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Sexta-feira 28 Dezembro 2012

NEGÓCIOS Bancos e finanças

As chances dos Lombard à caça em São Paulo

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A Intesa Sanpaolo, depois de ter cedido à histórica Sudameris, reabrirá em breve uma filial operacional. A Unicredit prefere operar sobretudo a partir de Nova Iorque, enquanto a Ubi e a Banca Popolare di Vicenza apostam nas relações. Comparamos os especialistas do mercado do crédito ◀ ISIDORO GUERRERIO 51 anos, cresceu profissionalmente na Banca Popolare di Bergamo assumindo cargos cada vez de maior importância, primeiro no Grupo BPU e, desde a sua criação, no Grupo UBI Banca. De 1993 a 1998 foi gerente de contas corporativo, antes de se tornar Gerente Sênior da Divisão Internacional responsável pelas relações com os bancos da América Central e do Sul. Em 1999, se torna responsável pelo escritório de representação de São Paulo e gerente regional para a América Latina, se ocupando diretamente do estudo de viabilidade para a abertura da estrutura e primeira presença do Grupo na América Latina, com funções especiais para a estratégia de desenvolvimento do Grupo nas áreas de Correspondente Bancário, Trade Finance, Gerenciamento de Ativos e Banco Institucional, posição que ocupa atualmente. Guerrerio é também membro do comitê executivo e do conselho de administração da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio de São Paulo, membro da direção geral do GEI, Grupo de Expoentes Italianos no Brasil, e membro da ABBI Brasil, a Associação Brasileira de Bancos Internacionais.

Pergunta: Qual é a sua presença no Brasil, com que estruturas organizacionais opera, há quanto tempo, com que gama de serviços?

Ambrogi: A Intesa Sanpaolo está presente em São Paulo com um escritório de representação desde 1991. Graças ao know-how adquirido no mercado, podemos ajudar os nossos clientes em suas atividades comerciais no país, bem como nos investimentos produtivos, com um apoio qualificado e através de acordos de colaboração com os grupos bancários locais. O escritório oferece também assistência às congêneres brasileiras interessadas em efetuar investimento em nosso país. Regini: O Credito Italiano chegou ao Brasil em 1948, com um escritório de representação em São Paulo. Há dois anos, a Unicredit decidiu organizar uma Italian Business Unit que facilita a introdução das empresas de matriz italiana na realidade local, em virtude dos acordos de colaboração que estabelecemos com alguns grandes institutos de crédito brasileiros. Guerrerio: O Grupo Ubi está presente no Brasil desde 1999 através do escritório de representação de São Paulo responsável por toda a área latinoamericana. No escritório de representação, os clientes encontram um parceiro com um profundo conhecimento do país e uma ampla rede de contatos. Colocamos à sua disposição a nossa experiência a partir do desenvolvimento do plano de negócio, passando pela análise de mercado até à busca de parceiros comerciais e, obviamente, a definição de soluções financeiras adequadas às suas necessidades. De Freitas: Estamos em São Paulo desde janeiro de 2011 com uma estrutura capaz de oferecer às empresas um suporte valioso na operação com o Brasil e uma atividade de assistência e consultoria eficaz garantida por parceiros certificados e de confiança. P. Na prática, em que consiste o trabalho de apoio às empresas? Ambrogi: Através da filial hub de Nova Iorque, fornecemos produtos e serviços transfronteiriços entre os quais, trade finance e finança estruturada - a clientes empresariais e bancos. Trabalhamos também com os principais grupos industriais brasileiros e as principais instituições financeiras. Oferecemos igualmente uma atividade de marketing: na Itália, construímos uma estrutura especializada que atua em todo o território nacional para ajudar as empresas, em particular as pequenas e médias empresas, em seus processos de expansão para o estrangeiro. Este serviço garante uma integração entre

estruturas do grupo na Itália e no exterior, abrange todas as fases do plano de internacionalização e apóia os nossos gestores e as empresas clientes, tanto nas operações ordinárias, quanto nas decisões estratégicas e extraordinárias. De Freitas: Fazemos promoção de produtos italianos no Brasil, busca de oportunidades comerciais e potenciais congêneres, identificação de novas fontes de fornecimento, resolução de problemas de logística, organização de reuniões, busca de intérpretes e colaboração com escritórios de advogados locais. Além disso, estamos em estreito e constante contato com os bancos locais para orientar os clientes que precisam de serviços bancários e financeiros no local. Regini: Nossos clientes corporativos têm acesso a linhas de crédito em moeda local, com garantia da UniCredit, ou financiamentos diretos em dólares americanos para empréstimos a curto prazo, através da nossa filial de Nova Iorque. Guerrerio: Começamos a assistência profissional fornecendo informações gerais sobre o país e, em caso de definição do segmento de mercado de introdução no Brasil, fornecemos mais detalhes. Apresentamos as empresas aos bancos locais e as ajudamos a seguir o procedimento know your customer, obrigatório para a abertura de contas correntes ou obtenção de linhas de crédito. A nível bancário, fornecemos aconselhamento sobre como financiar as suas atividades e damos assistência na abertura de contas bancárias e do procedimento a ser seguido para os pedidos de linhas de crédito. P. A tendência dos investimentos diretos italianos cresceu significativamente nos últimos anos, em particular neste ano houve uma forte aceleração, com quase 200% de aumento. Como se posicionou seu banco neste movimento? Ambrogi: O nosso grupo atua como intermediário numa quota significativa do intercâmbio comercial entre os dois países e a divisão Corporate & Investment Banking programou a abertura de uma sede operacional. É uma prioridade para nós. Fizemos um pedido formal de autorização ao Banco Central brasileiro para constituir a Intesa Sanpaolo Brasil SA - Banco Multiplo, um banco empresarial que oferecerá aos nossos clientes financiamentos em moeda local, garantias, operações de câmbio e derivativos. Regini: Apesar das mais de 200 novas empresas italianas que chegaram nos últimos dois anos, o volume dos investimentos diretos representa apenas uma pequena parte dos investimentos totais efetuados no país, confirmando a pequena dimensão dos investidores italianos. Acreditamos que a tendência de novas chegadas continuará também no médio prazo. Guerrerio: Nos últimos anos, a abordagem das empresas italianas mudou significativamente. Os empresários italianos que, no início, pretendiam somente vender no mercado brasileiro os seus produtos, atualmente estão cada vez mais interessados na criação de investimentos produtivos em joint venture ou detidos a 100%, começando a fazer a montagem local-


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