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86% DOS PROFISSIONAIS DA MÚSICA TIVERAM PERDAS DURANTE PANDEMIA

Pesquisa inédita da UBC com o cRio/ESPM revela que 30% dos trabalhadores do setor perderam toda a sua renda neste período de paralisia; confira outros dados

por_ Ricardo Silva | de_ São Paulo

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Que a pandemia afetou o mercado musical de uma forma quase cataclísmica já está bastante claro. Assim como o fato de que, quaisquer que sejam as dificuldades, a música continuará a ser um porto-seguro para tantos criadores do Brasil. O que faz a Pesquisa Músicos e Pandemia, uma inédita Parceria da UBC com o cRio, o think tank da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), é traduzir essas verdades em números.

O PERFIL DE QUEM RESPONDEU À PESQUISA

PE: 6 % | BA: 9% | MG: 9 % | RJ: 25 % | SP: 22 % | RS: 10 % | OUTROS: 18 %

Fundamental: 8% | Médio: 29% | Superior comp.: 28% | Superior inc.: 23% | Pós/Mestrado/PhD: 13 %

70 anos ou mais: 4% | 61 a 70 anos: 12 % | 51 a 60 anos: 16 % | 41 a 50 anos: 25% | 31 a 40 anos: 27% | até 30 anos: 16 %

15 %: Mulheres | 85%: Homens

Sentiram no bolso a paralisia do mercado 86% dos 883 músicos, compositores, intérpretes, produtores e outros profissionais da música que responderam ao questionário e representam, com margem de erro de cinco pontos, o universo musical nacional. E um número similar, 83%, não pretende abandonar sua carreira.

O perfil desses profissionais, condizente com a média nacional, é majoritariamente de homens (85%), de 31 a 50 anos (52%) e com ensino médio (29%) ou superior (28%). Instrumentistas, cantores e compositores são os profissionais mais comuns da cadeia produtiva, e a faixa de renda mínima que eles disseram necessitar para se manter varia, sobretudo, entre R$ 2 mil (24%) e R$ 3 mil (20%). Entre todos, 56% trabalham unicamente com a música, preocupantes 30% disseram ter perdido toda a sua renda durante a pandemia, e 56% disseram não ter qualquer renda (ou só 10%) oriunda de apresentações ao vivo durante a pandemia.

LEIA MAIS | Mais análises de Marangoni e de outros especialistas e a pesquisa na íntegra | ubc.vc/UBCESPM

RESILIÊNCIA E GRANDE AMOR PELA MÚSICA

Para o pesquisador Giovan Marangoni, coordenador da pesquisa, os resultados permitem constatar uma vinculação muito grande dos artistas da música aos shows. “Como essa atividade foi a primeria a parar e está sendo a última a voltar durante a pandemia, o impacto financeiro sobre o setor é muito grande. Outra coisa que percebemos é que muitos passaram a fazer lives, acreditando que ganharão dinheiro com isso. Mas grande parte crê que quem mais lucrará serão os grandes nomes do mainstream.”

Ainda de acordo com Marangoni, é interessante destacar que mais de 80% não pretendem abandonar a música apesar das dificuldades. Mas 15% pretendem diminuir a atuação na música e abraçar outras áreas paralelamente. “Isso casa com os 33% que já tinham outra atividade fora da música antes da pandemia. As pessoas que se enveredam por essa difícil escolha da música como profissão têm, sobretudo, um grande amor pela arte. Enfrentam as dificuldades, não conseguem se manter totalmente com ela, mas não desistem.”

Veja os gráficos na versão original da Revista UBC 46 | ubc.vc/graficosperdas

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