ROTAS E CAMINHOS | SOTAVENTO | SERRA 125
Nos arredores existe o moinho da Chavachã, todo construído em xisto. Fica junto à Ribeira do Vascão, na direção de Portela (5 km) com indicações na estrada. O percurso segue agora pela EN 2 em direção a sul. Surgem-nos estranhos topónimos, como Besteiros e o carinhoso Catraia, sinónimo de moça pequena. Na aproximação a Cortelha, apreciem-se os socalcos cultivados, os imponentes eucaliptos. Separam-nos 2 km de Barranco do Velho, em tempos uma estância termal, procurada pelas suas águas frescas, mas sobretudo uma encruzilhada na estrada que na altura era a principal ligação entre o litoral e o interior. Aqui passavam os almocreves, num leva e traz de mercadorias e notícias, desde o tempo em que para o chenchir árabe (horta e jardim simultaneamente) no litoral, levavam mel, aguardente de medronho e lenha. No regresso traziam peixe seco e no barrocal acarretavam figos e amêndoas.
Figos (RTA)
O montado de sobro, majestoso, escorre pela serra, e daqui sai a melhor cortiça do mundo. A sua bolota alimenta o porco preto, depois transformado em saborosos presuntos e enchidos. Só a pé terá acesso aos mistérios de tempos passados da Anta das Pedras Altas. Inesperadamente regressamos à pré-história, neste monumento onde se acharam pedras lascadas e artefactos de adorno pessoal.
Continuaremos mais 4 km para Noroeste até Corte João Marques, um topónimo de sabor alentejano e 8 km depois surge o Ameixial. A aldeia quedou-se tranquila, hesitando entre o Alentejo e o Algarve. Este é um dos sítios onde se diz “o Algarve fica além” apontando vagamente o Sul.
Rosmaninho (JEP)
Em torno, subsistem as casas redondas, célticas, atualmente usadas como celeiros. Com espessas paredes em xisto, cuidadosamente compostas, a cobertura é cónica e em colmo ou junco. Numa paisagem espetacular, com ravinas fundas e montes altos e arredondados, por entre os sobreiros, o rosmaninho, as urzes-brancas e as estevas formam um belo colorido.