Krishnamurti - Seleta - Conceitos Preliminares - 1 parte

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É então muito importante que lancemos uma olhada em nossas relações; não só nas relações íntimas, senão também na relação que estabelecemos com o resto do mundo. (…) Eu posso ser um muçulmano e você (…) um hindu. Minha tradição diz: “Eu sou muçulmano” – tenho sido programado como um computador para repetir “Eu sou muçulmano” – e você repete “Eu sou hindu”. (…) (La Llama de la Atención, pág. 18) O pensamento inventou o computador. Vocês precisam entender a complexidade e o futuro do computador; ele vai superar o homem em seu pensamento, ele vai mudar a estrutura da sociedade e (…) do governo. (…) O computador possui uma inteligência mecânica; ele pode aprender e inventar. O computador vai tornar o trabalho humano praticamente desnecessário – talvez duas horas de trabalho por dia. Essas são as mudanças que estão chegando. (…) (A Rede do Pensamento, pág. 17-18) Quando consideramos a capacidade do computador, então temos de nos perguntar: o que deve fazer o ser humano? O computador vai assumir o comando das atividades do cérebro. E o que, então, acontecerá no cérebro? Quando as ocupações de um ser humano forem assumidas pelo computador, pelos robôs, qual será o destino do ser humano? (Idem, pág. 18) Nós, seres humanos, fomos “programados” biologicamente, intelectualmente, emocionalmente, psicologicamente, durante milhares de anos, e vivemos a repetir o padrão do programa. Nós paramos de aprender e devemos indagar se o cérebro humano (…) será capaz de aprender e transformar-se imediatamente numa dimensão totalmente diferente. (Idem, pág. 18) Se não formos capazes disso, o computador, que é muito mais capaz, rápido e exato, irá assumir o comando das atividades do cérebro. Isso não é uma coisa casual; este é um assunto por demais sério, desesperadamente sério. O computador pode inventar uma nova religião. Ele poderia ser programado por um douto especialista (…). E nós, se não estivermos cônscios do que está acontecendo, seguiremos essa nova estrutura produzida pelo computador. (…) (Idem, pág. 18) (…) Os computadores eletrônicos são muito semelhantes à mente humana, só que nós somos um pouco mais engenhosos – pois somos seus criadores; mas eles funcionam exatamente como nós (…), por meio de reação, repetição, memória. (…) Por conseguinte, o problema urgente é este: Como libertar o intelecto e a mente? Porque, se não há liberdade, não pode haver ação criadora. (…) E isso exige capacidade de raciocinar, de sentir, para quebrarmos a tradição e destroçarmos todas as muralhas que erguemos para nossa segurança. (…) (O Passo Decisivo, pág. 201)


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