Urbhano Mangabeiras | Sion nº 21

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15 . julho a 15 . agosto de 2014 . ANO I . Número 21 . Distribuição gratuita

On-line: www.urbhano.com.br

Foto: Cinthya Pernes

tudo que inteRessa no seu bairro está aqui

jovens e empreendedores

Em busca de realização pessoal, flexibilidade de horários e salários maiores, profissionais investem em projetos próprios

local

Depois da tragédia do viaduto que desabou em bh, população exige vistoria do complexo de obras de mobilidade urbana da Avenida Pedro I pág. 4

gastronomia Carnes que fogem do tradicional, como jacaré, javali e rã, já caíram no gosto dos mineiros. Aprenda a fazer uma receita inusitada pág. 10

Foto: Cinthya Pernes

ReservaS Particulares protegidas tornaram-se uma importante ferramenta para proteção da biodiversidade na capital mineira pág. 3

cidade

entrevista com

minotauro Com muita simpatia e bom humor, o atleta de MMA Rodrigo Nogueira, o Minotauro, falou sobre suas lutas, projetos e a paixão pelo esporte pág. 6

cultura O projeto Circuito do Ouro apresenta uma ótima proposta para os mineiros que desejam conhecer e valorizar mais a cultura do estado pág. 14


opinião

Foto: divulgação

frasesURBHANAS

Foto: arquivo pessoal

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URBHANO mangabeiras | sion Belo Horizonte, 15 de julho a 15 de agosto de 2014

Desculpa a todos, a todos os brasileiros. Só queria ver meu povo sorrindo. David Luiz, capitão da seleção no jogo em que o Brasil perdeu de 7 a 1 para a Alemanha Aquiles Leonardo Diniz (*)

Inflação perversa e desigual O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, foi criado para medir a inflação do custo de vida do povo brasileiro, ou seja, o acesso da população à moradia, alimentação, educação, saúde e serviços. Acompanhado mensalmente pelo IBGE, abrange famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, que residem em 10 regiões metropolitanas distribuídas em todas as macrorregiões do país, além do Distrito Federal. O índice representa a base de referência da inflação para toda a economia brasileira. Mas, será que os altos e baixos do IPCA são sentidos igualmente por todas as classes da sociedade, em todas as regiões do país? Julgo que não. As famílias das classes D, C e E são as que mais sofrem com a alta de preços, pois alimentação tem peso maior no orçamento delas. A cada ano a inflação impacta mais fortemente os supermercados. Uma vez que os fatores climáticos pesam sobre alimentos in natura, afetando também itens industrializados. Somado a isso, as famílias de classes mais baixas têm menos condições de se proteger da inflação, pois normalmente não possuem recursos de sobra para guardar em poupanças pessoais. Pesquisa recente, divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), comprovou que o consumidor tem trocado as marcas líderes por outras genéricas, ou seja, mais baratas. Por outro lado, o consumo das chamadas marcas premium ainda continua crescendo, mostrando claramente que a alta dos preços atinge diferentemente os níveis de renda. O otimismo do comércio, que no início do ano era latente, está sendo apagado pela decepção das lojas vazias. Com a renda afetada pela inflação, a população tem reduzido as compras de alimentos e vestuário. Segundo pesquisa do Instituto Data Popular, para driblar o aumento dos preços, mais da metade dos entrevistados afirmam substituir itens caros por marcas mais baratas, e muitos diminuem a quantidade de itens comprados. Independentemente da classe social, as projeções não empolgam. A meta central da inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. No ano passado, o IPCA avançou 5,91%. Neste ano, a meta também não deverá ser atingida. E as previsões do mercado em geral são ainda mais desanimadoras, pois apontam para crescimento da inflação acima do teto máximo que é de 6,5%. A inflação é um desastre para todas as camadas da sociedade brasileira. Deve-se reforçar a necessidade do combate diuturno por parte do governo para acabar com este mal de vez, para tornar o país mais igualitário, diminuindo as diferenças regionais e entre as classes de renda. Apenas assim teremos um país mais justo em que a população tenha acesso irrestrito aos serviços básicos e até aos pequenos luxos aos quais todo ser humano tem direito. Aquiles Leonardo Diniz Vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) (*)

Houve uma pane geral, da comissão técnica, dos jogadores. Ninguém entendia o que estava acontecendo e a equipe da Alemanha aproveitou a oportunidade. Felipão tentou, mas não conseguiu explicar a goleada aplicada pela Alemanha no Brasil por 7 a 1. A pane a que ele se refere aconteceu entre o segundo e o quinto gols, em um intervalo de seis minutos no primeiro tempo

Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de longe. Romário em seu Facebook após o jogo da seleção contra a Alemanha

Eu não imaginava que existia uma rainha de verdade e, como gosto muito de moda, enviei desenhos de roupas que poderiam agradá-la para sair, tomar o chá das cinco e passear. Laura Queiroz, garota do interior de Sao Paulo explica por que escreveu uma carta para a rainha Elizabeth e que se surpreendeu ao receber resposta

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Fotos | Cinthya Pernes Revisão | Pi Laboratório Editorial Jornalista | Renata Diniz


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local

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Cidade arborizada

Fotos: banco de imagens

Foto: Cinthya Pernes

Preservação | BH ganha nova Reserva Particular Ecológica no Bairro Mangabeiras

As maritacas são presença constante no local

Com a nova Reserva Particular Ecológica (RPE), chega a dez o número de propriedades particulares em prol da preservação de área verde na capital

Uma área com 531 metros quadrados, localizada no Bairro Mangabeiras, será transformada em Reserva Particular Ecológica (RPE). A decisão é do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), que aprovou a proposta de criação da décima reserva particular de BH e agora aguarda a publicação de decreto municipal. A área verde, vizinha ao Parque das Mangabeiras, corresponde a 73% da propriedade e apresenta vegetação de cerrado. Para a gerente de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Márcia Mourão, a ação pode incentivar outros moradores da região e criar um corredor de preservação natural. “Vários outros terrenos do entorno do Parque das Mangabeiras têm as mesmas características e a transformação destas áreas em reservas vai garantir a preservação desse bioma”, afirmou. Atualmente, Belo Horizonte conta com nove reservas legalmente instituídas, que correspondem a um total de 210.775,55 m² em termos de áreas protegidas. As RPEs são instituídas por iniciativas dos próprios proprietários dos imóveis, que podem requerer ao executivo a instituição da reserva, por período mínimo de 20 anos, da totalidade ou de parte de seus terrenos. Para estimular o crescimento do número de RPEs, os proprietários se beneficiam de isenção de IPTU, proporcional a área transformada em reserva. Para o conselheiro do Comam, vereador Marcelo Aro, a iniciativa dos proprietários em transformar seus terrenos em RPEs é louvável e deve continuar sendo estimulada. “Já são dez reservas em BH, que contribuem para a melhoria da qualidade de vida

da população. Acredito que o poder público deve incentivar o proprietário que utiliza seu imóvel em benefício da população, seja através da concessão de incentivos fiscais, seja através de parcerias que visem a conservação e melhoria do terreno”, afirmou o parlamentar. Dando sequência à busca por proprietários dispostos a aderir ao modelo de preservação ambiental, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) iniciou um trabalho corpo a corpo, com abordagem dos proprietários de imóveis, tentando convencê-los a fazer parte do projeto. O trabalho foi realizado após um mapeamento dos pontos onde há resquícios de vegetação específica, por meio de fotos aéreas de Belo Horizonte. Mais de 20 áreas, em diversas regiões da cidade, têm potencial para se tornarem RPEs e a meta é que seja criada pelo menos uma nova RPE a cada ano. As áreas protegidas se tornaram uma importante ferramenta para proteção da biodiversidade, complementar aos esforços públicos, aumentando o índice de áreas verdes municipais. A criação de novas RPEs abre caminho para a preservação de um ecossistema riquíssimo no qual Belo Horizonte se insere. Para o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Délio Malheiros, é importante reforçar a importância dessas propriedades. “Belo Horizonte possui o índice de 18,22 m² de áreas verdes protegidas por habitante. Índice excelente se comparado com os 12 m² preconizados pela ONU, e as RPEs contribuem, além de diversas outras ações implantadas pela PBH, para aumentá-lo”, enfatiza o secretário. n

Os quatis vem do Parque das Mangabeiras

Aves silvestres como o Sábiá Laranjeira estão voltando para os centros urbanos

Famílias de micos são facilmente vistas em áreas preservadas


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cidade

Sentimento de insegurança Na primeira quinta-feira do mês de julho, Belo Horizonte viveu um dos dias mais tristes do ano. Foram decretados três dias de luto devido ao acidente do viaduto Batalha de Guararapes, localizado na Av. Pedro I, região da Pampulha. A obra estava em fase de conclusão, e era uma das melhorias na cidade para a Copa do Mundo, que acabou não ficando pronta a tempo para o mundial. A queda de parte da estrutura do viaduto ocorreu por volta de 15 horas do dia 3 deste mês. Quatro veículos, sendo um micro-ônibus, um carro e dois caminhões foram atingidos. A motorista do ônibus suplementar, Hanna Cristina dos Santos, de 26 anos, morreu no local. Sua filha de cinco anos estava no coletivo, foi socorrida no local e já recebeu alta do hospital. O Fiat Uno soterrado pelos escombros foi retirado após mais de 12 horas de trabalho, nele estava Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos. Além das duas vítimas fatais, mais 22 pessoas ficaram feridas. O fato chocou os belo-horizontinos, o sentimento de revolta com o descaso tomou conta da população. Problemas com a construção do viaduto começaram em fevereiro, a alça que despencou faz parte de um complexo de obras que já havia apresentado problemas de infraestrutura e foi interditada no início neste ano. Técnicos da administração municipal na época optaram por isolar a região até que fossem feitas intervenções para garantir a estabilidade da alça. Mas no início do semestre os técnicos da prefeitura não registraram riscos de desabamento e liberaram a via para tráfego de veículos. O medo se instalou nas pessoas que precisam pegar a avenida todos os dias. Devido ao sentimento de insegurança, o secretário municipal de obras e chefe da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), José Lauro Nogueira Terror, informou em coletiva realizada para dar explicações à imprensa, que cinco viadutos construídos na Avenida Pedro I, que integram o plano de mobilidade para a Copa do Mundo, passarão por novas vistorias. “A prefeitura, objetivamente, conduzirá exames adicionais, com base naqueles já executados, procurando garantir que exista, para a opinião pública, a satisfação merecida nessa questão”, afirmou. O vice-presidente do Ibape-MG, Clemenceau Chiabi, acredita que é muito importante realizar a vistoria dos demais viadutos do complexo, pois só assim a população será tranquilizada. “Nós (Ibape-MG) temos uma ideia do que deve ser feito, mas não sei se a prefeitura irá fazer. O que precisa ser feito é uma vistoria visual, um monitoramento e a verificação dos outros viadutos. Isso tudo para dar segurança à população. Por isso, é importante fazer essa vistoria, pois caiu um viaduto e as pessoas que passam pela avenida todos os dias estão com medo, então esse processo precisa ser feito para dar tranquilidade para as pessoas”, enfatiza o engenheiro. O vice-presidente não soube informar em quanto tempo a vistoria dos viadutos do complexo da Avenida Pedro I ficará pronta. Por se tratar de uma obra pública os processos costumam ser mais lentos, diferentes do setor privado. “No poder público tudo depende de licitações, no setor privado as contratações acontecem de um dia para o outro. Por depender de licitação, o processo é um pouco mais demorado. Não sei informar uma data precisa, tudo ainda está muito recente e precisa ser investigado”.

Os cinco viadutos construídos na Avenida Pedro I, construídos a partir do plano de mobilidade para a Copa do Mundo, passarão por novas vistorias

Seis vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) já solicitaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a segurança nas obras de mobilidade urbana na capital. O engenheiro Clemenceau Chiabi relata que as pericias da tragédia precisam ser concluídas para analisarem se faltou rigor no processo. “O problema é que não sabemos se este fato foi por falta de rigor, as causas ainda não foram determinadas. Quando conseguirem concluir os motivos, poderemos saber melhor se foi por falta de rigor. Em minha opinião este caso foi algo pontual e não sistêmico, mas claro, tudo precisa ser muito bem estudado. Precisamos descobrir se essa falha foi mesmo localizada”. n

O viaduto Montese é um das obras vistoriadas no início do ano

Fotos: Cinthya Pernes

Obras | Devido à tragédia, outros viadutos da Av. Pedro I serão vistoriados


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O SEU MUNDO ESTÁ NA SAVASSI. E, EM BREVE, ELE VAI FICAR AINDA MELHOR.

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O empreendimento somente será comercializado após o registro do Memorial de Incorporação no Cartório de Imóveis, nos termos da Lei n° 4.591/64. Creci Patrimar: 8098.


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entrevista

Totalmente do bem Fotos: Cinthya Pernes

Fight | Minotauro conta detalhes sobre a sua carreira no MMA e sua paixão pelo esporte

Ele é grande, forte, e possui no corpo algumas marcas de suas lutas, como nas orelhas. Porém, qualquer imagem de durão se desfaz pelo grande sorriso. Simpático, atencioso e bem humorado, assim é o grande atleta de MMA, Rodrigo Nogueira, o Minotauro. apaixonado por esportes, desde pequeno já praticava Judô, Boxe e Jiu-Jitsu. Sempre acompanhado de seu irmão gêmeo, o também lutador Rogério Nogueira, o Minotouro. Nasceu em Vitória da Conquista, no estado da Bahia, mas mudou-se aos 22 anos para os Estados Unidos, onde se tornou atleta profissional. No exterior, Rodrigo conseguiu se especializar, conhecer técnicas e aprimorar seus golpes. O ponto forte do atleta sempre foi a resistência física. Assim, Minotauro fez grandes feitos na carreira como lutador de MMA e se tornou o primeiro peso pesado da história a conquistar o cinturão do Ultimate e do PRIDE. Em seu currículo possui lutas históricas, como, por exemplo, a vitória sobre o “gigante” Bob Sapp, ocasião em que sofreu muitos golpes potentes, mas conseguiu finalizar o oponente no segundo assalto, aplicando um arm-lock (chave-de-braço). Rodrigo veio a Belo Horizonte para inaugurar mais uma academia da sua rede, Team Nogueira, em sociedade com seu irmão. Com muito bom humor, concedeu uma entrevista exclusiva para o Jornal UrBHano. Em qual momento da sua vida você decidiu que queria ser lutador profissional? Desde os quatro anos de idade sou praticante, sempre fui apaixonado por esporte. Graças a Deus eu consigo viver da minha paixão, do que eu gosto de fazer. É um trabalho realmente administrar as academias, mas tem dias que estou treinando, que estou dando aula. Não considero que estou trabalhando. Na verdade estou me divertindo, conhecendo pessoas e fazendo o que gosto. O esporte me deu a oportunidade de vencer na vida, conhecer muitos países, fazer amizades que nunca sonharia em fazer. Conheci a maioria dos

meus ídolos através do esporte, todos os jogadores de futebol que sempre admirei, consegui ser amigo das pessoas, tudo eu devo ao esporte. Foi um caminho muito bom, e fico muito feliz por ter feito tudo isso. Me tornei lutador profissional aos 22 anos, quando me mudei para os Estados Unidos, mas dou aula desde os 16 anos, tenho minha academia desde os 16. Aos 22 anos abri a minha academia na Flórida, nos Estados Unidos. Desde que me tornei profissional já foram quatro títulos mundiais, e muitas batalhas, 44 batalhas, 9 derrotas, 33 lutas bem-sucedidas. É uma carreira muito bacana, são 15 anos de estrada.

Você veio à capital mineira para lançar mais uma academia com o selo Team Nogueira. Quais são os diferenciais da academia? Além do espaço físico diferenciado, ela é uma academia AA das artes marciais. Nós temos o octógono oficial do UFC, com tamanho e densidade. O ringue oficial para o boxe da seleção brasileira, o mesmo tamanho. Os sacos que são usados, o material, o tatame da confederação brasileira, nós temos aqui o melhor para a prática do esporte. A formação das aulas também é outro ponto, temos o Team Nogueira kid, temos mais de 2.200 alunos no mundo inteiro. Tem uma turma


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entrevista

com mais de 300 crianças em Dubai, temos na Califórnia, em San Diego, em Zurique na Suíça. É uma rede internacional padronizada. As aulas são escritas por mim, pelo Anderson Silva, pelo Rafael Feijão, pelo meu irmão, os melhores lutadores do mundo escreveram planos de aula. O aluno entra aqui e sabe exatamente o que ele vai fazer, qual o seu objetivo, e aonde vai chegar. Hoje o esporte é muito valorizado no Brasil, mas nem sempre foi assim. Você já chegou a sofrer preconceito por ser lutador? Já sofri sim, com certeza. O começo da nossa carreira foi muito difícil. Na década de 1990, a mídia fazia um sensacionalismo em cima de alguns lutadores problemáticos, o que existe em qualquer profissão. Se hoje um advogado ou um médico bater em alguém, ninguém vai falar que os médicos são violentos, mas com os lutadores não é assim. Começaram a surgir muitos lutadores, e uma hora ou outra alguém se envolvia em confusão. Por ele ser lutador a mídia ia em cima. Nós temos um campeonato mundial, que ainda acontece todos os anos no Rio de Janeiro, em que nós, os brasileiros, ganhamos todas as medalhas e não sai uma linha nos jornais. Mas se um dia algum lutador bater em alguém, vai sair várias matérias sobre o caso. Sofremos então no começo certo preconceito da imprensa, que graças a Deus foi quebrado. Hoje em dia, nós estamos em muitos programas, a mídia sendo especializada ou não, fala bem do esporte.

vão ganhar da gente, seja no número de atletas, em cima do cansaço de viagem que a gente tem, e todo o estresse de lutar fora de casa. Esses já são dois motivos importantes. Outro ponto são os diversos octógonos existentes nos Estados Unidos. Nós temos diversas escolas de MMA lá fora e assim deve ter mais de mil octógonos. No Brasil temos cem. Essa diferença é muito grande. Nós, com as academias, já abrimos 30 octógonos no Brasil, e até o ano que vem esperamos abrir 51. Então ainda estamos criando essa cultura de escola de MMA. Nós estamos em uma entressafra de lutadores, temos lutadores da minha idade, da idade do Anderson Silva e lutadores mais novos. Então muita gente mais nova e boa ainda vai chegar.

A academia conta com programas específicos para todas as faixas etárias

Minotauro recebeu o URBHANO com muito bom humor

E agora é uma das paixões nacionais. O que você acha desta mudança de opinião sobre o esporte? O MMA é paixão nacional. O Brasil é conhecido nos Estados Unidos e no Japão como o país das artes marciais. É muito bonito de se ver. Eu morei no Japão por um tempo e todo mundo me falava: “Você é brasileiro? Então você é lutador.” Todos os japoneses conheciam os brasileiros assim, então isso é muito bacana, esse movimento sobre as artes marciais que foi criado no Brasil. No sábado à noite, hoje, em dias que tem UFC e tem uma festa também, se não tiver televisão e não passar o canal de luta, as pessoas não vão à festa. Eu já fui em um show de axé na Bahia em que pararam o show, colocaram um telão para passar a luta do Anderson Silva. Seja o cantor mais famoso do Brasil, todo mundo para para assistir as lutas. E esse movimento é muito bonito, para o sábado à noite em frente à televisão. Esse sucesso é devido à cultura brasileira. Os pais costumam matricular os filhos pequenos em uma arte marcial, Karatê ou judô. E a criança já cresce com essa noção, essa é a nossa habilidade, por isso que o brasileiro é bom no esporte.

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O espaço de 750 m² é totalmente climatizado, com octógono, ringue oficial e mezanino com 200 m² de tatame

Em 2012 tivemos quatro cinturões em posse de atletas brasileiros, agora temos apenas um. Na sua visão, por que tivemos esse declínio? O número de americanos no esporte é quatro vezes maior que o de brasileiros. A maioria das disputas de cinturão é feita nos Estados Unidos, e temos uma estatística que fala que 75% dos lutadores que lutam em casa ganham. Quatro vezes contra os 75%, é o número que eles

E a sua luta mais marcante? Para mim foram algumas lutas marcantes. Em 2003, ganhei o titulo do Pride, com 87 mil pessoas assistindo, a Glória Maria levou o Fantástico para lá, o que para mim foi um marco para o povo brasileiro conhecer o lutador do país. Teve a do UFC em 2008, que foi muito marcante na minha carreira, em Las Vegas, a luta que eu estava apanhando, apanhando muito no primeiro round e consegui ganhar de virada no segundo. E uma terceira luta foi quando lutei com um gigante chamado Bob Sapp, ele com 171 quilos e eu com 101, 70 quilos a mais do que eu. O cara me bateu em dois rounds, no estádio nacional de Tóquio, para 108 mil pessoas, foi o maior público, e consegui essa grande vitória. Hoje em dia é a luta mais assistida do YouTube, foi sensacional. Apanhei 14 minutos e ganhei a luta em um minuto.

Você já conhecia Belo Horizonte? Já conhecia sim, cheguei a morar aqui quando era pequeno, quando tinha uns quatro anos de idade. A família da minha mãe é do Vale do Jequitinhonha, do Norte de Minas, a minha avó era de Sete Lagoas, que é aqui do lado. E a minha tia-avó pintava quadros e vendia na feira que tem aqui, na feira hippie na década de 80. Eu já cansei de levar quadro na feira, era bem pequeno, mas levava os quadros para ela. Fiquei seis meses com minha tia em BH, e conhecia muito a feira, na época ela tinha mais quadro se mais artesanatos, hoje não sei como que está. Eu gosto muito daqui, as pessoas são muito bacanas. Eu adoro Ouro Preto também, já fui algumas vezes. Como moro na divisa de Minas com Bahia, em Vitória da Conquista, vínhamos muito para cá de carro, o que dá uns 700 km. n


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matéria de capa

Independência Fotos: Cinthya Pernes

Negócios | Jovens buscam o empreendedorismo para encontrar a realização profissional Abrir um negócio próprio pode ser um desafio e tanto, principalmente quando assumido por jovens. Apesar dos obstáculos, cada vez mais empreendedores seguem em busca da independência financeira e sucesso profissional. Segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), no último ano o Brasil atingiu o nível mais elevado de empreendedores por oportunidade dos últimos 12 anos. Com 71% dos Empreendedores Iniciais por oportunidade (e 28% por necessidade), o país está à frente dos 5 países do grupo dos BRICS, onde a proporção de empreendedores por oportunidade chegou a 61% na Índia, 65% na Rússia, 66% na China e na 70% na África do Sul. Seguindo esse fluxo, a estilista Renata Tanure, 29, moradora do bairro Mangabeiras, decidiu pôr em prática o sonho de viver criando peças exclusivas. A jovem abriu mão de um emprego estável numa fabricante de carros para se arriscar na realização de seu projeto. “Trabalhei na Fiat como designer automotivo, por sete anos. Tive experiência internacional, acompanhando projetos internos da empresa. Mas sempre busquei minha independência financeira e queria conciliar meu trabalho com uma realização profissional. Já pensando na criação e desenvolvimento da minha própria marca”, lembra. Para Renata o desenvolvimento do próprio negócio se tornou algo mais próximo após receber o pedido de uma amiga prestes a se casar, para que ela produ-

Rodrigo Bouchardet e Ramiro Maia administram uma das mais tradicionais pubs de BH

Há 20 anos, Rodrigo Bouchardet deu início ao Major Lock, que resiste até hoje no mesmo local atraindo públicos variados

zisse um modelo de vestido de noiva. “Foi um grande desafio”, recorda. A marca de Renata Tanure ainda é recente, tem apenas 9 meses, mas já proporcionou à empresária reaver o dinheiro inicial investido em seu ateliê de vestidos de luxo. Com um número de clientes considerável, os vestidos mais simples possuem valor por volta de R$800,00 reais, e os de noiva mais sofisticados chegam a 16 ou até 19 mil, dependendo do projeto pedido pela cliente. Os bons resultados representam para a estilista uma vitória, mas Renata garante que é apenas o início. “Hoje já tenho meu ateliê de roupas exclusivas de festa e noivas. Venho caminhando para realizar meu sonho. Espero um dia concretizar, mas um sonho vem sendo construído em etapas. Eu vou caminhando. Daqui uns 5 ou 10 anos acredito que meu projeto já vai ter ganho corpo. Não adianta ter um sonho, correr e ver ele desmoronar. Por isso, realizo um passo de cada vez”.

A estilista Renata Tanure seguiu o sonho de investir em moda. Aos 27 anos já possui clientela fiel em seu ateliê de vestidos de luxo no Bairro Sion

Se dedicar a cada etapa do próprio projeto, também foi a estratégia adotada pelo empresário Leonardo Mendonça, 35. Após realizar um intercâmbio em 1999, quando tinha 20 anos, foi convidado a estagiar na agência de intercâmbios responsável por sua viagem. Leonardo não apenas topou o trabalho, como se dedicou e hoje é proprietário de uma das unidades da rede. “No ramo de viagens é impossível já começar como dono. Com tantas informações, precisa conhecer os produtos, os clientes, o mercado e desenvolver habilidades de gestão. Realizei vários cursos pra me especializar, e também MBA. Cada degrau foi essencial para que eu chegasse onde estou hoje”, aponta o empresário que realiza entre 500 a 600 viagens por ano. Conhecer bem o negócio a ser investido é uma das principais dicas citadas por especialistas em gestão de empresas. Para o empresário Rodrigo Bouchardet, 43, atuante há mais de 20 anos na produção de eventos em

BH, outra dica é quebrar certos preconceitos e “colocar a mão na massa”. Rodrigo, que é proprietário do pub Major Lock, conta que desde a adolescência já exercitava suas habilidades nos negócios. “Com 17 anos vendia sanduíches, no intervalo das aulas. Eu estava no final do segundo ano. Vendia em 10 ou 15 minutos do recreio. Depois comecei a fazer brigadeiro e vender na Savassi. Gastava uma hora pra vender e gastava duas pra fazer. Eu ainda aceitava vale transporte como pagamento. Vendia rápido. Ganhava 800 reais por semana na época. Muito mais que muitas pessoas que trabalhavam diariamente de carteira assinada”. Após as vendas, Rodrigo passou a promover eventos, o que gerou oportunidades para seu futuro negócio, o pub Major Lock. Se tornando mais conhecido na capital, Rodrigo recebeu o convite de ser sócio do pub Capitão Caverna, por onde ficou por seis meses até criar a própria casa de eventos. “Eu tinha 23 anos


e o Major Lock era uma proposta bem diferente pra cidade na época. Durante três anos, de segunda a sábado, criamos a programação na segunda acreditando no potencial da cidade. E a segunda-feira já está aí há 22 anos”.

matéria de capa investimos, mas aos poucos estamos chegando lá”. Com dez anos de experiência no mercado da comunicação em Belo Horizonte, Luigi Zampetti, 30, proprietário da Agência LZ, avalia como correta atitudes como a de Danielle de não ter urgência no retorno

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mais conteúdo ganhou espaço”. Como o investimento do empresário foi gradual, nunca investiu maçiçamente uma única vez e sempre aos poucos, Luigi conta que teve muita dificuldade no início da empresa. “Eu não tinha retirada, é uma di-

Com o sucesso internacional da cervejaria Wäls., o empresário José Felipe Carneiro relembra os muitos obstáculos superados

Renata Tanure, Leonardo Mendonça, Danielle Magalhães representam a juventude empreendedora na região centro-sul de BH

Buscando se consolidar no mercafinanceiro. “Pra você ser empresário, você tem que do a exemplo de Rodrigo, a também focar no negócio e não no dinheiro. Se você foca no empresária Danielle Magalhães, dinheiro, a oportunidade de dar errado é muito 27, conta que tem na bagagem a grande, porque o dinheiro demora a vir”, lembra convivência com a empresa da Luigi. O empresário, formado em Comunicação família de peças para maquináSocial, abriu sua empresa aos 19 anos, e conta rio, mas num segmento diferenque começou na casa dos pais e seu investimente. Investindo em vendas online, a to foi um computador e um trabalho pesado na empresária do bairro Mangabeiras, captação de clientes. Danielle, criou em novembro do ano Luigi relata que a pouca idade gepassado o site de e-commerce Atele, rava desconfiança por parte dos em parceria com a sócia Cristina clientes por isso adotou uma Mendes. “Queria desenvolver medida prática para tenalgo no ramo de vestuário. tar contornar a situação. Primeiro pensei em loja físi“Comecei a usar terno e ca, mas me interessei mais gravata. Pensei, se eu usar pela parte online. Por ter terno o cliente vai dar mais desafios e oportumais tempo pra me ouvir. nidade de experimentar Fiquei três anos usando ideias diferentes”, conta terno, depois com mais a empresária, que gasegurança e maturidade rante entregas em todo eu senti que não tinha Brasil. Segundo Danielle, mais necessidade de o fato de a empresa não usar terno. Comecei a possuir espaço físico não usar roupas mais indescarta o alto investiformais, o que o mermento necessário. “O cado da comunicação pessoal acha que o invespermite”, relembra o timento é pouco por não ter empresário que hoje estrutura física, mas tem toda não vê mais esse tipo uma parte de marketing, segude obstáculo para os rança do site, softwares. Então jovens da área. “Hoje tudo isso é somado”. Com entregas pelos meus clientes perLuigi Zampetti decidiu investir na expressas na capital e vendas em cebo que o mercado da oportunidade de abrir a Agência expansão, Danielle se mantém oticomunicação cresceu muiLZ aos 19 anos mista com o crescimento da marca. to na internet, e a ideia de que “Ainda não tivemos o retorno do que uma pessoa jovem pode ter Foto: arquivo pessoal

ficuldade muito grande. Pra você ter ideia, por vários anos eu ganhei menos que os profissionais que eu pagava. Isso nos cinco primeiros anos. Foram os anos de investimento. Por isso, não é todo profissional que tem o perfil de lidar com isso e ser empreendedor. A persuasão tem que ser uma característica muito forte”. A empresa que nasceu como assessoria, hoje, com sede no Belvedere, atua com consultoria e agência de comunicação integrada. Em 10 anos já são mais de 700 empresas atendidas e mais de 10 mil peças produzidas. Sucesso empresarial desfrutado também pelos irmãos José Felipe Carneiro, 29, e Tiago Carneiro, 31, criadores e fabricantes da cervejaria Wäls. A empresa iniciada primeiramente por Thiago em 2001, passou a ser coordenada pelos dois irmãos em 2006. Atualmente a Wäls investiu oito milhões na construção de uma fábrica no exterior. Segundo os irmãos o sucesso só foi possível após a superação de muitos obstáculos. “Foram diversas dificuldades. Desde o posicionamento estratégico a dificuldades financeiras. Os maiores obstáculos sempre estiveram ligados às altas cargas tributárias que são aplicada no nosso segmento. O mercado de cervejas artesanais tem uma concorrência desleal com as cervejas “mainstream” , o que nós fizemos foi simplesmente criar receitas “deslealmente” muito mais saborosas e interessantes”, brinca José Felipe. A pouca idade contrastada com o grande sucesso, assusta alguns empresários mais conservadores. Para Thiago Carneiro talvez essa juventude seja a coroação da Wäls. “O fato de ser novo não implica em barreiras, talvez num primeiro momento cause estranheza ver jovens à frente de uma empresa com fama internacional, mas a competência fala mais alto e tabus são quebrados após as primeiras conversas. O mais interessante é ver a surpresa quando descobrem que somos tão jovens, talvez este seja o segredo da nossa empresa” . n

Foto: Lucas Alexandre Souza

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gastronomia

Sabores exóticos Fotos: Cinthya Pernes

Diferente | Novas opções de carne ganham o paladar dos belo-horizontinos

Visando a expansão comercial de carnes exóticas, o empresário Bruno Montolli investiu no setor em Belo Horizonte

Há quem não viva sem carne no cardápio diário. O brasileiro não abre mão do churrasco no final de semana. Com certeza é um dos eventos mais realizados no país, qualquer motivo é válido para juntar os amigos e apreciar o sabor de uma bela picanha. Segundo pesquisas de 2013, os brasileiros consomem em torno de 37 quilos de carnes por ano. Além disso, o Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo, em abril deste ano exportou 42.623 toneladas de carne suína e obteve uma receita de US$ 118,66 milhões, um aumento de 19,66% em volume e de 19,74% em valor, na comparação com o mesmo mês de 2013, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal. Além das tradicionais carnes bovinas, suínas e peixes usuais no dia a dia dos brasileiros, outras especialidades vêm sendo incorporadas ao cardápio. Carnes excêntricas para alguns, como, rã, javali, jacaré e coelho, são para outros componentes da alimentação diária. Foi devido a essa realidade que nasceu o Empório da Carne, localizada no bairro Sion, na rua Patagônia há apenas dois meses e oferece uma gama de carnes exóticas para os clientes. Na loja encontramos de carne de jacaré a avestruz. O empresário Bruno Montolli e Rodrigo Amado são os responsáveis pelo negócio e contam como surgiu a ideia de investir no nicho. “Nossa intenção, como moradores do Sion, é trazer para o

bairro um loja que traga conveniência e ao mesmo tempo qualidade e um preço justo. Hoje na loja você encontra uma bela picanha, mas encontra também carne de jacaré, codorna, avestruz, tudo perto de casa. Uma coisa que não existia no Sion, então a ideia nasceu desta carência. Nós já gostávamos muito de carnes diferentes, e tínhamos muita dificuldade de encontrar esse tipo de produto no mercado”, conta Bruno. Na capital mineira existem pouquíssimos restaurantes que oferecerem carnes tão exóticas no cardápio. E isso é constado pelos empresários, que relatam que a maioria dos seus clientes são pessoas comuns que já apreciam as especiarias. “Os nossos clientes são pessoas comuns, nós temos um livro de receitas na loja, que disponibilizamos virtualmente também, sabemos falar e dar dicas sobre a compra. Mas quem procura esse tipo de carne já sabe como preparar e já gosta de uma carne diferente. Também não tem muito segredo, por exemplo, a linguiça de avestruz se faz da mesma forma que a linguiça normal. A única diferença vai estar no gosto, a linguiça de avestruz é mais forte. Fazer a carne de rã é muito parecido com a forma que se faz um frango, ela fica um pouco mais emborrachada, mas também não tem segredo”, afirma. Para produzir esse tipo carne precisa de uma certificação específica, não é qualquer criadouro que pode fornecer produtos para consumo. A legislação brasileira e vigilância sanitária possuem leis severas para esse tipo de negócio. Por isso, é muito complicado encontrar bons fornecedores. “O filé de rabo de jacaré a gente importa de Campo Grande, porque tem que ser jacaré filhote e tem que ser de criadouro, não pode ser retirado do Pantanal, pois isso é crime. Não é tão simples encontrar bons

Carne de Jacaré Ingredientes 1 kg (aproximadamente) de jacaré 3 tomates batidos no liquidificador 1 cebola média ralada Cheiro verde Sal

Modo de preparo A carne do jacaré que é comestível é a parte do rabo.

Cortar em fatias, tantas quanto possível.

Deixar cozinhar e ficar observando o cozimento da carne.

Temperar a carne a gosto, com Cozida, a carne de jacaré terá a cebola, um pouco de alho (se desejar), uma pitada de pimenta aparência do filé de peixe. do reino (se desejar) e sal. Acrescentar cheiro verde e uma Deverá repousar no tempero por colher de maizena dissolvida em uma xícara de água para 15 minutos. engrossar o caldo. Em uma panela refogar a cebola e os tomates, fritar um pouco a carne e colocar um copo de água.

Servir com arroz e saladas frias.

fornecedores, mas há alguns frigoríficos especializados no Brasil, como o do Mato Grosso do Sul de onde compramos a nossa carne de avestruz. Existem diversas leis para se ter um frigorífico, o de avestruz é somente de avestruz. Não pode criar outros tipos de animais, é algo especializado. Encontramos poucos produtores no país, mas nossos fornecedores são nacionais e muito especializados”, detalha o empresário. Segundo Bruno e Rodrigo as carnes exóticas que mais saem são a de avestruz e em segundo fica a carne de cordeiro. A carne de jacaré possui o preço mais elevado, por isso, não é tão vendida. Porém os empresários afirmam que quem compra a carne de jacaré, compra independentemente do preço. n

Um dos atrativos da casa é filé de rabo de jacaré


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bem-estar

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O Circo chegou!

Esporte | Misticismo e movimentos circenses conquistam alunos de diferentes idades

Fotos: Cinthya Pernes

A pequena Nina, 7, se equilibra com ajuda da professora no tecido

Para a professora Bricia Paloma o fator lúdico é um dos principais atrativos da prática

A repetição e a monotonia de grande parte das atividades físicas são um entrave a mais na busca de uma vida ativa e saudável. Driblando esse problema, entusiastas de uma vida saudável passaram a realizar saltos, cambalhotas, vôos e outras acrobacias. As atividades são provenientes de uma modalidade que vem ganhando adeptos na capital, as aulas de circo. E não são apenas escolas especializadas que oferecem o serviço, algumas academias da cidade já vêm se adequando a essa nova tendência e aderindo à modalidade. Além de momentos de diversão, as aulas promovem a definição da musculatura, força, elasticidade e equilíbrio. A atividade é intensa, por isso promove grande gasto energético e assim auxilia quem quer emagrecer. Estima-se que em 1h30, duração média de uma aula, o gasto seja de 450 calorias. O gasto é variável, já que cada série de exercícios é variante. Afinal, são muitas modalidades, como malabares, trapézio, tecido, dentre outras. Na opinião da professora de Educação Física, Bricia Paloma, 33, atuante há seis anos no universo circense, o fator lúdico é um dos principais atrativos da prática. “Muitos buscam pra combater o stress através de algo lúdico. Tem também quem escolha as aulas por não gostar de fazer musculação. Tem aluno que chega falando que quer fazer aulas pra andar de monociclo. Outros buscam, como eles falam, pendurar no pano. Eles conhecem tudo, aéreo, acrobacia, malabares” conta a professora da escola de circo Spasso. Segundo Bricia, os exercícios trabalham todos os músculos do corpo, mas podem ser realizados em qualquer idade e não exigem aptidão. “Não precisa ter nenhuma aptidão, aos poucos o resultado é construído com muito alongamento e dedicação”. Nina Fonseca, de apenas 7 anos, sabe disso e se mantém empenhada durante as aulas em diferentes exercícios. Sem hesitação, a pequena conta que já elegeu seu exercício predileto. “Trapézio!”. Monitorando as aulas, o também estudante Thiago Souza, 19, frequente nas aulas há dois anos, conta que não pretende abandonar o esporte tão cedo e faz o módulo profissionalizante com duração de quatro anos na escola de circo. “Comecei as aulas pra ajudar num projeto. Depois fui continuando e percebi que quando a gente entra no mundo do circo fica difícil sair. Hoje já penso em seguir profissionalmente e, um dia, dar aulas”, conta. Apesar de ter iniciado a atividade como forma de aliviar o stress diário há 10 meses, Maurício Baptista, 23, que é engenheiro civil e professor de dança, conta que acabou encontrando uma forma de aperfeiçoar seu trabalho. “Além de ajudar na flexibilidade, passei a ter mais consciência corporal, o que me ajudou muito”, afirma. Benefícios apontados também pela estudante Fernanda Falconi, 28. Após fazer aulas na escola de circo Trupe e Tralha por três meses, diz recomendar para todos os amigos. “Eu pratico atividade física há muito tempo, mas quando você entra nas aulas de circo você recebe um estimulo muito diferente do que está acostumada na academia. Então senti uma melhora de flexibilidade e consciência corporal. Foi a melhor atividade física que fiz na vida”, conclui. n

modalidades que você pode praticar Tecido: são dois pedaços de pano presos no alto da lona ou teto que chegam ao chão. Com eles a pessoa faz movimentos em que os enrola no corpo e, uma vez no alto, faze acrobacias, sendo necessário um condicionamento físico muito bom para utilizar tal aparelho. Tecido Acrobático: é uma atividade praticada em um tecido duplo, preso em altura mínima de 6 metros, em que o acrobata executa movimentos com graça, beleza e leveza. Trapézio: o aparelho se posiciona próximo ao solo e o aluno faz uma série de movimentos chamados de figuras. Outra forma de utilização, que é a mais conhecida: ocorre quando o aparelho fica preso bem alto e os trapezistas saltam de um trapézio para o outro dando um show de acrobacias aéreas. Solo: alguns movimentos são utilizados para fazer o aquecimento do corpo antes do treino propriamente dito. São cambalhotas, paradas de mão, pontes, estrelas, entre tantos outros movimentos realizados no chão. Malabarismo: é uma técnica abrangente, trabalha a concentração, atenção, lateralidade, coordenação motora, respiração, reflexos, podendo ser associada a diversas técnicas terapêuticas com o objetivo de trabalhar diferentes áreas do organismo de forma lúdica. O estudante Thiago Souza (dir.) já pensa em levar o mundo circense para a vida profissional

Monociclo: é a arte de andar sobre uma roda, a qual exige muita coordenação, equilíbrio e força, principalmente nas pernas e abdômen. Com duas semanas de treino diário o aluno já consegue andar para frente e para trás.


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moda |

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Isadora vargas

Alta-costura em Paris Fotos: divulgação

Fashion | Confira os destaques da semana de moda outono/inverno

Coleção Dior

Coleção Chanel

Foi dada a largada da Semana de Moda de AltaCostura de Paris outono/inverno 2014-2015. E, como sempre, Atelier Versace foi a primeira a desfilar sua coleção, nesse domingo, 6, no Salon de la Chambre de Commerce. Inspirada pelo costureiro inglês Charles James, Donatella experimentou e inovou com volumes, fendas, recortes assimétricos e cinturas afinadas, corpetes em tons de preto, marinho e prata. Caudas bufantes de cetim levaram banho de silicone e vestidos reveladores ganharam uma perna de calça, se fazendo passar por macacões. Na fila A, Jennifer Lopez, Helena Bordon e Leigh Lezark. Na manhã de segunda-feira, modelos e celebridades dedicaram sua atenção à marca Schiaparelli. Em sua segunda coleção, o designer italiano Marco Zanini procurou definir um look para a marca e encontrar o equilíbrio entre a estética chique da Parisiense e o estilo vanguardista de Elsa Schiaparelli. Se manteve fiel

ao seu estilo vintage, mas sem perder de vista a moda surrealista da label. Na passarela, ombros estruturados dos anos 40, cinturas marcadas e estampas divertidas com brilho e cores vibrantes. Quem viu tudo de perto? Só os chefes da moda: Inès de La Fressange, Azzedine Alaia, Christian Louboutin e a dupla à frente da Valentino, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli. Mais tarde foi a vez da Dior roubar a cena, direto dos jardins do Museu Rodin. As paredes forradas de orquídeas brancas deram o tom do que seria apresentado na passarela de alta-costura da Dior: um inverno elegante, delicado e minimalista. O diretor criativo Raf Simons fez uma releitura moderna do clássico haute couture. A maison buscou inspiração em fontes tão antigas quanto o século XVIII, tanto que os primeiros vestidos do desfile foram inspirados em Maria Antonieta. Saias rodadas estilo anos 50 ainda são vistas, mas dessa vez acompanhadas de macacões esportivos. Na coleção apresentada, peças em sua maioria pretas e brancas, coloridas apenas por tons pastéis. A Fila A foi estrelada por Marion Cotillard e o casal Charlize Theron e Sean Penn. Giovanna Meneghel e Helena Bordon também marcaram presença. Ainda no segundo dia de desfile, Giambattista Valli conduziu uma coleção de muita casualidade e elegância dos anos 60, sem se esquecer dos looks femininos para compor suas obras de arte nesta temporada de inverto de alta-costura. O inverno de Giambattista Valli mais parece primavera de Cote d’Azur. Apesar de alguns tons neutros e poucos casacos pesados, em sua maioria, as peças deixam pernas e braços de fora. Tules, paetês e peles, contrastados pelos descontraídos óculos estilo John Lennon, lenços na cabeça e camisas sociais dão leveza à alta-costura da marca. Com uma coleção jovem, o estilista deixou claro que alta-costura não precisa ser tão levada a sério para ser luxuosa. Pelo contrário, ela pode ser leve, misturar plumas com algodão e se aproximar um pouco mais do dia a dia de suas consumidoras. A coleção apresentada pela Chanel na terça-feira foi uma surpresa para muitos, pois foi um pouco mais informal do que espera-se para um desfile de alta-costura – mas nem por isso menos glamourosa. A alta-costura desceu do salto e o calçado ganhou charme com laços amarrados ao tornozelo e divide a passarela com os slippers, sapato superconfortável que ganhou as ruas algumas temporadas atrás. Outro destaque da coleção é a bermuda por baixo de sobretudos e saias evasê nos clássicos conjuntinhos de tweed da marca. Aplicações de plumas nos braços são outro recurso criativo de Lagerfeld e prometem deixar o inverno Chanel um pouco mais quentinho. Kendall Jenner esteve na passarela de Lagerfeld e desfilou um longo bem invernal. O cenário, sempre um show à parte nas apresentações da grife, desta vez foi composto por uma sala de estar: espelho e lareira deram o ar caseiro ao desfile. Já a paleta de cores é indispensável à estação fria com preto, branco, vermelho, tons de marrom e os refinados dourado e prateado. Na vez de Giorgio Armani Privé, fashionistas de plantão ficaram boquiabertos com a intensidade, sensualidade e poder da coleção, a começar pela cartela de cores dominada pelo preto e pelo vermelho. Enormes

véus de tule, tecido que é uma constante na coleção, originam pois (poá) flutuantes e cobrem longos de saia ampla, com detalhe para a silhueta peplum dando as caras novamente. Os casacões são feitos de organza que imitam pele e luvinhas de látex complementam o lado sexy da coleção. O estilista Elie Saab não poderia ser mais marcante. A começar pelo cenário, composto por lustres de cristal e pelo próprio nome da coleção: “Palácio de Luz”. E foi mesmo em um belo palácio iluminado que se transformou o Pavillon Cambon Capucines, local escolhido para o desfile na tradicional Rue Cambon, em Paris. Durante o desfile, o estilista libanês mostrou a delicadeza nos vestidos bordados em pérolas e cristais Swarowski e cintura sempre bem marcada. A cartela de cores é feminina e celestial: azul claro, rosé, vermelho, preto, azul marinho, bege e branco. O amor pela alta-costura uniu a dupla Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli no desfile da Valentino, que olharam para o passado em busca de criar um novo futuro, dando às togas da Roma antiga as características contemporâneas e minimalistas que se tornaram sua marca registrada. A tecnologia foi usada para criar, com primor, peças aparentemente simples. Este foi o ponto alto do trabalho metódico da dupla de estilistas que criou uma elegância para a marca. Amarrações, recortes e plissados deram movimento aos tecidos que, ao invés de serem bordados, foram produzidos com a técnica da intarsia, na qual a própria trama forma a estampa da peça. n

Giorgio Armani no lançamento de sua coleção

Valentino

Versace


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cristina ho

| turismo

13 Foto: Arquivo pessoal

Na terra do poeta Chile | imersão numa cultura mística e tradicional Peço silêncio Agora me deixem tranquilo Agora acostumem-se sem mim Eu vou fechar os olhos E quero apenas cinco coisas A primeira é o amor sem fim A segunda é ver o outono Eu não posso ficar sem as folhas Voam e voltam à terra A terceira é o inverno rigoroso Que ama a chuva, a carícia do fogo no frio selvagem Em quarto lugar o verão Redondo como uma melancia A quinta coisa são teus olhos Matilda, minha bem-amada Não quero dormir sem teus olhos Não quero ser sem que me olhes Eu troco a primavera para que continues me olhando Amigos, isso é tudo o que eu quero: É quase nada e quase tudo. (Tradução livre) Se você reconheceu o poema acima descobriu que o nosso próximo destino será a terra natal deste poeta, um dos mais conceituados e importantes do século XX

Cristina Ho também escreve no www.fasciniopelomundo.blogspot.com.br

e premiado com o Nobel de Literatura: Pablo Neruda. Chile, um país de paisagens contrastantes: de lagos a deserto, de montanhas a pampas, de vulcões a geleiras, tudo isso harmoniosamente encaixado numa longa e estreita faixa costeira encravada entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. Na terra de bons vinhos e de diversidade de frutos-do-mar vamos apreciar uma culinária ampla e rica

para todos os gostos e bolsos. Conheceremos, também, uma cultura que mescla a mística indígena com a tradicional europeia. E para os amantes da natureza, pinguins, lobos-marinhos, guanacos e condores à sua espera na Patagônia Chilena. Se você gosta de aventura, prepare-se: nas próximas edições vamos conhecer a Região dos Lagos e caminhar pelas encostas de um vulcão, faremos a travessia dos Andes para chegar a Bariloche, visitaremos o estreito de Magalhães e avistaremos a Terra do Fogo, vamos enfrentar a implacável ventania no Parque Torres del Paine, iremos nos encantar com as belas e gigantescas geleiras e, claro, faremos uma visita numa centenária vinícola famosa por sua tradição e especialmente por uma lenda diabólica! – Quer saber qual é? Acompanhe minha coluna e descubra este destino cheio de encantos. Até a próxima. n

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cultura

Circuito do Ouro

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Fotos: divulgação

Riqueza | Projeto convida mineiros a vivenciar experiências turísticas sem sair do estado

O Circuito do Ouro é uma região turística que agrupa 16 municípios com afinidades culturais, históricas e naturais

Minas Gerais possui belezas que até mesmo os mineiros desconhecem. Em um raio 200 km da capital mineira, há diversos lugares e cidades incríveis para se conhecer e passar um final de semana diferente. Para aqueles que quiseram fugir do clima de Copa do Mundo no dias de jogos,

roteiros de apenas um dia também fizeram Os casarões do sucesso. Esse é o objecentro de Mariana tivo da Associação dos são uma visão Municípios do Circuito inesquecível Turístico do Ouro, que está fazendo uma campanha para estimular o fluxo de visitantes em seus roteiros turísticos. A proposta do projeto é estimular a circulação de pessoas nos destinos de Minas Gerais, a ideia foi devido ao fluxo de pessoas na cidade durante a Copa do Mundo, mas a intenção é que a campanha continue pelo resto do ano. O Presidente do Circuito do Ouro, Sr. Ubiraney Silva, comenta sobre a campanha desenvolvida pela associação. “Todo ano temos um plano de trabalho voltado para gestão e planejamento turístico, como estamos em um ano atípico, que é ano de Copa do Mundo, nós achamos interessante adequar nosso plano de trabalho em um foco maior de promoção de destino. A nossa ideia foi potencializar o Circuito do Ouro como possibilidade de roteirização para o mercado, e, principalmente, para o Há opções de roteiros para cidades muito próximas da belo-horizontino”. capital, como a cidade de O Circuito do Ouro Itabirito é uma região turística que agrupa 16 municípios, com afinidades culturais, históricas e naturais, com grande proximidade geográfica entre eles. A região foi marcada pela grande exploração e exportação do ouro, que se destacava como a principal atividade econômica do período colonial no Brasil e hoje ainda se destaca no cenário econômico com a extração de minério de ferro. “O projeto é potencializar o turismo dentro do estado, é mostrar para o público que nós temos muitas atrações e opções a menos de 100 km da capital mineira. Nosso programa é atender a regiões, como Raposos, Rio Acima e Nova Lima,

O Presidente do Circuito do Ouro, Ubiraney Silva, fala sobre as opções de turismo

exemplos de Roteiro passeio de Um dia

Serra dos Alves – Cachoeira do Sereno, Canyon do Marques e Igreja de São José

passeio de dois dias

Museu do Tropeiro, apresentação das Lavadeiras de Ipoema (agendamento prévio). Visita ao Morro Redondo e ao Parque Estadual do Limoeiro (Cachoeira Alta e Cachoeira Boa Vista).

passeio de três dias

Entre Serras da Piedade ao Caraça: Caeté, Barão de Cocais, Catas Altas e Santa Bárbara. 1º DIA: Visita à Serra da Piedade e almoço no restaurante do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Pernoite em Caeté. 2º DIA: Visita ao Distrito de Cocais e ao Sítio Arqueológico da Pedra Pintada (Barão de Cocais). Jantar e pernoite em Santa Bárbara. 3º DIA: Visita a Catas Altas, com passeio de quadriciclo. Visita e almoço no Santuário do Caraça.

Site: www.circuitodoouro.tur.br Blog: circuitodoouro.tur.br/blog Facebook: www.facebook.com/pages/Circuito-do-Ouro Itabirito, Ouro Preto, Mariana e Catas Altas, Santa Bárbara, Congonhas, Barões de cocais e Caetés, Itabira e Piranga. Nossas expectativas é que no efeito pós-copa as prefeituras se entusiasmem a manter esse tipo de comportamento e programa regionalizado e não individual”, afirma o presidente. No site do Circuito do Ouro, os turistas podem escolher a opção de roteiro que desejam fazer, eles são divididos em História, Cultura, Natureza e Gastronomia. “A ideias dos roteiros é eles serem auto guiados, onde o turista não precisa comprar um pacote de viagem para viver experiências diversificadas e diferentes no âmbito da gastronomia, da ecologia, e da historia cultural de cada cidade. O circuito do Ouro está no coração da estrada real e detém praticamente, 60% do patrimônio edificado do Brasil, então tem muita coisa para ver”, convida o presidente Ubiraney Silva. n


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jovem

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Diversão offline Ação, estratégia e trabalho em equipe. Atitudes essenciais para um bom desempenho profissional e que podem auxiliar em embates de paintball – disputa de armas de ar comprimido (marcadores) com bolinhas de tinta. A brincadeira que estourou no Brasil em meados dos anos 2000, hoje mantém um público fidelizado e diversificado. As disputas não envolvem contato físico, o que possibilita a participação de todas as idades e gêneros. Além de ser uma alternativa para quem deseja abandonar um pouco jogos virtuais e partir para uma ação real. Mesmo sem contato direto entre os participantes, algumas medidas devem ser adotadas a fim de evitar lesões. O cuidado é necessário, devido à velocidade e pressão na qual a bolinha de tinta é disparada dos marcadores, normalmente 300 fps (pés por segundo), equivalente a 327 km/h. A velocidade é necessária para a realização do esporte e exige o uso de equipamentos, como luvas, capacete, óculos e colete. O principal cuidado é com os olhos, tendo em vista que um disparo em curta distância pode ocasionar lesões. “Por esse motivo nós tomamos tanto cuidado aqui. Se alguém tira o capacete o juiz já grita: Coloca o capacete! Interrompe o jogo e não para de gritar até o jogador recolocar o capacete”, enfatiza o proprietário do Tropa Serrana Paintball, Eustáquio Caldeira, 32. Para o empresário, a preocupação com os equipamentos vai além e por isso o campo ainda dispõe de protetores para o pescoço e genital. “Fazendo o uso de todos os equipamentos não tem problema nenhum. Nunca ninguém se machucou aqui por estar sem equipamento”, garante. Jogador assíduo de games virtuais, o estudante Guilherme Mariano, 11, no último mês optou por comemorar seu aniversário de uma forma diferente. Em meio a muita adrenalina e num campo repleto de obstáculos e esconderijos, o estudante desafiou seus amigos em uma partida. “Acho legal dar um tempo na tecnologia e viver um pouco a vida. Tipo andar de bicicleta e jogar paintball. A experiência foi bem interessante. Lá você não pode vacilar, se não você leva tiro. Dá pra divertir bastante”, avalia o estudante. Veterano no paintball, o estudante Jackson Moreira, 20, revela que pelo menos 4 vezes ao mês vai a um campo de paintball com amigos. “Tem 9 meses que jogo. Comecei depois que o primo de uma amiga me convidou. Aí não parei mais. Não tem nada melhor pra desestressar do dia a dia”. Opinião compartilhada pelo grupo de amigos, Thales Lessa, 20, Hugo Vanelli, 20, Douglas Machado, 20, que participaram de uma partida no campo Tropa Serrana paintball em Nova Lima, próximo ao bairro Belvedere. Para Thales, que é mecânico hidráulico, além do relaxamento após as disputas, as partidas ainda promovem bons momentos com os amigos. “Teve uma febre há uns anos atrás. Mas ainda vejo muita gente marcando. Meus amigos do trabalho sempre vão. Eu ainda

Fotos: Cinthya Pernes

Lazer | Disputas de Paintball retomam espaço no mês de julho

Uma proposta para curtir as férias ou apenas sair da rotina, o paintball atrai quem gosta de se divertir além dos jogos digitais

Os amigos Hugo Vanelli, Thales Lessa e Douglas Machado foram até o Belvedere para disputar uma partida no Tropa Serrana Paintball

não pude ir com eles, mas às vezes vou com outros amigos. É muito bom! Dá muita adrenalina”, garante Thales. Para o amigo e colega de equipe na partida, Douglas Machado, 20, outra característica importante do paintball é a capacidade da brincadeira em aproximar e promover a interação com colegas de trabalho. “Geralmente eu vou com o pessoal do trabalho. É bom, porque sai um pouco da rotina. Sempre conhecemos outras pessoas de lá que também vêm jogar. São pessoas de setores diferentes que se reúnem e acabam vindo junto”, elucida o supervisor de almoxarifado.

História

Muitas versões circulam na Internet sobre a origem do paintball. Mas o empresário Eustáquio Cadeiras, que dedicou longo período de estudo sobre o esporte para

abrir seu negócio no Belvedere, garante que o esporte partiu do Canadá. Quando fazendeiros e trabalhadores florestais começaram a realizar pequenas brincadeiras com dispositivos de tinta que eram primeiramente utilizados para demarcar árvores que seriam cortadas. Já na década de 60 o dispositivo de tinta era comercializado como pistolas de paintball.

Dicas

Apesar de os campos de paintball geralmente possuírem todos os equipamentos necessários para alugar, desde os marcadores de paintball (armas), bolinhas, máscaras, roupas camufladas e coletes. Vestir roupas grossas minimizam o impacto das bolinhas. Lembrando que a tinta utilizada nas partidas sai das roupas ao serem lavadas.n


crônica |

maurilo andreas

Princesa

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Foto: arquivo pessoal

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Sueli morava no sótão de uma casa antiga, com grades nas janelas, uma porta de madeira pesada e uma longa escada com um corrimão enferrujado. Do alto de sua torre, Sueli inventava príncipes e aventuras com os rapazes que passavam e assobiavam ao vê-la encarapitada na laje.

medo, aliás, bastante justificável se pensarmos nas gravidezes precoces de suas duas meio-irmãs.

Sua mãe era uma senhora bastante velha, que vivia no andar de baixo e que proibia Sueli de sair. Dizem que os cuidados da megera eram por medo de que a menina, muito bonita, acabasse engravidando de um dos rapazes do bairro. Um

Um por um, todos tentaram resgatar Sueli de seu castelo. Cléber foi atropelado e morreu na hora. Pedro tomou uma dura de um traficante local a mando da velha, teve um braço quebrado e nunca mais voltou. Jefferson foi visto pela polícia enquanto escalava o muro e está preso.

Na verdade, do alto de sua janela, Sueli era observada por quatro garotos da região, verdadeiros príncipes em sua mente. Cléber, que fazia curso técnico para eletricista; Pedro, que era motoboy em um escritório de advocacia; Jefferson, que estava desempregado há alguns anos e Zé Roberto, que cuidava de uma lan house na garagem da casa da tia.

Só Zé Roberto, aproveitando uma distração da senhora, conseguiu se encontrar com Sueli. Viveram um amor mágico, heróico e arrebatador. Ela, depois de fugir com ele, engravidou

Maurilo Andreas é mineiro de Ipatinga, publicitário de formação e escritor por paixão. Casado com Fernanda e pai de Sophia, é autor de seis livros infantis e foi um dos homenageados na I Feira Literária de Passos. Seu texto “Sebastião e Danilo” foi escolhido pela revista

Nova Escola para uma edição especial e vários outros fazem parte de livros didáticos e paradidáticos de diversas editoras.

já no primeiro mês e hoje cuida da lan house enquanto ele toma cerveja no boteco da esquina. A vida é um outro tipo de conto de fadas. n


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