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AS NAÇÕES UNIDAS E AS EMPRESAS: UMA PARCERIA MUNDIAL Como parte da sua "revolução silenciosa" destinada a renovar as Nações Unidas para o século XXI, o Secretário-Geral Kofi Annan está a forjar uma relação mais sólida com a comunidade empresarial. "A prosperidade dos mercados e a segurança humana andam lado a lado; uma não pode existir sem a outra", disse aos líderes das empresas no Forum Económico Mundial, nos princípios de 1998. De que formas colaboram as empresas e as Nações Unidas? Tomemos em consideração estes factos: Uma força estabilizadora da economia mundial Numa altura em que as economias nacionais se tornam cada vez mais interdependentes graças à informação, ao comércio, aos investimentos e aos laços financeiros, as Nações Unidas estão a ajudar a satisfazer uma necessidade crescente de cooperação internacional e de coerência normativa para repartir os benefícios da globalização e evitar o caos e as reacções negativas. * As Nações Unidas proporcionam uma "infra-estrutura virtual" à economia mundial. Oferecem critérios técnicos e normas em áreas tão diversas como a estatística, as leis de comércio, os procedimentos alfandegários, a propriedade intelectual, a aviação, o transporte marítimo e as telecomunicações, facilitando assim a actividade económica e reduzindo os custos das transacções. * As Nações Unidas preparam o terreno para o investimento nas novas economias, promovendo a estabilidade política e a boa administração pública, lutando contra a corrupção e as violações de direitos humanos, exortando à aplicação de políticas económicas racionais e de uma legislação favorável às empresas e trabalhando para melhorar a saúde, a educação e o bem-estar social. * As Nações Unidas enfrentam o lado negativo da globalização, lutando contra o delito transnacional, o tráfico de drogas, armas e pessoas e outros "problemas sem passaportes". Uma grande parte do seu trabalho em mais de 170 países visa combater a pobreza. Estes esforços reduzem tensões, impedem os efeitos negativos e ajudam a estabelecer futuros mercados. * As Nações Unidas estão a trabalhar para resolver problemas ambientais mundiais, coisa que os mercados livres por si sós não podem fazer. Como fórum internacional para criar consensos e negociar acordos, as Nações Unidas procuram resolver problemas transfronteiriços como as mudanças climáticas, a destruição da camada de ozono, os lixos tóxicos, a perda de florestas e espécies e a poluição do ar e da água. Se estes problemas não forem enfrentados, os mercados e as economias não serão sustentáveis a longo prazo, uma vez que estão a esgotar o "capital" natural em que o crescimento e a sobrevivência humana se baseiam. * Os valores das Nações Unidas são a pedra angular de um mundo interdependente. Os mercados em vias de globalização dependem de relações contratuais baseadas na confiança e assentes em valores partilhados. Desde a sua fundação, as Nações Unidas tiveram como missão fundamental a Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal www.onuportugal.pt

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promoção dos valores universais: a liberdade, a justiça e a solução pacífica dos diferendos; o progresso social e a melhoria do nível de vida; a igualdade, a tolerância e a dignidade. A aceitação e divulgação destes valores em todo o mundo estão a forjar um entendimento comum que promove as condições necessárias para que os mercados se possam expandir e estabelecer. O Pacto Global. No Forum Económico Mundial em Davos em 1999, o Secretário-Geral Kofi Annan lançou um desafio à comunidade empresarial – a indivíduos, empresas e associações – a incorporar-se ao Pacto Global adoptando e estabelecendo uma série de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, padrões laborais e práticas ambientais. A Câmara de Comércio Internacional, representando sete mil entidades empresariais em 137 países, respondeu através de uma declaração conjunta na reunião de Julho de 1999 com o Secretário-Geral que o sector privado havia aceito o seu desafio para apoiar valores fundamentais. A Câmara de Comércio Internacional pediu às Nações Unidas que -- em vez de sanções comerciais impostas pelo sistema multilateral de comércio – desempenhe um papel central na criação de normas para beneficiar os trabalhadores e proteger o ambiente. Soluções com que todos beneficiam * A ONU está a pedir aos seus colaboradores do sector empresarial que a ajude a enfrentar o maior desafio - e a maior oportunidade - que se apresenta à comunidade internacional: fomentar o crescimento sustentável em todo o mundo. Mais concretamente, as Nações Unidas reconhece que o sector privado deve ter uma participação fundamental na integração do mundo em desenvolvimento na economia mundial, para elevar o nível de vida e reduzir a pobreza. * Numa declaração conjunta emitida em 1998 pelo Secretário-Geral das Nações Unidas e a Câmara de Comércio Internacional, salientou-se o papel da ONU na criação de um enquadramento normativo para o mercado mundial, a fim de facilitar o comércio e o investimento transfronteiriços. Entre os líderes de empresas presentes encontravam-se os executivos da Alcatel Alsthom, Anglo Gold, BAT Industries, Bata, Coca-Cola, EdperBrascan, Goldman Sachs, Henkel, Koc Holding, McDonald’s Worldwide, Reemtsma, Rio Tinto, Unilever e US West. * Como acordado com o Secretário-Geral das Nações Unidas, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) e a Câmara Internacional de Comércio começaram a preparar uma série de guias de investimento comercial relativos aos 48 países menos desenvolvidos, a fim de divulgar as oportunidades nessas regiões e incentivar os fluxos de capital privado. Como um projecto piloto, cerca de 30 empresas estão fornecendo assistência de peritos para promover investimentos em seis países. Actualmente, os países menos desenvolvidos atraem menos de 1% do total do investimento estrangeiro. * Como lugar onde as empresas podem fazer-se ouvir e estabelecer um diálogo com os responsáveis pela formulação de políticas e outras partes interessadas de todos os países, as Nações Unidas estão a ajudar a levar o sector privado para a mesa de negociações, a fim de resolverem os problemas mundiais como parceiros e não como adversários.

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* O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) criou em Março de 1999 um conjunto de normas para que empresas reportem sobre o ambiente em carácter voluntário. Mais de 20 empresas de todo o mundo concordaram em participar de programas pilotos. * Empresários reúnem-se anualmente na Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e travam um diálogo com grupos ambientais, funcionários governamentais a nível local e organizações sindicais para buscar soluções para questões como tornar a indústria mais responsável pela protecção do ambiente, e para discutir turismo, agricultura e energia sustentável. * Cada vez mais as agências da ONU estão cooperando mais com o sector empresarial, com benefícios mútuos: -

Promovendo investimentos: o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) presta assistência aos mercados emergentes para atrair capital privado, ao mesmo tempo que busca novas formas de utilizar as finanças privadas para cumprir objectivos sociais e ambientais. O projecto “Money Matters: Private Finance for Development” já tem seis copatrocinadores do mundo financeiro internacional, incluindo Fidelity Investments, Banque Nationale de Paris e State Street Bank. A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), actuando como intermediária entre os que possuem tecnologia e os países em desenvolvimento conseguiu trazer mais de um bilhão de dólares de investimentos e tecnologia não poluente para mais de 80 países nos últimos quatro anos.

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Expandindo mercados e criando empregos: “Worldnet”, criada pela União Internacional de Telecomunicações como parte dos planos das Nações Unidas para instalar 50 milhões de linhas telefónicas em países em desenvolvimento na próxima década, está ajudando às economias emergentes a estabelecer mercados e infra-estrutura internas e a vinculá-los com o comércio da Internet. A FAO dá assistência aos empresários que compram maquinaria, ferramentas e produtos para a agricultura em vários países em desenvolvimento dando treinamento e facilitando contactos com produtores e instituições de crédito. O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) facilita negociações entre produtores de anticoncepcionais e especialistas do mercado com as agências governamentais e doadores na Índia, Indonesia, Tailândia, Egipto, Gana e África do Sul.

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Partilhando know-how: quando o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados disse que necessitava urgentemente de um sistema de computadores que pudesse tirar fotos para bilhetes de identidade de Kosovo, Microsoft se uniu a Compaq, Hewlett-Packard e os especialistas europeus dessa área Securit e Screencheck para criar e doar este sistema. Uma ajuda de emergência a milhões de pessoas foi entregue mais rapidamente pelo Programa Mundial Alimentar (PAM) graças às novas tecnologias na áreas de embalagens e entregas do sector privado. As empresas de tecnologia da informação contribuíram com assistência técnica para um sistema alfandegário automatizado desenvolvida pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) que já demonstrou uma eficiência comercial de várias centenas de milhões de dólares em mais de 70 países em desenvolvimento. O Gabinete das Nações Unidas para a Controlo da Droga e Prevenção do Crime realizou cursos sobre prevenção Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

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do abuso de drogas para trabalhadores e seus familiares no Brasil e na Europa, financiados em grande parte por empregadores que assumiram os custos, inclusive relativos à saúde. Apoio a programas de sensibilização: para chamar atenção para a questão da pobreza no mundo inteiro e conseguir apoio financeiro, o PNUD trabalhou com o gigante da Internet Cisco Systems para realizar o “NetAid”, um concerto mundial de rock transmitido simultaneamente pela Internet do Giant’s Stadium em Nova Jersey, Wembley Stadium em Londres e a Opera House de Genebra. O gigante da moda italiano Bennetton deu um toque de estilo a uma campanha de promoção dos cinquenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1998.

Para mais informações, consulte o site sobre as Nações Unidas e as empresas em www.un.org/partners/business/ Publicado pelo Departamento de Informação Pública das Nações Unidas DPI/1820/Rev.2 – Julho de 1999

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