Unfpa population report 2012

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Na América Latina e no Caribe, as taxas de aborto caíram de 37 para cada 1.000 mulheres entre as idades de 15 e 44 anos, em 1995, para 31 para cada 1.000, em 2008 (Kulcycki, 2011), uma vez que o uso de métodos contraceptivos modernos aumentou em toda a região - em cerca de 67% entre mulheres casadas (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, 2011). Entretanto, o acesso a contraceptivos continua difícil em algumas regiões e para alguns grupos, especialmente para pessoas sem recursos e adolescentes. As altas taxas de gravidez indesejada levam as mulheres a recorrer ao aborto, que é proibido na maior parte dos países da região. Em vários desses países, ele somente é permitido para salvar a vida da mulher. Em consequência, a quase totalidade dos 4,2 milhões de abortos realizados anualmente na região é praticada clandestinamente ou sem condições de segurança; as taxas de aborto e a proporção de abortos inseguros são as maiores

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dos “métodos naturais” em razão da ausência de efeitos colaterais, por não terem custo e pelo fato de que podem ser utilizados no lar sem nenhuma viagem até uma clínica. Tratar as preocupações das mulheres sobre os métodos modernos e auxiliar aquelas que interrompem a utilização de um método a encontrar um método alternativo, novo e eficaz, poderia reduzir as gravidezes indesejadas na África Subsaariana, Sul, Centro e Sudeste da Ásia, em 60%, e reduzir os abortos nessas regiões em mais da metade (Cohen, 2011). Esgotar a necessidade não atendida globalmente evitaria 54 milhões de gravidezes indesejadas e resultaria em 26 milhões de abortos a menos - um declínio de 40 milhões para 14 milhões deles (Singh e Darroch, 2012). Resultados de pesquisa sobre aborto, realizada em 12 países da Ásia Central e do Leste Europeu, demonstraram que muitas mulheres tinham utilizado contraceptivos modernos, mas haviam descontinuado seu uso por várias razões (Westoff, 2005). A maioria das gravidezes resultantes da descontinuidade do uso de um método moderno terminou em aborto. Isto destaca a importância da oferta de todo um leque de métodos para a escolha, do oferecimento de aconselhamento de alta qualidade, do acompanhamento da clientela e da ajuda às mulheres que estão insatisfeitas com determinado método na mudança para outro, antes da ocorrência de uma gravidez indesejada. Na Ucrânia, as taxas de fecundidade têm declinado na medida em que mais mulheres têm oportunidade de assumir carreiras fora do lar e mais casais optam por ter menos filhos. Imediatamente após a dissolução da União Soviética, os casais passaram a depender do aborto para o planejamento familiar. Hoje, porém, em virtude de o planejamento familiar estar mais facilmente disponível e mais compreendido, há menos gravidezes não planejadas e, portanto, menos abortos.

Até 2020, se mais 120 milhões de mulheres que desejam contraceptivos puderem obtê-los, isto significará 200.000 mulheres e meninas a menos morrendo na gravidez e no parto – o que representa salvar a vida de uma mulher a cada 20 minutos. O acesso a contraceptivos pode significar quase 3 milhões de crianças a menos morrendo no primeiro ano de vida. © Lindsay Mgbor/ Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido.

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