Jornal Valor Local - Edição Junho 2021

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Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 100 • 23 Junho 2021 • Preço 1 cêntimo

Arruda

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Ambiente na 11

Projeto piloto na reciclagem dá criptomoedas a quem separar mais

O novo normal no pós Covid-19

José Xavier, um azambujense em terras geladas da Antártida

Testemunhos de quem ficou com sequelas Hospital de Santarém com consulta aos que passaram pela doença

Destaque da 12 à 15

Sociedade na 7

Repavimentação da rua principal da Azambuja entre o copo meio cheio e o copo meio vazio

Sociedade na 5 PUB


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Mês da Enguia foi um bom teste para o regresso à normalidade Sílvia Carvalho d’Almeida ecorreu entre 15 de maio e 15 de junho, em Salvaterra de Magos, o Mês da Enguia dedicado ao consumo desta iguaria, que normalmente acontece durante o mês de março. Este ano, devido à pandemia de Covid-19 e ao confinamento como medida preventiva, teve que ser adiado. O evento que se realiza há mais de 20 anos, “tem conseguido constituir-se como um dos maiores cartazes do concelho”, pode ler-se na página da autarquia. Durante este período, milhares de pessoas deslocam-se até aos restaurantes da localidade, atraídos pela “mestria na confecção” da enguia, vindos de vários pontos do país. O Valor Local conversou com José Carlos, sócio-gerente do restaurante Tira Picos, em Foros de Salvaterra, para saber como correu este ano a afluência de clientes. Segundo o proprietário, “talvez derivado aos receios de contágio, a afluência foi menor do que em anos passados”, no entanto, “foi uma boa ajuda” para a faturação,

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para quem teve que encerrar portas devido ao “confinamento”. Embora não tenha fechado ainda as contas e feito um balanço contabilístico, refere que conseguiu vender só num mês mais de 200 quilos de enguia. Durante o tempo de confinamento, os prejuízos estimados rondaram os 20 mil euros, que teve que repor, indo às suas poupanças, que conseguiu juntar em mais de 40 anos de trabalho em restauração. “Eu nem sempre fui dono de restaurante, trabalhei muito, comecei nisto com 14 anos”, recorda. Para José Carlos estes têm sido tempos de chumbo para a restauração, e relativamente às medidas do Governo para o setor, desvaloriza: “É mentira que os apoios sejam a 100 por cento e escusavam de andar a mentir”. Quanto à qualidade da enguia, conseguiu este ano vender apenas produto nacional e principalmente vindo do Tejo, o que contribui para a sustentabilidade do planeta, ao não precisar de transporte de longo curso, levando também a um maior consumo de energia. No

entanto tem conhecimento de que há quem tenha dificuldade em encontrar à venda enguias nacionais. Conta-nos que há muitos anos que este problema se tem vindo a agravar, pois a demanda é demasiada para o que a natureza pode dar durante este mês. Isto fez com que o preço da enguia tenha aumentado para cerca de três euros por quilo, aumentando assim o valor dos pratos. No restaurante, o preço deste petisco “é de 16 euros, qualquer um deles.” O Tira Picos integra este evento promovido pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos há mais de 20 anos. A autarquia convida os restaurantes a participar, e faz toda a promoção e divulgação. Para além de servirem os pratos no restaurante, estes negócios têm ainda a oportunidade de mostrar os seus cozinhados numa feira, que conta com inúmeras atrações, sendo o ponto alto, os concertos. José Carlos diz que esta experiência tem sido boa, exceto nestes últimos dois anos, que foram seriamente afetados pela pandemia. Primeiro pelas sucessi-

Proprietário do restaurante Tira Picos dá a conhecer como foi a primeira campanha em pandemia vas vagas de Covid-19 e confinamentos, e agora pelas medidas de prevenção, que não permitem ain-

da ajuntamentos. “As pessoas vinham de longe para comer, e muitos delas em grupos, e agora não

se pode ter muita gente, pelo que a capacidade do restaurante está ainda a 50 por cento”.

Pontapé de saída na obra da Variante de Arruda dos Vinhos Miguel António Rodrigues Variante de Arruda dos Vinhos vai ser uma realidade nos próximos meses. A obra da responsabilidade da empresa Infraestruturas de Portugal, tem um custo estimado de 6 milhões de euros e é um dos primeiros projetos a integrar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). Esta é um projeto com mais de 20 anos e que até à data estava na gaveta. A ideia, segundo André Rijo, presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, é retirar o trânsito da parte mais urbana da vila, já que pela manhã e ao fim da tarde leva a constrangimentos e demoras. Numa cerimónia presidida pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, o presidente da autarquia fez ques-

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tão de salientar a importância deste projeto, para o qual o município vai desembolsar cerca de 300 mil euros em indemnizações, resultantes das expropriações de que serão alvo alguns proprietários. Em causa está o traçado deste projeto que começa praticamente na entrada da vila, perto do cemitério e desemboca na Zona Industrial das Corredouras O governante assumiu “com muito orgulho” o facto de ser este Governo “a desbloquear esta reivindicação”. Pedro Nuno Santos acredita que se vai conseguir “melhorar a mobilidade no concelho de Arruda e com isso aumentar as probabilidades de desenvolvimento e de investimento para o concelho”, destacando também a importância desta obra para a economia das empresas locais e da região e o impacto “na melhoria da qualidade de vida

Pedro Nuno Santos veio presidir ao lançamento da obra

para a população”. A nova Variante de Arruda dos Vinhos terá uma extensão de cerca de 2,3 quilómetros e terá segundo André Rijo quatro novas rotundas com o objetivo de facilitar a distribuição do trânsito local. Uma ideia também defendida por António Laranjo, presidente da Infraestruturas de Portugal. Esta obra está de resto integrada no plano de beneficiação das acessibilidades e segundo a IP o projeto tem também o objetivo de aumentar a segurança rodoviária em Arruda dos Vinhos e o reforço da mobilidade, com a melhoria das acessibilidades à rede rodoferroviária, nomeadamente, à Linha do Norte. Pedro Nuno Santos visitou também as obras do Bairro João de Deus. Um bairro social que está a ser alvo do programa 1º Direito. As obras incluem novos fogos de

habitação e a remodelação total das casas já existentes. Aliás foi o próprio ministro que em 2019 lançou a primeira pedra daquele que viria a ser o primeiro projeto em Portugal deste programa governamental e que gerou inclusive algum desconforto com declarações da deputada Filipa Roseta do PSD que questionou o governo sobre o fato de Arruda ter sido o primeiro concelho do país a dar o pontapé de saída. Para além de ver as obras in loco, o ministro descerrou ainda uma placa toponímica com o nome do antigo comandante dos bombeiros Germano Peixinho agora com 102 anos de vida. Uma homenagem do município que quis imortalizar o antigo operacional com uma rua em seu nome naquele se será um dos projetos mais importantes do mandato de André Rijo.

Câmara de Alenquer avança com obras de remodelação do Centro de Saúde do Carregado A s obras de remodelação do edifício do Centro de Saúde do Carregado tiveram início no dia 5 de junho na sequência de um protocolo assinado entre o município de Alenquer e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I. P. (ARSLVT), em outubro de 2020. “As obras estão agora numa fase fundamental para se avançar com a candidatura à criação da

Unidade de Saúde Familiar do Carregado”, refere a autarquia em comunicado de imprensa. O investimento do município ronda os 30 mil euros, estando as obras a decorrer aos sábados e feriados, evitando constrangimentos no funcionamento da unidade. À ARSLVT compete o apetrechamento da unidade, nomeadamente através da instalação de equipamento médico,

mobiliário e equipamento informático. “No âmbito da estratégia na área da saúde definida pelo município, é de extrema importância para o município a realização destas obras, e de, consequentemente, a possibilidade da criação de uma Unidade de Saúde Familiar no Carregado”, sustentou o vereador com o pelouro da Saúde, Paulo Franco.

Investimento ronda os 30 mil euros


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Ministério do Ambiente confirma situação ilegal do parque de contentores do Carregado egundo nota de imprensa do Bloco de Esquerda, citando o ministério do Ambiente, a empresa proprietária de um parque com capacidade para 40 mil contentores que se encontra na Barrada encontra-se à margem da lei. Aquele partido na Assembleia da República remeteu no ano passado uma série de questões face ao quadro existente: o convívio paredes meias da empresa na Barrada, Carregado, com as populações e a escola básica e os prejuízos causados a nível da qualidade de vida com muito ruído e trânsito à mistura. Agora e perante as respostas do ministério do Ambiente, o Bloco de Esquerda informa, em nota de imprensa, que a tutela confere que a presença do parque da Rail Logistic SA “interfere com Reserva Ecológica Nacional (REN), especialmente com ‘Áreas de Máxima Infiltração’ e ‘Zonas ameaçadas pelas cheias’”, pelo que se encontra em situação ilegal. O proprietário já foi alvo do levantamento de auto de notícia. Segundo aquele partido o proprietário informou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) de que vai transferir as instalações para um novo local

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Empresa assume mais um prazo para sair do local

ainda durante o mês de junho de 2021. Para Sónia Pedro, candidata do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Alenquer, “é a confirmação de uma situação de ilegalidade que se arrasta há mais de um ano e que prejudica gravemente a população do Carregado, sobretu-

do a comunidade educativa da Escola Básica Integrada e as suas famílias”. A dirigente bloquista defende que “a situação é de perigo iminente para a comunidade escolar”, pelo que “a população tem razão, fez bem em organizar-se e revindicar a remoção dos contentores do local e cabe agora à tutela

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fazer cumprir a lei”. A promessa da empresa de sair do local já não é nova. Também em 2020, deu a garantia à Câmara de que procederia à deslocalização mas sem efeitos práticos. Entretanto e já no início do ano e cansada de esperar pelo calendário de desocupação do espaço, a

autarquia colocou a empresa em tribunal. Este parque está descrito como sendo um porto para dar resposta ao hinterland (porto) de Lisboa, como substituição do parque de contentores da Bobadela, apresentando-se junto das empresas que estão a fazer o transporte destes contentores marítimos,

pela denominação de ALB Carregado. Este mesmo porto tem uma área total de 55000.00m², e tem uma capacidade de cerca de 40000.00 TEU (twenty-foot equivalent unit). Recorde-se que chegou a estar em cima da mesa a possibilidade do parque transitar da Bobadela para a freguesia vizinha de Castanheira do Ribatejo, solução que mereceu um voto de rejeição do município de Vila Franca. Durante o período de permanência deste vizinho indesejado, a Câmara de Alenquer diligenciou duas contraordenações (uma pela utilização do edifício e estaleiro de contentores sem licenciamento e outra por violação do PDM) junto do proprietário, neste caso, a família Pinto Barreiros, cujo advogado alegou existir uma autorização de utilização por parte da antiga empresa que estava no local, a PERI, que beneficiou, nos últimos anos, de uma declaração de interesse público via Regime Extraordinário da Regularização de Atividades Económicas (RERAE) emitido pela autarquia, mas que cessou com o abandono daquelas instalações no Carregado, não tendo caráter transmissível para a empresa que agora se instalou no local.

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Moradores, autarquia e promotor chegaram a consenso

Decisão sobre a Linha de Muito Alta Tensão do parque solar da Torre Bela nas mãos da APA Câmara de Azambuja, a junta de freguesia de Alcoentre e os moradores de Casais das Boiças que reclamam um traçado alternativo para a Linha de Muito Alta Tensão (LMAT) que vai ligar ao projeto solar da Torre Bela reuniuse com os promotores na passada sexta-feira, dia 18 de junho, e de acordo com António Loureiro, um desses habitantes daquela localidade, a reunião pareceu ser profícua, com o promotor disponível para encetar mais um estudo para a LMAT. Contudo e à nossa reportagem não deixa de estranhar que as empresas, neste caso a CSRTB e a Aura Power Rio Maior, apenas tenham remetido junto da Agência Portuguesa do Ambiente o traçado proposto pelos moradores, na quinta-feira, dia 17, quando este já tinha sido dado a conhecer há vários meses. Loureiro saúda o empenho de Luís de Sousa, presidente da Câmara, e Francisco Morgado, presidente da junta, que se mostraram “proativos” na reunião, mas espera que toda esta movimentação por parte da população chegue a bom porto como é o desejo dos habitantes de Alcoentre e Casais das Boiças. Recorde-se que ao longo dos últimos meses temos dado eco dos anseios daquela população. Em

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Linhas de Muito Alta Tensão já são realidade preocupante na freguesia causa está o atravessamento da Linha de Muito Alta Tensão (LMAT) que compreende um complexo de duas linhas que liga as centrais fotovoltaicas de Rio Maior e Torre Bela à subestação de Rio Maior, a 400kV, com uma extensão de cerca de 20 quilómetros, sujeita a avaliação de impacte ambiental. Inicialmente foi proposto um traçado em que as linhas passavam por

cima de Casais das Boiças, onde o quadro de postes de muito alta tensão é um cenário preocupante já há muitos anos. Depois a empresa corrigiu e propôs outro cenário em que o atravessamento das linhas se dava já na vila de Alcoentre, mas Casais das Boiças não deixava de estar no triângulo de linhas. Sendo que o prejuízo principal passava para a população da

sede de freguesia, num quadro também rejeitado por aqueles moradores. Nesta altura está em cima da mesa da APA a opção desejada por autarquia e moradores: as linhas a passar na zona do olival, partindo da Frutalcarmo, e daí até ao estabelecimento prisional de Vale de Judeus até chegar ao futuro parque fotovoltaico. Segundo António Loureiro, a empresa já re-

velou que vai ter de passar mais algum tempo a efetuar esse estudo que depois terá de seguir de novo para as entidades estatais Luís de Sousa, em declarações ao nosso jornal, revela que tem estado a pressionar a APA para que decida a contento dos moradores o mais depressa possível e saúda a boa vontade dos promotores que face a esta questão deram co-

nhecimento e para não atrasar o projeto “vão começar a construir o empreendimento do lado de Rio Maior”. Simon Coulson, promotor do projeto e CEO da Aura Power, empresa ligada ao parque fotovoltaico na Torre Bela, perante os anseios da população, referiu já em declarações ao nosso jornal, que aguarda por indicações da Agência Portuguesa do Ambiente sendo que acatará o que assim for determinado por aquela entidade, salvaguardando contudo que o projeto tal como se apresenta atualmente “respeita as distâncias” preconizadas pela Comissão Internacional de Proteção Contra a Radiação Não Ionizante (portaria nº 1421/2004, de 23 de novembro). O promotor diz ainda que agradece o feed-back das comunidades locais. Previsto para uma área de 775 hectares, trata-se de um investimento de 170 milhões de euros com a criação de 1000 postos de trabalho na fase de construção e 10 postos permanentes após esta fase. A central está prevista para a quinta na parte em que fica de frente para a Companhia Logística de Combustíveis prolongando-se até à entrada de Alcoentre para um total de 638 mil 400 painéis solares.

Comissão de Utentes da Castanheira ajuda pessoas carenciadas A

Comissão de Utentes do Centro de Saúde da Castanheira do Ribatejo em articulação com a Cáritas e os bombeiros locais conseguiu angariar 42 cabazes de produtos alimentares com destino à população mais carenciada da freguesia. O agravamento das condições de vida devido à pandemia levou a que muitos, nos últimos meses, tenham estendido a mão à solidariedade. Vários comerciantes aderiram ainda a esta ideia, e foi possível a todos os que quiseram ajudar contribuir para esta causa. Nos bombeiros foram também deixa-

dos vários sacos com bens de primeira necessidade. Foi a primeira vez que esta comissão abraçou esta causa. Pedro Gago, da comissão de utentes do Centro de Saúde da Castanheira, refere à nossa reportagem que o quadro da pobreza na freguesia está a aumentar. Segundo dados que lhe foram fornecidos “nesta altura a Associação de Promoção Social da Castanheira fornece refeições numa média de 300 pessoas, já a Associação Promotora de Apoio à Terceira Idade, também na Castanheira, anda na casa das 400 pessoas”. Muita

gente na freguesia “ficou sem trabalho e sem comida”, diz-nos. Apesar de ter sido criada para lutar por melhores condições no centro de saúde local, esta comissão tem-se envolvido noutras reivindicações e desta vez decidiu arregaçar as mangas em prol dos que estão a passar mais dificuldades. Uma das pessoas contactadas pela comissão foi Ana Luísa Coito. Está desempregada, e o marido também não consegue ter um trabalho a tempo inteiro. “Está no Luís Simões mas só consegue ir três ou quatro vezes

por mês por conta da pandemia”, conta-nos. Esta foi mais uma vez uma ajuda importante. O rendimento médio mensal por mês oscila entre os 200 e os 400 euros o que é insuficiente para os seus gastos. Antes da pandemia, recorda que conseguia ter uma fonte de rendimento mais estável. Andava nas limpezas mas desde março do ano passado que nunca mais conseguiu recuperar esse trabalho. Já se inscreveu para ter acesso ao rendimento social de inserção, mas foi indeferido devido a burocracias. “Está muito difícil”, desabafa.

Ana Luísa Coito deu a conhecer que esta é uma das poucas ajudas que recebe

Junta de Vila Franca homenageia cidadãos no Dia da Cidade V ila Franca de Xira assinala dia 28 de junho o Dia da Cidade para comemorar os 37 anos de elevação. Para dar corpo à iniciativa a junta de freguesia vai levar a cabo uma cerimónia que vai decorrer no auditório do Ateneu Artístico Vilafranquense pelas 21 horas. João Santos, presidente da junta, salientou ao Valor Local o carácter simbólico desta iniciativa que este ano devido à Covid, tem um significado mais acentuado. Entre

os homenageados estão os funcionários da junta que, segundo João Santos, merecem este gesto sobretudo “tendo em conta o período que passamos em que devemos agradecer a todos aqueles que têm estado ao serviço da freguesia e do próximo”. Os funcionários da junta serão homenageados com um louvor coletivo com o Galardão de Mérito. O Galardão Autárquico será atribuído aos presidentes da Assembleia de Freguesia do período de-

mocrático. O Galardão de Mérito Cívico será atribuído ao Bar Flor do Tejo, Fernando Carneiro e Alice Lambuça. Já o Galardão Identidade Local será entregue a Carlos Teles, Luís Valença e José Bico, enquanto que o Galardão Desporto irá para a guarda-redes de futsal Ana Catarina Pereira. No que toca ao Galardão de Mérito Cultural, será entregue a José de Carvalho e o de mérito associativo a João Conceição, e ao

Clube vilafranquense. O Galardão de Mérito Social homenageará a título póstumo José Maria Rodrigues. Serão ainda alvo desta homenagem a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Franca de Xira, o Agrupamento de Escuteiros 823, e o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia, Armando Jorge de Carvalho. A cerimónia terá lotação limitada, mas terá transmissão através das redes sociais.

João Santos dá a conhecer personalidades a ser homenageadas no dia 28 junho


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Repavimentação da rua principal da Azambuja entre o copo meio cheio e o copo meio vazio A requalificação da Rua Engenheiro Moniz da Maia e Vítor Córdon, as principais artérias da vila de Azambuja, vai mesmo avançar em breve, embora haja dissenção quanto a esta matéria. Os paralelepípedos serão substituídos por asfalto. Uma das principais vozes que está contra é o vereador do PSD Rui Corça, mas também a presidente da junta local, Inês Louro. A população ouvida pelo nosso jornal também não consegue chegar a consenso. Para muitos a mudança de pavimento será um alívio, para outros um património que se perde. Contudo nos primeiros mandatos de Joaquim Ramos, e no âmbito do Pólis Azambuja procedeu-se à substituição inversa, de asfalto para pedra porque dizia-se que era mais fácil reparar a estrada em caso de necessidade. Sílvia Carvalho d’Almeida uma das últimas reuniões de Câmara na qual o projeto foi apresentado, vários foram os argumentos usados para tentar dissuadir o presidente da autarquia, Luís de Sousa, da execução da obra que contempla para além do alcatroamento da estrada, a requalificação dos passeios e a colocação de passadeiras com mais iluminação e sinalização. A obra custa no total 725 mil euros, dos quais cerca de 500 mil são pagos por um fundo a que a Câmara Municipal concorreu. Rui Corça questionou os técnicos que realizaram o projeto, e que deram a opinião profissional de que um pavimento de alcatrão seria o melhor cenário, dizendo que, por um lado, numa região quente no verão como Azambuja, o betume ajuda ao aquecimento por absorção da luz solar, e por outro que ao libertar CO2 para a atmosfera, não contribui para a neutralidade carbónica necessária nas sociedades atuais. Rui Corça não compreende a opção da autarquia “quando os centros históricos das nossas cidades estão a optar por calçada porque a nível estético e ambiental são melhores, e em Azambuja estamos a tomar o caminho oposto”. Acrescentou que o problema reside na “falta de manutenção da calçada.” Para o vereador da oposição, esta é uma “opção errada que o presidente tomou, e este concurso foi feito à medida.” A propósito disto gerou-se celeuma, havendo uma troca de galhardetes entre o vereador do PSD e Luís de Sousa, com acusações de falta de honestidade política. O executivo PS respondeu que o custo de pavimentação com calçada é maior do que o do alcatrão, e que a estrada como está provoca situações incómodas especialmente para que tem mobilidade reduzida como é o caso das pessoas idosas e não só. De acordo com o município, este projeto contempla, ainda, uma melhoria e reforço da rede de drenagem pluvial com a instalação de novos sumidouros e sarjetas, em complemento aos existentes. A obra também dará especial atenção à segurança, com instalação de pilaretes a delimitarem os passeios. A extensão total dos arruamentos a requalificar é de 1061 metros, onde se incluem

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Município quer voltar a colocar alcatrão nas principais artérias mas discussão está ao rubro

265 metros da Rua Vítor Córdon e 425 metros da Rua Engenheiro Moniz da Maia, bem como 35 metros da Rua Teodoro José da Silva e 62 metros da Praça do Município. A obra vai reabilitar, igualmente, alguns troços envolventes à zona central da vila de Azambuja conhecida como “Largo do Rossio”, nomeadamente, os 131 metros da Rua José Ramos Vides, 22 metros da Rua Dr. Jaime Abreu da Mota e 121 metros da Rua Cândido de Abreu e do início da Rua Alexandre Vieira. Este debate começou a fazer-se ainda em 2019, e a presidente da junta de Azambuja foi das primeiras a levantar a voz contra este projeto. Na altura ainda era filiada no mesmo partido que governa o executivo municipal. Ao Valor Local, Inês Louro referia-se a fatores técnicos para a manutenção da calçada desde logo devido à “a questão da impermeabilização dos solos, evitando que a água entre no sistema de esgotos”. Referia ainda que o atual pavimento é mais fácil de reparar em comparação com o alcatrão. Relativamente à segurança, contrapunha que a calçada “sem criar um grande impacto, reduz nos veículos rodoviários uma clara diminuição na velocidade, evitando assim acidentes”. Já quanto às

questões de ordem histórica: “A calçada portuguesa é o nosso pavimento tradicional, apreciado pelos turistas que nos visitam”, concluía. Também entre cidadãos e comerciantes as opiniões são divergentes Alzira Mónica, empregada numa loja de decoração que está de portas abertas na Rua Engenheiro Moniz da Maia, alerta que a estrada já foi de alcatrão, mas que “alguém voltou a colocar paralelepípedos” a dada altura, numa alusão a uma das políticas encetadas pelo município nos primeiros anos da década de 2000. Reclama que “havendo dinheiro nesta terra, esbanja-se à grande”. Por este motivo e para não ser gasto

mais dinheiro dos contribuintes, é da opinião de que a calçada se deve manter até porque os munícipes não podem andar sempre a pagar, de cada vez que alguém que está à frente da Câmara, muda de opinião relativamente ao que se fez num passado que não é assim tão distante. Quanto à questão do escoamento se dar melhor com uma estada de alcatrão é da opinião de que deve existir mais investimento nas sarjetas, mas não muda de ideias quanto à mudança de pavimento. Para Flávia Oliveira, que está à frente de um snack-bar na Rua Vítor Córdon, a solução desejável sem dúvida que passaria pelo asfaltamento. O atual pavimento encontra-se desnivelado e por isso confessa que já viu pessoas “tombarem” nas pedras, especial-

Para este novo residente em Azambuja a calçada dá outro encanto à vila

mente quando estão soltas. A calçada “acumula muita água da chuva” e como tal o asfaltamento é bem-vindo para esta comerciante. O Valor Local falou também com moradores. Bruno Costa vive em Azambuja há três anos, e receia

que o asfaltamento proporcione a perda de “uma parte do património desta vila logo na parte mais histórica”. Embora não tenha opinião muito concreta sobre o assunto, essa é a sua maior preocupação. “Eu gosto de ver a Azambuja assim!”, exclama. Acrescenta que a estrada não “está em más condições”, e que quando costuma andar de carro não sente que tenha uma pior experiência do que se estivesse a conduzir por cima de asfalto. No entanto, reconhece que o asfalto é melhor nesse aspeto. Daniel Veríssimo, gerente de uma ótica na Rua Engenheiro Moniz da Maia, também concorda que o melhor seria colocar asfalto. Sublinha que como as pedras rolam, as pessoas estão mais sujeitas a cair. Inclusivamente houve um transeunte que partiu os óculos e a Câmara teve de pagar. Também ao nível do escoamento das águas esta seria a melhor opção. Acrescenta que um dos problemas que também assola os comerciantes de Azambuja é a falta de estacionamento para as pessoas que visitam o comércio local no centro da vila. Acredita que com a colocação de parquímetros que permitissem a permanência por apenas uma hora, não haveria tanto congestionamento e as pessoas não estacionariam à porta das lojas para apanhar o comboio para Lisboa.

Flávia Oliveira alinha pelos que estão a favor do asfaltamento

O proprietário de uma loja de óculos prefere o asfalto


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Colete Encarnado adiado por mais um ano devido à pandemia ila Franca de Xira não vai fazer de novo os habituais festejos do Colete Encarnado. Em entrevista à Rádio Valor Local, o presidente da Câmara Municipal Alberto Mesquita salientou que o aumento de casos de covid levou a esta decisão. O autarca frisou que a intenção do município seria realizar as festas, no entanto, não considera segura a realização das mesmas, tendo em conta os milhares de pessoas que se juntam por exemplo à volta das largadas de toiros naquela cidade. “Temos dados muito complicados. São 144 casos por cem mil habitantes e com tendência para aumentar. Isso faz com que tenhamos de tomar decisões para precaver a saúde pública”. Alberto Mesquita refere que a saúde das pessoas “está em primeiro lugar” e por isso, embora lhe custe tomar esta decisão, refere que não havia outro caminho. “Infelizmente não teremos Colete Encarnado, mas um ou outro apontamento a fazer lembrar a festa” pois considera que a realização do evento “seria uma irresponsabilidade”, acrescentando que seria impossível “controlar as pessoas durante as esperas”. Ainda assim o autarca tem espe-

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O autarca refere, por outro lado, que o município vai levar a cabo uma homenagem ao matador de toiros José Falcão que faleceu em 1974, através da inauguração de um busto que ficará junto ao Ateneu Artístico Vilafranquense. Alberto Mesquita desvaloriza polémica sobre a contratação de antitaurinos

Alberto Mesquita lamenta a não realização do evento face à evolução da pandemia rança que em outubro, as esperas possam voltar. Algo que nos dias de hoje e face à pandemia parece uma miragem. Alberto Mesquita que à Rádio Valor Local tinha dito em setembro do ano passado ter grandes expetativas quanto ao Colete Encarnado deste ano, mostrou-se desa-

lentado com a situação, argumentando que existe sempre a esperança de que “as coisas melhorem, mas não foi o caso pois pioraram em muito”. O autarca culpa os “ajuntamentos” que aconteceram nas últimas semanas em Lisboa e no Porto e noutros locais que certamente

contribuíram para isso. O presidente da Câmara refere que as festas vão ser assinaladas com música ambiente e com a decoração das varandas no edifício da Câmara Municipal, bem como a habitual deposição da coroa de flores no monumento ao campino, entre outras iniciativas.

O concelho de Vila Franca de Xira tem sido alvo de inúmeros atos de vandalismo por parte de antitaurinos. Está na memória de todos o vandalismo na Praça de Toiros Palha Blanco e no mural pintado pelo artista vilafranquense, Vile, que retrata o Ribatejo e as tradições de Vila Franca. A propósito da recente tomada de posição da junta de Azambuja em que foi decidido não contratar artistas para as festas locais que fossem contra as touradas, Alberto Mesquita refere que nem tudo pode ser analisado da mesma maneira. À Rádio Valor Local, o autarca desvaloriza a posição da junta, mas por outro lado apela a que as convicções de ambos os lados sejam respeitadas. “Se gostamos das nossas tradições temos de respeitar também

quem não gosta” e refere que “se estivermos sempre imbuídos deste espírito, as coisas correm bem”. O autarca considera “uma perfeita tontice que a RTP não queira passar touradas nesta alteração do contrato de concessão” e acrescenta que “esse princípio de não aceitar a tauromaquia como uma área cultural é perigoso” e explica: “Hoje não querem as toiradas, amanhã não querem outra coisa qualquer, e portanto esta ditadura do gosto que é determinada não sei por quem, vai criando caminho e um dia destes temos aqui uma ditadura a todos os níveis. Quando dermos por isso temos de comer todos da mesma maneira, vestir todos da mesma maneira”, refere o presidente da Câmara de Vila Franca que considera que “a tauromaquia é apenas um pretexto pois atrás dela estão coisas muito mais perigosas”. À Rádio Valor Local, numa entrevista de balanço de mandato, Alberto Mesquita diz não ser aficionado. No entanto diz gostar das tradições das touradas e da tauromaquia e considera que enquanto autarca fez o possível “para promover a tauromaquia em Vila Franca de Xira através desta marca identitária que é muito nossa”.

Programa CED esterilizou 200 gatos num ano em Alenquer O

Programa Capturar, Esterilizar e Devolver (CED) foi implementado há cerca de um ano e meio em Alenquer e permitiu até à data proceder à esterilização de 200 gatos vadios em colaboração com a Associação Animais de Rua com formação aos cuidadores e dos próprios funcionários da Câmara no que respeita à captura dos felinos. Nesta parceria entra ainda o curso de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Lisboa. Paulo Franco, vereador na Câmara de Alenquer, refere ao Valor Lo-

Autarquia espera estender o programa a todo o concelho em breve

cal que estão identificadas 30 colónias no município, nas freguesias onde o programa já existe, dado que ainda não se estendeu a todo o concelho. Há cuidadores responsáveis por mais do que uma colónia num total de 400 animais identificados. Nesta altura, o programa está a ser levado a cabo nas freguesias de Alenquer, Carregado, Carnota, Meca e Ventosa. O programa CED vem corresponder à portaria 146/2017 que veio definir as regras de implementação de colónias controladas para felídeos errantes que visa a salva-

guarda da saúde pública e da saúde animal. Um dos objetivos deste programa passa por proporcionar uma alimentação à base de ração aos gatos de rua com vista à redução da insalubridade normalmente provocada por quem tem por hábito dar restos da alimentação humana a estes animais, e que potencialmente podem dar azo ao aparecimento de outras pragas como pombos ou ratos. Paulo Franco refere que nesta componente a Câmara ajuda os cuidadores a suportar os custos com a ração no sentido do cumprimento da

Câmara de Alenquer oferece cheques veterinários a famílias carenciadas A Câmara de Alenquer estabeleceu um protocolo com a Ordem dos Veterinários com o objetivo de criar uma rede de apoio nos cuidados médico-veterinários dirigida aos animais em risco, quer os que estão no Centro de Recolha Oficial (CRO), quer os errantes e ainda os que pertencem a famílias carenciadas. Este protocolo enquadra-se no Programa Nacional de Apoio à Saúde Veterinária através da atribuição de cheques veterinários.

Ao Valor Local, Paulo Franco, vereador no município, refere que através deste protocolo o município vai poder recorrer a clínicas veterinárias existentes no território para resolver questões da saúde animal mais delicadas, o mesmo é válido para os particulares com problemas económicos identificados pela equipa de Ação Social do município, e que não consigam fazer face a uma cirurgia ou a um cuidado médico específico para os seus animais de companhia. Existem clínicas

aderentes no concelho, mas desde que façam parte da rede com a qual a Ordem dos Veterinários tem acordo, os munícipes podem escolher qualquer uma dentro ou fora do território municipal. “Contudo esperamos que as pessoas escolham as do concelho como forma de apoio à economia local”, acrescenta Paulo Franco. A listagem está disponível no site da Ordem dos Veterinários. O autarca acrescenta que já desde 2019 que o município apoia as famílias carenciadas na este-

rilização, desparasitação, e garante a colocação de chip de forma gratuita. O programa inclui um Plano de Cuidados de Saúde Primários e um Plano de Cuidados de Saúde Continuados e de Urgência. A utilização é então através dos cheques veterinários que são atribuídos em função do ato médico veterinário e das características de cada animal. Os valores de cada cheque e de acordo com o serviço prestado pode oscilar entre os 20 e os 100 euros.

Cheque veterinário pode ir até aos 100 euros de apoio

lei. “O que o município pretende é tornar-se parceiro destas pessoas que já são amigas dos animais há muito tempo, mas que agora tem de se reger pelas regras deste programa. De qualquer das formas as pessoas estavam ávidas de ter esta parceria numa lógica de controle da população de gatos”. No programa CED que está a ser levado a cabo pelos municípios portugueses, os gatos beneficiam ainda de desparasitações e avaliações médico sanitárias para além das esterilizações das fêmeas.


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José Xavier, um azambujense em terras geladas da Antártida Sílvia Carvalho d’Almeida osé Xavier, biólogo e cientista, tem somado diversos reconhecimentos. Mais recentemente recebeu da Câmara Municipal da Azambuja a medalha de mérito. Já fez mais de 10 expedições à Antártida, e nascido em 1975 é o chefe da delegação portuguesa das reuniões do Tratado da Antártida. Atualmente é ainda professor da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE). Desde 1997, que este azambujense parte com frequência rumo às terras geladas da Antártida para fins de investigação, não só no que à ciência diz respeito, mas também nas áreas da educação e de medidas políticas. Ao Valor Local, dá a conhecer como tudo começou: “Tal como muitas pessoas, sempre gostei do mar pois estava sempre associado aos momentos mais felizes das férias e dos longos fins de semana. Associei naturalmente o mar às melhores coisas da vida.” Conta que “quando estava nas diferentes decisões escolares, as ciências, e posteriormente, a Biologia Marinha, vieram naturalmente, por exclusão de partes: escolher uma área e profissão que gostasse muito, em que fosse bom e na qual tivesse a vontade de ter uma dedicação constante, para continuar a melhorar sempre.” Recordando a sua infância em Azambuja diz que a sua saída da casa dos pais para Coimbra é relativamente recente. Azambuja faz parte da sua vida pois continua a visitá-la regularmente. Das suas melhores memórias de infância na vila ribatejana guarda o facto de ter jogado futebol no Grupo Desportivo de Azambuja

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Um trabalho fascinante num dos locais mais remotos do planeta

(GDA) em meados dos anos 80. Mas foi na Escola Secundaria de Azambuja, onde começou o seu percurso nas ciências com as primeiras experiências. Diz-nos que teve uma infância feliz e normal em que a família teve sempre um papel predominante. Guarda ainda excelentes recordações da Feira de Maio de Azambuja: “Desde muito pequeno comecei a frequentar a feira. Lembro-me do aparecer das tranqueiras, da areia e das tertúlias a alegrar as ruas, e principalmente das largadas de touros. O touro é um animal fascinante para mim. Trouxe muitos amigos estrangeiros a visitar Azambuja em maio durante a feira, ao longo dos anos, que ficavam surpreendidos e comenta-

vam que a nossa festa é muito especial exprimindo o desejo de voltarem. Tal como diz o Senhor António José, Azambuja vive de maio a maio!” Quando lhe perguntamos o que o motivou a tornar-se cientista e porquê a Biologia Marinha, especialmente sendo uma área que tem pouco ou nenhum financiamento em Portugal apesar de termos uma zona de costa muito extensa, responde que aquando do seu segundo ano do curso superior nesta área, na Universidade do Algarve, questionou como seria a vida de cientista. Surgiu a oportunidade de ajudar alunos que estavam a terminar a sua tese de licenciatura com trabalho de laboratório, tal como os cien-

tistas, e adorou a experiência. “A ciência é feita de pequenos passos, muito trabalho e dedicação, e aí percebi que era isso que queria. Sentia que podia fazer ciência todos os dias com um sorriso e tem sido assim toda a vida! Julgo que a nossa profissão deverá ser baseada no prazer de fazermos as coisas e tentar ser-se sempre profissional e competente todos os dias.” Para além disto, refere que hoje, com a Estratégia Nacional para o Mar, Portugal está mais consciente da importância do que o mar nos poderá dar e que profissões associadas a ele são muitas: “As oportunidades são maiores do que inicialmente parecem.” Relativamente à sua pesquisa na

Antártida tem já conclusões importantes: “Mostrámos que a Antártida possui um papel muito importante no planeta, pois influencia o clima, as correntes dos oceanos e o nível das águas do mar. Daí estudarmos a Antártida e não outra parte do planeta, pois o que se passa lá pode afetar todo o planeta”. O denominado continente gelado poderá contribuir até 50 cm no nível do mar nos próximos 50 anos (de momento o nível do mar está a subir a 1-2mm/ano). José Xavier dá a conhecer que os cientistas têm provado que “animais como albatrozes ou pinguins poderão ter dificuldades em se adaptar às alterações climáticas. Por exemplo, os pinguins imperadores poderão

estar em risco de extinção até 2100”. “Finalmente contribuímos ativamente para que as ligações entre cientistas e decisões políticas fossem melhoradas de modo a se produzirem leis mais rapidamente para protegermos áreas importantes da Antártida.”, conclui. Refere ainda que a sua equipa da Universidade de Coimbra faz uma ligação importante entre a ciência e a sociedade, com cientistas polares a darem palestras nas escolas de todo o país, que englobam temas tais como o que é ser cientista polar e como é fazer uma expedição à Antártida, de modo a inspirar as novas gerações a serem melhores cidadãos. “Uma política de promoção de ciência nos diferentes níveis de escolaridade deverá ser estimulada. Acho que Feiras das Profissões seria uma boa ideia para as escolas secundárias, por exemplo, para motivar as gerações mais novas, ajudando-as a compreender a profissão que querem seguir.” O seu livro “Experiência Antártica – Relatos de um cientista polar português” contém crónicas escritas todas as semanas durante a expedição Antártica de 9 meses, inicialmente num cruzeiro científico e depois numa ilha daquele continente, que relata qual a importância da Antártida, o que se estuda lá, e como é viver nesse ponto do globo. Quanto à condecoração municipal refere a honra que sentiu pois trata-se de um reconhecimento da sua terra ao seu trabalho. “Foi em Azambuja que tudo surgiu e me fez o que sou hoje. Representa um sinal de que estou a fazer as coisas certas mas também um alerta de que existe uma responsabilidade maior para ser melhor no futuro.”

Profissionais do Hospital de Santarém homenageados pelo trabalho contra a Covid O Hospital Distrital de Santarém (HDS) foi um dos hospitais escolhidos em Portugal para participar no “Hand Medal Project”, iniciativa internacional que visa homenagear e agradecer aos profissionais de saúde que estão a com-

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bater a Covid-19 através da entrega de medalhas concebidas por 3 000 joalheiros de 63 países. A essência do projeto reside no facto de serem os próprios profissionais que escolhem os colegas a quem querem entregar as meda-

lhas, reconhecendo-lhes o respetivo mérito. As medalhas “Hand Medal Project”, com o formato de uma mão (símbolo de apoio, ajuda e solidariedade), foram entregues a profissionais do HDS de diferentes

áreas e categorias profissionais com informação explicativa do projeto, onde se pode ler que “a inspiração para esta medalha foi um ex-voto, uma oferenda tradicional que se dá aos santos quando concedem o que lhes foi pedido”.

Medalhas concebidas por 3 000 joalheiros de 63 países


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Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira assina protocolos de cooperação com coletividades A

Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira formalizou acordos de cooperação social com cinco instituições vilafranquenses, quatro do movimento associativo e uma do setor empresarial desportivo. As parecerias foram celebradas com o Ateneu Artístico Vilafranquense, com o Grupo Recreativo e Cultural do Bom Retiro, com a União Desportiva Vilafranquense, com a Associação para o Bem Estar Infantil, com o Centro para o Bem Estar Infantil e com a Vilafranquense SAD. Os programas de cooperação, assinados no Dia da Criança, designados de Fisic@Mente, visam a criação de condições para que

crianças e jovens mais desprotegidos do ponto de vista social, possam aceder, de forma completamente gratuita, às atividades ministradas por estas instituições. São programas dirigidos às crianças e aos jovens vilafranquenses que se encontrem em acompanhamento no âmbito do Sistema de Atendimento e Apoio Social Integrado (SAASI) ou integradas em Centros de Acolhimento das IPSS da Freguesia e cujos responsáveis pelo acompanhamento concluam que podem vir a beneficiar, nas dimensões física e psicológica, da prática de alguma modalidade quer desportiva, quer artística.

As várias instituições estiveram representadas pelos seus presidentes Teresa calçada, José Luís Ferreira, Miguel Branco, Gil Teixeira, Márcio Quintela (em representação da UDV e da Vilafranquense SAD) e João Santos, presidente da junta. Por intermédio destes acordos de cooperação estabelecidos com a Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, estas entidades do movimento associativo e do setor empresarial desportivo predispuseram-se assim, de forma solidária a contribuir, ativamente, para melhorar a qualidade de vida das crianças da freguesia que, por uma ou outra razão, têm uma rede de apoio familiar mais frágil.

Acordo celebrado no Dia da Criança

Valorização do Ribeiro de Aveiras é primeiro passo para o Parque Ambiental A obra de valorização do Ribeiro de Aveiras já foi inaugurada. A iniciativa decorreu no Parque Ambiental de Azambuja em Aveiras de baixo, aproveitando as comemorações do Dia Mundial do Ambiente. O ribeiro atravessa os terrenos dos antigos viveiros do ICNF, em Aveiras de Baixo, onde será criado em breve o Parque Biológico e Ambiental de Azambuja. Nesta obra, foram utilizadas várias técnicas de engenharia natural, fazen-

do um controlo das espécies invasoras. A empreitada permitiu regularizar as margens do ribeiro e construir um “anfiteatro” bem como a concretização do caminho ao longo da ribeira no Parque Ambiental. Com todo este projeto, Azambuja terá, também, o primeiro laboratório de rio funcional na zona sul do país, onde poderá ser observada a intervenção realizada e as diversas técnicas utilizadas. O projeto representa um investi-

Câmara de Alenquer inaugura mais salas do futuro Câmara Municipal de Alenquer inaugurou mais três salas do futuro. Depois de o ter feito nos agrupamentos de Abrigada e Merceana, foi agora a vez das escolas Básica 2,3 Pêro de Alenquer e Secundária de Alenquer, e uma semana depois na EB1 do Carregado, no decurso deste mês. Esta aposta resulta de uma candidatura do município aos fundos comunitários com vista ao combate ao insucesso escolar. Segundo Rui Costa, vereador com o pelouro da Educação, foi também a vontade de se “modernizarem por parte das escolas que levou à concretização a 100 por cento deste objetivo” que em termos práticos passou pela aquisição de material tecnológico de apoio à aprendizagem – “com desconstrução do conceito de sala de aula que tínhamos memória no nosso tempo de escola”, e “a aposta num modelo completamente diferente de ensino e aprendizagem em que os alunos são o centro e o motor e o professor tem o papel de guia”. As salas estão equipadas com quadros digitais, computadores, tablets, estúdio de som e imagem, microscópios digitais, projetores digitais “que são um complemento importante”, refere Rui Costa. Equipar cada uma das salas teve um custo a rondar os 40 mil euros, comparticipado em 85 por centos pelos fundos comunitários. Investiu-se ainda na formação dos professores “no modelo de oficina para estarem mais aptos para este desafio”. Este projeto é parte integrante da Iniciativa “lnSeES - Inovar para o Sucesso Escolar” numa parceria entre o município de Alenquer e a OesteCIM. No âmbito deste acordo, foi promovido um conjunto de candidaturas a fundos comunitários através do Programa Portugal 2020, o “Plano Integrado de Combate ao Insucesso Escolar - Aluno ao Centro”. Este projeto integra-se noutro mais amplo, o “Future Classroom Lab” (FCL) criado pela European Schoolnet (EUN) para apoiar a divulgação e a expansão de abordagens pedagógicas inovadoras e avançadas com as Tecnologias da Informação e Comunicação para o ensino e a aprendizagem em ambiente de sala de aula do futuro.

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mento global de 200 mil euros, dos quais a Câmara Municipal conseguiu um financiamento de 170 mil euros, no âmbito da candidatura aprovada pelo Fundo Ambiental. A concretização desta obra “tornou toda a área envolvente à intervenção mais resiliente e preparada para os riscos associados a fenómenos de cheias e de inundações” segundo explica o município numa nota enviada ao Valor Local. Luís de Sousa, presidente da Câ-

mara de Azambuja agradeceu a intervenção dos técnicos, num projeto há muito ambicionado, e há muito apadrinhado pelo seu vice-presidente Silvino Lúcio, que sendo natural de Aveiras de baixo, “guarda boas memórias e tem um bom conhecimento do local.” O autarca destacou a importância desta obra para a valorização ambiental do concelho e um passo importante tendo em conta a meta da neutralidade carbónica no município.

Canil de Azambuja vai para a frente no espaço dos Viveiros em Aveiras de Baixo epois de muitos avanços e retrocessos o município de Azambuja decidiu que o novo canil municipal vai ficar à partida nos viveiros de Aveiras de Baixo no futuro parque ambiental que está em perspetiva. A Câmara Municipal de Azambuja ainda pensou e andou em conversações com o ministério da Justiça para aproveitamento de um espaço no Estabelecimento Prisional de Alcoentre mas abandonou a ideia entretanto. Ao Valor Local, Silvino Lúcio, refere que à partida está escolhido um terreno da Câmara ou do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) nos Viveiros, tendo em conta “que aquele organismo ficou com competências também neste domínio dos animais e da sua proteção”. Neste âmbito junta-se o útil ao agradável “e ficamos ali com um ponto para acolhermos os animais”. Falta garantir a autorização do ICNF. Sendo que no que diz respeito ao PDM “como se trata de uma estrutura em módulos e não em alvenaria será mais fácil construir ali o canil”. A autarquia prevê gastar 160 mil euros, e com isso garantir uma estrutura de apoio aos animais abandonados dado que até à data se tem suportado em associações que fazem esse papel e com algumas queixas à mistura conforme temos dado conta em anteriores trabalhos do nosso jornal. O canil de Azambuja terá capacidade para 100 cães e 60 gatos, numa altura em que a Câmara lançou também mão do programa Capturar, Esterilizar e Devolver (CED). Durante muitos anos a autarquia andou refém das promessas da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo que pretendia construir um canil intermunicipal mas que nunca saiu do papel. Depois de muitas críticas, a autarquia garante que será desta que o canil de Azambuja vai finalmente para a frente.

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Inauguração da obra permitiu dar uma nova cara ao espaço do evento face à evolução da pandemia

Câmara de Azambuja cria pacote de incentivos para fixar médicos no concelho Câmara de Azambuja aprovou a criação de um Regulamento Municipal de Apoio à fixação de Médicos de Família, e que se encontra aberto a sugestões da população. Em declarações ao Valor Local, o vice-presidente da Câmara, Silvino Lúcio, refere que esta é uma tentativa mais derradeira de conseguir fixar aqueles profissionais de saúde gorados que têm sido alguns esforços. Basicamente e neste regulamento, o município pretende apoiar com cerca de 400 euros cada médico que se fixar num período de alguns anos (ainda não estão decididos quantos). A verba destina-se sobretudo a pagar a renda de casa. Estão previstas obrigações para ambas as partes assim como penalizações. Para além desta verba, o município coloca ainda à disposição dos clínicos uma viatura para deslocações e isenções várias nos equipamentos municipais como piscina, courts de ténis, entre outros. Este tipo de incentivos em que é oferecido uma espécie de pacote de benesses aos clínicos tem vindo a ser posto em prática em outros concelhos do país. Contudo a Câmara ainda está a “apurar se podemos dar essa verba em mãos para pagamento de uma renda de casa”. O autarca espera ter esta proposta aprovada em setembro de preferência para “vários médicos que estejam nessa disponibilidade”. O tema da falta de médicos é gritante no concelho e a pandemia veio exacerbar ainda mais o estado de coisas. No dia 4 de junho, decorreu uma manifestação a favor de mais cuidados de saúde no concelho, a qual decorreu no largo do município. Milhares de pessoas afetas às diferentes extensões de saúde e centro de saúde Azambuja não têm médico de família.

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Câmara de Azambuja recorre da decisão do Estado de manter o aterro Câmara Municipal de Azambuja prepara-se para fazer prolongar o braço de ferro com a Triaza do universo Suma/Mota Engil e em parte com as entidades do Estado no que respeita ao funcionamento do aterro. No final de maio a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) renovaram as licenças para mais quatro anos, e a autarquia já avançou juridicamente para tentar perceber até onde pode chegar neste capítulo. A empresa que neste momento apenas possui licença urbanística para a célula existente e já no seu limite de saturação, continua a navegar à vista quanto à possibilidade de a autarquia desatar este nó. Não há perspetivas de que a Câmara de Azambuja possa vir a conceder novas licenças urbanísticas, em resposta aos pedidos submetidos pela empresa há mais de um ano, para a abertura da segunda célula, e isso mesmo é reforçado em comunicado divulgado junto da população nos últimos dias. Esta posição irrevogável já tinha sido dada a conhecer pelo nosso jornal quando ouvimos Luís de Sousa no mesmo dia em que a CCDR anunciou que havia revalidado a licença de atividade. Na última reunião de Câmara e em resposta ao munícipe António Pires, o presidente da Câmara informou que já avançou a nível jurídico no sentido da impugnação da decisão das entidades estatais. Nesta altura, o aterro já ultrapassou a cota, “e os topógrafos da Câmara já deram conta dessa particularidade”. No comunicado agora divulgado, é referido que a única célula à disposição da Triaza, gru-

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No final de maio a CCDR e a APA renovaram as licenças

po Mota-Engil, já ultrapassou, de facto, a cota altimétrica prevista. Refere a autarquia que a comissão de coordenação diz que estão depositadas no aterro 172 744, 74 toneladas de resíduos e que a capacidade máxima é de 201 mil 868 toneladas, contudo o município pede “o encerramento definitivo do aterro” o mais urgentemente possível. “A Câmara Municipal de Azambuja não permitirá a abertura de novas células e está a envidar esforços para que a que está em laboração feche o quanto antes”, pode ler-se no comunicado. A empresa perspetivava enterrar em Azambuja ao longo dos 30 anos, para os quais tem autorização, cerca 1 milhão 171 mil 602 toneladas de resíduos. Em resposta a uma série de questões do Valor Local, a CCDR-LVT confirma que a laboração do aterro planeada para um período de 40 anos, obteve então as licenças de atividade e de ambiente, mas que compete à Câmara passar uma terceira licença, e que a atividade

ali levada a cabo não pode ser independente dessa mesma autorização, tão cabal quanto as outras duas. “A emissão do Título Único Ambiental não isenta a instalação da obtenção de todas as outras autorizações, licenças ou atos de controlo prévio, designadamente urbanísticos, necessários e legalmente exigíveis para o desenvolvimento da atividade” e que por isso- “a construção, propriamente dita, das restantes células não recai no âmbito da licença de atividade agora emitida, mas sim na competência da autarquia.”, diz aquela entidade. CCDR-LVT e a falta de fiscalização Muito criticada tem sido a falta de fiscalização do aterro de Azambuja por parte da CCDR-LVT que, ao nosso jornal, dá conta de que, nos últimos anos, foram realizadas diversas ações de fiscalização e visitas técnicas ao aterro, tendo a úl-

tima sido realizada em 29 de outubro de 2020. “A CCDR LVT efetua ações de fiscalização com regularidade, no âmbito do planeamento delineado no Plano Nacional de Fiscalização e Inspeção Ambiental (PNFIA). Adicionalmente, são efetuadas ações de fiscalização, em resposta a situações anómalas que nos sejam comunicadas”, é reforçado. Sobre a ação de fiscalização que teve lugar em dezembro de 2019, que deu que falar, (uma das últimas realizadas nas instalações da Triaza) e na qual estiveram representantes da CCDR-LVT, da Câmara Municipal de Azambuja e da Junta de Freguesia de Azambuja, a entidade do Estado dá a entender à nossa reportagem que a empresa trabalha dentro da legalidade, e no muito polémico tema do amianto verificou-se que “ estão a ser cumpridos os requisitos previstos no DL 183/2009, de 10 de agosto, nomeadamente: Os Resíduos Contendo Amianto (RCD) só são aceites caso os mesmos se

Mais de 2500 pessoas aderem à campanha “Adote um Compostor” da Ecolezíria M ais de 2500 munícipes dos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos já aderiram à campanha da Ecolezíria “Adote Um Compostor”, desde o dia 12 de abril, data de arranque da ação. Esta iniciativa previa a distribuição gratuita de 7500 compostores para os residentes destes seis municípios que reunissem condições para efetuar a compostagem. As inscrições continuam abertas e podem ser feitas através do website da Ecolezíria em www.Ecolezíria.pt, nas Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais. Para poderem realizar a compostagem – um processo de transformação natural de resíduos orgânicos em fertilizante rico em nutrientes -, as famílias interessadas na campa-

nha têm obrigatoriamente que dispor de espaço exterior em casa num solo com terra, como um quintal, uma horta ou um jardim. De acordo com o administrador executivo da Ecolezíria, Dionísio Mendes, “a campanha está a ter uma forte adesão e é notório o interesse e preocupação da população nesta prática simples de aproveitamento da matéria orgânica”, reforçando que, apesar da elevada procura, a Ecolezíria mantém “todo o interesse em receber mais inscrições para cumprir com o objetivo da entrega de todos os compostores afetos a este projeto”. “Um outro ponto a ter em consideração é o tempo de espera da receção do compostor. Pedimos a compreensão uma vez que este serviço está a ser realizado pelos

serviços municipais de cada concelho e por ordem de inscrição, sendo uma entrega individualizada com a montagem do equipamento, entrega de guia informativo e esclarecimento de eventuais dúvidas, após contacto telefónico”, acrescenta por último. Esta iniciativa, cofinanciada pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), visa incentivar a população a reaproveitar os resíduos orgânicos produzidos para fazer adubo natural. Cada compostor tem 310 litros de capacidade para transformar restos de alimentos e resíduos de espaços exteriores num produto orgânico rico em nutrientes para adubar a terra. A ação faz parte de uma estratégia global da Ecolezíria que dá o

mote à campanha “A Rua é a Casa de Todos”, e que pretende assegurar o cumprimento das metas definidas pela União Europeia para a reutilização e a reciclagem de 55% dos resíduos urbanos em 2025 e 65% em 2030. Outras apostas deste projeto mais vasto, serão a compostagem comunitária, a implementação de projetos piloto de recolha de lixo porta a porta, a criação de mais e melhores pontos de recolha de resíduos urbanos bem como de resíduos recicláveis, a divulgação da recolha adequada de monos e monstros, como entulho de obras ou objetos domésticos como móveis, colchões, entre outros, por parte das autarquias, entre diversas outras ações que visam melhorar da qualidade de vida em todos os municípios da Ecolezíria.

encontrem devidamente acondicionados em embalagens fechadas e apropriadas, rotuladas com a menção contém amianto”. Por outro lado “Os Resíduos Contendo Amianto são depositados numa zona sinalizada do aterro, sendo feita cobertura dos mesmos e efetuando-se uma vigilância sobre a referida zona”. (Segundo alguns moradores, em reunião de Câmara, e com visão privilegiada, já se constatou o depósito do amianto sem controle no aterro, e misturado com outros materiais.) Recorde-se que aquando desta mesma visita, foi-nos relatado por alguns dos presentes que a entidade do Estado demonstrou a sua incompetência no terreno. A CCDR-LVT alega que tem vindo a alertar a empresa para as deficiências na cobertura dos resíduos, devendo “as mesmas ser corrigidas, e feito o depósito mais frequência”. Nessa ação de fiscalização, ainda antes de ter sido atingido o limite da cota, a Triaza alegou que planeava “utilizar terras de escavação da segunda célula do aterro na cobertura dos resíduos depositados na primeira célula. No entanto, com o atraso na viabilização das operações de escavação, não tem tido disponibilidade de terras para efetuar a cobertura dos resíduos com a frequência desejada, razão pela qual se tem assistido à proliferação de aves por cima do aterro.”, limita-se a referir a CCDR. PSD apresentou moção para retirada do amianto enterrado no aterro Em reunião de Câmara, o PSD apresentou uma proposta com vista à retirada do amianto que con-

tou com os votos favoráveis do PS e PSD e o voto contra da CDU. David Mendes daquele partido argumentou que isso poderia dar argumentos à empresa para abrir uma segunda célula, “pois a terra teria de ir parar a algum lado”. Em declarações ao Valor Local, tendo em linha de conta que a questão da retirada do amianto tem sido amiúde falada, a associação ambientalista Zero acredita que essa tarefa é quase impossível. Rui Corça atira-se de unhas e dentes à CCDR-LVT A renovação das licenças por parte das entidades do Estado deixou executivo e oposição de rastos e o vereador do PSD, Rui Corça, disse mesmo que “estas entidades do Estado e as empresas dormem todas juntas”. Na opinião do autarca, há uma política de “desculpabilização” dos comportamentos de empresas como a Mota-Engil, e de “contorno dos comportamentos ilegais” praticados em aterros como o de Azambuja. “É inadmissível um organismo do Estado tomar posições autojustificativas da sua incompetência para fiscalizar, usando de floreados jurídicos”, e como tal a Câmara “deve agir do ponto de vista judicial” contra aquelas entidades. O vereador do executivo PS, António José Matos, referiu que nesta altura é tudo uma questão de tempo “porque o aterro fecha quando terminar a capacidade da única célula existente para receber resíduos porque a Câmara não vai legalizar mais nada”. Rui Corça não se mostrou confiante nessa possibilidade, deixando no ar que “não é assim tão líquido que o aterro feche”.

Compostagem doméstico com forte adesão na região

A Ecolezíria tem como meta melhorar a prestação dos serviços à comunidade e ser um dos Sistemas de Gestão de Resíduos Ur-

banos (SGRU) que contribui para que Portugal atinja as metas da reciclagem e reduza a produção de resíduos indiferenciados.


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Projeto piloto na reciclagem dá criptomoedas a quem separar mais Sílvia Agostinho Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos prepara-se para abraçar um projeto inovador na área da separação e recolha de resíduos. Através de uma parceria com a empresa Bee2Waste Crypto e duas instituições académicas pretende através de um projeto piloto a implantar em um ou dois bairros da vila aferir da disponibilidade dos munícipes para a reciclagem. A novidade reside na possibilidade de serem recompensados pela adoção desse comportamento através de criptomoedas quando se sabe que nem sempre é fácil cumprir o desígnio da economia circular. Até à data o município de Arruda é um dos primeiros a aderir a este sistema que foi apresentado durante a conferência Arruda Lab durante este mês de junho. Durante a apresentação, os promotores da empresa referiram que “a monetização da cadeia é uma das saídas no sentido de alterar comportamentos”, numa altura em que urge diminuir a pegada humana e quando a produção de lixo aumenta de forma galopante e as soluções existentes não são as mais amigas do ambiente. Entram neste projeto

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Durante a apresentação do projeto na conferência Arruda Lab

a Universidade de Carnegie Mellon na Pensilvânia, Estados Unidos, Instituto Superior Técnico e a Universidade Nova de Lisboa. O estudo pretende perceber até que ponto é que a localização de um determinado local de recolha consegue suscitar maior ou menor adesão, mas também desenvolver fichas sobre o comportamento dos cidadãos desde a recolha até ao tratamento. O con-

ceito de blockchain é também precioso neste trabalho pois permite registar todos os dados, os elos da cadeia e respetivas compensações. Em suma os objetivos são mudar hábitos, aumentar a reciclagem, baixar os custos de recolha e tratamento ao município, e melhorar a relação entre os serviços e os seus utilizadores. O projeto vai durar um ano e abrange 200 famílias com

a atribuição de kits destinados à reciclagem com sacos diferenciados através de QRCode com vista à posteriori à compensação financeira para cada agregado. “Sempre que faz um depósito recebe criptomoeda”, referiu a empresa, grosso modo, durante a apresentação do projeto na conferência Arruda Lab. Ouvido pelo Valor Local, André Rijo, presidente da Câmara diz

que o projeto deverá estar no terreno durante o segundo semestre deste ano. Nesta altura as entidades envolvidas estão a fazer um diagnóstico à amostra a recolher para o projeto piloto junto dos serviços camarários. “Estamos com alguma expetativa face à possibilidade de podermos implantar um sistema mais inteligente naquilo que é a recolha seletiva a que se juntam as

necessárias preocupações ambientais em alinhamento com o nosso pacto para as alterações climáticas”, enfatiza. Consoante a gramagem que for colocada por cada agregado nos contentores diferenciados “premiaremos os munícipes com a criptomoeda através de uma bolsa a criar” e a partir daí e seguindo o princípio inerente a este novo e sofisticado meio de pagamento é possível transformar em euros a retribuição em causa e daí passar para uma conta bancária ou um cartão de crédito. O sistema blockchain associado a este projeto é já utilizado como solução de pagamento em e-commerce e lojas físicas. O autarca diz que esta solução vai permitir também poupanças junto da Valorsul pois atualmente os municípios apenas pagam pelos indiferenciados, ou seja pelo lixo depositado nos contentores, e não nos ecopontos. Para já não está previsto o aumento de ecopontos dado que a zona a ser escolhida está apetrechada mas no futuro poderá haver disseminação de equipamentos. Ainda é cedo para se “aferir que esta é uma solução de futuro nos resíduos em Portugal mas o nosso município vai investir neste estudo”.

Obras na Avipronto da Coutada Velha fazem soar campainhas A Lusipintos – Produção Avícola, Lda, do grupo Lusiaves, vai proceder a obras de remodelação a três anos do fim do período dado pela Câmara de Benavente com vista à sua deslocalização conforme consta do PDM aprovado e publicado em 2019. Esta indústria a par de outras três são descritas como causadoras de incómodos à população de Coutada Velha devido aos maus cheiros. Na avaliação de impacte ambiental, a empresa sustenta que, não obstante ter de proceder ao desmantelamento das instalações tem a possibilidade de proceder a obras de ampliação com vista à manutenção do uso avícola. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, sustenta ao Valor Local que a empresa está a agir dentro da lei, mas a oposição não esconde os seus receios. Pedro Pereira, vereador independente, considera que face a estas obras as intenções podem não ser as melhores na hora de saírem do local em 2024. O processo está em consulta pública no site participa.pt até cinco de julho. Numa reportagem efetuada pelo

Valor Local, em inícios de 2019, na Coutada Velha, a população desconfiava da chegada a bom porto das intenções do município neste período de cinco anos e a mudança das empresas de armas e bagagens para outro lado. No PDM aprovado há dois anos ficou acautelada uma área nas proximidades de Vale Tripeiro para aquelas indústrias, mais longe das populações e à partida com menos possibilidade de criarem incómodos, em que para além dos cheiros acresce a conspurcação das linhas de água situadas próximas da localidade da Coutada Velha. Coutinho assegura que as obras em causa por parte da Lusiaves-Avipronto incidem sobre “a cozinha” mas não se trata de “aumento das instalações”. Sendo que a própria “avaliação de impacte ambiental contempla o período de cinco anos para a deslocalização”, para além do desmantelamento. Ouvido pelo Valor Local, o vereador do PSD, Ricardo Oliveira, não esconde que também ficou surpreendido dado que “a empresa devia estar focada nesta altura no desmantelamento e na transferên-

cia para outro lado”, mas de acordo “com o presidente da Câmara estamos a falar de reparações em anexos, mas que carecem de licenciamento”. O autarca diz ter ficado “mais descansado”. Pedro Pereira refere que em reunião de Câmara “o presidente disse que por ele as empresas já se tinham ido embora quando há muitos anos atrás foram estes executivos da CDU que permitiram este estado de coisas”. O autarca lembra que esta convivência das pecuárias junto à população de Coutada Velha nunca foi pacífica. Muitas vezes as indústrias foram acusadas de camuflar os maus cheiros em dias de inspeções para escaparem às multas. Quanto às obras da Avipronto a três anos do processo de demolição, refere que “a intenção deles se calhar é adiar ao máximo a deslocalização”. Neste processo de saída das indústrias da Coutada Velha, Coutinho refere que a que se encontra em fase mais adiantada é uma das suiniculturas que mais incomoda a população. “O processo de deslocalização já

Até 2024 aviários e pecuárias vão ter de sair da Coutada Velha

está na Câmara e está dependente de uma aprovação de REN que se encontra na CDDRLVT”. A indústria deverá ficar instalada no local agora designado em PDM para esse efeito. Quanto à segunda suinicultura “está também a agilizar o processo bem como um outro aviário”. Quanto à unidade da Avipronto que conseguiu obter legalização das suas instalações através do Regime Extraordiná-

rio de Regularização das Atividades Económicas (RERAE) em 2017 e com isso a declaração de interesse público municipal que de nada valeu tendo em conta as consequências em causa no âmbito da revisão do PDM em 2019, deverá abandonar o concelho. Coutinho diz que nada está previsto no sentido da sua continuidade em outra localização. Em conclusão Coutinho diz que

nesta altura o processo podia estar ainda mais adiantado se não tivessem existido os entraves da Quercus no processo de revisão do PDM. “Posso garantir que os aviários devem sair até 2024, já as suiniculturas, inclino-me, para que isso possa acontecer mais cedo”. Já o vereador do PSD está confiante na saída dos operadores até 2024, “porque ainda temos três anos”.


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Antigos doentes queixam-se de dificuldades respiratórias, perdas de memória e cansaço

Covid-19 deixou sequelas para quem passou pela doença Sílvia Agostinho oi uma das trabalhadoras que ficou infetada no decurso do surto de Covid-19 que se espalhou entre 129 pessoas que trabalham na empresa Avipronto em Azambuja. Vera Fonseca deu uma primeira entrevista ao nosso jornal em agosto do ano passado, onde fazia referência aos 11 testes que teve de fazer até dar negativo. Tem 40 anos e passou muitas semanas em casa, onde lhe valeu o apoio da família e dos amigos. O marido também teve covid e nunca mais recuperou o olfacto e o paladar. Apenas sente o gosto de comida picante e pouco mais. Já Vera Fonseca queixase de um cansaço que não era habitual antes da doença. É com espírito positivo que diz enfrentar a vida depois da doença. Trabalhadora da linha no abate na Avipronto diz que não é hábito os colegas falarem muito do que se passou. Estigma ou não, compara: “É como falar de sexo em público” numa espécie de tabu não declarado, refere. Mais de um ano depois contabiliza que, nesta altura, já vai em mais de 20 testes, isto porque a

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Sempre otimista diz-se preparada para ultrapassar esta fase da melhor forma

empresa passou a fazê-los regularmente. Recorde-se que esta in-

dústria foi acusada de alguma negligência no processo que termiPUB

nou na descoberta de 129 casos de Covid-19. Vera Fonseca recorda que esteve em contacto com outras pessoas que também deram positivo à posteriori mas no seu caso não voltou a contrair a doença. Também já tomou a vacina, apenas uma dose conforme é recomendado para os que já tiveram a doença. É com algum humor que diz que já tem um curso em testes. Vera Fonseca encontra-se atualmente a frequentar consulta no seguimento de ter ficado infetada com Covid-19 e com sintomas associados. A energia já não é a mesma de antes, e como trabalhadora no turno noturno, acaba por arranjar forças à custa de muitos cafés, “mas às vezes nem isso chega”. “Há que aguentar e quando chego a casa vou dormir de imediato”. A sensação de desgaste físico dura até hoje. Durante o horário de trabalho “as primeiras duas a três horas levamse bem, mas a partir daí o cansaço vai-se instalando”, algo que não acontecia antes até porque diz que sempre se considerou como uma pessoa “muito enérgica apesar de gordinha”. Trabalhar ao ritmo da linha não dá para abrandar, “e mesmo cansada há que manter aquela velocidade”. Praticante de artes marciais, Vera Fonseca diz que já não consegue manter o mesmo ritmo. O corpo “não aguenta quer a nível respiratório quer muscular”. Correr ou praticar desporto mais intenso deixou de ser possível, “porque segundo a minha alergologista corria o risco de colapsar” dada a condição física existente. Teve de abrandar a esse nível no que respeita ao desporto. Passados uns meses de ter negativado ao coronavírus, piorou o seu quadro de asma. Refere que apenas no inverno esses sintomas se tornaram mais evidentes. “Sou asmática desde sempre,

mas quando antes conseguia intervalar mais a medicação nesta altura não passo sem ela, e mesmo a tomar remédios o fôlego vaise”, conta, embora esteja a notar algumas melhoras. A nova realidade apoderou-se da forma como tem levado o seu dia-a-dia e não deixa de acentuar que se sentiu um pouco desmotivada. O pensamento inevitável é o de muitos que estão a passar pelo mesmo nos quatro cantos do mundo – “Bolas será que vou ficar assim para sempre!”. Nesta altura, a esperança fala mais alto – “Quero acreditar que isto não vai ser para o resto da vida, que eu possa recuperar e voltar ao que era antes”. A médica alergologista diz que “há que dar tempo ao tempo porque ainda há muito pouca informação sobre a doença no pós Covid”. Por outro lado, e sentindo-se mais cansada, refere que embora não possa dizer que tenha ficado com sequelas neurológicas, admite que a capacidade de raciocínio já não é a de antes. “Parece que quando me pedem uma resposta a algo mais depressa fico ali um pouco a patinar ou se por exemplo estou a assistir a uma palestra acabo por me dispersar e isso não acontecia antes”, descreve. Em agosto, Vera Fonseca contava à nossa reportagem que um dos filhos também contraíra a doença, mas não ficou com sequelas, já o marido apenas recuperou “um bocadinho do paladar”. Já consegue sentir o gosto de algumas comidas mais intensas. Já o quadro de anosmia (ausência de olfacto) vai permanecendo. Não consegue sentir os cheiros mais suaves. Apenas um outro odor como o da lixívia, mas antes nem isso. De toda esta experiência Vera Fonseca tenta encarar o que passou de forma otimista, mas refere que a entristece o modo como

muita gente ainda olha para a doença como se não fosse nada de especial, e “muitos até como uma fraude” ou “uma manipulação laboratorial”. “São pessoas que vivem aquém da realidade porque possivelmente não tiveram pessoas da família ou amigos a passar pela Covid e não conseguem colocar-se no lugar do outro”. Luís Simão confessa que levou um abanão com a doença Voluntário nos Bombeiros de Vila Franca de Xira, Luís Simão teve Covid-19 em janeiro, e foi o que se pode dizer vítima da terceira vaga, a mais severa até hoje no nosso país quando no início do ano havia milhares de infetados por dia e centenas de pessoas a morrer também a um ritmo vertiginoso diariamente. Passados seis meses, Luís Simão recorda à nossa reportagem que entre os sintomas que teve um dos que o deitou “mais abaixo” foi “o desarranjo intestinal” que a doença causou. Ao nosso jornal em janeiro dava conta de dores respiratórias como se os pulmões quisessem rebentar. Perdeu o cheiro e o paladar mas recuperou entretanto. Luís Simão recorda que até ao terceiro ou quarto dias os sintomas eram ligeiros, algumas dores no corpo e constipação, mas a partir dessa altura “foi o descalabro total” e teve de recorrer ao Hospital de Vila Franca de Xira. Fez dois testes até dar negativo a 25 de janeiro. Seguiu-se um período ainda longo em casa até se sentir apto para ir trabalhar porque o cansaço físico também se apoderou de si, e ainda hoje sente o mesmo com sequelas desse período. Perdeu peso com a doença e diz que foi “uma coisa boa” não os ter recuperado, mas em contrapartida sente-se mais PUB


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Destaque Silvino Lúcio chegou a estar a contas com o cancro e a Covid- “Rebentou tudo ao mesmo tempo e temi pelo futuro da minha família”

Luís Simão cansa-se com mais facilidade cansado a fazer esforços do que antes quando pesava mais quilos. Subir escadas é disso um exemplo. “Parecendo que não a gente leva um abanão com isto tudo”. Está a ser acompanhado por pneumologista atualmente. Ainda não foi vacinado porque tem de esperar seis meses desde que deu negativo, mas espera que seja em breve. Revela que au-

mentou os cuidados quanto à doença. Tal como Vera Fonseca, Luís Simão também acha que a sua capacidade de raciocínio piorou, e sente que se esquece mais facilmente das coisas. “Se me disserem alguma coisa e se for relacionada com números, esqueçome com facilidade e isso não acontecia antes”.

O caso de Silvino Lúcio é já do conhecimento público. O vice-presidente da Câmara de Azambuja enfrentou de uma só vez um cancro nas cordas vocais que debelou, entretanto, e na mesma altura em que se preparava para iniciar a quimioterapia contraiu o vírus. Fez um teste e apesar de não sentir sintomas deu positivo. “Não tinha febre, nem dores no corpo”, recorda-se. No dia do teste, “percebi logo que a coisa não estava boa porque o enfermeiro e o médico andavam a conversar entre eles e a olhar para mim e lá me disseram que estava positivo”. Como muitas outras pessoas não faz ideia como apanhou a doença. “Sou um homem de rua, mas sempre com muitos cuidados e a tentar fazer com que os outros fizessem o mesmo, lavar as mãos e usar máscara”. Já em casa, diz que instalou o quarto no rés do chão. O tratamento ao cancro ficou adiado por uns tempos. A esposa também ficou infetada, e perdeu o paladar que não recuperou até ao hoje desde que teve, há seis meses, a doença. A neta também deu positivo mas o filho não, “o que não deixa de se estranho porque moramos juntos”. Silvino Lúcio diz que não passou com muitas dificuldades o período da doença, ao contrário da espo-

sa que “sofreu muito com falta de ar”. Nesta altura já tomaram a vacina da Pfizer. O episódio psicótico que sofreu em janeiro passado resulta da “combinação da doença, e da depressão que sofreu em resultado do cancro”, acredita. Recorde-se que o autarca sentiu-se mal numa zona ao ar livre, no campo de futebol local, em Aveiras de Baixo e sofreu um episódio de hipotermia fruto das condições climatéricas que se sentiam naquele início do mês de janeiro. Andou durante várias horas a pé entre Azambuja e a sua casa em Aveiras. “Rebentou tudo ao mesmo tempo. O facto de a minha família ter passado por isto tudo também mexeu cá dentro”. Este tipo de acontecimentos no pós-covid não é completamente invulgar. Já está provado que podem suceder em pessoas sem qualquer tipo de histórico psiquiátrico. Silvino Lúcio esteve internado na ala psiquiátrica do Hospital de Vila Franca durante um mês, mas diz-se sentir motivado para os desafios do futuro, nomeadamente, a sua candidatura à Câmara. Silvino Lúcio está a ser acompanhado atualmente a nível psiquiátrico e psicológico. “Essas consultas têm-me dado ânimo e orientação”. Não esconde que está diferente. Muitos notam-lhe alguma apatia e que já não é o mesmo Silvino de antigamente, mas diz que não. É apenas fruto da experiência que viveu e que optou por ter uma postura mais calma. O que “não

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Silvino Lúcio está a ser acompanhado em psicologia e psiquiatria

quer dizer que às vezes não me passe da cabeça”. “Era um homem muito reativo às coisas, mas hoje estou muito mais consciente e o que passei a nível do cancro e da Covid fez-me pensar muito na vida. Quando estava em isolamento e sozinho naqueles dias antes de ter dado negativo deu para refletir sobre muitas coisas, porque quando a trave -mestra de

uma casa cai a família também sente esse desmoronamento”. Passados estes meses conclui que aquilo que passou, “deu para pensar no que queremos fazer e que caminho queremos percorrer”. Sendo que “profissionalmente e se for eleito quero fazer este mandato, e quem sabe depois outro se voltar a candidatar-me daqui a quatro anos.” PUB


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Hospital de Santarém com consulta pós covid

Sequelas neurológicas são das mais preocupantes Hospital De Santarém criou a consulta “Onde Day Clinic” destinada a doentes que tiveram Covid-19 para avaliação do seu estado de saúde em que após a mesma podem ser direcionados para as diferentes especialidades como a neurologia e a pneumologia, tendo em conta que a maioria das sequelas dos doentes covid estão relacionadas com aquelas áreas. O Valor Local contactou ainda o outro hospital da nossa área de influência, o de Vila Franca de Xira, para aferir do acompanhamento após a doença aos utentes da unidade, mas dadas as alterações internas com a passagem a entidade pública empresarial não foi possível o agendamento da nossa reportagem junto de quem de direito. Elegíveis para esta consulta na unidade escalabitana, que começou em abril, estavam 57 pessoas que passaram pelos cuidados intensivos, 250 profissionais de saúde, e cerca de 500 a 600 doentes que estiveram internados num total de 1000. O objetivo da consulta não passa apenas por perceber as necessidades imediatas, mas também aquelas “sequelas que não conhecemos a médio-longo prazo”, refere Paulo Sintra, diretor clínico do Hospital de Santarém, que até dá o exemplo de um colega seu que desde que teve covid nunca mais se sentiu bem – “Tem falhas de memória, e não se consegue concentrar. Quer vir trabalhar connosco, mas pediu dois meses para começar porque percebe que não está bem, e estamos a falar de uma pessoa com 30 e poucos anos”. O sistema neurológico é dos que mais acusa a passagem do vírus pelo corpo humano, e isso mesmo pudemos constatar nos testemunhos que aqui apresentamos neste trabalho. Para Paulo Sintra as implicações neurológicas ainda estão mal estudadas dada a precocidade em todo este quadro, pois apenas agora se começa a perceber que tipo de consequências a doença está a trazer para milhões de pessoas em todo o mundo. “Tudo isto preocupa-nos imenso, porque temos muita gente que esteve infetada, fez quarentena em suas casas, passou mais ou menos bem a doença, mas descobre-se agora que existem sintomas de alguma coisa que nem se percebe muito bem o que é, e que por isso tende-se a desvalorizar este tipo de sintomas”. Paulo Sintra vai mais longe – “Se eu tenho uma pessoa que é médica que tem dificuldade em perceber o que está a acontecer consigo, imagine o cidadão comum que ainda por cima é pródigo em arranjar desculpas para tudo e mais alguma coisa para não ir ao médico”.

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Consequências da doença ainda são um campo nublado na opinião de Paulo Sintra Nos dias de hoje assiste-se a uma profusão de publicações académicas sobre a Covid-19, mas “a maioria é lixo”, ilustra o diretor clínico para dar a entender que neste domínio como noutros do pós doença há ainda muito por explorar, até porque “trabalho sério, pesado com metaanálises é cedo ainda”, principalmente “a este nível das sequelas e das complicações neurológicas muito mais do que aquelas que são a nível respiratório ou cardíaco que por serem orgânicas são mais fáceis de descrever ou de aferir”. Nesta vertente estão, ainda, a ser associados casos da doença ao surgimento de episódios de demência, “e isso ainda está pouco estudado, apesar de alguns bons estudos”. Como sabemos “a doença ataca os pequenos vasos, e possivelmente no nosso cérebro essa parte da estrutura não conseguiu ter capacidade de resposta, o que implica alguma perda de funções superiores”. Este tipo de incidência está-se a verificar em indivíduos entre os 50 e os 60 anos, o que não é normal naquelas idades. Todos os doentes que passam pelo internamento neste hospital são convidados a vir a esta consulta, mas a unidade também recebe os que são encaminhados pelos cuidados de saúde primários dos concelhos servidos por este estabelecimento hospitalar, mas que estiveram sempre em suas casas durante a doença. A maioria dos que vão a esta consulta ficaram com sequelas pulmonares, cansam-se após pequenos esforços, e têm dificuldades em respirar. O objetivo é “sistematizar uma abordagem a uma patologia que é relativamente nova e

acerca da qual ainda temos muitas dúvidas”. A especialidade de Medicina Interna neste hospital vê os doentes e encaminha-os para as demais especialidades. Nomeadamente, e têm sido os casos da pneumologia, cardiologia, fisioterapia e neurologia. “Felizmente a grande maioria das pessoas não ficou com sequelas da doença, mas alguns vão cair na ‘malha’. Pedimos exames e fazemos esse encaminhamento, mas com uma abordagem globalizante do doente para percebermos como otimizar o seu tratamento”. Até ao final do ano, o Hospital de Santarém espera poder tirar as primeiras conclusões deste trabalho. Daquilo que lhe é dado a perceber muitos pacientes com problemas a nível orgânico e cardíaco “ficaram com uma reserva funcional baixa com perda de qualidade de vida”.

Fernando Pintassilgo tem dificuldades respiratórias

Recuperar ou não ainda é cedo para aferir. Neste aspeto a fisiatria e a fisioterapia serão importantes com alguns contributos no que respeita às sequelas musculares. O hospital coloca ainda ao serviço das pessoas uma consulta de psicologia. “É importante porque o estigma vai deixar de ser o receio do contágio para infelizmente passar a ser o do indivíduo que teve Covid e que nunca mais voltou a ser o mesmo, que está diminuído”. Estende-se esta consulta ainda às crianças e aos jovens que também têm sido vítimas desta pandemia a vários níveis. À semelhança do que está a acontecer em outras unidades de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, o hospital de Santarém também regista um aumento de casos positivos, nas últimas semanas, e

também de mais pessoas internadas, três em cuidados intensivos, no dia da nossa reportagem. Já quanto à consulta “One Day Clinic” está a ter uma boa adesão, mas os desafios impostos pela pandemia não acabam. Paulo Sintra, diretor clínico, dá a conhecer que já há vários casos até nesta unidade, entre profissionais de saúde, de infeções mesmo após a segunda toma da vacina, e decorrido o tempo necessário para a imunidade. Durante a segunda e terceira vagas da doença, o desafio imposto pelo crescente número de doentes internados exigiu uma capacidade dos serviços daquele hospital “nunca vista”, recorda o diretor clínico. “A biologia viral do Sarscov-2 adapta-se muito bem às condições adversas com uma capacidade de se mutar incrível e

num serviço de saúde em que andamos sempre a correr atrás do prejuízo. Não sei como isto não descambou tudo”, diz Paulo Sintra e prossegue – “Neste hospital temos seis camas de cuidados intensivos, mas chegámos a ter 23 exatamente na mesma estrutura e isto é de loucos. É como conduzir um Fiat 500 que não passa dos 60 quilómetros hora, e de repente a malta quer e consegue que aquilo atinja os 180 quilómetros hora e não explode”. Por isso mesmo “a experiência foi desgastante, mas enriquecedora, a tomar decisões de meia em meia hora, a montar e a desmontar serviços consecutivamente”. Este vírus veio para ficar à semelhança do influenza pois tem uma capacidade de mudar o seu ADN muito grande ao contrário por exemplo do “da varíola ou da poliomielite que tem um patógeno que não mutou, e que por isso são doenças erradicadas ou quase”. Na ala da fisioterapia, encontramos alguns doentes que tiveram Covid-19 e que necessitam deste estímulo para recuperarem do ponto de vista respiratório e muscular. Maria Madalena Carvalho, tem 72 anos, de Alpiarça, um dos concelhos servidos pelo hospital e teve Covid-19 em fevereiro. Foi internada nos cuidados intensivos, e confessa que esteve “muito mal”. Faz exercícios musculares. Sente mais cansaço do que antes. Desde março que vem a esta fisioterapia e diz que está a sentir melhoras. Fernando Pintassilgo, 42 anos, é de Santarém e ficou também com sequelas da doença embora nunca chegasse a estar internado. Já fez exames aos pulmões porque sente dificuldades respiratórias. Gestor comercial e viticultor, refere que frequenta a fisioterapia duas vezes por semana “Sinto-me mais cansado, mas espero recuperar”.

Maria Madaleno Carvalho esteve internada nos cuidados intensivos


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Utente da consulta pós covid, é autarca e defendeu a vacinação dos presidentes de Câmara como prioritária eu que falar quando assinou um artigo de opinião no jornal “Expresso” a defender que os autarcas deveriam ter prioridade na vacinação. Estávamos em janeiro quando os idosos e os funcionários dos lares tinham começado a ser vacinados, e longe ainda da vacina chegar ao grosso da população. A opinião polémica surgiu da sua própria experiência. Presidente de Câmara de um concelho com um pequeno número de habitantes, quando ficou doente com Covid19 e com um executivo de três pessoas, em que uma delas também contraiu o coronavírus, deitou as mãos à cabeça. Miguel Borges é um dos pacientes do hospital de Santarém nesta consulta pós covid. Foi em novembro que ficou doente. Os filhos e a mulher também deram positivo, mas foi este autarca do distrito de Santarém que ficou em pior estado. No início “a coisa parecia que não ia além de uma gripe, mas em pouco tempo o meu quadro agravou-se com muitas dores no corpo e muita febre”. Perdeu tam-

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bém o paladar. Foi internado no hospital de Abrantes durante 19 dias. Disseram-lhe que já levava pouco pulmão para respirar. Sobretudo Miguel Borges lembra que a diferença entre “não estar assim tão mal quanto isso e de repente estar numa situação já muito delicada entre a vida e a morte é muito pequena e assustadora”. Normalmente este quadro chama-se de hipoxia alegre quando o doente não se apercebe que os níveis de oxigénio estão no mínimo. “Tive mesmo essa sensação artificial de bemestar quando não era nada disso”, assegura. Miguel Borges diz que sempre confiou nos médicos e que nunca teve medo durante o tempo em que esteve internado. “Não tive noção do perigo e da gravidade, sempre com a sensação de esperança no futuro apesar de todas as incidências”. Ainda chegou a cair com alguma gravidade na casa de banho do hospital “com dores descomunais”. Esteve para sair numa das alturas, mas teve de ficar dada a gravidade do seu caso. Valeu-

Miguel Borges esteve 19 dias hospitalizado lhe também os períodos em que conversava com colegas de quarto, embora algumas dessas pessoas não tivessem resistido. “Houve momentos giros e já depois de sair entrei em contacto

com esses colegas em que tentávamos ter alguns momentos de boa disposição, quando já estávamos melhor. Nunca imaginei que alguém internado num hospital me dissesse que ia ter sau-

dades minhas como foi o caso desse colega, o senhor João, com quem já combinei encontrar-me”. No meio de tanta dor “esta solidariedade” marcou também a passagem de Miguel Bor-

ges pela doença. Dos médicos também só tem a dizer bem. Todos os cuidados do mundo não foram suficientes para evitar a doença, “mas as coisas acontecem”. Saiu do hospital no início de dezembro, mas só voltou ao seu trabalho na Câmara do Sardoal um mês depois. Quanto às sequelas com que ficou elege o cansaço como a principal e como tal está a ser acompanhado no hospital distrital. Já fez vários exames e vai continuar a fazê-los. Mesmo a falar cansa-se com facilidade. No início sentia mais problemas relacionados com dificuldades de visão, mas nesta altura já não. Sobre o seu artigo de opinião esclarece que nunca defendeu que os profissionais de saúde não fossem prioritários, mas “como é que se governa uma Câmara numa situação como aquela que vivi”. “Obviamente que não defendo que se vacine toda a gente do Governo ou de uma Câmara, mas escolher-se um mínimo de pessoas para que uma autarquia não fique sem ser governada”. PUB


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COMTACTO inaugura nova loja em Azambuja o fim de 11 anos, a COMTACTO volta a mudar de casa. Desta vez para um edifício novo e a estrear perto da Escola Secundária de Azambuja. Com o foco na informática, esta nova etapa significa para o proprietário da empresa, Alfredo Serafim, “um virar de página já há muito desejado”. A empresa começou num pequeno espaço na rua principal e pouco tempo depois o volume de trabalho que vinha em crescendo obrigou a uma primeira mudança. Ao fim de algum tempo, deuse a segunda mudança, e agora esta última que se espera que seja praticamente definitiva. O novo espaço que agora foi inaugurado, no mês de junho, é uma aposta também tendo em conta os novos serviços da COMTACTO. Alfredo Serafim explica que “há cerca de um ano começámos a investir na área da eletrónica” com a aquisição de diverso material especializado, e que passou a ser uma aposta da empresa. Sendo que “neste momento prestamos serviço naquela componente para todo o país, com clientes desde o norte ao sul, inclusive nas ilhas”. O novo edifício dispõe de novas e modernas instalações que permitem um melhor serviço aos clientes e também aos colaboradores. Por outro lado, reconhece que

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Alfredo Serafim tem também novos serviços ao dispor do cliente

pode existir um aumento de serviços da empresa nos próximos tempos. Ainda assim, salienta que na sua opinião ainda é cedo para fazer esses planos, e refere que o novo espaço foi projetado

a pensar no dia de amanhã. De resto vinca que com estas novas instalações “iremos ter um acréscimo de serviços, pois aumentámos a nossa capacidade de resposta”. “Investimos em

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mais equipamento o que nos vais permitir conseguir efetuar mais reparações e estamos a aumentar a nossa capacidade humana recrutando mais colaboradores”.

São novos serviços que vão aparecendo ao longo dos anos e que têm levado Alfredo Serafim a “tentar mudar o estereotipo de loja de informática para empresa de informática” e explica: “Não

queremos ser vistos apenas pela típica loja onde o cliente vai comprar material e arranjar o computador. Nós queremos ser vistos como uma empresa especializada em várias áreas dentro da informática e não só”, destacando, por exemplo, a consultadoria Informática, “em que podemos analisar as necessidades do cliente e aconselhar o melhor e mais eficaz para cada uma dessas necessidades”. A COMTACTO está também a aumentar os serviços no que respeita a redes e servidores, “em que prestamos um serviço diferenciado que consiste no aluguer de servidores”. A COMTACTO tem vindo a adquirir “equipamentos que permitem que o nosso técnico possa reparar um maior número de avarias, prestando assim um serviço mais completo e variado”. Em breve vai ser introduzida a componente de Web Design com “uma colaboradora em part-time que trata da gestão das nossas redes sociais e de alguns trabalhos para clientes, mas queremos crescer também nesta área e por isso sentimos que temos de aumentar a nossa capacidade de resposta, achamos que nesta fase é importante encontrar um parceiro à altura dos nossos desafios e que se identifique com a nossa forma de estar perante o cliente e as suas necessidades.”

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Opinião

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Um pequeno balanço e as 100 edições do Valor Local á alguns anos numa conferência perguntavam-me porque é que o Valor Local é distribuído gratuitamente. Na altura respondi que era o nosso modelo de negócio e que o valor das vendas em banca seria residual para o nosso projeto. Primeiro porque infelizmente as vendas de jornais em banca estão em queda, logo há também menos garantia de visibilidade para os anunciantes que numa era digital têm um sem número de outras plataformas para se fazer notar e com as quais não é nada difícil competir, e depois porque nos regionais,

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salvo raras exceções, as vendas acabam por não compensar o trabalho e a logística que dão. Neste mês de junho o Valor Local assinala a edição número 100. Um número redondo que não quisemos deixar de assinalar simbolicamente com o recurso a alguns testemunhos. Para muitos, 100 edições, poderá não ser muito. Afinal estamos a falar de um jornal mensal, sendo que esse número corresponde a 100 meses. Mas se formos verificar a quantidade de trabalho, entre reportagens e destaques produzidos pela nossa equipa, esse número

torna-se significativo. Desde a nossa edição zero em abril de 2013 em que abordámos a economia gerada pelas prisões de Alcoentre, que o nosso foco foi sempre proporcionar uma leitura gratuita e acessível a todos. No meu entender, o Valor Local tem até bastante relevância ao proporcionar a todos uma leitura fácil e sem custos para o leitor. Qualquer informação premium, pode encontrá-la nos jornais nacionais, onde se disputam grande manchetes e cachas. No nosso nível a disputa é outra. A luta contra as notícias nas redes sociais

é constante sendo que um simples acidente de viação é colocado de forma mais rápida num qualquer Facebook do que num site oficial de um qualquer jornal. Cobrar por isso, não faz para mim qualquer sentido, pese embora o facto de um jornal transmitir informação mais credível do que um cidadão, porque nós temos acesso às fontes e construímos a notícia com base em testemunhos credíveis e independentes. Agora imagine o leitor que estão vários órgãos de comunicação social numa iniciativa. Uns colo-

Miguel António Rodrigues

cam a notícia gratuita num site, outros de forma premium. Qual a notícia que vai ser lida primeiro? O mesmo se passa nos jornais gratuitos e nos jornais pagos. Nós preferimos oferecer o jornal nas mais variadas opções: em papel, no digital e até na rádio, sabendo de antemão que nos termos de esforçar muito mais para “pagar as contas”. Para tal, contamos com os nossos parceiros comerciais que desde a primeira hora souberam apostar num projeto que tem sido vencedor e por consequência dá visibilidade às marcas e serviços

Valor Local atinge 100 edições esta edição do Valor Local assinalam-se 100 edições regulares. Esta publicação, que surgiu em plena crise, em 2013, está, neste momento, a atravessar outra fase difícil não só para a história de Portugal, mas também do Mundo, sendo um testemunho vivo do que se tem passado ao longo destes 8 anos. Editorialmente temos que nos reinventar. As redes sociais e grandes plataformas crescem a cada dia que passa e o setor da Imprensa tem que continuar a ser o “porto seguro” de informação credível. A mudança pode, e deve, passar pela adoção de novos modelos

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de negócio, novos conceitos de publicidade e editoriais, em linha com o que está a acontecer em toda a Europa, e aproveitar todas as sinergias e proximidade que as publicações têm com os seus leitores e anunciantes. Um exemplo disso é O Valor Local que, segundo os próprios, e como a venda de jornais está em queda optaram “por fazer um jornal suportado apenas pelas receitas publicitárias”. Para ultrapassar a crise que enfrentamos a Imprensa tem que se reposicionar e pensar em alternativas sustentáveis. Desde o primeiro instante que a Associação Portuguesa de Im-

prensa esteve envolvida e empenhada no processo de compra antecipada de Publicidade Institucional do Estado. E assim pretendemos continuar e fazer cumprir esta legislação, tão importante para a sustentabilidade da Imprensa Regional e Local. Acreditamos, também, que a criação de “consórcios” para a partilha de custos e recursos, por exemplo impressão, será um motor de desenvolvimento para jornais sediados no mesmo concelho. Em 2021 o nosso lema é “Todos precisamos da Imprensa Regional’ e poderá ser, também, um pretexto para as organizações

do setor da imprensa, universidades, agentes políticos, etc, refletirem sobre o que é necessário fazer para que a Imprensa Regional, enquanto garante da própria democracia, consiga cumprir o seu papel que está constitucionalmente consagrado. Este programa vai contar com campanhas de sensibilização, alertas e workshops, e esperamos, como sempre, o apoio, envolvimento e divulgação por parte de todos os meios de comunicação regionais e locais. O papel da Imprensa é também o de combate às notícias falsas. E esse papel assenta na relação de confiança, proximidade e,

ideia de um Rendimento Básico Universal (RBU) é considerada por muitos uma utopia e por outros tantos um imperativo moral. Devido à pandemia de Covid-19, este assunto volta a estar na agenda. O que é o Rendimento Básico Universal? Em teoria, o RBU corresponde a uma quantia em dinheiro paga a todos os cidadãos sem que haja necessidade de trabalho como contrapartida ou de demostração de rendimentos e património. É importante realçar que a ideia de rendimento universal é muito diferente da noção de “rendimento mínimo garantido”, figura esta, aliás, existente em Portugal. Ao contrário do Rendimento Básico Universal, o Rendimento Mínimo Garantido depende de critérios para ser recebido, nomeadamente de prova de insuficiência económica nos termos da legislação em vigor. A figura do Rendimento Básico Universal tem sido, desde sempre, objeto de muita controvérsia. Para uns, os benefícios so-

ciais resultantes do Rendimento Básico Universal sobrepõem-se aos constrangimentos de natureza económica e de financiamento que lhe possam ser apontados. Para outros, a probabilidade de alguns viverem “à custa” daqueles que trabalham e o inevitável desinteresse crescente em procurar emprego seriam um preço muito alto a pagar, que penalizaria mais a sociedade do que a beneficiaria. Desde o início da pandemia, a despesa pública “explodiu” em todo o mundo. Grande parte da despesa gerada resultou de apoio social emergente. Por exemplo, em março de 2020, o Congresso dos Estados Unidos da América aprovou um plano de emergência que previa o envio incondicional de um cheque de até 1.200 dólares para a maioria dos adultos norte-americanos. O Japão aplicou uma medida semelhante. Estas ajudas temporárias não se inserem no conceito de “rendimento universal”, mas abriram caminho para que o Rendimento Básico

Universal voltasse a estar na ordem do dia. Alguns especialistas acreditam que o ano de 2021 pode marcar um ponto de viragem a propósito deste assunto. E muitos apontam os Estados Unidos da América como o eventual protagonista a este nível. A Pandemia de Covid-19 tem sido devastadora para o emprego norte-americano e isso tem vindo a agravar alguns problemas de habitação e de insegurança alimentar - que afetavam já estruturalmente uma franja específica da população norte-americana -, mas que se agudizaram durante o período que atravessamos. E como seria financiado o Rendimento Básico Universal? Esta é a pergunta para “um milhão de dólares”, que se torna ainda mais complexa se considerarmos que as realidades entre países são muito diferentes. Eventualmente, um processo tão complicado como este podia ter início com a implementação da figura do “Rendimento Universal Ultrabásico” nos países

mais pobres. Esta é, aliás, a ideia preconizada por Esther Duflo e Abhijit Banerjee, ambos vencedores do Prémio Nobel de Economia em 2019. Os dois economistas referem que o chamado “Rendimento Universal Ultrabásico” não é mais do que “um mecanismo que garante que ninguém morre à fome”. Pela sua natureza, este assunto tem vindo a ser utilizado como “bandeira” eleitoral em diversos países, mas sem qualquer consequência prática. E as razões para este desfecho são, sobretudo, duas: * A primeira é, obviamente, o custo elevadíssimo de um processo como este. Apesar de o “Rendimento Básico Universal” poder substituir muitos dos pro-

que aqui apostam. É este o caminho do futuro? Fica a pergunta, porque é para já o caminho do presente. A pandemia fechou papelarias e quiosques e locais onde se podia encontrar o Valor Local. Felizmente o recurso ao site foi uma mais-valia. Tivemos milhares de downloads da edição impressa do jornal, dos mais variados cantos do mundo. Obrigado a todos pela preferência.

João Palmeiro* também, numa cada vez maior profissionalização da atividade editorial. A Associação Portuguesa de Imprensa, em parceria com o Google.org e financiado pela Fundação Tides (uma entidade filantrópica norte americana), tem o Programa Media Veritas, um programa de combate à iliteracia mediática, contra a manipulação jornalística e a desinformação. Um exemplo do que estamos a fazer localmente, com o apoio de meios regionais, é a Academia Media Veritas, uma extensão do programa que começou no município de Vila Nova de Gaia, e que, esperamos, se estenda bre-

Rendimento Básico Universal? Um dia, talvez... A

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vemente a todos os municípios portugueses, como por exemplo a Azambuja, onde O Valor Local está sediado. Termino a desejar as maiores felicidades e continuidade para O Valor Local e, como jovens Associados que são, se juntem a nós para as mais variadas atividades que estamos a preparar. * Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa

João Santos

gramas de apoio em vigor, as diversas simulações indicam que o seu custo seria muito superior à despesa pública atualmente gerada com o conjunto integral de programas de apoio existentes. * A segunda grande desvantagem reside no facto de um rendimento com estas características (adquirido de forma incondicional) poder contribuir para arrefecer excessivamente o mercado laboral. É provável que a garantia de um Rendimento Básico Universal resulte na diminuição da propensão para procurar emprego, particularmente das pessoas cujas atividades profissionais são tipicamente de baixa remuneração. E, se assim fosse, gerar-se-ia um efeito eco-

nómico perigoso. Quanto menos pessoas trabalhassem, menor seria a quantidade de produto produzido/disponível e, por conseguinte, menos rendimento haveria para redistribuir. Em suma, o Rendimento Básico Universal é um assunto extremamente complexo que, no atual quadro de emergência social, volta a ganhar margem para ser discutido e, quem sabe, para ser polido com habilidade e engenho.

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho • NIPC 514 207 426 Sede, Sede do Editor, Redação e Administração: Rua Engenheiro Moniz da Maia, Centro Comercial Atrium , nº 68 Loja 17 2050-356 Azambuja Telefones: 263 048 895 • 263 106 981 • 96 197 13 23 • 93 561 23 38 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23 • Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 • Sílvia Carvalho d’Almeida • TPE-360 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente • Nuno Barrocas • multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso • Augusto Moita • Jorge Laureano Jacinto • João Santos • António Jorge Lopes Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços Administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


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Pedro Ribeiro anuncia recandidatura à Câmara do Cartaxo atual presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, anunciou em primeira mão na Rádio Valor Local a sua recandidatura ao cargo de presidente daquela autarquia. O candidato salienta que depois de estarem reunidas as condições para tal, assumiu que encabeçará de novo as listas. À Rádio Valor Local disse que ainda não é tempo de anunciar os principais nomes da sua lista, apontando para uma série de reuniões que existirão em breve, com os vários órgãos do partido e até com o seu executivo, tendo em vista essa tomada de decisão. De fora parece ficar para já Elvira Tristão, vereadora do PS sem pelouros, retirados pelo próprio Pedro Ribeiro no ano passado. Adotando o estilo “politicamente correto”, o atual presidente da Câmara prefere sublinhar o trabalho desenvolvido pela vereadora no PS, sustentando que Elvira Tristão, apesar das divergências políticas, tem ainda muito a dar aos socialistas do Cartaxo. Neste mandato, Pedro Ribeiro levou consigo Fernando Amorim, Pedro Nobre, Elvira Tristão e Ana Bernardino, nomes que poderão ser repetidos no próximo executivo. Este é, por lei, o último mandato

O

Autarca deu conta dos projetos que pretende implementar se for eleito

que o autarca pode fazer à frente da Câmara Municipal do Cartaxo, e por isso também se escusou a apontar a um possível sucessor. Nesta entrevista de balanço de mandato, o autarca colocou o acento tónico na pesada herança financeira: Uma câmara “desca-

pitalizada”, nas suas palavras, pelo antigo presidente Paulo Caldas, de quem Ribeiro foi vicepresidente. Em 2007 Caldas retirou os pelouros a Pedro Ribeiro que voltaria à ribalta em 2013 ao ser o candidato do PS ganhando as eleições

naquele ano. Hoje Pedro Ribeiro diz não ter feito as “pazes” com Paulo Caldas. Refere que mantém apenas uma relação cordial. Sendo certo que Paulo Caldas permanece como um fantasma do passado, em que passados cerca de 10 anos do seu afasta-

mento da vida política continua a ser-lhe atribuído o estado a que as finanças municipais chegaram, durante a sua gestão à frente do município, entre 2001 e 2011. Nesta mesma entrevista, o autarca sublinha o impacto financeiro

que a pandemia teve nas contas e nas obras do município nos últimos dois anos. Pedro Ribeiro lembra que os “materiais estão mais caros” e a juntar a isso está a ser mais difícil encontrar empresas para fazerem algumas obras, vincando que muitos concursos ficaram à espera de melhores dias. Uma realidade que acontece em vários municípios, sendo que no Cartaxo, não é exceção. Pedro Ribeiro salienta a dificuldade de colocar em prática as obras que tinha no mandato anterior, e é por isso que também assume a necessidade de concluir alguns projetos, vincando o esforço feito na área da educação, que considera vital para o futuro do concelho. Aliás, o autarca que levou a cabo obras de ampliação de modernização da EB de Pontével, sublinha que esta mesma escola se enquadra no esforço da sua equipa e na aposta na educação. À Rádio Valor Local disse não querer inaugurar projetos, mas colocá-los ao serviço das populações sem reivindicar louros em seu nome acrescentando que nunca pôs o nome em nenhuma placa. Esta é uma entrevista que pode ouvir na íntegra em Podcast em www.radiovalorlocal.com

André Salema apresenta equipa para a junta de Azambuja

O candidato do PS já tem a lista completa para o executivo e respetiva assembleia de freguesia A ndré Salema, conforme o Valor Local já tinha avançado, é o candidato escolhido pelo PS para suceder a Inês Louro na presidência da Junta de Freguesia de Azambuja. Aos 36 anos e natural de Azambuja, o candidato esteve desde sempre ligado a várias instituições e coletividades do concelho, sendo que mais recentemente esteve na presidência dos bombeiros locais. Para os primeiros lugares da lista e tendo em conta a formação do executivo, André Salema conta com João Simões, Ângela Inácio, Soledade Batalha e António Manuel Cachado. André Salema “abraça” este desafio e no caso de vir a ser eleito, “a palavra freguês será substituída por vizinho, promovendo a

O candidato prefere usar a designação de vizinho à de freguês

proximidade das pessoas”. No que toca a objetivos, o candi-

dato socialista refere que há ainda muito trabalho por fazer. “Te-

nho a certeza de que a Vila de Azambuja e os Casais merecem

um olhar mais atento na valorização das suas ruas, bairros e loca-

Jorge Lopes fora das listas para as Autárquicas 2021 O antigo candidato do PSD à Câmara de Azambuja e atual deputado municipal, não vai integrar qualquer lista nestas eleições de 2021. Ao nosso jornal, Jorge Lopes diz ser um defensor da “renovação

dos órgãos autárquicos” e acrescenta que esta decisão de não integrar as listas “é uma decisão apenas pessoal e profissional que põe ponto final a quase 20 anos de exercício de funções na Câmara e na Assembleia Munici-

pal”. Segundo apurámos esta decisão está a causar algum espanto entre os partidos políticos de Azambuja que já não veem a política local sem a figura e o estilo incontornável do homem que já foi

presidente da concelhia PSD e candidato à Câmara, tendo disputado as eleições de 2009 contra Joaquim Ramos e as de 2013 contra Luís de Sousa. Nas eleições de 2017 foi num modesto quinto lugar nas eleições para a

Assembleia Municipal, mas acabou por ser eleito líder da bancada dos deputados “laranja” e coordenador da comissão de Ambiente e Ordenamento do Território. Nas eleições autárquicas de Ou-

lidades”. André Salema, sustenta que a equipa que reuniu apresenta pessoas que “são amplamente reconhecidas por grande parte dos nossos vizinhos” destacando a necessidade de “exercer políticas públicas de proximidade, fazendo com que os problemas dos outros sejam, também eles, os nossos próprios problemas”. Acrescenta ainda André Salema que a sua equipa, a vencer as eleições, tem como objetivo “agregar pessoas, instituições e coletividades, queremos construir uma rede de sinergias ao dispor dos vizinhos”. O PS está na liderança da Junta de Freguesia de Azambuja desde os anos 80. Antes a junta no pós 25 de abril tinha sido gerida pela CDU.

tubro o PSD vai apostar em Maria João Canilho como cabeça de lista que levará consigo Nelson Rodrigues, José Navarro, Natália Peres, Carlos Pires e Helena Maciel nos primeiros lugares da lista.


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Em Vale do Paraíso, PSD leva nas listas dissidentes do PS e da CDU coligação liderada pelo PSD de Azambuja anuncia o nome de Eunice Quitério para cabeça de lista à Junta de freguesia de Vale do Paraíso. A candidata independente é licenciada em Serviço Social pela Universidade Lusófona, é diretora de dois lares localizados no concelho de Loures, e reside em Vale do Paraíso. Entre as surpresas da Coligação para esta freguesia está o nome do atual presidente da assembleia de freguesia eleito pelo PS, Manuel Batista, em segundo. Como terceira na lista vai uma antiga cabeça de lista da CDU em autárquicas em Vale do Paraíso, Maria Mirradinho. A candidata assegura que assume este desfio na terra que escolheu para viver, salientando que na sua opinião, “a freguesia de Vale do Paraíso não pode continuar parada no tempo e a democracia só existe quando há uma alternativa séria e capaz”. Segundo uma nota de imprensa enviada ao Valor Local, a candidata admite que no passado “o Partido Socialista pode ter sido importante para a freguesia. Mas hoje o PS é o principal responsável por Vale do Paraíso estar estagnado, parado no

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Principais rostos da Coligação para Vale do Paraíso tempo e embrulhado num emaranhado de interesses pessoais que não servem a população.” Eunice Quitério vinca que lidera uma equipa alternativa independentemente dos partidos de origem de cada um e explica que a sua equipa será constituída por pessoas sérias e capazes, “que amam Vale do Paraíso, sem olhar se são do partido A

ou do partido B”, até porque “a mudança que Vale do Paraíso merece, precisa de todos”. Esta é de resto uma lista onde as pessoas que a compõem vêm de várias áreas políticas. É o caso de Manuel Batista, que ainda é o presidente da assembleia de freguesia de Vale do Paraíso, eleito pelo Partido Socialista, partido esse que ven-

ceu as eleições há 4 anos atrás. Manuel Batista tem 56 anos, casado e pai de dois filhos. Natural de Vale do Paraíso, onde sempre residiu é encarregado geral na “Continental Tevez Palmela” sendo que desde cedo tem estado ligado ao movimento associativo da freguesia. Segundo uma nota da coligação, o número dois da lista,

“tem uma vasta experiência autárquica e cumpre seu sexto mandato autárquico, tendo já exercido funções de Secretário da Junta e é atualmente o Presidente da Assembleia de Freguesia de Vale do Paraíso, cargo que exerce pela segunda vez”. Manuel Batista refere que gosta de desafios, e por isso “vê em

cada dificuldade uma oportunidade. Estou focado em dar mais pelas pessoas de Vale do Paraíso”. Também Maria Mirradinho se assume como uma mulher de desafios. Oriunda da CDU, a terceira candidata desta lista tem 36 anos, e é enfermeira no Hospital de Vila Franca de Xira. Nas autarquias, concorreu no passado à presidência da Junta de Freguesia de Vale do Paraíso e pertence atualmente à Assembleia de Freguesia de Vale do Paraíso e à Assembleia Municipal de Azambuja. Para o candidato à Câmara de Azambuja pela Coligação, Rui Corça “esta candidatura, nesta tão especial freguesia do Vale do Paraíso, espelha bem o que é o nosso projeto alternativo” O candidato à Câmara, coloca ênfase no facto de a sua candidatura ter “a capacidade de agregar pessoas de vários quadrantes políticos que independentemente de onde vêm, reconhecem que é aqui que está a capacidade de devolver as nossas autarquias às suas gentes” sustentando que “é tempo de acabarem as quintas feudais em que se tornaram as juntas governadas pelo PS”.

Autárquicas Alenquer

Ernesto Ferreira leva Miguel Carretas e Mariana Rocha na lista da CDU E rnesto Ferreira, candidato da CDU à Câmara de Alenquer, assumiu que a tarefa de ganhar eleições ao PS, nas próximas autárquicas, não será fácil. O atual vereador concorre pela segunda vez e destacou à Rádio Valor Local, que uma das bandeiras agarradas pela CDU tem sido a da concessão das Águas de Alenquer. Consigo leva Miguel Carretas e Mariana Rocha nos primeiros lugares da lista ao órgão executivo. O autarca refere mais uma vez que não tem ilusões quanto a vencer as eleições e sublinha que já seria um bom resultado para a CDU eleger mais um vereador. Atualmente Ernesto Ferreira, representa sozinho os comunistas no execu-

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tivo. Ernesto Ferreira refere que, em cerca de três anos e meio de mandato, a CDU continua a pedir medidas para mitigar o preço da água, “e quem sabe a reconversão para o município.” Esta é “uma batalha que não está ainda ganha, nomeadamente, a da questão do saneamento e da tarifa”. Ernesto Ferreira acrescenta que “a CDU foi a única força política que na câmara de Alenquer votou contra a privatização”. Nesta entrevista de balanço de mandato, o recandidato Ernesto Ferreira recorda que a saúde financeira da Câmara não é má e refere mesmo que o município tem atualmente um saldo de sete milhões de euros. O candidato

comunista aponta o dedo à gestão do PS que acusa de poucas obras ter feito nestes últimos três anos e meio sobretudo em “questões de relevância maior no concelho”. “Se no mandato anterior não havia disponibilidade financeira da Câmara para certas obras, há um facto que é presente neste momento, é que neste mandato essa questão não se coloca porque a autarquia acaba de fechar o ano com quase sete milhões de euros no banco” refere o vereador que não acredita que a pandemia, tenha tido só por si influência na falta de obra do executivo socialista”. Ouça a entrevista na íntegra em Podcast em www.radiovalorlocal.com

Ernesto Ferreira abraça este desafio pela segunda vez


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Vila Franca

Carlos Patrão o candidato do Bloco que não quer acabar com as touradas arlos Patrão e Maria José Vitorino encabeçam de novo as listas à Câmara e Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira respetivamente. Em entrevista à Radio Valor Local o candidato considera que o Bloco de Esquerda é o único partido a fazer oposição na Câmara de Vila Franca e por isso salienta que a sua recandidatura faz sentido nesse propósito. Carlos Patrão diz mesmo que “está na altura de sermos avaliados no nosso trabalho autárquico, não só pela oposição que temos feito, mas também pelo trabalho e propostas que temos para o concelho”. O candidato salienta que, nesta altura, é uma “aliança PS e PSD” que governa o município, e pior que isso “é mais um governo de centro-direita do que propriamente de esquerda, e as nossas propostas são claramente de esquerda”, refere o recandidato que salienta que, na sua opinião, a governação do município tem atualmente

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um peso acentuado à direita “nas políticas sociais e nas da habitação que são os pelouros que o PS entregou ao PSD”, nomeadamente à antiga cabeça de lista do PSD, Helena de Jesus. Carlos Patrão diz que não é um “político profissional” e numa altura em que o PS vai trocar de candidato, diz que a candidatura de alguém novo pelo partido que está no poder há várias décadas, pode significar uma abertura para outros partidos. Sabendo que o concelho de Vila Franca é tradicionalmente de esquerda, e com os anteriores resultados da CDU e do BE, que neste caso elegeu um vereador pela primeira vez em 2017, Patrão refere que esta pode bem ser uma oportunidade, embora tenha noção das dificuldades. Sobre Fernando Paulo Ferreira, candidato do PS, Carlos Patrão diz que é um “homem do aparelho” e que “anda na política desde os 13 anos” ao contrário de

Carlos Patrão acredita que o seu partido vai reforçar a votação nestas eleições

si que não faz da política uma profissão. Numa terra de tradições, Carlos Patrão confessa-se não aficio-

nado. O atual vereador sem pelouros salienta que isso até vai contra parte da doutrina do Bloco de Esquerda, e assume:

“Não represento minimamente o Bloco nessa matéria. Tenho ideias muito diferentes. Sou do Bloco, mas não deixo de ser vi-

lafranquense por ser do Bloco”. À Rádio Valor Local, o candidato sublinha que o nome “aficionado tem em Vila Franca um peso cultural”. Vive desde a infância no concelho, mas as suas origens estão no norte do país. Carlos Patrão sublinha que não acompanha as ideias de proibir, por exemplo, as corridas de toiros porque acha que os aficionados têm direito aos seus gostos, mas assinala a ideia de outros caminhos para a Festa Brava - “Acho que a tauromaquia poderia evoluir noutros sentidos em que não se agredisse o animal. Numa espera de toiros ou num espetáculo de recortadores o animal não é espetado” e dá como exemplo a utilização de velcro em corridas de toiros nos Estados Unidos ao invés de se espetarem as bandarilhas. “Algo que os toureiros portugueses fazem, por exemplo quando vão à Califórnia”. Ouça a entrevista completa em podcast em www.radiovalorlocal.com

Joana Bonita, candidata da CDU à Câmara de Vila Franca, quer mais políticas para os jovens A CDU de Vila Franca de Xira aposta na atual líder de bancada na Assembleia Municipal para cabeça de lista à Câmara Municipal. A apresentação foi no largo do município no final de maio, mas a candidata já esteve na Rádio Valor Local, onde espelhou os seus argumentos no que toca ao futuro do concelho. Joana Bonita fala na necessidade urgente da construção dos acessos sul no concelho como o acesso à auto estrada no Sobralinho e a elaboração de um documento estratégico para o desenvolvimento económico e social de Vila Franca de Xira. Joana Bonita destaca ainda aquilo a que chama de ausência de política de juventude, tendo em conta a necessidade real dos jovens daquele concelho, argumentando que a CDU tem ficado de fora da discussão dos documentos mais importantes para aquele território.

Em entrevista à Rádio Valor Local, Joana Bonita salienta que a CDU tem projetos para o concelho e que a saúde também é prioritária. Sendo esta uma bandeira dos comunistas a nível nacional, Joana Bonita considera igualmente que um hospital é sempre mais bem gerido pelo Estado do que pelos grupos económicos, e saúda por isso a saída do grupo Mello da unidade vilafranquense. Nesta primeira entrevista que concedeu depois de ter sido mandatada candidata, Joana Bonita refere que na saúde não devem apenas imperar os interesses económicos e o lucro, por isso salienta esperar que com a passagem à gestão pública se olhe para “a necessidade de alargamento daquele hospital para dar uma melhor resposta possível à população que serve”. A candidata comunista salienta

O candidato socialista, à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira leva consigo uma lista praticamente nova de pessoas para o executivo municipal. A ser eleito, o também presidente da Assembleia Municipal, apenas

professora, e com 53 anos. No quinto lugar surge João Pedro Pinto Baião, de 32 anos, e em sexto lugar, Vítor Manuel Moreira. Em sétimo lugar surge Diana Mota, e em oitavo André Lopes. Nos nonos e décimos lugares aparecem os

nomes de Alexandra Tavares e Flávia Pimenta, respetivamente. Ana Sofia Antunes atual Secretária de Estado e natural de Vila Franca de Xira é a primeira suplente nesta lista liderada pelo Fernando Paulo Ferreira.

Apresentação da candidata à Câmara decorreu no fim do mês de maio que a área servida pelo hospital é muito vasta, e dela fazem par-

te, não só o concelho de Vila Franca de Xira, como de Alen-

PS de Vila Franca apresenta lista à Câmara F ernando Paulo Ferreira refez praticamente na totalidade os primeiros lugares para a Câmara Municipal. Apenas Manuela Ralha continua tendo em consideração os últimos mandatos do PS com Alberto Mesquita

quer, Arruda Azambuja e Benavente. Joana Bonita acredita

que a gestão será agora bastante melhor “olhando para as questões da saúde como um serviço que é prestado e um direito de acesso universal que deve ser garantido a todos e não como um negócio, o que só pode ser a melhor solução para aquele hospital”. Com os problemas do passado presentes na memória de todos, quando o hospital ainda estava nas antigas instalações, Joana Bonita salienta que na sua opinião não se corre o risco de um regresso ao passado. Joana Bonita tem 33 anos, é jurista e residente na Freguesia de São João dos Montes. Atualmente é líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal. A CDU vai apostar em Jorge Carvalho para liderar a lista à Assembleia Municipal. Jorge Carvalho 38 anos é jurista e desempenha funções no Museu do Neo-Realismo.

repete Manuela Ralha, que transita do executivo de Alberto Mesquita, atual presidente da Câmara de Vila Franca de Xira. Para estas eleições, Fernando Paulo Ferreira, de 48 anos, leva em segundo lugar e como possível

vice-presidente Marina Estevão Tiago, professora, com 47 anos. Na terceira posição a aposta será em Arlindo de Matos Dias, economista de profissão, de 70 anos. Em quarto lugar está a atual vereadora Manuela Ralha, também


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Dossier: Águas

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Câmara do Cartaxo espera decidir até fim do ano rescisão com Cartágua escassos meses das autárquicas, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo que anunciou a sua recandidatura na Rádio Valor Local, nos últimos dias, considera que o braço de ferro que perdura, há oito anos, com a concessionária privada Cartágua que gere a água e o saneamento desde 2010 está a ser ganho pela autarquia. O autarca vai encontrar-se nos próximos tempos com Alexandra Leitão, ministra da Administração Pública para saber até que ponto pode conseguir respaldo financeiro para avançar com a rescisão. Até ao final do ano, a Câmara espera ter condições para avaliar se consegue avançar com a rescisão do contrato com a Cartágua. Como é hábito, o presidente da Câmara enumerou as várias incidências do aditamento ao contrato celebrado em 2011 do qual fez tábua rasa, assim que foi eleito em 2013, por entender que “houve circunstâncias do mesmo” que foram omitidas perante a Assembleia Municipal do Cartaxo, como “o aumento das tarifas da água em cinco anos na casa dos 30 a 35 por cento”. De lá para cá, autarquia e Cartágua nunca chegaram a acordo para aumento das tarifas, e a dada altura a ERSAR debruçou-se sobre o contrato de concessão apontando inúmeras deficiências, como projeções irrealistas quanto aos consumos, enviesamento de variáveis de cálculo, alterações dos índices de atualização tarifária, entre outras matérias. Deste relatório deu conta, a Câmara, à Polícia Judiciária e ao Ministério Público em finais de 2018, mas não houve mais notícias quanto a esta investigação. Mais recentemente e em 2020 Pedro Ribeiro tem vindo a tentar encontrar junto do Fundo de Apoio Municipal (FAM) uma solução financeira que apoie a

A

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Pedro Ribeiro espera trazer boas notícias da reunião com a ministra da Administração Pública

possibilidade de resgate de concessão e a possível entrada do sistema do Cartaxo na empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. Desde 2013 que aquilo que é repercutido nas faturas aos clientes da Cartágua apenas incide na taxa de inflação, mas a oposição

desconfia que este braço de ferro um dia mais tarde possa ter um sério revés para os munícipes em face deste cozinhar em lume brando das tarifas já quase há oito anos, para além das rendas que deixaram de ser pagas ao município devido ao imbróglio

causado. Depois do parecer da ERSAR a concessionária tem-se recusado a acatar as suas recomendações. Mesmo assim e apesar do impasse, Pedro Ribeiro lembrou que a empresa tem feito obra e deu o exemplo das novas estações de tratamento de

águas residuais de Pontével, Lapa e de Valada. O autarca não esconde a sua preferência pelo modelo Águas do Ribatejo e vê no horizonte a possibilidade de o município aderir ao sistema intermunicipal onde estão desde 2009 alguns dos

concelhos vizinhos. “Temos de perceber com que linhas nos podemos coser, e o valor da indemnização a pagar. Já entregámos à Águas do Ribatejo elementos para ver quanto vale o nosso contrato, e de forma serena estamos a aguardar”, diz.


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Renato Pinto

“Era uma vez n’ América” tem seguidores assíduos nas comunidades portuguesas pelo mundo Tem 43 anos. É engenheiro informático e trabalha na Microsoft. É natural de Azambuja, mas está emigrado nos Estados Unidos há cerca de 17 anos. Renato Pinto é criador e locutor dos programas “Valor Hi-Tec” e “Era uma vez n’América” na sua Rádio Valor Local. Sílvia Carvalho d’Almeida azer rádio é, para Renato, um sonho concretizado. O seu pai foi radialista na década de 80 e seguir- lhe as pisadas era algo que já ambicionava há muito. O seu primeiro curso, terminado o Secundário, foi no Centro Protocolar de Formação de Jornalistas (CENJOR) em “Informática para a Redação”, e começou a trabalhar em 94 para um jornal local de Azambuja, juntamente com Miguel Rodrigues (diretor de informação do Valor Local), e Rodrigo Freixo também jornalista. Conta-nos que a “informática era, na altura, um pouco arcaica”. Fazia toda a paginação e montagem do periódico e escreveu alguns artigos. Mas o nosso entrevistado, que diz ter “queda” para a política, exerceu também cargos no PSD local e distrital, e foi ainda bombeiro, em Azambuja, onde aos 15 anos desenvolveu um software de cadastros, “o primeiro em Portugal”,

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refere. Diz-nos que gosta, ainda, nos dias de hoje de “fazer parte da comunidade azambujense” mesmo estando emigrado, pelo que recebeu com alegria o convite de Miguel Rodrigues para integrar o nosso projeto. Já nos Estados Unidos, deu aulas de cibersegurança como professor convidado numa universidade no Texas, e foi ainda consultor do FBI em informática. Trabalhou também na IBM, na Technidata, e no Bank of America. Renato diz que é “ambicioso” que quer “sempre mais” e que “há sempre um objetivo mais a atingir.” A comprovar este facto, está a sua carreira brilhante em entidades muito respeitadas, bem como os seis idiomas que fala fluentemente. Os programas na rádio Valor Local O “Valor Hi -Tec” é um programa de 8 minutos em que nos dá dicas práticas sobre informática e tecnologia. Está no ar há cerca

de três meses, e já falou, por exemplo, de segurança informática, dos recursos do Office 365, e de como otimizar os dispositivos, numa linguagem informal e simples. “Não se pretende dar cursos de informática, mas sim indicar o início do caminho para que se possa recolher mais informação, que pode ser obtida online”, concretiza. A adesão tem sido grande a avaliar “pela interação do público”. Está em calha uma abordagem às ferramentas de desenho, e dar indicações dos melhores telemóveis para quem os usa para trabalhar. Pode ouvi-lo às terças-feiras pelas 9h00 da manhã. O “Era uma vez n’América” consiste numa análise política da atualidade da sociedade norteamericana, “com uma linha neutra, sem tomar partidos”, refere. “Tenho a minha visão, e por vezes é impossível não emiti-la, mas tento sempre ser imparcial e cingir-me aos factos.” Já foram abordadas várias temáticas, tais como “os tiroteios, a crise na

fronteira, falou-se de Biden, de Trump, e de Harris, de segurança e energia, tudo assuntos que de alguma forma possam ser úteis para as comunidades, pela visão de um emigrante”. Renato refere que tenta descrever com os seus olhos o que se vai passando nos EUA em todas as suas vertentes. “Aqui fala-se em 95 por cento dos casos da América, e cinco por cento de comidas portugueses e chouriços”, brinca. O seu interlocutor é Miguel António Rodrigues e o facto de já se conhecerem há muito tempo e a boa disposição de um e de outro, a que se junta a acutilância e a queda para a comunicação de

Renato Pinto, tornam o programa fluído e num bom momento de informação com algum entretenimento. “Era uma vez n’ América” tem tido uma adesão significativa por parte das comunidades portuguesas em todo o mundo, com especial enfoque para as dos Estados Unidos e Alemanha. É emitido todas as quartas-feiras pelas 9h30, com repetição às 13h00 e 20h30, sendo que está para breve a presença de um convidado especial. Pode ouvir ainda em podcast na plataforma Souncloud através do nosso site www.radiovalorlocal.com. Renato está “satisfeito de poder

fazer parte da família Valor Local”, e refere que “a amizade com Miguel Rodrigues torna tudo muito fluído”. Diz ainda em jeito de conclusão: “O Valor Local tornou-se numa referência base de informação regional”. E deixa a sugestão de que “os leitores passem a ser ouvintes e a ter a rádio como braço armado do jornal”. “Existem muitas rubricas. Continuem ligados e a fazer parte desta família. A música que passa é muito boa e é a minha companhia de noite para relaxar um bocadinho”, sendo também esta uma forma de estar mais perto do nosso país e da sua terra, Azambuja.

“O Crime e o Castigo” com António Loureiro ste mês de junho estreámos o programa “O Crime e o Castigo”, no qual o antigo agente da Polícia Judiciária, António Loureiro, nos vem contar várias histórias de crimes que ajudou a desvendar e que marcaram a sua carreira, numa emissão conduzida pela jornalista Sílvia Agostinho. As duas primeiras edições já foram para o ar. Na primeira edição, Loureiro contou a história do “Passarinho”, relacionada António Loureiro com roubos por esticão ocorridos no início dos anos 80 na capital. Um desses assaltos correu mal e terminou na morte de um homem. O antigo agente da PJ relatou como foi o processo de chegar aos culpados. No segundo programa abordámos outro crime dos idos anos 80, desta vez relacionado com uma rede de falsificação de moeda. “O Crime e o Castigo” termina com o comentário de António Loureiro a temas que estão a marcar a atualidade criminal portuguesa. Os programas estão disponíveis em podcast na plataforma Spotify. Não perca todas as quartas-feiras às 18 horas “O Crime e o Castigo” em www.valorlocal.pt ou ouça em podcast através do site www.radiovalorlocal.com

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Todas as semanas a partir do Texas, Renato Pinto está em direto na Rádio Valor Local

“Direto ao Consumo” com Mário Frota uma das autoridades máximas em Portugal quando o tema são os direitos do consumidor. Depois de uma longa colaboração no nosso jornal, Mário Frota está agora todas as terças-feiras no programa “Manhãs Valor Local”, a partir das 9h30, onde responde às muitas dúvidas dos nossos ouvintes. Muitos são os temas em que urge esclarecimento, e esta colaboração é sem dúvida uma mais valia. Mário Frota é presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo. “Direto ao Consumo” é moderado pelo jornalista Miguel António Rodrigues e está também disponível em podcast na plataforma Soundcloud ou em podcast em www.radiovalorlocal.com

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