H. P. Blavatsky - Ísis sem Véu - 11. Maravilhas Psicológicas e Físicas

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torna-se de um vermelho muito vivo, ao passo que, durante o inverno, é bastante pálido. Casos como esses, que são comuns a muitas mães de família, seja por sua própria experiência ou pela de amigos, reforçam a nossa convicção, a despeito das teorias de todos os teratologistas da Europa e da América. Porque se observou, deveras, que animais e plantas produzem más-formações em suas espécies assim como os seres humanos, Magendie e sua escola inferem que as más-formações humanas de caráter idêntico não se devem afinal à imaginação materna, já que as primeiras não o são. Se as causas físicas produzem efeitos físicos nos reinos secundários, a inferência a tirar é a de que a mesma regra deve aplicar-se sobre nós. Mas uma teoria completamente original foi mencionada pelo Prof. Armor, do Colégio Médico Long Island, durante uma discussão que teve lugar recentemente na Academia de Medicina de Detroit. Em oposição às idéias ortodoxas que o Dr. Fisher representa, o Prof. Armor diz que as más-formações resultam de uma de duas causas: 1) uma deficiência ou uma condição anormal na matéria geradora a partir da qual o feto se desenvolve, ou 2) as influências mórbidas que agem sobre o feto no útero. Ele sustenta que a matéria geradora enfeixa, em sua composição, todos os tecidos, estruturas e formas, e que nela pode haver algo como uma transmissão de peculiaridades estruturais adquiridas que tornaria a matéria geradora incapaz de produzir uma prole saudável e perfeitamente equilibrada. Por outro lado, a matéria geradora pode ser perfeita em si, mas ao ser sujeita as influências mórbidas durante o processo de gestação a prole deverá ser necessariamente monstruosa. Para ser consistente, essa teoria deve explicar os casos diploteratológicos (os monstros de duas cabeças ou de membros duplos), o que parece difícil. Poderíamos admitir talvez que na matéria geradora defeituosa a cabeça do embrião não seja representada, ou que falte qualquer outra parte do corpo; mas não se há dois, três ou mais exemplares de um único membro. Além disso, se a matéria geradora tem uma mácula hereditária, cumpriria admitir que toda a prole resultante seria igualmente monstruosa, mas o fato é que em muitos casos a mãe deu nascimento a várias crianças saudáveis antes de o monstro surgir, sendo toda a prole de um só pai. Numerosos casos dessa espécie são citados pelo Dr. Fisher; entre outros, ele aponta o caso de Catherine Corcoran, uma “mulher bastante saudável, de trinta anos, que antes de dar à luz a esse monstro tinha tido cinco crianças bem formadas, nenhuma das quais era gêmea (...) ele tinha uma cabeça em cada extremidade, dois peitos, dois braços completos, duas cavidades abdominais e duas cavidades pélvicas unidas de ponta a ponta, com quatro pernas colocadas de duas em duas, onde a união entre a pelve se dava”22. Certas partes do corpo, no


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