Revistamaia2 2017

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REVISTA da MAIA, Nova série

Ano 1 – nº 2

julho/dezembro de 2016

O registo de Barreiros é único dos consultados em que é referida a tragédia da Ponte das Barcas, no dia 29 de Março mês e época; infausta catástrofe lá na ponte do Douro sucedida43. De Vermoim apenas existe o registo de Rosa Azevedo, solteira, que segundo um testemunho ocular, foi morta a tiro, no dia 29 de março, num local próximo das trincheiras do Porto. Da freguesia de Barca morreram 3 indivíduos do sexo masculino. António Moreira da Silva, com 22 anos de idade, José, filho de Manuel António Duarte, ambos do lugar de Mandim, foram mortos nas trincheiras e sepultados no local. Damião da Costa Lopes, com 59 anos de idade, do lugar do Paiço, foi morto no Porto. De Avioso, São Pedro, morreu Capitão José Oliveira Maia, na barca da Trofa, a 25 de outubro. O óbito refere que foi despedaçado pelos franceses. Foi sepultado no jazigo da família na igreja da paróquia no dia 27 de março. De Avioso, Santa Maria, encontram-se registados dois óbitos, um a 25 de março, de Manuel Francisco Duarte, solteiro, 45 anos de idade, do lugar do Castêlo, morto no Monte de São Pantaleão, onde foi sepultado, e o de Manuel Jorge Piloto de Sousa, casado, 48 anos, de Cidadelhe, morto num reduto na cidade do Porto. Os registos dos óbitos da freguesia de Avioso, Santa Maria, foram efetuados entre os dias 30 de maio e 25 de junho. As freguesias de Moreira da Maia, Vila Nova da Telha, Nogueira da Maia são omissas neste texto devido à inexistência de obituários para o ano de 1809. Em São Pedro Fins, Folgosa, Gemunde e Silva Escura não foram registados óbitos atribuídos ao conflito. Do atual território do concelho da Maia morreram 55 indivíduos, 3 dos quais do sexo feminino. As freguesias de Ramalde e Lordelo do Ouro foram aquelas que apresentaram valores mais elevados, 237 indivíduos, 10 dos quais do sexo feminino44. Nestes números incluímos os combatentes de outras freguesias que lá morreram, 10 eram provenientes de São Mamede de Infesta, 5 de Miragaia e 2 de Guilhabreu, Vila do Conde. Sobre as freguesias que integram a cidade do Porto os dados são desconcertantes. Os registos paroquiais não materializam a chacina provocada pelo exército francês na entrada da cidade. Apenas foram contabilizadas 54 mortes. Estamos conscientes que os acontecimentos dentro dos limites da cidade do Porto merecem uma de abordagem mais específica que obriga a consulta de outros fundos documentais. Mesmo assim deixamos esta referência. Da freguesia do Bonfim, morreram 13 indivíduos, de Campanhã, 15, Cedofeita, 2, Massarelos, 10, Miragaia 8, Nevogilde, 2, Paranhos, 3, São Nicolau, 1. Da freguesia da Vitória morreram 43 indivíduos, 17 eram locais, 23 eram soldados portugueses que morreram no Hospital Militar e 3 franceses. Jacques Phillipe Brun, de 50 anos, chefe de batalhão do Estado-maior General, ajudante de Campo do General em Chefe45, morreu na casa do Chanceler da Relação do Porto, a 7 de abril, na rua das Taipas, Gratiano Pierre Alexis, de 45 anos, capitão, morreu a 29 de março, foram ambos sepultados na Sé Catedral do Porto. Um furiel francês, de 24 anos, natural do Cantão de Niwald, Suíça, que deveria pertencer à 2ª Divisão de Infantaria do 2ª; 3ª ou 4 regimento Suíço, comandado pelo General Mermet46, morreu a 7 de abril, no Hospital Militar, tendo sido sepultado na igreja da Vitória.

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ADP: PT/ADPRT/PRQ/PMAI07/003/0002_m00647. De Ramalde morreram 100 indivíduos e de Lordelo do Ouro 120. 45 Le Noble, Pierre – Mémoires sur les opérations militaires des français en Galice, en Portugal, et dans la vallée du Tage, en 1809, sous le commandement du maréchal Soult, Duc de Dalmatie, avec un atlas militaire. Chez Barrois L´Ainé, Libraire. Paris. 1821. p. 349 46 Idem, ibidem. p. 351 44

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