Jornal Valor Local - Edição Agosto 2018

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Jornal Regional • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 64 • 30 Agosto 2018 • Preço 1 cêntimo

Exclusivo

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Cidadã britânica acusa voluntário de conduta imprópria na Casa Mãe Em causa o facto de o homem tocar nas partes íntimas dos filhos quando lhes dá banho

Depois de carro roubado trancas à porta Histórias de quem foi alvo dos amigos do alheio Destaque na 14, 15 e 16

Sociedade na 3 e 4

Dois pilares da Ponte Dona Amélia “gritam” por obras urgentes Sociedade na 2


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Dois pilares da Ponte gritam por obras urgentes tão aguardado relatório de inspeção ao estado de conservação da Ponte Rainha Dona Amélia realizado pela Infraestruturas de Portugal foi já entregue às autarquias de Salvaterra de Magos e do Cartaxo. Ao Valor Local, o organismo do Estado revela que na avaliação efetuada pelos técnicos da IP foi identificada a necessidade de realização de uma intervenção de reparação das fundações e do tabuleiro da Ponte. Nomeadamente dois pilares carecem de intervenção urgente. Ao nosso jornal, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, refere que esse relatório técnico resultante de uma inspeção subaquática realizada em janeiro e de um levantamento batimétrico de março foi dado a conhecer junto das diversas forças políticas concelhias. Neste relatório é aconselhado um reforço das medidas de vigilância, ou seja “acompanhamento das estruturas da ponte”. Neste ponto, a Câmara do Cartaxo refere que no que diz respeito à sua vigilância dos pilares com levantamentos batimétricos é efetuada de seis em seis meses e não de ano a no como era há-

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bito. No caso de Salvaterra fica com o levantamento topográfico do tabuleiro. Os dois métodos permitem averiguar se há ou não alguma oscilação. Os dois pilares que necessitam de reforço serão intervencionados pela IP que está a finalizar o caderno de encargos para que a intervenção seja lançada ainda este ano. Setembro é a data apontada para a finalização dos trâmites burocráticos. A reparação dos aparelhos de apoio do tabuleiro foi realizada em abril com custos repartidos pelas duas autarquias. O orçamento da empresa Teixeira Duarte para esta intervenção foi de 24 mil 708,60 euros. Nesta altura do ano de intensa atividade agrícola na região, tem havido, de acordo com o presidente da Câmara do Cartaxo, um reforço da vigilância por parte das forças de segurança. “Estamos também a convocar reuniões com as associações de agricultores para os sensibilizar para esta matéria”. Em breve as Câmaras municipais do Cartaxo e Salvaterra vão levar a cabo a colocação de pórticos, de preferência em betão porque no passado foram arrancados os de

metal nos dois lados da ponte com o intuito de limitar em largura e altura o tipo de veículos que atravessa a ponte. Os dois municípios vão também sensibilizar

os eleitos pelo distrito de Santarém para que possam fazer pressão no sentido de a ponte fazer parte do próximo Orçamento de Estado.

A IP acrescenta também que no próximo mês de setembro será agendada uma reunião técnica com as autarquias, no sentido de ser apresentada a tipologia

detalhada dos trabalhos que se consideram necessários efetuar e que devem ser incluídos no projeto de reabilitação a desenvolver.


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Cidadã britânica acusa voluntário de conduta imprópria na Casa Mãe Em causa o facto de o homem tocar nas partes íntimas dos filhos quando lhes dá banho Sílvia Agostinho ma cidadã britânica, de 37 anos, que se encontra no nosso país desde novembro de 2016, a quem a Segurança Social do Barreiro retirou a guarda dos três filhos em fevereiro deste ano, por não apresentar condições para os ter à seu cargo, contactou o nosso jornal com queixas da instituição Casa Mãe em Aveiras de Cima. Tina Vaughan dá conta de castigos sem razão de ser, bofetadas, mas principal, e alegadamente, o facto de um voluntário da instituição dar banho aos filhos não se coibindo de o fazer também nas partes íntimas. Dai de 8 anos, Tobby de 10 anos, e Jaiden de 12 anos são os filhos desta cidadã que antes de vir para Portugal já se encontrava sinalizada no seu país pela Segurança Social britânica. Vítima de violência doméstica e com diversos problemas de saúde que não esconde, Tina Vaughan acabou por sair de forma pouco ortodoxa do seu país em busca de refúgio junto de amigos em Portugal. Viveu em apartamentos na Baixa da Banheira e no Barreiro dos quais nos mostra as fotografias. “A Seguran-

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Tina Vaughan faz diversas acusações à Casa Mãe ça Social em Portugal retirou-me os meus filhos. Disseram que

como não tinha frigorífico em casa não estava a criar os meus filhos

em condições, mas o supermercado era do outro lado da rua. Não

concordavam que não os vacinasse também. Na Grã-Bretanha vivia numa zona de excessiva radiação o que me fez largar a minha casa e vir para cá. A psicóloga portuguesa que trabalha com a Segurança Social do Barreiro não aconselhou a retirada dos meus filhos mas isso acabou mesmo por acontecer”. Ao saber que estavam à guarda da instituição do concelho de Azambuja, Tina Vaughan mudou-se para Aveiras de Cima. Neste momento, vive na casa de uma idosa conhecida na vila, onde ajuda em tudo o que diz respeito à lida da casa em troca de comida e de um teto. Ilegal no país, diz-nos que tem andado a trabalhar, por estes dias, na apanha da pera no Cercal, e ocasionalmente em algumas limpezas de casas na localidade de Aveiras. Tina Vaughan sabe que não será esta reportagem a devolver-lhes os filhos. Diz ter noção da fragilidade do seu caso, e do facto de que a sua postura de confrontamento junto dos responsáveis da instituição também não a está a ajudar, mas o sentimento de mãe sobrepõe-se e diz não conseguir evitar, ou porque num dia fica a saber

que houve algo na instituição que incomodou uma das crianças ou porque se sente injustiçada depois tudo o que passou. O seu sonho é um dia regressar a Inglaterra e com a ajuda de um amigo advogado recuperar os filhos, mesmo sabendo que no dia em que saírem de Portugal voltam para uma instituição mas no seu país de origem. Tina Vaughan teve diversos empregos ao longo da vida. Nos últimos tempos, em Inglaterra era entregadora de pizas. “Quando me livrei do pai das crianças de quem fui alvo de violência doméstica e arranjei uma casa começaram os problemas de saúde, espero um dia poder reconstruir a minha vida.” Tina Vaughan diz que os filhos apenas lhe contaram sobre as incursões do monitor por volta de maio. A britânica refere que os filhos com as idades em causa já estavam habituados a tomar banho sozinhos. O homem terá lavado algumas vezes os dois irmãos mais novos. Tina Vaughan refere que perguntou a uma das crianças se o visado também lhes tocara no sexo durante a lavagem e que os mesmos terão dito que sim. De-


4 Sociedade pois a mãe perguntou se essa conduta os incomodava ao que responderam afirmativamente. Aí começou verdadeiramente a revolta desta mulher que já antes se queixara de questões como agressões físicas, e de alguns castigos “desnecessários” como o facto de os filhos nem terem ido à colónia de verão da IPSS em Peniche. É com lágrimas nos olhos que Tina Vaughan dá conta do seu desespero quando conta o que se passou nos banhos. A mulher ainda tentou apresentar queixa na GNR que acabou por não conseguir formalizar. Entrou em contacto com a embaixada do seu país que reencaminhou o assunto para a técnica Ana Barrocas, da Segurança Social do Barreiro. O Valor Local teve acesso a esse email e neste a funcionária da embaixada, Cláudia Marques, numa resposta à cidadã britânica, diz que já transmitiu a informação relativa aos alegados abusos cometidos na instituição por parte do voluntário a Ana Barrocas e que esta manifestou preocupação com o assunto, dando conta de que uma investigação aos factos iria ter lugar. Mais uma vez na nossa conversa, a mãe diz – “Se o meu testemunho servir para salvar outras crianças deste tipo de comportamentos

Valor Local então que sirva. Sei que não tenho condições para conseguir ter os meus filhos tão cedo mas não vou desistir”. O Valor Local falou com uma técnica com experiência e currículo na área do terceiro setor que nos afirmou ser a norma padrão existir uma supervisão nos duches quando necessária mas jamais recorrendo ao toque. Sendo apenas necessária e quanto muito a verificação visual e obrigar a criança a esfregar-se sozinha. O Valor Local verificou ainda através de uma gravação de telemóvel pela mãe junto das duas crianças mais novas, num dos dias em que as pôde visitar, que as mesmas relatam que o visado as lavava inclusivamente nas zonas íntimas, e quantas vezes isso aconteceu. As crianças referem também terem sido alvo de bofetadas em duas ocasiões. A defesa da Casa Mãe A instituição que está a par de todas as acusações imputadas pela cidadã britânica sente-se, neste momento, no foco de uma grande injustiça, mas refere Maria João Vaz que nada a Casa Mãe tem a esconder neste processo, de tal forma que já encaminhou todas as incidências e mais algumas relata-

das pela queixosa para as entidades competentes, nomeadamente, o tribunal do Barreiro. A instituição é ainda supervisionada habitualmente pela Segurança Social do Barreiro (para este caso em concreto); Equipa de Proteção de Crianças e Jovens de Vila Franca de Xira, e Núcleo de infância e Juventude de Lisboa. Em fevereiro deste ano, quando tudo começou a Casa Mãe estava longe de imaginar esta bola de neve “até porque se tratando de uma cidadã estrangeira todas as partes foram a tribunal e ficou lá expresso que a senhora só teria de arranjar bilhetes para regressar a casa e tudo correria sem quaisquer tipo de intromissões ou obstáculos da nossa parte, ela aceitou, contudo depressa se verificou que não queria regressar (porventura por também estar referenciada pela Segurança Social do seu país) e de lá para cá não temos tido descanso”, diz a técnica manifestando ainda a “grande injustiça” de que a instituição está a ser alvo. “Todos os dias batalhamos imenso para darmos tudo a estas crianças com projetos ambiciosos e inovadores para sermos confrontados, agora, com tudo isto”. “Não é nada justo”, refere não escondendo o tom embargado na voz. “Semanalmente fala mal de

nós apontando erros e críticas e não se importando com quem leva à frente”, consubstancia a técnica. “Por exemplo já implicou com a alimentação das crianças, tão depressa dizia que não deviam comer bolos, como a seguir já não se importava, e isso foi causador de grande stress e confusão”. Segundo o que Tina Vaughan também nos relatou uma das crianças terá intolerância alimentar, sendo este também um foco de conflito permanente entre as duas partes. “A senhora não respeita as regras da instituição. O seu comportamento intrusivo não é abonatório da situação dela, até porque quando temos atividades ao ar livre, ela aparece e prejudica toda a gente”. A técnica saúda entretanto o pai que está na Inglaterra, (segundo Tina Vaughan o homem que a terá violentado em diversas ocasiões durante o tempo em que mantiveram uma relação) “que todos os dias telefona para os filhos e tem mantido uma postura assertiva”. Maria João Vaz também refuta a questão das bofetadas porque “numa das ocasiões acusou uma funcionária que naquele dia nem estava ao serviço”. “Todas as situações de que fomos acusados até hoje foram reportadas para todas as entidades de que falei, e até hoje os miúdos nunca foram

Agosto 2018 transferidos ou seja é porque não foram encontrados motivos”. A nossa reportagem confrontou a técnica com todo o cenário envolvendo o voluntário e os banhos das crianças. Maria João Vaz diz que é normal as meninas serem supervisionadas pelas funcionárias e os meninos por funcionários. Sobre a necessidade da existência de haver uma ação direta e física em todo corpo da criança diz que “só acontece com os meninos em causa porque não tinham hábitos de higiene nem sabiam tomar banho”. À nossa reportagem, a mãe diz que tal não é verdade e antes os filhos já sabiam lavar-se sozinhos, acrescentando ainda que o mais velho só não foi lavado pelo homem em causa porque barrou a entrada no chuveiro. A técnica por seu turno refuta essas críticas e diz atestar a idoneidade do voluntário, também ligado à associação de escuteiros local, à partida integrado na sociedade e homem de confiança do padre António Cardoso, que terá ficado seriamente incomodado com o caso do sacristão de Aveiras de Baixo em 2012 acusado de pedofilia, e que por isso será intransigente com quaisquer tipos de comportamentos que possam sequer aflorar situações minimamente parecidas. Questionámos a técnica se

não seria melhor a supervisão das crianças do sexo masculino também por mulheres nos banhos, mas a mesma refere que nunca houve queixas deste género como as que estamos a assistir. “Todos os funcionários e voluntários deram mostras de integração e idoneidade”. Apesar da normalidade com que a instituição reporta este quadro, certo é que a representante do tribunal do Barreiro mostrou preocupação na carta enviada a Cláudia Marques. Questionámos novamente Maria João Vaz que nos assegura que após este relato houve uma investigação interna ao caso sem que se tenha verificado algum tipo de receio. Ainda assim, diz a técnica, o visado parou de dar banhos aos miúdos em causa e a outros – “Mas não é porque tenha culpa”. “Informou-se entretanto as entidades desse facto (já não dar banho) as quais continuam a confiar em nós”. O Tribunal do Barreiro ainda não se pronunciou. Contactámos a embaixada britânica e através de emails mostrados à nossa redação pela mãe ficamos a saber que a transferência das crianças para Inglaterra estará iminente. A embaixada diz estar a acompanhar todo o caso e a prestar auxílio à cidadã inglesa.

Os caminhos do Turismo em Vila Franca Câmara Municipal de Vila Franca de Xira quer apostar no turismo tendo em consideração a promoção do que há de melhor no concelho. Alberto Mesquita, presidente da autarquia, explicou ao Valor Local que toda a estratégia de promoção do município está assente no turismo. São os casos do Colete Encarnado ou Feira de Outubro, ou mesmo as escavações arqueológicas que decorrem no Monte dos Castelinhos na Castanheira do Ribatejo. Para o autarca, todas as iniciativas levadas a cabo pelo município têm como objetivo a sua promoção e para si, tudo isso acaba por andar à volta do fomento do setor no concelho. Existem, no entanto, pequenos ajustes a fazer em alguns eventos. Não é o caso do Colete Encarnado, em que Alberto Mesquita refere a sua singularidade, tendo em conta que é uma festa tradicional “de homenagem ao Campino”. “Podemos alterar aspetos ligados à animação, mas na festa em si, ela tem de manter a característica que sempre teve desde 1932 até aos nossos dias”. O autarca destaca, porém, os espaços que podem acolher iniciativas da festa, como é o caso do Parque de Santa Sofia “que tem um anfiteatro natural” tendo em vista os concertos. Como aliás já tinha explicado ao Valor Local na conferência de imprensa de apresentação do Colete Encarnado deste ano. Alberto Mesquita salienta, no entanto, a falta de espaço para as

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atividades junto ao Pavilhão do Cevadeiro. O autarca diz que está em projeto a “relocalização do campo de treinos do vilafranquense para a zona da escola da armada”, porque tanto as Feiras de Outubro como o Colete Encarnado ou o Salão do Artesanato estão a crescer, e para isso aquele espaço contíguo é vital. O presidente da Câmara recorda que o concelho está às portas de Lisboa e que “temos potencialidades enormes”. Refere ainda que é vital “atrair os muitos turistas que vão para Lisboa, sendo necessário que para além dos roteiros clássicos que são oferecidos a esses turistas, também se comece a oferecer um turismo com outra identidade e diferente”. São os casos relacionados com o Rio Tejo e a Lezíria. “Ver o toiro no seu habitat natural e as lezírias, enfim tudo o que tem a ver com o campo e a figura ímpar do campino”, salienta Alberto Mesquita. No entanto Vila Franca de Xira acolhe igualmente a Confraria do Tejo. Esta é uma matéria muito importante para o município, que tem visto crescer a oferta no que toca ao turismo no Tejo e religioso. O autarca salienta a importância do Cruzeiro Religioso do Tejo que tem tido uma projeção muito significativa. Alberto Mesquita refere a importância da “descoberta do Tejo através da fé” e ressalva igualmente os barcos típicos e a cultura avieira presentes no concelho. Fala ainda da importância do Tejo enquanto via turística, mas tam-

O Tejo tem impulsionado este setor no concelho

bém através do setor económico, vincando a necessidade de se dotar de alguma navegabilidade o rio, para que algumas das empresas o possam utilizar como uma “autoestrada”. Algo que tem vindo a defender nos últimos anos, defendendo o desassoreamento do rio. Acreditando ainda que o ministério do Ambiente poderá colocar esse assunto em breve na agenda política. “Estratégia do Turismo de Portugal foi Infeliz” A recente recusa do Turismo de Portugal em associar-se a eventos como a Semana da Cultura Tauromáquica, levou o presidente da

autarquia a criticar a postura daquela entidade. Em suma o Turismo de Portugal enviou à edilidade um email em que exigia a retirada do seu logotipo, que estava colocado em conjunto com os de outras entidades nos materiais promocionais, no apoio à iniciativa. A situação levou a que a autarquia pedisse esclarecimentos ao Governo e ao presidente do Turismo de Portugal. A informação que a autarquia acabou por receber dava conta de que o logotipo do Turismo de Portugal só podia ser utilizado em iniciativas próprias ou onde está envolvido como parceiro. Ainda assim esta foi a primeira vez que tal situação aconteceu, já que o logotipo do Turismo de Por-

tugal há muitos anos que é colocado nos cartazes da iniciativa que já se realiza há quase trinta anos. Ao Valor Local, Alberto Mesquita aponta o dedo ao presidente do Turismo de Portugal e recorda que em 30 anos nunca se colocou essa questão. “Foi um momento infeliz que se há-de resolver a bem do turismo das nossas regiões”. O presidente da Câmara salienta que o Turismo de Portugal tem de fazer mais por Vila Franca de Xira e acrescenta que não está nos seus planos falar com o responsável pelo setor. “Não vou falar com ele, a menos que ele queira falar comigo. Eu tenho de falar com a

secretária de estado do Turismo, e vou falar em tempo oportuno, depois do período de férias”. Ainda assim, o autarca refere que Vila Franca de Xira está bem no Turismo de Lisboa. Considera o autarca que existe a necessidade de tirar partido da capital, já que existe essa proximidade. Alberto Mesquita refere que todos os episódios que têm acontecido não ajudam, e lamenta que os opositores à tauromaquia tenham usado argumentos legislativos para impor a sua vontade, lembrando que os espetáculos tauromáquicos vão para além das touradas. Veja esta reportagem na íntegra em vídeo www.valorlocal.pt


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Novo Quartel dos Bombeiros de Azambuja ainda sem data novo Quartel dos Bombeiros de Azambuja está dependente da revisão do Plano Diretor Municipal ou do PPFUA (Plano de Pormenor da Frente Urbana de Azambuja). Ambos os planos são independentes, mas será sempre mais fácil aprovar, um Plano de Pormenor, do que uma revisão do PDM que envolve mais burocracia e logística. O assunto voltou a ser levantado em reunião de Câmara, através de Inês Louro, que para além de presidente da Junta de Azambuja, é também elemento daquela associação. Luis de Sousa salientou ao Valor Local que o local para onde irá o novo edifício já está marcado na proposta de revisão do PDM, no entanto ainda não há uma previsão de quando este estará concluído. A nova localização será junto às bombas de gasolina do Intermarché, bem perto da Quinta da Marquesa, um local já aceite por

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Terreno para onde está prevista a construção

todas as partes e considerado como um bom espaço para os soldados da paz, até ao nível da operacionalidade.

Este é um assunto que já não é novo. O atual quartel edificado a meio da década de 80, encontrase no limite das suas capacida-

des, apesar das obras de requalificação que tem vindo a sofrer nos últimos anos. Luís de Sousa reconhece entre-

tanto em declarações ao Valor Local a precariedade das instalações dos Bombeiros de Azambuja. O presidente da Câmara diz que está disponível para ajudar na medida do possível e garante que o assunto está a andar. O presidente da Câmara salienta a importância das instalações para os bombeiros, tanto mais que reconhece que não “é sistema” as constantes remodelações ou obras que os bombeiros têm vindo a fazer. O atual quartel dos bombeiros está situado na zona sul da vila de Azambuja, terá nascido de um sonho de alguns bombeiros, entre os quais o antigo comandante, já falecido, Mário Jorge de Oliveira. As reivindicações de um novo quartel, referem-se ao tempo da anterior direção presidida por António Manuel Duarte, atual presidente da Assembleia Municipal de Azambuja.

O local para onde vai o quartel dos bombeiros de Azambuja, será também uma nova localização de empresas. O PPFUA feito pelo anterior executivo camarário liderado à época por Joaquim Ramos, fazia nascer no local mais um centro empresarial, como aliás se pode verificar no desenho que está acima. Para o local está projetada uma unidade da empresa de transportes Luís Simões e um novo supermercado que substituiria o atual Intermarché. Estes investidores, apurou o Valor Local, estão a tentar fazer pressão junto da autarquia para que esta avance com o processo que já tem quase uma década. Se nos anos 80, o quartel estava numa zona quase fora da vila, hoje a situação é diferente. A Rua José Ramos Vides, junto ao Rossio, é uma das mais movimentadas e encontra-se já no miolo da vila, sendo por isso urgente a mudança de espaço.

Feira de Emprego em Azambuja dá a conhecer mais de 300 ofertas de trabalho município de Azambuja vai organizar a sua primeira Feira do Emprego – AZB Emprego, nos próximos dias 28 e 29 de setembro, das 15h00 às 21h00 e das 10h00 às 19h00 respetivamente. Esta iniciativa, que se realiza na

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sala de eventos do Ouro Hotel, em Azambuja, conta com a participação de várias empresas, sediadas no concelho, da Marinha Portuguesa e do Exército Português, Nersant, Acisma e IEFP. O objetivo deste evento é colocar

à disposição do público em geral, e no mesmo local, vagas de empregos e de estágios profissionais, bem como informações sobre as ofertas formativas oferecidas pelas empresas do concelho, que podem ajudar o participante do even-

to na melhoria da sua capacitação profissional. Torna-se assim, em mais uma medida municipal que visa contribuir para a integração social de pessoas em situação de vulnerabilidade face ao emprego. Esta iniciativa vai ao encontro do

manifesto dos empresários, junto do município, para a necessidade de promoverem as suas inúmeras ofertas de emprego, nas mais diversas áreas e qualificações. As empresas vão participar com mais de 300 ofertas de trabalho

nas mais variadas áreas, licenciados, técnicos profissionais, chefias, indiferenciados e estágios. Ao longo destes dois dias serão realizados workshops sobre a temática do emprego e do empreendedorismo.

ofício por parte dos bombeiros. O autarca explica que a proposta dos bombeiros foi mesmo chumbada por parte da Comissão de Análise Técnica que vincou que a “pretensão da associação, manifestada em ofício não corres-

ponderia ao objeto da candidatura sufragada”. O autarca refere igualmente que a associação ainda chegou a propor a candidatura já com as alterações, todavia o regulamento do OP não permite esse tipo de inflexões, ainda assim diz acreditar “que o novo regulamento do instrumento em causa, contemplará respostas a situações ora vivenciadas”. Já quanto à ajuda para a aquisição de uma viatura nova, o autarca refere que este ano já não será possível, pois não foi colocada em orçamento, e deixa a porta aberta para situações no futuro. Está agora nas mãos da comissão técnica, o destino a dar ao valor que foi atribuído ao projeto dos bombeiros. O Valor Local apurou que segundo o regulamento, esta verba poderá transitar para o próximo ano, ou contemplar o segundo lugar que neste caso foram as reparações na Igreja na freguesia de Cardosas.

Bombeiros de Arruda perdem projeto do Orçamento Participativo s bombeiros de Arruda dos Vinhos vão ficar sem as verbas que ganharam no Orçamento Participativo, promovido pela Câmara Municipal. Tudo porque os bombeiros decidiram alterar o projeto com o qual se candidataram. Ao Valor Local, Armando Marques, presidente da associação explicou as razões que levaram os bombeiros a mudar de ideias. Os voluntários fizeram no ano passado uma candidatura para uma viatura nova, mas a meio do processo entenderam que poderiam apenas fazer “um upgrade” a uma viatura já existente. O presidente da associação vinca que a decisão de concorrer para a aquisição de uma viatura nova foi tomada pela direção anterior, e que depois de chegar o atual elenco optou-se por se fazer apenas uma adaptação, “tendo em conta o rigor no equilíbrio e transparência no estado financeiro da associação, por forma a não comprometer o seu normal

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funcionamento operacional”. Contudo, o presidente dos bombeiros frisa que a ideia não seria alterar o projeto já vencedor, mas “apresentar uma alternativa para efeitos de cumprimento da candidatura à Câmara Municipal”. Armando Marques refere que a decisão destas alterações foram tomadas em conjunto com o corpo ativo, e que com isso espera “poupar” e rentabilizar melhor os meios financeiros com vista a uma melhor operacionalidade. Em declarações exclusivas ao Valor Local, Armando Marques refere que a associação não tem meios financeiros para suportar as restantes verbas necessárias à compra da viatura. Ao todo a nova viatura teria um custo de 61 mil euros, sendo que o município apenas disponibilizava 35 mil, cabendo aos bombeiros encontrar 25 mil euros, que salienta não ter disponíveis com a brevidade que o projeto exigia. Armando Marques vai mesmo mais longe ao afirmar que se

avançasse neste projeto, poderia “colocar em risco o pagamento de salários e as despesas de manutenção necessárias para desenvolver a operação de socorro ao município”, reforçando que ao nível da operacionalidade

“não precisamos de adquirir uma viatura, pois já a temos, apenas seria necessário equipá-la de acordo com o pretendido”. André Rijo, presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, confirma a recção de um

Corporação teve de abdicar do projeto


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Azambuja inspira-se no parque biológico de Gaia para os viveiros da Guarita município de Azambuja vai tentar inspirar-se no Parque Biológico de Vila Nova de Gaia no sentido de fazer um projeto aproximado nos viveiros da Guarita e na sua nova designação – Parque Biológico de Azambuja. Em junho último, foi assinado um protocolo entre o município e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas em que a Câmara passa a assumir a gestão do espaço tendo em vista a sua limpeza, manutenção e conservação bem como a criação de pontos de interesse e atividades lúdicas. Silvino Lúcio, vereador com o pelouro do Ambiente, parques e jardins, referiu, na última reunião de Câmara, que o espaço dos viveiros com 24m2 tem vários pontos de água o que pode levar no futuro à conceção de um projeto “muito interessante”. Luís de Sousa, presidente da Câmara, ao nosso jornal, quando o projeto começou a ser idealizado deu conta da possibilidade de o espaço poder vir a incluir, entre outros, percursos pedestres, zo-

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nas de arvoredo, posto avançado para os bombeiros, um parque de merendas, um café/restaurante, área para pesca recreativa, área para observação de aves, gestão de resíduos verdes. A nível de atividades lúdicas apontava ainda para diversos eventos como “festas de aniversário”, “criação de hortas pedagógicas”, “atividades equestres”, “jogos do tipo caça ao tesouro”, “demonstrações de falcoaria”, “observação astronómica”. O projeto compreende também a reabilitação do centro aquícola. À hora de fecho desta edição, Luís de Sousa no regresso da ida ao norte do país, afirmou-se maravilhado com o parque de Gaia. “Venho de lá com muitas ideias, estamos perante um parque estrondoso e os técnicos desta autarquia manifestaram a sua disponibilidade para nos ajudarem com o nosso projeto. Vamos discutir nos próximos tempos o que podemos fazer nos nossos viveiros tendo em conta também o que aprendemos hoje aqui”.

Espaço apenas tem vindo a ser utilizado para a atividade - Um dia no Campo

Câmaras continuam a limpeza de terrenos s ações de limpeza nos concelhos da região continuam a prosseguir apesar do verão se aproximar do seu fim bem como a época de incêndios. Ao Valor Local, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, estabelece um balanço positivo. Os dados reportados ao final do mês de julho davam conta de 1043 notificações junto dos proprietários de terrenos, 820 das quais tiveram sucesso, isto traduz-se em 300 hectares de ter-

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reno limpos por esses mesmos proprietários. Quanto às restantes 223 notificações, os prazos ainda estão a decorrer no sentido de serem tomadas medidas por parte de quem de direito. Em incumprimento estão 36 proprietários. Das 63 situações identificadas pela GNR, 43 já estão resolvidas. No que concerne à limpeza de terrenos e faixa de combustível (terrenos privados em incumprimento) estamos a falar de 55 hectares. A Câmara lançou um

procedimento orçamentado em 70 mil euros para fazer face a esses 55 hectares, 40 terrenos rústicos das freguesias. Já quanto à limpeza de linhas de água e bermas, a autarquia adjudicou um procedimento por 17 mil euros mais IVA. No que toca às obrigações do Governo em estradas nacionais, a Câmara “tem insistido” sobretudo no que diz respeito “a deficiências no troço da Nacional 3, bem como na 365-2 e na variante à 365-2”. Houve uma

primeira intervenção nos primeiros meses do ano mas entretanto a vegetação cresceu e encontra-se a necessitar de nova intervenção. Nesta altura, a Câmara tem um cadastro com 1043 proprietários identificados, e a nível nacional seria importante na opinião do autarca seguir-se esse tipo de exercício. Também contactámos o município de Salvaterra que faz um balanço positivo mas prefere fornecer dados mais tarde após a sua recolha e compilação.

Já no caso do concelho de Azambuja, segundo dados reportados à data de fecho desta edição, foram enviados à GNR cerca de 277 processos. Destes resultaram 45 em contraordenações. O Gabinete de Proteção Civil enviou 157 ofícios a notificar os proprietários. Entretanto a GNR confirmou a limpeza de 91 terrenos. De acordo com o município foi limpa uma área de terreno de 66 hectares com base nos autos de contraordenação. Os sapadores limparam

cerca de 30 hectares. O presidente da Câmara, Luís de Sousa, faz um balanço positivo da colaboração dos proprietários quanto à necessidade de os terrenos serem limpos. Tendo em conta os que se revelaram incumpridores o município prepara-se para limpar esses terrenos conforme decorre da lei. Já quanto à atuação do Governo nas estradas nacionais, é da opinião de que poderia estar a ser mais eficiente nas Nacional 3 e na 366.

Moradores no Porto Alto queixam-se de seiva largada por árvores m grupo de moradores da Urbanização das Nascentes, Rua António Silva, no Porto Alto tem lidado desde há algum tempo com um problema decorrente da escorrência de uma espécie de seiva proveniente de umas árvores plantadas pela Câmara de Benavente, por indicação do urbanizador, que acabam por sujar os veículos estacionados. As lagerstroemias estão a ser foco de grandes dores de cabeça pois a seiva leva a constantes lavagens dos veículos praticamente todos os dias e tendo em conta ainda os custos associados. Para além de que a substância por vezes é tão densa que quando atinge os vidros dificulta a manobra dos veículos em condições de segurança.

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De acordo com Gonçalo Cardoso, morador no local, ao Valor Local, cerca de 40 famílias estarão a ser afetadas pelo problema que é especialmente mais dramático na altura da primavera. “Como aquilo é uma goma, se se tentar lavar os vidros só com água começa a fazer uma pasta e prende”. No seu caso, e como usa um veículo da empresa onde trabalha para as deslocações tem de pagar do próprio bolso as lavagens, “pois a empresa apenas paga duas lavagens por mês”, o que seria, em regra, o suficiente não fosse o cenário em causa. “O próprio passeio que é de calçada portuguesa fica cinzento, e quando se caminha em cima do mesmo sente-se aquele barulho próprio

de uma superfície com cola”, ilustra. Gonçalo Cardoso diz não ter garagem e para não se sujeitar a este tipo de incidências tem de estacionar a mais de 30 metros de casa. No seu conjunto são seis árvores que causam o problema. Em outros anos a Câmara tem procedido a curas que conseguiram fazer face à circunstância “mas só tomaram providências depois de reclamarmos”. “Este ano soubemos que a Câmara fez uma cura biológica e não notámos qualquer melhoria, com as árvores sempre a deitar a goma para cima dos carros”. Em resposta a estes moradores, a Câmara Municipal de Benavente refere que as árvores em questão foram uma opção do ur-

banizador há mais de uma dezena de anos. Sendo que “habitualmente eram tidas como uma boa escolha para plantação em meio urbano pela sua beleza e pelo baixo porte que atingem”. Por forma a combater o problema da escorrência, “foi efetuado pela Câmara em maio um tratamento às ditas árvores e, durante o mês de agosto, foi efetuada uma lavagem (não química) nas mesmas, por forma a atenuar a existência das ferrugens e melaço. Com o mesmo propósito, as árvores são regadas semanalmente através de camião cisterna da Câmara.”, pode ler-se na resposta do município. Ações que no entender dos moradores não estarão a surtir o efeito desejado.

Árvore causadora do problema


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Arruda dos Vinhos

Parque Urbano das Rotas “não foi inaugurado à pressa” parque abriu as suas portas no dia 15 de agosto, no pico das festas em honra de Nossa Senhora da Salvação, e embora a obra tenha agradado no seu conjunto, depressa chegaram as vozes críticas relativamente às deficientes condições de iluminação do parque, sobretudo à noite, a ausência de mais espaços verdes, e o facto de não ter ficado resolvida a questão dos esgotos a correr a céu aberto paredes meias com o novo espaço de lazer. Numa das últimas reuniões de Câmara, o presidente da autarquia, André Rijo, negou que houve pressa na inauguração, porque o empreiteiro responsável apresentou o dia 31 de julho como a data de término da obra. “Como tínhamos um grande artista contratado (Jorge Palma) fazia sentido aproveitarmos o 15 de agosto, e assim demos ainda mais 15 dias ao empreiteiro para conclusão da obra”. O

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presidente da Câmara referiu que o município está a cumprir com o preconizado nos fundos comunitários, mas não esconde que há questões por limar quanto às zonas verdes e principalmente os esgotos – “Estamos a trabalhar convictamente para resolver esse problema”. No que toca à ausência de iluminação a seguir à cafetaria à entrada do recinto até à clareira admitiu a falha que entretanto já foi corrigida. Serão criados ainda mais pontos de luz na denominada Praça Dr. Mário Soares. O parque das Rotas contou com a presença dos secretários de Estado do Ambiente, Carlos Martins, e Nelson de Souza, da Coesão, que enalteceram a obra levada a cabo pelo município de Arruda dos Vinhos, e ambos destacaram o “Parque das Rotas” como um bom exemplo no panorama nacional, não só pelo que representa como pela eficácia na sua concretização.

Depois de algumas derrapagens no tempo obra foi inaugurada

A obra surgiu da vontade da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos de requalificar e valorizar o

troço Urbano do Rio Grande da Pipa, desde o término da Rua Cândido dos Reis até à Urbaniza-

ção Quinta da Ponte e Costa, no sentido de se constituir como elemento de ligação entre o centro da

vila e a nova área de expansão a norte da localidade. A obra teve um custo de um milhão 200 mil euros.

esta foi uma prática reiterada pelo militar, e se é possível quantificar os serviços em causa, e quais as sanções que pode vir a sofrer no futuro.

Atualmente já se encontra ao serviço um novo comandante no posto da GNR de Aveiras de Cima, destacamento militar de Alenquer.

Comandante da GNR de Aveiras de Cima suspenso antigo comandante do posto da GNR de Aveiras de Cima, sargento-ajudante Gonçalves, encontra-se suspenso. Em causa estão alega-

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dos atos relacionados com serviços gratificados não efetuados pelo militar mas cobrados, especialmente junto de câmaras municipais.

O Valor Local contactou o gabinete de imprensa do comando nacional da GNR que apenas se limitou a informar que nesta altura correm os competentes

processos, encontrando-se o visado a desempenhar outras funções. Não nos foi possível apurar outros pormenores, nomeadamente, quanto tempo

Bombeiros de Alcoentre: Finalmente a viatura de desencarceramento oi um passo importante para a vida dos corpos dirigentes e de socorro dos Bombeiros Voluntários de Alcoentre aquele que aconteceu, no dia 22 de agosto, na reunião de Câmara de Azambuja que deu luz verde a um protocolo que permitirá a curto prazo a aquisição de um novo veículo urbano de combate a incêndios com a valência de desencarceramento. A Câmara de Azambuja vai financiar

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a aquisição, cujo montante máximo está fixado em 200 mil euros. Sendo agora alvo de um concurso público. Em primeira mão ao nosso jornal António Loureiro (foto) dava conta no passado mês de abril da preocupação do corpo de bombeiros quanto à antiguidade da atual viatura de desencarceramento, que conta com mais de 20 anos de serviço, e já não oferece muitas condições de se-

gurança aos bombeiros. António Loureiro falava de algumas negociações com diversas entidades para substituir aquela viatura. A proposta foi votada favoravelmente por unanimidade. Presentes na sala de sessões o comandante, Eifel Garcia, o presidente da corporação, António Loureiro, e outros elementos aplaudiram vigorosamente a decisão.

Presidente dos bombeiros vê assim um sonho antigo concretizar-se

Câmara de Azambuja cede viatura ao Centro de Saúde Câmara Municipal de Azambuja entregou, no passado dia, 24 de agosto, uma viatura ao Centro de Saúde de Azambuja. Esta viatura vai permitir aos profissionais da unidade de saúde o reforço da prestação de cuidados de saúde, apoio psicológico e social, no âmbito domiciliário e comunitário, especial-

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mente junto de pessoas e grupos mais vulneráveis, como casos de dependência física ou funcional. De referir, que o protocolo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo através do qual o Município de Azambuja cede uma viatura ao Centro de saúde de Azambuja,

foi aprovado em reunião de câmara no passado dia 17 de julho. Este protocolo é uma atualização do acordo já iniciado em 2011 em que a autarquia disponibiliza um veículo ligeiro destinado à Unidade de Cuidados na Comunidade para o Concelho de Azambuja (UCCA).

Executivo entregou as chaves à representante da unidade de saúde


8 Sociedade

Valor Local

Estacionamento pago em Azambuja continua a gerar discussão ontinua na ordem do dia a questão do estacionamento pago na sede de concelho em Azambuja. Depois da notícia do Valor Local que dava conta do facto de o estacionamento também passar a ser tarifado no parque junto à CP após obras de beneficiação do espaço, a questão foi levantada na última reunião de Câmara tendo em conta que a autarquia estará a equacionar a tarifa de um euro por dia para os utentes da CP, algo que pode vir

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a ter um impacto de 22 euros por mês no caso de quem trabalha de segunda a sexta nas localidades servidas pelos comboios da CP, nomeadamente, a sul do concelho. Luís de Sousa referiu que tudo está em aberto ainda quanto ao que se pode vir a seguir quanto a preços, já que o projeto ainda está em papel e a ser alvo de um estudo. Estará a ser pensado um cartão para residentes naquela zona da vila em que o estaciona-

Estacionamento pago continua na ordem do dia

mento no novo parque a surgir junto à CP será gratuito. Contudo o autarca voltou a salientar o parque junto à Praça de Touros que não será taxado. Os parquímetros ao longo das ruas Vítor Cordon e Engenheiro Moniz da Maia serão instalados com preços semelhantes aos praticados em municípios vizinhos, com a possibilidade de os primeiros 15 minutos serem grátis. Já em 2010, a Câmara fez uma tentativa em quase tudo seme-

lhante à que neste momento está na ordem do dia: melhoramento do parque da estação com gestão privada e a atribuição de um preço fixo por dia ou mês para os utilizadores da CP, e a instalação dos parquímetros nas duas principais artérias da vila. Para sabermos o que correu mal à época que levou ao abandono do projeto, o anterior presidente da Câmara Joaquim Ramos responde a três perguntas do Valor Local, (ler coluna ao lado).

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Três perguntas a Joaquim Ramos, antigo presidente da Câmara

1. Em 2010 e através da EMIA a Câmara Municipal estaria prestes a adjudicar a concessão à Tecnovia do estacionamento pago na vila de Azambuja, o que fez parar todo o processo à época? Em 2010 a EMIA chegou a negociar essa concessão com a Tecnovia – que, aliás, foi a única empresa concorrente ao concurso público lançado para o efeito. É claro que qualquer adjudicação teria que ser confirmada pela Câmara e pela Assembleia Municipais, é o que diz a lei a respeito de concessões. O que se abriu foi um processo de negociações com a Tecnovia, partindo de dois princípios básicos: eles, Tecnovia, construiriam os dois parques ao lado da estação, com alcatroamento, marcações, iluminação, acesso à estação e portaria. Seria fixada uma tarifa mensal – salvo erro falouse em dez euros por mês - para os utentes da C.P., que são quem efectivamente enche Azambuja de carros estacionados durante todo o dia. O segundo princípio era a instalação de parquímetros no casco antigo da vila, com tarifas mais elevadas para dissuadir as estadias de longa duração, mas salvaguardando que haveria um lugar de estacionamento por residente na zona tarifada. O que aconteceu na verdade é que os comerciantes começaram a exigir também um lugar de estacionamento, os moradores que tinham dois carros: dois lugares de estacionamento e, quando se fizeram as contas, o número de estacionamentos que tinham que ser reservados era maior que o número dos que existiam! 2. É dito, à época, pela oposição que para haver uma taxa de rentabilidade agradável para a empresa teria de se fazer aumentar com preponderância os valores a pagar pelos munícipes/utilizadores do estacionamento, foi essa uma das razões para que não se tivesse ido para a frente? Que me lembre, a oposição não era contra o princípio. Toda a gente reconhecia que era preciso tomar medidas para tirar o estacionamento de longa duração do interior da Vila. Seria benéfico para tudo, especialmente para o comércio local. Manifestavam-se era contra a forma como seria feito. O PCP, por ideologia, naturalmente, achava que devia ser tudo feito pela Câmara e de borla. O PSD andava um bocado a tatear sem saber para que lado cair, mas sempre a fazer barulho com o assunto. Mas na verdade não foi pela oposição que a ideia caiu. Foi pelo que disse em cima. Não havendo lugares para tarifar no interior da Vila – na zona central há poucos e os que há seriam reservados a comerciantes e moradores -, as receitas da Tecnovia seriam apenas as dos parques exteriores à CP. Como nós, Câmara, considerávamos que as tarifas nesses parques teriam que ser baixas, a empresa considerou que iria perder dinheiro face aos investimentos que teria que fazer e desinteressou-se do assunto. 3.Tendo em conta a sua experiência a resolução do problema na sede de concelho passa por que soluções? Eu penso que a resolução passa exatamente pelo que estava planeado. Não vejo outra alternativa. Não me venham cá com histórias de posturas municipais a proibir mais do que uma hora de estacionamento aqui e ali e hordas de fiscais a passar multas tipo EMEL. Só tarifando o casco velho da vila sem contemplações para reivindicações absurdas é que se resolve o problema. E criando condições de estacionamento com segurança nos parques anexos à CP. Sei que a atual Câmara está em contactos com a CP ou a REFER com este objetivo. Parece-me um bom caminho, mas acho sinceramente que se deveria dar uma carácter empresarial a qualquer estrutura que gerisse o estacionamento da Vila – à semelhança, aliás, do que se faz nas cidades e vilas portuguesas que têm sistemas de estacionamento tarifado eficazes.


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Cultura 9

Jornadas da Cultura de regresso a Salvaterra alvaterra de Magos recebe de 14 a 23 de setembro a quinta edição das Jornadas de Cultura. A iniciativa, dinamizada pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, junta música barroca, a reedição do livro “O Paço Real de Salvaterra de Magos”, exposições, publicação de livro infantil e da Revista Magos, Noite de Fados e o Prémio Infante D. Luís às Artes em Pintura, entre outras atividades. O objetivo é dar a conhecer a história e a identidade do concelho através da dinamização de atividades de índole cultural. O programa arranca no dia 14 de setembro (sexta-feira), pelas 21h00, com a publicação da 2ª edição do livro “O Paço Real de Salvaterra de Magos” de Joaquim Manuel da Silva Correia e Natália Correia Guedes com música a cargo da fadista Teresa Tapadas e da violinista Natália Juskiewics, na Igreja Matriz de Salvaterra de Magos. No dia 15 de setembro (sábado), pelas 16h00, será inaugurada na

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Falcoaria Real a exposição “Teatros de Ópera no reinado de D. José I” – 265 anos da inauguração do Teatro de Salvaterra de Magos. Para as 17h00 está marcado o lançamento do livro infantil “O falcão e a formiga” da autora Rita Ferro ilustrado por Pedro Rocha e Mello, seguindo-se uma sessão de autógrafos. O livro é de distribuição gratuita a todas as crianças presentes, no entanto sugerimos que possa ser trocado por uma embalagem de cereais que será entregue à “Loja Social” para distribuição pelas crianças carenciadas do Concelho de Salvaterra de Magos” refere a autarquia. À noite, pelas 21h00, no pátio interior da Falcoaria Real, haverá fados com Ana Sofia Varela e Peu Madureira com uma singela homenagem ao fadista salvaterrense João Viana. O dia 16 de setembro (domingo) é dedicado à realização de mais uma edição do Curso de Iniciação à Falcoaria, organizado pela Associação Portuguesa de Falcoa-

Evento já vai an sua quinta edição

ria. As Jornadas de Cultura continuam no fim-de-semana seguinte com a entrega de diplomas e prémios aos participantes e inauguração

da exposição da 3ª edição do Prémio Infante D. Luís às Artes – Pintura, no dia 22 de setembro (sábado), pelas 16h, no Edifício do Cais da Vala em Salvaterra de Magos.

No dia 23 de setembro (domingo) haverá, no Mercado de Cultura de Marinhais, pelas 15h, homenagem e inauguração da exposição “Ti Alice Calçada. Marinhais, esta

terra é a minha inspiração”. No mesmo dia será lançada a V edição da Revista Magos, a revista cultural do Concelho de Salvaterra de Magos.

Já no tempo dos Romanos Vila Franca de Xira fazia parte da principal autoestrada sítio arqueológico dos Castelinhos, na Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, conheceu mais uma campanha de escavações nas últimas semanas. O Valor Local esteve no local e ficou a conhecer o que de mais importante esta paisagem arqueológica oferece, a qual começou a ser escavada com regularidade em 2008. O passo seguinte será a aquisição do terreno cujas negociações com o proprietário se aproximam do fim. O Monte dos Castelinhos oferece alguns dos vestígios mais impor-

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tantes a nível europeu do Império Romano. Do cimo da paisagem é possível apreciar o cruzamento de várias estradas e autoestradas, mas no século I A.C já este território era local de passagem privilegiado entre Lisboa (Olissipo) e Santarém (Scallabis). A Quinta da Marquesa, onde estivemos, conserva no seu topo os vestígios de um antigo povoado fortificado com uma ocupação humana com início há mais de três mil anos. A área colocada a descoberto até ao momento revelou um conjunto

Antiga fortificação destaca-se sobre a colina junto à freguesia da Castanheira

urbano de época romana datado do século I a.C., composto por vários edifícios e áreas de circulação, obedecendo a um plano predefinido de cariz ortogonal. A construção de raiz de um sítio desta dimensão, em meados do século I a.C., e a sua brusca destruição, apenas algumas décadas depois, levanta um amplo quadro de questões que o município tem procurado estudar ao longo das diversas campanhas. Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca, refere que a estratégia do turismo no

concelho vai passar em parte também por dar a mostrar cada vez mais este património, “tendo em conta a potenciação que está a conhecer com cada vez mais investigadores a interessarem-se por este sítio”. Neste sentido, “a Câmara agradece a generosidade dos proprietários ao permitirem a aquisição dos terrenos”. “Este espaço é muito importante para a construção do que foi Vila Franca de Xira nos seus primórdios na construção bélica e económica do Vale do Tejo”, acrescenta a vereadora da Cultura,

Manuela Ralha. Parte do que tem sido encontrado e valorizado nestas escavações encontra-se no Centro Arqueológico das Cachoeiras, no edifício da antiga escola primária mas também na antiga Igreja do Mártir Santo – Museu Arqueológico, onde está patente a exposição “Do Tejo à Montanha” que também coloca em evidência estes achados. A Câmara encontra-se a dinamizar o programa “Arqueólogo por um dia” dirigido às escolas onde se fomenta “o prazer pela descoberta” daquilo que é o património ar-

Alberto Mesquita ficou a conhecer as últimas escavações no local

queológico concelhio. Para o arqueólogo que trabalha no município, Henrique Mendes, a aquisição do terreno pode permitir à autarquia trabalhar de uma outra forma este património com novas campanhas de escavação e colocar o espaço ao dispor do público para visitação. Uma estrutura ortogonal é visível logo no início do caminho no Monte dos Castelinhos o que leva a supor que uma verdadeira cidade possa estar debaixo do chão, mas os arqueólogos referem que a metodologia não passa por aí, até porque no futuro poderão existir métodos menos intrusivos “para se conseguir ir ao arquivo da terra”, refere o arqueólogo do município, João Pimenta. Até porque as secções escavadas acabam desde já por ser conclusivas quanto à ocupação do terreno. “É importante não se escavar tudo e deixar-se algo para as gerações futuras”. “As escavações do Monte dos Castelinhos revelaram uma página insuspeita e desconhecida da Conquista Romana. Aqui foi estabelecido um aquartelamento militar relacionado com a presença de Júlio César no Vale do Tejo, e isso é um dado muito inovador”, diz. Foram ainda descobertos artefactos importantes como um escudo romano que já esteve em exposição em museus em Espanha e Portugal.


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Valor Local

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Universo do Campino homenageado em Samora Correia Exposição está patente no Palácio do Infantado

Duas gerações mas a mesma paixão ampino, do Campo à Festa” é o nome da exposição inaugurada no Palácio do Infantado em Samora Correia. A exposição fotográfica dá a conhecer trabalhos de nove fotógrafos. Em evidência a arte da campinagem, a devoção a Nossa Senhora de Alcamé, o ritual da ida às festas de Samora Correia. Este foi também o mote para o lançamento da candidatura do campino e da lezíria a património da Unesco que o município de Benavente está desde já a preparar, e como salientou o animador cultural da Câmara, Joaquim Salvador, “os campinos vão a todo o lado mas são nossos” até porque nos dias de hoje já são poucos e a grande maioria nasceu e cresceu neste

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concelho. “Foi aqui que eles foram paridos!”, disparou já no seu habitual estilo teatral o também ator. Os protagonistas da exposição são mesmo os campinos e o Valor Local falou com duas gerações sobre como é ser campino hoje em dia. Para Rui Moura que trabalha no campo desde sempre esta concretizou-se como uma homenagem “muito bonita” por parte do município de Benavente. Este campino como não podia deixar de ser também aparece retratado pela objetiva dos diversos fotógrafos convidados. Desde os 18 anos que abraçou a arte da campinagem. Trabalha na Companhia das Lezírias desde há oito anos. Cada vez há menos

trabalho, refere Rui Moura, mas mesmo assim a profissão vai conhecendo a entrada de sangue novo nestas lides. É o caso de Pedro Pinedo, 16 anos, que um dia decidiu vir para a campinagem e é com orgulho que no dia da inauguração da exposição, 15 de agosto, vestiu a roupa de gala do campino. Ser campino é um trabalho duro. Todos os dias Rui Moura acorda às seis e meia da manhã. Chega ao trabalho às sete e um quarto – “Agarro no meu cavalo, recebo as ordens e vou à minha vida. Dou a volta ao gado. A nossa vida no campo faz-se de acordo com o trabalho que haja para fazer naquele dia”. Pedro Pinedo começou há pouco tempo por in-

fluência do avô, conhecido campino na região. “Desde pequeno que eu ando lá com eles (campinos) mas nos últimos tempos como o meu avô agora quer sopas e descanso tem carregado mais em mim”, diz acrescentando orgulhoso desta espécie de ritual de passagem à primeira liga da arte. Quando se pergunta aos dois se este é um trabalho bem remunerado, Rui Moura diz – “Dá para comer e não passar a fome. Consegue-se pagar as nossas contas! Mas depende dos patrões”. Para Pedro Pinedo o que gosta mais de fazer no campo é de montar a cavalo e andar com os colegas de um lado para o outro naquilo que é preciso fazer na Companhia das Lezírias onde,

por enquanto, faz um part-time. Foi criado na Companhia, e ser um campino é algo bem visto pelos amigos, sendo que alguns deles também o são. Vestir num dia como aquele o traje de campino – “É um orgulho para mim porque significa que fui fardado pelo meu avô”. Rui Moura já se farda há uns anos, e é sempre “um orgulho”. A população do concelho, nota Rui Moura, dá valor aos campinos mas sente-se mais próxima das tertúlias pela componente da brincadeira e da “cowboyada”, diz. “Só nos dão mais valor quando são as entradas de touros e as recolhas, porque fora disso passamos despercebidos”, atesta. Rui Moura vai a várias festas

na região como campino desde Santarém a Alcochete. A festa mais especial de todas é a de Benavente – “Tem uma boa envolvência”. “É uma festa muito boa e muito rija, principalmente quando é o dia da picaria e do jogo de cabrestos”. Vítor Cartaxo é um dos fotógrafos com trabalhos nesta exposição. Com frequência fotografa os ambientes relacionados com os campinos quer em contexto de trabalho, já que trabalha em vídeo e fotografia numa autarquia da região, quer em alturas de lazer. O Colete Encarnado é um dos acontecimentos que por norma fotografa e que oferece instantes de magia também retratados nesta mostra.

Carlos Alves apresenta “Vozes de Burro” ozes de Burro” é a mais recente obra de Carlos Alves, escritor arrudense com raízes albicastrenses, vencedor da última edição do Prémio Literário Alves Redol, do município de Vila Franca de Xira, na modalidade de conto com este mesmo livro. Em conversa com o jornal “Chafariz de Arruda”, o autor refere que a obra aborda diversos temas como a paternidade, o quotidiano, a passagem dos anos pelo indivíduo, no fundo “contém diversas abordagens existenciais”. O quotidiano e a vida doméstica, os vários estádios do indivíduo na sua dimensão psicológica, e emocional com todas as suas fragilidades também são notas a relevar deste “Vozes de Burro”. Carlos Alves divide-se entre a escrita, a investigação e o ensino. É professor, formador e investiga-

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dor. Licenciado em Filosofia, é ainda responsável pelo Fórum Intervenção | Fórum Permanente de Discussão e Reflexão Política para a Promoção da Cidadania Ativa. A sua investigação tem-se centrado nos movimentos sociais, políticas de contestação, participação política, cidadania, sociedade civil e teorias da justiça. Entre outros prémios literários, venceu o mesmo prémio Alves Redol em 2009, mas nunca editou essa obra que espera que possa ver a luz do dia, entretanto, já com uma nova editora. Vem publicando na imprensa (Público e Observador) e em publicações literárias e artísticas de que se destacam a revista Bíblia, Egoísta e Umbigo. Em novembro prepara-se para lançar nova obra. Trata-se de um livro infantojuvenil que já está na fase de ilustrações

e que será apresentado na mesma altura no Centro Cultural do Morgado em Arruda. Para já “Vozes de Burro” está disponível para leitura em várias bibliotecas da região em Arruda, Sobral e Alverca. Segue-se a fase de venda ao público na Bertrand e FNAC e mais sessões de apresentação. O júri do Prémio Literário Alves Redol considerou a obra como um bom exemplo do conto realista em Portugal com episódios circunstanciais que encerram, por consequência ou antítese, uma moralidade. Esta é uma obra que também aborda a peculiaridade do português, o eterno insatisfeito “e o hábito de estarmos sempre a criticar que não nos leva a lado nenhum”, diz o autor. Em Portugal faça-se o que se fizer nunca se chega ao céu, isto é à felicidade.

Carlos Alves divide-se entre a escrita, a investigação e o ensino


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Aterro de Azambuja

Empresa acusa a Câmara de ter dado luz verde a todo o processo no mesmo dia Sílvia Agostinho presidente da Câmara de Azambuja continua em blackout quanto ao tema do aterro e a todas as incidências do mesmo, refugiando-se no denominado segredo de justiça tendo em conta que o processo de licenciamento da unidade gerida pela Suma/Triaza está a ser investigado pelo Ministério Público e no que denominou por “más interpretações do assunto” por parte da comunicação social. Numa das últimas reuniões de Câmara, o munícipe António Pires, que vive nas imediações da Quinta da Queijeira onde se situa o aterro, voltou a pedir explicações infrutiferamente. O munícipe mostrou o seu desagrado perante determinados temas do processo os quais teve oportunidade de ler na CCDRLVT nomeadamente a carta que a Zubareia-Agragados Ibéricos envia àquela entidade a dar conta do licenciamento instantâneo de uma série de obras, que desembocaram em última análise na agilização de todos os trâmites que vieram a possibilitar a implantação do aterro em Azambuja. O Valor Local consultou o processo e na informação enviada pela Zubareia pode ler-se o desagrado da empresa não só quanto ao facto de por portas e travessas se ter permitido a expansão para além dos 4,5 hectares da área para aterro, estando neste momento na CCDR um total de 16 hectares para a unidade em causa. “Surpreendentemente verificamos que no processo aparece uma planta em nome da nossa empresa com a implantação, licenciamento de alterações – cé-

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A empresa dispõe de todas as autorizações para que este cenário se verifique em triplo a escassos metros da vila de Azambuja

lulas e diversos. A nossa empresa é totalmente alheia a esta planta bem como às que aparecem datadas de 12 de maio como plantas de implantação com o nome da nossa empresa”, refere a Agregados Ibéricos e vai mais longe no apontar do dedo ao município – “O mais grave é que o chefe de divisão do Urbanismo aceitou como válidas as ditas plantas, como refere quando diz que a área de intervenção incide sobre grande parte da propriedade (Planta Geral do Aterro) quando tinha no processo a certidão de localização emitida pela CCDR que dizia: emite parecer favorável à localização do aterro a realizar no areeiro desativado na Quinta da Queijeira”, ou seja apenas na área dos 4,5 hectares. Recorde-

se que em finais de década de 90 a Zubareia quis ampliar a área de extração de areias mas foi impossibilitada por ser zona de sobreiros, espécie protegida. (A SUMA viu-se a braços com acusações recentes que davam conta do corte em massa desta árvore no local, quando iniciou as movimentações de terras, mas segundo as autoridades e apesar das diferentes evidências, foi posta uma pedra no assunto com a sentença de que não foi possível constatar tal). A Agregados Ibéricos continua a referir na carta que “o senhor chefe de divisão Paulo Natário só por negligência ou dolo pode ter aceite a dita planta geral do aterro”, e logo “o aterro em área fora da pedreira número 5430”.

Agregados Ibéricos acusa: “Passo decisivo no licenciamento foi feito no mesmo dia e sem demoras pela Câmara de Azambuja” Sustenta ainda a empresa que o processo de execução da empreitada da construção/movimentação de terras que viria a dar azo às primeiras incursões da Suma no terreno teve no dia um de abril de 2016 um despacho a todo o vapor por parte da Câmara. Pedro Ribeiro, gerente da empresa, constata ao Valor Local – “Em que Câmara é que um processo destes é despachado pelo arquiteto; pelo chefe de divisão e pelo presidente da autarquia no mesmo dia?”, deixa no ar sem querer fazer mais comentários. A aprovação teve como

base ainda uma informação dos escritórios M.Rodrigues e Associados (escritório que trabalha com o município) que considerava como não eficaz a revogação do reconhecimento de interesse público para o projeto, pela Assembleia Municipal no mês de janeiro de 2014. A Agregados Ibéricos sustenta ainda que uma das determinantes para a revogação seria a sua aceitação pelas partes interessadas o que foi o seu caso. Na resposta da Câmara à CCDR sobre as críticas da Agregados Ibéricos, a autarquia refere que a empresa enquanto titular do processo 17/13 LEG e de elementos escritos e desenhados sempre esteve a par dos limites da área em questão a servir o projeto da SUMA, “e onde são evidentes por

um lado que a área da intervenção incide sobre grande parte da propriedade, a denominada Planta Geral do Aterro, e por outro que a planta de localização que acompanha o ofício da CCDR-LVT, “onde esta entidade emite parecer favorável à localização do aterro é compatível com esta Planta Geral do Aterro”. Ainda em reunião de Câmara, o presidente da autarquia apenas deixou no ar que fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir a abertura de mais “buracos” pela empresa, sendo certo que a Triaza dispõe de todas as autorizações para numa área de 16 hectares (segundo a CCDR) abrir três células para a sua atividade na Quinta da Queijeira. A célula 1 (a atual) e 2 terão capacidade para 250 100 toneladas e 337 100 m3 de volume, e estarão no ativo nos primeiros 12 anos da empresa ou seja até 2029; a célula 3 terá capacidade para 601 900 toneladas e 812 600m3 com duração de 17 anos. (Na próxima edição o nosso jornal vai continuar a evidenciar outros dados do processo que conduziu ao licenciamento de um aterro de resíduos não perigosos no concelho de Azambuja, os quais estão neste momento estão a ser investigados pelo Ministério Público. Tal como noutras edições continuamos a reforçar a necessidade de a Triaza poder falar abertamente de todas as suas implicações no processo, sendo certo que até hoje nunca obtivemos feed-back positivo da mesma em relação ao nosso jornal tendo em vista uma entrevista presencial)


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14 Destaque

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Depois de carro roubado trancas à porta Miguel A. Rodrigues magine chegar ao lugar onde estacionara o seu carro e verificar que já não se encontra nesse sítio. À primeira impressão o nosso cérebro duvida: “Terei estacionado noutra rua?” Minutos depois, o cérebro vai processando e chega à conclusão que lhe roubaram o carro. O cenário parece irreal. Será que aquilo que só acontece aos outros também se passou consigo? Ainda pergunta à sua mulher

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onde o estacionou quando veio das compras. Ou a mulher desconfia que o marido o deixou à porta de um bar na noite anterior, mas aos poucos essas suspeitas vão desaparecendo e chega mesmo à conclusão que lhe levaram o carro. O impacto dessa situação é avassalador. Pensar que lhe roubaram a viatura que ainda está a pagar e que lhe faz falta para ir trabalhar no dia seguinte não é fácil. Mais avassalador se torna, quando se apercebe que é impotente nessa situação e que nem mes-

Dados 1 de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2018

Sempre que uma viatura é furtada ou roubada, a GNR, para além de recolher todos os dados sobre a mesma, é registada numa base de dados própria, sendo a informação partilhada por todas as polícias nacionais e estrangeiras. As viaturas furtadas e roubadas podem ter diferentes destinos, nomeadamente, para utilização na prática de outros crimes, para a venda, após viciação da viatura e respetivos documentos, assim como, para desmantelamento e aproveitamento de peças. Dados Comando Geral da GNR

mo as autoridades o conseguem descansar, pois não há garantias que a sua viatura apareça, alguma vez, em território nacional e de preferência inteira. Muitas das vezes, esses roubos, nomeadamente, no que toca a veículos de grande cilindrada têm como destino outros países, não sendo certo se a sua viatura aparecerá intacta. Só tem uma solução… aguardar e confiar no trabalho das autoridades As histórias que contamos nesta edição do Valor Local são genuínas. São pessoas de trabalho que precisavam dos seus carros para o dia-a-dia. Em comum têm o sentimento de insegurança todos os dias, e aplicam o chavão de “Casa roubada, neste casocarro roubado trancas à porta”. Pedro Pimentel é o exemplo disso mesmo. Depois de lhe levarem o carro e a mota de uma garagem em Azambuja, o diretor de segurança de uma empresa privada colocou câmaras de vigilância, após o roubo, que antes não acreditava serem precisas tendo em conta a vizinhança e até os enormes portões e imobilizador de segurança do seu veículo Mas vamos por partes. Pedro Pimentel diz que gostava estar “cara a cara” com o criminoso. “Só lhe perguntava o porquê”, refere o lesado. A juntar a esta questão Pedro Pimentel gostaria também de saber como levaram um Mercedes com diversas proteções de segurança, desde o alarme ao Keyless Go, que desliga através da impressão digital. Ao Valor Local diz que nunca mais esquece aquele dia 27 de outubro de 2014. Foi um vizinho que o alertou depois de ver que a porta da gara-

Contornos do roubo são evidenciados como rocambolescos gem principal e da sua Box estavam abertas e com as luzes acesas. Pedro Pimentel diz que lhe custou a acreditar na situação, e quando desceu para ver o que se passava, descobriu que não só lhe tinham levado o carro, como também a mota e mais alguns pertences, para além “de deixarem a garagem toda desarrumada”. Pedro Pimentel diz que chamou imediatamente as autoridades e que estas ainda demoraram algum tempo a aparecer. Ainda assim, aguardou pelo trabalho das mesmas, continuando incrédulo, quanto ao que estava a viver. Da garagem levaram a mota, o capacete que estava guardado num saco, o carro, vinhos da garrafeira, portáteis, telemóvel da empresa onde trabalhava nessa altura, e outros bens pessoais, refere o visado, acrescentando que “só quem conhecesse as minhas rotinas e soubesse o que guardava aqui, poderia ter feito isto”. Pedro Pimentel diz ter as suas suspeitas, mas sem avançar por-

menores salienta que, ao longo destes anos, foi tendo algumas pistas e que a atuação das autoridades, nomeadamente, a GNR e o Núcleo de Investigação Criminal daquela força de segurança deixaram muito a desejar. Pedro Pimentel não é de facto um homem de sorte. O lesado refere que pouco tempo depois do assalto a sua mota terá sido vista por uma patrulha da GNR numa casa abandonada em Torres Novas, mas não constava no SEI (Sistema Estratégico de Informação da PSP) para ser apreendida. A mesma patrulha “não fez nada, embora tivesse achado estranho que a mota, quase nova, estivesse naquele barracão abandonado.” Contudo a GNR de Torres Novas ainda questionou o posto de Azambuja, e este, passado uns dias do avistamento, desloca uma patrulha por volta da meianoite a casa do lesado, questionando-o se seria proprietário da moto. Depois de alguma discussão, terá

dado indicações para apreender a mota, contudo quando a GNR de Torres Novas lá voltou, já não havia sinal da mesma. E é aqui que começam os problemas. Como é que o roubo da mota e do carro de Pedro Pimentel não estavam no SEI comum a todas as polícias? Ora de acordo com o lesado, a GNR de Azambuja à época “não comunicou as matrículas dos veículos, para apreensão”, e isso levou a um atraso na identificação do material furtado. Quanto ao carro, e por informação do Ministério Público, o lesado salienta que a sua matrícula “foi encontrada na via pública no Entroncamento”. O achado só não foi um fenómeno, tendo em conta a localidade, porque o restante do veículo até aos dias de hoje não apareceu. Pedro Pimentel mantém a fasquia elevada. Continua a apontar o dedo às autoridades e a desconfiar de como lhe assaltaram a garagem em que para além de lhe levarem bens pessoais, deu-se


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Agosto 2018 também o roubo de material que tinha no carro da empresa que estava estacionado à porta da sua box. E afinal como lhe levaram o carro? Quanto a isto há várias teorias. A viatura tinha todos os requisitos de segurança e naquela madrugada não foi acionado nenhum alarme, nem nenhum vizinho deu pelo alegado alarido que o alarme do carro teria feito. Uma das teorias é de que o assalto “foi feito por profissionais que poderão ter utilizado um reboque, que entraria na garagem muito facilmente até à box” de Pedro Pimentel. “A outra teoria é a de que

o assalto pode ter tido a conivência de algum vizinho de modo a permitir a entrada no prédio ou garagem”, refere. Quanto à mota, a mesma apareceu desmontada num armazém, em Salvaterra de Magos, que estava alugado a uma pessoa de Vila Chã de Ourique. Essa parte do processo ainda está em investigação, mas há uma audiência de tribunal marcada para janeiro de 2019. Pedro Pimentel ainda tem esperança em recuperar as peças da mota para a tentar reconstruir, se for possível.

Belarmino Simões quase que ficou sem carro duas vezes Belarmino Simoes até é um homem de sorte. Isto se avaliarmos as duas tentativas que sofreu para lhe levarem o carro. A primeira foi no final dos anos 90. Tinha um Fiat Uno que usava para ir trabalhar e para dar uns passeios em família. A viatura modesta era das mais fáceis de abril e levar. Reza a lenda entre os proprietários dos Fiat, nomeadamente os Uno, que a sua segurança não é a mais perfeita. Há inclusive manuais na internet em português do Brasil,

A Belarmino Simões roubaram duas viaturas ambas recuperadas

que explicam como abrir aquele carro apenas com uma corda, depois é só abrir por baixo do volante e fazer uma ligação direta. Todavia a simplicidade da segurança deste automóvel é também sinónimo de dor de cabeça para os seus donos. São muitos os relatos de roubos destes carros, só superados, segundo as autoridades pelos dos Honda Civic. Estamos a falar na década de 80 e 90, altura em que uma simples antena ou autorrádio mais corriqueiro eram alvo da mira dos larápios. O Fiat Uno de Belarmino Simoes era tudo isto, e claro, à época, apetecível para os ladrões. A viatura, essa, estacionava-a à porta de casa. Todos os dias pela ma-

Destaque 15 nhã pegava nela e ia para o trabalho, mas naquele dia até pensou que a tinha estacionado noutro lado. Belarmino Simões deu por falta da viatura e chamou a GNR que apareceu de imediato. Depois da situação verificada, nisto Belarmino diz que começou a ouvir o seu carro: “Tinha um som que eu bem conhecia. Esperei e vi três pessoas a estacionar o carro no mesmo sítio onde estava”. Belarmino gritou e foi aí que os ladrões, todos jovens, se dissiparam para as imediações. O lesado diz ao Valor Local que não podia enfrentar os três sozinho, mas gritou, e ainda correu atrás de um, e a sua esposa de outro “mas nunca mais os apanhámos”.

A investigação não deu em nada, e o lesado acabaria por ter de reparar a viatura às suas custas. Anos mais tarde, foi a carrinha de Belarmino – a protagonista de uma nova história. “Tinha uma Nissan Vanette, que foi levada também aqui de casa”. Mas este é um caso mais rocambolesco. A viatura que usava na sua carpintaria teria sido furtada e foi arrastada para uma perseguição policial. Aparentemente alguns jovens terão achado piada, e a facilidade do furto levou a que a conseguissem roubar da porta de casa. O dia estava chuvoso e a Brigada de Trânsito da GNR que estava em fim de turno ia a passar. Conta, Belarmino Simões, que a


16 Destaque

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Otília Andrés ainda pagou o selo do carro durante um ano BT reparou que a carrinha seguia num trajeto errante e decidiu intercetar o veículo. Mas os larápios terão ficado atrapalhados e não respeitaram a ordem de paragem. O resultado levou a que a GNR disparasse um tiro que ficou ate aos últimos dias da carrinha na traseira, mas nem mesmo isso travou os assaltantes. A BT tinha pedido ajuda ao posto de Azambuja, que acabaria por encontrar a Nissan Vanette estacionada à porta da junta de freguesia de Azambuja, sem sinal dos ladrões. Belarmino refere que estas duas situações deixaram marcas e nos

dias de hoje redobrou os cuidados com o seu atual automóvel. Otília Andrés já não descura a segurança do seu carro Em 2013, Otília Andrés constatava que o seu carro, um Honda Civic azul, já não estava estacionado onde habitualmente o colocava todos os dias, ou seja, à porta de casa. O pesadelo que até aos dias de hoje não foi resolvido, aconteceu num final de ano que ficou marcado na sua memória e da sua família. Otília Andrés, residente no Carta-

Otília tinha um gosto especial por este veículo e pela marca

xo, diz que tinha conhecimento que aquela marca e modelo, particularmente, era fácil de roubar. Aliás como referimos esta é das viaturas mais apetecíveis pelos assaltantes. Todavia isso não terá sido obstáculo, já que a lesada tem um gosto especial por este carro, nunca acreditando que o azar lhe pudesse bater à porta. “Fui à varanda, e como estava estacionado em frente, ainda duvidei se tinha ou não estacionado noutro lado, mas segundos depois percebi que o tinham levado”, refere a lesada que reconhece que a viatura furtada não tinha a funcionar o alarme, o que poderia ter evitado o furto. Otília Andrés refere que durante um ano ainda pagou o IUC do carro, com esperança de que este aparecesse, contudo a PSP do Cartaxo e as estatísticas não estavam a favor dessa hipótese. A lesada refere que o tempo que esteve sem carro revelou-se como complicado. A morar no Cartaxo, os transportes são escassos. “Temos poucos autocar-

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Ana Ansião conseguiu recuperar o seu Audi em poucos dias ros, e mesmo com os autocarros existentes é difícil ter a mobilidade que precisamos para fazer a nossa vida, ir às compras, passear e sobretudo trabalhar”, refere Otília Andrés que destaca como positivo o facto de estar a trabalhar no Cartaxo na altura. Otília Andrés diz que colocou na agenda dois meses para que ocorresse um desfecho, como isso não aconteceu, decidiu comprar outro carro. Otília adquiriu então um novo Honda Civic, mas desta vez já com todos os sistemas de segurança a funcionar, nomeadamente o alarme. Quanto ao carro furtado, diz que nunca mais soube de nada. A viatura continua desaparecida, mas acabou por cancelar a matrícula, fechando assim um capítulo complicado na sua vida. Facebook ajuda na recuperação de viaturas Foi graças às mensagens e partilhas na rede social Facebook, que Ana Ansião e Sérgio Ferreira

Segundo a proprietária a viatura pode ter estado envolvida num assalto no Algarve conseguiram recuperar a carrinha audi que lhes furtaram à porta de casa no bairro da Ónia em Azambuja. A viatura, furtada a 20 de setembro de 2015, foi recuperada cinco dias depois em Alcoentre, e graças às redes sociais e ao olhar dos sapadores florestais que em Alcoentre viram a carrinha a fazer peões num terreno por cima da biblioteca local. Um dos sapadores tinha inclusive telefonado a um amigo com um carro igual, mas depressa se apercebeu que aquela era a carrinha cujo apelo tinha visto na internet. A história é igual a muitas outras, mas com um final mais ou menos feliz. Sérgio tinha uma chave suplente no seu jipe. Ana tinha a chave principal. Mas aquela noite no Bairro da Ónia foi tudo menos pacífica. Enquanto no campo da feira decorriam as festas da freguesia, os larápios mexiam-se mais à vontade pela madrugada fora. Conta, Sérgio Ferreira, que a sua teoria aponta para a alegada sorte dos ladrões o que originou a sua pouca sorte. Recorda que na mesma noite foi assaltado um Opel, retirada a vareta do óleo, que depois serviu para abrir a porta do seu jipe, onde guardava um molho de chaves. “Depois disso calculo que apontaram a chave ao carro, apertaram o botão do comando e o carro abriu”. A teoria de Sérgio bate certo, por-

que a carrinha quando foi deixada abandonada em Alcoentre, tinha inclusive a chave na ignição. Mas a história não se fica por aqui. Conta Ana Ansião que a viatura poderá ter participado num assalto no Algarve. Esta era a localidade do suspeito das autoridades que investigaram o furto. O assalto foi confirmado, mas até hoje não se provou que a viatura tivesse sido utilizada. Provou-se, no entanto, através da Via Verde, que esta tinha passado num ponto da autoestrada a caminho do sul. Ainda assim a viatura foi alvo de perícias por parte da GNR. A carrinha esteve retida para investigações e recolha de vestígios, que aparentemente como em outros casos não viriam a dar em nada. Nos dias que correm, o Audi ainda está na posse da família, depois de uma aventura, alegadamente, pelo Algarve e muitas dores de cabeça associadas. Ana Ansião atribui o sucesso do reaparecimento do carro ao Facebook, que através de um post, com cerca de 500 partilhas, motivou imensos comentários e a chamada telefónica para as autoridades a relatar onde estava a viatura. Um caso com um fim mais ou menos feliz, porque embora a viatura tenha aparecido inteira, a sensação de que foi utilizada por desconhecidos, nunca mais desaparece até aos dias de hoje.


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18 Opinião

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Honda 360 unca tive nenhum carro roubado ou “desaparecido”. Sorte a minha, talvez. Não é que eu não seja uma pessoa com todas as características para ser assaltado ou espoliado de qualquer coisa que me pertence: sou distraído, bem intencionado nas relações que estabeleço e mantenho, um optimista nato que nunca pensa, quando deixa o carro estacionado em qualquer esquina de Lisboa ou baldio das Virtudes, que pode, ao regressar, encontrar apenas o sítio vazio. Mas ser roubado não fez, até agora, parte do meu código genético. Nunca me lembro, também, de os meus pais terem sido assaltados ou que os carros modestos que sempre foram tendo atraíssem qualquer traficante de peças. É bem verdade que a minha mãe se roía de inveja duma irmã que parece ter catalisado nela todas as atenções de vigaristas e ladrões: já foi assaltada para cima de uma dúzia de vezes – em casa, na rua, a correr na Mata do Jamor – e a minha mãe…nada! Não tinha nenhuma história de assalto para contar à plateia, enquanto a minha tia, semana sim, semana não, era arrastada na Rua do Carmo, arrancavam-lhe a mala numa rua de Oeiras, onde vive, entravam-lhe pela janela da marquise, levavam-lhe o carro do parque de estacionamento. Mas a verdade é que, num período da minha vida, tive a sensação, por diversas vezes, que me tinham abarbatado o carro, o primeiro carro que eu tive. Era um Honda 360 cor de laranja – nos princípios dos anos setenta ainda não havia conotações políticas das cores – que eu ti-

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Joaquim António Ramos

nha comprado, novinho em folha, com um empréstimo do meu pai. Custou na altura quarenta e oito contos (para os mais novos, duzentos e quarenta euros…) e paguei-o, escudo por escudo, ao meu “banco” familiar. Alombei, durante umas férias grandes, com latas ferventes de calda de tomate nos armazéns da Sugal e o primeiro quarto da dívida foi saldado com o suor das minhas costas. Para pagar o restante – e outros gastos também – eu, que frequentava então o terceiro

rafernália de sebentas, livros de estudo, folhas, no minúsculo porta bagagens do Honda que, para além de carro e arquivo, era também mesa de trabalho. Como eu tinha que ficar de tarde em Lisboa, por causa das aulas nocturnas, mandei fazer uma tábua à laia de tampo de secretária. Sentava-me no banco de trás do Honda, punha a tábua nos joelhos e ali “marrava” em livros e sebentas, fazia os meus trabalhos, recebia amigos e colegas e preparava as aulas que daria à

recesse nas imediações, o que por vezes demorava uma eternidade – embora nesse tempo ainda não houvesse EMEL, Lisboa já era um inferno em termos de estacionamento. Quando as minhas aulas terminavam, voltava ao lugar onde supostamente tinha estacionado mas, do Honda cor de laranja, nem sinal. Se eu me dirigia ao princípio da Rua do Salitre, onde me parecia tê-lo deixado, tinha que correr a rua de cima a baixo e ele aparecia-me a meio. Se

ano de Económicas, consegui um emprego a dar aulas de Matemática e Geografia para adultos, em período nocturno, num colégio situado para os lados do Largo do Rato. Aquele carro era tudo para mim. Vinha de manhã para Lisboa, para as aulas, e tinha toda a pa-

noite. Naturalmente que, tendo eu vinte anos, a utilidade da carripana foi para além do descrito, mas isso são outras histórias… Ao fim da tarde, comia qualquer coisa na cantina de Económicas e lá ia eu, Rua de S. Bento acima, até ao Rato. Parava o carro em qualquer buraco que me apa-

pensava que o tinha deixado num recanto da Alexandre Herculano, ele aparecia-me estacionado no princípio da Escola Politécnica. Que diabo, eu sempre fui distraído, mas demasiado jovem para ter Alzheimer. Aquilo começou a cheirar-me a coisa a mais. Parecia que o raio do Hon-

Fidel exacção (ou infidelização) ontrato com uma fidelização “normal” de 24 meses. Ao chegar ao termo, a operadora nada disse, mantendo o pacote. Continuei a pagar o mesmo que de início acordara. Surgiu-me uma oferta mais aliciante, a preços mais acessíveis. Procurei fazer cessar o contrato. Disseram-me então que teria de pagar os meses em falta mais uma compensação por não cumprir a nova fidelização. Terei de ficar “amarrada” por mais 20 meses? Para não pagar as indemnizações que me impõem?” No que respeita à duração do contrato, estabelece a lei: Informação … clara, perceptível, em suporte duradouro, incluindo * eventual período de fidelização (atribuição de qualquer vantagem ao consumidor, identificada e quantificada, associada à subsidiação de equipamentos terminais, à instalação e activação do

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serviço ou a outras condições promocionais) … * O contrato caduca findo o período por que se celebrou. Cai da árvore como se de fruto maduro se tratasse. * A haver fidelização, não se pode clausular que o contrato se renove sucessiva e automaticamente. * No decurso da fidelização (ou no seu termo) não se pode estabelecer uma nova fidelização. * Exceptua-se, é óbvio, o facto de, por vontade validamente expressa pelo consumidor, haver novo contrato, susceptível de conferir novas vantagens, através de equipamentos terminais ou de condições promocionais devidamente explicitadas. * Em caso algum, poderá a oferta abranger eventuais “vantagens” cujos custos hajam sido já amortizados ou recuperados. A manterse o perfil da oferta, os preços terão de baixar (deduzindo-se o que

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foi já objecto de recuperação no período anterior). * Aliás, finda a fidelização, nem se pode agora significar que - na ausência de acordo quanto a novo período – o contrato se renovará e o valor a fixar como contrapartida pelo serviço não pode ser superior aos preços normais praticados àquela data, abrangendo tão só os encargos relativos ao acesso, utilização e manutenção. Porque o contrato não se renova automática e sucessivamente… * O Supremo Tribunal de Justiça (Cons.º João Trindade), em 14.Nov.13 (antes ainda das alterações legislativas de 2016), já o fizera por decisão do teor seguinte: “V - Alegando a operadora que a fixação da cláusula de permanência mínima (cláusula penal de fidelização) é justificada pelos custos incorridos com as infra-estruturas para prestação do serviço e com os equipamentos entregues

ao cliente, é a mesma desproporcionada se abarca, não apenas o período de fidelização inicial, em que tais custos foram recuperados, mas também o período de renovação automática subsequente.” * Antes do termo do prazo de duração do contrato, a operadora tem de advertir o consumidor de que o contrato caducará. Cessando obviamente se de eventuais negociações encetadas novo contrato não resultar. * Por conseguinte, o consumidor, nestas circunstâncias, pode optar por um novo contrato com fidelizações por seis ou doze meses sem qualquer acréscimo, antes com a redução proporcional dos encargos já suportados, a título de amortização ou recuperação dos custos dos terminais. * A continuidade do serviço, no silêncio das partes, é susceptível de configurar um “contrato forçado”,

da tinha ganhado vida própria e andava a brincar às escondidas comigo. Mas como na maior parte dos dias ia ter direitinho onde julgava tê-lo deixado e ele lá estava, quieto e cor de laranja, atribuí aqueles desencontros esporádicos à minha distração. Como eu às vezes, apertado com o horário, o deixava estacionado um bocadinho fora das regras – segunda fila, rodado em cima do passeio e coisas assim -, deixava sempre no tablier, bem visível, um cartão com o número de telefone do Colégio. Até que um dia o mistério foi resolvido. Estava eu a dar uma aula de matemática e ia a meio dum exercício no quadro, cheio de xises e ípsilones, envolto numa nuvem de pó de giz, quando a porta da sala se entreabriu, com o funcionário da secretaria a tentar chamar a minha atenção, com sinalefas e pssst, pssst! Saí da sala. “Professor, o seu Honda está na Avenida da República. Foi a Polícia que telefonou para cá a dizer”. “Pode lá ser”espantei-me eu – “ tenho a certeza que aí não o deixei!”. “Mas está” – insistia o homem – “pelo menos é o que a Polícia diz. E pior, está estampado e com a frente toda deitada abaixo!”. “ Não pode ser, é engano, eu tenho a chave na sala de professores, no bolso do meu casaco, e o carro não anda por ele próprio nem sem chave…” protestava eu, já a desconfiar de que o mafarrico cor de laranja tinha poderes mágicos de autolocomoção. Esclareceu-se então o mistério. Não só o da Avenida da República mas todos os restantes episó-

dios de desencontros entre mim e o Honda. É que o rapaz do refeitório, doido por carros e tudo quanto fosse mecânico, apercebeu-se da minha distração e da minha rotina. De vez em quando, esperava que eu entrasse para a aula de cinquenta minutos, ia-me ao bolso do casaco buscar a chave e dava umas voltinhas por Lisboa no Honda, cronometradas para trinta ou quarenta minutos. Algumas vezes já estava ocupado o lugar de estacionamento onde o carro parqueara e ele tinha que o arrumar noutro local. Estavam explicadas aqueles desencontros entre mim e o meu Honda cor de laranja. Só que nessa noite a coisa não correu bem e ele espetou-se com o Honda num marco de correio da Avenida da República! A coisa terminou em bem. O rapaz pagou o arranjo e eu não fiz queixa à Polícia, porque ele nem carta de condução tinha! Eu disse ao princípio que nunca me roubaram nada? Mentira. Roubaram-me a estrelinha dum mercedes, as roscas dos pneus dum outro carro e metade do friso do vidro da frente do meu atual carro. Mas não atribuo esses roubos a qualquer gang organizado. Limito-me a pensar que algum transeunte que passou pelo Largo da Igreja tinha necessidade dessas componentes…

Mário Frota* proibido nos termos do n.º 4 do art.º 9.º da LDC – Lei de Defesa do Consumidor, como do art.º 28 da Lei dos Contratos à Distância: * “1 - É proibida a cobrança de qualquer tipo de pagamento relativo a fornecimento não solicitado de bens… ou conteúdos digitais ou a prestação de serviços não solicitada pelo consumidor…” 2 - … a ausência de resposta do consumidor na sequência do fornecimento ou da prestação não solicitados não vale como consentimento.” * Ademais, o fornecimento nestes termos consubstanciado constitui ilícito de mera ordenação social passível de coima, entre 3 500,00 e 35 000,00€, para além de sanções acessórias. * Isto, a despeito do que se diz acerca do preço em caso de ausência de acordo relativamente ao estabelecimento de “novo” perío-

do de fidelização: é que agora o contrato não se renova automática e sucessivamente. * Logo, o consumidor pode a todo o tempo romper a aparente relação jurídica subsistente, sem que haja de sofrer quaisquer consequências pelo facto, antes lhe sendo devido o que eventualmente houver pago durante o período em que a situação persistiu. É essa a solução que decorre, de forma coerente, da lei, ao que se nos afigura. apDC- DIREITO DO CONSUMO Coimbra


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Um Município – Marca ada pode parar alguém com a atitude ideal a conquistar sua meta; nada na Terra pode ajudar alguém sem comprometimento” – Thomas Jefferson Desde há três anos, concretamente em maio de 2015, demos início a uma vontade explícita de colocar o concelho de Azambuja como um concelho laboratório na área do empreendedorismo. Foram realizadas diversas e vastas ações para ir ao encontro do desiderato. Foi dado mais um passo para concretizar esta ideia, o protocolo de colaboração entre o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

“N

(ISCSP) e a Câmara Municipal no passado dia trinta e um de Julho. De todas as ações realizadas para cumprir esta meta, destaco algumas que, pelo entusiasmo, são a porta estandarte do programa “Construir o Futuro em torno da inovação”: exposições de empreendedores e futuros empreendedores dando conta das suas ideias e produtos que se encontram no mercado para melhorar o concelho; seminários com a comunidade empresarial na área da logística para perceber as suas necessidades e expetativas em relação à política de colaboração com o município;

entrega de certificados de mérito aos alunos pelos excelentes resultados em certames nacionais e internacionais, na mostra dos seus projetos escolares; lançamento do programa PICA (partilhar, investir, conhecer e aprender) nas escolas, tendo conseguido, através da excelente colaboração com a NERSANT, formar 27 professores e cerca de 100 alunos nas áreas do empreendedorismo e inovação; a missão ao agrofórum, evento promovido pela CPLP, levando ao evento empresários locais, estudantes universitários do nosso concelho e o senhor presidente da Câmara. Aí, os empresá-

rios foram recebidos pelo Secretário-Geral da CPLP; realização das jornadas do investimento em junho de 2017, com a presença de várias entidades e empreendedores, nomeadamente, o ISCSP, tendo como objetivo explicar as linhas de força que juntam a tripla hélice do nosso concelho com vista à sua sustentabilidade, isto é, a academia, as empresas e as pessoas; foram realizados diversos seminários de potenciais áreas de negócio. O último seminário realizado foi a dezanove de julho deste ano, sobre a inovação na área dos vinhos. Neste seminário estiveram presentes dezassete produtores

Haters, o prazer de odiar sem limites ão se tivesse adoptado o estrangeirismo e talvez as pessoas sentissem um pouco de vergonha por aquilo que, sem se aperceberem, mais gostam de fazer nas redes sociais e que, por si só, espelha o que a maioria pensa sobre tudo e em, praticamente, todas as circunstâncias. E se o desabafo não tiver lugar no Facebook, no Twitter ou no Instagram, pois que ninguém se faz rogado e respinga da mesma maneira na rua, no café, à porta de casa ou no supermercado. Já ninguém se importa com quem ouve e em que situação. O que é preciso é dizer mal bem alto e se possível espalhar ao Mundo. As pessoas estão assim. Bem,

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nem todas. Mas uma boa parte delas. Sobretudo as mais dotadas de informação, recursos e tecnologia. O que prova bem que “ter” não é sinónimo de “saber ser”. “És um hater”. Não, não é um elogio. Não se tivesse adoptado o estrangeirismo e tenho a certeza que muitos não iriam gostar de saber que o “mimo” que se lhe atribui significa “o que odeia” ou “odiador” na tradução literal para a língua portuguesa. E o nosso Mundo, infelizmente, está cheio deles. Hoje, vivemos rodeados de haters. Na realidade, somos todos haters. Por isto ou por aquilo, andamos todos infelizes ou in-

satisfeitos com o êxito, as conquistas e a felicidade de outras pessoas e, assim sendo, preferimos atacar e criticar essas mesmas pessoas expondo-as publicamente a situações comprometedoras ou desvalorizando-as. É tão fácil. Importa lá que os alvos tenham família, pais e filhos, outras situações que desconhecemos complicadas de resolver e por aí adiante. O importante é transformar aquela pequena vitória numa tremenda derrota. Mesmo que os argumentos utilizados não sejam minimamente válidos e seguros. Não é que o hater seja um invejoso, o que ele gosta mesmo é de dizer mal. É quase uma doença, como a droga ou o

Opinião 19 Rui Pinto*

de vinho de vários concelhos, enólogos e alunos de várias universidades. A oradora convidada foi uma investigadora considerada das melhores do mundo na área das ciências agroalimentares. A vinda da Professora Isabel Ferreira do Instituto Politécnico de Bragança permitiu explicar um método inovador para a conservação do vinho. Temos a possibilidade de vir a utilizar este produto em alguns produtores locais. Foi também desenvolvido uma brochura/livro sobre o pensamento estratégico para o concelho de Azambuja na área do empreendedorismo. O protocolo celebrado com a Academia irá permitir nos próximos oito meses, encontrar as melhores ideias de negócio. A parceria visa fomentar no concelho de Azambuja a iniciativa empreendedora estratégica, com vista à instalação de uma incubadora no Páteo do Valverde, onde irá alojar ideias de elevado valor acrescentado e à criação de negócios que potenciem o tecido empresarial. O programa apresenta como objetivo operacional selecionar os 10 melhores Negócios Nascentes com base na avaliação rigorosa das Ideias de Negócio e dos respetivos Empreendedores. Em paralelo com este programa irão ser realizadas ao longo de 2019 pela câmara, formações aos alunos do ensino secundário sobre as competências que brotam do empreendedorismo e inovação e como podem utilizar estas competências ao longo da sua vida escolar, pessoal e profissional. Os municípios são hoje estruturas orgânicas que devem almofadar o seu nome, a sua Marca, o ativo intangível que permita atrair pessoas para trabalhar, viver e estar. Os

Municípios devem implementar iniciativas com múltiplas ações para assim terem a capacidade de antecipação e monotorização permanecendo competitivos naqueles que são os fatores de atratividade para as atividades que lhes interessa manter e cativar. O “core” deve centrar-se na criação de espaços de reflexão, partilha e promoção encontrando assim soluções colaborativas, criativas e inovadoras na área em que pretendam ficar ancorados. Um município – Marca, que permita que as organizações que lá se encontrem implementem instrumentos de organização e articulação entre agentes económicos, culturais e sociais que sustentem um modelo inovador e diferenciador, sendo sobretudo um local onde todos possamos sonhar. A ideia é criar espaços com vida, idealizados para as pessoas que permita a criação de relações duradouras com significado. É a verdadeira marca que todos pretendemos. A criação de um cordão umbilical que trará o equilíbrio nas soluções que implementamos na nossa vida, nas nossas empresas, nas nossas cidades e nos nossos territórios. Esta é a raiz de um Município. O conforto, o sentimento de pertença e a felicidade que todos procuramos. Abaixo encontra-se o modelo de inovação encontrado para o município de Azambuja, que foi designado por Arco de Azambuja. inovaempre@cm-azambuja.pt

João Pedro Martins

álcool, mas ele nem dá conta. Veja-se os comentários ou publicações sobre todo e qualquer assunto nas redes sociais. O prazer que aquelas pessoas sentem em disseminar o ódio. O preconceito combatido pelo preconceito. Até parece ridículo. Pessoas que parecem detestar tudo. Na verdade, aquele que diz mal de tudo e de todos achando que não é nada de mais e o que sente tem de ser dito, seja lá o for, nem se apercebe que não passa de uma pessoa narcisista e com pouco desenvolvimento intelectual que precisa de ofender por se sentir diminuída pelo reconhecimento que o outro possa ter. Um hater possui uma auto-estima tão baixa

na vida real que a única coisa que lhe resta é aproveitar o anonimato que a internet lhe pode conferir para se fazer notar e sobressair. Basta uma opinião política para que eles apareçam de imediato com o discurso do ódio a atacar as pessoas que têm opiniões diferentes – nunca os seus argumentos. De um modo geral, os haters são pessoas frustradas que para além de ofensas em comentários, também fazem intimidações por mensagens privadas. Aqui há dias, a quantidade de ameaças e ofensas que recebi, via Messenger, desde que partilhei no Facebook uma opinião pró-taurina só

revela quanto pacíficos são os “animais” humanos. Mas como ainda não chegámos à China, ignorar os haters é um bom remédio. O Mundo está repleto de haters de quem não se sente saudades em dias de apagão. Sobram aquelas pessoas de bom coração que postam apenas vídeos de gatinhos queridos e que nos divertem.


20 Opinião

Valor Local

Agosto 2018

Quem não Deve, não Teme…

Miguel António Rodrigues

á cerca de quinze dias o Valor Local foi contatado por uma mãe que apontou o dedo a um funcionário da Casa Mãe em Aveiras de Cima. Verificados os fatos, e depois de ouvir o testemunho desta inglesa

H

que veio para Aveiras de Cima para estar junto dos três filhos, o nosso jornal decidiu depois de pesar toda a informação que estava na posse de elementos credíveis para fazer uma notícia. Sem colocar em causa o valor que

a instituição gerida pelo Padre António Cardoso tem, até pelo mérito que representa na comunidade, decidimos receber Tina Vaughan nas nossas instalações onde nos relatou episódios que nos levaram ao nível seguinte.

Com efeito, o Valor Local é um jornal que não faz notícias de ânimo leve, e por isso, nem mesmo as opiniões contrárias quanto à credibilidade de Tina de que fomos alvo neste caso, barrou a nossa vontade de dar a conhecer os dois

lados de uma história, que não sendo positiva, trouxe já algumas mudanças na instituição. Para o Valor Local, pouco importa o passado desta mãe. O que importa são as provas a que tivemos acesso e a entrevista feita à assistente social daquela instituição que embora se tenha defendido das acusações, corroborou aquilo que que são os fatos essenciais. Posto isto, não ficaria bem na nossa consciência, não relatar este episódio (ver páginas 3 e 4). É certo que o comportamento de Tina Vaughan não é o mais comum, mas não sei também qual o comportamento aceitável para quem perde os filhos, ou por exemplo quem perde um irmão ou mesmos os pais. São comparações exageradas, mas também são exagerados e exacerbados muitos dos comportamentos que esta notícia, que mesmo antes de sair, já estava a motivar. Da parte do Valor Local, fica mais uma vez a garantia, que a notícia e a verdade está acima de tudo. Aqui, honramos a ética e a nossa carteira profissional, porque contar histórias é a nossa paixão e contar histórias verdadeiras e equilibradas é a nossa vida. Sabemos que o assunto é sensível, por isso, como referi, ponde-

rámos todos os aspetos. Ponderámos não revelar o nome da pessoa visada pelas crianças que se sentiram incomodadas por terem um homem adulto a dar-lhes banho, e por isso, por respeitarmos a privacidade de alguém que pode muito bem estar inocente, não o vamos fazer nesta fase. As queixas de Tina feitas na instituição foram enviadas para o Tribunal. Este foi um ato de coragem destes responsáveis, e porque acreditamos que quem não deve não teme, cá estaremos para relatar todo o processo, assim que existam decisões. Como diretor deste projeto, assumo claramente o rumo do Valor Local. Sem amarras e sem censura, e principalmente sem preconceitos e com respeito pelo ser humano, independentemente das circunstâncias da sua vida, cá continuaremos a fazer o nosso trabalho, e talvez por isso, ainda cá continuamos a dar notícia, online e também em papel. Bem-hajam.


Valor Local

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Eventos 21

Azambuja

Festas da Freguesia de 14 a 16 de setembro com mais pontos de interesse vila de Azambuja vai receber de 14 a 16 de setembro mais uma edição das Festas da Freguesia em Honra de Nossa Senhora da Assunção. Embora as festividades tenham o ponto alto a meio do mês de setembro, as iniciativas vão decorrer durante o mês, a começar já no dia 1 com um colóquio subordinado ao tema “Turismo Religioso, que Futuro?”. A iniciativa é uma parceria com o jornal Valor Local e conta com as presenças de um representante do Turismo do Alentejo/Ribatejo, da Câmara Municipal de Azambuja e do pároco Paulo Pires. Este debate que decorrerá no Cinema do Centro Comercial Atrium – Azambuja pelas 16 horas, tem como objetivo discutir o presente e o futuro do turismo religioso, que tem sido mais intenso nos últimos anos em todo o país, com especial foco também no concelho de Azambuja, tendo em conta os vários eventos religiosos que se vão desenrolando durante o ano e as rotas de peregrinos que o atravessam. A juntar a isto, também o património religioso é uma mais-valia, nomeadamente no que toca às igrejas locais, refere Inês Louro, presidente da junta de Azambuja. O programa segue com outras iniciativas. Ainda no dia 1 de setembro, sábado, realiza-se uma noite de fados junto ao painel do Cavalo Ruço, no dia seguinte, domingo, realiza-se o passeio sénior

A

Os caminhos do turismo religioso em Azambuja serão o mote para um debate que já vai na sétima edição. A 16 de setembro dá-se o ponto alto dos festejos com a largada de toiros junto ao largo da Câmara, e com muitas outras iniciativas culturais. Sobre a largada de toiros, Inês Louro, destaca que a mesma será alargada este ano à rua Engenheiro Moniz da Maia, ou seja, para além do Largo da Câmara, a largada chegará ao edifício da Caixa Agrícola, correspondendo assim a um “upgrade” na iniciati-

va, “depois do sucesso do ano passado”, refere a autarca. A presidente da junta explica, no entanto, que a largada “alargouse” para sul, porque é neste troço da vila onde existem mais tertúlias, e esse foi também o entendimento da Poisada do Campino que organiza este aspeto das festas locais. A presidente da Junta diz que tudo está montado no sentido de que tudo “corra bem”, e volta a apelar ao bom senso e modera-

ção no consumo de álcool. A juntar a isto, Inês Louro refere que a presença dos bombeiros durante as largadas e nos principais eventos, será uma constante, agradecendo igualmente a disponibilidade dos soldados da paz para o efeito. As festas que prosseguem com outras iniciativas têm também um carater solidário. A autarca explica que a receita da iniciativa dos djs “Loucos 80” que decorrerá na Praça de Toiros Ortigão Costa, “reverterá para os bombeiros de Azambuja”. A juntar a isto, a autarca lembra a corrida noturna “Rota das Luzes” e a realização da rainha das Vindimas da freguesia de Azambuja, à qual se junta uma competição nacional de Danças de Salão, realizada com os Alunos de Apolo de Azambuja. Inês Louro salienta que estes são uns festejos dedicados aos azambujenses “mas também para quem nos quiser visitar” sendo que já são muitos os forasteiros que apontam nas suas agendas as Festas da Freguesia. Mas não só de “profano” se fazem estas festas. Como tem vindo a ser habitual, o início das festividades terá lugar junto à Igreja Matriz onde está a “padroeira de Azambuja, porque é junto a ela que vamos começar por pedir que as festas decorram com a maior normalidade possível”. Os festejos religiosos, em honra

de Nossa Senhora da Assunção, terminarão a 16 de setembro com uma procissão e uma missa, como aliás tem vindo a ser habitual na última década. Findos os festejos religiosos, os festejos profanos continuarão. São exemplo disso os concertos que vão decorrer na Praça de Toiros, o que acontece pela primeira vez e com entradas pagas. “Os concertos serão pagos, mas considero que o valor não vai impossibilitar as famílias de assistir”. A autarca fala em valores - para o passe de dois dias para uma família - de 5 euros. “Se alguém for apenas num dos dias o valor é de apenas três euros”. Este ano, atua David Antunes e Berg, à sexta, e ao sábado Paulo Sousa. Em ambos os dias, após os concertos haverá djs para animar o resto da noite. Junta de Azambuja e Jornal Valor Local promovem Colóquio “Turismo Religioso, Que Futuro?” Debater o futuro do Turismo Religioso será o mote para o Colóquio promovido pela Junta de Freguesia de Azambuja e o Jornal Valor Local. A iniciativa está marcada para as 16 horas do dia 1 de setembro no cinema Atrium- Azambuja com entrada livre. Esta iniciativa, que conta com o apoio do Crédito Agrícola de Azambuja e do Centro Comercial,

Atrium, também em Azambuja, vai contar com a presença de um representante do Turismo Alentejo/Ribatejo, da Câmara Municipal de Azambuja e do Pároco Paulo Pires, para além de Joaquim Ramos, enquanto economista, com moderação de Sílvia Agostinho, do jornal Valor Local. Inês Louro explica ao nosso jornal que o objetivo será o de abordar e perceber o caminho que o “Turismo Religioso” está a trilhar na região, mais especificamente no concelho e freguesia de Azambuja, embora este seja um tema transversal. A autarca lembra a chegada da procissão da Nossa Senhora dos Avieiros a Azambuja, e toda a “emoção” à volta desta santa. Inês Louro destaca ainda que Azambuja está no meio das rotas de peregrinação que passam por cá, quer a de Santiago, quer a de Fátima. Para o diretor do jornal, Miguel António Rodrigues, esta iniciativa faz todo o sentido, já que o impacto do turismo religioso começa a fazer-se sentir um pouco por todos os setores, nomeadamente na restauração. O jornalista vinca que nos oito concelhos onde o jornal está presente, esta é uma matéria muito importante, mas considera pouco debatida, salientando que por isso “quisemos dar este primeiro impulso, integrando o colóquio nas festas da freguesia que se realizam este mês de setembro”.

Recorde de participação de produtores de vinho

“Alma do Vinho” com a presença de 40 expositores sta aí mais uma edição do Alma do Vinho, o denominado maior certame vínico da região de Lisboa. Os vinhos são as estrelas principais, mas novas áreas de visitação e de degustação serão algumas das novidades, dadas a conhecer pelo vice-presidente do município de Alenquer, Rui Costa, ao Valor Local. Na edição de 2018, os destaques musicais vão para as presenças de David Antunes no dia 13 de setembro, Agir no dia 14, Diogo Piçarra a 15, e Maria Emília a 16 de setembro. A Romeira é mais uma vez o palco central do evento. A oferta de vinhos foi ampliada e neste ano o Fórum Romeira quase na sua totalidade estará afeto ao evento com “instalações artísticas ligadas ao vinho, quer na fotografia, quer na área da pintura, e numa área informativa e sensorial também.” Existirá ainda um largo espaço infantil coberto que permitirá às famílias “deixar as

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suas crianças”. Principalmente haverá ainda mais produtores da região de Lisboa, cerca de 40, do que no ano passado, que marcam presença através de um espaço tipo stand no local. O bilhete individual tem um preço a rondar os cinco euros e dá direito aos concertos e a provas de vinho no interior do Fórum Romeira junto dos expositores presentes, e neste caso aconselha-se a moderação. Entregas de prémios, apresentação de livros, provas comentadas, showcookings, animação de rua complementam o programa de quatro dias. “Queremos chegar a mais pessoas, com um misto de público curioso mas também de enófilos”. O evento está a gerar muito interesse também alémfronteiras, e “ainda hoje credenciámos uma empresa belga que quer vir conhecer os vinhos de Lisboa durante a Alma do Vinho”. À semelhança do que já aconteceu em 2017, o visitante pode

também inscrever-se no pacote turístico do Alma do Vinho que inclui deslocação, jantar, provas de vinhos, numa quinta com a possibilidade de ver in loco a apanha das uvas nesta altura de vindimas. Os bilhetes estão disponíveis na Ticketline. Junto de hotéis e na Rua Augusta, o município procurou também captar turistas para uma visita ao evento que se realiza em setembro. Cidade Europeia do Vinho junto com Torres Vedras, Alenquer tem tentado trazer os seus vinhos para a “ribalta” com a presença em eventos de todo o tipo no país e até no estrangeiro. “Notamos que as pessoas começam a identificar Alenquer como território vinhateiro e há cada vez mais estrangeiros a circular no concelho que vêm saber o que é a Cidade Europeia do Vinho, infelizmente faltam-nos os hotéis”. A chancela Cidade Europeia do Vinho tem despertado o interesse

e Rui Costa refere que contactos têm sido feitos com empresas estrangeiras com o intuito de levar lá para fora as marcas do território e dos vinhos de Lisboa, no fundo. “Temos trabalhado de perto com as garrafeiras e com os hipermercados, com maior visibilidade para os vinhos da região de Lisboa”. Este ano, os custos do certame rondarão os 200 mil euros com os gastos a serem repartidos entre o município e os patrocinadores. O tempo de seca que se fez sentir este verão teve efeitos nefastos na produção vinícola e os prejuízos serão na ordem dos 20 por cento, e neste sentido o município tem vindo a acompanhar os produtores. A Câmara vai reunir-se com o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, no sentido de lhe apresentar um primeiro dossier com os prejuízos identificados pelos agricultores.

Esta é uma aposta cada vez mais consolidada de acordo com Rui Costa, vice-presidente


22 Dossier Águas

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Em caso de avaria Vila Franca de Xira tem reservas de água que dão para dois dias Numa altura em que a poupança de água está na ordem do dia e face aos períodos de maior seca fomos conhecer as estratégias dos SMAS de Vila Franca e da Águas do Ribatejo sempre que água ameaça faltar nas torneiras, bem como saber quais os principais desafios e investimentos para o futuro. concelho de Vila Franca de Xira tem uma capacidade em reservatório de 48 horas sempre que há uma falta de água. Quase não há registo de tantas horas sem água da torneira mas no caso de uma eventualidade grave, o município consegue continuar a abastecer os consumidores em condições de normalidade. Também durante os dias de maior seca registados este verão, o desafio foi grande. O Valor Local foi conhecer o reservatório da Póvoa de Santa Iria, onde o presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), António Oliveira, deu conta das atividades de sensibilização ambiental levadas a efeito

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junto das escolas em que as crianças visitam o reservatório – “Estão dentro de muita água mas não a veem”, sintetiza. Os reservatórios em causa, inaugurados em 2016, têm capacidade de reserva de 6500m3 e servem cerca de 31 mil clientes (moradores nas freguesias da Póvoa, Forte da Casa, e Vialonga). Antes desta obra ser uma realidade as reservas de água para aquela zona do concelho davam apenas para meio dia e agora o período é de 48 horas. Face ao clima de seca vivido em alguns dias neste verão, os SMAS tomaram medidas como a suspensão dos esquemas de água nas fontes ornamentais do concelho, “não que o dispêndio

Em Vila Franca um técnico consegue aceder a todos os depósitos por telemetria

de água seja significativo pois quem é conhecedor sabe que se tratam de circuitos fechados mas fizemo-lo no sentido da sensibilização das populações para esta causa”, refere António Oliveira. A empresa municipal alertou ainda através dos meios de informação e comunicação ao seu dispor para a necessidade de poupança

do recurso. De acordo com o responsável foi possível aferir que a população do concelho aderiu a esta boa prática. E quando se fala em boa adesão, o administrador sublinha o sucesso da aplicação My Aqua, APP, na qual os munícipes podem realizar todas as informações: comunicar contagens, ver conta corrente, reportar incidências. Dos 72 mil clientes, os aderentes à APP chegam aos três mil utilizadores. Nos últimos anos, as novas tecnologias têm ajudado na implementação das melhores soluções no abastecimento de água, nomeadamente, através da telemetria, em que no caso desta empresa existe uma central de comando que permite monitorizar ao segundo todo o ciclo da água e acompanhar ao pormenor qualquer avaria, dando ordens à distância no sentido da resolução dos problemas tudo de forma informatizada. São 53 reservatórios que são acompanhados nos

318 km2 do concelho. Recentemente, os SMAS alcançaram o selo de qualidade exemplar da água para consumo humano promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e “é com orgulho que os trabalhadores desta casa encaram este galardão que é dos mais importantes no mundo da água”. Esta foi a segunda vez que os SMAS receberam este reconhecimento. “Porque é o regulador a atribuir este reconhecimento tal dá ao consumidor uma segurança mais elevada sempre que consome água da torneira”. No caso das perdas de água, um dos cavalos de batalha dos municípios, a central de controle tem um papel importante porque “se a estamos a perder, não a vendemos e logo temos prejuízo porque ainda temos de a pagar à EPAL que é a entidade que nos fornece”. Neste momento, os SMAS apresentam uma das ta-

Administrador dos SMAS informa que novo laboratório será uma realidade em breve

xas de perdas de água mais invejáveis do setor na ordem dos 18,3 por cento quando a média anda nos 36,4 por cento. Uma das obras que destaca para o futuro é a do novo laboratório que já se encontra em curso e que será totalmente certificado e colocado também ao dispor de outras entidades externas que o queiram utilizar. O investimento é de meio milhão de euros que deverá ser inaugurado entre outubro e novembro. Para além disso, os SMAS todos os anos investem cerca de 4 a 5 milhões de euros nas redes de abastecimento. Com a fusão dos sistemas, Vila Franca de Xira está a pagar a fatura dos aumentos que teve de sofrer no sentido da desejada harmonização entre os diversos municípios que compõem a estrutura, “contudo ainda não fizemos repercutir esses valores nos consumidores não aumentando portanto além da taxa de inflação”, informa.


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Dossier Águas 23

Águas do Ribatejo com capacidade em reservatório de 24 horas tualmente a Águas do Ribatejo (AR) tem capacidade de água em reservatório por um período de 24 horas no caso de uma avaria ou problema eletromecânico, sobretudo no período de verão, quando os consumos disparam e as regas também aumentam. Este ano, o desafio, nos períodos de maior seca, durante o verão, foi mesmo o de se tentar “poupar água o mais possível”, atesta o presidente da empresa, Francisco Oliveira, também presidente da Câmara de Coruche. “As alterações climáticas estão presentes ainda que alguns não queiram acreditar”. Por isso, refere, há que adotar medidas de contenção naquilo que é a água para consumo humano. A Águas do Ribatejo deixou os conselhos à população mas “não é fácil perceber se são ou não acatados” pois o normal é os consumos dispararem. “Mas temos sempre esta pedagogia do uso moderado ou reutilizável da água, especialmente, neste último, caso nas regas”. Naquilo que está ao seu alcance, a empresa também tem tentado minimizar o problema das perdas de água recorrendo a uma monitorização mais circunscrita dos lo-

A

Problemas na ETAR da Glória ultrapassados

cais também com a instalação de contadores na própria rede. No início da empresa as perdas de água andavam nos 45 por cento, agora andarão nos 35 por cento. Pela primeira vez nos seus dez anos de existência, a empresa in-

termunicipal Águas do Ribatejo conquistou o selo de qualidade exemplar de água para consumo humano em novembro do ano passado. Foi um passo importante, refere o presidente da AR. A água que chega a casa de 150

mil consumidores nos sete concelhos da região é segura e isso significa que “a remodelação levada a efeito em toda a estrutura de abastecimento tem dado frutos” que se refletem neste padrão de qualidade, atestado pelo regula-

dor. Os números apresentados pela empresa são positivos. No último ano foram realizadas 8362 análises nos 48 pontos de abastecimento de água, verificando-se apenas 15 incumprimentos ao longo do ano. Todos foram normalizados após procedimentos de correção. Recorde-se que a empresa investiu 40 milhões de euros nos sistemas de abastecimento de água com a construção e reabilitação de cerca de 50 captações, 67 reservatórios, 18 estações de tratamento e 400 quilómetros de condutas. ETAR da Glória do Ribatejo gerou preocupação

Para Francisco Oliveira o primeiro selo de qualidade da ERSAR foi importante

Recentemente a forma como se encontrava o efluente na ETAR da Glória do Ribatejo causou preocupação junto dos eleitos do Bloco de Esquerda na autarquia. Segundo aquele partido, o tipo de efluente apesar de tratado e de não apresentar cheiros não estaria a ser acompanhado por qualquer tipo de processo de diluição, a que acrescia o facto de ser feito a céu aberto. Francisco Oliveira refere que nem sempre é fácil escoar o efluente depois de tratado para as linhas de água quando

não há inclinação suficiente, sendo que nesses casos é importante que o curso de água se apresente limpo e desimpedido, para que não aconteça o fenómeno da estagnação e daí os maus cheiros. Apesar das dificuldades, há análises frequentes do que é lançado nas linhas de água, e neste caso são cumpridos os parâmetros admissíveis. “Há uma preocupação de qualificar todo o sistema para que não seja posto em causa o ciclo do saneamento básico”. Neste momento, a empresa apresenta um investimento de 20 milhões de euros na componente do saneamento nos sete concelhos que integram a AR. Algumas são obras de raiz, outras dizem respeito a requalificações, “porque já não apresentavam condições para o tratamento dos esgotos”. Nesta altura, estão a ser levadas a efeito obras mais pequenas de remodelações na rede de saneamento enquadradas no programa de fundos europeus do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR). Sendo certo que em pequenos aglomerados urbanos o modelo da fossa sética ou estanque “ainda é aceite como uma forma normal de tratamento pela entidade reguladora”


24 Divulgação

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Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade da ACISMA - Associação, Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja

Linha de Crédito Capitalizar 2018 Gerida pela PME Investimentos em articulação com o Sistema Nacional de Garantia Mútua e em parceria com várias instituições de crédito, foi apresentada no dia 11 de julho de 2018 a Linha de Crédito Capitalizar 2018. Com uma dotação de 1.600 milhões de euros, esta Linha de Crédito, dirigida preferencialmente a PME, estrutura-se em cinco Linhas específicas: Linha "Micro e Pequenas Empresas" Dotação: 450 milhões de euros Objetivo: Facilitar o acesso a financiamento para investir em ativos e reforçar o capital das Micro e Pequenas Empresas. Dotação: 100 milhões de euros Objetivo: Melhorar o acesso ao crédito por parte de em-

presas que desenvolvam, produzam ou adquiram soluções tecnológicas no âmbito da Indústria 4.0. Linha "Fundo de Maneio" Dotação: 700 milhões de euros Objetivo: Financiar as necessidades de fundo de maneio das empresas. Linha "Plafond de Tesouraria" Dotação: 150 milhões de euros Objetivo: Conferir maior flexibilidade à gestão corrente de tesouraria. Linha "Investimento" Dotação: 200 milhões de euros, dos quais: _ Dotação "Projetos 2020": 100 milhões de euros para operações de financiamento de despesas elegíveis de pro-

jetos aprovados e contratados no âmbito do Portugal 2020. _ Dotação "Geral": 100 milhões de euros para operações destinadas ao financiamento de investimento novo em ativos fixos corpóreos ou incorpóreos e aquisição de partes sociais que complementem a atividade. Disponível nos Bancos aderentes, a Linha de Crédito Capitalizar permite aceder a financiamento em condições vantajosas, propondo montantes entre 50 mil euros e 2 milhões de euros por empresa e prazos de amortização entre 3 e 10 anos. O processo de candidatura é iniciado junto de uma das instituições de crédito protocoladas. Fonte: Turismo de Portugal Business

Portugal 2020 Abertura de novas fases de candidatura Estão a decorrer novos prazos para submissão de candidaturas a Sistemas de Incentivos Portugal 2020: • Aviso N.º 26/SI/2018 - Sistema de Incentivos à Qualificação das PME (candidaturas até 28 de setembro); • Aviso N.º 27/SI/2018 - Sistema de Incentivos Internacionalização das PME (candidaturas até 31 de outubro) • Aviso N.º 25/SI/2018 - Sistema de Incentivos Internacionalização das PME | Vale Oportunidades de Internacionalização • Aviso N.º 24/SI/2018 - Sistema de Incentivos à Investiga-

ção e Desenvolvimento Tecnológico (SI ID&T) | Vale Oportunidades de Investigação • Aviso N.º 23/SI/2018 - Sistema de Incentivos Empreendedorismo Qualificado e Criativo | Vale Incubação • Aviso N.º 22/SI/2018 - Processo de Acreditação de Entidades para Prestação de Serviços de Incubação • Aviso N.º 21/SI/2018 - Sistema de Incentivos Qualificação das PME | Vale Comércio • Aviso N.º 20/SI/2018 - Sistema de Incentivos Qualificação das PME | Vale Economia Circular

• Aviso N.º 19/SI/2018 - Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI ID&T) | Projetos Demonstradores Individuais - Selos de Excelência - Fase 2 do SME Instrument • Aviso N.º 18/SI/2018 - Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI ID&T) | Projetos de I&D Industrial à Escala Europeia - Projetos Individuais e em Copromoção Fonte: IAPMEI

SI2E - Segundos Avisos de abertura de candidaturas ao Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego O Programa Operacional Regional do Alentejo, contempla, no âmbito do Eixo 6 , Prioridades de Investimento, associadas ao apoio ao Empreendedorismo e Criação de Emprego. Os segundos avisos de abertura de candidaturas ao Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego-SI2E, abrangendo todo o Território NUT II, encontram-se já disponíveis, no Balcão 2020 e no Site do Programa Operacional Regional do Alentejo. As candidaturas podem mobilizar os dois Fundos, FEDER e FSE, de forma isolada ou conjunta, com o objetivo de criação ou expansão de micro e pequenas empresas, envolvendo projetos de investimento e a criação liquida de postos de trabalho, em qualquer das modalidades de apoio. O montante de fundos total disponibilizado é de €9.790.500,00, sendo €7.890.500,00 - FEDER e €1.900.000,00 – FSE. Fonte: Alentejo 2020

Ficha técnica: Valor Local jornal de informação regional Propriedade e editor: Propriedade: Metáforas e Parábolas Lda – Comunicação Social e Publicidade • Gestão da empresa com 100 por cento de capital: Sílvia Alexandra Nunes Agostinho; NIPC 514 207 426 Sede, Redação e Administração: Rua Alexandre Vieira nº 8, 1º andar, 2050-318 Azambuja Telefones: 263 048 895 - 96 197 13 23 Correio eletrónico: valorlocal@valorlocal.pt; comercial@valorlocal.pt Site: www.valorlocal.pt Diretor: Miguel António Rodrigues • CP 2273A • miguelrodrigues@valorlocal.pt Redação: Miguel António Rodrigues • CP 2273 A • miguelrodrigues@valorlocal.pt • 961 97 13 23; Sílvia Agostinho • CP 6524 A • silvia-agostinho@valorlocal.pt • 934 09 67 83 Multimédia e projetos especiais: Nuno Filipe Vicente multimédia@valorlocal.pt Colunistas: Rui Alves Veloso, Augusto Moita, Acácio Vasconcelos, José João Canavilhas, António Salema “El Salamanca” Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida • paginacao@valorlocal.pt Cartoons: Bruno Libano Departamento comercial: Rui Ramos • comercial@valorlocal.pt Serviços administrativos: Metaforas e Parabolas Lda - Comunicação Social e Publicidade N.º de Registo ERC: 126362 Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo Industrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga Tiragem média: 8000 exemplares Estatuto Editorial encontra-se disponível na página da internet www.valorlocal.pt


Agosto 2018

Tauromaquia Azambujense António Salema “El Salamanca”

Ana Rita jovem cavaleira do concelho de Azambuja, residente no concelho do Cartaxo, iniciou a sua temporada no dia 28 de julho com a participação numa corrida em Argonales (Cadiz) e rezam as críticas que brilhou, cortando duas orelhas. Depois de um agosto repleto de sucessos, Ana Rita para este mês de setembro tem marcadas até agora 11 corridas. As próximas, dia 1 em Guadix, dia 2 em Las Pedroñeras, dia 7 em Trillo e dia 8 em Pozuelo de Alarcón. Sorte Ana Rita.

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Califórnia

Valor Local Arruda no Red Bull

Instantâneos 25

concelho de Arruda do Vinhos vai voltar a estar presente em mais uma edição do Red Bull Lisboa que se realiza a 9 de setembro no Parque Eduardo VII. Depois de participar com uma “garrafa voadora” representando os vinhos locais, onde um grupo de participantes arrecadou um inédito primeiro prémio, seguiu-se um trator de “corrida” que representava os agricultores. O grupo, onde se inclui o atual vereador da Câmara de Arruda, Mário Carvalho, concorre agora com uma réplica da casa do filme “Up Altamente”, e por isso o tema deste ano é “Arruda Up” tendo a intenção de voltar a conseguir um bom lugar, mas sobretudo divertir-se. Mário Carvalho e os amigos costumam encontrar-se ao fim do dia na sua casa para dar andamento ao projeto. A casa é feita em esferovite, e terá um suporte com rodas, volante e travões, já que este item é obrigatório. Em jeito de brincadeira, Mário Carvalho diz que inscreveu o grupo sem os colegas saberem com muita antecedência- “Teve de ser assim, se não desistiam” graceja o também vereador que aplica a sua faceta mais descontraída neste projeto, vincando que todas as participações do grupo refletem obrigatoriamente o que há de melhor no concelho de Arruda dos Vinhos.

O

Top Ten encerra ao fim de 39 anos or terras da Califórnia andam dois Azambujenses. Paulo Jorge Ferreira, há muito tempo radicado naquele estado continua a somar êxitos e a trabalhar com a ganadaria californiana Martins. Rui Jardim, por outro lado, vai tentando algumas bezerras e fazendo alguns festejos por aquela costa oeste dos Estados Unidos.

P

Parreirita Cigano o passado dia 18, teve lugar na Nazaré mais uma corrida e Parreirita foi o grande triunfador da noite. As sortes na lide têm o nome igual, mas a maneira de as executar é que lhes dá o sentido. Há toureiros na lide a cavalo que chegam mais ao público que outros. Uns são trabalhadores, outros são artistas. Têm sentido de lide, têm sentimento, têm garra toureira. Foi o que aconteceu na Nazaré. Parreirita foi um toureiraço, metendo ferros de alto nível. De frente, em curto. Ferros à Baptista, Zoio ou Manuel Jorge de Oliveira. Ferros em que recordamos essa célebre corrida de Évora, capital do toureio a cavalo.

N

Feira de Outubro stá a chegar a Feira de Outubro em Vila Franca de Xira e além das tradicionais largadas, teremos 3 espetáculos taurinos. Assim no dia 5 pelas 17h00 teremos a tradicional Novilhada Popular, no dia 7 também pelas 17h00 um Concurso de Ganadarias e no dia 9, o ponto alto, com a Célebre Terça Feira Noturna. Onde além da mudança de cabo dos amadores de Vila Franca, teremos em praça António Teles e Diego Ventura.

E

o fim de 39 anos, o local onde tantas gerações compraram as suas roupas desportivas e os seus discos em Azambuja, vai desaparecer. A Top Ten, que faria 40 anos de existência no próximo mês de maio de 2019, vai certamente deixar saudades a várias gerações que acompanharam a evolução do mundo da música e da moda através dos proprietários Alexandrina Lopes e António Lopes. “Foram anos com altos e baixos” conta Alexandrina Lopes, que recorda que em 40 anos a loja sofreu 9 assaltos. Para António Lopes “estes quarenta anos valeram a pena”. A loja que começou do outro lado da rua onde hoje existe uma pequena loja de relógios, veio em crescendo para o local onde está hoje, e onde antigamente era “o restaurante aquário”. A “Top Ten” que chegou a ter duas lojas nos anos 90, marcou definitivamente o panorama do comércio local. Era o único sítio em Azambuja, onde se podia comprar discos e cassetes, e embora tenha chegado ao tempo dos CDs, a Top Ten acabou por deixar esse setor e dedicarse à roupa desportiva. Alexandrina e António Lopes foram imigrantes na Alemanha. De lá trouxeram a vontade de abrir um negócio em Portugal. Primeiro no final dos anos setenta num restaurante que existia no Parque à entrada norte de Azambuja. Mas o setor não seduzia António Lopes, que pouco tempo depois dava o nome de uma discoteca alemã à loja que encerra no final do mês de agosto de 2018. O futuro do casal agora vai ser mais tranquilo. Junto dos netos e dos filhos e a descansar depois de uma vida de trabalho associada à simpatia e honestidade que sempre imprimiram ao negócio junto dos clientes.

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