Agenda - Urban Sketchers Portugal - Outubro 2020

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AGENDA Outubro 2020

Desenho vencedor do Tema do MĂŞs: Alexandra Baptista

urbansketchers-portugal.blogspot.pt

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AGENDA Outubro 2020

Desenho vencedor do Tema do Mês: Alexandra Baptista

ENTREVISTA Equipa de produção: Abnose, André Baptista, Carlos Matos, Henrique Vogado, Isa Silva, Leonor Lourenço, Manuel Tavares, Rosário Félix, Vicente Sardinha Colaboraram nesta Agenda: Alexandra Baptista, Ana Crispim, Ana Luísa Frazão, Bruce Azevedo, Bruno Vieira, Cristina Espírito Santo, Emanuel Félix, Hugo Barros Costa, Isabel Alegria, João Tiago Fernandes, Manuel Martins, Marco Correia, Mário Linhares, Miguel Silva, Mónia Abreu, Pedro Alves, Pedro Cabral, Sandra_Medeiros, Suzana Nobre, Teresa Ruivo, Vanda Dias Design e paginação: Isa Silva Copyright: Urban Sketchers Portugal www.urbansketchersportugal.blogspot.pt Sugestões e contacto: uskp.actividades@gmail.com

Mário Linhares por Leonor Lourenço

OS NOSSOS DESENHOS Tema: Natureza

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LIVRO

Diários de viagem desenhos do quotidiano: 35 autores contemporâneos por Hugo Barros Costa

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VIAGEM GRÁFICA A Índia, Sempre por Teresa Ruivo

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EVENTO

Traço - Festival Internacional de Desenho do Alentejo por Miguel Silva

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ABCDIÁRIO Letra B

por João Tiago Fernandes

DICAS 1, 2, 3

por Manuel Tavares

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GRUPOS

USk Açores Ilha Terceira por Manuel Martins

AGENDA

Encontros, Formações, Exposições 2

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E D I T O R I A L Olá a todos Mais um mês e já entrámos no Outono, aquela altura do ano que nos apetece tanto registar as cores quentes tão típicas, em que as paisagens têm outros tons e que nos faz falta uma bebida mais quentinha. Este mês lançámos a novidade há muito pedida: a conta dos USkP no Instagram: @urbansketchersportugal. Será mais uma plataforma de divulgação das nossas actividades, dos desenhos dos nossos associados e restantes entusiastas e também para lembrar de algumas iniciativas. Mas não queremos revelar tudo! Terminou a iniciativa Lisboa Capital Verde 2020 e agora é tempo de juntar os desenhos, tratar do livro e em Novembro preparar a exposição. Assim que tivermos toda a informação, divulgaremos. No dia 26 de Setembro tivemos os vários encontros do (a)Riscar o Património. A pouco e pouco, começamos a reencontrarmo-nos presencialmente. O Covid não nos pode manter eternamente afastados. O convívio, apesar das restrições e cuidados, é fundamental. Mais encontros estão na calha. Com calma e cuidado, arranjamos maneira de os realizar. Inspirem-se, relaxem e desenhem muito! Direcção dos USkP

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ENTREVISTA Mário Linhares

Por

Leonor Lourenço

Associado número um dos Urban Sketchers de Portugal. Que distinção! Como tal aconteceu e o que isso representa para ti? Aconteceu quando a associação foi fundada, num jantar em minha casa com os nove fundadores e tudo se decidiu com naturalidade. Na verdade, os números de sócio com que cada um ficou têm pouco significado. Para mim, os sócios número um são todos os que se associaram assim que desafiámos todos os urban sketchers a sê-lo.

tantas pessoas ao desenho. Quanto mais pessoas se apaixonavam ou reaproximavam do desenho, mais eu me envolvia nas atividades. É mesmo uma relação de comunidade. Que artistas te deslumbram? Tenho tendência para ir seguindo autores que trabalham de modo muito diferente do meu, para aprender com eles e sentir-me sempre inspirado. Neste momento estou encantado com o trabalho de: Sam Winston: https://www.instagram. com/samwinston_ Jennifer Printz: https://www.instagram. com/jenniferdprintz Sidival Fila: https://www.instagram.com/ sidivalfila Benoît Guillaume: https://www. instagram.com/benoit.guillaume Pascal Blanchet: https://www.instagram. com/pascalblanchet E claro, não podia deixar de fazer referência ao autor português que nunca deixa de surpreender: José Louro: https://www.instagram.com/ josemanuelvieiralouro

Partilha connosco um pouco do teu percurso enquanto urban sketcher. Com esse nome de “urban sketcher”, tudo começou em 2009, quando descobri que existia esse movimento internacional. Pouco depois eu e o Eduardo Salavisa transformámos o blogue ‘coletivo de diários gráficos’ em ‘urbansketchers-portugal’ e depois começámos a criar encontros, exposições, formações. O meu percurso enquanto urban sketcher está definitivamente ligado à impressionante adesão de 4


desenho de Benedetta Dossi

O que te move neste mundo artístico? O prazer enorme de desenhar. Procuro fazer o melhor que sei e posso em tudo o que me envolvo. Não penso no mundo artístico ou grandes objetivos na arte. Faço uma coisa de cada vez com o máximo de intensidade. Os frutos dessa dedicação trazem outros projetos.

Já realizaste imensas formações. Qual a que te ficou mais na memória? Vou destacar três momentos: 1. Retiro de diários gráficos na Sicília, quando desenhámos todos por cima das nuvens, junto ao vulcão Etna, sob o tema “aspirar às coisas do alto”. 2. Formação em Veneza, seguindo os passos de John Ruskin. 5


ENTREVISTA Mário Linhares

3. Formação em Kharkiv, Ucrânia, pois foi como uma viagem no tempo onde parecia ter aterrado ainda nos tempos da antiga União Soviética. O grupo USk de lá recebeu-me como se fosse um amigo de longa data, prova viva que este movimento internacional é mesmo uma grande família.

vida nova, vitalidade. Nesse sentido, só posso dar os parabéns à atual direção e a todas as ideias que propuseram no plano de atividades. Sei que tens um filho com seis anos que também parece querer seguir os passos dos pais artistas. Que momento te encheu a alma? O Matias desenha quando lhe apetece. Eu e a Ketta não forçamos nada. De qualquer modo, se tivesse de escolher um momento seria aquele em que nos desenhamos mutuamente aos três. Há uma espécie de contemplação quando se faz um retrato.

Como associado número um, foste quem mais acompanhou esta caminhada de urban sketchers. O que proporias no que diz respeito à dinâmica dos urban sketchers de Portugal? O maior gosto é ver outras pessoas a tomar as rédeas dos USkPortugal. Saber largar para que outros possam transformar para melhor algo que se criou dá uma sensação de renascer, de

Mário, és líder de projetos humanitários desde 1997. Alias 6


frequentemente a espiritualidade ao desenho. Partilha connosco um pouco desse teu mundo. Este tema daria um extenso capítulo. Diria apenas que em 1997 percebi que os meus horizontes podiam ser muito mais amplos do que imaginava. Nessa altura conheci os índios Yanomami da floresta amazónica, a tribo Samburu do Quénia, e comecei à procura de estabelecer pontes entre o desenho e essas realidades tão diferentes. Em 2002, no Quénia, enquanto tocava guitarra com os Samburu, senti pela primeira vez que aquele pedaço de terra também me dizia respeito, que podia ter nascido ali. Esse momento transformou completamente a minha vida e passei a olhar para o mundo como a nossa casa, sem fronteiras, e não apenas Portugal ou Sintra.

Enquanto “número um” que palavras de incentivo queres deixar para aqueles que …“gosto muito de desenhar mas não tenho jeito” , “gostava de me juntar ao grupo, mas vocês desenham tão bem que não tenho coragem de aparecer…” ? O número um é a grande comunidade de urban sketchers que temos em Portugal. É muito importante reforçar esta ideia. Eu vejo-me como mais um membro deste grupo incrível que gosta de desenhar. Desde o início que os USkPortugal são um grupo acolhedor e inclusivo. Qualquer pessoa é bem vinda. O mais importante é gostar de desenhar. Quando gostamos de uma determinada atividade temos tendência para a fazer várias vezes. Com a repetição, a persistência e o gosto, inevitavelmente, vamos melhorando. A vantagem de o fazer em grupo é que se aprende muito a ver o trabalho dos outros.

De que forma o facto de estares casado com uma Urban Sketcher, a Ketta Linhares, se repercute na tua vida profissional e pessoal? É o melhor de tudo. Estamos completamente sintonizados. Ambos foram autores do livro Diário de Viagem, Costa de Marfim, premiado em França. Que significado tem para ti os prémios que te têm atribuído no teu percurso? O maior prémio foi a oportunidade de termos estado um mês na Costa do Marfim, numa aldeia remota, só para desenhar. Claro que acabámos por ajudar também no centro de saúde e em atividades com crianças, mas os melhores prémios são aqueles que fazemos acontecer, não os que os possam ser dados por outros, pois esses não dependem de nós. 7


OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: NATUREZA

Mónia Abreu

Ana Crispim

Alexandra Baptista

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Suzana Nobre

Ana Luísa Frazão

Bruno Vieira

Pedro Alves 9


OS NOSSOS DESENHOS tema do mês: NATUREZA

Vanda Dias

Pedro Cabral

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Sandra_Medeiros

Marco Correia

Cristina EspĂ­rito Santo

Isabel Alegria

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LIVRO

Diários de viagem desenhos do quotidiano: 35 autores contemporâneos Encontrei esta publicação, por mero acaso, numa livraria, em 2010. Fui atraído pelo título, com as mágicas palavras “Diários de Viagem”, mas foi realmente a capa que mais me tocou, já que me recordava os meus primeiros diários gráficos, comprados na Papelaria Modelo, quando frequentava o primeiro ano na escola de arquitetura. Além disso, a introdução, escrita pelo autor, começa com a frase: “Este livro é dedicado aos desenhadores obsessivos, ...”. - “É para mim, pensei!” Há cerca de 10 anos, acabava de descobrir o movimento “Urban sketchers” e tinha já começado a minha aventura “um desenho cada dia”. Ainda não sabia quem era o Eduardo Salavisa, tão pouco conhecia a maioria do autores (para ser sincero, só conhecia um!). Podem imaginar o prazer com que folheei cada página, sorvendo inspiração e sonhando, um dia, ser capaz de desenhar assim e, quem sabe, ver os meus desenhos publicados, lado a lado, com esses desenhadores (repito: era só um sonho).

Por

Hugo Barros Costa

No entanto, nem só de desenhos vive esta obra: Salavisa teve a generosidade de juntar uma extensa e rica introdução com vários capítulos que abordam temas relacionados com “Diário de Viagem”, ao que acrescentou algumas páginas sobre artistas “não contemporâneos” que, de alguma forma, se relacionam com o tema do livro. Além disso, inclui um pequeno texto, escrito por cada autor, que também recomendo. Por último, gostaria de salientar a cuidada maquetação. No Simpósio de Chicago, em 2017, tive, finalmente, o prazer de conhecer alguns do autores presentes na publicação, como o Pedro Cabral, o José Louro e o João Catarino; este último, que me maravilhou no seu workshop, a que tive a sorte e o privilégio de assistir e que dificilmente esquecerei. Não são só excelentes sketchers, são também excelentes pessoas! No ano seguinte, fui desenhado pelo Francisco Vidal (outro autor presente no livro),no incrível Festival “Gliding Barnacles” na Figueira da Foz, onde os dois fomos “artistas convidados”. 12


Um dia, estava eu a desenhar na Rua 31 de Janeiro, no Porto, senti que alguém me observava. Estava demasiado concentrado no desenho e assim continuei, até ouvir uma voz, por cima do meu ombro: - “Tu és o Hugo!?” - Olhei para trás e reconheci o inconfundível Eduardo Salavisa! Foi o nosso primeiro e casual encontro e lembro-me quão surpreendido (e agradecido) fiquei, com o facto de o Eduardo conhecer o meu trabalho. Termino, agradecendo ao Eduardo Salavisa os momentos que partilhamos, mas também o seu incontornável contributo para o ensino, a investigação e divulgação do desenho, em particular no “diário de viagem”. O desenho não seria o mesmo sem ele. Muito obrigado, Eduardo.

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VIAGEM GRÁFICA A Índia, Sempre

Por

Teresa Ruivo

Gosto de pensar que a minha vida sempre foi pautada por viagens, primeiro com os meus pais, depois com amigos nos tempos de inter-rails sem limites nem fronteiras e, mais tarde, com o meu marido e filhos.

Tento escolher destinos tão longínquos quanto posso, porque a distância traz a diferença de geografias, culturas e quotidianos que fazem da viagem algo rico e transformador. O prazer da viagem começa muito 14


antes do seu início: começa no frenesim da sua preparação, nos mapas, nas pesquisas e, finalmente, nas malas. Os low-cost limitam-nos as bagagens e, quem desenha, depressa aprende a substituir T-Shirts por aguarelas e uma boa barra de sabão. Fazer a mala é um acto de exímia organização, mas também de alguma clarividência: “De que irei precisar para desenhar?” Quando o destino é a Índia a escolha é fácil: cores quentes e vibrantes que transmitam o bulício fervilhante das cidades, em tudo diferentes daquilo que conhecemos. A comida é diferente, os cheiros são diferentes, os barulhos são diferentes, os templos são diferentes, os rituais, as vestes, as orações, os sacríficos e as oferendas são diferentes. A religiosidade fervorosa assume uma intensidade insana onde os fogos, os fumos, os peregrinos as vacas e os elefantes se fundem num ambiente de vertiginosa e frenética alegria.

Mas há que levar ainda cores neutras e materiais suaves, porque a Índia também é feita de madrugadas calmas e silenciosas, banhos em lagos sagrados, templos perdidos em lugares serenos , a bruma a pairar no ar. A Índia é indiscritível e não é consensual. É preciso ir-se vazio. De tudo. De ideias, filosofias, crenças e preconceitos. Abrir os olhos, as narinas e os poros e, sem pressa, deixá-la entrar, de mansinho e com tal habilidade que, em se instalando, nunca mais sai de dentro de nós.

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EVENTO

Traço - Festival Internacional de Desenho do Alentejo Em 2013 lançámos, num memorável encontro nacional dos USk em Elvas, a base do que veio a ser o TRAÇO, Festival Internacional de Desenho do Alentejo. Nessa altura percebemos que esta cidade raiana, desenhada com rigor pela engenharia militar ao longo de séculos, poderia ser o cenário inicial e a ponte entre o urbansketching dos dois lados da fronteira. Geograficamente é central relativamente a 4 cidades Património da Humanidade: Elvas e Évora do lado português e Mérida e Cáceres do lado espanhol. Entre estes focos de interesse para o traço do desenho, muitos outros de igual importância se espalham por este território vasto e riquíssimo culturalmente e patrimonialmente. Fez todo o sentido iniciar o que para nós, naquele instante, poderia vir a ser uma espécie de bienal de Desenho. Fomos mais ambiciosos e, a partir de 2016, tornou-se um marco anual da actividade dos urbansketchers. Tivemos muitos temas e diferentes convidados, sempre com a Cultura de Desenho (na sua generalidade) como protagonista. As edições de 2016 e 2017 realizaramse essencialmente na “Joia da Coroa”

Por

Miguel Silva

do sistema abaluartado, recentemente restaurado: Forte de Nossa Senhora da Graça. Todo um cenário imponente de fundo, em forma de estrela (em planta), para fazer brilhar os nossos traços. Entretanto, mais um ano passou e o Traço chega à sua 5ª edição. A pandemia empurrou-nos, mais rapidamente do que prevíamos, para novos suportes que já equacionávamos há algum tempo. Neste momento de mudança em diferentes dimensões optámos por recentrar, repensar, religar... “ReDesenhar”. 16


O mote é, portanto, ReDrawing TRAZO. A polissemia da palavra reflecte o que pretendemos fazer: 1. “reconvidar” os participantes das edições anteriores a fazer um depoimento em Webinar do dia 3 de Outubro; 2. debater o passado e o futuro da actividade dos convidados na Cultura do Desenho; 3. repensar o próprio Traço numa visão ampla em retrospectiva e com prospectica, lançando novas perspectivas. Passado, presente e futuros; 4. mostrar as novas ideias e conceitos associados a novos suportes de divulgação a enriquecer a divulgação do Desenho através do Traço. Neste Traço esperamos contar com a vossa presença virtual e com a vossa participação activa no dia 3 de Outubro em que se inicia o que poderemos vir a considerar a temporada (season) 20-21 do Traço em formato digital continuado

(não descartando a presença física que já vínhamos marcando nas edições anteriores). Inauguraremos uma exposição virtual 360º conjunta de 3 sketchers: João Luciano, Miguel Silva e Pedro Loureiro. Este último fará uma visita guiada aos seus trabalhos em tempo real do mesmo dia. A exposição ficará presente na internet durante todo o ano, a ser ampliada com mais autores até à 6ª edição do Traço em Outubro do próximo ano. Nesse momento será selecionado um novo espaço para uma nova temporada. Compareçam. Temos muitas novidades para um ano inteiro de actividade. Num futuro Traço, caso seja oportuno e do teu interesse e do festival, gostaríamos que contasses entre os nossos convidados. Esperamos por ti em Outubro! Informação sobre o TRAÇO: https://trazodrawingfest.com

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B Por

ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes

Apesar de desenhar desde que me lembro, só depois de concluir os estudos é que me voltou a dar gozo fazê-lo – talvez por, nesse momento, ter deixado de ser uma obrigação...

Ainda assim, apesar de seguir vários movimentos pela Internet, desenhar continuaria a ser uma prática algo solitária. Seria só em Bristol (quando voltei a estudar), que encontraria uma comunidade vibrante e cheia de criatividade que me faria passar a entender o desenho como algo para fazer em grupo.

[1] Clifton Suspension Bridge, um dos meus primeiros desenhos da cidade

Letra B — Bristol Com mais de 400 mil habitantes, a sexta maior cidade da Inglaterra[1] brota criatividade por todos os cantos! Para além de ser geminada com o Porto, deu ao mundo sonoridades como Massive Attack, Portishead ou Tricky, artistas como o secretivo Banksy e os estúdios Aardman, responsáveis pelo teledisco Sledgehammer, de Peter Gabriel, ou das séries Morph, Wallace and Gromit, Ovelha Choné e, mais recentemente, Angry Kid. O primeiro grupo do qual fiz parte, Bristol Sketch Initiative, descobri-o no fórum SketchCrawl, 18


[3] 3. Resultado de um encontro dos Bristol Drawing Club, a partir de revistas da National Geographic

com encontros trimestrais seguindo itinerários pedonais ao longo da cidade, sempre com direito a uma paragem num qualquer café[2] para partilhar experiências. Fiquei fã e ainda consegui levar alguns colegas de mestrado comigo. Outro grupo seria Bristol Drawing Club, com encontros informais ao serão, abertos a todas as idades e a todos os estilos[3]. Mas seria com os Bristol Sketchers (BSk) que me envolveria mais a fundo, com encontros quase quinzenais, mantendo encontros temáticos (técnicas, materiais, locais), às vezes com trabalhos colaborativos (trocas de cadernos, exposições), às vezes como simples desculpa para sair de casa[4] (apesar da chuva). Para além disso, volta e meia eram os meus colegas quem me arrastava para os encontros semanais de figura

humana que decorriam numa antiga fábrica de tabaco, convertida em espaço cultural, galeria de arte e, claro, pub. Os encontros Life Drawing at Tobacco Factory juntavam os desenhadores no palco desta sala de espetáculos e, apesar de servirem como um piscar de olhos ao meu passado académico, serviam também para cimentar amizades que nos aproximavam para além das atividades curriculares. Mais tarde, o pessoal que compunha os BSk, veio a dividir as suas atenções entre os USk Bristol/South West, com um cariz mais regional, e os Sketch Factory – com encontros de modelo caracterizado que potenciavam a imaginação dos modelos (responsáveis pelas próprias roupas), no mesmo local das sessões de modelo nu. Mas, infelizmente, isso já não é do meu tempo que entretanto já tinha 19


ABCDIÁRIO

João Tiago Fernandes [2] Christmas Steps, num encontro dos Bristol Sketch Initiative

regressado a Portugal. Como não são também os encontros Dr. Sketchy, que se autoentitulam como uma antiart school, com modelos inclusivos, caracterizados ao estilo burlesco que se vão despindo à medida que a sessão vai decorrendo, para desmaio dos lápis mais fraquinhos. Mais recentes também são os encontros Drink & Draw Bristol que, apesar de nunca os ter frequentado, na verdade o conceito já não era novidade que muitos dos encontros dos BSk já terminavam com uma half-pint na mão e um caderno na outra. Apesar do Brexit (que ainda pode vir a dificultar a viagem para lá da Mancha), é uma cidade interessantíssima para visitar, repleta de atividades culturais, museus, a rua com mais comércio tradicional ininterrupto da Europa, uma povoação interventiva e, repito, do mais criativo que há! Enquanto músico, tive a sorte de tocar em duas orquestras sinfónicas enquanto lá estive, duas brassbands e uma banda escocesa – sim, com kilt e tudo. Deixa saudades!

No próximo mês vou falar-vos da minha sala de espera favorita. Espero-vos também por lá!

Nota: Primeira versão do artigo publicada no blogue dos Urban Sketchers Portugal NORTE, a 24 de junho de 2016.

[4] Panorâmica da cidade, num encontro dos Bristol Sketchers

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DICAS 1, 2, 3

Por

Manuel Tavares

Partilhar é algo que está no DNA dos Urbansketchers. Já todos aprendemos alguma coisa com alguém ou algo que vimos em outros sketches que nos inspirou, e por norma é na partilha final dos encontros onde fazemos essas descobertas. Inspirados por esses momentos, pensámos em criar aqui na Agenda um espaço para que todos nós possamos continuar a partilhar em 3 passos simples, dicas que possam ajudar, inspirar, desafiar outros sketchers. Alinham no desafio? Começo eu. Desenhar um elemento em calçada portuguesa

#1 - Desenhar a silhueta a lápis ou caneta [Caneta Unipin 0.5-200 Light Grey]

#2 - Preencher a cor a silhueta, e começar a definir as linhas da calçada dentro de toda a figura a cor [Sakura Cobalt Blue (36) WaterColor e caneta Unipin 0.5-200 Dark Grey]

#3 - Preencher por fora da silhueta com o resto da calçada

Experimentem e partilhem no blog com a etiqueta #dicaoutubro

Técnicas, truques, efeitos. Querem partilhar? Enviem para uskp.actividades@gmail.com Mandem-nos uma introdução (máximo 450 caracteres) + título da dica + 3 imagens dos desenhos e indicação dos materiais usados. 21


GRUPOS

Por

USk Açores Ilha Terceira

Manuel Martins

O grupo Urban Sketchers Açores Ilha Terceira, foi criado em março de 2015 por Emanuel Félix, Manuel Martins e Rui Messias, com o seu primeiro encontro no Alto das Covas em Angra do Heroísmo reunindo apenas, pouco mais que uma mão cheia de desenhadores. O entusiasmo nasceu e foi necessário criar mais eventos para desenhar BruceAzevedo e consequentemente promover a divulgação em freguesias da Ilha Terceira como nos das atividades e garantir um meio Altares e S. Mateus. de comunicação comum, porque o A variação de participação vai desde contato pessoa a pessoa seria cansativo cinco a um máximo de 17 desenhadores para quem o fazia, daí a criação de numa visita para desenhar à Fortaleza uma página no Facebook que também S. João Baptista, lugar que requer teria a função de arquivo. autorização para entrar, visto ser aonde Muitas das atividades foram feitas está o Regimento de Guarnição nº 1 do em Angra do Heroísmo, mas, Exército Português. principalmente no verão temos feito, Foram feitas outras atividades como fora da cidade património, em lugares uma exposição de trabalhos na como na Praia da Vitória com a Biblioteca e Arquivo Regional Luís da participação nas Festas do Concelho e 22


Silva Ribeiro em Angra, o aniversário do grupo no parque do Monte Brasil com piquenique e desenho entre outros. Nos meses de Inverno aonde a chuva nos impede de atividades ao ar livre ficamo-nos com encontros no interior de instituições públicas como o Museu de Angra do Heroísmo (MAH), e o seu Núcleo de História Militar. O MAH esteve sempre ao nosso lado abrindo-nos gentilmente as portas. Desde 2016 que participamos no (a) Riscar o Património, uma atividade da Direção Geral do Património Cultural, realizando um encontro ligado ao tema proposto. Este ano estivemos na Praça Almeida Garrett para desenhar a Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, que foi o primeiro reitor, designado em 1844, e a escola atual foi o primeiro edifício feito de raiz para ser escola secundária na Ilha Terceira, iniciando a sua atividade em outubro de 1969.

EmanuelFélix

Em outubro vamos realizar dois encontros, a 10 na Vila de s. Sebastião e a 24 na freguesia do Porto Judeu, uma forma de sairmos da cidade de Angra do Heroísmo e visitarmos outros lugares também de interesse.

Facebook.com/USKTerceira 23


AGENDA outubro 2020

ENCONTROS

toda a informação actualizada em urbansketchers-portugal.blogspot.pt

AÇORES - ILHA TERCEIRA - ENCONTRO 39 10 Outubro (14h) - Vila de S. Sebastião Org. USK Açores Ilha Terceira LISBOA | JARDIM DAS ARTES 10 de Outubro (11h00 - 20h00) Jardim das Amoreiras Org. Jardim das Artes 2020 + USkP LISBOA, Parque das Nações | CADERNOS PARQUE DAS NAÇÕES 10 de Outubro (10h30-13h) - Casal dos Machados - Formador: André Carrilho Org. JFPN + USkP LISBOA, | DESENHAR CAMPO DE OURIQUE 17 de Outubro (14h30-17h30) - Tapada das Necessidades Org. campOvivo AÇORES - ILHA TERCEIRA - ENCONTRO 40 24 Outubro (14h) - Freguesia de Porto Judeu Org. USK Açores Ilha Terceira LISBOA, Parque das Nações | CADERNOS PARQUE DAS NAÇÕES 24 de Outubro (10h30-13h) - Rossio dos Olivais - Formador: Luis Ruiz Org. JFPN + USkP

EXPOSIÇÕES

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DESENHO EM CADERNOS E FOTOGRAFIA - Grupo do Risco - Museu Nacional de História Natural e da Ciência - Até 14 de Março de 2021 - Org. GdoR/LxVerde 24


USkP ASSOCIAĂ‡ĂƒO Urban Sketchers Portugal

urbansketchers-portugal.blogspot.pt Instagram: @urbansketchersportugal

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