Jornal Cidade Universitária, Ano VII, Nº 11, Abril de 2014

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Cidade Universitária

Impresso Especial 9912290201-DR/MA UFMA

Publicação da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão | Ano VII | Nº 11 | ABRIL de 2014

CORREIOS

ufma.br PERFIL

O segredo para desenvolver pesquisas de qualidade Professores são premiados e homenageados por produtividade no primeiro Mérito Científico da Instituição Página 9

INTERIORIZAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO

VOCAÇÃO AGRÁRIA

INFOGRÁFICO:

Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA) completa sete anos de funcionamento

Confira o retrato e os números da Pós-Graduação no país Páginas 7-8

Página 18

EXTENSÃO

EXTENSÃO QUE PROVOCA IMERSÃO Série televisiva produzida pela TV UFMA conta história e realidade dos moradores do Taim Página 4

ATUALIDADES

Foto: Sansão Hortegal

A UFMA É UMA DAS UNIVERSIDADES MAIS PROCURADAS DO BRASIL, SEGUNDO O SiSU Página 3

Núcleo de Esporte da UFMA avança na promoção de inclusão social e, agora, pretende desenvolver atletas de alto rendimento nas suas dependências Páginas 10 /11

Foto: Jorge André Ferreira

Universidade na corrida para tornar-se um Centro de Excelência em Desporto

NO CAMPUS

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DEMONSTRAM POTENCIAL E SE TRANSFORMAM EM PESQUISAS Quando o gênero completa 145 anos no Brasil, pesquisadores de áreas diferentes descobrem formas de incentivar a leitura e de contar histórias no jornalismo por meio das HQs Páginas 14-15


Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

OPINIÃO Sugestões para o jornal podem ser enviadas pelo e-mail: nip.ascom@ufma.br

UM PONTO DE CONVERSA Nesta edição, o jornal Cidade Universitária traz consigo a proposta de noticiar os eventos, os estudos desenvolvidos e as ações do ambiente universitário, pautando tudo aquilo que é de interesse público e de interesse dos públicos com os quais a UFMA trabalha direta ou indiretamente. E, aqui, o nosso ponto de partida são pautas que, na maior parte das vezes, refletem os debates atuais em discussão na sociedade, que possuem desdobramentos diferenciados dos que já vêm sendo trabalhados pelos

demais veículos de comunicação, a partir da leitura de que a Universidade pode e deve se esforçar para contribuir com o avanço do debate. Assim, trazemos, em pelo menos dois textos, nesta edição, o tema Segurança. Um está relacionado ao curso de Especialização na área de Segurança e Direitos Humanos que está sendo realizado pelo Departamento de Direito, e o outro sobre segurança em rede com o lançamento de um novo web-e-mail institucional. Tal como estes dois exem-

plos, as demais notícias trazem consigo contextualizações que as tornam, ao mesmo tempo, atuais e compreensíveis, em que informamos sobre as ações da Instituição. Todos os textos, sem exceção, pressupõem o diálogo, levam cada leitor a organizar a sua própria reflexão e a formar a sua opinião que deve ser balizada pelos melhores argumentos. Essa é a nossa proposta e é o objetivo da equipe de editores que vem trabalhando as sucessivas edições do jornal Cidade Universitária.

EM CENA

Em dose dupla: Pós-Graduação em Ciências Sociais completa dez anos e comemora nota quatro >> ROSANA OLIVEIRA

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Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCSoc) da Universidade Federal do Maranhão teve sua proposta de criação aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 2002. No mês de agosto do ano seguinte, a primeira turma do curso começou a funcionar. Nos dez anos posteriores, o curso ganhou credibilidade e passou a oferecer, além do mestrado, o curso de doutorado em Ciências Sociais em 2010. Tornouse um programa de Pós-Graduação que hoje atrai candidatos de todo o país e, no final do ano passado, comemorou dez anos de funcionamento, recebendo como presente a nota quatro emitida pelo Comitê de Avaliação da CAPES. De acordo com o coordenador do PPGCSoc, Horácio Antunes Sant’Ana Júnior, o programa não atingiu ainda a nota cinco por não ter registro de defesa de tese, sob o argumento de que o curso de doutorado é novo, e o período de realização de doutorado é de quatro anos. “Por isso, não obtivemos nota maior na avaliação. Todos os índices avaliados pela CAPES indicaram a possibilidade de recebermos a nota cinco num futuro muito próximo”, diz.

Entendendo como funciona o PPGCSoc A seleção para participar do mestrado e do doutorado do PPGCSoc é feita, anualmente, através da abertura de um edital público. “Temos a preocupação de garantir a maior lisura possível no processo seletivo. A primeira fase é feita de forma anônima para que a banca responsável pela seleção de estudantes não tenha acesso aos nomes dos candidatos para ingresso no Programa”, conta. 2

Dividido em quatro etapas, o seletivo começa com uma prova de língua estrangeira, seguida por uma prova escrita de conhecimento e análise do projeto de pesquisa a ser desenvolvido. Por último, o candidato é submetido a uma prova oral, onde a banca passa a conhecer quem são os candidatos aprovados até aquele momento. O número de vagas

oferecidas pelo programa varia, conforme o edital. Na última seleção, o PPGCSoc abriu 12 vagas para mestrado e oito para doutorado.

Produção em forma de Publicação Científica Atualmente, o Programa de Pós-Graduação em Ciências So-

ciais da UFMA possui uma revista de Publicação Científica trimestral. Em sua 19ª edição, o periódico é uma referência nacional e no sistema Qualis, da Capes, está classificada como A1 pelo Comitê da Área de Ciências Ambientais e como B1 pelo Comitê da Área de Sociologia e Ciências Sociais. O último número da revista conta com o dossiê “Cem anos de Publicação d’As Formas Elementares da Vida Religiosa”, e traz ainda artigos e resenhas. A revista pode ser encontrada, desde a sua primeira edição, na Biblioteca Central da UFMA e no Centro de Ciências Humanas, bloco seis, térreo, sala três, ambos localizados na Cidade Universitária, pelo valor de R$ 20 reais ou pelo site do programa: www.ppgcsoc.ufma.br.

estrutura organizacional

expediente

Presidente da República

Assessora de Comunicação

Dilma Vana Rousseff

Francisca Ester de Sá Marques

José Henrique Paim Fernandes

Fernando Oliveira, Francisca Ester de Sá Marques, Roberth Meireles

Ministro da Educação Reitor

Natalino Salgado Filho

Vice-reitor

Antônio José Silva Oliveira

Pró-Reitor de Gestão e Finanças José Américo da Costa Barroqueiro

Pró-Reitora de Recursos Humanos Maria Elisa Lago Braga Borges

Pró-Reitora de Ensino Isabel Ibarra Cabrera

Pró-Reitor de Pós-Graduação Fernando Carvalho Silva

Pró-Reitora de Extensão Marize Barros Aranha

Pró-Reitora de Assistência Estudantil Cenidalva Miranda Teixeira

Edição

Textos

Arlan Azevedo, Caroline Guimarães, Caroline Ribeiro, Daryanne Caldas, Deolindo Deolino, Fabiana França, Gutembergue Feitosa, Juara Castro, Lanna Silva, Letícia Mourão, Luciano dos Santos, Luiz Felix Rocha, Marcele Costa, Maria de Jesus Nascimento, Roberth Meireles, Rosana Oliveira, Sabrina Chamorro, Sansão Hortegal.

Produção

Caroline Guimarães, Nelciane Dias, Roberth Meireles, Rosana Oliveira

Revisão de Texto

Patrícia Santos, Charles Martins

Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Kleyton Kerlison

Ilustração

Fabiana França, Kleyton Kerlison


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A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

ATUALIDADES

UFMA entre as IES mais procuradas do país Quando o SiSU completa quatro anos, as boas avaliações e os conceitos conquistados pela Universidade atraem cada vez mais candidatos interessados em ingressar na Instituição

Foto: Lu

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>> SANSÃO HORTEGAL

Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está no ranking das instituições mais procuradas no país pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Os dados emitidos pelo Ministério da Educação (MEC), após a primeira fase de oferta de vagas, apontam a UFMA na décima segunda posição entre as preferidas dos candidatos em um universo composto por 115 instituições federais brasileiras. Para chegar a esta posição, a Universidade passou e ainda passa por vários investimentos e mudanças, como aconteceu com o seu sistema de ingresso, após a adesão ao Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM e do SiSU, - instituído em 2010. Para a pró-reitora de Ensino da UFMA, Isabel Ibarra Cabrera, o Enem/SiSU promoveu uma maior democratiza-

ção do ingresso ao ensino superior, aumentando o número de inscritos e participantes do processo. Além disso, destacam-se outras melhorias, tais como os investimentos em infraestrutura, construção de novos prédios e laboratórios, além do aumento do número de vagas e cursos de Graduação e Pós-Graduação. Um crescimento que permite compreender os índices satisfatórios que a UFMA vem adquirindo junto aos órgãos ligados ao MEC, reconhecimento em forma de prestígio que, consequentemente, aumenta a procura por uma vaga na Instituição. A pró-reitora enfatiza que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) divulga, anualmente, após a avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), o Índice Geral de Cursos (IGC) no qual a UFMA obteve em 2012, o conceito

3, e o índice 4, na Avaliação de Recredenciamento da Instituição. “Com certeza, a UFMA é reconhecida pelos serviços que presta em favor do desenvolvimento socioeconômico da região”, diz. Com tantas avaliações e conceitos qualitativos obtidos pela Universidade, segundo Isabel Ibarra, é possível equiparar a UFMA com outras universidades do mesmo porte como a USP, a UFMG, a Unicamp, a UnB, entre outras de renome. A pró-reitora destaca que é necessário levar em consideração a vocação de cada instituição e o contexto em que elas estão inseridas. Em termos quantitativos, estas universidades são bem maiores, mas em termos qualitativos, como a formação acadêmica do corpo docente, dos técnicos administrativos, empregabilidade dos egressos, a UFMA se aproxima bastante destas instituições.

SAÚDE

Tratamento médico na área de Nefrologia do Maranhão ganha reforço Centro Multidisciplinar na Prevenção e Tratamento de Doenças Renais oferece os seus serviços por meio do atendimento de uma equipe multidisciplinar do HUUFMA

É

Foto: Luís Felix Rocha

cada vez maior o número de pessoas com problemas renais no Brasil, decorrentes dos vários tipos de diabetes e com hipertensão arterial. Segundo um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), aproximadamente 13 milhões de brasileiros são portadores de doenças renais e, desse total, 1 mil e 300 pessoas sofrem de insufici-

>> LUÍS FELIX rocha

ência renal, no Maranhão. Somente em São Luís, são 650 pessoas nessa situação, além do que 60 por cento desse total estão na fila de espera de transplante. Das pessoas atingidas por essas doenças no país, 95 mil estão em estágio avançado de gravidade - ou estão fazendo tratamento de hemodiálise ou na fila do transplante -, o que representa um crescimento de 10 por cento por ano.

No Maranhão, o Hospital Universitário da UFMA é o único especializado em transplantes renais e, agora, conta com mais um aliado no combate aos números citados. Desde o dia 23 de janeiro, o Centro Multidisciplinar na Prevenção e Tratamento de Doenças Renais (CPDR) foi inaugurado para oferecer à população um atendimento diferenciado em diversas patologias renais, cuja intenção é tanto fazer a prevenção dessas doenças no Estado quanto servir de referência nos tratamentos curativos.

ocorreu em 2014 por somente agora ter completado todo o ciclo de implantação recentemente. Hoje, o centro realiza um tratamento por meio de orientações, medicamentos e dieta, visando conservar a função dos rins que já têm perda crônica e irreversível, tentando evitar, o máximo possível, o início da diálise - tratamento realizado para substituir algumas das funções dos rins.

Multiprofissionalismo

O Centro de Prevenção possui equipamentos adequados para o tratamento de seus pacientes. Os pacientes passam por dois tipos de cuidados: a primária e a secundária. Na primeira, o especialista identifica o paciente que é, ao mesmo tempo, hipertenso e diabético para que nestes não ocorram doenças renais. Numa segunda etapa, os profissionais trabalham com a prevenção das complicações dessa doença tentando evitar, o máximo possível, o início da diálise.

O centro conta com uma equipe multiprofissional, coordenada pela nefrologista Érika Carneiro, incluindo também outros profissionais como endocrinologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, educadores físicos e nutricionistas. Segundo a diretora do CPDR, Érika Carneiro, o centro foi criado há quatro anos em caráter experimental, mas a sua inauguração oficial só

Infraestrutura a serviço da comunidade

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EXTENSÃO

Conexão Rural interage com moradores do Taim Projeto extensionista da TV UFMA experimenta a troca de conhecimento em comunidade da zona rural de São Luís

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>> JUARA CASTRO

inanciado pelo Ministério das Comunicações e realizado pela TV UFMA, o projeto Conexão Rural comprova, claramente, a faceta da extensão universitária, pilar que forma com o ensino e a pesquisa, o tripé da Universidade em sua essência. A experiência levou o conhecimento e a produção acadêmica para o cotidiano da comunidade do Taim, localizada a 26 quilômetros do Centro de São Luís, e de outros bairros, como Cajueiro, Rio dos Cachorros, Limoeiro e Porto Grande. A intenção foi estimular troca de experiência entre a UFMA e os moradores.

tando uma reciprocidade de conhecimento e a valorização das relações pessoais. “Ajudar uma comunidade a registrar sua história e ter a oportunidade de aplicar os conhecimentos aprendidos em sala só fomentam a vontade de estar envolvido com outros projetos”, conta o estudante de Comunicação. O coordenador e assistente de direção do projeto, Bruno Gouveia, ressalta a importância da interdisciplinaridade para os alunos. “Com a troca de saberes entre a academia e a comunidade, os estudantes desenvolvem novas práticas de construção do saber e levam essa experiência para a sala de aula”, afirma o coordenador.

Extensão que provoca imersão

Foto: Arquivo pessoal

Foram 16 meses convivendo com os moradores da zona rural de São Luís. Na primeira etapa do projeto, os bolsistas dedicaram-se às atividades de pesquisa, fazendo um levantamento da literatura sobre a área, produzida anteriormente pela própria Universidade. Na segunda etapa, os estudantes aplicaram os conhecimentos adquiridos da área de Comunicação Social para produzir os roteiros dos programas, e conhecer as possíveis locações de filmagens. Na terceira etapa, os alunos se dedicaram às gravações, que tiveram ritmo intenso devido a necessidade de cumprir o cronograma estipulado pelo Ministério das Comunicações. Foram dias inteiros de filmagens e parte da equipe chegou a pernoitar no set de gravações. Tudo para registrar o amanhecer no Taim. O projeto contou com a participação de oito bolsistas, sete deles estudantes de Comunicação da UFMA, e um estudante do curso de Design. Para Fernando Nogueira, 22, esse tipo de projeto aproxima a Universidade da comunidade, possibili-

Série televisiva: Filhos do Taim

Ser filho do Taim envolve uma relação de amor e cuidado com essa terra que luta para se legitimar. Participar do Conexão Rural foi enriquecedor, descobri que meus conhecimentos acadêmicos podem prestar um serviço à comunidade em uma experiência ímpar”, disse a estudante e bolsista da projeto, Verônica Teles.

O projeto ofereceu oficinas voltadas para a área de comunicação aos jovens do Taim

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Estudantes da UFMA foram a campo para captar como vivem os moradores da comunidade

Devido a sua história de luta e resistência, a comunidade do Taim vem sendo utilizada como polo de pesquisa para diversos pesquisadores, mas a falta de retorno após a finalização dos projetos fez com que a comunidade começasse a se fechar para essas experiências. A líder comunitária, Rosana Mesquita, ressalta o diferencial que o Conexão Rural levou para a comunidade. “Já tivemos outros grupos que vieram aqui, colheram o que queriam e não nos trouxeram nada de volta. Dessa vez não foi assim”, pontua. O lançamento da série de programas aconteceu no Taim e contou com a presença da maior parte dos moradores. No evento também foi lançada uma marca da comunidade, produto da oficina de “Criação de Marcas”, ministrada pelo aluno do curso de Design, Carlos Eduardo Sales, bolsista do projeto. Filhos do Taim foi o nome escolhido para a série de programas por tratar-se de uma expressão local atribuída àqueles que nasceram na comunidade ou que escolheram o lugar para viver.

A série produzida conta a história e realidade de quem vive no Taim em oito documentários


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EDUCARE

Pronatec qualifica jovens para o mercado de trabalho Segundo o diretor do Colun, qualificação para o mercado de emprego é questão de urgência para os jovens >> DEOLINDO DEOLINO

cia para os jovens. “Como são cursos pequenos, os jovens tendem a entender esses cursos como uma forma de profissionalização rápida para entrar no mercado de trabalho mais depressa”, explica. Antes do início do Pronatec, a Universidade já ofertava cursos técnicos de curta duração. Para que as novas ofertas de formação pudessem ser realizadas, o Governo Federal disponibilizou um milhão e 150 mil reais para a manutenção e ampliação do programa no Colun. Os cursos de formação inicial têm duração de sessenta a duzentas horas, para serem concluídos em dois ou três meses. Os cursos mais intensivos contam, em média, com um ano e meio ou dois anos de duração. No final dos cursos, os alunos são encaminhados para um estágio nas empresas parceiras. Como cada polo do Pronatec possui critérios próprios de ingresso e seleção, a abertura de novas vagas depende de cada instituição. No Maranhão, até o fim do ano devem abrir vagas também nas escolas da rede pública, nos Institutos Federais de Educação, e nos Serviços Nacionais de Aprendizagem (Senai e Senac).

Foto: Reprodução

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Colégio Universitário - Colun - da Univesidade Federal do Maranhão irá oferecer, em 2014, 350 vagas em cursos de formação na área técnica, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec. O Pronatec pretende contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, por meio da superação do que é considerado ainda o maior desafio a ser encarado pela indústria brasileira: a falta de qualificação dos profissionais que atuam na área, em especial dos jovens. Na UFMA, o Pronatec oferta nove cursos nas áreas de saúde, meio ambiente, informática e administração. Os resultados da implantação do programa no país já podem ser sentidos. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE mostram que o número de empregos em dezembro de 2013 subiu três por cento entre os brasileiros de 18 a 49 anos de idade. Para o diretor do Colun, um dos polos federais participantes do Programa, Reginaldo Morais, o emprego é uma questão de urgên-

Em meio à crise de segurança no Estado, UFMA capacita profissionais da área Especialização tem como público-alvo profissional que já atua na segurança pública do Maranhão >> LETÍCIA MOURÃO

rança pública do Estado, a especialização conta com policiais militares e civis, bombeiros, polícia técnica, guardas municipais e pessoas da comunidade. Dividido em cinco módulos, que somam 370 horas de curso, a primeira turma da especialização possui 46 alunos, sendo que destes, 40 profissionais fazem parte do quadro das instituições da segurança pública e direitos humanos, e seis foram ofertadas por meio de ampla concorrência para o público em geral. Ao todo, 132 candidatos concorreram às vagas no curso de especialização, o que reflete o interesAgentes de segurança pública do Maranhão assistem à aula inaugural da especialização na UFMA

Foto: Sansão Hortegal

Segundo dados publicados pelo mapa da violência “Homicídios e Juventude no Brasil”, divulgado em julho do ano passado, o Brasil é o sétimo colocado nos índices mundiais de homicídios. São aproximadamente 27 mortes para cada 100 mil habitantes. Especificamente no Maranhão, em uma retratação histórica, o Estado ganhou visibilidade após uma onda de violência provocada por uma crise que partiu do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em um ano, 70 presos foram assassinados de forma brutal. De dentro do presídio, bandidos ordenavam ataques a trailers, delegacias de polícia e incêndios a ônibus na capital maranhense. Passageiros ficaram feridos em um desses atentados, considerado o ponto alto da crise, que culminou com a morte de uma criança, Ana Clara Santos Sousa, de apenas seis anos. Diante dessa situação, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), está desenvolvendo a especialização em Cidadania, Direitos Humanos e Gestão da Segurança Pública. Iniciado em outubro, a Pós-Graduação lato sensu visa contribuir para o desenvolvimento das habilidades que promovam uma melhor capacitação e fomento do conhecimento através de pesquisas científicas e elaboração de políticas públicas. Destinada aos profissionais de segu-

se dos agentes da segurança pública em se aperfeiçoar. Para a coordenadora do curso, professora Rosângela Guimarães Rosa, a especialização vai contribuir para a implementação de uma nova cultura de gestão com base na produção acadêmica. Ela diz acreditar que a busca pelo conhecimento somado a base familiar possibilitará uma significativa mudança nos índices de violência. “A ciência, no seu propósito maior de questionar, repensar e propor novas teorias que deem conta da realidade, pode muito contribuir para a concepção de novos modelos de vida, mudança de valores e da forma de pensar a vida e do agir em sociedade. Já a família deve apresentar para as crianças e jovens uma referência de respeito à vida”, ressalta. Para o delegado da Superintência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), Augusto Barros, e aluno dessa primeira turma, o curso chegou numa boa hora. “Temos, hoje, no Maranhão, uma necessidade de especialistas na área de segurança pública, sobretudo devido o contexto vivido pelo . Acredito que os profissionais poderão ter maior embasamento técnico e teórico, a partir da aplicação do conteúdo da especialização”, afirma o delegado. A previsão é que novas turmas sejam abertas ao término da primeira, propiciando a participação de um maior número de profissionais qualificados atuando na Segurança Pública do Maranhão. 5


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PERFIL

Reconhecimento: Pesquisadores da UFMA são premiados por produtividade científica Os professores revelam qual o segredo para manter uma produtividade de qualidade e os desafios enfrentados no dia a dia de quem quer ser um pesquisador de sucesso >> FABIANA FRANÇA

Foto: Divulgação

O

processo de construção do conhecimento pode mostrar-se tortuoso. Algumas vezes falta apoio e reconhecimento, e outras vezes a escassez de recursos financeiros aparece como entrave à produtividade científica. Entretanto, apesar destes obstáculos enfrentados pelos cientístas no Brasil, professores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) estão conseguindo desenvolver pesquisa e extensão com qualidade. Para comemorar estes avanços na área e reconhecer o trabalho desenvolvido por pesquisadores, a Instituição de Ensino Superior realizou o primeiro Prêmio de Mérito Científico Maria Ozanira da Silva e Silva, idealizado para estimular o trabalho dos professores pesquisadores que se destacam na produção de conhecimento científico e tecnológico. O prêmio foi promovido pelo Programa de Qualidade da Pesquisa Pós-Graduação e Inovação da UFMA (PROQUALI), que, através de várias ações executadas na Instituição, busca otimizar os in-

Pesquisadores da UFMA premiados no primeiro Mérito Científico da Instituição

dicadores da pesquisa e da PósGraduação, elevando o seu grau de qualidade. Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Fernando Carvalho, nas instituições de ensino, em geral, são estabelecidas metas para reconhecer o nível de qualidade de suas pesquisas. Para isso, levam em conta o número de artigos, quantidade de grupos de

pesquisa e patentes registradas. Ele também disse que, apesar do volume de pesquisa na UFMA ser inferior a de regiões como Sudeste, a qualidade é capaz de pôr a Universidade como referência no cenário nacional. Trabalho que a Universidade Federal do Maranhão vem tentando implementar por meio de projetos como a criação do Mérito

Científico Prêmio Maria Ozanira. Além dos professores premiados, foram homenageados dois pesquisadores da UFMA: a professora Maria Ozanira da Silva e Silva, pela sua larga experiência e produção científica de destaque na área de Ciências Políticas - o que fez, inclusive, com que a Instituição desse o nome desta pesquisadora ao seu mérito de reconhecimento científico. O outro homenageado foi o professor Sérgio Figueiredo Ferreti, autor de artigos, obras e capítulos de livros, além de ser membro de conselhos editoriais de vários periódicos científicos. Segundo Ferretti, o seu segredo para produzir conhecimento de qualidade é a idade. Ele diz que a experiência de vida, o tempo para investir na pesquisa são fundamentais. “Um prêmio que valorize, dando evidência a produção docente é de grande importância. Já existe em muitas universidades e está sendo implantado na UFMA em boa hora, pois estimula os professores a produzirem cada vez mais, e ainda dá apoio financeiro, coisa rara no âmbito acadêmico”, afirma Ferreti.

Alguns premiados no Mérito Científico da UFMA contaram os segredos para manter uma produção científica de qualidade e os desafios enfrentados no seu trabalho enquanto pesquisadores: César Castro

O segredo para uma grande produtividade? Não há. Não existe uma receitapara isso. O importante é ter em mente que precisamos produzir sempre com qualidade, seja em um artigo, uma publicação em revista ou por meio de uma dissertação.

Alana Chagas

O maior desafio enfrentado, hoje, pela Ciência brasileira é justamente a burocracia. Problema que se mostra, muitas vezes, como empecilho, pois, às vezes, temos o recurso financeiro, mas precisamos encarar os problemas na área de gestão dos recursos. Questões que independem do pesquisador e tornam o desenvolvimento científico muito difícil, e mais lento. No mais, produzir uma pesquisa de qualidade é sempre fruto de um árduo trabalho e que culmina na publicação em revistas, que é o que garante uma análise sofisticada sobre o nosso trabalho.

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Aristófanes Silva

Não tem segredo. Acredito que produtividade é consequência de um conjunto de fatores como: amor pelo que faz, acreditar no seu objetivo, ter responsabilidade, ser dedicado e bastante força de vontade. Além desses fatores pessoais, acredito que outros são importantes: como ter uma equipe que trabalha com objetivos alinhados e infraestrutura para desenvolver a ideia, e por conseguinte, o produto ou pesquisa. Nós não fazemos estudo sozinhos. Existem alunos de iniciação cientifica, mestrandos e doutorandos que acreditam e compartilham do nosso trabalho, contribuindo para tornar a pesquisa realidade. Nossos parceiros são muito importantes. Nós não detemos o conhecimento de tudo, assim, as críticas e sugestão são sempre observadas com carinho. Todos os fatores citados, combinados com uma boa infraestrutura para o desenvolvimento traduzem, no final, bons resultados, e finalmente uma boa ‘produtividade’.

Flávia Nascimento Dedicação. O professor universitário é sobrecarregado de tarefas relativas ao ensino, pesquisa e extensão. Por isso, não é fácil manter a produtividade, e sempre com qualidade que é o primordial Assim sendo, é muito importante para o pesquisador o incentivo que a Instituição oferece, em todos os sentidos. É uma forma de valorização e divulgação dos resultados de pesquisas fruto de muito trabalho.

Manoel Messias

Na verdade, não tem segredo. São um conjunto de ações que você tem que implementar no dia a dia: estudo, pesquisa e divulgação. Formar grupo de pesquisa é uma ação importante para quem quer desenvolver ciência, pois sozinho é difícil desenvolver projetos desta natureza. O prêmio é uma política inovadora da gestão, que se tornou um diferencial da Universidade, essa é uma atitude digna de aplausos.


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PÓS-GRADUAÇÃO

UM RETRATO DA PÓS-GRADUAÇÃO NO PAÍS >> ANNA CAROLINE GUIMARÃES

N

ão se trata de prestígio social ou de compensações financeiras. A titulação de pesquisadores, sejam estes mestres ou doutores, pesa até mesmo na hora de classificar se uma instituição que oferta cursos de ensino superior é uma faculdade ou, na verdade, uma universidade. Atendendo a legislação pertinente desses centros de ensino, valem algumas regras que ajudam no tratamento de quem carrega uma titulação, além de dicas para quem quer ingressar em uma carreira acadêmica. Para o doutor em Letras da Universidade Federal do Maranhão, José de Ribamar Mendes Bezerra, este é um bom momento para investir na área, mas é preciso ficar atento. “Entender o atual cenário da Pós-Graduação no país, e as titulações de quem atua na acadêmia é um bom começo para quem quer ingressar em uma carreira deste tipo”, ressalta o professor universitário.

Crescimento do número de programas de Pós-Graduação nos últimos dez anos

40% no Norte

33% no Nordeste

Total: 170 programas

Total: 655 programas

14% no Suldeste

37% no Centro Oeste

Total: 1.560 programas

Total: 268 programas

25% no Sul Total: 648 programas

Estágios para chegar a Pós-Graduação Mestre Educação infantil

11%

é a média anual de novos mestres no Brasil. Defende dissetação ao término do curso.

Ensino fundamental

Abreviação: Ms.

Ensino médio Ensino superior

Doutor

12%

Pós-Graduação

é a média anual de novos doutores no Brasil. Defende tese ao término do curso. Abreviação: Dr.

Pós-Graduação aquecida

1,5milhão

23%

é o aumento da quantidade dos programas de Pós-Graduação nos últimos oito anos.

de artigos, livros e produções técnicas por ano 7


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PÓS-GRADUAÇÃO

CENÁRIO ATUAL 3.337 é o número de programas de Pós-Graduação existentes no país,

5.082 cursos, sendo 2.903 de mestrado, 1.792 de doutorado e 397 de mestrado profissional. 56.890 professores atuam nos cursos de Pós-Graduação de todo o Brasil

Onde estão?

Mulheres são a maioria

40%nas universidades 39% na indústria 14% em instituições de ensino 7%em orgãos governamentais

Segundo dados do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos em 2010:

51%

O que fazem? 54% trabalha em pesquisa aplicada 23%

em pesquisa básica

12% em desenvolvimento primário

dos doutores do Brasil são mulheres. O Brasil é um dos pioneiros entre os países que conseguiram alcançar a igualdade de genero no nível mais elevado da formação educacional

Mais tempo, mais salário Com dez anos de atuação na área, a diferença salarial entre os recémdoutores e os doutores com experiência chega a

30%

12% em consultoria e funções de apoio

Crescimento do número de cursos de Pós-Graduação na UFMA

12 2

mestrados

26 9

mestrados

doutorados

2013 Mais informações sobre os cursos de pós graduação oferecidos pela UFMA, acesse www.pppg.ufma.br

doutorados

2007 8

Dados extraídos das seguintes fontes: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) Ministério da Educação (MEC) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)


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UNIVERSIDADE

UFMA lança novo correio eletrônico Mais moderno e seguro o webmail institucional agora possui acesso integrados entre os Sig’s >> GUTEMBERGUE FEITOSA

A fragilidade no trânsito das informações digitais dentro das entidades da administração pública é um problema que ganhou destaque na mídia nacional e internacional. A grande vulnerabilidade nos circuitos de informações, que circula em forma de bits, na rede mundial de computadores, apontou o calcanhar de Aquiles na política de segurança nacional, em todos os países do mundo ocidental. A denúncia feita por um ex-técnico do Serviço de Inteligência Norte Americano (CIA), o agente Edward Snowden, tornou público o esquema de espionagem dos países para colher informações de maneira ilegal, tanto das diferentes esferas do Governo Federal quanto de empresas privadas brasileiras. A explicação para a vulnerabilidade nos sistemas de comunicação nacionais está na dependência tec-

nológica exercida pelos EUA sobre o Brasil e demais países do continente americano, já que os equipamentos e redes - satélites, provedores e plataformas de comunicação - utilizados pelo país levam as marcas da tecnologia norte-americana. Atento a este quadro, o Governo Federal, tomou algumas providências para aumentar a segurança tecnológica no país. Solicitou para todas as instituições públicas, especialmente as federais, o desenvolvimento de tecnologias e procedimentos capazes de resguardar as informações que circulam dentro destes ambientes como pesquisas confidenciais e processos licitatórios. Segundo o analista de sistemas do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), José Ribamar Netto, é responsabilidade do serviço público manter o sigilo de suas informações. “O servidor

precisa ter em mente que a informação é o bem mais importante de uma organização, uma vez que tais informações podem ser usadas ou para o bem ou para o mal”, explica.

Por dentro do novo webmail da UFMA A UFMA, por exemplo, lançou o seu novo webmail institucional no início de fevereiro deste ano, medida adotada estrategicamente para dar segurança às diversas atividades educacionais que utilizam o ambiente de rede. Atualmente, o novo webmail da Instituição oferece aos usuários do sistema mais segurança no que se refere ao acesso e utilização de dados na rede mundial de computadores. A nova versão veio para suprir as limitações da versão anterior e possui

um novo tratamento de spam’s – correspondências indesejadas; mais espaço de armazenamento de mensagens; interface moderna; acessos integrado entre usuários e senhas do Sistema de Gestão - Sig’s; antivírus; listas de contatos personalizados; e acessos via dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Ainda de acordo com o gerente de redes José Ribamar Netto, o NTI deve lançar, até o final deste ano, outras novidades, como o webchat, porta-arquivos, lista de discussão e agendas, dentre outros destaques. “Este dispositivo possibilita a padronização de usuários e senhas mais confiáveis, e evita falhas de segurança. Contudo, é preciso estar atento já que nenhum sistema de segurança é completamente eficaz, o que significa tomar medidas necessárias para evitar falhas de segurança”, diz.

TECNOLOGIA

Cacuriá, inovação tecnológica cem por cento maranhense Projeto desenvolvido na UFMA oferece facilidade na inserção de comentários, explicações, hiperlinks e diversos recursos em vídeos, contribuindo no compartilhamento de conhecimento

Foto: Luís Felix Rocha

>> Arlan azevedo

Pesquisadores discutem as vantagens da ferramenta tecnológica

C

om o nome um tanto quanto incomum para um projeto de pesquisa, o Cacuriá, desenvolvido por pesquisadores da área de Ciências da Computação, é uma pesquisa que visa o desenvolvimento de uma ferramenta de autoria, a partir da qual as pessoas sem quaisquer conhecimentos na área de programação computacional possam criar, produzir e editar conteúdos audiovisuais - dentro da plataforma digital - de forma simples e acessível. A ferramenta é a primeira parte da pesquisa desenvolvida pelo Ser-

viço Colaborativo para a Criação de Unidades de Aprendizagem como o Vídeo Sob Demanda Interativo (GTVoA). Este projeto, segundo o seu coordenador, Carlos de Salles Soares Neto visa, primeiramente, a criação e a exibição colaborativa de unidades de aprendizagem possivelmente em sites, com conteúdos multimídia, por exemplo, para a educação a distância. Para compreender melhor como funciona esta inovação pensada pelo grupo de pesquisadores do GTVoA, Salles ilustra que a produção de vídeos interativos, ou seja, aqueles

que utilizam recursos de linguagens diferentes como a imagem, o vídeo e o áudio, são utilizados na educação para fixar conteúdos didáticos. Desta maneira, a ideia é dar uma maior independência aos usuários da ferramenta na hora da produção destes recursos, uma vez que, geralmente, a produção de vídeos é feita por uma equipe que reúne profissionais de design, de informática e de comunicação. “Esse é o diferencial do Cacuriá. Ele irá permitir a criação e a inserção de conteúdos, em vídeos, por apenas uma pessoa, da maneira mais simples possível”, explica o coordenador do projeto. O Cacuriá está sendo desenvolvido há dois anos e se encontra na segunda etapa do projeto. A primeira, com a duração de um ano, teve como objetivo pensar como a ferramenta funcionaria na prática e, posteriormente, a efetivação desta ideia. Na próxima etapa, o Cacuriá entrará no que os cientistas da computação denominam de testes de usabilidade, ou seja, fase em que vão testar, junto aos seus usuários, as funcionalidades da ferramenta. A proposta é que os usuários da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) sejam os primeiros a experimentar a aplicação da ferramenta.

O projeto conta com professores e estudantes do curso de ciências da computação, e do mestrado em informática e design. “A multidisciplinaridade permite a construção de um meio rápido e fácil para expandir a geração de conteúdos para as novas tecnologias, que cada vez mais exigem recursos que serão disponibilizados aos docentes no aplicativo”, finaliza.

Por que Cacuriá? A ideia de nomear a ferramenta tecnológica com o nome Cacuriá acompanha uma tendência na área do desenvolvimento tecnológico do Brasil. O seguimento tem buscado a valorização da produção intelectual e inovadora do País, por meio da criação de marcas capazes de agregar consigo traços da cultura do local onde foram produzidos. Foi assim que a manifestação Cacuriá, uma dança ritmada típica dos festejos juninos no Maranhão, passou a ser, também, o nome de uma ferramenta tecnológica inovadora.

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Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

DESTAQUE - CAPA

UFMA: no rumo para se tornar um Centro de Excelência em Desporto

Professora Silvana Moura, apresenta o projeto do CEP à comunidade acadêmica

Avanços contabilizados na área desportiva na Universidade impulsionam produção e prática no Núcleo de Esportes da Instituição

Foto: Luciano dos Santos

>> SANSÃO HORTEGAL

Enquanto as atividades do Centro de Excelência acontecem em um espaço provisório, o projeto tem feito acordo com várias associações de pessoas com deficiência de São Luís, com o intuito de integrá-las, uma vez que o projeto não é apenas para universitários. O CEP, até o momento, conta com as modalidades basquetebol em cadeira de rodas, goalball, atletismo adaptado e o voleibol sentado, e tem previsão de que sejam incluídas novas modalidades esportivas tais como handball e a natação para pessoas com deficiência. “O Núcleo organiza a infraestrutura, enquanto o Departamento de Educação Física tem oferecido todo o suporte acadêmico-científico, e também financeiro para o CEP. A ideia do departamento e do Centro é formar cidadãos com foco no desenvolvimento de atletas para participarem das paralimpíadas”, completa Navarro. O CEP adquiriu novos equipamentos paradesportivos, e novas modalidades deverão ser implantadas em breve no Núcleo de Esportes

N

a década de 60, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) criou o seu Núcleo de Esportes que era inicialmente utilizado por todos os cursos da UFMA. Na época, a obrigatoriedade de desenvolver alguma disciplina que incluísse a prática de esportes era comum na grade curricular, até que, em 1977, a Universidade criou o curso de Educação Física, ligado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Este curso, passou a funcionar nas dependências do Núcleo de Esportes da Instituição, como parte da sua reestruturação. Agora, trinta e três anos depois, o Núcleo se prepara para tornar-se, também, um Centro de Excelência em Paradesporto (CEP), pautado sob o objetivo de promover a inclusão social das pessoas com deficiência, além de desenvolver pesquisas nessa área, tendo como base recursos captados, via edital do Ministério dos Esportes. Futuramente, as instalações do centro de excelência vão funcionar próximo ao Núcleo de Esportes, junto aos outros espaços e recursos já existentes, cuja intenção será benefi-

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ciar, além da comunidade acadêmica, a população local e os atletas com alto rendimento nas suas atividades esportivas.

Centro de Paradesporto Por se tratar de um Centro de Paradesporto, ou seja, voltado à prática de esportes para pessoas com deficiência, a UFMA adquiriu, nos últimos anos, muletas e cadeiras de rodas que hoje colaboram para o desenvolvimento das atividades do setor. Equipamentos que o reitor Natalino Salgado Filho, acompanhado pela coordenadora geral do CEP, professora Silvana Moura, e demais colaboradores do Centro entregaram para a turma de atletismo no dia 11 de fevereiro. “Tudo precisa ser aperfeiçoado. Não adianta comprar um equipamento de primeira categoria e ter atletas com baixo rendimento. Antes, as cadeiras de rodas eram genéricas, ou seja, serviam para qualquer atleta, pouco importando o tamanho e a deficiência que este tinha”, explica o diretor do núcleo de esportes e coordenador técnico do projeto, Francisco Navarro.

Segundo o diretor, o projeto adquiriu novas cadeiras adaptadas para cada jogador, após pesquisa feitas pela empresa responsável pela fabricação que tirou a medida de cada um para produzir um equipamento específico, conforme as necessidades motoras da equipe. Para além disso, caso o projeto inclua um novo jogador, após período de adaptação, ele poderá ter acesso aos equipamentos especiais com os demais.

Espaços como o ginásio poliesportivo vem recebendo desde 2007 seguidos investimentos que visam a sua reestruturação

Atletas da UFMA vencedores dos Jogos Brasileiros Universitários (2013) traçam novos objetivos para 2014 junto à Administração Superior


Abril de 2014 :: Cidade Universitária

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

DESTAQUE - CAPA

Conhecendo a estrutura do Núcleo Avançado de Esportes da UFMA Para ser capaz de abrigar um Centro de Excelência nos moldes do projeto que está sendo implementado na UFMA, a Universidade precisou trabalhar em conjunto com os docentes da unidade, e lançou um olhar especial nos últimos sete anos tanto para o Núcleo quanto para o curso de Educação Física. Aumentou o número de professores que dão suporte as diversas atividades no âmbito do ensino,

pesquisa e extensão. Passou a oferecer mais vagas para o curso de Educação Física, e somado a isso, ampliou e readequou sua infraestrutura física. Confira a infraestrutura que permite com que hoje a UFMA vislumbre preparar atletas para as paralimpíadas, e que tem servido de espaço para a prática de desporto de lazer da sua comunidade acadêmica. Entre os principais espaços do Núcleo estão:

Piscina Semiolímpica

A piscina é utilizada por atividades diárias do curso de Educação Física, e dos projetos de extensão ligados a este.

Pista de atletismo Quadra Poliesportiva (duas)

Em fase de conclusão de suas obras, a pista de atletismo da UFMA contará com certificação da Federação Internacional de Atletismo Amador. Construída com material emborrachado, servirá como pista para corridas, lançamentos e saltos, apta ao desenvolvimento de 48 modalidades do atletismo, entre elas, corridas rasas com barreiras e obstáculos; de lançamentos, com arremesso de dado, martelo, peso e disco; e de saltos.

Sede do Núcleo de Esportes

Estrutura 1 - vestiários e quadra para prática de vôlei, handebol e basquetebol. Estrutura 2 – espaço semipronto, que servirá para levantamento de peso, lutas e ginástica artística/rítmica.

Ginásio

O espaço é utilizado pelo Departamento de Educação Física, projetos de extensão, servidores, acadêmicos e, agora, pelo Centro de Excelência em Paradesporto. Sua quadra conta com medidas oficiais de futsal, handebol e basquetebol.

Anexo da sede do Núcleo O prédio que abriga sede do Núcleo de Esportes é composto por cinco salas de aula, um auditório, quatro salas para uso administrativo, quatro laboratórios de prática e pesquisa, duas salas de grupo de pesquisa, uma sala de dança e uma sala de professores.

O anexo da sede do Núcleo de Esportes, já em fase de licitação de obras, vai servir de espaço para o Centro de Excelência em Paradesporto. No local, há previsão de instalação de sala de musculação, pilates e 12 salas onde deve funcionar também o mestrado em Educação Física.

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Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

Foto: Luís Felix Rocha

PESQUISA

Educação financeira para evitar apertos Segundo professora da UFMA, pesquisar sobre as condições de compra e os prazos de pagamento do produto são garantias para evitar dívidas a longo prazo

O

>> DARYANE CALDAS

Oc as

brasileiro sabe realmente comprar? Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria e Ibope (CNI-Ibope), realizada em 2012, a maior parte não. Sessenta e nove por cento dos brasileiros avaliam que mais importante que os juros cobrados são as prestações se ajustarem ao bolso, já que estes consumidores não levam em conta o fato de que, às vezes, na compra de um produto, podem acabar pagando por dois itens em vez de um. Preocupada com a pouca atenção dada à questão no país, a professora do departamento de ciências imobiliárias da UFMA, Ana Nélo, desenvolve uma pesquisa que visa estimular a necessidade da educação financeira junto à população. O estudo aborda de que forma a educação financeira está disposta na vida do brasileiro. O projeto defende que as áreas sociais, em especial, a Administração, as Ciências Contábeis e as Ciências Imobiliárias precisam de um maior incentivo para a sua popularização. Segundo a professora, são vários os fatores que contribuem para a não difusão destas ciências no cotidiano. A pesquisa aponta ainda que não há um esforço das universidades em incentivar a escolha por cursos das ciências sociais como acontece com os cursos da área tecnológica, por exemplo. O estudo ressalta também que a maioria dos alunos, que escolhe Administração, Ciências Contábeis e Ciências Imobiliárias,

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do

ama: r g pro

está, muitas vezes, mais interessado no mercado de trabalho que na pesquisa científica. Uma das etapas do trabalho que visa a popularização da educação financeira foi desenvolvida pela professora Ana Nélo, junto com a estudante do curso de ciências imobiliárias, Layana Araújo, na disciplina de Programação Orçamentária. As pesquisadoras fizeram um estudo de caso do ‘Programa Minha Casa, Minha Vida’, cujo os imóveis escolhidos são aqueles destinados para famílias que ganham até dez salários mínimos. Segundo Layana Araújo, o primeiro questionamento que surgiu foi para quem de fato são destinados estes imóveis. De acordo com estas propostas do Governo Federal, essas casas e apartamentos são destinados para quem tem renda de três a dez salários mínimos. No entanto, o que a jovem estudante observou em sua pesquisa, é que boa parte das pessoas que compram estes imóveis são

“Ele chegou a pagar duas entradas para o corretor, quando, na verdade, deveria ter pagado apenas uma e nem percebeu isso”, diz 12

Professora Ana Nélo explica os perigos que levam uma pessoa a contrair dívidas

Para Layana Araújo, Educação financeira deveria ser ensinada desde as primeiras séries

empresários ou pessoas com renda muito acima da fixada no regulamento do Programa. “O Governo Federal deveria ser mais criterioso com o financiamento dos apartamentos e casas do projeto”, avalia a estudante. Outro ponto que chama atenção na pesquisa é que, na maioria das vezes, o cliente assina o contrato sem saber o conteúdo proposto no documento. Ela fez a leitura de um contrato para um cliente que já estava há seis meses pagando as prestações do imóvel sem nunca o ter lido. Este cliente não conhecia a taxa de juros da compra realizada, não sabia que tinha que pagar primeiro a construção para só depois o imóvel ser financiado pela Caixa Econômica, entre outros aspectos. “Ele chegou a pagar duas entradas para o corretor, quando, na verdade, deveria ter pagado apenas uma parcela e nem percebeu o erro”, disse.

A estudante de ciências imobiliárias diz acreditar que a educação financeira deveria ser ensinada desde as primeiras séries, por ser um tema da experiência cotidiana. “Nós devemos aprender a lidar com os nossos ganhos e com os nossos gastos. Eu aprendi como devo me programar para adquirir um imóvel, quanto devo poupar e quanto devo gastar”, afirma. Quando questionada se era um bom negócio comprar um empreendimento do programa ‘Minha casa, minha vida’, Layana Araújo afirmou que é um bom negócio quando o cliente faz uma pesquisa de mercado e lê o contrato minuciosamente. Aliás, isso é algo válido para todo o tipo de compra . Ainda sobre a compra específica de imóveis, é necessário que o cliente observe, também, a localidade do empreendimento, e o material utilizado na construção.


Abril de 2013 :: Cidade Universitária

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

ACONTECE NA UFMA

Seminário discute reflexos do

Projeto Grande Carajás no Maranhão Resistências e mobilizações frente ao desenvolvimento promovido pelo programa serão discutidas em evento na UFMA

S

Foto: Reprodução

erá realizado de 6 a 9 de maio, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Seminário Internacional Carajás. O evento se propõe a v a l i a r,

>> LUÍS FELIX rocha

criticamente, os processos sociais, ambientais, econômicos e culturais desencadeados ao longo dos 30 anos da implementação do Projeto Grande Carajás, marco do processo desenvolvimentista do Maranhão e da Amazônia Oriental, desde a década de 80. O coordenador e professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, Horácio Antunes, , diz que, ao trazer à comunidade acadêmica o debate sobre esse momento histórico do Maranhão, pretende analisar as repercussões e reflexos que o programa tem causado até hoje nas comunidades que sobrevivem ao longo da ferrovia. A principal contradição do Programa Grande Carajás, segundo Antunes, é atuar em regiões de enclave, ou seja, locais que servem

apenas de via de escoamento por meio de estradas de ferro, rodovias e portos, sem que parte significativa da riqueza produzida por estes grandes empreendimentos sejam apropriadas pela economia local. “Desta forma, paradoxalmente, a produção de muito capital gera também muita miséria”, enfatiza.

Repercussões do programa grande carajás O Programa Grande Carajás tem repercussões em toda a Amazônia Oriental e, atualmente, está ligado às atividades industriais da empresa Vale, a maior mineradora de ferro do mundo, privatizada desde 1998. O investimento, a priori, tinha como direcionamento a construção de uma infraestrutura básica, entre rodovias, ferrovias, reformas de portos e aeroportos, dentre outros empreendimentos menores.

No início, a promessa de geração de empregos e de renda era sempre o principal instrumento de convencimento das qualidades positivas para instalação desses empreendimentos, mas a quantidade de empregos, somente crescia durante a instalação das atividades. Na fase de execução dos projetos, o número de empregos reduzia drasticamente, resultando em um inchaço urbano, causado pela dispensa de funcionários que outrora foram atraídos pelos empregos nestas áreas. Além disso, outros problemas sociais, como conflitos de terras, impedimentos de acesso a recursos naturais, também foram se agravando ao longo do tempo e, agora, serão discutidos no evento. O público alvo do seminário são estudantes de Ensino Médio, Graduação, Pós-Graduação, professores e pesquisadores. Mais informações podem ser adquiridas pelo endereço eletrônico: www.seminariocarajas30anos.org

CONTINENTE

Pós-Graduação em Comunicação Empresarial em Imperatriz estimula qualificação profissional A especialização visa aprimorar os serviços prestados e modificar o atual cenário empresarial e institucional da região

C

om a economia em franca expansão e o fortalecimento da sociedade civil, em Imperatriz, houve um considerável aumento pela busca de qualificação profissional. Foi a partir deste cenário que o curso de jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, Campus Imperatriz, resolveu implantar o primeiro curso de especialização na área de comunicação empresarial. O curso inicia em abril, com carga horária de 390 horas/aula, distribuídas em dois módulos compostos por 13 disciplinas cada um. Segundo a coordenadora da especialização, Thaisa Bueno, há um grande espaço de atuação em comunicação a ser conquistado nesse setor. “O objetivo da PósGraduação é capacitar e ampliar a visão estratégica de profissionais de Administração, Comunicação Social e áreas afins”, explica. O mercado de atuação que a professora Thaisa Bueno se refere é o da gestão de conhecimento em assessoria de comunicação, e na prestação de serviços para órgãos

>> Lanna silva e sabrina chamorro

públicos, privados ou do terceiro setor. De acordo com a Associação Comercial e Industrial da região (ACII), o Produto Interno Bruto (PIB), resultante da riqueza local é de R$2,6 bilhões de reais e o setor empresarial e comercial representa 69,5 por cento desse PIB. Assim, para o presidente da ACII, Euclides Viêra, as oportunidades de emprego e negócios

crescem em ritmo acelerado na região, e, por isso, ele avalia de forma positiva o mercado de comunicação, em Imperatriz, nos últimos anos. “A eclosão dessa área vem contribuindo de forma qualitativa e quantitativa para a economia. Mantemos um departamento de comunicação por que acreditamos na sua importância para a legitimidade para o merca-

A especialização é o incentivo que faltava para abertura de perspectivas diferenciadas à teia produtiva da região, afirma.

do e a sociedade civil. A especialização em Comunicação Empresarial e Institucional, é o incentivo que faltava para a abertura de perspectivas diferenciadas, tendo como base a teia produtiva da região”, afirma.

Experiência Prática Graduada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo, pela Universidade Federal do Maranhão, em Imperatriz, Thays Assunção trabalha na área de assessoria há dois anos. Diz que sempre teve vontade de se especializar neste segmento. “Além de ser um diferencial no meu currículo, a especialização irá aprimorar o trabalho que eu já realizo, só que agora de forma mais crítica e preparada”, finaliza a jornalista ao afirmar que o curso certamente vai criar as condições necessárias para que os profissionais possam, inclusive, montar suas próprias empresas de assessoria, transformando a dinâmica do mercado, e do seguimento na cidade de Imperatriz e região. 13


Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

Foto: Arquivo pessoal

NO CAMPUS

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NO CAMPUS

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PELO MUNDO

Programas de intercâmbio despertam estudantes para a carreira acadêmica O PEC -G tem aproximado universitários de continentes diferentes, enquanto isso, o Ciências Sem Fronteiras vai oferecer mais de 100 mil bolsas de estudo no exterior até 2015

Ciências Sem Fronteiras Iniciado em 2011, o Ciências Sem Fronteiras visa promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e da tecnologia, por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional de estudantes da Graduação e da PósGraduação. Até 2015, o programa disponibilizará mais de cem mil bolsas de estudo. Atualmente, o programa tem atendido, principalmente, as áreas de Exatas e Biológicas. Entre os principais destinos dos estudantes estão países como Estados Unidos, Canadá e Espanha. Este último destino surge como preferido pelos brasileiros, devido a aproximação da língua. Os alunos selecionados pelo CSF têm estadia de um ano no país de destino, podendo esta situação ser prorrogada por até dois anos,

quando há interesse do aluno. Para os estudantes que embarcam no projeto com o objetivo de fazer um curso de língua estrangeira, há o adicional de tempo do curso, que pode variar de dois a seis meses. Para participar, é necessário que o aluno seja brasileiro ou naturalizado, esteja devidamente matriculado em uma instituição de ensino superior, ter atingido, no mínimo, 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, e possuir um bom desempenho acadêmico. É preciso, também, que o acadêmico tenha concluído, no mínimo, 20 por cento e, no máximo, 90 por cento da carga horária do curso. Carolina Carvalho, 22, é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Maranhão. Ela participou do Ciências Sem Fronteiras e optou pela Espanha como destino para o seu intercâmbio. O resultado da sua experiência foi o despertar para a carreira acadêmica. Aprovada no mestrado na Universidade Federal de Viçosa, Carolina Carvalho diz acreditar que participar do Ciências Sem Fronteiras estimulou sua opção pela carreira acadêmica. “Essa experiência acabou transmitindo uma maturidade ao aluno para encarar desafios. Além disso, o estágio extracurricular que eu fiz na Espanha, por meio da Universidad Católica de Murcia, somou pontos, no currículo, que fizeram diferença na seleção do curso de Pós-Graduação”, declarou.

Foto: Arquivo pessoal

E

xperimentar novas possibilidades de adquirir conhecimento em um ambiente onde as trocas culturais acontecem de forma efetiva. Esse é o principal objetivo de dois programas do Ministério da Educação. São eles o Ciências Sem Fronteiras - CSF –, e o Programa de Estudantes Convênio de Graduação – PEC-G -, iniciativas do Governo Federal que têm promovido o intercâmbio de estudantes em prol do desenvolvimento profissional e acadêmico.

>> MARCELE COSTA

Carolina Carvalho ampliou sua visão cultural, o que lhe fez perceber a carreira com outros olhos

Participar de um intercâmbio acaba transmitindo uma maturidade ao aluno para encarar desafios. O estágio extracurricular que eu fiz na Espanha, por meio da Universidad Católica de Murcia, somou pontos, no currículo, que fizeram diferença na seleção do curso de Pós-Graduação.

Foto: Luís Felix Rocha

PEC-G aproxima a África do Brasil

Cerca de trinta e três alunos de nacionalidade africana já passaram pelo programa PEC-G na UFMA

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Ainda com o objetivo de oferecer formação superior para estrangeiros, o Governo Federal, por meio do Programa de Estudantes de Convênio de Graduação, seleciona estudantes, entre 18 e 23 anos, do continente Africano, para cursar a Graduação no Brasil. A UFMA mantém acordos educacionais e culturais com os países africanos permitindo trocas políticas, econômicas e culturais. O que aproxima, e permite vivências diferenciadas como afirma o estudante de Comunicação Social da UFMA que é natural da Angola, Osmilde Miranda (22). “Por meio do Programa, o Brasil oferece oportunidades para que outros países em desenvolvimento possam desenvolver um curso superior com segurança, dando chance àqueles que pretendem alargar a troca cultural e o conhecimento entre os países”, completa.


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A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

EXPANSÃO

Oportunidade para formar novos médicos no continente UFMA expande curso de Medicina para Pinheiro e Imperatriz

Foto: Sansão Hortegal

>> FABIANA FRANÇA

à atenção à saúde e educação - áreas nas quais a UFMA investe por meio do seu projeto de interiorização. O diretor do Campus de Imperatriz, Marcos Fábio Belo Matos, afirma que os novos profissionais Reitor em reunião para tratar sobre a questão da da saúde são mais implantação do curso de medicina em Pinheiro que necessários, já que a cidade, localizada no sul do Agamenon Rodrigues, Clayton Maranhão, conta com 32 unidades Domingos (18) e Raymara Ribeiro de atenção básica e atende, através (23) são os mais novos acadêmicos do Sistema Único de Saúde, mais de de Medicina da Universidade Federal 48 municípios da região Tocantina. do Maranhão - UFMA. Suas aulas co- Segundo ele, a ideia do curso é formeçaram em abril, data que marca o mar profissionais de alto nível, que início da realização de um sonho que atendam os pacientes com uma vise torna realidade, com a implanta- são voltada para a atenção básica e ção do primeiro curso de Medicina com uma postura profissional mais da UFMA nas cidades de Pinheiro e humanizada. Imperatriz. Histórias de vida que se A disputa por uma vaga no novo entrecruzam curso foi acirrada. Em Pinheiro, a concorrência foi de 63 candidatos Clayton e Raymara estudaram em por vaga e, em Imperatriz, de 88. Reflexo que confirma a demanda Pinheiro. O jovem conta que entre as reprimida por formação em cursos suas matérias preferidas na escola superiores em cidades do continen- estavam Ciências, Química e Física te, especialmente no que diz respeito o que, sem dúvidas, lhe influenciou

na escolha pelo curso de Medicina. Morador da cidade de São Bento, a menos de 50 quilômetros de Pinheiro – cidade onde estudará - Clayton é oriundo de uma escola pública. Para conquistar a vaga, estudou muitas vezes por conta própria em bibliotecas públicas perto de casa, além de assistir a canais educativos o que, segundo o mais novo acadêmico de Medicina, teria lhe ajudado bastante para que obtivesse a tão sonhada aprovação. Depois que se formar, ele planeja se especializar em neurocirurgia, e continuará na região da Baixada Maranhense para ajudá-la a se desenvolver cada vez mais. Raymara mora na região centro oeste do Brasil, mas sua residência, pelo menos nos próximos cinco anos, deve ser a cidade de Pinheiro, no Maranhão. Ela conta que a vontade de estudar Medicina surgiu há cerca de nove anos, após ter feito um curso na área da saúde. Natural de Goiânia, Rayama Ribeiro comemora a abertura de uma turma de Medicina. “Provavelmente, será algo que vai ajudar a acrescentar muito à população, na medida em que vai ajudar a fixar bons profissionais na região, oferecendo saúde e ainda movimentando a economia e outros setores da Baixada Maranhense”, diz a universitária.

Agamenon Rodrigues colhe os resultados de uma jornada de estudos que já durava cinco anos. Aprovado para Medicina em Imperatriz, o maranhense abraçou a oportunidade de seguir a carreira e ainda ficar perto dos amigos e da família. Com a experiência de já ter cursado Engenharia e Direito, ele revelou que a vontade de fazer Medicina sempre foi mais forte. Depois de formado, assim como Raymara e Clayton, Agamenon espera continuar na cidade onde vai receber a formação acadêmica. “Temos muita carência de profissionais na área da Saúde na região Tocantina. O meu novo curso e os demais que estão chegando a Imperatriz vão transformar a região em um polo universitário em alguns anos”, declara. Os três jovens são retratos de uma multiplicidade que poderá ser encontrada nos próximos anos nesses campus. “As turmas da Baixada, por exemplo, não serão compostas apenas por estudantes das grandes metrópoles. Pelo menos, foi o que vimos nesta primeira oferta de vagas para o novo curso, já que a maior parte dos estudantes aprovados são oriundos da própria região e não de outros locais do Brasil”, expõe o diretor interino do Campus de Pinheiro, Genilson Coelho.

EMPREENDEDORISMO

Empresa Junior de Engenharia Elétrica completa 20 anos de criação Atuando no desenvolvimento de projetos e estudos na área elétrica, a empresa consolidou-se e ganhou a credibilidade no mercado

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do Maranhão (UFMA) apoia o movimento das empresas juniores desde a década de 90 do século XX. Em dezembro de 2013, comemorou os vinte anos de existência da Empresa Júnior de Engenharia Elétrica (EJEL), com homenagens aos parceiros e colaboradores que contribuíram para a sua consolidação no mercado maranhense. O diretor do departamento de empreendedorismo da UFMA, responsável pelo foIntegrantes e ex membros da EJEL em confraternização mento as empresas pelos vinte anos da empresa juniores, Areolino a busca em proporcionar aos estudantes experiências mais próximas à realidade vivida no mercado de trabalho, a Universidade Federal

Foto: Gutemberg Feitosa

>> Arlan azevedo

Neto, destaca o papel importante que essas instituições possuem para o desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes. “Acredito que todos os cursos deveriam ter uma empresa deste tipo. Elas ensinam como é ser um empregador, um autônomo, tudo durante a Graduação. É fundamental que os alunos experimentem, descubram como é o processo de formação e consolidação de uma empresa”, incentiva. Lourival Filho é ex-integrante da EJEL. Entrou na empresa Junior do curso de Engenharia Elétrica no quarto período. Passou por diferentes cargos dentro da organização até chegar ao de diretor-presidente.

“É uma empresa como qualquer outra. Ensina como gerir, como empreender. Você sai de lá com uma visão excelente de mercado”, conta Lourival, que abriu a sua própria empresa após formar-se e sair da EJEL. Atualmente, a UFMA conta com 15 empresas juniores de diferentes áreas que oferecem os mesmos serviços de qualquer empresa do mercado. A diferença está no valor cobrado. Tudo que é arrecadado por meio da prestação de serviços é utilizado para manutenção dos materiais, pagamento de gastos feitos pelos alunos e, quando há quantia na reserva, pode até mesmo ser direcionada para melhorias nos laboratórios do curso. 17


Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

ATUALIDADES

UFMA vai oferecer 12 novos cursos em 2015 Em cinco anos, serão duas mil e 220 novas vagas para o ingresso na Universidade

N

o último ano, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) anunciou e vai implantar, a partir de 2015, 12 novos cursos de Graduação em sete municípios do Maranhão. As vagas estarão disponíveis para o pleito por meio do Sistema de Seleção Unificado (SiSU), onde, para concorrer a uma das vagas, os candidatos utilizarão a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A implantação dos novos cursos faz parte de uma política de consolidação das unidades da UFMA no continente, e vai permitir com que a população dos município tenha maiores chances de ingressar em curso de nível superior. “Estes cursos visam contribuir com os indicadores de desenvolvimento do Estado do Maranhão, oferecendo formação para que estes possam atender as necessidades de mão de obra, prestando serviço à Sociedade Civil”, afirma o reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho.

>> ROBERTH MEIRELES

Ao todo serão 500 vagas semestralmente oferecidas nas seguintes cidades e cursos: GRAJAÚ Matemática

CHAPADINHA

Geologia

Engenharia Agrícola

BACABAL Enfermagem Nutrição

CODÓ

Educação do Campo

Bacharelado Interdisciplinar em Engenharia Química Bacharelado em Engenharia da Computação

SÃO LUÍS Letras - Habilitação em Libras

PINHEIRO Enfermagem

SÃO BERNARDO Turismo

Engenharia de Pesca (Cururupu)

Foto: Sansão Hortegal

INTERIORIZAÇÃO

A vocação agrária de Chapadinha O Centro Avançado da UFMA vem contribuindo para o desenvolvimento da região do Baixo Parnaíba

Prédio principal do CCAA da UFMA localizado em Chapadinha >> CAROLINE RIBEIRO

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que, hoje, estudos aprofundados sobre questões locais e regionais na área das Ciências Agrárias e Ambientais possam ser desenvolvidas por estudantes e professores nos cursos de Graduação em agronomia, ciências biológicas e zootecnia, e na Pós-Graduação por meio do mestrado. “O Maranhão possui uma economia voltada para a agropecuária, isso em um contexto rural em que faltam investimentos no campo da formação acadêmica, na socialização da ciência, na implementação de recursos tecnológicos e na transformação da cultura rural para um desenvolvimento sustentável com qualidade ambiental. Sendo assim, o Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UFMA (CCAA) vem contribuindo e ratificando a sua vocação na área do desenvolvimento agrícola e pecuário”, pontua o diretor do CCAA, Jocélio Santos Araújo.

Escola fazenda, o primeiro mestrado do continente e um novo curso de Engenharia marcam os sete anos do Centro O CCAA teve início com três cursos de Graduação. Desde 2012, oferece o mestrado em Ciência Animal – o primeiro do continente - e agora, em 2014, receberá, a partir do segundo semestre, o curso de Engenharia Agrícola. “Este curso vem cor-

roborar com o efetivo processo de interiorização da universidade pública, principalmente em regiões de elevadas demandas em todos os segmentos socioeconômicos, principalmente na mesorregião do leste maranhense que compreende uma das regiões mais carentes do Maranhão e do Brasil. Quanto ao Mestrado, o objetivo agora é consolidá-lo, cumprir os requisitos de avaliação da Capes e apresentar no tempo oportuno a proposta da criação do doutorado”, planeja o diretor do Campus.

Foto: Marileide Lima

Agronomia, Fitotecnia, Engenharia Rural, Zootecnia, Agroindústria e Extensão Rural. Essas são algumas das subáreas que contemplam o campo das Ciências Agrárias em Chapadinha. Uma área em alta também no mercado, no qual investir no seu desenvolvimento significa seguramente propulsionar o crescimento da economia brasileira. No município de Chapadinha, localizado a 170 quilômetros da capital maranhense, a cultura agrária desponta na velocidade em que novos investimentos são alocados na região. É nesse atual cenário que a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), comemorou, no final de 2013, os seus sete anos de funcionamento na cidade. Com um Campus avançado, instalado a sete quilômetros do centro da cidade, a UFMA se tornou um formador de recursos humanos altamente qualificado, e permite

Em 2012, o Campus da UFMA em Chapadinha

Agronomia, Ciências Biológicas, Zootecnia e um

recebeu a reunião regional da SBPC

mestrado são os cursos oferecidos pelo Centro


Abril de 2014 :: Cidade Universitária

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

REQUALIFICAÇÃO

Requalificação do palácio Cristo Rei realça suas características originais A obra de restauração e adaptação do prédio, construído no século XIX, está orçada em quase um R$1,5 milhão de reais, utilizando recursos do PAC 2 Cidades Históricas, do Governo Federal.

Um das fachadas do Palácio Cristo Rei, que fica localizado nas imediações da Praça Gonçalves Dias no Centro de São Luís

A

no: 1953. A jovem Eneida Vieira da Silva é uma das estudantes que inaugura o curso de Geografia e História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) no respeitoso Palácio Cristo Rei, primeira sede administrativa da universidade. Ano: 1991. A auxiliar administrativa da UFMA, Altiva Dorcas Lajes Costa, se comove ao ver, pela televisão, o incêndio que destruiu parcialmente o Palácio. Três anos depois, no mesmo local, torna-se a secretária dos Colegiados Superiores, cargo que exerce até os dias atuais na Instituição. Agora, em 2014, ambas testemunham mais um capítulo da história do prédio: a assinatura da ordem de serviço para o início das obras de restauração do Cristo Rei, a mais completa requalificação que o prédio já passou em toda a sua existência. A obra contemplada no Programa de Aceleração do Crescimento 2 - Cidades Históricas do Governo Federal tem o orçamento de R$1 milhão e 434 mil reais, repassado s pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Modernizar sem perder as características originais Guardião das memórias da UFMA nos dias atuais, por meio do Memorial Cristo Rei, o Palácio caminha para o futuro, fazendo uma volta ao passado: trata-se de uma restauração e requalificação do prédio, tendo como foco a recuperação de suas características e peças originais, datadas da época em que o imóvel foi construído, nos anos 30 do século XIX, na Praça Gonçalves Dias, Centro. O projeto arquitetônico também prevê a modernização da estrutura para desenvolver seu potencial turístico, artístico e educacional, além de receber melhor os seus visitantes e funcionários. O projeto de restauração, feito pela empresa Grillo & Werneck Projetos e Consultoria Ltda., inclui a recuperação do piso, do forro, do jardim, dos lustres, das esquadrias, dos painéis de azulejo, do guardacorpo, das esculturas de ferro batido, das esculturas de pedra de

Representantes da UFMA, Governo Estadual, IPHAN e da empresa responsável pela execução da obra assinam ordem para o início da restauração do Palácio Cristo Rei

Lioz, entre outros elementos artísticos. Para isso, o contrato por licitação firmado com a executora do projeto, a Empreiteira Francisco Dutra, prevê a contratação de profissionais altamente qualificados e específicos para cada elemento artístico, de forma que desgastes, pontos de oxidação e detalhes defeituosos possam ser totalmente recuperados ou minimizados. Um dos artefatos ligados ao prédio e que passará por restauração será a fonte de ferro fundido do local, datada do século XIX e encomendada da Inglaterra, em 1856, para abastecimento. Após ser encontrada em um depósito de lixo da Prefeitura de São Luís, a fonte foi instalada no Palácio Cristo Rei, na década de 70 do século XX. O objeto será recuperado com materiais anticorrosivos no tratamento, para recuperar sua beleza original.

netes do reitor e do vice-reitor da UFMA, além das salas da procuradoria e auditoria. Um dos grandes destaques do projeto é a reforma do mirante do imóvel, que abrigará uma área de exposições temporárias e a sala Gonçalves Dias, que exporá as obras do poeta, jornalista, advogado, etnógrafo e teatrólogo maranhense, pertencentes ao acervo da UFMA. É consenso entre os parceiros da obra - UFMA, IPHAN e a empresa Grillo & Werneck Projetos e Consultoria Ltda. - que o Palácio Cristo Rei é uma obra de arte que deverá ser Foto: Caroline Ribeiro

Foto: Sansão Hortegal

>> LUCIANO DOS SANTOS

Após a restauração, o memorial da UFMA vai contar com novos espaços para exposição e realização de eventos

Novos espaços para exposição, acessibilidade e segurança Na adaptação, o Palácio passará por uma ampla reforma e terá uma cafeteria, loja de souvenires, sala de reserva técnica, novas salas de trabalho técnico-administrativo, setor educativo, banheiros públicos, área de higienização do acervo, sistemas de alarme e combate a incêndio, central de telefonia, sistema de climatização para todos os espaços internos, recepção, sistema elétrico e de iluminação renovados, irrigação e paisagismo nos jardins, e um elevador, que será utilizado principalmente para a acessibilidade de pessoas com deficiência. Nos pavimentos superiores, serão revitalizados os antigos gabi-

restaurada com o maior rigor possível, no prazo de doze meses. Para a formatação do projeto arquitetônico, foram necessários uma pesquisa histórica e um levantamento cadastral das peças e dos elementos artísticos ligados ao prédio. A garantia do rigor técnico na restauração é um aspecto muito reforçado pela superintendente do IPHAN, Kátia Bogéa. “O projeto possui muitas especificidades. Nós vamos estar aqui, no dia a dia, com nossos técnicos, para saber se o projeto está sendo feito de acordo com o que foi aprovado, se a qualidade técnica dos serviços atende ao que o IPHAN espera de normas de preservação do patrimônio, para que nada possa colocar em risco a integridade física do Palácio”, declara. 19


Cidade Universitária :: Abril de 2014

A Universidade que Cresce com Inovação e Inclusão Social

REQUALIFICAÇÃO

Patrimônio da memória coletiva Altiva Dorcas, que entrou no serviço público da UFMA em 14 de julho de 1975, já foi diretora da Divisão de Direitos e Deveres e coordenadora do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, trabalha nas imediações da Praça Gonçalves Dias desde 1990, quando os departamentos administrativos da Universidade funcionavam em prédios na localidade. O Palácio Cristo Rei sempre foi um ícone representativo da UFMA para ela, ainda mais no momento em que se tornou secretária dos Colegiados Superiores, há 19 anos, momento em que passou a trabalhar no prédio. “Quando eu vim para o Palácio, nunca mais saí. No dia a dia, eu acabei incorporando o Palácio como a minha segunda casa, além de ser também o meu trabalho. Nessa restauração, teremos instalações mais bem estruturadas. Eu fico encantada ao ver que a nos-

sa Universidade tem a preocupação de preservar seus prédios históricos”, avalia. Membro do Conselho Diretor da UFMA e professora aposentada com 31 anos dedicados ao ensino, Eneida Vieira, hoje, lembra da comoção que acometeu a população durante o incêndio do prédio, em 1991. Ela lembra do Palácio como o primeiro prédio de ensino superior pelo qual passou. Hoje, ela exalta a revitalização do Palácio e de suas peças pela raridade e originalidade de cada uma. Eneida Vieira

Altiva Dorcas

Além de ficar emocionada por isso, eu fico encantada que ainda tem quem zele o patrimônio do Maranhão e da Universidade.

Mais dois prédios da UFMA também serão contemplados pelo PAC 2 Cidades Históricas Outras edificações pertencentes à Universidade Federal do Maranhão que serão restaurados e adaptados pelo programa são o Palácio das Lágrimas, que fica na Rua São João, e o Fórum Universitário Fernando Perdigão, na esquina da Rua do Sol, ambos localizados no Centro de São Luís. O Palácio das Lágrimas foi morada de imigrantes e é um lugar marcado por lendas e histórias populares. No casarão, já funcionaram os cursos de Odontologia e Farmácia da UFMA e, após as obras, abrigará o Museu da Ciência do Maranhão. O projeto está finalizado e está em fase inicial para a abertura do processo de licitação e escolha

da empresa executora. O Fórum Universitário Fernando Perdigão foi, na década de 70, local da Faculdade de Direito da Universidade. Atualmente, é sede do Programa de Pós-Graduação em Direito da Instituição. Tendo já passado por outra obra de requalificação e revitalização, seu novo projeto está de posse do IPHAN para análise. O objetivo da UFMA, junto ao IPHAN, é fazer com que os antigos prédios, localizados no Centro Histórico da cidade, possam servir, além de sede administrativas, como espaços onde a história e identidade da Instituição de ensino superior possam estar seguros.

Professora aposentada da UFMA, Eneida Vieira

COMPORTAMENTO

Doenças da mente: a diferença entre transtornos psiquiátricos e psicológicos Denominações que caracterizam os transtornos psiquiátricos e psicológicos são sinônimas, e a sua abordagem clínica depende do nível de gravidade

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necessidade de avaliação médica, exige apenas uma orientação psicológica. Entretanto, quando esta se manifesta de forma intensa, o principal tratamento utilizado é o que envolve a prescrição de remédios, caracterizando uma doença de ordem psiquiátrica.

Esquizofrenia: exemplo de distúrbio psicológico que, se não tratado, evolui para um problema psiquiátrico A esquizofrenia é uma doença antiga, mas só ganhou essa denominação no século XVIII. Os prejuízos que ela causa no indivíduo extrapolam a vida pessoal e familiar, sendo capaz de desagregar completamente a personalidade do indivíduo. Entre os sintomas, estão o comportamento agressivo com as pessoas mais próximas e alucinações como ouvir vozes estranhas. A manifestação da doença acontece, geralmente, no início da adolescência, podendo aparecer até os 30 anos. De acordo com o neuropsiquiatra, Ruy Palhano, a esquizofrenia possui uma natureza complexa e fatores ambientais, genéticos e circunstanciais que colaboram para sua manifestação clínica, mas o principal fator é o genético.

Chances de reabilitação Um dos primeiros sintomas da doença é a reclusão social. Se a família, que tem adolescente entre 12 e 16 anos, e que de uma hora pra outra começa a perceber que ele está se isolando, evitando participar das atividades diárias, o neurop- A esquizofrenia não tem cura, e caracteriza-se como siquiatra adverte que é uma doença de fórum psiquiátrico a hora de ficar atento, pois pode se tratar do mensão do tratamento é a preveninício de um quadro psicológico, ção, o que evita a recaída, também que, se não tratado, pode tornarfeita com medicamentos, enquanto se crônico. “Há ainda outras india terceira, é o tratamento psicoscações que valem a pena prestar social, no qual o apoio da família é atenção, como quando a pessoa importante no tratamento de reacomeça a ouvir vozes, se queixanbilitação do esquizofrênico, dependo que elas interferem no pensadente químico e doentes mentais. mento, apresentando delírios que Os estudos dos últimos 25 anos surgem como uma característica mostram o tratamento com o uso de perseguição”, elucida. de remédios junto à terapia como Uma doença com vários forma de controle ao transtorno. tratamentos Desta maneira, se não for interrompido, o paciente tem chances de viO tratamento da esquizofrever uma vida com poucas recaídas. nia pode ser feito de três maneiHá vários profissionais como méras. A primeira, com a utilização dicos, advogados, engenheiros que de remédios recomendados por apresentam quadro clínico de esum médico psiquiatra especiaquizofrenia. O que não impede que lista que diagnostica a extensão eles trabalhem, e desenvolvam as e o tipo da doença. A segunda didemais atividades do dia a dia.

Foto: Reprodução

A

s doenças do fórum psiquiátrico e/ou psicológico são cada vez mais comuns. Entretanto, isso não significa que, na mesma medida, haja a naturalização capaz de refletir que essas podem caracterizar, em menor ou maior grau, um sério problema de saúde, e que precisam de tratamento tão logo identificados os primeiros distúrbios. As informações acerca das patologias, e sua difícil aceitação por parte do paciente e da família, impedem que estes busquem um especialista. Essa demora pode atrapalhar a identificação do quadro que pode evoluir de um transtorno de ordem psicológica para um psiquiátrico - quando há necessidade do uso de tratamentos mais intensivos com remédios, e acompanhamento de um médico da área de neuropsiquiatria. Segundo o professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Geraldo Melônio, a diferença entre os profissionais que realizam tratamento das doenças da mente, é distinta conforme sua formação e a indicação de quem está apto a realizar este tipo de atendimento e varia de acordo com o grau de evolução da doença. Ele alega que quando o paciente apresenta esses transtornos na fase inicial, sem intensidade e

>> Maria de jesus nascimento


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