a sustentabilidade de entidades e de postos de trabalho, criados ao abrigo do Programa, resultantes de projetos desenvolvidos por jovens empreendedores da ação 1. O IPDJ, I.P. pretende envolver, na Ação 1 deste Programa, 370 jovens NEET, dos 18 aos

29 anos e apoiar a integração e a sustentabilidade de 90 postos de trabalho. Durante seis meses, os jovens empreendedores beneficiarão de: Uma bolsa de apoio financeiro equivalente a 1,65 do IAS (Indexante de Apoio Social); 250 h de formação e 30 h de tutoria; Seguro de acidentes pessoais. Os que passarem para a Ação 2: Recebem 10.000,00 euros para apoio à constituição e sustentabilidade da empresa ou entidade de economia social criada; Comprometem-se a manter a entidade em atividade durante 2 anos. As candidaturas ao “Empreende Já” decorrem de 18 de setembro a 30 de novembro de 2017. Para mais informações, consulte: Regulamento n.º 467-A/2017, de 25 de agosto, consubstancia-se no AVISO N.º POISE 20-2015-28 “Empreende Já — Rede de Perceção e Gestão de Negócios”, e define as regras e os procedimentos do Programa; Destinatários: Jovens que, à data de candidatura, reúnam as condições previstas no artigo 3.º da Portaria n.º 308/2015 de 25 de setembro. Fonte: Portugal 2020 Em caso de dúvida consulte o GAEE/Azambuja – geral.gaee@acisma.org


Valor Local

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Autárquicas Freguesia Azambuja 17

As propostas dos candidatos: Limpeza urbana e segurança são as maiores preocupações As eleições para a Assembleia de Freguesia de Azambuja contam com cinco candidatos aos quais colocámos as seguintes questões: Quais os problemas que identifica na freguesia e quais as suas ideias para melhorar a qualidade de vida em Azambuja

Inês Louro PS

Luís Otero CPFNT

Eva Pires CDS-PP

Paulo Ricardo CDU

Firmino Amendoeira BE

zambuja é uma Freguesia com uma localização geoestratégica de excelência. Contudo e face à sua proximidade à capital, também nos acarreta problemas, tornando-a mais fraca do ponto de vista concorrencial com a oferta próxima. Para vencermos esta tendência, temos que ser inovadores e genuínos nas nossas ofertas. E neste sentido penso que a junta no último mandato estabeleceu enormes esforços neste sentido e foi bem conseguida em muitos projetos. Refiro apenas e exemplificativamente Rota das Luzes que mensalmente tirou muitas pessoas de casa para caminharem. Em janeiro próximo chegará aos cofres da junta a quantia de 53 mil euros devidos pela Câmara de Azambuja pela compensação pela falta de recursos humanos no último acordo de execução. Esta verba será integralmente aplicada na aquisição de equipamento elétrico e ecológico para a higiene urbana. Com a recuperação do esteiro, novas oportunidades virão relacionadas com o nosso Tejo e Lezíria. Pretendo continuar a inovar também com a criação de rotas de caminhada tendo como pontos de referência o nosso património (recentemente qualificado por nós). Quanto a outras obras, e para além dos já anunciados campos de padel, pretendo construir um lava-pés para peregrinos, modernizar os serviços administrativos

estes quatro anos toda a freguesia, da vila aos Casais, tem estado entregue ao desmazelo e ao desleixo. Connosco, já em 2018 a despesa total com limpeza e arranjos poderá atingir os 60 mil euros para fazer a limpeza urgente das ruas da vila, corte de vegetação nas bermas e reparação e limpeza de valetas nos Casais com recurso a empresas privadas, com cadernos de encargos bem definidos e uma fiscalização permanente. Vamos criar aquilo a que chamamos “Equipa de Reação Rápida”, que terá como missão intervir em situações excepcionais que garantam a limpeza quotidiana e eficaz da vila. Também em 2018 vamos comprar uma varredora de vias públicas. Na área da segurança queremos o Conselho Municipal de Segurança a funcionar. Em segundo lugar, queremos que a Câmara avance com melhor iluminação pública junto das escolas, das ruas adjacentes à estação de caminho-de-ferro e dos seus parques de estacionamento e nos parques infantis. Também exigimos que se volte a ligar os postes de iluminação que mandou desligar nos nossos Casais, dos Casais de Baixo aos Casais do Farol, dos Casais do Regedor aos Casais do Vale Espingardeiro, do Alfaro aos Casais dos Britos. E também queremos o reforço do patrulhamento na vila e nos casais.

m Azambuja existem vários problemas, dos quais destaco a falta de higiene, quer urbana quer rural, e a falta de segurança. Quanto à falta de higiene, a solução passa pela criação de mais equipas para a limpeza e manutenção das vias e bermas, porque se há condições para se contratar empresas privadas para execução do serviço, porque não contratar-se diretamente pessoal, minimizando assim o problema do desemprego. Quanto à falta de segurança, acredito na possibilidade de uma parceria com a Câmara Municipal para a criação de um corpo de Polícia Municipal, de forma a colmatar a falta de agentes da GNR, ou então exigir junto do Ministério da Administração Interna o destacamento de mais agentes para Azambuja. Pretendo proceder, se for eleita, à realização das obras necessárias para melhorar as condições de circulação nas ruas e passeios da vila das pessoas com mobilidade reduzida e/ou carrinhos de transporte de bebés; organizar programas de ocupação de tempos livres para os jovens adolescentes evitando que se fechem em casa nas pausas letivas; criar um programa de televigilância em parceria com entidades locais a pensar nos idosos, e apoiar todas as formas de promoção da cultura ribatejana, como por exemplo a criação de “festivais” alusivos aos produtos da nossa lezíria.

difícil em poucas palavras deixar espelhados todos os problemas da freguesia, no entanto dizer o seguinte, relativamente aos aspetos que consideramos prioritários: No que diz respeito ao apoio social reafirmo a necessidade de criar uma Oficina Móvel que possa fazer pequenas reparações em casa das pessoas de fracos recursos económicos. Pretendo apostar no combate ao isolamento dos nossos idosos. Em relação às infraestruturas: Sinalizar, melhorar e manter os jardins da competência da junta, aproveitar as águas das nascentes para a rega dos espaços verdes da junta, e fazer um levantamento da sinalização deteriorada ou em falta. Notificar em conjunto com a Câmara os proprietários de terrenos que coloquem em risco a segurança de terceiros. Em relação à Educação: Acompanhar o desenvolvimento escolar, as necessidades e as suas carências. Promover e desenvolver em conjunto com outras entidades a prática do desporto dando assim um melhor aproveitamento das infraestruturas existentes. Na Cultura, e estando nós conscientes do desinteresse que a nossa cultura está a ter no dia a dia queremos melhorar o apoio às instituições sociais, culturais e desportivas na promoção dos eventos que levem a que o povo volte a ter interesse por tamanha riqueza e experiência criada ao longo dos anos.

Os principais problemas que a candidatura do Bloco de Esquerda identifica, têm a ver, sobretudo, com a limpeza e manutenção dos espaços públicos e com a recuperação de fontanários, largos e recantos que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida da população. Nesta matéria defendemos que a Junta deve ter meios próprios para a limpeza diária da freguesia e em conjunto com a Câmara e/ou outras Juntas de Freguesia, possa ser criada uma “brigada” de trabalhadores que atue rapidamente sempre que seja informada de uma qualquer situação que necessite de reparações urgentes. É também particularmente importante a limpeza regular e a requalificação do esteiro, vala real e ribeiro devendo para isso, a Junta, ser um parceiro insistente junto da Câmara e dos organismos oficiais. No capítulo da promoção da cidadania consideramos muito importante a implementação do Orçamento Participativo e a criação de um Conselho Consultivo das coletividades e associações. Para além do exposto acima, a construção de um pequeno anfiteatro ao lar livre, a alteração da postura de estacionamento na vila, um plano de apoio (criado juntamente com a Câmara) ao comércio tradicional e um novo olhar sobre as festas da Freguesia, diversificando a participação das nossas coletividades, seriam mais-valias.

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18 Instantâneos

Valor Local

Tauromaquia Azambujense ¢

António Salema “El Salamanca”

Parreirita Cigano o dia 26 de agosto, Parreirita Cigano deslocou-se à Figueira da Foz e triunfou na corrida que marcava o final da temporada taurina figueirense. Perante um imponente exemplar de Higino Soveral, o cavaleiro do Cartaxo esteve muito bem, encantando o público com a sua lide. No final da corrida, o artista contentou os seus aficionados, passando 45 minutos a dar autógrafos. Depois de passar pelo Montijo e pela Nazaré no inicio deste mês, Parreirita estará em Coruche no domingo, dia 24, na corrida que marca a despedida do Forcado do Grupo de Amadores de Coruche, Rui Godinho, conhecido no meio taurino como o Peitaça. A Parreirita, um enorme Olé!

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Ana Rita cavaleira tauromáquica do concelho de Azambuja continua a triunfar em Espanha e França. Em 19 de agosto em Aroche, Huelva, cortou quatro orelhas e saiu em ombros nos dois toiros que lidou. Em 21 de agosto esteve em Astorga, Leon, e nos seus dois toiros cortou três orelhas voltando a sair em ombros. No dia 26 de agosto em Valencia de Alcântara e na presença deste cronista, foi uma tarde muito feliz para Ana Rita. Numa tarde onde lidou dois toiros, cortou quatro orelhas e saiu em ombros, esteve presente o Presidente da Camara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa, que ofereceu à cavaleira de Aveiras de Cima, o medalhão do Concelho. Ana Rita Ficou muito contente com a distinção. A este cronista que sempre pugnou pela defesa dos valores da região, as lágrimas saltaram. No dia seguinte em Zamora, outra grande lide, sempre a cravar em su sitio, o que lhe valeu três orelhas e mais uma saída em ombros. A 28 de agosto em La Rioja, mais quatro orelhas e saída em ombros pela Puerta Grande. Já este mês, em Peralta, Villoria, Los Navallucillos e Tarrancon, obteve três Puertas Grandes, onze orelhas e dois rabos. Para finalizar a notícia que Ana Rita será a primeira mulher toureira a lidar toiros de Vitorino Martin. Será no dia 24 de setembro na Plaza de Toros de Yecla Ana Rita, que a Virgem de Macarena te acompanhe.

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Memoria - Madrid com Victor Mendes ntónio Salema – El Salamanca, conta uma história de uma das 3 corridas em Las Ventas – Madrid, em que viu Victor Mendes. Nesse dia, o cartel contava com Esplá, El Soro e Victor Mendes e um deles, o El Soro, foi colhido nessa tarde. Aqui o Salema, comprou o bilhete e entrava pela porta principal com ele na mão. Ia andado devagar ao mesmo tempo que ia admirando todo aquele movimento à sua volta. De repente, passam uns miúdos, já crescidos, a correr e há um que me tira o bilhete da mão. Fiquei aflito. Não tinha passagem para as bancadas e então nesse momento tinha de encontrar uma solução para entrar. Corri a todas as portas e em todas levei nega. Sem bilhete não entrava. No último piso, quase em cima da hora da corrida, há um porteiro que olha para mim e eu fui na direção dele. Contei-lhe em desespero toda a história. Que tinha ido de Portugal de propósito para ver o Victor Mendes e que agora me tinham tirado o bilhete e já não via a corrida. O homem olhou para mim e ao verme ali a chorar, mandou-me entrar. Vi a corrida toda de pé, mas consegui ver o imenso êxito de Victor Mendes que naquele dia saiu pela porta grande. Cheio de alegria, este vosso amigo Salema, quis dar algo àquele porteiro pela sua generosidade e boa vontade. Mas o homem recusou-se a receber o que fosse e então só podia fazer uma coisa… de lágrimas nos olhos e em forma de agradecimento, dei um grande abraço àquele homem que naquela tarde me proporcionou assistir ao triunfo de Victor Mendes. O triunfo esse, passados alguns anos, não esqueço. Victor Mendes cortou três orelhas e poderiam ser cinco, se não tivesse pinchado o seu segundo. Numa corrida em que Victor Mendes teve de lidar três toiros por causa da colhida de El Soro, nesta tarde bem passada há já alguns anos.

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Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Metaforas e Parabolas Lda - Comu-

nicação Social e Publicidade; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 3351 • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 3351 • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 10171 • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, Ana Bernardino, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt

Setembro 2017

Bons vinhos em perspetiva da Adega de Arruda s produtores associados da Adega de Arruda estão a vindimar durante todo o mês de setembro, “num ano que se prevê de excecional qualidade,” de acordo com aquela cooperativa. A quantidade chegada até agora à adega também já supera os valores dos anos anteriores e prevê-se que cresça ainda mais até 27 de setembro, data prevista para o fim da vindima. Este ano os trabalhos começaram mais cedo devido ao verão bastante quente e ao facto da uva ter atingido mais cedo o seu estado perfeito de maturação. Além dos tintos e de alguns novos vinhos que serão apresentados em breve, a Adega de Arruda apostou recentemente em alguns vinhos brancos, tirando partido da componente atlântica que o terroir da região apresenta. O Lote 44 branco e o Arruda DOC branco são disso exemplo. Numa aposta na renovação, com respeito pelas tradições e história que uma adega cooperativa guarda, também foi feita a requalificação da antiga Sala dos Alambiques, um espaço que agora está aberto a todos os que o queiram visitar.

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Cartoon: Bruno Libano


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Valor Local

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