MF BrasilItália - A grande partida - MF Milano

Page 35

Sexta-feira 28 Dezembro 2012

35

MF - BR A SILITÁ LI A

NEGÓCIOS

Free Group, divisão da Autogrill, promovida pelos Ministérios do entrou pela primeira vez no Brasil Desenvolvimento Econômico e em agosto de 2012, assegurando dos Assuntos Exteriores, em colaa gestão dos duty-free no aeroboração com as regiões, lideradas porto internacional de Belém por pelas Marcas. O setor food & wine dez anos, com faturamento prelombardo esteve no Brasil de 14 a visto de 30 milhões de dólares. 17 de outubro de 2012 no âmbito «E este é somente o primeiro pasde um projeto promovido pela reso», declara José Maria Palencia, gião da Lombardia. Por seu lado, diretor executivo da sociedade. as iniciativas da Apúlia, Toscana «Para nós foi essencial a colae Emilia Romagna se concentraboração com um national key ram na promoção das empresas account, não recorremos aos imde transformação e embalagens. portadores», refere Balocco, cuja «O setor alimentício e das bebiempresa trabalha diretamente das é um dos principais setores da com grande distribuição em São economia da Emilia Romagna», Paulo e no Rio de Janeiro e com afirmam na Roncucci&Partners, cadeias de supermercados indesociedade de consultoria emprependentes como Fadaleal, Casa sarial, que também tem sede em Fiesta, Zona Sul e Hippo. «Temos São Paulo, especializada nos prouma ótima colaboração com Casa cessos de internacionalização de Santa Luzia, o maior supermerempresas, que apoiou a iniciativa Guido Barilla, presidente da empresa familiar, que gerencia junto com os irmãos Luca e cado gourmet do país, vitrine de regional. E especificam: «A alta Paolo e que em 2011 faturou 4 mil milhões todos os produtos de importaqualidade e a inovação dos produtos permitiram a algumas empresas obter resultados ção. Temos também uma excelente parceria com Sam’s significativos no mercado brasileiro, realizando ações co- Club, o Wallmart brasileiro», acrescenta Balocco, que, merciais que se concluíram com a venda de máquinas». no Brasil, tem de enfrentar também a concorrência da As protagonistas foram a Asepsystems, a Clevertech, a Bauducco, outra produtora de panetone, gerenciada peImball, a Curti e a MG2. Quem tem estofo não se deixa la terceira geração da família proprietária. De acordo abater, mesmo se são empresas de pequena dimensão, com Balocco, quando os mercados são tão grandes, é como a empresa agrícola Nottola de Montepulciano, essencial o posicionamento, uma marca confiável e prona Toscana, cujo proprietário, Massimo Gonzi, procu- dutos de qualidade. «O patrocínio da Juventus deu-nos ra estabelecer acordos com distribuidores italianos para uma enorme visibilidade», revela, satisfeito, anunciando vender vinho, ou a La Bottega d’Albergo, empresa das que, nos próximos três anos, apostará na camiseta rosa Marcas especializada em linhas de cortesia para hotéis, do Giro de Itália, transmitido na televisão em 75 países. que se prepara para abrir uma sede operativa no Brasil. Atualmente, a Balocco é parceiro oficial da Juventus, Os produtos e tecnologias inovadoras e de alta qualida- Telecom Italia, Alitalia e Veneto Banca. de, além da marca Made in Italy, de grande sucesso entre Também o setor dos vinhos está em movimento. «O meras classes média e média-alta, são a alavanca competiti- cado está crescendo, sobretudo na faixa dos super-ricos, va que os empresários italianos podem aproveitar. Resta mas é preciso ter em conta que a cultura do vinho vem saber como enfrentar os problemas pois, além da distân- depois da capacidade de gasto, por isso, é preciso ter pacia geográfica, há também os elevados impostos sobre a ciência e esperar», afirma Stefano Gagliardo, responsável importação, a concorrência local e, em alguns setores, os pelas exportações e enólogo da adega Gianni Gagliardo, produtos provenientes dos países asiáticos, inseridos há que produz há seis gerações grandes vinhos piemonteses muito tempo no mercado brasileiro. em La Morra (Cuneo), na zona do vinho barolo, e exporta A abertura de uma atividade no Brasil tem três tipologias 85% do faturamento, cerca de 4 milhões de euros, em 50 bem codificadas com base em dezenas de experiências, países. «Um sucesso que ultrapassa as previsões para os apesar de cada empresa ser diferente: o desenvolvi- vinhos toscanos», comenta Donatella Cinelli Colombini, mento de uma rede de distribuição vice-presidente do Consórcio dos Produtos de Brunello local, a definição de uma parce- di Montalcino, que, no final de 2011, acompanhou 32 coria industrial e a realização de legas-concorrentes numa viagem de três dias aos templos uma joint venture para pro- do luxo paulista, com o objetivo de entrar no mercado dução local. Por exemplo, a mais em voga do momento. No restaurante Mani e no calabresa Callipo Gelateria am- hotel Unique, se reuniu para provas um grupo de cerca pliou as exportações no Brasil de 500 pessoas entre sommeliers, jornalistas e formadodistribuindo também na se- res de opinião. Os importadores preencheram as ordens ção de congelados das cadeias de encomenda, esgotando as primeiras linhas de oferta, de supermercados Super mesmo se as garrafas mais prestigiadas chegam ao conBeal e Festival, na re- sumidor final a um preço acima de 150 euros nas lojas e gião do Paraná, graças 250 nos restaurantes de topo. A próxima missão está preao acordo assina- vista para o próximo ano. «Os italianos têm de fazer uma do com a Cia Beal grande obra de educação à cultura do vinho. Por isso orde Alimentos. ganizamos seminários, jantares temáticos onde falamos O World Duty da Itália e do vinho», conta Gagliardo, que fez uma aproximação ao mercado em duas fases, a primeira há 15 anos Giacomo Ponti, ao leme e a segunda em 2009. «Colaboramos com um importador da histórica empresa local muito profissional, uma família de italianos de terfamiliar fundada em ceira geração. O problema do vinho é que não existe um 1867 e atualmente líder preço final definido, causando grande especulação. No no vinagre, com 118 final, a garrafa acaba por custar ao importador mais do milhões de euros de dobro do preço», conclui. faturamento

Setor alimentício

As tendências do mercado

O

Brasil é o maior produtor de café e o segundo maior mercado de consumo, atrás dos Estados Unidos. O consumo desta bebida cresceu fortemente a partir de 2003. O surgimento de uma demanda mais sofisticada incentivou a melhora da qualidade nas estruturas produtivas. Apesar da histórica preferência pela cerveja, cujo consumo apresenta um crescimento de 56% em valor e 38% em volume, de acordo com o Business Monitor International, o vinho está gradualmente conquistando a classe média da população. Relativamente aos licores e destilados, está previsto, nos próximos 5 anos, um crescimento de 35%, de 1,2 mil milhões de dólares em 2011 a 1,6 mil milhões de dólares em 2016. • O consumo de sucos de fruta e bebidas gaseificadas, favorecido pelo clima, não é igual em todas as categorias. Entre 2007 e 2009, por exemplo, os volumes de venda cresceram 52% para os sucos de fruta, 43% para as bebidas energéticas, 16% para os chás frios, 14% para a água engarrafada e 10% para as bebidas gaseificadas. • O Brasil é o terceiro produtor de massa no mundo, com 1,3 milhões de toneladas produzidas em 2011. Cresce também o consumo, que no mesmo ano atingiu 7,5 kg per capita. O setor da panificação está igualmente em boa saúde, com um crescimento de 14% das vendas. • No segmento da pastelaria, o valor das vendas subiu cerca de 50% (em moeda local e em termos nominais) entre 2005 e 2011. Em 2008, 71% do mercado era dominado pelo chocolate, seguido do açúcar e do chiclete, com 16% e 13%, respectivamente. Entre 2012 e 2016, é previsto um crescimento total do segmento de 48%.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.