Ramatís - 13 - O Evangelho à Luz do Cosmo

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O Evangelho à Luz Do Cosmo

Hercílio Maes

Ramatís

relaciona um pensamento ou motivo em curso com a própria imagem oferecida na parábola. Sob a influência de Jesus, as parábolas tornaram-se verdadeiras jóias literárias de conteúdo tanto informativo como formativo transcendental, e que passou a iluminar a literatura sacra e mesmo profana do mundo. Embora anunciando fatos da vida em comum, as parábolas do Mestre tinham sempre a capacidade de levar os ouvintes a concluírem regras de conduta superior.

PERGUNTA: - Mas os rabinos da época também serviam-se de parábolas, conforme se verifica em muitos dos seus tradicionais ensinamentos. Não é assim? RAMATÍS: - Basta-nos um simples confronto entre as parábolas proferidas pelos rabinos com as enunciadas por Jesus, para distinguirmos o toque de beleza e a suave estrutura com que ele as modelou, através de temas espirituais dinamizados pelo seu sentimento angélico e harmonia poética sideral. Expunha os seus ensinamentos, através de parábolas, com a veemência e a convicção jamais manifestada pelos rabinos judeus, ainda tão subordinados friamente à crença dogmática mosaísta e incapazes de sentir ao próximo como a si mesmo. A gente da Galiléia era rude e ignorante, mas simples e dotada de sentimentos puros e cândidos, como reflexo de um ambiente formoso e recortado de tapetes de vegetação bordados pelos fios de água cristalina dos regatos e dos rios. Ante a prédica do novo rabi, que não somente ensinava, mas, diferindo da prédica comum e dos proverbiais anátemas desencorajadores dos outros, era o exemplo vivo daquilo que dizia em absoluta fidelidade ao Senhor, os galileus vibravam de esperança. Eles sublimavam os seus interesses e ambições no imenso e insofreável desejo de habitar aquele venturoso e eterno "reino de Deus". Jesus não se servia das parábolas para expor e orientar sobre acontecimentos vulgares, religiosos sectários, motivos políticos e mesmo regras sociais do povo judeu. Ele comunicava o seu pensamento em frases límpidas e confortadoras de tão elevado sentimento, que tocavam nos corações daquela gente e faziam-nos vibrar a ponto de enternecerem a própria mente tão fria e rigidamente curtida nas competições humanas. PERGUNTA: - Em que circunstâncias Jesus simpatizou com as parábolas, e fê-lo decidir a utilizá-las como o meio de comunicação mais acessível e convincente ao povo judeu? RAMATÍS: - Embora mesmo alguns espíritas discordem de que Jesus teve contato com os essênios, 2 o Divino Mestre manteve íntimo relacionamento com eles, cuja vida simples, de elevado padrão espiritual comunitário e isenta de quaisquer vícios ou os costumes criticáveis, era já um esquema inicial da sabedoria e da beleza do Cristianismo. Apreciando-lhes a constante troca de idéias e comunicabilidade, através do uso comum das parábolas, Jesus, intuitivo incomum, inteligente e supersensível, percebeu que essa forma de intercâmbio verbal era a mais perfeita, excelente canal para ensinar o conteúdo de sua doutrina aos homens de todas as épocas. 2 - Nota do Médium - Vide a obra "O Sublime Peregrino", capítulo "Jesus e os Essênios", onde Ramatís relata e fundamenta a permanência e convivência do Mestre Jesus entre os

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