C a m p e ã o A2 - 1998

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REPORTAGEM HISTÓRICA CAMPEÃO PAULISTA A2 - 98

Arquivos: 100 anos

MATÉRIA ESPECIAL DO JOGO FINAL


CAMPEÃO A maior conquista do União Terça-feira, 02 de junho de 1.998 Toda a Santa Bárbara d'Oeste entrou em clima de festa logo após o apito final do árbitro Flávio de Carvalho no jogo realizado domingo na cidade de Bauru, com o tão sonhado acesso do União Agrícola Barbarense Futebol Clube ao grupo de elite do Campeonato Paulista de Profissionais da Série A-1. A festa da torcida alvinegra pela chegada do "leão da 13" ao "Paulistão" de 1999 perdurou por toda a tarde, terminando somente à noite, com a Avenida Monte Castelo e o estádio completamente tomados por populares, que esperaram para saudar os campeões. O União derrotou o Noroeste por 2 a 0, gols de Wagner e dele, Gilson Batata, ambos no 2º tempo e ainda o América despachou a "poderosa" Ponte Preta, de Campinas, também pelo placar de 2 a 0. A reportagem do Diário acompanhou tudo, no estádio de Bauru, na estrada por onde a delegação do campeão passou, na cidade e no estádio unionista. Tudo sobre o União campeão/98 está nos cadernos especiais de esportes.

O caçula mostra a força de leão e sobe! O time unionista vence a batalha final em Bauru, vence a guerra da A-2 e faz a alegria da cidade


31 de maio de 1998 Esta é a data maior para o futebol de Santa Bárbara d'Oeste, a data que marca a subida do União Agrícola Barbarense F.C. à divisão maior, ao verdadeiro grupo de elite do Estado de São Paulo. Desde 1º de fevereiro que o elenco de 98, montado pelo técnico Wagner Benazzi de Andrade, em correndo atrás da bola, jogando um futebol de raça, de muita determinação em campo, do jeitinho que os torcedores gostam - e também de boa qualidade na grande maioria das 28 partidas - para a busca de um sonho, o acesso, sonho que durava por longos 30 anos e que no domingo foi, finalmente!, concretizado. Com sua vitória por 2 gols a 0 sobre o Noroeste, dentro de Bauru, a mesma Bauru que esteve em 1967 no caminho do "leão da 13" por ocasião de seu primeiro título de campeão, o União Barbarense alcança a sua maior conquista no futebol desde que ingressou em 1964 ao profissionalismo da F.P.F. É União, ôba! É campeão, ôba! O grito sai da garganta, o União é campeão, o acesso maior é realidade! Os descrentes de outras tentativas dos unionistas, como em 1980 (finais do Pacaembu), em 1984 (finais de Piracicaba e Limeira), em 1886/87 (finais em Campinas) e em 1993 (finais pela primeira vez disputadas nas casas dos clubes classificados), agora terão que estar ao lado do representante de Santa Bárbara. Os fiéis torcedores barbarenses ainda vibram intensamente com a grande alegria que o União lhes proporciona neste encerramento da guerra que foi o campeonato "Paulistinha" - a Série A-2 - após ter deixado para trás simplesmente 15 clubes, sendo alguns de muita tradição, prestígio e dinheiro para suportarem as altas despesas com a competição. O União Barbarense, o grande campeão (11 pontos ganhos no quadrangular final), vai para cima, vai ao "Paulistão" pela vez primeira em seus quase 84 anos de existência, enquanto permanecem no "Paulistinha" seus exconcorrentes América (vice-campeão com 9 pontos), a 3ª colocada Ponte Preta (Campinas), o 4º colocado Noroeste (Bauru), além de Santo André, Francana, Paulista (Jundiaí), Botafogo (Ribeirão Preto), Bragantino (Bragança Paulista), Grêmio Novorizontino (Novo Horizonte), Paraguaçuense (Paraguaçu Paulista), Mirassol, Comercial (Ribeirão Preto), Corinthians (Presidente Prudente) e Grêmio Sãocarlense (São Carlos). O vizinho XV de Novembro (Piracicaba) cai um pouco mais, termina na laterninha da Série A-2 e em 1999 vai disputar a Série A-3 do futebol paulista, muito embora no Campeonato Brasileiro, no segundo semestre deste ano, competirá na 2ª Divisão, aliás, Ponte Preta e Bragantino estarão na 1ª Divisão, o "Brasileirão". São coisas do futebol brasileiro, ou seja, o clube a nível nacional estar em divisão superior à que se enocontra a nível estadual...

Os gols do título saem no 2º tempo Os dois homens de ataque, Wagner e Gilson Batata, deixam suas marcas nas redes do Norusca O período inicial do jogo de Bauru, entre o Noroeste e o União Barbarense, não foi disputado em clima de decisão. Afinal de contas o time da casa, o Noroeste, já totalmente alijado da luta pelo título de campeão do "Paulistinha" e sem chances de subir, nem contou com a presença de sua torcida.


Nas arquibancadas do estádio, atrás do gol dos fundos, só havia torcedores de Santa Bárbara. Poucos bauruenses compareceram na manhã do domingo, além de um pequeno grupo, que era de campineiros que foram levar uma força ao time vermelhinho de Bauru, mesmo porque um tropeço dos unionistas poderia favorecer ao time da Ponte Preta, que não conseguiu fazer a sua parte no duelo de São José do Rio Preto. Mesmo em ritmo morno, foi o União quem passou a tomar as iniciativas de ataque e nem poderia ser diferente, pois necessitava de gol ou de gols, para vencer e poder terminar o quadrangular decisivo em 1º lugar. Nos 45 minutos iniciais o placar não foi alterado. Logo no início, aos 4 minutos, Edson Pezinho teve a chance de concluir a gol na primeira boa investida do "leão da 13", porém foi desarmado pelo árbitro Flávio de Carvalho, que o atrapalhou todo no chute que não aconteceu. Aos 5 foi Gilson Batata quem arrematou de esquerda, com a bola saindo à direita do bom goleiro Geraldo. O Noroeste parecia estar mesmo desligado da disputa em campo, nada conseguia. O União, entretanto, não encontrava a melhor forma de como penetrar pela retaguarda contrária. Enquanto isso, sua torcida vibrava com o tento de abertura do América no outro jogo. Em Bauru, na marca dos 25 minutos Gilson Batata teve um bom momento, tentou limpar todo o lance e bateu travado pelo zagueiro. Wagner ainda apanhou a sobra, mas sua conclusão foi errada, saindo à direita da meta noroestina. O primeiro ataque do time da casa que deu susto nos unionistas foi somente aos 32 minutos, em investida de Tequila pela ponta esquerda, que cruzou com perigo e o zagueiro Toninho, atento, aliviou. Aos 41 o "curinga" Da Guia fez ótima jogada pela direita, serviu grande passe, numa enfiada perfeita para Gilson Batata, que pegou bem na bola, chute rasteiro, para firme defesa de Geraldo. Gols nos dois jogos Nem bem começou o 2º tempo de Rio Preto e saiu o segundo gol do América. Nas arquibancadas de Bauru, a torcida barbarense cantava "cadê Ponte, cadê Ponte". Mas para o seu 2º tempo, na outra decisão, o União teria que voltar com mais apetite ofensivo. E voltou, com Edson Pezinho só não abrindo o marcador aos 2 minutos porque Claudecir salvou da linha fatal, quando o goleiro já era no lance. Aos 4, Marcelinho chutou de fora da área e por pouco o goleiro unionista não soltou. Foi o susto maior até então para os barbarenses. A explosão na galera veio em seguida, porque o ataque barbarense funcionou pela primeira vez no jogo. Edson


Pezinho, um dos destaques do alvinegro, desceu pela esquerda e bateu cruzado. No caminho apareceu o espertíssimo atacante Wagner para tocar. Bola nas redes bauruenses, 1 a 0 União. A disputa entra definitivamente no clima que se esperava e o melhor em campo, Juari - ao lado de China - teve aos 11 minutos uma escapada espetacular para o ataque. Viu Gilson Batata desmarcado e tocou certinho para o artilheiro. Batata tentou o drible no goleiro Geraldo e foi desarmado. Era um novo grande momento de gol. O Noroeste acordou e passou a buscar o tento de igualdade. Chegou a apertar o União, que ficou acuado atrás por bom período, só se defendendo, quando Orlando passou a ser destaque na retaguarda barbarense. Aos 12 minutos, em levantamento de escanteio, Cesar não pegou, largou e Marcelinho perdeu gol incrível, tocando pelo alto, enquanto o goleiro barbarense ficou na reclamação de falta com a arbitragem, que nada marcou. Aos 18 Tequila quis pênalti, tentou cavar e o árbitro entendeu como lance normal. Aos 25, numa sequência de escanteios para o Noroeste, seu goleiro Geraldo, que já havia feito de cabeça o tento do empate no 1º turno das finais, contra o América, passou a tentar a nova façanha. Conseguiu o cabeceio, mas não foi feliz, porém foi uma preocupação para a defesa barbarense a cada escanteio que saía. Aos 27, enquanto o União não mais conseguia ir ao ataque, o lateral noroestino Claudemir pegou um chute cruzado bastante venenoso, que quase entrou no ângulo. Cesar ainda desviou a escanteio. Foi o momento mais agudo da partida para os unionistas. Aos 33 foi outro ex-unionista, o central Valder, quem pegou uma bola rebatida e, da entrada da área, quase empata.

Benazzi muda para sair da pressão O técnico Benazzi, vendo o perigo a que seu time estava exposto, já havia colocado Tomy em campo para prender mais a bola e Davi numa lateral, deslocando Da Guia para a outra, sacando Leandro, o lateral/ala que já não poderia atacar mais que defender àquelas alturas, afinal o placar de 1 a 0 valeria o título da mesma forma para o "leão da 13". Claro que se fosse possível, o segundo gol viria sacramentar a vitória dos barbarenses, que contavam os minutos, para que passassem mais rápido ainda. Nas mexidas o União voltou a respirar e de novo conseguiu criar jogadas de ataque. Tomy acerta a descida, vê Gilson Batata penetrando e faz o lançamento. A defesa atrapalhou-se e ele, o goleador Gilson, demonstrando que também é oportunista, foi mais rápido que o zagueiro e o goleiro, tocando antes por cobertura. A bola tocou no cano baixo que sustenta a rede, no fundo do gol e voltou para o campo de jogo. Sem balançar as redes, Gilson Batata, quase na marca dos 40 minutos fez 2 a 0 União, fez o seu 18º gol neste encerrado "Paulistinha"/98 e fez, também, a torcida barbarense no estádio de Bauru e em toda a Santa Bárbara vibrar e mesmo chorar de alegria, de emoção, podendo soltar o grito enroscado de "é campeão, é campeão, é União na 1ª Divisão". Depois desse gol, tudo foi festa, com os unionistas esperando pelo apito final do árbitro limeirense Flávio de Carvalho. E a festa emendou-se pelas arquibancadas, saindo às ruas de Bauru, às rodovias, aos restaurantes ao longo dos cerca de 230 quilômetros de estrada e à cidade do time campeão, Santa Bárbara d'Oeste.


FICHA TÉCNICA Noroeste 0 x 2 União Barbarense Data: 31/5/98, domingo pela manhã, no Estádio Alfredo de Castilho, em Bauru. Árbitro: Flávio de Carvalho, com boa atuação; assistentes - Carlos Donizete Pianoski e José Basileu Gaviolli. Renda: não foram divulgados, mas a maioria dos cerca de um mil torcedores presentes ao estádio era de barbarenses. Gols: Wagner aos 4'30'' e Gilson Batata aos 39'40'', ambos no 2º tempo. Cartões amarelos do lado unionista: Orlando, Moreno e Wagner. Equipes: E.C. Noroeste: Geraldo, Claudemir, Valder, Ronaldo Cebola (Anderson) e Naílton (Ronaldo Chiquita); Claudecir, Claudinho, Marcelinho e Adãozinho; Tequila e Moisés. Técnico: Luiz Carlos Martins.Geraldo, Claudemir, Valder, Ronaldo Cebola (Anderson) e Naílton (Ronaldo Chiquita); Claudecir, Claudinho, Marcelinho e Adãozinho; Tequila e Moisés. Técnico: Luiz Carlos Martins. União Barbarense: Cesar, Da Guia, Orlando, Toninho e Leandro (Davi); China, Juari, Edson Pezinho (Marcão) e Moreno (Tomy); Gilson Batata e Wagner. Técnico: Wagner Benazzi.



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