Ramatís - 33 - Jardim dos Orixás

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etérico do médium, o qual se encontra algo solto, afastado, deveis entender as especificidades do transe mediúnico na Umbanda, que é mais demorado e intenso. O "acasalamento" fluídico com o Guia é necessário para ambos, e decorrente de profundas impressões que estão no inconsciente das almas em questão, com afinidades ancestrais. Os técnicos do astral, antes do médium reencarnar, potencializaram energeticamente esses centros vibratórios, núcleos fluídicos que sustentarão o intercâmbio com os guias, processo que demanda ampla preparação nas escolas do astral.

PERGUNTA - Pedimos maiores considerações sobre alguns aspectos psíquicos da experiência mística e as peculiaridades do transe na Umbanda. RAMATÍS - Acreditamos que as características das comunicações na Umbanda já foram suficientemente analisadas em outra obra, o que nunca é demais relembrar: "A Missão do Espiritismo", no capítulo sobre Umbanda. Na história das religiões, em quase todas se verificam semelhanças entre as experiências psíquicas, ditas místicas ou dos santos. As crenças humanas estão fundamentadas no psiquismo. A certeza, a confiança que antecede a fé, sustentada pelo misticismo psíquico, matam o medo e a dúvida sobre a vida após a morte, que somente a experiência pessoal pode oferecer, fator comum em todas as religiosidades e religiões. É certo que o conhecimento adquirido pelo estudo também oferece a confiança e a certeza no que existe após a morte, mas não se compara à verdade que vem à tona dos refolhos da alma com a vivência pessoal da experiência mística. Neste sentido, são muito frágeis os argumentos dos instrutores da Nova Era, de grande poder mental, quando confrontados com o transe catártico do desconhecido médium que trabalha com o Pai Velho ou o Caboclo no terreiro. Há que se reconhecer que a grande maioria dos terrícolas que dizem participar e ser dessa ou daquela religião, seita ou doutrina, não o são verdadeiramente, pois nada mais fazem do que segui-Ia socialmente como forma de estudo, ascensão e apreço no grupo. Como transformação do inconsciente que irrompe qual represa que se solta, a experiência mística que o Além oferece através do mediunismo com outras consciências espirituais do cosmo, torna secundárias e irrelevantes as interpretações sectárias, diante da plena confiança da unidade que impera na Espiritualidade. Essa cognição leva a uma paz de espírito indescritível os que experimentam a experiência mística continuadamente. Na Umbanda, pelo tempo normalmente necessário aos atendimentos, se exige um transe mediúnico longo, aliado à personificação dos espíritos guias ou protetores, distintos em absoluto dos médiuns, inclusive com nome próprio, modo peculiar de falar, de agir e ser. Cria-se um bemestar de êxtase aos encarnados. As vibrações mais elevadas e sutis dos espíritos operantes nos terreiros, depois de algumas horas de intercâmbio medi único, repercutem vibratoriamente nos medianeiros, dando-lhes uma paz e harmonia comparáveis às dos iniciados iogues após décadas de preparo. É como se um rio, revolto e fora de seu eixo, encontrasse novamente o leito de vazão para a devida correnteza harmônica. PERGUNTA - Sendo raríssima a inconsciência, como podemos entender a manifestação de uma outra entidade extracorpórea, que adota uma personalidade especifica do passado remoto, tratando-se, na esmagadora maioria, de médiuns conscientes, na atualidade do movimento umbandista?

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