Revista Conhecer - Universidade Corporativa

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Educação empresarial se consolida no país

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novar suas potencialidades, conhecimentos tecnológicos, produtos e serviços. Como uma organização pode fazer isso? Investindo no aperfeiçoamento intelectual do seu corpo técnico por meio da chamada ‘educação empresarial ou educação corporativa’. O tema ganhou mais espaço no cenário organizacional, tendência que surge dentro do contexto da competitividade de mercado, diante da evolução dos modelos de gestão e frente às lacunas do modelo educacional, hoje, muito focado em conhecimentos técnicos e específicos das profissões. A gerente de projetos da Fundação Dom Cabral (FDC), Marta Pimentel, explica que a educação empresarial emerge na virada do século XX, nos Estados Unidos com o protagonismo das escolas de negócios. O Master in Business Administration (MBA) configura-se como principal e mais tradicional programa e experimenta significativa expansão e popularidade nos anos 1990, alcançando seu ápice nos primeiros anos da década atual. No entanto, segundo Marta, “esta visão de educação empresarial centrada no aluno em contexto de sala de aula

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com recurso à metodologia de estudo de casos e práticas simuladas, se vê confrontada com um desafio significativo de conciliar a demanda das empresas pelo desenvolvimento de habilidades gerenciais mais genéricas, de nível cognitivo mais elevado, exigidas aos ‘trabalhadores do conhecimento’, com o requerimento de aplicabilidade e resultados imediatos”, explica. A gerente afirma que essa demanda traz consigo uma educação empresarial aliada à flexibilidade em customizar o conteúdo do curso para atender às necessidades específicas dos alunos - ou das companhias para as quais trabalham - com rapidez. “Não se trata mais de flexibilidade na modalidade da entrega do curso, mas, em mesmo grau, no desenho do programa e/ou da solução e com agilidade”, diz. Nessa perspectiva a educação empresarial é cada vez mais alinhada aos objetivos corporativos. “Essa nova configuração coloca à educação empresarial num novo patamar de resultados mais imediatos”, afirma. Marta conta que a FDC realizou um estudo e promoveu em 2010 uma conferência internacional, em parceria com

a European Foundation for Management Development (EFMD), destinada à discussão e validação dos resultados do estudo. “Podemos destacar, no âmbito dos resultados dessa pesquisa e do debate que ocorreu na conferência, que o que vem acontecendo no Brasil parece refletir o que vem acontecendo no mundo da educação empresarial”, afirmou Marta. Segundo ela, uma das suas principais características é uma saturação do mercado de MBA, que tem sido substituído de certa forma por uma elevada demanda, crescente nos próximos anos, por programas de educação empresarial. “Essa nova ênfase exige das escolas de negócio, novos modelos de negócios, mais flexíveis, com incorporação crescente de inovações tecnológicas na entrega de soluções educacionais e incorporação de novas estratégias didático-pedagógicas”, conta. Para Marta, o desafio de inovação não se esgota na escola, mas igualmente no perfil de professor cada vez mais consultor, se substituindo ao professor instrutor. A educação empresarial é um mercado em grande efervescência no mundo, sendo que o crescimento econômico


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