Jornal Valor local edição Julho 2016

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Valor Local Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 39 • 22 Julho 2016 • Preço 1 cêntimo

O Negócio das Praças de Touros Págs. 10, 11, 12 e 13 Pág. 5

Cada vez mais tensa a relação entre a Junta de Azambuja Vila Nova da Rainha e a Câmara parou para ver Marcelo Pág. 16


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Bombeiros de Azambuja e Alcoentre preparam candidaturas comunitárias ¢ Miguel A. Rodrigues s Bombeiros de Azambuja e de Alcoentre querem requalificar os atuais quartéis. Ambas as corporações têm uma necessidade urgente em requalificar os espaços, tendo em conta que ambos os edifícios possuem mais de 30 anos. Embora as estruturas estejam bem cuidadas, quer num caso, quer no outro, já se encontram desajustadas à atual realidade, e daí que seja premente para o conforto e operacionalidade que exista uma intervenção recorrendo a fundos comunitários. Em Azambuja, André Salema, presidente da instituição, salientou em entrevista ao Valor Local que os voluntários de Azambuja preparam-se para apresentar duas candidaturas aos fundos comunitários que rondam os 600 mil euros. André Salema refere que as candidaturas vão permitir a aquisição de duas viaturas de combate a incêndios no valor de cerca de 190 mil euros e a requalificação do quartel, cujos valores chegam aos 400 mil euros. No que toca às viaturas, o presidente dos bombeiros salienta que a ideia é substituir um veícu-

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lo de combate a incêndios que tem mais de 30 anos de serviço “que é o nosso Camiva e que já não possui todas as valências para os dias de hoje, até mesmo para a segurança daquele tipo de veículo”. O presidente dos bombeiros vinca igualmente que a associação vai aproveitar para adquirir uma outra viatura ligeira de combate a incêndios, já que essa é uma lacuna da associação. Por outro lado, a fatia maior destas candidaturas, cerca de 400 mil euros vai para a requalificação do quartel atual. Ainda sem horizonte temporal para a construção do novo quartel, André Salema diz que a prioridade passa por pensar no presente e no futuro próximo daquela casa. Por isso, esta segunda candidatura contempla alterações no edifício ao nível da operacionalidade, nas camaratas e balneários da associação, explicando que, neste caso, a estrutura deverá ser repensada para que “o bombeiro demore o menos tempo possível desde que se levanta até chegar ao parque e partir para uma emergência”. Este novo plano está desenhado para que o tempo de resposta di-

Azambuja com investimento de 600 mil euros minua e não é também alheio a isso o fato de a associação pretender remodelar o parqueamento das viaturas. Também em Alcoentre a necessidade de uma viatura e de intervir no edifício é uma urgência, que sofre há muitos anos com infiltrações e o espaço tem de ser adaptado às novas exigências. Ao Valor Local, o comandante da unidade, Eifel Garcia sublinha que os voluntários de Alcoentre

preparam duas candidaturas. Para uma viatura de combate a incêndios no valor aproximado de 200 mil euros e uma outra de perto de 400 mil para a regeneração do quartel. O comandante vinca que os voluntários de Alcoentre necessitam de adquirir “um veículo florestal” já que o mais recente que têm no seu poder é propriedade da Autoridade Nacional da Proteção Civil, sublinhando que o veículo urbano que possuem

Veículo florestal é prioridade para Eifel não consegui ir a alguns locais. O quartel dos bombeiros de Alcoentre foi construído nos anos 80 “e tem por isso algumas debilidades”, refere Eifel Garcia que aponta como uma das principais necessidades “a requalificação das camaratas para o pessoal”. Nesta altura, o edifício tem apenas duas camaratas onde dormem quatro bombeiros, uma capacidade considerada escassa para as necessidades de hoje pelo comandante de Alcoentre.

Os bombeiros têm improvisado alguns espaços que vão sendo poucos. O comandante destaca que na lavandaria está agora uma camarata para os homens responsáveis pelos incêndios florestais e no antigo “gabinete de chefes foi feita a camarata feminina”. As candidaturas servirão assim para dotar de melhores condições de operacionalidade: o quartel e o corpo de bombeiros de Alcoentre.

Oestecim e CCDR esclarecem empresários em Alenquer Oestecim e a CCDR Centro lavaram a cabo em Alenquer mais uma sessão destinada aos empresários da região, no início do mês de julho, tendo em conta a captação de financiamentos no programa Portugal 2020. Tendo com tema “Como candidatar a minha empresa a Fundos Europeus?” a sessão foi de resto muito participada com os empresários de toda a região a colocar, por um lado, as suas dúvidas, e por outro a mostrar exemplos de sucesso num passado recente. Nesta iniciativa que decorreu no

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Museu João Mário em Alenquer, foi possível fazer o ponto de situação atual e projetar o futuro, assim como falar da estratégia empresarial e instrumentos de financiamento disponíveis. A sessão de abertura coube a Pedro Folgado, presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste, e também do município de Alenquer que salientou a importância da iniciativa e da urgência das empresas em fazerem os seus projetos, garantido também o empenho e a colaboração da Oestecim em todo este projeto.

Já Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, vincou por seu lado as diferenças deste novo programa e os anteriores, destacando por exemplo que as candidaturas já não são a fundo perdido, e que no caso de incumprimento, poderá haver a obrigatoriedade da devolução dos mesmos à entidade. Para Ana Abrunhosa, este programa tem muito ainda para dar e deve ser bem aproveitado pelas empresas. A responsável frisou também a necessidade das em-

presas terem uma presença no mundo digital. Ana Abrunhosa considera que este é um longo caminho a per-

correr, tanto mais que as empresas desvalorizam este aspeto que considera importante nos dias de hoje. A responsável la-

Sessão procurou esclarecer empresários

Azambuja

Falta de limpeza das bermas é aflitiva falta de limpeza da berma das estradas no concelho de Azambuja tem sido um tema recorrentemente falado quer por munícipes quer por eleitos como foi o caso do deputado da coligação de centro-direita, Manuel Couceiro, na última assembleia municipal. Várias são as estradas municipais e nacionais onde as canas e as ervas que se acumulam junto às bermas prejudicam gravemente a normal condução automóvel, dando origem a acidentes diver-

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sos. Há sinais completamente tapados entre outras situações. Face a esta situação, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, refere ao Valor Local que a falta de um tratorista tem dificultado a ação da autarquia nas estradas sob a sua jurisdição, sendo que já foi aprovada uma alteração ao mapa de pessoal pela Assembleia Municipal. “Recorremos ao centro de emprego para conseguirmos colmatar esta lacuna, sendo que enquanto está a decorrer o procedimento já contra-

tualizámos os serviços de uma empresa para o efeito”. No que respeita às estradas nacionais, o presidente da Câmara refere que já se reuniu por diversas ocasiões com a Estradas de Portugal cuja direção “mostra-se sempre muito simpática mas depois nunca faz nada”. “Mostrei inclusivamente fotos do acidente mas ainda não vi que se movimentassem para fazer o corte de vegetação”. Entre as vias mais problemáticas do concelho está a Nacional 366.

Local em Casais de Baixo

mentou entretanto que apenas 53% das empresas tenham presença na internet através de uma página.


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ADP e General Eletric arguidas no surto de legionella em Vila Franca de Xira oram finalmente constituídas como arguidas as empresas, e mais sete pessoas em nome individual, como as responsáveis pelo surto de legionella que assolou o concelho de Vila Franca de Xira em novembro de 2014. A Adubos de Portugal (ADP), localizada no Forte da Casa, epicentro do surto, e que foi um dos nomes desde sempre falado, juntase à multinacional General Electric encarregue da manutenção das torres de arrefecimento da ADP neste processo. Recorde-se que o surto de legionella causou a morte a 14 pessoas, num total de 403 afetadas pela bactéria. Em comunicado enviado às redações, a Adubos de Portugal vem, dois anos depois do caso, “lamentar profundamente as consequências nefastas deixadas pela legionella no concelho de

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Vila Franca de Xira, em novembro de 2014”. A empresa “expressa a sua total solidariedade para com todos aqueles que, de forma direta e indireta, temporária e permanente viram as suas vidas afetadas pelo ocorrido.” Diz ainda que “cumpriu de forma inequívoca todas as obrigações legais decorrentes da sua licença ambiental que foi renovada em procedimento ordinário e sem qualquer alteração substancial ao seu conteúdo, a 20 de outubro de 2015.” O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, mostra-se satisfeito com os primeiros sinais de fumo branco relativamente ao dossier da legionella, com a notícia de que o Ministério Público constituiu como arguidas as empresas em causa. “Já estávamos a esmorecer com

a falta de notícias sobre a investigação mas finalmente há resultados. A descrença encontravase instalada entre as pessoas que sofreram com o surto e população em geral, mas parece que apesar de termos estado perante um processo complexo, a justiça será feita”, observa o autarca ao Valor Local, referindo que neste momento impõe-se “no mínimo e para já um pedido de desculpas das empresas” constituídas arguidas. O autarca confia que agora, e face a esta notícia “as famílias poderão avançar de forma mais objetiva, direcionando as suas ações contra algo concreto, e não contra desconhecidos”. Referindo que centenas de pessoas sofreram com o surto de legionella, considerado o segundo mais grave de sempre a nível mundial,

“muitas necessitam das possíveis indemnizações face às sequelas que sofreram com a doença”. Alberto Mesquita considera ainda que a legislação deverá ser mais exigente, correspondendo a uma necessidade de responsabilização das empresas perante o ambiente e as pessoas. Na altura várias empresas estiveram sob suspeita, e sofreram inspeções a cargo da Inspeção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT), nomeadamente, a Central de Cervejas, e a Solvay. De acordo com um relatório sobre o sobre o surto de legionella datado de 15 de dezembro de 2014, era referido que ficou demonstrada a correspondência da estirpe de bactérias isoladas numa das torres de arrefecimento de uma unidade fabril local

(Adubos de Portugal) com a estirpe identificada em secreções brônquicas de doentes. O facto de a lei não instituir auditorias periódicas aos edifícios industriais não deverá ser deixada

de fora deste processo. O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, em entrevista ao Valor Local, apelou a uma reflexão sobre esta questão, exortando a uma mudança da lei.

Em causa torres de refrigeração da ADP

250 mil euros de dívida

Há quem não pague a renda na Quinta da Mina há mais de 10 anos scende a 250 mil euros o total da dívida referente à habitação social no bairro social camarário – Quinta da Mina, em Azambuja. Criado há cerca de 20 anos, tornou-se hoje num bairro onde reinam os comportamentos marginais, sendo quase uma espécie de ghetto. De acordo com a Coligação pelo Futuro da Nossa Terra, em reunião de Câmara, “há inquilinos que devem 30 mil euros de renda”; informou Maria João Canilho daquela força partidária. As rendas são calculadas em função dos rendimentos, sendo que há moradores que nem rendas de 10 euros conseguem pagar, com alguns dos contratos a serem renovados, ano após ano, apesar do incumprimento. A

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coligação entende que a Câmara deveria acionar os meios conducentes ao despejo, uma vez hipotecada qualquer hipótese de regularização das dívidas, como é o caso. O presidente da Câmara, Luís de Sousa, referiu que este assunto tem sido por várias vezes estudado pela autarquia junto do gabinete jurídico, mas não se afigura como fácil. Para já assegura que não vai colocar ninguém na rua, “caso contrário ganhamos mais um problema”. Entre os diferentes constrangimentos que o bairro oferece, encontra-se ainda o facto de que “ninguém querer ir viver para lá por causa dos ciganos”. “Ainda há pouco tempo tivemos aqui uma senhora na Câma-

ra que necessitava de uma casa com urgência e nos pediu para não a pormos lá”. (Na reunião de Câmara estavam também presentes alguns moradores que se queixaram igualmente dos conflitos étnicos existentes no bairro.) A coligação voltou à carga e referiu-se ainda ao facto de alguns inquilinos possuírem casa no bairro social, e terem morada fora do concelho ou mesmo no estrangeiro, como é o caso de um inquilino que reside em França. Luís de Sousa referiu que essa situação resulta de um compromisso que foi assumido, no início dos primeiros alojamentos do bairro, pelo antigo presidente da Câmara João Benavente, que dura até hoje, “mas o senhor tem pagado

sempre a renda”. Herculano Valada, vereador com o pelouro da Ação Social, adiantou que a Câmara tem, neste momento, orçamento para fazer face a algumas obras que são necessárias como

a reparação de algerozes, e melhoramento das condições de iluminação. Em várias visitas que tem efetuado ao bairro, o vereador apercebeu-se de situações limite vividas no interior dos pré-

dios com completa degradação das instalações, proliferação de lixo, e até a construção de capoeiras em sótãos, colocando em causa as condições de salubridade dos que ali habitam.

Bairro apresenta cada vez mais problemas sociais


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Vila Nova da Rainha celebrou centenário da aviação militar com visita presidencial

Monumento veio mudar a face de Vila Nova da Rainha Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou, no passado sábado dia 17 de julho, em Vila Nova da Rainha um monumento que assinala os cem anos do primeiro voo militar em Portugal.O momento contemplou uma série de iniciativas levadas a cabo pela Força Aérea Portuguesa, a Câmara de Azambuja e a Junta de Freguesia local.Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido de forma entusiasta pela população, isto apesar dos quase 40 graus que se faziam

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sentir. Em conversa com alguns populares, esta iniciativa foi considerada como “importante”, primeiro porque voltou a dar importância à freguesia, e depois porque assinala um feito nacional com a presença do chefe de Estado. Aliás, desde 93, altura da presidência aberta de Mário Soares, que o concelho de Azambuja não recebia um Presidente da República, sendo que Marcelo Rebelo de Sousa o conhece bem pois tem feito ao longo dos últimos

anos várias visitas pessoais a Virgínia Estorninho, militante do PSD e amiga pessoal do atual presidente. Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou um monumento alusivo aos cem anos do primeiro voo. Um avião que foi estrategicamente colocado na entrada norte de Vila Nova da Rainha por cima de um revestimento azul que simboliza o ar e o mar. O monumento que tem sido do agrado de todos os populares, é também um símbolo da importân-

O Presidente da República no Sítio Histórico cia daquela vila, já que ali existiu a primeira escola de aviação militar do país, até esta se deslocar para Sintra por causa dos terrenos. Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de assinalar o momento lembrando a importância para o país daquela localidade do concelho de Azambuja. O chefe de Estado aproveitou para lembrar o primeiro voo militar em Portugal efetuado em Vila Nova da Rainha pelo Tenente Santos Leite. Por outro lado, Marcelo Rebelo

de Sousa, não quis deixar de dar uma palavra aos militares que faleceram num acidente com um C130 na base Aérea do Montijo evocando a memória desses mesmos militares. No seu curto discurso, o Presidente da República falou ainda sobre os atentados em França e na Turquia. Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, aproveitou para dar a conhecer um pouco do concelho, e lembrou que para além de ser o ber-

ço da aviação militar, Vila Nova da Rainha é também conhecida por ali ser ter casado D. Nuno Álvares Pereira em agosto de 1376 com D. Leonor de Alvim, sublinhando assim as raízes históricas da vila. Marcelo Rebelo de Sousa teve ocasião ainda de se deslocar ao apeadeiro local, perto do sítio onde estava a Escola Aeronáutica Militar e o Campo de Aviação, tendo inaugurado, os painéis “Sítio Histórico”, que contem mapas e informações sobre este local.

Ribeira da Milhariça foco de ratos, cobras e maus cheiros ribeira da Milhariça, em Aveiras de Cima, precisa urgentemente de obras de limpeza. Completamente inundada de canas, já nem é possível verificar que no local passa um curso de água. Arlindo Correa, morador junto a esta ribeira, queixa-se dos maus cheiros provenientes do lo-

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cal, bem como da proliferação de ratos e cobras devido ao estado insalubre da água. Indignado com o estado da situação até refere que qualquer dia coloca “as cobras e os ratos à porta da Câmara”, até porque há mais de 10 anos que a ribeira não é limpa. O facto de existir

Morador indignado com incúria

uma fábrica ligada ao setor das areias paredes meias com o curso de água “também não ajuda à situação”, assim como, a própria população “que vem despejar terra para dentro da ribeira”. Acresce a este estado de coisas que “no ano passado a Proteção Civil andou a cortar as canas, mas deixou-as dentro da ribeira”, ilustra o morador. Por outro lado, refere que frequentemente se assiste a despejos de detritos agrícolas em outras zonas da ribeira, e “neste momento até vêm depositar alcatrão ali na zona do antigo mercado mensal”, também junto à ribeira, o que pode significar mais um foco de problemas. “Os maus cheiros chegam a ser de tal intensidade que durante a noite, nestes dias de verão e calor e intenso, não podemos abrir a janela,” refere Arlindo Correa, que se continua a queixar – “A junta coloca a culpa na Câmara,

e a Câmara também não faz nada. Não se pode perguntar nada a nenhuma destas entidades porque ficam sempre muito ofendidas”.

Em reunião de Assembleia de Azambuja, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, informou que a limpeza da ribeira da Milhariça está agendada, tendo em

conta que já foi lançado o procedimento concursal para o efeito. “A ribeira será limpa no que concerne à sua localização na malha urbana”, deu conta.


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Azambuja

Bombeiros registam 30 mortos na Estrada Nacional 3 em três anos urante um ano a Estrada Nacional 3 que atravessa parte do concelho de Azambuja, foi a mais mortífera da região. Desde 2013 morreram 30 pessoas nesta via, sendo que só este ano quatro perderam a vida no local. É por isso que a par com a Estrada Nacional 366, que liga o cruzamento da Guarita a Aveiras de Cima, constituem a maior preocupação dos bombeiros de Azambuja. Ao Valor Local, Armando Batista, comandante da corporação azambujense, salienta a perigosidade da estrada que em parte é agravada pelo movimento das centenas de pesados que laboram na área logística. Segundo o comandante, não existem estatísticas oficiais, mas por alto, só a Sonae e a Jerónimo Martins movimentam cerca de quatrocentos camiões por dia. Outros tantos devem sair tam-

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bém do grupo Auchan. Todo este movimento coloca os bombeiros em alerta permanente e de mãos atadas, pois nunca se sabe quando e onde acontece um acidente e os bombeiros têm de estar em alerta. Armando Batista salienta que o tempo de resposta ronda “um minuto e dezassete segundos” e isso é uma grande mais-valia para o socorro “ e um motivo de orgulho para nós”. Apesar das circunstâncias, o comandante vinca a redução de vítimas mortais nos últimos meses, atribuindo a isso o grau de resposta dos bombeiros, e na evacuação para o hospital de referência, já que quanto mais rápido for o socorro, menos probabilidade de morte existe num acidente de viação. Existem, no entanto, outras preocupações. Armando Batista lembra que “Azambuja está no cen-

tro de tudo e por isso o grau de alerta é constante.” O operacional salienta que na base deste trabalho está uma alteração da forma de atuação. Se antes saía primeiro a ambulância e depois o carro de desencarceramento, “agora saem os meios todos”. “Se não fizerem falta regressam” salienta Armando Batista vincando que neste campo os bombeiros de Azambuja não fazem qualquer poupança. O comandante lembra que Azambuja é atravessada pela autoestrada do norte, pela linha do norte, tem as maiores empresas de logística alimentar que fornecem lojas em todo o país e ainda é atravessada por um gasoduto e oleoduto e um corredor aéreo, “bem como a conduta da EPAL que abastece Lisboa e passa mesmo aqui”, refere o comandante. Estes são motivos de preocupa-

Nacional 3 é foco de vários acidentes ção, lembrando que “as pessoas não têm noção da importância de Azambuja que é o centro da logística de Portugal”. Todavia também as estradas municipais constituem alguma preo-

cupação. Há com frequência acidentes com alguma gravidade na “Ladeira do Judas” na zona dos Casais de Britos e na Rua dos Casaleiros. No que toca à Estrada 366,

“existe alguma preocupação, nomeadamente devido à configuração da estrada, mais sendo um ponto negro, mas as preocupações com a nacional três são muito maiores”.

Alcoentre

“Estradas são boas. O pessoal é que não respeita!” s Bombeiros voluntários de Alcoentre têm em mãos o socorro no alto do concelho de Azambuja. A área é vasta e em muitos locais a ingerência dos condutores a par com o mau estado das vias, tem sido o “rastilho” para a ocorrência de acidentes de viação graves. Eifel Garcia, comandante dos voluntários locais, salienta ao Valor Local que a estrada nacional 366, o IC 2 e a antiga nacional 1, são as principais preocupações a par com a autoestrada do norte. Para o comandante, o aumento do fluxo de trânsito tem sido significativo e isso acarreta também maior preocupação aos soldados da paz, já que isso leva “a que os sinistros ocorram com maior regularidade” lamenta o operacional. Eifel Garcia refere um acidente recente “quase às portas do

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quartel, no cruzamento de Alcoentre, que fez três mortos e oito feridos”. O comandante vinca como pontos negros da sinistralidade o “cruzamento de Alcoentre, a zona da Repsol na ligação ao Vale de Tábuas, a zona das Quebradas nas ligações ao IC2 e na Espinheira”, “onde já se registaram acidentes com mortos e feridos com alguma gravidade”. Eifel Gracia atribui a muitos destes sinistros a malfadada “falta de limpeza” para tentar justificar alguns dos acidentes. Há muito que o cruzamento de Alcoentre reclama manutenção por parte da Estradas de Portugal que tarda em limpar as bermas e mudar alguma sinalização já pedida até pelo município de Azambuja. Por outro lado lamenta também algum descuido por parte dos condutores que descuram “a segurança rodoviária”.

O comandante reconhece que os condutores quando “possuem a carta há pouco tempo dificilmente têm acidentes de automóvel”, mas depois de “ganharem confiança e passarem o período de

IC 2 em Alcoentre causa preocupação

Câmara Municipal de Vila Franca faz obras em escolas erto de 20 estabelecimento de ensino nas áreas de Jardim-deInfância e 1.º ciclo recebem, neste período férias escolares, obras de beneficiação por parte da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, num investimento que ronda os 470 mil euros. À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, salas de aula, recreios, refeitórios, instalações sanitárias, muros e vedações são alguns dos espaços que recebem trabalhos de manutenção, conservação e colocação de novos equipamentos, de forma a que o novo ano letivo comece com as melhores condições.

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experiência, já as regras do código da estrada deixam de ser observadas devidamente”. O comandante salienta que as estradas, na sua maioria “estão boas, têm um bom asfalto e a si-

nalização adequada. Contudo os automobilistas não respeitam isso, destacando como exemplo a sucessiva violação do traço contínuo para quem vira para uma empresa na zona industrial

de Aveiras, em vez de “darem a volta na rotunda” ou no acesso da CLC em Aveiras de Cima: “As pessoas sabem que é proibido, mas continuam a fazê-lo” refere. O comandante dos combeiros de Alcoentre defende o alargamento para duas faixas na Estrada Nacional 366 para que o socorro possa ser mais eficiente, não colocando em causa a segurança das pessoas. Eifel Garcia diz que em tempos já se falou desta hipótese, que considera preferível à colocação de um separador central. Já dentro de Alcoentre a preocupação com o desrespeito dos semáforos é constante. “Ainda na sexta-feira houve um acidente que envolveu uma grávida de sete meses por desrespeito do sinal vermelho”, todavia e segundo o operacional, tudo não passou de um susto.

Requalificação na cidade de Vila Franca té final do mês de julho começa uma requalificação ao nível do subsolo e superfície nas Ruas do Curado e Joaquim Pedro Monteiro, em Vila Franca de Xira, resolvendo questões de saneamento e circulação há muito sentidas na zona e que terão agora a sua resolução. A intervenção conclui o ciclo de trabalhos que se iniciou na Rua Alves Redol e prosseguiu nas Ruas Luís de Camões, 1.º de Dezembro e Serpa Pinto. A obra contempla, ao nível dos SMAS, a remodelação das redes de saneamento e abastecimento de água e, ao nível da Câmara Municipal, as vias de circulação rodoviária e pedonal. Durante a obra, estão previstas alterações à circulação de trânsito e estacionamento na cidade. Tratam-se de trabalhos exigentes e complexos, que têm por objetivo trazer melhorias assinaláveis à qualidade de vida de residentes e visitantes da cidade. Prevê-se que a requalificação esteja concluída até final de abril de 2017, num investimento que orça em cerca de 700 mil euros.

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Cultura

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Coligação quer expropriação de terrenos do Castro de Vila Nova de São Pedro Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra apresentou durante uma das últimas reuniões de Câmara de Azambuja uma proposta tendo em vista a expropriação dos terrenos onde se situa o Castro de Vila Nova de São Pedro, mas o executivo socialista achou por bem pedir um compasso de espera tendo em conta que após mais de 10 anos de negociações com os proprietários espera, agora, que se consiga finalmente chegar a

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acordo. Até outubro, o município ficará na expetativa quanto a esta matéria. Daqui a três meses, se nada acontecer, Luís de Sousa, presidente da autarquia, referiu que está disponível para se avaliar de novo a proposta. Recorde-se que o monumento classificado como de interesse nacional permanece ao abandono, sendo difícil até para os habitantes do concelho conseguirem descortinar a sua localização face ao emaranhado de sil-

vas para grande desgosto da população e da comunidade científica. A Câmara escuda-se no facto de não poder intervir em terreno alheio. Esta é uma questão que tem andado ao sabor de disputas e partilhas familiares há vários anos, bem como de sucessivas promessas e anúncios da autarquia sem grande sucesso. O município tem até à data rejeitado o instrumento da expropriação, sendo que o vereador

da Cultura, António Amaral, aconselhou a se ir fazendo o caminho nesta matéria com alguma cautela, “pois tudo indica que será desta” que a família vai conseguir fazer as partilhas. A bola está mais uma vez do lado dos proprietários, mas “as coisas estão bem encaminhadas”, quis sossegar – Luís de Sousa, que tem-se reunido com os mesmos que manifestaram, nas suas palavras, “interesse em que o património seja recu-

perado”. Em cima da mesa, estará ainda, e ao que tudo indica o pagamento de uma espécie de renda mensal a rondar os 100 euros (valor que ainda não é definitivo) por parte do município aos proprietários que não estão disponíveis para vender o terreno. Foi comentado nesta reunião de Câmara que o valor do terreno não deverá exceder os 3600 euros, e como tal uma renda a médio longo prazo poder ser visto como algo mais

vantajoso. O vereador da Coligação, Jorge Lopes, defendeu que a via da compra do terreno seria a mais desejável tendo em vista uma eventual candidatura a fundos comunitários, mas sem especificar que tipo de projetos se poderiam levar a cabo naquele local, que recorde-se está indicado para sofrer obras de limpeza e de sinalização, que até deverão ser em parte custeadas pela associação dos arqueólogos.

Câmara de Alenquer apresenta estudo sobre o Pintar e Cantar dos Reis lenquer quis ao longo do mês de julho dar mais um pontapé de saída na candidatura da tradição do “Pintar e Cantar dos Reis” a património mundial da humanidade. Tiveram lugar três apresentações públicas em que foi dado a conhecer o estudo e inventariação desta tradição pela Cooperativa Cultu-

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ral –Memória Imaterial Do estudo levado a cabo sobre esta tradição resultou a publicação de um livro e a criação de 11 documentários vídeo (um geral, com cerca de 50 minutos e dez respeitantes às localidades onde a tradição se mantém, com cerca de seis minutos cada). O vereador da Cultura, Rui Costa, salientou a forma como a tradição se consegui solidificar nos últimos anos, ou seja desde que os “reizeiros” se uniram no objetivo de colocar a outro nível o cantar e pintar dos reis que já foi considerado “Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal”. O próximo passo será o do reconhecimento nacional, e

posteriormente internacional. Filomena Sousa da cooperativa cultural encarregue de fazer o levantamento da tradição reforçou durante a apresentação que os rituais do “Cantar e Pintar dos Reis” possuem algumas variações consoante as localidades: (Catém, Casal Monteiro, Ota, Abrigada, Olhalvo, Pocari-

ça, Mata e Penafirme, Cabanas de Torres e Paúla). A tradição pode estar ligada, entre outros aspetos, à presença dos franciscanos no concelho “que trouxeram esta representação do Auto dos Magos” que incluía desfiles

e peditórios pelas ruas. De alguma forma também se pode associar os desenhos pintados pelos reizeiros nas casas “aos antigos rituais romanos de bênção do giz e das casas”. A tradição do “Cantar e Pintar dos Reis” A manifestação celebrada no concelho de Alenquer implica a participação quer dos cantoresreiseiros que anualmente, na noite de 5 para 6 de janeiro, se reúnem para Pintar e Cantar os Reis nas suas localidades. Sem ensaios ou combinações elaboradas, o grupo junta-se espontaneamente e parte pelas ruas da povoação. Os membros que vão pintar seguem à frente e, em silêncio, munidos das tintas, pincéis e lanternas pintam as fachadas, os muros e as entradas das casas com os tradicionais desenhos dos Reis. Mais atrás seguem, em maior número, os cantores – o coro liderado pelo apontador. Durante toda a noite alguns elementos do grupo desenham diferentes símbolos nas fachadas junto às portas, na entrada das casas - o desenho de vasos e corações com flores alusivos à composição do agregado familiar; os desenhos representativos das profissões e doutras atividades dos habitantes; o dese-

nho da “Estrela do Oriente”; as inscrições alusivas aos Reis e a

“Era” (o ano da celebração). As cores tradicionalmente utiliza-

das no ritual são o vermelho almagre e o azul de anilina.


Negócios com Valor

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Valor Local

Nally, no Carregado, promete fazer furor no mundo da cosmética Nally é uma das empresas mais antigas do país. A marca nasceu há 90 anos numa perfumaria de bairro em Lisboa. Teve as suas instalações no Campo Grande até há seis anos atrás, altura em que se mudou de armas e bagagens para o Carregado. Pierre Stark apaixonou-se pelo Benamor quando se deslocou a uma loja de produtos portugueses vintage, há dois anos atrás, e ficou a saber do sucesso que o creme de mãos da marca causara numa loja da sofisticada e exclusiva marca Yves Saint Laurent, em Paris. “Tem uma textura leve mas que não é imediatamente absorvida pela pele, quase como uma luva, com perfume de citronela”, explica Pierre Stark. Levado para Paris por um amigo de Catarina Portas, ligado à marca francesa, esteve à venda durante um ano na loja. “As pessoas compraram e voltaram a comprar, e a fidelização é um sintoma muito bom. Percebi que tinha de existir algo mais, e vim conhecer o antigo dono e os seus sócios. A compra da empresa não foi imediata, mas conseguimos”. “O senhor Nunes, antigo proprietário, achou que eu era uma pessoa honesta, apaixonada, e com uma vasta experiência no mundo da cosmética pois trabalhei na L’Oreal e vendeu-me a fábrica”, resume. A Nally deu a conhecer nas últimas semanas a remodelação que efetuou na marca Benamor com a apresentação exclusiva das novas embalagens. O antigo design é mantido, apenas com algumas ligeiras alterações, sendo que passa a estar disponível também na loja de cosmética do El Corte Inglés, na gama “luxo acessível”. Este foi um passo difícil mas importante para o Benamor, desde o início ligado às pequenas drogarias de bairro, mas que agora chega a uma das montras mais sofis-

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A gama Jacarandá ticadas do país. “Algo impensável até há pouco tempo”, constata Stark. A internacionalização também vai sendo feita, porque “há um sentimento muito presente no consumidor atual de ir buscar algo menos massificado, e que conta uma história”. O produto encontra-se em cerca de 10 perfumarias mais ou menos exclusivas na Alemanha. Lá fora, a marca quer fixar-se no segmento de luxo –“apostando no requinte das fórmulas, como o jacarandá, e o rose amélie, que são mais leves; e também da própria embalagem, com a incisão do ouro estampado, um produto muito caro, que dá um ar mais luxuoso”. Seria impensável, a venda do Benamor aos mesmos preços de Portugal, caso contrário não se revelaria financeiramente viável, daí a aposta na valorização da marca a vários níveis. Já no El Corte Inglés, os preços sofrem alguma variação não demasiado assinalável, com preços entre quatro a cinco euros mais caros do que no mercado tradicional da marca.

Neste aspeto, pequenas drogarias e mercearias de bairro não serão, contudo, esquecidas – “Tenho imenso respeito pela nossa distribuição do coração, e também para aí lançaremos uma gama de sabonetes”. “Não quero fazer snobismo”, sustenta. Com uma história de décadas firmada na fidelização à marca por parte de gerações mais velhas e mais novas, uma das premissas da campanha assenta na ideia de que “Lisboa Portugal está verdadeiramente na moda lá fora”, sentencia. Pierre Stark quer aproveitar esta ideia, inspirando-se no vintage, mas indo mais além, e “fazer desta uma marca verdadeiramente internacional, e competitiva”,

vência durante décadas atrás de décadas neste segmento de mercado em Portugal, o da cosmética, rivalizando apenas com a Ach Brito. Quando surgiu assumiu-se

logo como uma marca de vanguarda para a época, prova disso era a aposta na publicidade em cartazes, alguns deles hoje verdadeiras relíquias icónicas do Benamor e de outros produtos da Nally. “Era mesmo um dos maiores investidores de publicidade do país”. Nas primeiras décadas do século passado, a Nally dispunha de uma componente mais eclética de produtos, possuindo no seu catálogo desde pasta dentífrica até batons, águas de colónia, e pó de arroz. “Não possuímos todas as embalagens desse tempo, porque houve um incêndio no Campo Grande, e os poucos exemplos que restam estão na posse de alguns colecionadores. O que temos para mostrar são apenas algumas fotos”. A história da Nally não deixa de inspirar constantemente Pierre Stark, e olhando para a história da marca, denota que “a criatividade das suas embalagens também é uma prova de que esteve sempre à frente do seu tempo”.

A história da Nally O nome Benamor surgiu em 1925. Era o nome de uma perfumaria na Rua Augusta. A fábrica, Nally, existia no Campo Grande e respondia às solicitações da loja. É um dos raros casos de sobrevi-

O icónico creme de rosto

Os novos proprietários continuam a guardar religiosamente todos os registos fotográficos dos primórdios da fábrica que esteve sedeada até há poucos anos atrás no Campo Grande, em Lisboa. Uma fotografia de trabalhadoras de outrora a embalar o creme à mão é um desses exemplos. Outro dos produtos mais marcantes da Nally era o seu petróleo químico destinado a travar a queda de cabelo. Pierre Stark mostra um dos poucos frascos que ainda resta, anunciando que o melhor cliente deste produto foi Salazar. “Frequentemente o seu motorista dirigia-se à fábrica do Campo Grande para comprar caixotes deste petróleo, Sempre recusou ofertas, mas não desdenhava comprar com desconto”, refere Stark, rindo-se. Na estratégia da empresa, estará inevitavelmente a criação de uma loja Benamor, uma espécie de museu, com os produtos do passado e do presente para poderem ser apreciados.


Valor Local

Dossier: Águas

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Águas do Ribatejo vai investir 20 milhões de euros na região empresa Águas do Ribatejo vai investir cerca de 20 milhões de euros nos municípios de Torres Novas e Benavente através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR). Segundo Francisco Oliveira, presidente da empresa, “realizar 20 milhões de euros em dois anos não é normal, destacando que a empresa ‘Águas do Ribatejo’ é um exemplo de vitalidade e a aprovação destas candidaturas é um reconhecimento do mérito desta empresa”. Segundo o responsável, “com a conclusão deste conjunto de obras atingiremos um volume de investimento superior a 120 milhões de euros realizado em sete anos” sublinhando que este é “um forte contributo para o desenvolvimento desta região e para a melhoria da qualidade de vida de 150 mil pessoas que vivem nos sete concelhos que integram a AR.” Para o presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, a empresa “revelou uma excelente capacidade na eficiente aplicação dos fundos comunitários que nos foram confiados”. Para o autarca, o mais importante “é a possibilidade de fazer este tipo de investimento,

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sem que este pese na fatura dos seus munícipes”. Para o presidente da Câmara de Benavente não estão em causa apenas os valores apresentados nesta sessão com os empreiteiros e comunicação social. O autarca salienta também que o município vai ter de projetar outros investimentos no futuro: “Tratase de não só adaptarmos os sistemas ao que são as necessidades ao nível da sua remodelação mas também ao nível do ambiente”. Neste protocolo assinado entre a AR os municípios e as empresas, destacam-se a remodelação do subsistema de saneamento de Samora Correia através da redução do número de ETAR’s existentes em fim de vida útil e no limite da sua capacidade e a construção de uma nova ETAR com capacidade de tratamento adequado. Carlos Coutinho numa resposta aos jornalistas salienta que o município está em crescimento. Por isso há alguma preocupação com a sede de concelho e com a freguesia de Samora Correia. O presidente da Câmara vinca por isso a necessidade de dotar as infraestruturas existentes com a capacidade necessária para dar resposta aos munícipes. Diz que há necessidade

Empresa anunciou os novos investimentos de reduzir custos de funcionamento, ao mesmo tempo, que se vai investindo em cada um dos

sistemas. Carlos Coutinho avança para já com a substituição de três sistemas no concelho, atra-

vés de um sistema único e mais afastado das zonas de residência das populações.

Ainda em Samora Correia está previsto uma intervenção da ETAR da Murteira.

Tarifários da Águas da Azambuja vão ter de descer Tribunal de Contas já deu aprovação ao aditamento ao contrato celebrado entre a Câmara Municipal de Azambuja e a concessionária do serviço de águas e saneamento: Águas da Azambuja (ADAZ), aprovado há um ano atrás em Assembleia Municipal. Tendo em conta o visto positivo do Tribunal de Contas, a empresa terá agora de nivelar as

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tarifas de acordo com a nova realidade da verticalização do setor, que eliminou um intermediário na compra do m3 de água, fazendo baixar por conseguinte os custos. O presidente da Câmara, Luís de Sousa, garantiu isso mesmo em reunião de assembleia municipal e perante as questões sobre esta matéria efetuadas pelo deputado da CDU, António Nobre.

Preço da água vai ter de baixar

Recorde-se que numa das últimas reuniões de Câmara, o vereador da CDU, David Mendes, referiu que de acordo com os seu cálculos, a ADAZ estava de alguma forma “a aproveitar-se das circunstâncias”, face às novas tarifas fixadas pela Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR) que deviam ser acatadas pelos municípios, e em Azambuja,

no momento, em alguns casos são ainda superiores a 25 por cento, como acontece na taxa de

recursos hídricos. O presidente da Câmara sempre referiu que na base do atraso nesta atualização

estava a falta de visto do Tribunal de Contas em relação ao novo aditamento ao contrato.

Mina reativada em Manique União de Freguesias de Manique, Maçussa e Vila Nova de São Pedro requalificou a mina que ancestralmente servia a freguesia de Manique do Intendente. De acordo com José Avelino, presidente da Junta, a obra começou ainda no tempo do anterior presidente, Herculano Valada e foi concluída agora depois de um desabamento de terras ter deixado o local praticamente inacessível. Ao Valor Local, o autarca salienta que esta era A obra começou ainda no tempo de Valada uma velha necessidade dos fregueses, tento mais que o local é frequentando por muitos agricultores e populares em geral, que de forma gratuita ali vão encher os reservatórios de água. José Avelino destaca no entanto que a água não servirá para consumo humano, mas é analisada e serve apenas para a agricultura. A obra esteve parada algum tempo por causa do aluimento de terras, mas no dia 18 de julhi voltou a ficar disponível para o público de forma gratuita.

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O Negócio da Praça de Touros A Realidade da tauromaquia na região num périplo pelas praças de touros, onde há mais prejuízo do que lucro. A rentabilidade das corridas está longe dos seus tempos áureos, também por culpa da crise. E qual o futuro da festa brava numa altura em que está órfã de grandes talentos no toureio que possam chamar mais público às corridas? São as questões à procura de resposta ¢ Sílvia Agostinho empresário Rafael Vilhais pegou na praça de Touros de Salvaterra de Magos há escassos meses. Natural de Samora Correia diz que foi quase obrigado a ficar com a praça de Salvaterra, propriedade da Santa Casa da Misericórdia local. Muitas direções e empresários têm passado pelo espaço, mas sem sucesso, e com muita polémica à mistura. A praça de Salvaterra não é das mais fáceis. Chama algum público mas

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uma legislação ainda mais apertada, nomeadamente, com a instalação de curros equipados para o efeito. “Essas obras foram realizadas pela Santa Casa, sou apenas inquilino”, refere salientando ainda “a relação salutar com a entidade proprietária”. “Uma das coisas que me pedem é que honre os meus compromissos com os artistas, com os toureiros, e até bombeiros e coletividades, que foi algo que nem sempre se teve em linha de conta”, aponta

Rafael Vilhais diz que as trocas são normais não tem o estatuto do Campo Pequeno ou da Palha Blanco em Vila Franca de Xira. Rafael Vilhais quer contrariar essa tese, e por isso vai apostar forte na vinda de um dos toureiros sensação em todo o mundo na corrida de 29 de julho, o peruano Andrés Roca Rey. Centenária, esta praça é já de si icónica por ter sido realizada ali a última corrida real. O seu estado de conservação é aceitável para os anos que tem, contudo o empresário salienta que quando chegou teve de fazer obras, principalmente algumas pinturas. Também gestor das praças de Beja e de Caldas da Rainha, refere que não estava nos seus planos o equipamento salvaterrense. “A Misericórdia é que me empurrou para este projeto porque esta praça teve uma má gestão, e outros que por cá passaram não fizeram um bom trabalho sem dúvida nenhuma”, atira. A praça de Salvaterra já cumpre o decreto - lei de 89/2014 que obrigava este tipo de equipamentos a adaptarem-se a

para se referir ao facto de no passado alguns dos artistas terem ficado sem receber o cachet acordado. “As várias administrações, que não a Santa Casa, queimaram a praça de touros”, alude. Para Rafael Vilhais, o equipamento tem boas condições “temos é de atrair bons artistas para trazer pessoas à praça”. A praça de Salvaterra tem uma lotação para 3400 pessoas, “o desejável seria 4 mil lugares”. Com as novas exigências legais o equipamento teve de sofrer obras e reduzir o número de lugares. Nesta praça, e com uma lotação esgotada o empresário acredita que consiga faturar cerca de 75 a 80 mil euros por corrida, sendo que o lucro é sempre relativo. No caso da corrida de 29 de julho, e tendo como cabeça de cartaz um dos nomes do momento, uma fatia considerável do que se angariar será para pagar ao novo fenómeno do toureio apeado. Nesse aspeto “quatro mil lugares seria o desejável”. Tal como em outras localidades ri-

Praça de Salvaterra vai receber nome de topo mundial batejanas, a afición de Salvaterra também pede para que os artistas da terra sejam incluídos nos cartéis das corridas que se vão organizando. Ana Baptista é o nome mais sonante da terra, e Rafael Vilhais acha que com todo o direito – “Uma é coisa é pedirem para que pessoas que não têm qualidade sejam convidadas; outra coisa é a Ana Baptista que anda bastante bem e que merece integrar o cartel”, e por isso é um dos nomes destacados para a corrida de 29 de julho. “Estou muito confiante que a praça vai esgotar nesse dia, principalmente devido ao Roca Rey. Disso não tenho dúvidas”. As cunhas e as ditas “trocas” de artistas entre os empresários do mundo taurino é o que na opinião de alguns críticos ouvidos pelo Valor Local tem prejudicado o crescimento da arte no país e na região. São sempre os mesmos a aparecerem. Poucos artistas novos conseguem singrar. E se quisermos ir mais além e de uma forma mais perversa há também quem pague para andar na ribalta porque as famílias têm dinheiro. Rafael Vilhais assume que parte do quadro descrito acontece e até usa a expressão “colmeia” para se referir às ditas trocas. “Isso não é bom, mas acontece. Eu sou apoderado, e coloco os meus artistas em determinada corrida, e outro empresário faz o mesmo”, assume, mas defende-se: “Pode haver quem não tenha talento para figurar em determinados cartéis mas o que se passa efetivamente é que ainda não apareceu aquela figura que se destaca acima de todas as outras. Quando isso acontecer vai triunfar. Andam aí filhos de toureiros que ainda não provaram que são melhores do que os pais. De uma forma ou de outra todos os que conheço tiveram oportunidades mas uns souberam agarrar e outros não”. E conclui – “Pode ha-

ver trocas e baldrocas mas certo é que se vive uma crise de novos toureiros”. A praça de touros de Salvaterra que tem passado de acordo com os seus responsáveis por gestões difíceis procura agora uma nova fase da sua existência. A aposta forte no espetáculo agendado para o fim do mês será uma prova de fogo para o empresário. A Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra, através do seu diretor José António Luís também está confiante no futuro e não esconde que as expetativas neste momento “são enormes” quanto ao que se espera venha a ser uma gestão de sucesso do equipamento. A venda deste património nunca esteve em cima da mesa. Quer a entidade proprietária quer o empresário recusaram-se a dar, ao nosso jornal, o valor da renda que Rafael Vilhais tem de pagar mensal ou anualmente à Santa Casa. Esta entidade limita-se a dizer que está satisfeita com o acordo obtido. Nos seus planos para esta praça, Rafael Vilhais conta que espera realizar duas grandes corridas por ano, e mais uma novilhada, apostando na qualidade, em detrimento da quantidade, “até porque o momento económico do país ainda não permite que se possa ir mais além”. Atualmente, o empresário cobra no mínimo 15 euros de entrada na praça de Salvaterra, e ao contrário de alguns críticos tauromáquicos e empresários do ramo, não defende uma baixa de preços, “porque estamos a falar de um espetáculo que ainda custa o seu dinheiro, e se formos a ver não temos aquele acréscimo de público tão espetacular como se pensa se colocarmos o bilhete a cinco euros”. “Dessa forma estamos a retirar categoria ao espetáculo. Quanto muito podemos ter um setor com bilhetes mais baratos”. Natural do concelho vizinho, Ra-

fael Vilhais diz ter o sonho de um dia ainda se poder construir uma praça em alvenaria na localidade de Samora Correia, onde a afición é muita, “com um bairrismo parecido com o de Azambuja”. “Esteve para avançar, mas como entretanto deixou de haver ajudas comunitárias, perdeu-se essa ideia, mas ainda não perdi a esperança”. Empresário da Palha Blanco: “Público de Vila Franca é o mais exigente do país” O empresário Paulo Pessoa de Carvalho gere a praça de Vila Franca de Xira desde 2015. Sendo possível que se mantenha até 2017 se for vontade do empresário e da entidade proprietária- a Santa Casa da Misericórdia local. “Esta é uma relação que tem estado a correr bem. Sabemos que não podemos entrar em loucuras porque em termos económicos as pessoas já não aderem tanto à tourada. Tentam conter-se o mais possível”. Este empresário não poupa nos elogios ao profissionalismo da entidade proprietária, nomeadamente, “no brio que tem” no que concerne às condições do equipamento, cuja cereja no topo do bolo

é a enfermaria que tem à frente o cirurgião Luís Ramos, “um dos melhores médicos da Península Ibérica”, dotada de “condições excelentes”. “A praça de touros é cuidada de forma exímia pela Santa Casa” que naturalmente já se encontra adaptada à nova lei. O empresário que também gere as praças de Almeirim e da Chamusca, igualmente detidas pelas santas casas locais, não tem dúvidas em salientar que prefere gerir equipamentos desta natureza não pertencentes a Câmaras, “onde por vezes se anda ao sabor dos diferentes partidos, e dos seus interesses”. “Nas instituições como as santas casas, mesmo que a direção mude, a filosofia de gestão não se altera muito, é mais institucional, e as regras não mudam. A gestão é mais pura e dura”. No que se refere aos lucros, “não são os desejáveis nem para mim nem para a Santa Casa. Estamos sempre aquém. Mas posso dizer que as coisas não estão a correr mal face às minhas expetativas”. O empresário, a par do de Azambuja, foi o único neste trabalho que não teve problemas em avançar com o valor da renda que todos os anos entrega à Santa Casa: 17 mil euros mais Iva.

Paulo Pessoa de Carvalho fala de uma afición difícil


Valor Local O empresário das Caldas da Rainha refere que encontrou um público difícil em Vila Franca, muito opinativo e crítico, que nem sempre vai às corridas. “Percebemos que as pessoas escolhem muito bem as praças onde querem ir. Por outro lado, a conjuntura nacional também nos afeta”. Vender os preços dos bilhetes a preços mais económicos, na ordem dos cinco euros, como alguns defendem não é visto como solução, “visto não se traduzir como mais compensatório”. O valor mínimo cobrado em Vila Franca é de 12,5 euros. Com praça esgotada, consegue no máximo chegar a uma faturação a rondar os 90 mil euros. Para Paulo Pessoa de Carvalho, a praça de Vila Franca é um desafio, “porque foi sempre uma praça séria. A empresa que esteve antes de mim fez ali um bom trabalho”. Por outro lado, o desafio é também a afición que lhe é inerente: “a mais exigente de Portugal, e isso nem sempre se traduz em público”. Nestas duas temporadas que leva de Palha Blanco, o empresário desabafa- “Ali já tive alegrias, já sofri e transpirei. Já me trataram mal, e dirigiram-me impropérios. E algumas vezes tive que me calar, encolher os ombros, e ouvir com a maior das descontrações”. As críticas normalmente vão desde “a má apresentação do touro até ao desempenho dos artistas”. “Em Vila Franca qualquer coisa serve para ralharem connos-

co, quando tudo corre bem, não nos dizem nada, é sinal que correu tudo bem”. A Palha Blanco tem uma lotação de 3500 lugares, com quatro corridas principais por ano, duas no Colete Encarnado e duas na Feira de Outubro. Um dos itens do caderno de encargos do contrato com a Santa Casa consta as corridas com toureio a pé em que a cidade tem tradição. “Por vezes não é fácil encontrar nomes, mas faz parte e isso significa defender as raízes da terra”. Neste aspeto há que contratar fora do país: “Comercialmente o toureio a pé não funciona, apenas com nomes espanhóis. O toureio ficou órfão de Pedro Pedrito que de facto tinha uma mística, mesmo assim não tinha o toureio profundo dos espanhóis”. Questionado sobre a dificuldade de se ser empresário neste meio, garante que já pensou muitas vezes em desistir, até porque o setor é pouco unido. “Cada vez que nós trabalhamos, e nos pomos empenhadamente a fazer as coisas, esperamos o mínimo de retorno financeiro, mas muitas vezes no final temos de ir inventar dinheiro onde ele não há. Só mesmo um maluco é que paga para trabalhar”. Por outro lado, “há empresários que estão neste meio, porque acham piada, por brincadeira, e este é mundo muito difícil”. A rentabilidade das praças de touros também pode passar por outro

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Empresário realça gestão exímia do proprietário género de espetáculos, nomeadamente, musicais. Esta foi uma vertente que explorou enquanto esteve à frente da praça das Caldas. No caso da Palha Blanco vai receber em breve um espetáculo de José Cid. Já no que às ditas “trocas”, refere que há cavaleiros melhores e piores, “mas nas bilheteiras valem todos o mesmo”. “Um cavaleiro tem todo o direito de pedir sete ou mil euros, mas a verdade é que esse toureiro, normalmente, vale quase tanto como um que vá lá por mil”. Como não há um nome sonante, “isso torna tudo mais difícil”. As

“trocas” são algo “que limita bastante o trabalho. “Esta moda dos empresários apoderados tem sido algo complicado, em que essa pessoa só compra o meu toureiro se eu comprar o dele”. “Trata-se de uma grande promiscuidade, que é difícil para o empresário”, não tem dúvidas. No seu caso não é apoderado atualmente de nenhum toureiro. Paulo Pessoa de Carvalho não considera que esta forma de estar nos bastidores das touradas não é limitativa do aparecimento de novos valores, “porque quem tem de romper, rompe!”, mas não deixa de ser verdade

“que muitas jovens figuras vão aparecendo não tanto pelo seu talento, mas por circunstâncias económicas que geram essas oportunidades”. E ilustra o quadro – “Por vezes esse toureiro não é grande coisa e anda-se ali numa grande mentira, com o apoderado a tecer elogios que não têm nada a ver”. “Antes as pessoas apareciam claramente por mérito, mas hoje desvirtuou-se essa realidade, que no fim de contas descredibiliza a festa”. Por outro lado, alguns toureiros “recusam-se a pegar touros mais imprevisíveis como os da ganadaria Palha”, ilustra para definir

a crise de talento e empenho. A nova lei que regula a atividade taurina no entender do empresário enferma de um grave problema tendo em conta que na sua feitura, o anterior Governo decidiu ouvir os movimentos antitaurinos, “o que não faz sentido”. “Não quer dizer que quem não goste da atividade taurina não possa opinar sobre a regulamentação da atividade, pois pode ter uma palavra a dizer pela sua experiência, o que não pode acontecer é que que quem queira matar a atividade tenha o direito de vir dizer alguma coisa”.


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Azambuja: A Praça Maldita naugurada em 2011, a nova praça de touros de Azambuja ainda hoje dá que falar. Fruto de uma opção política do anterior presidente da Câmara contestada politicamente e pela população tendo em conta que foi preterida a remodelação das piscinas a favor da construção da praça, que apenas recebe uma corrida por ano, e que apesar de ter uma lotação modesta para 2000 lugares não chega a encher. O empresário que se encontra a gerir a praça de Azambuja desde há dois anos, José Luís Zambujeiro não esconde que se encontra desolado com a forma como está a correr esta experiência. Apesar de apenas pagar uma renda anual de dois mil euros à Câmara, que por sua vez a canaliza para a Poisada do Campino que funciona como intermediário nesta gestão, o empresário diz que tal verba já faz mossa tendo em conta a fraca rentabilidade do equipamento. “Tenho montado uns cartéis fortes com touros a sério, mas que não se traduz nas bilheteiras. Azambuja tem muita afición mas de boca”. O empresário não nega que acabou por ser um pouco iludido pelo clima vibrante que se vive nas largadas da Feira de Maio em que a adesão da população enche o olho, mas “essa afición não é transportada para o interior da praça de touros”. No primeiro ano em Azambuja,

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José Luís Zambujeiro fez uma corrida e uma novilhada no final da época, “sem conseguir esgotar a praça” e diz mesmo que se conseguisse pelo menos encher três quartos da praça na Feira de Maio já ficava contente. O máximo que se consegue vender nesta praça são mil bilhetes. Na Feira de Maio de 2016, “a bilheteira continuou a revelar-se como escassa”, e como tal “é complicado pagarmos as despesas inerentes à corrida”. “Houve prejuízo”, desabafa. Em Azambuja, o público considera que um bilhete de 15 euros, “é demasiado caro, quando no fundo é aceitável e normal para uma corrida de touros”. “Tenho pena que assim seja”. Refere que a estratégia não pode passar por preços mais baratos, porque os lugares na praça são poucos, e montar uma corrida em Azambuja custa à volta de 30 mil euros. “Com cinco euros podíamos esgotar duas praças em Azambuja que não dava para pagarmos os custos”. Ano após ano vem à baila o facto de a corrida da Feira de Maio não incluir as figuras da terra, pedidas pela população, nomeadamente o nome de Ana Rita, mas neste aspeto o empresário reforça que a cavaleira toureia muito pouco, e principalmente em Espanha. Muito falada tem sido a questão de se rentabilizar esta praça com outro género de espetáculos. Já aconteceram alguns concertos

Praça de Azambuja só consegue encher metade mas levados a efeito pela Poisada do Campino “que no fundo gere a praça”. Esta é uma área que o empresário não domina. Zambujeiro que já foi forcado lamenta a fraca rentabilidade da praça de Azambuja, “apesar de ter uma relação belíssima com todos os intervenientes desde a Câmara à Poisada do Campino”. Por tudo isto, ainda se encontra a ponderar se quer ficar ou não com a praça para o ano. “O grande problema é que durante muitos anos a Câmara ofereceu bilhetes às pessoas e essa cultura de se ir ver touradas a custo zero

ainda se encontra instalada”. Como os tempos hoje são outros e a autarquia não pode assumir esse custo, a festa em Azambuja é uma sombra do que foi. Também outros empresários ouvidos nesta reportagem que estiveram à frente da gestão das corridas da praça de Azambuja falam da dificuldade em obter boas bilheteiras neste equipamento. Paulo Pessoa de Carvalho refere que as condições físicas da praça são simpáticas, mas prejuízo rima mesmo com Azambuja. “A experiência não foi motivadora, o público não aderiu,

apesar de o caderno de encargos da Câmara ser acessível”. Já a relação com a Poisada do Campino “não foi boa nem má, foi só uma relação”, refere o empresário sem querer entrar em mais detalhes. Ouvido pela nossa reportagem, o presidente da Câmara, Luís de Sousa, refere que está preocupado com a fraca rentabilidade e aproveitamento, alegando mesmo que quando alguma coletividade lhe pede um espaço para fazer determinado evento, oferece como primeira sugestão a praça de touros. “Contudo não

tem havido muita recetividade”. Luís de Sousa não hesita em dizer que o empresário “já se lamentou bastante”, até porque “perdeu ali bastante dinheiro”, simplesmente “porque as pessoas não aderem”. A gestão da Poisada do Campino tem sido questionada ao longo dos anos, e por vezes imbuída de alguma polémica. Neste aspeto, o presidente da Câmara refere que a atividade da associação “é monitorizada”. “Têm de nos apresentar relatórios e só a partir daí e que lhes atribuímos os subsídios”.

Praça de Arruda grita urgentemente por obras ganadero e empresário Jorge de Carvalho tem explorado a praça de touros de Arruda nos últimos anos através do Clube Tauromáquico Arrudense do qual é presidente. O contrato com a Câmara que é a proprietária termina em 2017. Neste momento, a praça está em obras exteriores e segundo o empresário não necessita de se adequar ao novo regulamento do espetáculo tauromáquico por se enquadrar como praça de terceira. Contudo Jorge de Carvalho não tem dúvidas de que necessitaria de “uma grande remodelação interior”. A praça leva duas mil pessoas. “Não é muito confortável e os curros estão a necessitar de uma completa transformação”. Segundo o empresário seria possível aumentar a lotação para quatro mil lugares, contudo não esconde que a Câmara não tem meios para o fazer atualmente e a afición de Arruda também não justifica. “Só com quatro mil lugares é que consegue esgotar uma praça. Só nestes casos é que é possível trazer um

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Ventura ou um Hermoso, atraindo público dos vários concelhos”. Com dois mil lugares apenas se vai lá com cartéis mais modestos, “e sem viabilidade”. Em tempos mais favoráveis houve um projeto para ampliação da praça, “mas com a implantação do quartel da GNR que era para ser só provisório mesmo encostado ao equipamento” esse sonho acabou por ficar pelo caminho. “Queríamos que aí ficasse um apoio à tertúlia e à praça mas isso foi comprometido”. Para o empresário de Arruda dos Vinhos, o futuro da praça de Arruda passará também pela realização de pequenos espetáculos tauromáquicos. Estando agendada uma parceria com a Câmara de Arruda para algumas iniciativas durante as festas. O empresário já fez seis corridas na praça por ano, mas este ano fará apenas uma corrida e uma novilhada. Jorge de Carvalho prefere não adiantar qual o valor máximo de bilheteira, mas no mínimo os seus bilhetes rondam os 15 a 20 euros. Apesar das poucas

condições da praça, gosta de apostar em nomes mais sonantes, “porque se formos por toureiros de pouca monta as pessoas não aderem”. Quando se fala em crise de valores no mundo da tauromaquia a nível dos cartéis, o empresário tem uma opinião muito vincada – “O problema é que certos cavaleiros se recusam a tourear os animais na sua plenitude. Primeiro metem lá os seus bandarilheiros que vão deixando o animal cada vez mais cansado, facilitando a lide dos toureiros, e isso vai fazendo com que as pessoas se desliguem das touradas e com razão”. O presidente da Câmara Municipal, André Rijo, está consciente das dificuldades desta praça, e como tal o empresário não tem de pagar qualquer renda ao município, questão sobre a qual o mesmo não se quis comprometer aquando da nossa reportagem. Em 2014/2015 a renda foi de 500 euros. “Já tive muitos prejuízos com esta praça”, alega o empresário. O equipamento

não tem algumas condições básicas como casas de banho, recorrendo-se a casas de banho móveis em altura de corridas.

Sendo certo que a praça de Arruda grita urgentemente por obras, a Câmara operou algumas intervenções nos curros e

nas enfermarias, a par do embelezamento exterior de que está a ser alvo, conforme referido acima.

Empresário Jorge de Carvalho defende bilhetes mais caros


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Muita prata da casa na gestão da Praça do Cartaxo

Autarquia aposta na gestão das coletividades Câmara Municipal do Cartaxo entregou a gestão da praça de touros local, este ano, ao Grupo de Forcados do Cartaxo, depois de o equipamento ter estado nas mãos de outra coletividade do concelho, “As Gentes do Cartaxo” que por opção não quis ficar com a praça. O vice-presidente dos forcados, Fábio Beijinho, refere que o grupo tem apostado em diversos espetáculos que incluem não só as típicas corridas mas outros eventos que de alguma forma tentam ir ao encontro dos gostos da afición, como convívios taurinos. A praça do Cartaxo também se encontra em fase de adaptação à nova lei cujo prazo termina em agosto. No total são quatro mil euros que o município se prepara para aplicar no local, e que face aos constrangimentos financeiros da autarquia se trata mais uma vez de um investimento que não deixará de ser difícil para o município. A jaula de embolação vai ter de ser substituída. A Câmara estará a tentar embaratecer custos recorrendo a mão-de-obra da própria autarquia.

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O grupo de forcados do Cartaxo possui uma parceria com um empresário que ajuda na colocação dos cartéis na praça cartaxeira, e não esconde que a tarefa de gestão do equipamento não deixa de ser um desafio para os mesmos. Desde pinturas a pequenos arranjos que a praça tem necessitado, é o grupo de forcados que deita mãos à obra com recurso à prata da casa com a ajuda de um ou outro patrocinador que vai aparecendo. “Pintámos a trincheira toda, substituímos as madeiras, entre outros trabalhos”. Este ano também foram efetuadas obras nas galerias que se encontravam interditas. Em abril foi feita uma vistoria que recebeu aprovação. “Temos orgulho em que a praça fique vistosa”, realça Fábio Beijinho. A praça vai receber uma corrida em novembro, estando a ser equacionada outra na altura das vindimas. “Vamos fazer também mais algumas brincadeiras abertas ao público”, ao estilo de garraiadas. Este mês de julho foi levada a efeito uma picaria noturna.

No que toca aos cartéis, a praça do Cartaxo não tem atualmente condições para trazer grandes nomes da tauromaquia, mas Fábio Beijinho refere que por agora “há que ir com tempo e com calma”. “Gerir uma praça dá muitas dores de cabeça, mas somos novos e com gosto vamos conseguindo”. Para Pedro Ribeiro, presidente da Câmara, a parceria com o grupo de forcados está a correr bem. Foi transmitido pela anterior gestão que não havia vontade nem interesse em continuar, mas o autarca prefere não escalpelizar outros motivos. O presidente da Câmara está consciente da dificuldade do grupo de forcados, que por comparação pode não ter o mesmo poderio de determinados empresários para trazer nomes mais sonantes, mas ainda assim considera que o grupo tem trazido cartéis dignificantes. “A nossa associação tem feito um trabalho extraordinário, e está sempre empenhada em angariar verbas para conseguirem sustentar a sua atividade”. O presidente da Câmara recusa

Festa ressente-se com os movimentos antitaurinos movimento antitaurino segundo os vários empresários ouvidos nesta reportagem tem contribuído também para nas suas palavras ensombrar a festa brava, e com isso influenciar negativamente as assistências nas praças de touros. Nas palavras de Rafael Vilhais, os movimentos antitouradas possuem um profundo desconhecimento da vida rural. “Essas pessoas vivem em blocos de cimento e como tal não têm noção”. O empresário que diz que toda a vida viveu no campo reforça mesmo: “Sou anti Pan e anti Bloco de Esquerda”. Já o empresário de Arruda dos Vinhos revela que estes movimentos são normalmente apoiados financeiramente por entidades internacionais. Também Luís Miguel Pombeiro, empresário do ramo, reflete igualmente esta situação, e lamenta os que andam a denegrir a festa brava nesta componente. O empresário Paulo Pessoa de Carvalho caracteriza os adeptos dos movimentos em questão como “desequilibrados sociologicamente”.

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a falar em eventuais prejuízos neste equipamento que segundo o que apurámos tem despesas a rondar os 30 mil euros por cada corrida. “Estamos a falar de um

equipamento público. Obviamente que este tipo de espaços dificilmente pode dar lucro tal como as piscinas e o centro cultural. Se o nosso objetivo fosse o lucro,

então só trabalhávamos as coisas para os ricos”. No caso da praça de touros, “tentamos que a sua gestão seja o mais sustentável possível”.


Opinião

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Valor Local

Vai para a fila! odos nós, cidadãos portugueses, já assistimos, numa fila de espera para utilizar um serviço, à intromissão inoportuna, abusadora e, por vezes, provocadora de alguém a meter-se à frente de quem, ordeiramente e pacientemente, espera pela sua vez. Nesses incidentes, há, sempre, quem diga: “só em Portugal é que isto acontece”, “vai para a fila” e, até, mais à portuguesa, “a bixa é ali”. Pelo contrário, os inoportunistas, já encaixados na fila, incitam os comparsas: “chega-te à frente”. Isto, com o objectivo de se sentirem acompanhados, mas sempre com o olho nesses, de modo que não os ultrapassem (coisas do dia-a-dia). Não é verdade que só em Portugal é que isto acontece; verificase em todo o mundo, mas, mais nuns países do que noutros. Há quem entenda que tal se gera em sociedades onde prevalecem a falta de civismo e o desrespeito pelos outros. Contudo, tudo isso advém da avidez das pessoas de algo que as sirva, que lhes é primário para satisfazer as suas necessidades. Também, efectivamente, a falta de regras de convivência, ou o incumprimento das mesmas conduz e permite todos estes atropelos. Mesmo em casos de extrema necessidade,

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como seja a distribuição de alimentos para matar a fome, se verifica que, por vezes, os mais fracos são espezinhados pelos mais fortes, sem qualquer humanidade. Poderíamos tecer diversas e prolongadas considerações sobre tudo isto, com a finalidade de analisar as causas que estão na origem destas atitudes e as suas consequências, mas, debruçar-

nos-emos sobre o aspecto que me parece ser o mais relevante e principal factor influenciador do modo de agir do ser humano: “a avidez de algo que os sirva” que conduz à falta de civismo e ao desrespeito pelos outros. Nas ruas, nos empregos, na política e, até, no ambiente familiar, deparamo-nos com muitas destas situações. Então, por quê, remexer, agora,

num assunto tão comum, em que muitos se habituaram a conviver com ele? É sempre oportuno e, tanto mais, quando a maioria dos cidadãos (que são os que não estão na fila) sente que não são estes os princípios apregoados de liberdade, de democracia, de igualdade e, fundamentalmente, de justiça e de respeito pela dignidade de todo e qualquer ser humano.

Ora, nas alturas de eleições (políticas, associativas, ou outras) ocorre, infelizmente, este cenário; alguém indesejado, primeiro, porque não se sujeita às regras de boa vivência, nomeadamente, de respeito pelos outros e, segundo, porque, a ser necessário, não é aquele que, por mérito e reconhecimento da comunidade poderia ocupar o lugar disponível para alguém que sirva aqueles que necessitam. Triste é dizer que não nos devemos admirar de que isso aconteça, porque o nosso modo de estar já é o de não nos preocuparmos muito, dizendo, apenas: “vai para a fila, ocupa o teu lugar!” Nunca é tarde, e sabemos que, ao longo da história, muitos se revoltaram contra ociosos, ávidos do poder, interessados em protagonismo mais do que no bem-servir da comunidade que certos cargos exigem e, às vezes demasiado tarde, apesar de tudo, lutando, mesmo sem armas de metal, conseguiram afirmar e defender mais justiça e mais fraternidade para o povo massacrado, que paga para as mordomias de todos esses senhores. Tudo isto acontece porque, infelizmente, ainda há necessidade de filas para que os cidadãos possam usufruir dos serviços a que

Acácio Vasconcelos têm direito. O ideal seria que não fossem necessárias filas para todos serem bem servidos. Se as apregoadas democracia, igualdade e liberdade existissem não haveria filas, onde uns ficam servidos e outros aguardam pela sua vez ou não chegam a ser servidos. Não seria necessário que alguns se auto-promovessem para se servirem do que faz falta a outros para o bem-comum. Os mais capacitados surgiriam, naturalmente, para desempenhar funções e cargos de que a sociedade, necessariamente, precisa. Importa, pois, acabar com as filas e com os intrusos, mas, enquanto elas existirem, fruto das carências do povo português quanto a respeito por direitos, por igualdade e por dignidade do ser humano, é forçoso que se diga, para que, no mínimo, se verifique o cumprimento de regras: “vai para a fila!”

“A Tauromaquia …” Crónica de um Jovem Aficionado

em dúvida alguma que hoje em dia a Tauromaquia é considerada um dos temas mais fracturantes no seio da sociedade Portuguesa. Se para alguns (e segundo dados oficiais da Eurosondagem), os 11% que se assumem anti taurinos, representa o mero sacrifício de um animal em prol do divertimento de algumas ociosas pessoas, para outros, os restantes 81,6% que são a favor da Liberdade de se ir aos toiros, a Tauromaquia representa em si, a Arte de lidar e enfrentar toiros bravos. Mas partindo então desta premissa dicotómica, qual será a génese da arte tauromáquica? Quais os motivos para se ser tão aficionado por algo que é tão cri-

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ticado por uma certa parte da sociedade? Podemos na realidade adjectivar a arte Tauromáquica, como uma arte suis generis, o seu código genético encontra-se umbilicalmente ligado à bravura do toiro e à forma como o Homem através das suas inatas capacidades consegue dominar as suas investidas, ensaiando inúmeras vezes a própria abstracção do seu corpo e o despoletar em si da Arte e da Emoção. Onde se expõe ao iminente risco, ao perigo instantâneo, com o exclusivo intuito de atingir tal desígnio artístico onde toiro e forcado, toiro e toureiro, se transformam num só, dando assim forma a uma Arte que é ca-

paz de por plateias de pé comovidas de emoção. Encontramos ainda na tauromaquia o próprio retracto paradoxal da existência Humana, onde, a Glória e Tragédia, a Bravura e Cobardia, o Medo e Valentia, andam de braço dado e lutam de parte a parte, muitas vezes ate ao limiar da própria morte. Afinal, a tourada ou corrida de touros é apenas uma forma de tauromaquia sendo em si mesmo um espectáculo cultural, uma arte performativa, onde um artista lida touros bravos, arriscando a sua vida para criar a Arte. Desenganem-se também aqueles que pensam que lidar toiros é uma mera execução performativa

e instantânea de um toureiro face a um toiro e que poderá, dependendo da fortuna de ambos, correr bem ou mal. A lide do toiro é muito mais do que isso, a arte de lidar toiros é tudo aquilo que se faz de uma maneira artística e de acordo com a Ética e regras da tauromaquia, com um toiro na Arena, desde a sua entrada até à sua morte. Perguntamos então… Mas o que para alguns é um simples ato de barbárie, envolve afinal regras e ética? De facto, a ética está iminentemente ligada à festa brava, não só pelos motivos referidos anteriormente e que se reflectem dentro da própria Arena e no espec-

táculo tauromáquico propriamente dito, mas por toda a envolvente externa à festa brava. Será que é do conhecimento geral que cerca de 90% das Praças de Touros são propriedade de Santas Casas da Misericórdia? Será que é também do conhecimento geral e sobretudo daquele que questionam os valores Morais e Éticos dos aficionados, quantas corridas são feitas anualmente e onde as receitas revertem a favor de causas sociais? Será que é do conhecimento geral que os que se dizem “pró-vida” defendem uma posição que levaria ao paradoxo da extinção da espécie que “defendem”? Na realidade, os valores da Afi-

Gonçalo Mesquita Ferreira cion estão bem e legitimamente alicerçados em tantas distintas causas como as anteriormente referidas e que de facto se subsumem à mera maledicência infundamentada, ao simples vandalismo de praças de touros ou ao mero insulto do “Seu assassino” com que muitas das vezes quem opta pela Liberdade de ir aos toiros é confrontado.


Valor Local

Tauromaquias s vezes sou atacado por esta angústia de não saber decidir sobre que tema escrever quando sou convidado para uma crónica de tema livre. Vou falar sobre o Brexit? Vou falar sobre as sanções da Comunidade, zero ou não? Não há cão nem gato que não tenha já emitido a sua opinião sobre estes temas...Sobre temas de política local não falo, por razões óbvias. Mas desta vez a minha opção foi facilitada porque um dos temas fortes desta edição do ValorLocal – sei-o porque o Miguel Rodrigues tem por hábito dizer-me os temas antecipadamente, para o caso de eu querer escrever sobre eles – é o futuro dos praças de toiros e, implicitamente, da Tauromaquia em geral. Como devem calcular, este é um tema particularmente sensível para mim. Porque foi o Executivo Municipal por mim liderado que tomou a decisão de construir uma praça de toiros em Azambuja quando a precária praça antiga foi definitivamente interditada por razões de segurança e enquadramento legal. Mas fui eu o principal responsável, não só por ser eu o Presidente de Câmara – qualquer Presidente de Câmara é, em ultima instância, o principal responsável pelas decisões do Executivo

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– mas também porque fui eu quem propôs à Câmara esse obra. Acrescento que tive sempre o apoio dos restantes Vereadores do PS nessa decisão. Não vale a pena recordar a contestação que surgiu duma parte da população – principalmente na zona média e alta do Concelho – nem voltar a expressar as razões que levaram a fazer tal proposta e a tomar a decisão. Continuo, seis anos volvidos, a pensar que a não existência duma praça de toiros – mesmo que pouco utilizada – constituiria um golpe profundo numa parte significativa na nossa cultura tradicional : acabariam por desaparecer a escola de toureio, os forcados, a Poisada do Campino, que se justificam porque a Tauromaquia e as questões com ela relacionadas é o cerne da nossa identidade. Seria óbvio que, volvidos poucos anos, seríamos apenas um dormitório de Lisboa, sem manifestações culturais nem “genes” identitários. Por alguma razão a generalidade dos Municípios ribatejanos da Lezíria têm uma praça de toiros. Azambuja seria a excepção. Devo dizer que, pessoalmente, tenho uma posição muito concreta sobre as manifestações tauromáquicas. Subscrevo o Canal dos Toiros espanhol, não só pelas cor-

Opinião

ridas, mas pelas excelentes reportagens que transmite sobre o toiro no seu habitat natural : os cuidados na sua selecção e apuramento de raça, a liberdade total de quatro anos, aquele misticismo da lezíria ribatejana ou dum montado de Andaluzia onde os toiros se misturam com a paisagem e a natureza que os envolve, as tentas de bezerras, o apartar dos machos, as corridas diárias para ganharam ritmo. Mas subscrevo-o também porque acho a corrida espanhola uma manifestação de arte, que se pode ver ao mesmo tempo como um duelo de vida e morte e como um ballet entre toiro e toureiro. Em Espanha as coisas são, neste campo, tratadas com profissionalismo, arte, emoção e, acima de tudo, seriedade e regras. As praças estão cheias – com bilhetes bem pagos...- e o público sabe quando deve pedir orelha, aplaudir ou vaiar. E os toureiros sabem avaliar o seu desempenho e têm – mesmo as grandes figuras como Manzanares, Castella ou Ponce – a humildade de pedir ao público apenas aquilo que mereceram. Infelizmente, não é nada disto que se passa em Portugal. Nas corridas à portuguesa não há regras – ou se as há não são cumpridas-, as lides arrastam-se penosamen-

te, os cavaleiros dão voltas e voltas à arena, primeiro a cavalo e depois a pé, mesmo que tenham espetado os ferros à surrelfa na parte traseira do animal. E que me desculpem os que se sentirem visados, mas há uma grande parte do público que vai às praças – normalmente com um esforço financeiro dos Municípios – que é totalmente ignorante em termos do que é uma actuação em que todos os participantes devem ser respeitados, aplaude tudo o que o cavaleiro faz e exige sempre mais um ferro mesmo que dois ou três não tenham acertado no toiro. Não há o menor sentido crítico nem em termos de actuação nem de qualidade da mesma. Só em casos extremos vou a uma corrida em Portugal. E devo dizer também, sem quaisquer preconceitos ou receios de ferir sensibilidades, que me parece inevitável que, a longo prazo, se venha a generalizar o que já aconteceu na Catalunha, que proibiu as corridas de praça. Não tenhamos ilusões : o rodar dos tempos e das mentalidades corre a favor dos “defensores dos direitos dos animais”. Ponho o título entre aspas porque não lhes reconheço, à maior parte, essa qualidade de paladinos do bem estar dos seres vivos em geral: nunca os vi esbra-

15 cejar com a criação intensiva de porcos, coelhos, vacas, galinhas, confinados a espaços mínimos e alimentos transgénicos para criar “fibra” em tempo recorde, nem à carnificina que se passa nalguns matadouros industriais. Quer isto dizer que eu acho que a tauromaquia não tem futuro? Claro que tem. Quando se começarem a explorar as potencialidades turísticas e lúdicas das actividades taurinas de campo – como já se faz há anos em Espanha e especialmente na Camarga francesa e começa agora a esboçar-se em Portugal. E penso também que a tauromaquia de rua, as largadas e esperas de toiros, os encierros e todas essas manifestações que movimentam multidões irão contribuir para uma nova visão da Tauromaquia em Portugal. Poderá então perguntar-se porque raio de contradição é que, tendo eu uma visão da evolução da tauromaquia como espectáculo, como uma actividade de natureza ou de rua, assumi a decisão de construir uma praça de toiros. Responderia que não só pelas razões que acima expliquei, mas também porque uma praça de toiros pode ser concebida para ter muitos outros tipos de actividades, como aliás a de Azambuja já tem tido: espectáculos tauromáquicos

Joaquim Ramos das mais diversas índoles, concertos, manifestações tradicionais de folclore e etnografia a cargo das Associações dos Concelho e até, em minha opinião, feiras e mercados temáticos ao ar livre – na arena- ou nos espaços sob as bancadas. Tem espaço, tem casas de banho condignas e em número suficiente, tem bares. Já o referi à ACISMA. É pôr a imaginação a trabalhar : um mercado mensal de produtos do Concelho, uma Feira de Velharias, uma Feira de Saldos dos comerciantes do Concelho, um encontro de folclore, representações de cenas da lezíria e do Tejo. Aquele é um espaço, talvez o único espaço, que tem possibilidades para um uso polivalente que o rentabilize e justifique. É só uma questão de, em vez de dizer à partida “ não pode ser”, começarmos a pensar o que e como “pode ser”.


Política

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Valor Local

Junta de Vila Chã rejeita adenda aos acordos de execução junta de freguesia de Vila Chã de Ourique não aceita a adenda aos acordos de execução por parte da Câmara Municipal do Cartaxo que prevê a redução em 14 mil euros, em 2016, para as diversas rubricas como manutenção de estradas, educação, entre outras. O presidente da junta de Vila Chã, Vasco Casimiro, votou contra a adenda em reunião da assembleia municipal, numa decisão tomada por unanimidade no executivo da junta. Ao Valor Local, Vasco Casimiro refere que a verba destinada à manutenção de jardins foi reduzida, assim como a reservada para a manutenção das estradas municipais, sendo que a indicada para as escolas manteve-se apesar do fecho da Básica nº1. Em 2017, a Câmara prevê na adenda reduzir o previsto em cerca de 11 mil euros, “ou seja quase 25 mil euros em dois anos”. “Noutras freguesias onde também se fecharam escolas, a Câmara retirou cerca de três mil euros, por isso penso que o critério seguido no nosso caso não foi o correto”. Apesar de neste setor, a verba

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não sofrer grandes oscilações face a 2015 (descendo dos 8 mil 742 euros para 8 mil 850 euros), mas subindo em relação ao que estava contratualizado para este ano, tal não deixa de causar estranheza – “Não se percebe o critério”, acrescenta, tendo em conta que uma das escolas foi desativada. O autarca lamentase que as verbas para as demais rubricas sejam insuficientes, nomeadamente, no que concerne aos jardins e espaços verdes, tendo em conta os sete mil metros quadrados existentes na freguesia. Vasco Casimiro ainda acredita que se possa conseguir alguma margem de negociação com a Câmara do Cartaxo, mas o mais provável será a assunção pela Câmara de algumas das competências. É nesse caminho que aponta também o discurso do presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, que recusa falar em mal-estar entre as duas autarquias, tendo em conta que as demais juntas votaram favoravelmente a adenda. “É legítima a sua opinião”, referiu, esclarecendo que “os critérios seguidos foram iguais para

todas as juntas”. “O executivo da junta ainda não se pronunciou formalmente, e só

depois disso acontecer é que nos vamos pronunciar”; referiu. Sendo possível que a junta abdi-

que de algumas das competências (são seis no total), a Câmara deverá assumir a Educação,

“estando previsto um investimento entre 25 a 30 mil euros na escola básica”.

Presidente da junta não concorda com os valores

Cada vez mais tensa a relação entre a Junta de Azambuja e a Câmara epois da polémica gerada em torno da responsabilidade e participação das duas autarquias na limpeza das ruas após a Feira de Maio, a presidente da junta, Inês Louro, na última assembleia municipal, decorrida no dia 14, deixou bem expresso o seu descontentamento quanto à forma como o presidente da Câmara, Luís de Sousa tem lidado com esta matéria no decurso das reuniões públicas. “Estou aqui e quero estar olhos nos olhos com a pessoa a quem vou colocar algumas questões”; começou por anunciar, acrescentando - “Não sou o bobo da festa de ninguém”, numa forma de mostrar o desagrado com o estado de coisas. A presidente da junta fez desfilar um vasto conjunto de queixas e de situações que estão a correr menos bem na área da freguesia de Azambuja, cuja responsabilidade no seu entender não lhe pertence a si em exclusivo, mas também à Câmara como o caso de vandalismo na Quinta da Mina; a questão do protocolo para os campos de ténis; a entrega do mercado municipal, ou a falta de saneamento básico em duas arté-

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rias da freguesia. Mas o foco foi especialmente virado para os dois funcionários que a Câmara deveria ter cedido à junta ao abrigo do protocolo de transferência de

competências, o qual não foi cumprido até à data, e que no entender de Inês Louro têm comprometido o setor da limpeza urbana, que teve o seu corolário com a po-

Autarca mostrou o seu descontentamento

lémica da limpeza do pós Feira de Maio. Incomodado com o tom da colega de partido, e a exposição das situações de forma tão pública, no-

meadamente, a questão das limpezas, Luís de Sousa não se coibiu em ressaltar - “Nem queira que eu levante aqui o que ouço dizer de si pelo povo de Azambuja”, e

continuou: “Não vou dar resposta à senhora presidente porque se o fizesse tinha de ir muito mais atrás. Sabe perfeitamente o porquê destas situações. Nunca levantou estas questões quando esteve no meu gabinete”. Depois fez questão de lembrar que Inês Louro chegou a sugerir o cunhado desta para a função de assistente operacional na área da limpeza “Mas ainda bem que isso não aconteceu para não ser criticada pela relação de parentesco”. Dando razão à deputada neste dossier, anuiu que a junta não deixa de ter razão em reclamar os funcionários, e até na questão de pedir os atualmente 40 mil euros que Inês Louro julga que lhe são devidos correspondentes a ano e meio de vencimentos (com base no salário mínimo), subsídios, e outras regalias dos dois trabalhadores que nunca chegaram à junta. Visivelmente agastado pelo episódio Luís de Sousa não resistiu no final a declarar: “Não vou responder à senhora deputada porque tenho coisas mais importantes. É tempo que se perde. Há coisas mais importantes para se tratar”.


Valor Local

Eventos

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Festas de Arruda à espera do êxito dos anos anteriores

Festas têm caráter pagão e religioso chegada da Volta a Portugal em Bicicleta a Arruda dos Vinhos no dia 5 de agosto vai ser o mote para o arranque para as festas anuais da vila. Segundo o vereador do apoio às Atividades Culturais, Mário Carvalho, este vai ser o mote para aproveitar mediaticamente o evento e dar visibilidade às festas em Honra de Nossa Senhora da Salvação. Consistirá numa espécie de “sprint inicial”. “Será um dia muito agitado por-

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que vamos ter aqui muitas pessoas”, refere Mário Carvalho. O vereador destaca entre outras iniciativas as exposições temáticas, a participação da associação de comerciantes de S. Lázaro e a corrida de toiros na praça local. Um desfile de moda com a ajuda do comércio local que ressurgiu no ano passado, vai também regressar este ano “de modo a dar visibilidade às lojas e que vai decorrer no chafariz”.

Ranchos em destaque Para Mário Carvalho o jardim municipal cuja requalificação estará pronta nas festas, vai ser uma das montras das mesmas. O vereador destaca a título de exemplo os espetáculos musicais que beneficiaram do novo espaço: “O jardim vai estar dotado de uma praça ampla onde haverá bons espetáculos”. Para o vereador, o facto de o jardim já não ter um piso em terra, vai ser uma mais-valia. “Não haverá pó como em anos anteriores

Comemorações da Batalha de Ourique com mais um dia de festa freguesia de Vila Chã de Ourique no concelho do Cartaxo, vai receber de 22 a 24 de julho mais uma edição das comemorações da Batalha de Ourique. Esta é mais uma iniciativa local que tem como objetivo por um lado comemorar a efeméride e por outro atrair turistas à localidade que se orgulha deste feito. Ao Valor Local, o presidente da junta de freguesia, Vasco Casimiro, salienta como destaque a parte histórica “que vai ter mais ênfase, nomeadamente, no torneio da pedra que se espera concorrido pelas freguesias que foram convidadas a participar”; e por outro lado haverá também uma parte teatral destinada “a evidenciar a batalha”. Este ano as festas contam também com um “picadeiro real para que as crianças ou adultos possam andar a cavalo”, refere o presidente da junta. O autarca diz estar confiante no sucesso da festa, até porque no ano passado contou apenas com dois dias, mas este ano com o alargamento a um terceiro dia “esperamos mais gente, até porque como tudo indica vamos ter bom tempo”. Uma semana depois, Vila Chã de Ourique volta às festas. Desta vez tratam-se das festas anuais em honra do Senhor Jesus dos Aflitos, e levadas a cabo pela junta e pelos cinquentões de Vila Chã. Vasco Casimiro que também preside aos cinquentões salienta ao Valor Local que as festas passam de quatro para cinco dias. Há muitos anos “que isto não acontecia e este ano vamos dedicar esse dia ao Saramaga Rock”. Neste dia, haverão duas bandas de tributo: aos Metallica e aos ACDC. Para Vasco Casimiro, estas bandas prometem trazer muita gente às festas de Vila Chã que, normalmente, junta gerações. Noutro domínio, estes festejos contemplam ainda uma prova de atletismo, a “Corrida Terra da Boa Memória” nas ruas da freguesia a 31 de julho às 9h30. Mais uma feira medieval

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e até isso será importante para o público e para as associações que ali têm as suas barracas de comes e bebes.” As festas começam então a 6 de agosto com o 4º Aniversário da Associação Orange Juicers Sr Team Fun Club. A noite é ainda marcada pela atuação das Sevilhanas / Rosas de Pitimini e por muitos outros espetáculos musicais. Durante os festejos que são reli-

Tradicionais largadas giosos e pagãos, haverá diariamente novenas em Honra de Nossa Senhora da Salvação na Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos. Durante os quase dez dias de festa, muitas serão as iniciativas musicais e culturais, como por exemplo uma exposição fotográfica de Ricardo Soares. O destaque vai ainda para a noite de fados a 10 de agosto e a -Procissão de Velas, em Honra de Nossa Senhora

do Rosário de Fátima a dia 12 . Esta é de resto uma festa importante para o folclore local e onde atuarão os ranchos do concelho de Arruda dos Vinhos e algumas bandas filarmónicas. Nas ruas de Arruda o destaque incide também sobre as largadas de toiros, que decorrerão na rua principal e com algumas novidades. Poderá consultar o programa completo no site do município em www.cm-arruda.pt.


Desporto

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Valor Local

Atleta de Aveiras de Baixo nos Jogos Olímpicos

Pedro Isidro espera ficar nos 20 primeiros ¢ Sílvia Agostinho atleta Pedro Isidro, com raízes em Aveiras de Baixo, vai participar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro na prova dos 50 quilómetros marcha. Com um tempo recorde pessoal de 3 horas e 55 minutos quando o recorde do mundo ronda as 3 horas e 31 minutos, Pedro Isidro de 31 anos espera conseguir uma boa classificação. Em média anda na casa dos primeiros 25 atletas a cortar a linha da meta. Nas últimas provas

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que tem disputado nem tudo correu da melhor maneira devido a problemas gástricos: “Mas agora estou bem e penso que poderei estar ao meu nível, refere. Sendo uma prova que requer grande concentração e resistência física, Pedro Isidro diz que a maior dificuldade uma vez em competição no Rio de Janeiro será a humidade característica daquele clima tropical, para isso o atleta tem seguido uma preparação física todos os dias de manhã

Pedro Isidro integra o lote de atletas nos JO

junto à costa portuguesa, marchando uma média de 15 a 18 quilómetros, de modo a conseguir aproximar-se o mais possível das condições que depois vai encontrar do outro lado do Atlântico. “Lá é inverno neste momento, e a humidade é mais perigosa”. O segredo conta é manter um ritmo certo, “para não se exagerar muito, e se poder vir a pagar uma fatura muito cara na parte final”. A prova dos 50 quilómetros marcha esta marcada para o dia 19 de

agosto. Em média esta prova dura cerca de quatro horas e meia. O país aposta forte em medalhas até tendo em conta o último europeu da modalidade, mas Pedro Isidro é mais reservado quanto a esta matéria no que diz respeito à disciplina que representa – “Talvez sim, talvez não! Também é preciso ter sorte. Da minha parte acho que é difícil, mas se conseguisse um 18º lugar, por exemplo, já seria ótimo”.

Atleta num dos seus momentos de superação

Pedro Isidro não se dedica em exclusivo ao desporto, é também serralheiro de alumínios, e há cerca de 14 anos que já não vive no concelho de Azambuja, mas ainda mantem ligações à sua terra, e a Vale do Paraíso, onde reside a

sua família. Quanto a apoios para a prática da modalidade, Pedro Isidro refere que são mais notórios nesta altura dos Jogos Olímpicos a nível da federação, “mas acabam logo após essa fase”.

GDA com bons resultados na ginástica epois de mais uma época de vários êxitos, o Grupo Desportivo de Azambuja fez ao história por ficar pela primeira vez num pódio no campeonato nacional por equipas. Entre os resultados a destacar estão o de Beatriz Correa, estreantes nestes palcos, que no escalão juvenil alcançou o 18º lugar na trave. Já no escalão júnior, o clube conseguiu o segundo lugar por equipas, com Lara Cintra: primeira nas paralelas assimétricas e solo e segunda na trave. Já Vitória Oliveira foi quarta no solo. No escalão sénior, o GDA alcançou o quarto lugar por equipas: Beatriz Bolígo foi segunda nas paralelas assimétricas e quarta na geral, assim como quinta nos saltos de cavalo. Joana Santos alcançou o terceiro lugar nas paralelas assimétricas e o quinto posto na trave. Os resultados dizem respeito ao Campeonato Nacional de Ginástica Artística da Divisão Base que decorreu no dia 2 de Julho em Anadia.

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Valor Local

Instantâneos

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Retratos da nossa terra Tauromaquia Azambujense

m destes dias o vice-presidente da câmara de Azambuja anunciou no facebook em tempo real (como se pode verificar com a frase “agora mesmo”) um furo no pneu. Com as novas tecnologias, qualquer dia nem precisamos de contatar o reboque. Basta colocar no facebook e a ajuda aparece. O Vice-Presidente é um exímio utilizador desta rede social, e até para anunciar a entrada em cena de um suplente a utiliza. Se por acaso um dia deixar de ser suplente na presidência da Câmara depois da desistência de Luís de Sousa, como dizem as más-línguas, esperamos que o anuncie aqui também.

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Tertúlia Tauromáquica Azambujense

Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra prometeu no facebook uma visita grátis à Seleção Portuguesa de Futebol à falcoaria no caso de ganhar o euro 2016. Promessa feita, será de certeza cumprida. Só esperamos que este tipo de promessas possa vir a ser aplicada ao país se sair da crise. Pois a julga pela sorte que o autarca deu á seleção, teremos muito em breve uma romaria de 11 milhões de portugueses a Salvaterra de Magos.

CLC – Companhia Logística de Combustíveis sediada em Aveiras de Cima, ofereceu esta semana uma ambulância totalmente equipada à delegação da Cruz Vermelha Local. Esta é uma mais-valia para aquele grupo de socorro que já necessitava de uma nova viatura para prosseguir o seu trabalho. A delegação da Cruz Vermelha Portuguesa de Aveiras de Cima, ainda não se refez do rombo de cerca de um milhão de euros que foi aplicado pela antiga direção no extinto BES.

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Câmara Municipal de Azambuja homenageou os alunos da disciplina de Química que frequentaram no transato ano letivo o 12º ano com diversos votos de louvor bem como à professora que os acompanhou. Os estudantes de Azambuja distinguiram-se em vários concursos nacionais e internacionais através dos projetos que apresentaram no domínio daquela ciência. s bombeiras Aida Jardim, Patrícia Bronze e Marina Jardim, ajudaram a nascer uma menina à porta de casa, esta segunda-feira, em Vale do Paraíso, concelho de Azambuja. A chamada do CODU dava conta de uma parturiente com contrações, mas o que as bombeiras não sabiam era que estava iminente o parto. Ao chegar à casa da parturiente verificaram que o intervalo entre as contrações era cada vez mais diminuto, e daí até a jovem mãe entrar na ambulância e nascer a criança não passaram mais de dois a três minutos.

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sta Tertúlia foi a pioneira das tertúlias Tauromáquicas em Azambuja, recebendo por isso o nome de “Azambujense”. A Tertúlia foi oficializada, na altura, pelo Presidente da Câmara João Benavente , numa cerimónia que contou com a presença do Eng. Pedro José Vidal, também ele antigo Presidente da Câmara e grande colaborador da Escola de Toureiro a pé de Azambuja, escola esta que foi lançada em 1968. Esta Tertúlia possui alguns livros lançados e tem em fase de preparação mais algumas obras, cujas receitas das suas vendas reverterão para algumas casas desta vila que bem necessitam de ajuda. A bandeira da tertúlia fala da amizade Azambuja-Olivença, pois existe uma amizade taurina entre as duas populações. Existe uma fronteira física, mas a fronteira da amizade dos povos, essa não existe! O homem impõe e Deus dispõe!

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António Salema “El Salamanca”

Morente de Puebla e Diego “El Cigala” o passado dia 30 de Junho, na Praça de Toiros do Campo Pequeno, o sevilhano Morente de Puebla alcançou um êxito ao lidar 4 toiros de Zalduendo. A lide teve a particularidade de ser abrilhantada pelo cantor de Flamenco Diego “El Cigala”, e os dois levaram ao rubro um Campo Pequeno bastante composto. Morente após duas voltas à arena saíu em ombros da Praça.

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Ana Rita o dia 3 de Julho, mais um triunfo de Ana Rita, desta vez em Zamora. A cavaleira de Aveiras de Cima nessa corrida vaio a cortar três orelhas e um rabo, tendo saindo em ombros da praça.

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Cartaxo 17 de Junho o passado 17 de Junho, assisti a uma corrida noturna na Praça de Toiros do Cartaxo. E para uma corrida realizada à noite, é de lamentar a iluminação da bonita praça cartaxeira. Da corrida fiquei com duas recordações positivas, a dos Forcados do Cartaxo que tiveram uma bela noite de pegas e a atuação de Carlos Conceição (O Parreirita Cigano), que podemos dizer que foi “imprópria para cardíacos” ao pisar terrenos impróprios. Fez-me lembrar quando víamos isso há alguns anos atrás, quando feito pelo seu mestre, Manuel Jorge de Oliveira. Mas reconheço, tem de ser assim, há que arriscar para entrar no quadro dos grandes cavaleiros Portugueses. Um Olé para ti Parreirita!

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Carta ao Diretor. Vila Nova da Rainha, 26 de Junho 2016 Aleluia, Aleluia, Aleluia. oi com muito gosto e prazer que li no jornal Valor Local de 24 de Junho de 2016, notícias sobre a Freguesia de Vila Nova da Rainha, Concelho de Azambuja. Ainda bem que ainda está viva e lembrada. Obrigado. Será por ser o centenário da aviação militar, aqui instalada junto ao apeadeiro dos caminhos de ferro e a presença de Gago Coutinho e Sacadura Cabral? Será que é porque vai ser inaugurado em 17 de Julho de 2016, um monumento com um avião junto à E.N 3-1, lado norte de Vila Nova da Rainha? Será pela visita a esta freguesia no Concelho de Azambuja, do Exmo Sr Presidente da Republica na inauguração? Ainda bem. Ao fim de uns 30 anos passados que foi prometido um avião pelas OGMA, em Alverca, em tempos do já falecido Carlos Alberto, do Vale Paraíso, na altura Presidente da Câmara Municipal de Azambuja. Ainda bem, e saber esperar é uma grande virtude. Que siga tudo pelo melhor até lá para o bem da Freguesia de Vila Nova da Rainha, do Concelho de Azambuja e de Portugal. Com os meus sinceros agradecimentos. José Rodrigues Onofre

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da Rainha, 6, Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Propriedade e editor: Associação Comércio e Indústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina 2050-273 Azambuja. NIPC 502 648 724 Diretor: Miguel António Rodrigues CP 3351- miguelrodrigues@valorlocal.pt Colaboradores: Sílvia Agostinho CP-10171 silvia-agostinho@valorlocal.pt, Vera Galamba CP 6781, José Machado Pereira, Daniel Claro, Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt, Laura Costa lauracosta@valorlocal.pt, António Salema “El Salamanca”Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: paginacao@valorlocal.pt Fotografia: José Júlio Cachado Serviços administrativos: ACISMA N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


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