Turbo Oficina 46

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N.º 46 | MARÇO 2016 | 2,2€

ESPECIAL

LUBRIFICANTES PME EXCELÊNCIA SÃO CADA VEZ MAIS AS EMPRESAS DO AFTERMARKET A OBTER ESTE ESTATUTO. SAIBA COMO O ALCANÇAM PROTAGONISTA MIGUEL CRUZ, PRESIDENTE DO IAPMEI, DEFENDE QUE AS EMPRESAS DO SETOR ESTÃO À FRENTE DA INDÚSTRIA 4.0

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Na vanguarda da tecnologia, apresentamos-lhe as inovações mais recentes e os produtos recém-­ ‑chegados ao mercado. Conheça a evolução do setor e os desafios que este negócio enfrenta. DOSSIER GENERALISTA OU ESPECIALISTA? REVELAMOS AS VANTAGENS E OPORTUNIDADES DE CADA UM DOS MODELOS DE NEGÓCIO



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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES

N.º 46 | MARÇO 2016

MONROE SELO DE CAPA OLEOBLITZ VERSO DE CAPA JAPANPARTS PÁG. 5 RPL CLIMA PÁG. 7 JAPANPARTS PÁG. 9 FUCHS PÁG. 11 TRW PÁG. 13 AUTOZITÂNIA PÁG. 17 VALORCAR PÁG. 23 PETRONAS PÁG. 25 HUTCHINSON PÁG. 27 CARF PÁG. 31 VENEPORTE PÁG. 37 MCOUTINHO PÁG. 39 KARTERLUB PÁG. 40-41 FAHER PÁG. 45 FIMAG PÁG. 49

dossier P. 34 Especialista Vs. Generalista.

O que será melhor, aumentar o leque de produtos ou serviços oferecidos ao seu cliente ou especilaizar-se num nicho e potenciar a rapidez e a fidelização? Neste dossier confrontamos as duas filosofias. Haverá vencedor?

FEBI PÁG. 51 AZ AUTO PÁG. 53

1 RADAR

E ESPECIAL

P. 6 Os clientes digitais

P. 42 Lubrificantes

EXPOMECÂNICA VERSO DE CONTRACAPA

P. 10 Convenção Octoral

AB LUBS CONTRACAPA

P. 12 A The Booster chega ao mercado

MARCAS NESTA EDIÇÃO

P. 14 As PME Excelência

“Em Portugal continua a persistir a necessidade de lubrificantes semissintéticos e minerais”

AUTOBRILLANTE 54 AUTOCREW 24

2 PROTAGONISTA

5 RAIO X

AUTOZITÂNIA 14 AZAUTO 24 BARDHAL 24, 48

P. 18 Miguel Cruz, do IAPMEI

P. 50 Comercial do mês - Peugeot Partner

BLUE PRINT 26 SIPNERG 26

“Há mais empresas com condições para serem PME Excelência”

P. 53 Notícias internacionais

3 REVISÃO

6 REPARAÇÃO

P. 24 Novidades do mercado

P. 58 ATA - Audi A3

HPTURBO PÁG. 57 SWAG PÁG. 63 TYRE PROTECTOR PÁG. 65

AB LUBS 43, 46 AMERICAN MUSCLE 37 ARCHOIL 46 AUDI 55 AUTO DELTA 27

BOSCH CAR SERVICE 38 COLAD 54 COMETIL 36 CORCET 36 CREATE 27 DELPHI 44, 46 DUNLOP 65 ENVIROIL 44 EUROFILTROS 35 FAHER 46 FANLAC 10 FILOURÉM 14, 35

P. 55 Radiografia Audi A4 P. 56 Barómetro Informa D&B

FORD 65 FUCHS 46 GASPAR AUTO 38 GLASSDRIVE 26 GONÇALTEAM 36 GOODYEAR 65 GOOGLE 6 HELLA 10 HPTURBO 37 KARTERLUB-COMMA 32, 43, 47 KRAUTLI 35, 43, 47 LUBRIGRUPO 48 MBML SOLUTIONS 24, 45, 48 MCOUTINHO 35

P. 62 Manutenção Volkswagen Polo

MERPEÇAS 35 MICHELIN 65 MOBIL 48

4 ESPECIALISTA

MONROE 54 MOTUL 44, 48 NEXA AUTOCOLOR 53

P. 28 Provmec

7 pneus

P. 32 Gestão Lean nas oficinas

P. 64 Notícias do setor

NEXUS 52 OCTORAL 10 OLEOBLITZ 25 PEÇAS LAND ROVER 35 PETRONAS 48 PEUGEOT 50 PIRELLI 64 PROVMEC 28 REPSOL 48 ROADY 38 SACHS 54 SERVIDIESEL 14 SOFRAPA 26 SPIES HECKER 53 STANDOX 53 TENNECO 54 THE BOOSTER 12

O OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico

VALVOLINE 43, 47 VENEPORTE 25 VOLKSWAGEN 62

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2

EDITORIAL

Valorizar para crescer

O

setor do aftermarket português acaba de ver 60 das suas empresas reconhecidas com o estatuto de PME Excelência. O número pode não parecer alto, mas, se tivermos em conta que, no total, a lista inclui apenas cerca de mil negócios das mais diversas atividades, não será difícil perceber que é, verdadeiramente, um motivo de orgulho. Na medida em que atesta um desempenho financeiro superior e um baixo nível de risco, a atribuição deste estatuto representa a sustentabilidade económica e reflete estratégias de êxito, concretizadas na implementação de um conjunto de boas práticas empresariais. E é precisamente por isso que o setor está de parabéns! Não obstante a crise económica, que a todos afetou, estas empresas conseguiram recuperar e crescer. Redesenharam processos com vista ao aumento da eficiência, repensaram custos, investiram na qualificação dos recursos humanos, otimizaram redes, capitalizaram as ferramentas digitais, apostaram na diferenciação e em planos de marketing e comunicação. Souberam reinventarse e aproveitar aquele que foi um constrangimento como uma oportunidade. Fecharam, de vez, a porta ao preconceito de que, do ponto de vista da gestão, são

empresas antiquadas e mostraram a sua relevância na economia nacional. Tomando a dianteira dos seus destinos, as empresas do setor estão, hoje, mais profissionalizadas e preparadas para um futuro que se adivinha igualmente desafiante. Perante um cliente cada vez mais exigente e face ao crescente protagonismo da Indústria 4.0, o trabalho não se pode ficar por aqui, e aqueles que quiserem persistir e crescer terão de investir continuamente na valorização dos seus recursos. Cabe, também aqui, um importante papel ao Estado, naquele que é o apoio à formação profissional e ao investimento tecnológico que potencie a competitividade do setor. Mas, acima de tudo, é da sua responsabilidade a garantia de um mercado concorrencial justo. Dos espaços clandestinos que ensombram os resultados dos negócios que pagam impostos e criam emprego, à dispensa do cumprimento de obrigações ambientais relativas à venda de produtos como óleos nas grandes superfícies, muitas são as situações que invalidam um crescimento ainda maior por parte das empresas do setor. Crescimento que beneficiaria mais o próprio Estado. É, por isso, tempo de também este, à semelhança das empresas, começar a valorizar para crescer.

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MARÇO 2016

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DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777

Andreia Amaral

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1 RADAR

Aftermarket

A era do cliente digital Por muito que os automóveis evoluam, continuarão a necessitar de peças e de manutenção. Por isso, se as vendas da sua empresa estão a decrescer, talvez não esteja a ir ao encontro dos clientes onde eles estão: no mundo digital. TEXTO ANDREIA AMARAL

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uito embora as necessidades do aftermarket não se tenham alterado substancialmente nos últimos anos, a verdade é que o processo de pesquisa e compra de peças tem vindo a evoluir sobremaneira, com o canal online a ganhar um protagonismo crescente a cada ano que passa. De acordo com um estudo da Google sobre o aftermarket automóvel e o condutor digital, sete em cada dez clientes pesquisam peças na Internet,

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independentemente do local onde irão adquiri-las. Mas, para além de pesquisarem locais de compra e preços, procuram também aconselhamento, dicas de instalação e novas marcas. Adicionalmente, cada vez mais o cliente é digital em todo o processo de compra e, mesmo na loja, recorre às possibilidades dos smartphones e tablets para comprar exatamente o que pretende. Num estudo da autoria da Millward Brown Digital e da Google, em que se analisou o

comportamento de compradores de peças e acessórios auto, conclui-se que a forma como os condutores compram está diretamente relacionada com as necessidades. A maioria continua a preferir o contacto pessoal numa loja para concretizar uma compra, mas, progressivamente, caminha-se para um equilíbrio entre as compras online e offline. Na verdade, quanto mais proativo é o condutor, maior a tendência para adquirir na Internet. Em oposição, nos casos em que o condutor é


MÉTODOS DE COMPRA

59%

53%

41%

47%

MELHORIA

SAZONAL

67%

71%

33%

29%

MANUTENÇÃO

REPARAÇÃO

PROATIVO

COMPRARAM ONLINE

REATIVO

COMPRARAM OFFLINE

Fonte: Millward/Google

QUANTIA GASTA EM PEÇAS E ACESSÓRIOS

59% 45% 40% 30%

33% 21%

23%

10%

8%

5%

3% Menos de 25 $/€

COMPREI ONLINE

reativo e precisa das peças rapidamente, a fim de proceder a uma reparação ou manutenção no momento, existe uma maior propensão para comprar num espaço físico. No total, dos condutores inquiridos, 39% pesquisaram online e compraram offline, 30% compraram online e 25% pesquisaram e compraram offline, o que indica que 69% dos clientes iniciam o processo de compra na Internet. É ainda de assinalar que a compra online assume já uma preponderância junto dos condutores que querem melhorar a performance dos seus veículos ou que procuram produtos sazonais. Talvez também PUBLICIDADE

20%

Entre 25 e 100 $/€

PESQUISEI ONLINE E COMPREI OFFLINE

Entre 100 e 250 $/€

Entre 250 e 500 $/€

2%

3%

0%

Mais de 500 $/€

PESQUISEI E COMPREI OFFLINE

por isso, as compras na Internet representam um valor superior: 45% dos compradores online de peças e acessórios gastam entre 100 e 250 dólares [sensivelmente o mesmo valor em euros, ndr.] e 20% entre 250 e 500 dólares. Por outro lado, 40% das pessoas que procuram e adquirem nas lojas físicas gastam menos de 25 dólares e 33% gastam entre 25 e 100 dólares. Com o número de condutores digitais a aumentar na ordem dos 14% ao ano, torna-se, assim, impreterível uma presença das empresas do aftermarket na Internet e nas diversas plataformas: PC, tablet e smartphone.

CATEGORIZAR A PESQUISA Captar o interesse dos clientes online obriga, no entanto, a perceber como utilizam a Internet e efetuam as suas pesquisas. Segundo o estudo da Millward, 76% dos clientes que efetuam compras visitam diversos websites de peças antes de concretizarem a compra. 32% pesquisam entre dois e quatro sites, enquanto 44% visitam mais de cinco sites. Na altura de procurarem peças, os motores de pesquisa são o recurso mais utilizado pelos clientes (70% usam-no), logo seguido pelos websites de retalho generalista, websites de retalhistas


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RECURSOS DE PESQUISA UTILIZADOS PELO CLIENTE

ONLINE Motores de busca Sites de retalho global Sites de peças/ acessórios auto Sites de marcas de automóveis Sites de automóveis Comentários gerados pelo consumidor on-line Sites de marcas de peças/ acessórios auto Sites de concessionários auto Sites de análise por profissionais Redes Sociais Sites de partilha de vídeos Sites dos centros auto Sites de imprensa Blogs Vendedor da loja Membros da família, amigos e/ou colegas Técnico de serviços ou mecânico Vendedor de um concessionário

31% 30% 28%

52% 49% 45 % 43% 41% 41% 40% 39%

31%

55%

65% 63%

70%

Online

65% 63%

Em pessoa

DISTRIBUIÇÃO DE CLICKS PELO TIPO DE CLIENTE

TERMOS DE MARCA

30%

70%

TERMOS DE CATEGORIA

90%

10%

POTENCIAIS CLIENTES

CLIENTES ATUAIS

ATIVIDADES REALIZADAS EM DISPOSITIVOS MÓVEIS

Procura de informação de preços Procura de descontos/promoções

70% Compra por preço

Pesquisa das horas de funcionamento da loja Verificação de disponibilidade para levantamento na loja

Loja móvel

Verificação de preços noutros locais

Comparação de características de produtos Pesquisa de peças por veículo Procura de informação sobre a garantia das peças Visualização de vídeos ou comentários sobre a peça

Pesquisa de produto

Diagnóstico de problemas com o veículo Leitura de comentários de outros consumidores

de peças e acessórios auto, websites das marcas de automóveis, comentários online de consumidores e websites das marcas de peças e acessórios. Igualmente importante é saber exatamente o que procuram no campo da pesquisa. A este respeito, a Millward chegou à conclusão de que os termos das marcas cativam os clientes fidelizados, enquanto os termos relacionados com categorias geram mais visitas aos sites por parte de potenciais clientes, sublinhando a importância dos “hashtags” nos conteúdos colocados online. Além disso, as categorias impulsionam maior interação com o site,

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gerando mais visitas, e com as marcas. Aliás, pela simples exposição a um anúncio, os potenciais clientes ficam mais propensos a visitar o site, pesquisar a marca e a comprar. Já aqueles que veem o anúncio e clicam gerarão 22 vezes mais visualizações de produtos e terão uma probabilidade 28 vezes superior a concretizar uma compra do que aqueles que não foram expostos ao anúncio. Os clientes digitais decidem também rapidamente, já que 35% concretiza a compra no próprio dia em que faz a pesquisa e 44% adquire o componente no espaço de uma semana.

O PROTAGONISMO DO VÍDEO A crescente complexificação dos automóveis, associada a um maior protagonismo da eletrónica, tendeu a afastar os condutores de fazerem, eles próprios, operações de substituição de componentes nos seus veículos. No entanto, a facilidade de acesso à informação, hoje, na ponta dos dedos, parece estar a fazer ressurgiu o conceito do “faça você mesmo” (DIY, na sigla inglesa para Do It Yourself). É para isso que apontam as conclusões do estudo da Millward, ao indicar que um terço dos condutores procura ativamente online vídeos sobre peças. Seja através de motores de busca, em websites de partilhas de vídeo, nas páginas dos comerciantes, nas lojas ou em páginas sociais, os clientes procuram munir-se de mais informações sobre os produtos: características, funcionamento, montagem, opiniões, etc.. Neste universo, 49% estão em busca precisamente de vídeos com dicas de instalação, 34% pretendem conhecer melhor o produto, 30% procuram vídeos com opiniões de profissionais e 29% com opiniões e testemunhos de outros consumidores. É, assim, essencial que, na sua abordagem digital, as empresas contemplem este modo de comunicação, até porque os vídeos ajudam os condutores a descobrirem novas marcas, impulsionando à compra ou, pelo menos, a uma visita à loja: 67% dos clientes descobriram novas marcas enquanto visualizavam vídeos online, 37% compraram peças e acessórios depois de ver um vídeo online e 34% foram a uma loja. E com 85% dos clientes a perspetivarem que irão ver um vídeo da próxima vez que foram comprar peças, este é um formato que não pode ser descurado. LIGAÇÃO PERMANENTE Os clientes de peças e acessórios auto recorrem, cada vez mais, aos dispositivos móveis durante todo o processo de compra. Da pesquisa proativa em casa e no trabalho, passando pela pesquisa reativa, quando estão num centro de reparação e manutenção ou no trânsito, até no momento em que se encontram numa loja, os clientes estão permanentemente a ver informação. Procuram, sobretudo, saber preços (52%) e encontrar descontos ou promoções (38%). No entanto, também querem comparar características dos produtos e custos, pesquisar componentes de acordo com o veículo, perceber as condições de garantia e saber a disponibilidade para recolha na loja. Por isso, ter uma estratégia coesa que inclua todos os tipos de dispositivos é fundamental para conquistar clientes, tal como o é garantir que, nas suas pesquisas, eles encontram o tipo de informação que procuram e como a procuram.



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Convenção Octoral

Novidades em toda a linha A Convenção Octoral foi o palco da apresentação da nova imagem e dos novos produtos que alargam a oferta desta marca de tintas, distribuída em Portugal pela Fanlac, com o apoio Hella. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

N

ascida em 2012, a Fanlac é a distribuidora exclusiva em Portugal da Octoral, marca de tintas do universo Valspar. A empresa, sediada em Almargem do Bispo, realizou, com o apoio da Hella, mais uma Convenção Octoral, que serviu para dar a conhecer aos presentes a nova imagem e embalagens da marca e as mais recentes novidades de produto. Frederico Abecassis, representante da Hella em Portugal, teve a seu cargo a apresentação das novidades, entre as quais se contam três novos vernizes, todos apostados na secagem rápida, para conseguir oferecer maior rentabilidade ao trabalho oficinal. O C300 HS420 destaca-se pelo tempo de secagem em estufa de apenas 20 minutos, o que representa uma poupança significativa ao nível energético. O C400 HS420, outra das novidades, seca ao ar e pode ser trabalhado ao fim de cinco horas. A sua grande vantagem, ao poder secar ao ar, é libertar a estufa

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para outros trabalhos que dela precisem, aumentando a produtividade das oficinas. No topo da oferta de vernizes, posiciona-se agora o C500 HS420, produto também de secagem rápida em estufa, que tem um brilho mais intenso e permite um acabamento de maior qualidade. A sua mais-valia é a versatilidade, pois pode ser utilizado tanto para trabalhos de maior precisão, como para pinturas completas. Também novidade é o Aparelho PF 131, nas cores branco, cinza e preto, que cumpre com a norma VOC, é de uso universal e pode ser usado em húmido sobre húmido. Com uma secagem rápida, oferece boa espessura e é fácil de lixar. A gama de básicos passa agora a contar com três adições, respetivamente o W10 Extra Branco, o W53 Amarelo Transparente e o W80 Verde. O primeiro oferece um bom poder de revestimento e força cromática, bem como um aumento na produtividade.

O W53 pode ser aplicado a cores metálicas e tem na durabilidade o seu ponto forte. Quanto ao W80, apresenta um melhorado poder de revestimento e força cromática. A gama de bases para cor foi reforçada com cinco novos produtos, capazes de oferecer soluções cromáticas para todas as cores especiais do automóvel e todos compatíveis com os acabamentos Octobase Eco Plus e Série 500. No que respeita a equipamentos, o novo espectrofotómetro Valspar é a grande novidade. Com iluminação LED, permite leituras em três ângulos e realiza medições automáticas, recorrendo à sua base de dados com mais de 30 mil cores. Os resultados podem ser armazenados na memória interna, que acomoda até 700 medições, ou ser descarregados para o computador via USB. Com acesso à Web, este equipamento é capaz de criar fórmulas para cores sólidas e metalizadas.


Como nota final e reforço da qualidade dos produtos da marca, foi ainda revelada a homologação dos sistemas de pintura da Octoral por vários fabricantes automóveis, como a General Motors, a Kia Motors Europe, a Mazda, a Ford e a Chrysler, esta última ainda com cariz provisório. SEM MEDO DO FUTURO À margem da convenção, e em declarações à TURBO OFICINA, Fernando Jorge, administrador da Fanlac, teceu elogios à parceria estabelecida com a Hella, que tem sido, na sua opinião “um parceiro excelente e uma fonte de energia”. Esta boa parceria foi, na opinião de Fernando Jorge, um dos fatores para o sucesso da marca Octoral, que tem tido “um sucesso extremo”. A suportar esta opinião estão os números. Com pouco mais de três anos de história, a Fanlac tem já onze colaboradores e oito viaturas, alcançou o meio milhão de euros/ano em encomendas à Hella e registou, em 2015, um crescimento de 30% face ao alcançado no ano anterior. O segredo para tais resultados é uma gestão cautelosa. Como diz Fernando Jorge, “sabemos como é o mercado e não queremos apanhar surpresas. Temos de ir com calma”. Ainda assim, o caminho está a ser “muito PUBLICIDADE

Fernando Jorge defende que o crescimento da rede de revendedores da Fanlac deve ser sustentado

bom” e o administrador da Fanlac diz não ter medo do futuro. Como tal, as perspetivas para 2016 são animadoras e o responsável pela Fanlac prevê, para este ano, um crescimento superior ao registado em 2015, fruto de projetos e parcerias atualmente a serem trabalhados. Com uma carteira de 450 clientes em todo o país – 90% dos quais no segmento da reparação –, a Fanlac conta também com uma rede de dez revendedores, localizados em Caldas da Rainha, Funchal, Lisboa, Loures, Mafra, Portimão, Setúbal, Sines, Sintra e Vila Franca de Xira. Fernando Jorge refere que o crescimento desta rede é feito “com calma e sem pressas” e que se baseia no aproveitamento das oportunidades que

surgem, pois a prioridade é “consolidar o negócio no distrito de Lisboa”, lançando-se depois noutras zonas do país. Ainda assim, este ano deverá trazer novidades neste campo, ainda que Fernando Jorge as prefira manter, para já, no segredo dos deuses.

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CONTACTOS FANLAC RESPONSÁVEL FERNANDO JORGE TELEFONE 219 622 745 E-MAIL geral@fanlac.pt


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radar A GAMA THE BOOSTER TB-01 (atualmente à venda) Com uma bateria de 12 V e capacidade de 12 000 mAh, o TB-01 oferece uma corrente de arranque de 400 A, o suficiente para fazer arrancar veículos com motores a gasolina de até 3,5 litros de capacidade e motores diesel de até 3,0 litros. Pesando meros 350 g, o TB-01 mede 165 mm de comprimento, 30 mm de altura e 75 mm de profundidade.

The Booster

O tamanho importa A The Booster acaba de chegar ao mercado português com um jumpstarter portátil. De pequenas dimensões e elevada versatilidade, o TB-01 é o primeiro produto da gama, que será alargada em abril.

TB-02 (disponível em abril) As dimensões ligeiramente maiores do que as do TB-01 – 170 mm x 80 mm x 31 mm – e os 40 g extra de peso são justificados pelo aumento da capacidade da bateria de 12 V, que no TB-02 oferece 16 000 mAh, a que se junta uma corrente de arranque de 600 A. Com estes argumentos, a The Booster anuncia que este modelo será capaz de fazer arrancar motores a gasolina de até 6,0 litros e diesel de 5,0 litros. TB-03 (disponível em abril) Destinado ao segmento dos veículos pesados, a The Booster afirma que o TB-03 dará arranque a todo o tipo de camiões e autocarros. A bateria de 24 V deste modelo tem uma capacidade de 32 000 mAh e oferece uma corrente de arranque de 800 A. Esta maior capacidade obriga a que as dimensões e o peso aumentem face aos restantes modelos: o TB03 pesa 800 g e mede 203 mm x 95 mm x 48 mm.

TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

D

edicada à importação de jumpstarters de bateria para o mercado europeu, a mais recente representação oficial da The Booster é em Portugal. O responsável máximo da empresa no nosso mercado, Xavier Drei, revela que esta escolha teve como base o facto de “o mercado luso não ter ainda um produto forte e de qualidade”, lacuna que a marca pretende preencher. Ativa desde janeiro, a The Booster Portugal comercializa, no momento, o TB-01 para o mercado português, espanhol e dos PALOP, e tem um papel ativo no desenvolvimento dos novos produtos da marca. Com 300 mil unidades vendidas na Europa e EUA em 2015, o TB-01 é um jumpstarter de bateria que cumpre as normas CE, Rohs e DEEE e que, além de conseguir fazer arrancar motores de vários veículos, permite a recarga de pequenos equipamentos portáteis, como telefones, tablets, computadores ou GPS, oferecendo ainda uma lanterna LED. Especialmente atrativo para empresas com serviços de desempanagem, oficinas móveis ou reboques, os principais trunfos que Xavier Drei aponta ao TB-01 são “a portabilidade do equipamento, a sua utilização prática e a versatilidade de utilizações face aos jumpstarters atualmente no mercado, que apenas servem um propósito”. Para o responsável, o facto de o equipamento ser compacto beneficia estes profissionais, pois o espaço a bordo dos veículos que operam é

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limitado e toda a poupança será bem-vinda. Além disso, ao poder alimentar outras ferramentas elétricas, o TB-01, com um valor de €159, poderá diminuir o custo com energia. Em abril, a gama será alargada com dois novos produtos, os TB-02 e TB-03, que permitirão alargar o leque de veículos visados. Face a estas qualidades, Xavier Drei projeta vendas de “entre cinco e sete mil unidades até ao final do ano”, distribuídas entre o segmento profissional e o consumidor final, que também pode beneficiar deste produto. A ajudar a credibilização do TB-01 está a homologação conseguida junto da Renault e do Grupo PSA, sendo este, segundo Drei, “o único produto do género com aprovação por estas marcas automóveis”, que o usam no dia a dia nas suas oficinas e o vendem diretamente ao consumidor. A marca está em conversações com a Norauto e a Feu Vert para

a comercialização do TB-01 nestas lojas, mas, com o alargamento da gama, procurará um distribuidor para levar os produtos para as oficinas, que poderão ter duas possibilidades de negócio: a venda para utilização pelos técnicos ou a venda aos seus clientes. Para testar este conceito a The Booster está a realizar um teste junto de algumas oficinas, com o intuito de aferir o potencial de uso em contexto oficinal e de perceber como poderão as próximas gerações ser melhoradas. A The Booster importa os seus produtos a um fabricante chinês. Sendo verdade que podem comprar-se equipamentos similares diretamente da China por metade do preço, Xavier Drei refere que estes não têm a qualidade do TB-01 e que “a qualidade tem um preço”. Por isso, a marca coloca nos seus produtos a mais recente geração de baterias, chipsets e cablagens do mercado e impõe um caderno de encargos com vários requisitos de qualidade e verificações técnicas.

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CONTACTOS

Xavier Drei destaca a portabilidade do TB-01

THE BOOSTER PORTUGAL RESPONSÁVEL XAVIER DREI TELEFONE 934 281 129 E-MAIL dir.comercial@thebooster.pt



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Aftermarket

Cultivar a excelência O IAPMEI distinguiu mais de 60 empresas do aftermarket com o estatuto PME Excelência. Conheça as suas estratégias para o sucesso. TEXTO ANDREIA AMARAL

A

tribuído todos os anos pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, o estatuto de PME Excelência reconhece a sustentabilidade financeira superior das pequenas e médias empresas. A lista agora divulgada pela entidade, referente ao ano 2015, coloca em destaque mais de 60 empresas da área do aftermarket e da manutenção e reparação automóvel, naquele que é o reconhecimento das capacidades de gestão e da estabilidade destes negócios. Embora os fatores analisados pelo IAPMEI, em parceria com a banca nacional, sejam eminentemente de ordem financeira, a verdade é que, por trás destes números, esconde-se um conjunto de boas práticas que cultivam a excelência nas organizações. Depois de ter sido distinguida como PME

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Líder, a Filourém recebeu agora, e pela primeira vez, o selo de excelência. Para Carlos Gonçalves, administrador da empresa que, em 2015, faturou 3,2 milhões de euros, “o sucesso constrói-se diariamente”. Constituída em 2002, a Filourém orientou a sua atividade para “se especializar em material de qualidade original”, o que lhe granjeou um crescimento ao longo do tempo “gradual e sustentado”. Assim, o responsável afirma: “Para a Filourém, a distinção PME Excelência 2015 representa o nosso empenho e esforço num crescimento sustentável. Esta distinção é uma motivação adicional para que continuemos a trabalhar e a servir os nossos clientes com a qualidade que nos distingue.” O compromisso de permanecer no trilho da excelência é também assumido pela Autozitânia, que vê a sua estratégia enaltecida

A QUALIFICAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS É ENCARADA COMO UM DOS MOTORES PARA ALCANÇAR A EXCELÊNCIA


15 EXCELÊNCIA NAS OFICINAS Na área da manutenção e reparação automóvel, a Servidiesel foi uma das poucas empresas reconhecidas com o estatuto de PME Excelência. Este Bosch Diesel Center, sediado em Sintra, continua a apostar fortemente na inovação do seu modelo de negócio. Em 2015, investiu no alargamento das instalações, dando assim uma forte visibilidade aos dois conceitos Bosch que representa (Bosch Diesel Center e Bosch Car Service); conseguiu modernizar os seus equipamentos de reparação diesel e turbos; e consolidar a equipa comercial. “Num mercado cada vez mais exigente e seletivo temos de fazer a diferença”, revelou Amadeu Bordalo, sócio-gerente da empresa. “A nossa empresa desenvolve negócio B2B e B2C e assim nós queremos manter, tendo a perfeita noção que tudo está a mudar à nossa volta e que temos de estar muito atentos e informados para conseguirmos manter a nossa empresa no pequeno grupo das Excelentes”, afirmou Diogo Bordalo, sócio-gerente da Servidiesel.

por este estatuto pelo sexto ano consecutivo. “A Autozitânia tem tido um percurso sempre ascendente, até nos tornarmos a empresa que somos hoje. Todo este crescimento só foi possível através de muito trabalho e o nosso objetivo passa por continuar a crescer, mas sempre de uma forma sustentada”, reitera Ricardo Venâncio, administrador da Autozitânia, desvendando um dos segredos para o êxito: “Consideramos que o nosso sucesso é fruto do empenho, da dedicação e do sacrifício de todos os funcionários e colaboradores que vestiram e vestem a nossa camisola desde há 30 anos.” VALORIZAR OS ATIVOS Para Carlos Gonçalves os colaboradores são mesmo o ativo mais importante da empresa. “Não nos poupamos a custos no

que diz respeito à formação e às condições laborais. Somos como uma família, em que humanizamos as nossas relações no trabalho”, sublinha, indicando que a empresa investe fortemente na formação dos recursos humanos. No que diz respeito à gestão do capital humano, Ricardo Venâncio considera que ter pessoas qualificadas e motivadas é “uma das vantagens competitivas da Autozitânia”, que, em 2015, faturou 24 milhões de euros. O administrador da empresa, com 75 colaboradores, considera ser fundamental cultivar uma política de equidade no tratamento dos seus atuais e potenciais colaboradores, “assumindo as diferenças entre pessoas e aproveitando essas diferenças, retirando o melhor de cada um com o objetivo de aumentar a produtividade individual e grupal, assim como o bem-estar de todos”.

Neste sentido, a Autozitânia privilegia uma cultura de diálogo e de facilidade de comunicação entre pares e com superiores hierárquicos, nomeadamente com diretores e administração. Na opinião dos dois responsáveis, o investimento contínuo - extensível às instalações, ferramentas de trabalho, novas linhas de produto e capacidade logística – apesar de representar um grande esforço financeiro, é fundamental, no sentido de dar uma resposta adequada, rápida e eficiente ao cliente. “Parar de investir é estagnar, pelo que, para nós, o investimento é constante, mas este investimento deve ser feito de uma forma ponderada, conseguindo alocar os recursos financeiros da melhor forma possível com uma perspetiva de médio/longo prazo”, defende Ricardo Venâncio. Numa área marcada pelas margens cada vez mais reduzidas, torna-se, assim, impreterível fazer uma gestão rigorosa no dia a dia para garantir a sustentabilidade, empreendendo um controlo apertado sobre a despesa e um investimento com foco no médio e longo prazo. Igualmente relevante para o êxito é aposta em ferramentas que permitam catapultar o negócio e, neste campo, o desenvolvimento de portais online de encomendas revelou-se importantíssimo para os resultados, representando já uma fatia das vendas de 85% no caso da Filourém e de 60% para a Autozitânia. “Temos vindo a apostar cada vez mais neste canal”, indica Ricardo Venâncio, anunciando que, na Autozitânia, este investimento se estende à área de comunicação, “através de marketing digital com a utilização cada vez maior dos nossos sites, redes sociais e publicidade online”. “Com a evolução cada vez mais rápida da tecnologia este canal é fundamental para o sucesso futuro”, assevera, enquanto indica que também o marketing e comunicação são “áreas fundamentais para o sucesso de qualquer negócio e o nosso não é exceção. Estas áreas permitem-nos a criação de valor, através da imagem da empresa e do serviço ao cliente, de forma a que consigamos continuar a crescer e a melhorar a cada dia”. Empenhados em prosseguir na rota da excelência, os dois empresários deixam os seus conselhos a quem lhes queira seguir o exemplo. “Não há caminhos curtos nem menos trabalhosos para o sucesso, por isso evitem os atalhos, por muito sedutores que estes possam parecer”, afirma Ricardo Venâncio. Já Carlos Gonçalves aponta que, “ao lutarmos por um estatuto PME Excelência, acabamos por nos dispor a cumprir determinadas metas, que, para além do reconhecimento, trazem também muita organização, solidez e eficiência às empresas”. Por isso, aqui fica o desafio!

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LISTA DE PME EXCELÊNCIA DA ÁREA DO AFTERMARKET E DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO AUTOMÓVEL Nome

Descrição CAE

Concelho

A. Vieira, S.A.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Guimarães

Açorpeças - Peças e Acessórios para Automóveis, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Ponta Delgada

Adelino Pedro - Comércio de Peças Automóvel, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Ponta Delgada

Alecarpeças - Acessórios de Automóveis, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Lisboa

Armando Augusto Silva, Lda.

Atividades de mecânica geral

Aveiro

Auto Cambota, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Odivelas

Auto Delta - Comércio de Peças, Acessórios e Automóveis, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Leiria

Auto Fornecedora - Acessórios, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Porto

Auto Reparadora Carlos A. D. Rosa, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Mealhada

Auto Silva ? Acessórios, S.A.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Porto

Auto Torre da Marinha - Comércio Peças para Veículos Automóveis, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Seixal

Autocor - Reparações de Automóveis, Lda.

Assistência a veículos na estrada

Ovar

Autoflex - Comércio de Tintas e Produtos Químicos, Lda.

Comércio a retalho de tintas, vernizes e produtos similares, em estabelecimentos especializados

Santa Maria da Feira

Autozitânia - Acessórios e Sobressalentes, S.A.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Odivelas

Bielco - Equipamentos para Veículos Industriais, Lda.

Fabricação de outros componentes e acessórios para veículos automóveis

Rio Maior

Blue Chem – Indústria e Comércio, S.A. Bompiso - Comércio de Pneus, S.A.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Valongo

Calçada & Costa, Reparação de Automóveis, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Ponte de Lima

Centrauto - Componentes Auto, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Oliveira do Bairro

Cunfil - Indústria de Carroçarias, Lda.

Fabricação de carroçarias, reboques e semi-reboques

Tábua

D. M. S. - Trucks, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Leiria

Darquepeças - Comércio de Peças e Acessórios, Unipessoal Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Viana do Castelo

Ecopartes, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Leiria

Eduardo Coelho, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Arouca

Electro-Marques - Reparações Eléctricas Auto, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Ourém

Filourém - Comércio de Peças Auto, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Ourém

Fimag - Importação e Comércio de Acessórios, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Braga

Gaiafor - Comercio de Peças Auto, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Vila Nova de Gaia

Garagem Progresso de Estarreja, Lda.

Comércio a retalho de combustível para veículos a motor, em estabelecimentos especializados

Estarreja

Gulosipeças - Peças e Acessórios Auto, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Viana do Castelo

H. & J. Barradas, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Estremoz

H. B. C. II - Peças Auto, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Batalha

Hydraplan - Manutenção e Comércio de Veículos, S.A.

Vila Franca de Xira

Isuvol - Importação e Comércio de Peças e Acessórios Auto, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Cartaxo

J. F. de Oliveira - Importação e Exportação, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Oeiras

José Aniceto & Irmão, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Cantanhede

José Manuel Rodrigues Fortunato, Sociedade Unipessoal, Lda

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Fundão

Leirilis - Acessórios e Peças para Automóveis, S.A.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Leiria

Lovistin - Comércio de Máquinas e Tintas, Lda.

Comércio a retalho de tintas, vernizes e produtos similares, em estabelecimentos especializados

Viseu

Lubrifátima Pneus, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Ourém

M. C. D. Garcia, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Sintra

M. F. Pinto - Importação e Exportação de Peças Automóveis, S.A.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Sintra

Manuel Pereira de Sousa, Lda.

Fabricação de outros componentes e acessórios para veículos automóveis

Vila Nova de Gaia

Motoboxe - Sociedade Comercial e de Representações, Lda.

Porto

Motorbus - Reparações e Peças Auto, Lda.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Vila Nova de Gaia

Multimoto - Motor Portugal, S.A.

Aveiro

Oliveira de Azeméis

Neocom - Distribuição Componentes Automóvel, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Aveiro

Onlybattery – Pilhas e Baterias, S.A. Orcopeças - Organização Comercial de Peças e Acessórios para Automóveis, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Santarém

Portepim – Sociedade de Representações, S.A. Renalopes - Sociedade comercial de Acessórios, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Leiria

Rodapeças - Pneus e Peças, S.A.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Pombal

Sandia Stand - Acessórios Auto, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Portimão

Servidiesel, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Sintra

Sintética, Lda.

Comércio por grosso de produtos petrolíferos

Ovar

Sotinar Porto - Tintas e Sistemas de Pinturas, Lda.

Comércio a retalho de tintas, vernizes e produtos similares, em estabelecimentos especializados

Maia

Station Viana - Centro de Manutenção de Veículos, Lda.

Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

Viana do Castelo

Turbotest, Lda.

Manutenção e reparação de veículos automóveis

Fafe

Vauner Trading, S.A.

Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis

Gondomar

Vieira & Freitas, Lda.

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Miguel Cruz

“Há mais empresas com condições para serem PME Excelência” De ano para ano, o número de empresas do aftermarket reconhecidas como PME Líder ou Excelência tem aumentado, num espelho de que a atividade está mais profissionalizada. Para o presidente do IAPMEI, este é mesmo um setor com um enorme potencial de inovação, que será pioneiro na economia digital. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

N

o mês em que celebrou 41 anos de existência, o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação distinguiu diversas empresas do aftermarket e da manutenção automóvel com o estatuto de PME Excelência. Segundo Miguel Cruz, presidente deste organismo, o setor tem evoluído muito, mas enfrenta desafios de escala e tem de dar, de facto, o salto para a Indústria 4.0. Nesse sentido, considera que a qualificação dos recursos humanos e a consolidação dos negócios são elementos impreteríveis. O IAPMEI surge, há 41 anos, com a missão de promover a competitividade e o crescimento empresarial, mas ganhou atributos ao longo do tempo. Como tem sido o percurso deste organismo? O IAPMEI foi criado, em 1975, para dar apoio a um conjunto de empresas, num período complicado do ponto de vista empresarial e do empreendedorismo. O fluxo migratório vindo de África criou as condições ideais para que o IAPMEI pudesse nascer, orientado para responder a um conjunto de necessidades da indústria a nível tecnológico e organizacional. Aos poucos, foi alargando muito os setores que inicialmente cobria. Basta ver que passámos a atuar no domínio mais indireto das empresas e estivemos na génese dos centros tecnológicos e das sociedades de garantia mútua. A verdade é que as necessidades das empresas são muito distintas, quer entre si, quer no tempo, pelo que os instrumentos que vão sendo implementados. Ainda assim, no essencial, a nossa missão

continua a mesma: promover a competitividade e o crescimento empresarial, visando o reforço da inovação, do empreendedorismo e do investimento empresarial em todas as iniciativas que vão sendo desenvolvidas. No que diz respeito aos centros de competências, o IAPMEI participa no CEiiA. Teve também um papel importante na captação da Autoeuropa. Houve sempre uma preocupação em capitalizar o potencial do setor automóvel em Portugal? O setor automóvel tem sido muito importante para nós. Quando falamos de setor automóvel, falamos de várias atividades que lhe estão associadas. É toda uma cadeia de valor, que começa no fornecimento e engloba os serviços de pós-venda e aftermarket. Logo quando é criado, o IAPMEI foca-se na indústria e uma parte significativa da mesma tem um papel muito relevante nesta cadeia de valor. O IAPMEI sempre teve essa perceção e obviamente que a instalação de um núcleo como a Autoeuropa tem um papel mobilizador: ajuda a puxar uma série de fornecedores e, por essa via, dá um impulso adicional a vários fabricantes de componentes.

MIGUEL CRUZ DEFENDE QUE A DIGITALIZAÇÃO DA ECONOMIA É ESSENCIAL PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS

Existe toda uma diversidade de empresas que trabalham na área, que nem sempre são fáceis de identificar, por isso é que é tão importante a dinamização, que temos vindo a levar a cabo, dos clusters, neste momento em fase final de reconhecimento formal em Portugal. Trata-se de conseguir que um conjunto de empresas, associações, centros tecnológicos, universidades, centros de investigação e entidades públicas olhem e tenham um plano de ação comum para a atividade, dinamizando o setor em conjunto, mas cada um concorrendo com a sua marca e a sua estratégia. Mas, se o IAPMEI consagrou logo as empresas industriais, as que estavam ligadas ao comércio e à manutenção não eram abarcadas… De facto, não. Só na década de ’90, a par de um conjunto de políticas públicas a nível dos apoios ao setor, começámos a participar também nessa realidade, embora tivéssemos sempre a perfeita noção do peso que este tipo de atividades, comercial e de serviços, têm. É um setor essencial da economia Portuguesa, com um efeito de arrastamento enorme. É um dos setores que tem maior potencial de inovação, em parte gerado na relação com stakeholders como os construtores de automóveis. Portanto, há aqui uma capacidade de engenharia e de desenvolvimento que poderá ter um efeito de arrastamento em toda a economia portuguesa. Tem também, ao longo de toda a sua cadeia de valor, um peso preponderante no desenvolvimento da economia digital

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associada à prestação dos seus serviços e ao desenvolvimento do seu capital de negócio. Desse ponto de vista, este é um setor satélite da Indústria 4.0.

colaborativas que são importantíssimas nos dias de hoje, particularmente para empresas de muito pequena dimensão e que têm fragilidades.

É algo, então, de que as empresas na área não se podem alhear? Sim, é inevitável. A digitalização da economia, nas suas diversas vertentes, é um tema essencial para a sobrevivência de um conjunto de empresas e, como tal, para o crescimento da economia nacional, naquela que será a sua capacidade de concorrer com outros países. Isto é tão mais verdade quanto a conectividade já está inserida na área, como é o caso desta indústria. No entanto, é preciso ter a noção de que o setor automóvel, do ponto de vista de caracterização, é muito complexo e tem realidades muito distintas. Como tal, o tempo para adaptação terá de ser mais rápido em alguns negócios e poderá demorar mais noutros.

No contexto atual, e num setor em que o consumidor ainda olha para muitas destas empresas com desconfiança, considera que o estatuto é percecionado pelo cliente como um selo de confiança? Não tenho dúvida nenhuma disso. E esse é um aspeto muito importante. É um reconhecimento público, porque é gerido por entidades públicas, mas também por parte de um número alargadíssimo de bancos, que passa uma mensagem clara de que a estratégia que a empresa está a seguir tem bons resultados, e isso passa uma boa imagem para fora. Claro que o estatuto não é condição suficiente para a confiança, mas é uma boa base.

É também a essa diferença de realidades que se atribui o facto de existirem mais empresas grossitas e retalhistas de acessórios auto a receberem o selo da excelência e muito poucas na área da manutenção e reparação a serem distinguidas? A PME Excelência tem um nível de exigência numa série de indicadores financeiros que não são facilmente atingíveis por estes negócios, que, por norma, são ainda mais pequenos neste tipo de atividades e têm uma natureza muito familiar. Isto não quer dizer que não possam ser PME Líder e, nessa lista, há mesmo um conjunto muito alargado destas empresas. Também não houve muitas que se tenham proposto a receber o estatuto de Excelência. Mas estou certo de que há mais empresas com condições para terem o estatuto de PME Excelência. Nestes últimos anos, tem havido um crescimento grande do ponto de vista de capacidade concorrencial, consolidação financeira e solidez de gestão. Por isso, deixo o repto para que mais empresas tentem obter o estatuto, agora para o ano de 2016. Considera que estes estatutos são também uma forma de promover a melhoria contínua nas organizações? São estatutos de reconhecimento, pelo que têm efeitos importantes no acesso a determinados instrumentos financeiros, mas também na gestão da relação da empresa com determinados stakeholders, inclusivamente internos. O reconhecimento de PME Excelência deve ser um elemento de envolvência na relação com os trabalhadores e com os clientes, porque é um selo distintivo de uma capacidade de gestão e de uma solidez financeira que cria uma relação de confiança. Desse ponto de vista, desenvolve um potencial para estabelecer redes

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Geralmente, quando se fala em excelência associa-se a um conjunto de boas práticas, mas neste estatuto apenas a sustentabilidade financeira e o risco pesam. Não deveriam de ser ponderados outros fatores? Na atribuição do estatuto, os indicadores avaliados são financeiros, mas depois existe uma continuidade no acompanhamento das empresas que entram na lista e em função disso tentamos perceber o que estão a fazer e quais as suas práticas. Refere que existe um potencial de inovação enorme nesta área. Acha que está a ser bem aproveitado? Ao nível da posição que as empresas têm assumido, do ponto de vista concorrencial, de relacionamento com os clientes, de fornecer peças e serviços diferenciados, houve um crescimento enorme. Temos aproveitado bem o conhecimento, as competências e a capacidade instalada. Mas há, em Portugal, potencial e competência para ir ainda mais além. É um trabalho que exige muita persistência e determinação. Assistimos a um conjunto grande de empresas a crescer, a exportar, a desenvolver produtos e soluções em articulação com os respetivos clientes, a ganhar uma posição competitiva importante e a ficar bem posicionado junto dos grandes operadores do setor, que não são apenas os construtores de veículos. Um dos grandes desafios da política

O AFTERMARKET É UMA DAS ÁREAS ONDE O SALTO PARA A INDÚSTRIA 4.0 VAI SER MAIS RÁPIDO, DIZ MIGUEL CRUZ

pública em Portugal é alargar essa base e ter mais empresas a fornecer soluções, produtos e serviços diferentes. Existindo uma capacidade grande de inovação nas empresas ligadas ao setor auto, e sendo o know-how nacional na engenharia de sistemas reconhecido internacionalmente, acha que este setor se deve posicionar na Indústria 4.0? Acho que é uma área absolutamente decisiva para aquele que é o potencial de crescimento da economia portuguesa nos anos vindouros. Contudo, sendo uma área em que temos competências, os desafios neste domínio da digitalização são tão profundos que, apesar de podermos vir a ser players importantes, ainda teremos de trabalhar muito, não apenas naquelas que são as opções estratégicas das empresas, mas também na disponibilidade de pessoal técnico que seja capaz de dar o salto que se impõe.


técnicos. É claro que é preciso haver uma aposta da política pública na qualificação de pessoas para esta área. O Estado tem um papel a desempenhar e a qualificação tem de ser uma prioridade absoluta. Mas isso não exclui de todo o papel que as empresas têm e que, necessariamente, têm de ter. Até porque a sua atuação vai ter de ser dirigida para aquelas que são as suas necessidades específicas, tendo em conta a sua área de negócio e a sua especificidade técnica. As empresas têm de compreender que vão ter de fazer uma mudança e, como tal, trabalhar na qualificação dos seus recursos. A formação assume-se, então, como essencial para a mudança… Temos de ser consequentes. Quando falamos da importância da inovação, da diferenciação, de conseguir estar um passo à frente da concorrência e ter um conjunto de competências - que podem ser tecnológicas, de capacidade de resposta, de design, da gestão do pós-venda, dos serviços oferecidos numa oficina ou das propostas apresentadas - isso obriga a focar a capacidade competitiva das empresas nas competências de gestão e de processos. Começando pela própria equipa de gestão, para a qual a qualificação é o acesso a determinados conhecimentos essenciais, e continuando por toda a equipa técnica, a qualificação dos recursos humanos é decisiva. Isto não quer dizer que essas competências tenham de ser geradas sempre internamente, podem ser gerados fora.

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PERFIL Com 48 anos, casado e pai de duas filhas adolescentes, Miguel Cruz é licenciado em Economia, tem um MBA em Finanças, um mestrado em Gestão e é doutorado em Economia. Viveu diversos anos em Londres e iniciou a sua vida profissional a trabalhar no Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica, onde foi convidado para dar aulas. Antes de ingressar no Grupo BCP, foi jornalista do Semanário Económico, mas confessa que “tinha mais curiosidade pela área financeira”. Apaixonado pelo seu trabalho, lamenta apenas não ter mais tempo para estar junto da sua família e cultivar outra das suas paixões: a Banda Desenhada.

Considera que os trabalhadores desta área, como mecânicos e até mesmo comerciais, irão desempenhar as suas funções de forma diferente? O papel de cada um passará a ter exigências que são distintas. Há muitas empresas no aftermarket que já começaram a dar o salto e a atualizarem-se. A reconversão tem vindo a ser feita e há um dinamismo grande nessa área. Isso é verdade, quer pela forma como as empresas se relacionam com o cliente, quer pela própria gestão de processos. Tudo está a mudar e, neste aspeto, o aftermarket é uma das áreas onde o salto para a Indústria 4.0 vai ser muito significativo e rápido. Isso obrigará um grande esforço de qualificação. Não cabe também ao País apostar na formação? Obriga a um grande esforço em termos de competências e, em muitos casos, será necessário olhar para a requalificação dos

Como as de marketing e comunicação, por exemplo? Sim, são bons exemplos. O marketing, a comunicação, o design, o acesso a determinadas soluções tecnológicas, a capacidade de inovação, o relacionamento com clientes e com fornecedores são elementos fundamentais. Trata-se de compreender e antecipar as efetivas necessidades daquele que é o seu segmento de clientes. Aliás, a digitalização da economia e o acesso a tecnologias de informação e comunicação permitem, do ponto de vista do marketing relacional, ter abordagens muito mais eficazes das que tínhamos há dez anos, mas é preciso saber trabalhar com elas e compreender o que se adequa à empresa. E estão as empresas desta área preparadas para mudar? O que está em causa é a capacidade de competir, de estar no mercado e de sobreviver. Há muitas empresas que já perceberam que as novas tecnologias têm um papel muito importante e que podem encontrar, neste contexto, um elemento diferenciador.

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DE CORPO INTEIRO É um apaixonado por automóveis? Gosto muito de automóveis e sou um apaixonado pela condução. Visita regularmente oficinas? Não, mas quando tenho um problema no carro vou logo resolver. Faz muitas viagens? Sim, algumas. Gosto muito de viajar, quer fora quer dentro do país. Qual a que mais recorda e porquê? Gosto muito de viagens em família. Há pouco tempo, fui a Londres, onde já não ia há alguns anos. Adorei redescobrir os sítios por onde passei, e onde conheci a minha mulher, e termos, juntos, a oportunidade de mostrá-los às minhas filhas. Considera-se um workaholic? Sim, sou profundamente workaholic. O que gosta de fazer nos tempos livres? Sou um grande fã e colecionador de banda desenhada, desde ler livros, a ir a feiras e conhecer autores, é algo que adoro fazer. Além disso, gosto muito de cinema e passear pelo país. É fácil para si tomar decisões? Sei tomá-las, tomo-as, mas nem sempre as decisões são fáceis Costuma decidir sozinho? Gosto de ouvir os outros, mas não gosto de demorar muito a tomar decisões. Tem uma rotina ou cada dia é diferente? Tenho uma rotina diária, embora as tarefas dessa rotina tenham contornos de novidade. Mas sou uma pessoa organizada, pelo que, obviamente, tem de haver uma estruturação do dia. Qual a característica que mais aprecia num colaborador? Lealdade e sinceridade.

Num mercado tão global e competitivo como o automóvel, o futuro tem de passar pela aposta no digital? É essencial conseguir utilizar este tipo de ferramentas nos elementos chave que compõem o modelo de negócio. Passa pela capacidade de gerar, nos interlocutores, confiança e empatia. O acesso a ferramentas digitais é fundamental para gerir este tipo de relacionamento social e para atingir determinados mercados nos mais diversos domínios, seja o cliente, através de um catálogo digital, ou no desenvolvimento de uma parceria. Mas como se gere esta necessidade de investir em tecnologia para crescer quando os recursos são escassos? O investimento não tem de ser exclusivamente em tecnologia, mas, sim, é verdade. Para fazer este tipo de diferenciação, o investimento continuado é essencial e, sim, é pesado. Já sabemos que, por definição, os recursos são escassos, mas isso significa que precisamos, cada vez mais, de ter empresas sólidas, com boas estratégias, com bons planos de negócio, que, de facto, consigam obter financiamento. Precisamos de apostar muito na capitalização das empresas. Do lado público, compete-nos disponibilizar um conjunto de instrumentos que possam ajudar a fazer este salto em termos de capitalização. Agora, qualquer solução que se encontre nunca vai resolver o problema de todas as empresas, o que mantém a pressão sobre os níveis de gestão, mas também sobre os próprios exercícios de autodiagnóstico e consolidação. Neste ponto, é preciso ter escala e uma das formas de ganhar escala é colaborando e fazendo parcerias. Os fundos do Portugal 2020 constituem-se como uma oportunidade para oficinas, empresas de comércio e componentes se modernizarem? Estes fundos estruturais têm um conjunto de requisitos, associados à estrutura dos fundos e às opções nacionais. Entre estas regras, há

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duas prioritárias, que se prendem com o grau de inovação e com a internacionalização. Isto abrange a grande maioria das empresas que operam neste setor e, desse ponto de vista, o Portugal 2020 é um instrumento excelente para potenciar investimento. Que desafios enfrentam estas empresas e que papel deverá o IAPMEI desempenhar para apoiá-las? Os desafios das empresas são crescer e fazer bem aquilo que sabem fazer bem. O IAPMEI procura dar apoio, ao longo de todo o ciclo de vida das empresas, desde a sua criação. Primeiro, ao nível do empreendedorismo, continuamos a ter boas notícias sobre a relação entre a criação de empresas versus os encerramentos, o que se traduz na criação de postos de trabalho. Depois, no investimento, tentamos criar condições de financiamento mais favoráveis. Por fim, é importante mantermos as empresas sãs. Neste aspeto, é importante que antecipem problemas de negócio tão cedo quanto possível e intentem ações corretivas. Há sinais, que resultam da avaliação de determinados indicadores de comportamento face à média do próprio setor, que nem sempre são fáceis de perceber. Por isso, criámos uma ferramenta de autodiagnóstico, de natureza confidencial, para avaliar a atuação da empresa em comparação com a média do seu setor. As empresas têm de estar mais informadas sobre o mercado e a concorrência? Há informação pertinente que deve ser consultada, quer no INE, quer no Banco de Portugal ou nas associações empresariais. No entanto, o conhecimento do mercado está muito para além de um conjunto de indicadores. Por isso é que é tão importante participar em feiras, saber o que os concorrentes andam a fazer, perceber as variações de mercado do ponto vista cultural, etc.. É um esforço que a empresa deve fazer para orientar o seu posicionamento e crescer.



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REVISÃO

REVISÃO

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AutoCrew abriu seis novas oficinas, que se juntam a uma rede cada vez mais sólida e consolidada: em Faro e Olhão (Auto CR Santos e Auto Sidney, respetivamente); na Maia, região do Porto (Good Parts); em Barosa, Leiria (Injectoturbo), em Campo de Besteiros, Viseu (Auto Oficina), e ainda em Paredes de Coura, Viana do Castelo (Couracar). Com estas novas oficinas, o total da rede ultrapassa a marca de 40 oficinas espalhadas por todo o país, disponibilizando diversos serviços na área automóvel, sempre sob a chancela da Bosch. Ao mesmo tempo, a AutoCrew expandiu a sua rede para Espanha. O lançamento oficial do conceito contou com a presença da responsável de vendas ibérica do departamento Automotive Aftermarket, Marian Luño, do responsável ibérico de Conceitos Oficinais Bosch, Miguel Gavilanes, e, ainda, da responsável ibérica da rede AutoCrew, Mónica Alves.

AutoCrew

Crescimento ibérico

Segundo a insígnia, a oferta de um serviço cada vez mais personalizado e de qualidade, aliada à experiência já existente e ao bom desenvolvimento em Portugal irão ajudar a construir em Espanha uma rede forte e sustentada,

BARDAHL

AZ AUTO

Convenção de distribuidores na Bélgica

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Bardahl realizou, na sua fábrica da Bélgica, a convenção anual de distribuidores, que contou com a presença da MBML Solutions como representante de Portugal. O evento reuniu mais de 400 pessoas e permitiu partilhar os resultados de 2015 e toda a estratégia da marca para 2016. Estratégia que passa, fundamentalmente, pelo crescimento sustentado na Europa, mercado onde a Bardahl registou, em 2015, um crescimento de 60%. Em Portugal, o crescimento foi ainda maior e atingiu os 250%. Atualmente, a marca de lubrificantes encontra-se a finalizar a implementação do novo sistema @WMS, que visa dar uma rápida e melhor resposta aos distribuidores, através da gestão de stocks, gestão de relatórios, escolha e embalagem, gestão de localização, Wi-Fi e sistema de código de barras de última geração. Foi também revelado o aumento

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sempre sob o mote da excelência e da confiança. Este é mais um passo na estratégia de crescimento da rede AutoCrew que, assim, conta com mais de mil oficinas por todo o mundo.

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de 20 000 m2 da fábrica e a vontade de, até ao final do ano, voltar a incrementar o tamanho destas instalações, para dar resposta ao crescimento. A convenção ficou também marcada pela apresentação oficial do patrocínio da Bardahl à equipa Sebastien Loeb Racing. Refira-se ainda que a MBML Solutions, que representa a marca em Portugal, está à procura de distribuidores para todo o país e ilhas.

APOSTA REFORÇADA NA RUVILLE Contando já com um vasto número de referências Ruville disponíveis em stock, a AZ Auto ampliou a gama de produtos desta marca. O objetivo é conseguir dar uma resposta adequada a necessidades específicas dos seus clientes e fazer face a um mercado cada vez mais exigente, caracterizado por uma procura crescente pela marca, que é reconhecida pela sua qualidade de excelência (OE). O investimento foi efetuado tanto ao nível do alargamento da gama, com a introdução de novas linhas de produtos, como no reforço de stock, nas áreas de distribuição e refrigeração do motor, direção e suspensão, tanto ao nível de componentes individuais como kits completos.


VENEPORTE

NOVO SITE E CATÁLOGO ONLINE Especializada em sistemas de escapes, a Veneporte acaba de renovar o seu site corporativo e o catálogo online. Disponível em www.veneporte.pt, a página conta agora com um novo grafismo, layout e mais conteúdos. Foram ainda adicionadas novas funcionalidades, de modo a facilitar a pesquisa e recolha de informação sobre as mais de dez mil referências que a empresa disponibiliza para o mercado de reposição. “A aposta numa abordagem responsive, adaptável a qualquer tamanho de ecrã e sistema operativo, bem como num interface simples e fácil de utilizar irá assegurar uma boa experiência de navegação através do PC, tablet ou smartphone”, garante a Veneporte, esclarecendo que a aposta no online surge “numa ótica de contínua aproximação entre a marca e os todos os seus clientes”. Ainda durante o primeiro trimestre de 2016, a Veneporte implementará a segunda fase deste projeto, com o lançamento de uma plataforma de encomendas online para atuais e novos clientes. “Esta segunda fase é muito mais ambiciosa, implica novos procedimentos e uma coordenação entre vários departamentos da empresa”, adiantou também Abílio Cardoso, referindo que os ganhos previstos do ponto de vista do cliente são enormes.

OLEOBLITZ

DISTRIBUIDORES DIVULGAM PRODUTO No seguimento da apresentação nacional dos lubrificantes Oleoblitz aos seus clientes, foi a vez de os clientes da Sonicel fazerem a apresentação destes produtos aos seus clientes, maioritariamente, oficinas. Para isso foi realizada uma ação na Maia, da responsabilidade da Turbo Peças e da Gondofor, com o apoio da Sonicel. O evento reuniu cerca de cem pessoas.


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REVISÃO

Blue Print

Motor de esguicho para automóveis Honda

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Blue Print acaba de lançar o motor de esguicho ADH20301, destinado a veículos da marca Honda e, em particular, ao Honda Jazz. Já disponível no catálogo online da marca, esta é uma peça cuja substituição tem vindo a aumentar, sobretudo, por via da danificação e desgaste decorrentes de uma utilização incorreta do líquido limpa para-brisas ou porque este não é, de todo, utilizado. Segundo a Blue Print, “a substituição da peça é essencial quando danificada, mas não será suficiente. É essencial que, depois de substituir a peça, se comece a utilizar o líquido adequado para o carro, prolongando dessa forma a vida útil do motor de esguicho”.

É ainda de destacar que, de acordo com a empresa, no que a esta peça diz respeito, “não há concorrência e a Blue Print é a primeira no aftermarket” a disponibilizá-la.

SPINERG

RENOVAÇÃO DO CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO COM A SHELL A Spinerg – Soluções para Energia, S.A., renovou o contrato com a Shell para distribuição dos lubrificantes da marca para Portugal. O contrato, assinado pela primeira vez em novembro de 2010, pressupõe que, além de ser responsável pelas vendas, a Spinerg assuma também as atividades de marketing de todos os produtos da marca Shell em Portugal. O acordo foi assinado oficialmente por Erol Asiyo, Diretor Geral da Shell Lubricants para o Cluster do Mediterrâneo, e Gustavo Guimarães, Presidente do Conselho de Administração da Spinerg. Este responsável afirmou que o contrato “é a continuação de uma longa história com mais de 100 anos de presença da Shell em Portugal”. “A Spinerg trabalha diariamente para satisfazer as necessidades dos clientes com produtos inovadores e serviços de excelência. É uma honra termos sido reconduzidos como distribuidor oficial da Shell em Portugal.” Já Erol Asiyo afirmou: “Estamos confiantes na continuidade deste relacionamento comercial duradouro, que certamente perdurará no tempo trazendo benefícios mútuos para ambas as empresas.”

GLASSDRIVE

PARCERIA COM A VIA VERDE DÁ DESCONTOS A Glassdrive e a Via Verde estabeleceram um protocolo de exclusividade no âmbito do Programa Viagens & Vantagens, que disponibiliza aos utilizadores da Via Verde um vasto leque de ofertas e descontos face aos gastos de portagens que fazem. O programa atribui 1 ponto por cada km feito, sendo que, em função dos pontos, os clientes são classificados como Silver e Gold, podendo aceder a inúmeras vantagens no plano automóvel e áreas de serviço. No que diz respeito à prestação de serviços auto – Vidro Automóvel, a Glassdrive é a marca exclusiva, oferecendo descontos entre os 20% e os 50% em conjuntos de escovas para clientes com seguro de Quebra Isolada de Vidros (QIV); de 20% a 30% na aplicação de produto antichuva Aquacontrol (clientes QIV), entre os 20% e os 25% na substituição do vidro, com oferta de duas aplicações de produto antichuva Aquacontrol. Para usufruir dos descontos o utilizador apenas terá de apresentar num dos Centros Glassdrive a informação disponível na “App Via Verde”, que identifica se é cliente Silver ou Gold. Mediante as condições, os descontos são aplicados no momento da prestação do serviço.

SOFRAPA

DISTRIBUIÇÃO DA NEOLUX E DA ELECTRIC LIFE A Sofrapa iniciou a distribuição de duas novas marcas em Portugal: as lâmpadas Neolux e os elevadores de vidro Electric Life. A Neolux é uma marca alemã com mais de 90 anos de experiência no aftermarket e conta com um portefólio que cobre as várias tecnologias de iluminação automóvel: LED, Halogéneo, Xénon, tanto a nível de iluminação exterior, como de interiores. As suas soluções de iluminação servem para todos

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os tipos de veículos: automóveis, motos, camiões e autocarros. Já a Electric Life é uma marca especialista na produção de elevadores elétricos de vidro para automóveis e tem mais de 30 anos de presença no mercado. A oferta de produtos que a Sofrapa proporciona ao mercado independente de peças sai, assim, reforçada. De resto, de acordo com a empresa, 2016 será um ano de forte dinâmica

comercial e de aposta no crescimento da sua oferta de produtos ao mercado, tendo já prevista a incorporação de várias novidades no seu programa de vendas a curto prazo.


CREATE

PORTEFÓLIO INTEGRA MARCAS DA VIEROL A CREATE acaba de integrar na sua oferta duas marcas pertencentes ao grupo alemão Vierol: Vaico e Vemo. Esta última contempla produtos eletrónicos e ar condicionado, num total de cerca de nove mil referências, enquanto a Vaico comercializa todos os produtos que dizem respeito a gestão de motor e transmissão, apresentando um portefólio com mais de 17 mil referências. “Acreditamos que esta é a opção que nos permite, cada vez mais, sermos um fornecedor global das necessidades dos nossos clientes”, refere Pedro Proença, Diretor de Marketing da CREATE. “A Vierol é uma empresa alemã, com escrupulosos critérios no que diz respeito à qualidade dos produtos e que nos dá garantias de podermos aumentar a nossa quantidade de oferta, mantendo os padrões de qualidade que caracterizam a CREATE desde a sua fundação. É isto que esperam de nós os clientes e é isto exatamente que prometemos com a distribuição da Vemo e da Vaico.” PUBLICIDADE

Auto Delta

Nova representação VALEO e SWF

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Auto Delta acrescentou duas marcas à sua lista de representações, passando a disponibilizar aos seus clientes produtos Valeo e SWF. Em ambos os casos, os produtos já podem ser adquiridos através dos habituais canais de distribuição da empresa, nomeadamente nos espaços físicos em Leiria e Castelo Branco e na loja online. “Sendo a VALEO uma marca reconhecida mundialmente, que oferece qualidade, fiabilidade e valor acrescentado, os parceiros da Auto Delta ir-se-ão certamente congratular

com a chegada desta ao armazém da empresa”, afirma a Auto Delta, destacando componentes como embraiagens, alternadores, motores de arranque, radiadores, comutadores e lâmpadas. Já no que diz respeito à SWF, a Auto Delta destaca as soluções da marca alemã (pertencente ao grupo VALEO) para limpeza dos vidros: escovas, equipamentos limpavidros: motores, hastes, tirantes, reservatórios, bombas de esguicho, interruptores de coluna e painel, motores, relés, temporizadores e sensores, entre outros.


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ESPECIALISTA

Provmec

Estratégia assente na qualidade Dedicada à comercialização de peças reconstruídas, a Provmec encontra na satisfação do cliente o caminho para o sucesso. Por isso, trabalham com os melhores reconstrutores e apostam num serviço de garantia completo. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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ma das empresas pioneiras na introdução de produtos mecânicos reconstruídos em Portugal, a Provmec opera no nosso país há mais de 17 anos, especializando-se na comercialização de componentes, como motores, blocos, cabeças e caixas de velocidades, reconstruídos. A aposta neste segmento de mercado, inexistente na altura no nosso país, assentou na perceção dos seus responsáveis da possibilidade de expansão que este tipo de produtos proporcionaria. Como explica Michel Reis, gerente comercial da Provmec, este segmento “agrega muitas valias para os mecânicos e consumidores”, sendo as principais a oferta de produtos de maior qualidade, os menores prazos de entrega e os custos inferiores, não descurando, obviamente, o menor impacto ambiental que advém da opção pela utilização deste tipo de peças.

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Não obstante os clientes-alvo da Provmec serem “as oficinas, empresas e entidades com frota de veículos”, o gerente comercial da Provmec sublinha o considerável crescimento que a empresa tem obtido também no mercado do consumidor final, o que se poderá dever ao facto de a reconstrução de peças ser uma tendência atual do mercado, algo que “os números têm provado”. Aliás, a empresa, “apesar da crise de liquidez sentida no país, da concorrência de sucateiros e do surgimento de novos players no mercado, tem conseguido aumentar as vendas de forma significativa”, revela o gerente comercial da Provmec. A suportá-lo está um crescimento a dois dígitos, registado pela marca no ano passado e em comparação com os valores de 2014: 11% de crescimento sobre os valores líquidos e 18% de crescimento na quantidade de produtos vendidos. Mesmo assim, o gerente comercial


da marca lamenta que estes números sejam inferiores aos alcançados em 2012 e 2013, algo que associa ao facto de este segmento de mercado se encontrar em expansão. No entanto, tem como objetivo para 2016 o seu aumento progressivo. RUMO AO CRESCIMENTO O gerente comercial da Provmec afirma que a marca tem já “uma participação considerável no mercado português, porém com margem para crescimento”. Para conseguir concretizá-lo, a estratégia eleita para 2016 não difere daquela que foi empreendida nos anos anteriores: “Fazer melhor o nosso trabalho, oferecendo aos nossos clientes produtos e serviços de maior e melhor qualidade, para que possamos distinguir-nos no mercado como exemplo de profissionalismo, competência e dedicação aos clientes”, afirma este gestor, que relega para segundo plano os resultados alcançados, classificando-os como “meras consequências” desta filosofia. No mesmo sentido, a estratégia da marca, “embora de retorno lento”, como diz o gerente, passa inevitavelmente pela oferta de produtos com a maior qualidade, ainda que estes sejam mais caros, bem como pela “transparência e retidão no trato com os nossos clientes”. Esta é, para o gestor, a “bússola para o caminho do sucesso”. E esse traduz-se nos 10 874 motores e 4 340 caixas de velocidades mecânicas vendidos até hoje pela Provmec, a uma média anual superior a 900 motores e 260 caixas. Estes são, aliás, os dois produtos mais procurados pelos clientes da empresa, representando mais de 70% das vendas. De acordo com o gerente comercial da Provmec, estes resultados assentam na elevada qualidade dos componentes que a marca fornece, mas também na rapidez de

Os motores reconstruídos são o principal negócio da Provmec

Nas instalações da empresa, reconstroem-se caixas de velocidades

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O gerente comercial da Provmec aponta o profissionalismo e a qualidade como fatores de sucesso para a empresa, que aposta num serviço de garantias diferenciador

resposta da empresa e na garantia concedida, “fatores que o mercado valoriza muito”. Esta valorização sente-se no mercado interno, mas também no externo. Embora a exportação seja ainda uma atividade residual para a empresa, em 2015, entre 5% e 8% das vendas da Provmec destinaram-se a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné). A aposta nestes mercados surgiu por via dos preços convidativos que as peças reconstruídas atingem, mas “a necessidade de devolver o produto velho, com os acréscimos de portes, etc., encarece o produto”, diz o gerente comercial, acrescentando que tal impede que esta seja uma aposta estratégica para a Provmec. Ainda assim, a exportação não é algo que a empresa descure, comercializando também peças para as comunidades portuguesas espalhadas pela Europa, em países como a Suíça, a França ou o Luxemburgo. PARCERIAS ESTRATÉGICAS Os produtos - que chegam às mãos dos clientes num prazo que varia “entre cinco e dez dias, pela mão de transportadoras” - são oriundos das “principais marcas reconstrutoras de motores e blocos existentes na Europa”, afirma o gerente comercial da Provmec, indicando que essas marcas, “pela qualidade dos seus produtos, suprem as próprias marcas originais”. De acordo com o responsável, os processos de produção a que recorrem estão em “conformidade com os processos da origem, e utilizam materiais originais ou genéricos mas de acordo com os padrões de exigência da origem”. Para a Provmec este elemento é não só um motivo de “orgulho”, mas também uma garantia de produtos com “indiscutível e inquestionável” qualidade. No que diz respeito às caixas de velocidades mecânicas, a reconstrução é realizada

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internamente, mas apenas para “um nicho específico de mercado”. As demais, diz o gerente comercial da Provmec, são adquiridas a empresas “qualificadas e fiáveis”. A produção interna é levada a cabo nas instalações da marca, em Sintra, onde 19 colaboradores são responsáveis pela implementação de um processo de produção “em tudo semelhante ao utilizado pela marca original, pois segue as normas e procedimentos da origem e a utilização de material de qualidade”, o que permite à marca oferecer ao mercado a maior e melhor condição de garantia. Este foco contínuo na qualidade obriga a que a Provmec invista na formação dos seus colaboradores, que participam regularmente em formações na área comercial, com “cursos de vendas, técnicas de negociação e de bem servir aos clientes, para além, naturalmente, das formações técnicas em mecânica, com cursos sobre os temas mais relevantes e atuais do setor”. Este gestor adianta ainda que nem os clientes são esquecidos: “Embora a maioria dos nossos clientes seja formada por profissionais qualificados e experientes, todos os nossos produtos são enviados com notas explicativas dos cuidados a ter na instalação e manutenção, bem como dos lubrificantes e cuidados a ter em conta durante a vida útil do produto”. UM PÓS-VENDA DIFERENCIADO Como a qualidade é o principal foco da empresa, a Provmec oferece dois anos de garantia, sem limite de quilometragem, sobre os seus produtos, algo que os diferencia das empresas que comercializam “produtos reparados como sendo reconstruídos”, conforme refere o gerente comercial. Esta garantia é atestada por documento escrito e é extensiva a todos os clientes, quer sejam oficinas intermediárias nos negócios, quer sejam clientes finais. Esta é, no

entender do gerente comercial da Provmec, “uma das vantagens que oferecemos às oficinas, pois, de acordo com o código Europeu do consumidor, para estes, a garantia deveria ser de um ano apenas”. Não obstante esta garantia total, que “retira às oficinas a responsabilidade direta” sobre o produto, a Provmec tem ainda um departamento pós-venda, que acompanha todo o processo de fornecimento, desde o pedido até à entrega, com o objetivo de manter o cliente informado sobre o estado da sua encomenda. Para além desse departamento, desde 2005 que a Provmec tem um departamento de atendimento e resolução de situações de garantia, com o intuito de minimizar o tempo de espera do cliente em casos de defeitos e imobilização da viatura. A marca assume-se também como pioneira no pagamento de mão de obra em situações de garantia, o que acontece porque entende que, “não sendo da responsabilidade do mecânico os problemas existentes no produto, não deve ser ele a ser penalizado”. Assim, o gerente comercial da Provmec lamenta apenas o facto de “muitos profissionais ainda não perceberam essa maisvalia”, pelo que, às vezes, “preferem comprar mais barato no curto prazo e depois assumirem custos muito maiores”.

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CONTACTOS PROVMEC DEPARTAMENTO COMERCIAL TELEFONE 215 833 778 E.MAIL geral@provmec.com INTERNET www.provmec.com



2 especialista

GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA

Um local para tudo e tudo no respetivo local, em que a proximidade é definida pela frequência do uso

Dossier Excelência na Produtividade

Organizar a oficina Um espaço onde todos os objetos e ferramentas estão devidamente arrumados e acessíveis é essencial para minimizar os desperdícios de tempo, garantir a eficiência dos processos e melhorar a segurança na oficina. Por isso, neste segundo artigo, explicamos-lhe como deve Organizar o seu local de trabalho!

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e origem japonesa, a metodologia dos 5S promove a ordem, gestão e limpeza de um espaço de trabalho. É a base de desenvolvimento de atividades de melhoria contínua, robusta e sustentada ao longo do tempo, através do envolvimento de toda a equipa. Depois de, na edição passada termos abordado o primeiro de cinco passos, o “Separar”, é agora tempo de nos focarmos na segunda Fase: ORGANIZAR. EM QUE CONSISTE? Este segundo pilar corresponde à aplicação do princípio: criar um local para cada coisa, para

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que cada coisa fique no seu lugar. Por outras palavras, ‘Organizar’ significa que os objetos necessários estão dispostos, acondicionados ou arrumados, de forma a serem facilmente utilizados por todos e identificados de forma que todos os encontrem e arrumem nos mesmos locais após utilização. Tal como o ‘Separar’, tanto se utiliza em áreas oficinais como nas áreas de serviços. Síntese: Crie um local específico para cada objeto - Ferramentaria, máquinas, empilhadores, peças, equipamento (hidráulico, mecânico ou elétrico), mobiliário, documentos, etc..

QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? O propósito é a eliminação de vários desperdícios invisíveis ou sendo visíveis, são desperdícios que nunca ninguém os quantificou em horas perdidas. Incluímos nesta categoria: o tempo desperdiçado na movimentação das pessoas, para ir buscar ou procurar qualquer item ou objeto; os tempos de procura, a ‘energia’ despendida e as interrupções criadas, no seu trabalho e no dos outros, ao tentar encontrar aquilo que se pretende. Por outro lado pretende-se avaliar se existem stocks excessivos (consumíveis,


Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio

ILUSTRAÇÃO DE JORGE ROYAN

PARTE 1

estar a par desta campanha de Organização. Deve ser comunicada com uma semana de antecipação, criada uma agenda, uma hora de inicio e uma hora de fim. Dicas para a agenda: Reunião de todas as pessoas num local Formação das várias equipas (duas a três pessoas máximo por equipa) Atribuição das áreas a intervir Comunicação das regras (ler este Artigo na integra) Perguntar por dúvidas Comunicar hora de início e de término da campanha Comunicar hora da reunião final «ir para o terreno» Regressar e fazer o balanço, incluindo um forte agradecimento pelo empenho demonstrado (incluir um pequeno lanche ou equivalente, como ato de agradecimento). Comunicar que o Artigo 3 (Limpar), dará continuidade a este trabalho e que até lá, há que não acumular lixos ou itens desnecessários (Separar) e há que criar novos hábitos, usando sempre os novos locais para cada objeto e nas quantidades acordadas (Organizar).

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peças, economato, etc) que devam ser questionados, assim como a sua correta localização, face aos locais de uso. Mais importante que tudo isto, as faltas de segurança, devido a incorreta localização de equipamentos de proteção individual ou outros relevantes no exercício das tarefas oficinais… Síntese: Excesso de materiais dificultam o fluxo. Vamos assim gerar mais espaço livre, economizar tempo, dinheiro, energia, … Em suma, criar um ambiente mais livre, amplo e aberto. COMO PROCEDER?

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PASSO Vamos agarrar em cada um dos objetos de cada área (mais os que permaneceram da Fase 1 ‘Separar’) e definir: A frequência da sua utilização e a localização, sabendo que os objetos mais usados (muitas vezes ao dia) devem ficar mais próximos (1 a 3 metros), e os menos utilizados (uma vez ao dia ou menos), disponíveis em locais mais afastados (5 a 15 metros); A quantidade adequada a permanecer no Posto de Trabalho e a forma de reposição para evitar a rutura de stock no Posto de Trabalho; Outros aspetos igualmente relevantes, nesta Fase:

Organizar objetos utilizados em conjunto e na sequência de utilização; Organizar tudo de forma simples, ergonómica e funcional, com a participação de todos.

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PASSO Vamos agora Identificar os locais definidos para os objetos, de modo a facilitar a manutenção diária desta Organização e a tornar visíveis os ‘desvios’ causados , até à criação do novo hábito pelos seus utilizadores. Devem utilizar cores diferentes na identificação dos objetos, criar padrões ou símbolos para os distinguir, pintar silhuetas, etc..

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PASSO Todos devem conhecer o que fazer e os meios que terão ao dispor. Cada participante nesta campanha de Organização, deve ter uma área bem definida a si assignada. A duração desta fase (Organização) pode variar muito, função da área total a intervencionar, do numero de pessoas da equipa e do estado de (des)organização atual. Tipicamente varia entre 60 minutos (para o exemplo de um pequeno escritório, até um ou mais turnos de trabalho de 7 horas). Todos os colaboradores da empresa devem

PASSO Utilizar o tempo até ao próximo artigo “Limpar”, e avaliar novas oportunidades para melhoras as localizações, as quantidades ou processos agora definidos.

RECURSOS NECESSÁRIOS Os Equipamentos de proteção individuais relevantes (luvas, fato, óculos, auriculares, mascara ou outros) Tintas, fitas, pinceis, marcadores, etiquetas, autocolantes, papel autocolante, prateleiras, grampos, cabides, entre inúmeros outros itens poderão ser necessários para a correta organização e identificação dos objetos. Em alternativa, poderá haver a atribuição de um orçamento para a nova organização de cada área a intervir, ficando ao critério de cada equipa o que comprar com o dinheiro disponível. Valores típicos andam entre 100€ a 250€ por área, para compra de itens variados de baixo valor. É usual o recurso a grandes superfícies ou a catálogos de especialidade. AVALIAÇÃO FINAL E CONCLUSÕES No final desta ação, as áreas de trabalho devem: Estar devidamente organizadas; Permitir encontrar facilmente tudo aquilo de que se necessita. PRÓXIMO ARTIGO: LIMPAR

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Especialista vs generalista

Ser ou não ser? A escolha por criar empresas especialistas ou generalistas no aftermarket não se deve a uma maior ou menor capacidade de laboração. Ao invés, são formas diferentes de atingir o mesmo fim: servir o cliente com rapidez e qualidade. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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s modelos de negócio podem ser divididos, grosso modo, em duas vertentes. Por um lado, empresas existem que apostam na generalização da sua atividade, alargando o leque de potenciais clientes e potenciando fatores de escala para aumentar a sua rentabilidade. Do outro lado da barricada colocam-se as empresas que optam por se especializar num determinado nicho do mercado, combatendo o menor número de clientes potenciais com uma aposta clara na fidelização e no conhecimento do produto que comercializam. Quais os desafios e oportunidades que cada uma


destas soluções acarreta foi o que a TURBO OFICINA procurou saber junto dos players do aftermarket nacional, seja no domínio da venda de peças, do comércio de equipamentos ou na reparação automóvel. DEPRESSA E BEM É no comércio de peças auto que a rapidez do serviço, concretizada na periodicidade das entregas, e o conhecimento do produto, para a sua fácil e rápida identificação, são faces mais visíveis do negócio. Isso mesmo nos refere Miguel Melo, administrador da MCoutinho Peças, empresa que se define como uma

“One Stop Shop” onde oficina, reparador ou retalhista podem encontrar todas as peças de que necessitam, independentemente do modelo em que possam estar a trabalhar. Para este gestor, perante os desafios da cobertura generalizada, uma das mais-valias da empresa é o seu call center, onde mais de 26 operadores especializados garantem que as peças sejam as mais indicadas para as necessidades de cada cliente. Os recursos humanos são, para o administrador, cruciais para o sucesso, pois apenas as empresas que “invistam nos seus recursos humanos, em formação e tecnologia conseguirão acomodar-se a um negócio que se espera ainda mais dinâmico no futuro”. Com um modelo de negócio idêntico, ao identificar-se como uma “One Stop Shop”, a Krautli Portugal também aposta na oferta multimarca para ser um fornecedor global do aftermarket, como refere Carlos Silva, seu Diretor de Vendas e Marketing, que reconhece que esta opção traz à empresa “uma maior escala” e uma maior “presença junto dos parceiros de negócio” face a um especialista, o que, na sua opinião, faz da “Krautli Portugal um fornecedor de referência no setor do aftermarket”. Ainda assim, enveredar pelo caminho da generalização não é isento de riscos e Carlos Silva aponta, desde logo, a perda de especialização nas diferentes categorias de produtos. “A necessidade de gestão de uma vasta carteira de portefólios de produtos pode implicar uma baixa focalização da empresa na distribuição das marcas que comercializa”, algo que, na sua opinião, se combate com “uma estratégia eficiente do negócio, com muito rigor em todas as variáveis”. O esforço financeiro “elevadíssimo” para garantir stocks de produtos suficientes para as encomendas, e, assim, prazos de entrega “no mesmo dia”, é outro dos desafios que as empresas generalistas têm de enfrentar e que traz consigo “uma rentabilidade cada vez mais reduzida”. Por isso este gestor aponta a escolha de “equipas de elevado desempenho” como uma das formas de as empresas enfrentarem os desafios existentes no contexto atual e futuro do negócio. Já para Carlos Gonçalves, CEO da Filourém, é o leque alargado da oferta das empresas generalistas que garantirá, com o trabalho e o empenho dos seus colaboradores, o crescimento e consolidação no mercado. Ainda assim, e apesar de a Filourém “apostar em marcas e produtos de qualidade de cariz generalista” para ir “ao encontro do perfil da maioria dos retalhistas a operar no nosso país”, Carlos Gonçalves vê alguma vantagem na especialização, mormente o tratamento mais “especializado” de algumas das marcas automóveis com que operam, o que influencia a gestão de stocks.

GERIR STOCKS DE BAIXA ROTATIVIDADE É UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA OS ESPECIALISTAS Rui Pinto, responsável da Peças Land Rover, especializada no comércio de peças para esta marca, aborda também as diferenças impostas ao nível do stock: “O facto de nos especializarmos obriga-nos a armazenar referências de baixa rotatividade, o que implica uma gestão de stocks cuidada e muito rigorosa”. Trabalharem apenas com uma marca obriga a que esta empresa tenha uma vasta gama de produtos para alcançar “crescimentos razoáveis”, que seriam facilitados, na opinião de Rui Pinto, se comercializasse “apenas peças de elevado consumo de várias marcas automóveis”. No entanto, a experiência acumulada é, para Rui Pinto, “uma vantagem evidente”, pois o profundo conhecimento da marca e dos veículos confere-lhes uma “capacidade de resposta superior para com os clientes comparativamente a uma empresa ‘multimarca’”. É também na capacidade de resposta aos clientes que aposta a Merpeças. Esta empresa que se especializou no comércio de peças para veículos Mercedes “devido ao nosso histórico profissional”, como refere Pedro Sardinha, um dos seus responsáveis - aponta ainda a rapidez na resposta como fator de sucesso face às generalistas, não deixando de referir a procura “constante” de soluções e fornecedores como o principal desafio do negócio, decorrente da necessidade de “acompanhar as novidades e inovações da marca”. Apesar disso, Pedro Sardinha considera que o futuro é das empresas especializadas, que têm um maior know-how do produto, o que poderá ser determinante junto do cliente. Tal opinião é apoiada por José Sequeira, sócio-gerente da Eurofiltros, especialista em soluções de filtragem. Este responsável menciona o know-how dos colaboradores e a otimização da logística como as principais vantagens da empresa “num mercado dominado por empresas generalistas que sabem um pouco de tudo, mas que, na realidade, não sabem muito de quase nada”. Apesar disso, a falta de “produtos para oferecer àqueles clientes que optam por centralizar as compras” é reconhecida como uma desvantagem face a estes. Quanto ao futuro, José Sequeira acredita que, caso se consiga superar a estagnação do mercado, a “especialização continuará a ser valorizada” e terá espaço para crescer.

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AS FERRAMENTAS CERTAS Não tão pressionado pela rapidez, ainda que esta possa constituir-se como fator diferenciador, no setor do comércio de equipamento oficinal, as mais-valias centramse na qualidade e fiabilidade dos produtos comercializados, bem como na capacidade de oferecer ao cliente soluções à medida das suas necessidades. Por isso Pedro de Jesus, responsável máximo da Cometil, afirma que a especialização “tem aplicação apenas em áreas muito específicas”. Para este administrador o negócio deve ser uma parceria entre uma empresa que tem “know-how que lhe permite desenvolver soluções de negócio que garantem retorno económico para os seus clientes” e um fornecedor que “garante formação, assistência técnica e desenvolve soluções de negócio que visam desenvolver a atividade oficinal”. É esta a filosofia da empresa que, assim, consegue melhorar os seus rácios contabilísticos e intensificar a sua presença no mercado. Ao mesmo tempo, o domínio de várias áreas de negócio é “um desafio enorme” para a Cometil, uma vez que, “se a empresa é bem cotada numa determinada gama de produtos, terá de manter o mesmo nível de serviço nos novos produtos que quer passar a oferecer ao mercado”, refere o seu gestor. Para tal é necessário um “investimento elevado” que as empresas especializadas não têm de suportar -, pois, “é necessário ter uma equipa muito experiente e atualizada em termos de conhecimentos técnicos sobre os produtos” que comercializam. O resultado é um esforço diário “triplicado”, mas compensado pelo reconhecimento que a empresa obtém junto dos clientes.

Porque as necessidades dos clientes não são isoladas, a Bosch Car Service defende uma abordagem generalista

A capacidade de disponibilizar uma oferta completa num segmento, com níveis qualitativos e tecnológicos de referência, foi o mote para a criação da Corcet, que se especializou no comércio de equipamento da marca Corghi para casas de pneus. César Teixeira, seu diretor-geral, refere que esta especialização garante que os clientes reconheçam a Corcet como “parceiros fiáveis, tecnicamente competentes e com um conhecimento aprofundado do produto”, o que se deve a terem escolhido trabalhar com uma marca que preenche “todos os requisitos de que necessitamos para desenvolvermos a atividade a que nos propomos”. Esta simbiose é, na opinião de César Teixeira, valiosa o suficiente para que a Corcet não procure alargar a sua oferta de produto a

A MCoutinho Peças vê no seu call center uma das mais-valias face à concorrência

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outras marcas, até porque, garante o próprio, o negócio especializado tem margem para crescer, “desde que se faça uma gestão responsável, em constante adaptação às expetativas do cliente e às exigências do mercado”. Foi exatamente isso que fez António Gonçalves, responsável máximo da Gonçalteam. Atento ao mercado, compreendeu que os seus clientes efetuam um leque mais abrangente de serviços e direcionou a sua empresa para uma oferta generalista, adicionando a “especialização e conhecimentos em cada um dos segmentos em que atua”. E são esses conhecimentos e experiência que asseguram os serviços de pré e pós-venda que a Gonçalteam fornece aos seus clientes, uma “mais-valia” para a

A Corcet não pensa alargar o leque de marcas que comercializa


empresa, no entender de António Gonçalves, pois têm por base uma gama generalista, mas são “fornecidos com conhecimento e experiência em cada uma das áreas de especialista”. Para o futuro, o responsável da Gonçalteam identifica como desafios das empresas generalistas “a capacidade de ter e dar formação dos produtos e das técnicas e saber acompanhar as tendências do mercado”, mas não teme a concorrência dos especialistas e vaticina que “ambos continuarão a subsistir, uma vez que a alternativa no mercado a nível de fornecedores é tão grande, que é fácil por diversos motivos comprar em ambos os tipos de fornecedores”. SABER FAZER A contínua atualização de conhecimentos é o desafio diário que alicia e motiva a laboração da HPTurbo, empresa especialista na reparação de turbos. Para serem “a única com capacidade de reparar, reconstruir, modificar e preparar um turbo sem recorrer a terceiros”, como diz Nuno Ribeiro, seu gestor, a empresa dispõe de vários equipamentos específicos para este negócio. Desta forma consegue alcançar “uma maior qualidade”, que “os generalistas não conseguem”. Apesar de ver como única desvantagem ao seu negócio a “diminuição dos motores de combustão face aos elétricos”, Nuno Ribeiro não deixa de referir que um grande desafio será conseguir “manter a qualidade dos nossos serviços face à grande concorrência”. A concorrência é algo que Pedro Pereira, gerente da American Muscle, não teme. Esta empresa, que se especializa na reparação de veículos da marca Jeep, aposta na rapidez


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GASPAR AUTO FUTURO A TERMO A Gaspar Auto nasceu em outubro de 2008, dois anos antes do encerramento definitivo co construtor sueco, tendo como base uma aposta num projeto familiar, como nos conta o seu gerente, Paulo Lopes. “É uma paixão de família. Eu não conheci outro carro desde que nasci. O meu pai trabalhou 40 anos na Saab e quando se préreformou decidimos avançar com este projeto.” Atualmente com seis colaboradores, a Gaspar Auto é uma referência no que respeita à reparação e manutenção de viaturas da marca Saab e faturou em 2015 perto de 500 mil euros, uma melhoria face aos resultados de 2014, o que Paulo Lopes atribui “a um maior esforço de todos”, pois não tendo a base de clientes crescido, todos precisam de “trabalhar mais para compensar a crise que temos todos atravessado e que se mantém, ao contrário do que muitos dizem”. A base de clientes é, aliás, algo que tenderá a diminuir com o tempo, pois o encerramento definitivo da Saab há seis anos faz com que os modelos que necessitem de reparação diminuam inexoravelmente. Paulo Lopes sabe que, ao liderar uma empresa especializada numa marca que já não está a ser comercializada, o futuro corre a termo certo. Ainda assim, este gestor não vê desvantagens na escolha da Saab, uma vez que ser “especializado e ‘bom’ numa marca são mais-valias para atrair clientes, ainda mais sendo a Saab uma das marcas com maior fidelização de clientes em todo o mundo”. Para Paulo Lopes, “quem tem um Saab, tem porque gosta mesmo e não porque quer apenas um bom carro” e isso garante que os donos destes modelos suecos apostem na manutenção dos seus automóveis, o que lhe garantirá que nunca abandonarão o serviço Saab, pois “existem muitos Saab e existirão durante muitos anos”. Ainda assim, Paulo Lopes aponta como “o nosso grande desafio” a vida pós-Saab. A solução passará, sempre, pela especialização: “procurar outra marca e tentar desenvolver a mesma qualidade de serviço que fazemos ao cliente Saab.”

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do serviço para se distinguir das oficinas multimarca. Como o próprio afirma, “estando especializados numa marca, conseguimos resolver muitas das avarias e dos problemas dos carros em muito menos tempo do que se fôssemos uma oficina multimarca”. A empresa mantém em stock as peças de maior rotação, garantindo que “o carro entra de manhã e sai à tarde”. Ao consegui-lo, a American Muscle goza de confiança por parte do cliente. Tanta que Pedro Pereira refere: “Temos clientes que também têm carros de outras marcas e que só confiam em nós para repará-los.” Da mesma forma, o conhecimento profundo dos modelos da marca americana é apontado como fator de sucesso para esta empresa, pois, para o seu gerente, “o futuro é dos especialistas. As pessoas cada vez mais procuram oficinas especializadas, porque não querem que se cometam erros nas suas reparações”. Já Raquel Marinho, Trade Marketeer da Bosch Car Service Portugal, é da opinião que as oficinas generalistas têm vantagem face às especializadas, pois “as necessidades do cliente não são isoladas e, como tal, a oferta tende a tornar-se mais generalista”. Esta rede pretende “ser um parceiro de confiança dos automobilistas, quer na vertente dos particulares, quer na vertente das frotas empresariais”, tendo, por isso, obrigatoriamente, uma oferta multimarca. E Raquel Marinho não vê nisso desvantagens, antes desafios. O maior é mesmo “estar apto a dar resposta a uma diversidade de marcas e modelos significativa e ter a melhor resposta para qualquer solicitação por parte do cliente”.

Com o foco na qualidade, a aposta formativa é um aspeto fulcral do negócio. Por isso a Bosch disponibiliza às oficinas “um amplo e diversificado programa de formação técnica e empresarial”. A formação profissional é também um pilar fundamental do funcionamento da rede Roady, que também propõe uma oferta multimarca nos seus centros. A qualificação é, como aponta Emanuel Eusébio, administrador da rede, “adaptada às necessidades de cada colaborador e à constante evolução tecnológica do mercado”. Esta rede, que tem como objetivo chegar a “um potencial de cliente/mercado maior e mais abrangente”, aposta numa boa relação qualidade/preço como fator de sucesso. Tal consegue-se, no entender de Emanuel Eusébio, pelo facto de estar integrada na cadeia internacional de distribuição do Grupo Os Mosqueteiros, o que lhe permite praticar “preços bastante agressivos”. Também o modelo de gestão da rede, com autonomia de cada um dos centros, e a proximidade ao cliente, permitem aos centros estarem mais próximos das necessidades do seu públicoalvo. Em qualquer destes ramos de atividade, a rapidez do serviço e o conhecimento do produto são fatores cruciais para o sucesso do negócio e, tanto as empresas especializadas, como as generalistas apostam neles para fazer crescer a sua atividade, apontando-os como trunfos para o sucesso. A realidade que parece emergir deste confronto de filosofias é que não há caminhos melhores ou piores, antes formas diferentes de fazer o mesmo: servir com qualidade o cliente.

A American Muscle aposta na rapidez e no know-how para fidelizar os seus clientes



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publireportagem

Karterlub

Consolidação da marca Comma

A Karterlub é distribuidora oficial de lubrificantes Comma em Portugal, corporizando a estratégia de expansão da marca britânica no mercado nacional. Para assegurar o sucesso, técnicos da Cosan asseguram formações frequentes, a equipas de vendas e clientes.

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uem está no negócio dos lubrificantes, sabe que a Karterlub é já um histórico do setor no norte do país. Há mais de 25 anos que a empresa de Lousada comercializa lubrificantes, tendo representado diversas marcas ao longo do seu percurso. Contudo, a aposta agora é na marca Comma, que recentemente entrou no mercado português, e que apesar de ser ainda um pouco desconhecida, não o é na realidade para a Karterlub. “Na década de 80, comercializámos, por exemplo, a marca Esso e já nessa altura alguns desses produtos eram fabricados pela Comma, tal como ainda acontece atualmente para outras marcas”, nomeadamente a linha Car Care Mobil, começa por referir José Gonçalves, gerente da Karterlub. A Cosan, atual proprietária da marca Comma, é um parceiro estratégico a nível global da ExxonMobil, quer do ponto de vista da produção, quer da distribuição. Em 2012, a Comma foi adquirida pela Cosan à ExxonMobil sendo neste momento uma marca 100% do grupo Cosan. O grande objetivo da Cosan é tornar a marca Comma um player importante no domínio dos lubrificantes Automotive à escala global. A Comma é líder

Caixa e transmissão

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CONTACTOS KARTERLUB GERENTE José Freitas Gonçalves TELEFONE 255 814 989 - 963005050 E-MAIL geral@karterlub.com WEBSITE www.karterlub.com

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Motor


no mercado Inglês e replicar esse sucesso para outros países é o principal desafio. Os produtos Comma são tecnologicamente do melhor que se faz na Indústria dos lubrificantes, capazes de competir com os Brands chamados premium e a preços bem mais competitivos. O início do projeto Comma na Karterlub foi em setembro de 2013, depois de alguma procura deste distribuidor por novas marcas. A aposta na Comma justifica-se, segundo José Gonçalves, pelo “conhecimento de longa data que tínhamos deste Brand e a enorme confiança que nos transmitia, sabendo nós a qualidade destes produtos e o enorme potencial técnico que tem. Logicamente que o projecto Comma, a ambição de crescimento e a excelência dos produtos também nos atraiu bastante e, por isso, nos juntamos a este projeto. Queremos ser um parceiro de referência para a Cosan Lubricants, trabalhando o mercado de forma efetiva, ajudando no desenvolvimento e crescimento da marca Comma em Portugal”. PROJETO Depois de uma forte presença da marca Comma no norte do país - assegurada por revendedores e cinco comerciais da própria Karterlub, que visitam diretamente o mercado do aftermarket e oficinas numa área de proximidade -, a Karterlub também já trabalha noutras regiões do país, nomeadamente no Algarve e ilhas, com revendedores estrategicamente selecionados. No entanto,

está ativamente à procura de novos parceiros disponíveis para a expansão deste projeto. A Karterlub possui espaço para armazenagem de cerca de 2500m2 de área coberta e stocks suficiente de produtos, de forma a poder responder de imediato à generalidade das solicitações. A distribuição periférica é feita diretamente pela Karterlub, e a restante é efetuada por operadores logísticos que asseguram as entregas de acordo com as necessidades dos clientes. O grande desafio para a Karterlub “é trabalhar com dedicação o mercado aftermarket sempre com o focus na satisfação dos nossos clientes com o objetivo de prestarmos o melhor serviço possível, já que a qualidade dos produtos é excelente. Conjugando um produto de topo com um serviço de excelência, conseguiremos certamente atingir os nossos objetivos de crescimento. Temos vindo a crescer de forma sustentada, estando já neste momento com números de vendas e tonelagens bem acima do que eram as nossas expetativas iniciais”, assegura o mesmo responsável, explicando este sucesso com o “conhecimento da marca, diversidade dos produtos, bem como pela relação preço/qualidade, o que nos garante um excelente posicionamento no mercado, nomeadamente nesta fase de dificuldades que o País atravessa e especificamente o setor oficinal. Prova deste sucesso é a nossa distinção como PME líder e Excelência 2013, 2014 e Líder em 2015”.

Um dado muito importante no entender de José Gonçalves é que todo o negócio Comma está também suportado por importantes ferramentas informáticas, guias de aplicação de produtos, fichas técnicas e de segurança, entre muita outra informação que atesta a qualidade e a certificação dos produtos Comma. A Comma tem já uma plataforma on-line que disponibiliza estas ferramentas técnicas, para consulta dos profissionais, e módulos de formação também em português. “Esta ferramenta permite escolher o lubrificante que tecnicamente mais se adequa, partindo da seleção da viatura em questão. Cumprida esta indicação, a Comma assume a responsabilidade total dos seus produtos, desresponsabilizando assim as oficinas”, afirma José Gonçalves. Mas as apostas da Karterlub não se ficam por aqui. A empresa investe na formação dos seus comerciais e nos comerciais dos seus revendedores, pois acha que “todos estes profissionais para terem sucesso, e para projetarem as suas empresas, devem conhecer em profundidade o produto que vendem, pois só assim se consegue fazer vendas sustentadas. Provas disso têm sido as frequentes formações dadas pela equipa técnica da Cosan”, explica José Gonçalves, que diz que “para nós é fundamental continuar a investir na formação e na informação, pois ela é vital na nossa atividade e fundamental na transmissão da confiança aos nossos clientes”.

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Lubrificantes

A olear o futuro Na vanguarda da tecnologia, as marcas de lubrificantes desdobram-se em esforços para superar a crescente exigência dos fabricantes de automóveis e antecipar as suas necessidades. Num mercado que evolui a um ritmo alucinante, a tendência é para um progressivo aumento de referências, o que trará desafios a distribuidores e retalhistas. TEXTO ANDREIA AMARAL

À

semelhança do que tem acontecido a nível tecnológico nos automóveis, também os lubrificantes têm sido alvo de profundos desenvolvimentos. No sentido de acompanharem as crescentes exigências impostas aos construtores a nível ambiental, e que se consubstanciam na adoção das normas Euro, as principais marcas têm apostado em formulações que, cada vez mais, permitam diminuir os consumos de combustível e o desgaste dos elementos. Assiste-se, assim, a uma crescente preponderância dos produtos 100% sintéticos e com viscosidades progressivamente inferiores. No entanto, e se estes lubrificantes são os indicados para veículos mais recentes, em países como Portugal, onde existe ainda um parque circulante com uma idade média alta, continua a persistir a necessidade de lubrificantes semissintéticos e minerais. Perante uma crescente dispersão do mercado, impõe-se, aos fabricantes, distribuidores e retalhistas, um esforço contínuo de atualização e diversificação da oferta. Essa é, precisamente, a opinião de Paulo Santos, Brand Manager da marca Valvoline, distribuída pela Krautli Portugal: “O mercado de lubrificantes a nível nacional tem evoluído de uma forma bastante dinâmica, altamente influenciado pelas atuais exigências do nosso parque circulante. Nesse sentido, o mercado exige uma cada vez maior abrangência de gama, com mais referências e maiores níveis técnicos de desempenho, capazes de fazerem face aos crescentes intervalos entre manutenções, menores quantidades de lubrificante

nos cárteres e mais rigorosos índices de poluição.” Contudo, segundo afirma, esta dinâmica não se traduz num aumento das vendas, já que, ao nível da tonelagem, “na última década, o mercado global contraiu mais de 50%”. Sendo certo que a crise económica afetou o aumento de resultados, por via da redução dos níveis de consumo, também o facto de se assistir a uma tendência para a adoção de motores de menor cilindrada, o que influencia o número de litros necessários ao seu normal funcionamento, se fez ressentir na procura. Adicionalmente, para José António Monjardino, administrador da AB Lubs, existem outros fatores, que não os de ordem tecnológica e económica, a contribuírem para a contração: “As estruturas comerciais de lubrificantes em Portugal estão desenhadas para o antigo paradigma de escoamento de produto baseado em volumetria. Nesse quadro Portugal tem uma sobrecapacidade instalada de produção, armazenagem e distribuição de lubrificantes”. Na sua opinião, apesar de a tecnologia automóvel empurrar o negócio para produtos de baixa volumetria e alto valor transacional, “o mercado português, devido às suas circunstâncias específicas, tem uma pequena dimensão e um parque automóvel com tecnologias de 30 anos. O resultado é uma proliferação de marcas, umas viradas para as novas tecnologias automóvel (onde imperam os produtos sintéticos) e outras baseadas em tecnologia antiga (base mineral), mas que são as adequadas aos modelos com mais de 10 anos”. Assim, reitera: “O desafio para um operador em Portugal é resolver ambas as equações, porque Portugal não tem dimensão para resolver só uma destas equações.”

A este respeito, José Gonçalves, administrador da Karterlub, que distribui a Comma, refere mesmo: “Verifica-se que existem ainda muitíssimos produtos de baixa qualidade, muitas vezes com reivindicações de normas obsoletas e, por isso, a preços muito baixos, que tornam este mercado extremamente difícil.” Indicando que “existe muito pouca ou quase nenhuma fiscalização neste setor”, o administrador considera, no entanto, que os profissionais “estão cada vez mais informados e atentos, compreendendo que esta falsa economia muitas vezes se traduz mais tarde em prejuízo”. ONDE RESIDE A DIFERENÇA Conforme explica Paulo Santos, “os lubrificantes são cada vez mais complexos e dedicados em função das exigências de cada fabricante auto, e quando me refiro a construtor auto refiro-me a quem faz a viatura e não ao construtor do motor da mesma, que pode ser aplicado em várias marcas. Isto significa que um mesmo motor em determinada marca pode utilizar um produto e noutra marca um completamente distinto”. A razão prende-se com o facto de, atualmente, os lubrificantes cumprirem mais funções do que a simples lubrificação e terem uma forte influência no consumo de combustível, na emissão de gases poluente, no ciclo de vida de peças e da viatura, e,

PAULO SANTOS DIZ QUE O MERCADO DE LUBRIFICANTES TEM EVOLUÍDO DE FORMA BASTANTE DINÂMICA MARÇO 2016

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como consequência, na pegada ambiental. Assim, segundo o responsável da Krautli, os lubrificantes são diferentes entre si e a qualidade dos mesmos está “fortemente associada às bases, sua proveniência e respetiva combinação/quantidade de aditivos utilizados na sua formulação”. Embora os lubrificantes utilizem por norma os mesmos aditivos, que, inclusivamente, provêm muitas vezes das mesmas indústrias químicas, a forma como são conjugados difere. Entre eles encontramos dispersantes, detergentes, diluentes, agentes antidesgaste, antioxidantes, modificadores de fricção, depressores de fluidez, condicionadores de selagem, aditivos antiespuma, inibidores de corrosão, aditivos de extrema pressão e corantes. “Um dos fatores que diferencia os lubrificantes é a qualidade e quantidade dos ‘ingredientes’ utilizados. Um lubrificante é composto por uma base e aditivos, existem bases e aditivos de vários tipos e preços. Os fabricantes de baixo preço utilizam menos aditivos e de menor qualidade. Depois cada um dos nossos produtos tem uma fórmula específica”, defende Hugo Brito, Area Manager para Portugal da Motul. UMA QUESTÃO DE QUALIDADE Fortemente impulsionados pela necessidade de reduzir a pegada ambiental, os óleos regenerados estão, hoje, na ordem do dia. Assunto ainda polémico, há quem considere que o recurso a eles representa uma menor qualidade no produto final. Em questão está o facto de os lubrificantes serem feitos a partir de petróleo, um recurso escasso e que pesa brutalmente na economia europeia. Para evitar o desperdício, naquele que é um reaproveitamento da matéria-prima, a Comissão Europeia tem promovido a sua regeneração, de forma a incorporarem novos lubrificantes, sem que se tenha de recorrer a mais reservas de petróleo. Aliás, na sequência de políticas públicas de incentivo à autossustentabilidade, a Enviroil investiu cerca de 8,5 milhões de euros na primeira unidade de regeneração de óleos usados, instalada na Carregueira e inaugurada no ano passado. “Entendo esta questão como muito pertinente, porque muito fabricantes tendem a desprestigiar os lubrificantes regenerados, imputando nos mesmos baixos níveis de

OS FABRICANTES DE BAIXO PREÇO UTILIZAM MENOS ADITIVOS E DE MENOR QUALIDADE, AFIRMA HUGO BRITO

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qualidade, como forma de se destacarem e promoverem tecnologicamente”, afirma Paulo Santos, enquanto reitera: “Creio que, em resposta a esta pergunta, alguns vão ter de assumir um novo discurso.” Antevendo que esta será, indubitavelmente, uma tendência, o responsável avança que este tipo de produtos “tem vindo a sofrer uma forte procura no mercado de pesados de mercadorias, garantindo uma considerável diminuição da pegada ambiental da frota”. MAIOR EXIGÊNCIA No que diz respeito ao futuro, a descontinuação dos lubrificantes minerais, que atualmente são utilizados apenas nos veículos mais antigos, parece ser uma certeza. “Os produtos 100% sintéticos são o presente e o futuro. Os semissintéticos e minerais já não são utilizados nos automóveis novos em primeiro equipamento há largos anos e têm tendência em desaparecer”, reitera Hugo Brito.

Também Paulo Santos defende que “a tendência do mercado dos lubrificantes passa por produtos tecnologicamente mais evoluídos, capazes de diminuírem o consumo de combustível e as emissões poluentes resultantes do funcionamento dos veículos e respetivos sistemas de lubrificação”, defende Paulo Santos. “Associado a isto, a forte tendência no alargamento dos períodos de manutenção tende a tornar possíveis intervalos de 50 000 km em viaturas ligeiras, no que toca a lubrificantes de motor”, afirma ainda o responsável, constatando que se assiste à propagação dos baixos índices de viscosidade, do tipo 0W-20, 5W-20 e, num futuro muito próximo, 0W-16. Por seu lado, Nines García de la Fuente, Diretora Geral para Portugal e Espanha da Delphi Product & Service Solutions, indica que estão a ser “introduzidos lubrificantes específicos aprovados por cada fabricante


SABER ESCOLHER

de automóveis”. Para a responsável, se esta tendência prosseguir, “cada fabricante irá, eventualmente, recomendar o seu próprio tipo de lubrificante, o que irá exigir às oficinas independentes que armazenem vários tipos de lubrificantes para cobrir as exigências e validar as garantias”. A nível daquele que terá de ser o trabalho nas oficinas e o esforço dos técnicos, Hugo Brito sublinha ainda que, devido às maiores PUBLICIDADE

exigências em termos de diversidade de produtos, assim como em termos de necessidade de informação e apoio, estas “irão dar preferência às marcas de alta qualidade”. “O preço continuará a ser uma variável importante e as oficinas e distribuidores procurarão os parceiros que lhe proporcionarem a melhor relação entre preço, qualidade, serviço e informação técnica”, conclui.

No momento de selecionar o lubrificante correto, as marcas aconselham o técnico a certificar-se de que as homologações dos fabricantes são cumpridas. “Quando nos deparamos com a substituição destes fluidos, existe uma regra de ouro: cumprir pelo menos com a recomendação do construtor. Aparentemente uma regra simples, contudo nem sempre é cumprida por razões várias, sejam elas de ordem económica ou logística”, assume Nuno Rosa Garoupa, Sales Manager da MBML Solutions, distribuidora da marca Bardahl. Também José António Monjardino, administrador da AB Lubs, defende que “um bom mecânico sabe prescrever a solução mais adequada ao cliente e ao valor percebido”, mas que, “no mercado, muitas marcas prescrevem em excesso ou em produtos com qualidade inferior ao necessário”. Neste âmbito, José Gonçalves, da Karterlub, alerta ainda para outro facto: “Qualquer veículo moderno vem equipado com filtros de partículas e/ou catalisadores, que são extremamente sensíveis ao tipo de óleo de motor utilizado, assim como os turbocompressores, um componente também cada vez mais comum em veículos modernos. Se a isto juntarmos o facto de os intervalos de mudança de óleo serem cada vez maiores, a não utilização do produto adequado poderá trazer consequências negativas ao motor e seus componentes, muitas vezes de resolução extremamente dispendiosa.”


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ESPECIAL Produto

Oferta diversificada Com o intuito de responder às diferentes necessidades dos clientes, multiplicam-se, no mercado dos lubrificantes, propostas inovadoras. Damos-lhe a conhecer algumas das mais relevantes. TEXTO: ANDREIA AMARAL

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mercado dos lubrificantes é marcado por uma dinâmica notável, em que se destaca a frequência com que são lançados novos produtos, tecnologias mais avançadas e formulações melhoradas. De seguida, apresentamos as principais novidades das marcas de lubrificantes comercializadas em Portugal.

AB LUBS Para o setor premium e de novas tecnologias, a AB Lubs apresenta os produtos Texaco, com as suas linhas Havoline para ligeiros e Ursa para pesados. Para as tecnologias mais antigas, disponibiliza a solução genérica de “AB Lubs”, com as gamas AB Tech para ligeiros e AB Truck para pesados. De acordo com José António Monjardino, administrador da empresa, ambas as linhas cumprem “escrupulosamente as especificações (dos construtores e/ou ACEA e API)” e “dão o binómio preço/qualidade melhor do mercado” (AB Tech para ligeiros e AB Truck para pesados). Dispõe ainda de outras gamas de produtos que cobrem as restantes necessidades

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dos clientes, nomeadamente para transmissões ou aplicações industriais. ARCHOIL Focada no desenvolvimento de produtos de nanotecnologia, a Archoil tem uma gama que recorre a diferentes complexos químicos, tais como o nanoborato de potássio, o nano dissulfureto de tungstênio ou o nano nitreto de boro hexagonal. Disponibiliza soluções para tratamento e proteção anticorrosão, massas lubrificantes, aditivos para tratamento de combustível e modificadores de fricção. Deste grupo, destacam-se as soluções de tratamento do sistema de fluídos, limpeza de turbocompressores e limpeza de catalisadores e filtro de partículas, sem necessidade de abertura dos equipamentos e componentes, pois são produtos para misturar no combustível que têm ação durante a queima do mesmo. “Os resultados são surpreendentes, pois a libertação controlada de resíduos de carbono, verniz e outras impurezas acumuladas aumenta a eficiência da injeção reduzindo os consumos significativamente”, explica Ruben Hilário, Diretor Comercial da Archoil Portugal. O responsável avança ainda que outra solução de vanguarda disponibilizada pela marca é a tecnologia de nano quelação, “utilizada no produto para remover corrosão, que é à base de água e que funciona com base numa molécula desenvolvida para agarrar, à nano-escala, as moléculas de óxido que constituem a superfície metálica corroída, que, desta forma, fica livre de ferrugem rápida e profundamente”. DELPHI A Delphi tem uma gama alargada de lubrificantes, que se distribuem entre minerais, semissintéticos e 100% sintéticos, seguindo as recomendações LOW SAP (com baixos teores de enxofre, fósforo e baixa formação de cinzas sulfatadas) dos tipos C1, C2, C3 e C4. Nesse sentido, tem 164 referências de óleos e fluidos de motor e


transmissão. Disponibilizados em recipientes que podem variar entre um litro e mil litros, estes lubrificantes podem ser enviados em paletes para os clientes que trabalham com grandes volumes, capacidade de stock e querem melhores preços. Nines García de la Fuente, Diretora para Portugal e Espanha da Delphi Product & Service Solutions, destaca as mais recentes novidades: o SAE 0W30 C2 B712312, formulado por os motores Blue HDI da PSA; o SAE 0W30 C3 LL-04 e o MB 229-51 para motores BMW; o M2C 937A SAE 0W40 para Ford e o RN 0700/0710 para Renault. FAHER A FAHER apresenta-se no mercado nacional com um conjunto de produtos que aumentam a viscosidade do óleo e que diminuem a fricção das peças até 90%, prolongando a vida útil dos componentes. A gama passou a incluir, recentemente, tratamentos antifricção para veículos com filtros de partículas e de limpeza de válvulas EGR e sonda lambda. Contempla ainda lubrificantes para motores, caixas de velocidades, diferenciais, direção assistida e óleo de dois tempos. Entre as principais características dos produtos, destacam-se a inibição da oxidação e da corrosão, a potenciação do indicador de viscosidade, a redução da fluidez, da fricção e do desgaste e o aumento da capacidade de impregnação. FUCHS Todos os anos, a FUCHS lança novos produtos e faz diversos “uprades” aos produtos em comercialização, com as novas aprovações oficiais dos fabricantes. A marca acaba de lançar dois produtos com aprovações oficiais da Volvo veículos ligeiros, que até à data eram inexistentes no seu portefólio. A gama é constituída pela linha GT1, para o segmento de ligeiros, e pela linha Cargo, para os veículos pesados. “Estas linhas premium de lubrificantes para motores são dedicadas principalmente aos veículos mais recentes, equipados com filtros de partículas e/ou outros sistemas de tratamento de gases de escape”, esclarece Paul Cezanne, Diretor Geral da marca em Portugal. Como inovação, o responsável destaca a integração da nova tecnologia XTL (Xtreme Temperature Lubrication),

exclusiva da FUCHS, que permite obter um óleo de motor com um índice de viscosidade muito elevado. “Isto significa que a viscosidade é muito menos dependente da temperatura e apresenta uma excelente estabilidade ao envelhecimento e um potencial desempenho em todas as condições de funcionamento.” Circulação do óleo até 55% mais rápida, consumo de óleo inferior até 18%, arranques até 35% mais rápidos, redução até 1,7% no consumo de combustível e resistência ao envelhecimento com redução até 38 % na variação da viscosidade são as principais características assinaladas. KARTERLUB - COMMA O início de 2016 trouxe várias novidades em termos da gama de produtos Comma, distribuídos em Portugal pela Karterlub. A gama dos lubrificantes de caixas de velocidades e transmissão foi atualizada com a introdução de um novo produto – o MVMTF Plus 75W - e com o upgrade da formulação de três produtos (MVMTF Plus 75W90, MVMTF Plus 75W80 e EP75W80 Plus), que se traduziu num aumento da cobertura do mercado, para 80% no caso das transmissões automáticas e 84% no caso das transmissões manuais. Foi também introduzido um novo óleo de

motor, o Eco-P 0W-30, que cumpre as normas PSA B71 2312 e ACEA C2 e é recomendado para veículos equipados com motores PSA (Peugeot/ Citroen) BlueHDi e PureTech. Este produto junta-se aos outros 15 que compõem a gama premium da Comma, a Performace Motor Oil, que cobre 99% do parque automóvel e está disponível em embalagens de 1L, 5L, 20L e em barril de 199L. A gama Xflow procura oferecer uma segunda opção a preços mais acessíveis, no entanto a cobertura de especificações é mais reduzida. Na área dos pesados, a gama Transflow inclui produtos adequados a motores desde EURO 1 até EURO 6 e conta com várias aprovações oficiais de construtores. Já a gama Classic é desenvolvida especificamente para veículos clássicos. KRAUTLI - VALVOLINE A comemorar em 2016 os seus 150 anos, a Valvoline tem sido, ao longo da sua história, pioneira no lançamento de inúmeras inovações. De acordo com Paulo Santos, Brand Manager da insígnia, representada em Portugal pela Krautli, “a Valvoline foi a primeira marca a disponibilizar produtos capazes de substituir a lubrificação com base em gorduras animais (All Climat), foi a primeira marca a disponibilizar produtos de base sintética (Durablend), a lançar produtos especialmente aditivados, destinados a viaturas com elevado número de quilómetros (MaxLife) e, mais recentemente, a lançar uma gama especifica de produtos

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Mesmo para este ano, planeamos lançar mais de 10 novos lubrificantes. Temos previsto, por exemplo, uma grande inovação, um produto com um grau de viscosidade 0W16”, avança Hugo Brito, Area Manager para Portugal. Por enquanto, as principais gamas em termos de volume de vendas são a 8100 e a Specific. Ambas são fabricadas com bases 100% sintéticas e estão homologados pelos fabricantes de automóveis. Como novidade, a Motul apresenta um lubrificante de motor SPECIFIC RBS0-2AE 0W-20, produto “Fuel Economy”, 100% sintético e de elevadas prestações, especialmente desenhado para motores VOLVO «DRIVE-E» a Gasolina (VEP) e Diesel (VED) de última geração. O produto permite obter uma película lubrificante muito resistente, para facilitar os arranques a frio, reduzir as fricções no motor, manter a pressão e reduzir as temperaturas de funcionamento do motor. Além disso, é resistente a elevadas temperaturas e à oxidação, limita a formação de depósitos e reduz o desgaste.

regenerados para mercados específicos (NextGen)”. Com aprovações por parte dos mais variados fabricantes de viaturas ligeiras e pesadas, esta é, como o responsável explica, uma linha “para clientes mais exigentes e com preocupações ambientais mais vincadas”. A gama de produtos Valvoline é bastante abrangente, mas, no que toca a lubrificantes de motor para viaturas ligeiras, e além das já referidas, destaca-se a gama Synpower, desenvolvida para aplicações mais exigentes nos veículos modernos. LUBRIGRUPO - MOBIL Distribuída pelo Lubrigrupo, a Mobil tem acompanhado os constantes progressos e evoluções do mercado, disponibilizando produtos que, segundo Marco Pacheco, responsável comercial do Lubrigrupo, “são desenvolvidos para proporcionar a máxima limpeza, proteção antidesgaste e economia de combustível, reduzindo assim as emissões de CO2”. No segmento dos lubrificantes para veículos ligeiros, as mais recentes inovações introduzidas estão precisamente relacionadas com propriedades de eficiência energética, como é o caso da potencial economia de combustível e dos intervalos de mudança de óleo mais alargados. No portefólio de produtos destacam-se os lubrificantes sintéticos Mobil 1 e Mobil Super 3000, que incluem, de acordo com o responsável, algumas das mais avançadas tecnologias de ponta disponíveis neste domínio. “Não só oferecem qualidade, mantendo o desempenho do motor como novo, mas também ganhos de eficiência no que respeita à economia de combustível, prolongamento da vida útil do óleo e redução

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da emissão de gases de escape.” Além disso, do ponto de vista ambiental, “garantem a contínua eficácia dos motores mais ecológicos, aumentando a duração dos filtros e diminuindo os custos de manutenção”, e a sua baixa volatilidade garante uma menor poluição. MBML - BARDAHL A MBML Solutions apresenta no mercado nacional as soluções da Bardahl. A marca introduziu recentemente nos seus lubrificantes o FULLERENE C60. Segundo explica Nuno Rosa Garoupa, Sales Manager da MBML, “estas micropartículas, que vistas ao microscópio se parecem com bolas de futebol, atuam como microrrolamentos, reduzindo a fricção para níveis nunca antes registados”. Com especificações que respondem aos requisitos da API (American Petroleum institute), ACEA (Association des Construteurs Européens de l`Automobile) e JASO (Japan Automobile standards Organization), a Bardahl tem um vasto portefólio de aditivos, sprays e lubrificantes. Da oferta, destacam-se as seguintes gamas: XTS, com lubrificantes 100% sintéticos; XTEC, desenvolvida para a poupança de combustível e compatível com sistemas diesel com filtros de partículas; XTC, de semissintéticos; XTM, de minerais; e, por fim, XTG, desenvolvida para as transmissões (manuais ou automáticas). MOTUL Com o objetivo de fazer face às normas Euro 6, já em vigor, e Euro 7, projetadas para 2020, a Motul inaugurou recentemente um novo laboratório. “A Motul tem na calha, para os próximos anos, vários lançamentos de novos produtos.

PETRONAS Na sua gama de lubrificantes, a Petronas tem em destaque a linha Syntium. A sua mais recente formulação, com tecnologia CoolTech, foi desenvolvida para combater o excesso de calor no motor, que pode danificar os principais componentes. O Petronas Syntium com tecnologia CoolTech foi concebido com cadeias moleculares de óleo reforçadas para absorver e transferir eficazmente o excesso de calor das principais peças do motor de forma eficaz. Excede as normas API, ACEA e do Comité Internacional de Normalização e Aprovação de Lubrificantes (ILSAC). De acordo com a marca, este óleo de motor oferece uma melhor resistência ao desgaste do came em mais de 70%, uma melhor resistência à oxidação acima dos 60% e uma proteção contra a acumulação de depósitos no pistão superior de mais de 30%. REPSOL Com um Centro Tecnológico dedicado ao desenvolvimento dos seus produtos, a Repsol criou um conjunto de novas fórmulas para cumprir com as exigências dos motores Euro 6, tanto nos veículos ligeiros como nos pesados, que acompanham o compromisso da redução do consumo de combustível e os períodos de mudança mais alargados. A marca tem uma oferta completa para motores, caixas de velocidades e transmissões: a gama Elite para veículos ligeiros; a gama Diesel Turbo, para veículos pesados; e as gamas Cartago e Matic, para as transmissões manuais e automáticas, respetivamente. Os lubrificantes Repsol cumprem com os parâmetros de qualidade, ACEA e API, além de estarem homologados pelos principais fabricantes de veículos automóvel.



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Peugeot Partner Tepee 1.6 BlueHDI

O bom companheiro Versátil e moderno, o Peugeot Partner Tepee sobressai pela modularidade e competência, características que o tornam um excelente parceiro em qualquer circunstância. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

P

osicionado num segmento próprio - que a Peugeot designou como “ludospace” em 1998 –, o Partner Tepee apresenta-se como um veículo multiusos repleto de argumentos. Espaçoso e confortável para a família, robusto e modular para as atividades lúdicas outdoor, consegue ainda dar “um pulinho” ao trabalho para algumas operações de transporte de mercadorias, ou não tivesse ele sido construído sobre a base de um comercial. No entanto, fazê-lo poderá parecer quase que um crime aos mais estimados, já que, quando se entra no habitáculo, a atmosfera transporta-nos para uma realidade premium.

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Em matéria de estilo, a mais recente versão do Partner Tepee apresenta uma frente renovada, com um novo para-choques, que acolhe luzes diurnas de LED (de acordo com o nível de equipamento), grelha e grupos óticos redesenhados, a acentuarem a robustez estética. Disponível em duas novas cores, o Cinzento Moka e o Cinzento Artense, o Tepee tem também as novas jantes em liga leve de 16’’ Managua de oito raios, um opcional que acentua o carácter dinâmico. APETÊNCIA TECNOLÓGICA A ampla superfície vidrada e as portas laterais deslizantes são elementos que nos

levam a um interior repleto de luz. Longe dos preconceitos que possam ser lançados pelo formato comercial, até porque partilha a imagem estética com a restante família Partner, o Tepee, que aqui revelamos na versão de equipamento Outdoor, enche o olhar com uma multiplicidade de apelos. Os bancos envolventes, individuais e removíveis atrás (para oferecer um piso de carga plano e um volume de carga entre os 675 e os 3 000 litros) e com apoio de braços nos dianteiros, são o primeiro convite a uma viagem pelo conforto. No lugar do condutor, a ergonomia sobressai, sendo possível ajustar a posição do banco e do volante em altura e profundidade.


+ 500 peças febi

Para as + de 28 mil Partners em circulação

Espaçoso o suficiente para os transportes do dia a dia e para a bagagem de toda a família, o Peugeot Partner Tepee não deslumbra nas performances, mas não compromete a segurança.

Os materiais utilizados são macios ao toque, embora, em alguns casos, a qualidade dos plásticos pudesse ser superior. Mesmo assim, o Tepee não sai penalizado, já que oferece uma grande habitabilidade aos ocupantes. Com diversos locais de arrumação – nas portas, consola central removível e na prateleira posicionada junto ao tejadilho -, oferece 194 litros entre abertos e fechados espalhados pelo habitáculo. Na consola central, o Tepee demonstra a sua modernidade e apetência tecnológica através de um Touch Screen de 7”, com 6 altifalantes, tomada USB e Jack, Bluetooth, sistema de navegação incorporado e função MirrorScreen, que permite duplicar o melhor das suas aplicações móveis no monitor. O ar condicionado é automático, existe um pack de visibilidade e um sistema de apoio ao estacionamento com uma câmara de alta definição.

FIABILIDADE E SEGURANÇA Equipado com o bloco 1.6 BlueHDI, o Tepee surge com uma gama de motorizações de última geração, que respondem já à norma Euro 6. Disponíveis entre os 100 e os 120 cv, estão acoplados a uma caixa de cinco velocidades manual ou de seis velocidades automática, no primeiro caso, e a uma caixa manual de seis velocidades na versão de 120 cv, a que ensaiámos. Na estrada, o Partner Tepee é, como o próprio nome indica, um excelente companheiro. Não se esperando as maiores capacidades dinâmicas, o Tepee tem até uma desenvoltura surpreendente, impulsionada,

1.6 DIESEL BLUE HDI

120 CV

3000 L

CAPACIDADE DE CARGA

em grande parte, pelo enérgico bloco de 120 cv, que permite recuperações rápidas. Destaque também para os consumos, que, nos mais diversos contextos, não ultrapassaram a barreira dos 6,5l/100 km. As curvas e travagens são também cumpridas com enorme competência, embora a velocidades mais altas não se possa contar com o rolamento em curva que veículos mais compactos oferecem. Não obstante, nos cerca de 700 km que com ele efetuámos, o Tepee nunca nos deixou ficar mal, demonstrando fiabilidade e segurança em todos os domínios e adaptando-se a todas as circunstâncias.

4.2 L

28 550

100 KM

(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA

132 G/KM CO2

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Nexus

Presente e futuro discutidos na Suíça A Nexus revelou aos seus fornecedores e sócios as soluções inovadoras que os levarão ao objetivo de faturação fixado para 2016: nove mil milhões de euros.

F

oi em Montreaux, na Suíça, que se realizou a mais recente reunião do Grupo Nexus com os seus fornecedores e sócios. Nela estiveram presentes os nossos colegas da revista Talleres en Comunicación, que nos relatam que, durante o evento, Gael Escribe, CEO da Nexus International (N!), revelou que o grupo conseguiu em dois anos o que outros demoraram uma década a alcançar: “Somos uma realidade multinacional, global e inovadora, com 59 membros em mais de 84 países.” Depois de, em 2015, terem registado 7250 milhões de euros, Escribe aponta como objetivo para este ano a marca dos nove mil milhões. Mas existem outras metas para este ano: crescer na América do Norte até aos quatro mil milhões de euros; continuar a sua expansão na América Latina; explorar possibilidades de crescimento na Alemanha e em França; criar a Nexus Argélia e a Nexus Subsaariana (que englobará os sócios africanos); e crescer na Ásia-Pacífico, onde existem 25 sócios, 20 dos quais na China. Esta reunião serviu também para o CEO do

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Grupo N! apresentar aos fornecedores a marca própria Drive+, bem como duas iniciativas inovadoras: o portal Connect (uma intranet que liga os fornecedores aos distribuidores) e a Nexus Academy, catalisador de toda a formação do Grupo. A Drive+ é “uma marca própria e exclusiva que se posiciona abaixo das marcas premium mas acima da média das marcas privadas, o que a converte numa boa seleção para os membros do Grupo poderem desenvolver com vista a uma elevada rentabilidade”, explicou Thierry Mugnier, CFO da N!. No último trimestre de 2015, foram lançados os primeiros produtos: discos e pastilhas para travão, filtros, rolamentos e elevadores para faróis. Na primeira metade deste ano, a gama será alargada com a chegada de alternadores e motores de arranque, escovas, embraiagens, baterias, amortecedores, bombas de água e sensores TPMS. O portal Connect é uma intranet que liga os fornecedores aos distribuidores e que engloba em si a ferramenta “Slow Moving Tool”,

criada para facilitar a gestão de stock dos membros em relação a peças de menor rotação e obsoletas, colocando-as numa plataforma comum de onde podem ser encomendadas por qualquer um dos sócios deste grupo multinacional. Por último, foi apresentado o projeto de formação N! Academy, com grande foco na formação de quadros intermédios dos distribuidores e que, em 2017, também integrará cursos e módulos formativos para as oficinas das redes Nexus Auto e Nexus Truck. O terceiro pilar desta academia será a N! School, um seminário de uma semana para 80 distribuidores de 84 países – junto de 12 fornecedores –, centrado em compras e vendas e que permita reforçar o intercâmbio de experiências e boas práticas. A jornada de trabalhos terminou com a entrega de um prémio ao produto mais inovador, as pastilhas EcoFriction da FederalMogul; ao serviço mais inovador, o TechScan, da NTN-SNR; e ao sócio que implementou da melhor forma a estratégia da Nexus, a Dinamik Otomotiv, da Turquia.


Standox

Standolux iQ deteta metamerismo

A

Standolux iQ é a primeira lâmpada de luz natural da Standox. Esta lâmpada consegue tornar visível o metamerismo graças às suas luzes LED especiais. Além disso, os diferentes níveis de intensidade permitem que os pintores ajustem a luminosidade a cores específicas, a fim de evitar o reflexo que pode ocorrer a partir de cores sólidas brilhantes ou tons de efeitos. Para conseguir detetar o metamerismo – situação em que duas amostras de cores parecem iguais sob uma condição de iluminação, mas diferentes sob outra – a Standolux iQ possui uma segunda fonte de

luz integrada, que pode recriar um nível de luminosidade inferior, equivalente ao do pôr do sol. A luminosidade da lâmpada Standolux iQ pode ser ajustada em três diferentes níveis, característica particularmente útil quando se tratam de cores mais claras, atendendo a que uma luz forte e brilhante pode causar um reflexo que, potencialmente, pode conduzir a uma correspondência errada de cor. A Standolux iQ permite ainda detetar defeitos de pintura, tais como a existência de partículas de pó, marcas de lixagem ou pequenas imperfeições no acabamento.

NEXA AUTOCOLOR

FORMAÇÃO TÉCNICA PARA DISTRIBUIDORES A Nexa Autocolor renovou o compromisso para com a sua rede de distribuidores através da concretização da segunda fase do seu plano de formação para estes profissionais. Com conteúdos mais especializados, técnicos e adaptados às necessidades de cada um dos formandos, esta ação visa a qualificação técnica e o conhecimento exaustivo das propriedades dos produtos utilizados, assim como dos melhores processos para conseguir uma reparação eficiente, rentável e com a máxima qualidade. Os primeiros cursos desta segunda fase do plano de formação técnica decorreram, em fevereiro, no Centro de Formação da Nexa Autocolor, em Barcelona. O programa, de dois dias e meio, inclui sessões teóricas e práticas, informação acerca dos produtos e processos recomendados pela marca, com aplicações in situ em carroçarias e outros suportes.

SPIES HECKER

NOVO PRIMÁRIO EM SPRAY A Spies Hecker adicionou ao seu portefólio de produtos um novo primário de secagem rápida numa embalagem em spray: o Priomat 1K Primário para Retoques 4074. O produto é adequado para a preparação de pequenas áreas lixadas até à chapa, como por exemplo em cantos e esquinas do veículo. Pode ser utilizado antes da aplicação da base bicamada. Este primário 1K pode, de igual modo, ser revestido rapidamente e, segundo a marca, proporciona ótimas propriedades de aderência para o acabamento final: “Após apenas uma PUBLICIDADE

aplicação de 1,5 de mãos, a fina camada de Priomat Primário para Retoques 4074 proporciona uma boa proteção contra a corrosão. Pode ser revestido com os sistemas em base aquosa da Spies Hecker, Permahyd Hi-TEC Base Bicamada 480 e Permahyd Base Bicamada 280/285, após um período compreendido entre 10 a 15 minutos de secagem a temperatura ambiente”, indica Evgeny Khmelev, responsável pela formação da

Spies Hecker na Europa, Médio Oriente e África (EMEA). A embalagem em spray deste primário facilita a aplicação e manuseamento durante o trabalho diário, uma vez que o produto já se encontra pronto a usar e possui ainda uma validade de longa duração. Adicionalmente, ajuda a reduzir o tempo dispendido nos processos de reparação, uma vez que elimina o tempo gasto na limpeza da pistola de pintura.


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AUTOBRILLANTE

NOVO POLIMENTO COLAD A EMM é uma marca especializada em material de repintura, que, em Espanha, pertence à estrutura da Autobrillante. Para ampliar a sua gama de produtos relacionados com o processo de polimento, a marca lançou no mercado um novo polimento Colad de corte rápido, com o objetivo de otimizar o processo. De acordo com a Autobrillante, este novo produto permite poupar tempo, facilitando o processo de aplicação, além de não conter agentes nocivos para a saúde. Composto à base de água, sem silicone ou solventes, foi pensado para um polimento agressivo. Desta forma, consegue solucionar de forma eficiente qualquer tipo de imperfeição em todo o tipo de superfícies, sem danificar peças de plástico, nem juntas.

MONROE

WEBSITE CELEBRA CENTENÁRIO A Tenneco continua a celebração do centenário da marca Monroe com o lançamento de um site informativo e de entretenimento – www. monroe100.com – , desenvolvido para os profissionais do ramo automóvel e para os consumidores em todo o mundo. Utilizando um design moderno e que se adapta rapidamente a dispositivos móveis, o novo site oferece várias funcionalidades e conteúdos, onde se destacam a história da marca e os conselhos de manutenção. Os visitantes também podem visualizar, em tempo real, a produção cumulativa estimada de amortecedores Monroe em todo o mundo a cada segundo. Existem ainda diversos vídeos explicativos e entrevistas a alguns dos principais parceiros da Monroe. Além disso, o site disponibiliza os links para a aplicação grátis “Car Mechanic Simulator”, uma App Monroe com um jogo interativo que desafia os participantes a instalar virtualmente amortecedores em menos de cem segundos. De referir que, no âmbito das comemorações, a Tenneco apresentou uma ampla gama de material de merchandising de edição limitada vinculada à celebração do centenário da Monroe.

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Sachs

Catálogo de embraiagens para veículos ligeiros

A

Sachs acaba de lançar o seu novo catálogo de embraiagens para veículos ligeiros e derivados de turismo. Com mais de quatro mil referências, sendo que 350 são novidades, a gama contempla correspondências a muitos dos veículos de nova geração e caracteriza-se por uma cobertura superior a 98% do parque circulante. Assim, o novo catálogo da marca do grupo ZF contempla componentes para veículos como: Audi Q3, Citroën DS3, DS4, DS5, Dacia Dokker, Fiat 500L, Freemont, Ford B-Max, Hyundai i40, Veloster, Mercedes CLA, Citan, Nissan NV200, NV400, Opel Adam, Mokka, Zafira Tourer, Peugeot 208, 2008, Seat Leon III, Mii, Toledo IV, VW Amarok, Golf VII, Up, etc.. Para além de ter uma versão impressa, o catálogo pode ser consultado online e descarregado no site da marca.

ADPA

NASCE UMA NOVA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA Um conjunto de destacadas empresas independentes ligadas ao setor do automóvel, entre as quais se encontram Autodata, Bosch e Hella Gutman, decidiram unir-se para fundar a ADPA (European Independent Automotive Data Publishers Association), uma associação sediada em Bruxelas que tem como objetivo possibilitar um acesso justo aos dados e à informação do automóvel. De acordo com a notícia publicada pelos nossos colegas do site posventa.info, este acesso à informação proporcionará às empresas a possibilidade de desenharem e oferecerem produtos e serviços competitivos, inovadores e multimarca aos operadores do mercado de acessórios do automóvel. Outros membros fundadores da ADPA são HaynesPro, Sator Holding LKQ e TecRMI.

Para Ralf Pelkmann (TecRMI), eleito presidente da ADPA, este é um acordo histórico para a indústria, no sentido de acompanhar os acontecimentos políticos da União Europeia e do mercado, bem como de falar a uma só voz, uma vez que “as empresas mais importantes da indústria estão representadas na associação e estamos orgulhosos deste feito”, como refere Pelkmann.

CENTRO ZARAGOZA

OFERTA FORMATIVA PARA 2016 O Centro Zaragoza divulgou a sua oferta formativa para o corrente ano, cuja programação se baseia tanto na experiência deste instituto, como no feedback de necessidades formativas dos mais de 30 mil profissionais que ali realizaram cursos. O plano agora revelado conta com 40 cursos de formação em modo presencial e 15 cursos online, abordando temáticas tão diversas como: Reconstrução de acidentes de tráfego; Segurança rodoviária; Organização e gestão de oficinas

de reparação automóvel; Veículos elétricos e híbridos; Avaliação de danos materiais em veículos sinistrados; Marketing e recursos humanos; Reparação de carroçarias; Pintura; Motos; Eletromecânica; ou Estações ITV. Na página web do Centro, disponível em www.centro-zaragoza.com, os interessados encontrarão informação mais detalhada sobre cada um dos cursos à disposição no primeiro semestre do ano.


Audi A4

Quem faz o quê A

quinta geração do Audi A4 viu alterados espaço, eficiência, performance e dotação tecnológica. A adoção da plataforma MLB Evo deu a esta berlina mais 12 mm de distância entre eixos, oferecendo mais espaço para os bancos de fabrico Brose e para a inclusão de um teto panorâmico, que provém da Webasto. Para forrar o restante teto foi escolhida a Industrialesud S.P.A..

A maior eficiência energética fica a dever-se em parte às alterações nos motores – que recebem juntas de cabeça da Dana –, sendo o turbocompressor da motorização diesel de 3,0 litros da responsabilidade da Honeywell. A dotação tecnológica é outro ponto forte da berlina alemã. Para assegurar que tudo funciona corretamente, as cablagens são protegidas por sistemas da Delfingen e o sensor ultrassónico que opera, entre outras

coisas, o cruise control adaptativo é da responsabilidade da Delphi. Como berlina de luxo, o conforto a bordo do A4 é um fator importante. Daí terem sido eleitos para a suspensão os amortecedores Tenneco, existindo ainda amortecedores antivibração, fornecidos pela Trelleborgvibracoustic. Saiba quem faz o quê no novo Audi A4 na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR Pintura base Bancos Apoios do escape Jantes Junta da cabeça do motor Sistemas de proteção de cablagens Sensor ultrassónico Fechaduras e dobradiças das portas Juntas específicas Isolantes acústicos Vedantes dos amortecedores Peças estruturais Semi-eixos dianteiros Iluminação ambiente Componentes dos sincronizadores Turbocompressor (Turbodiesel 3.0L) Forro do teto

COMPONENTE AXALTA BROSE CIKAUTXO CROMODORA WHEELS DANA DELFINGEN DELPHI EDSCHA ELRINGKLINGER FAIST CHEMTEC FREUDENBERG GESTAMP GKN GRUPO ANTOLIN HOERBIGER HONEYWELL INDUSTRIALESUD S.P.A.

Tranca do banco traseiro Sistema do depósito de combustível Rolamentos das rodas Quadrante de instrumentação Módulo de climatização Carcaça da caixa de direção em alumínio Sincronizadores Sistema do depósito de Aditivo (SCR) Fixações da carroçaria Peças de reforço estrutural Retrovisores exteriores Fixações plásticas e metálicas Tubagens do sistema de refrigeração Amortecedores dianteiros e traseiros Amortecedores anti-vibração Pegas do teto Teto panorâmico

JOHNSON CONTROLS KAUTEX TEXTRON LUK MAGNETI MARELLI MAHLE MAZZUCCONI OERLIKON PLASTIC OMNIUM PROFIL SIKA SMR AUTOMOTIVE STANLEY ENGINEERED FASTENING TEKLAS TENNECO TRELLEBORGVIBRACOUSTIC TRW WEBASTO

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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Barómetro

Dinâmica das empresas do setor

Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR JANEIRO 2016 VARIAÇÃO JANEIRO 2016 VARIAÇÃO JANEIRO 2016 VARIAÇÃO HOMÓLOGA HOMÓLOGA HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 62 -21,5% CENTRO 29 -17,1% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 46 7,0% ALENTEJO 11 37,5% ALGARVE 4 -20,0% R. A. AÇORES 1 - R. A. MADEIRA 2 -50,0%

10 -16,7% 7 -22,2%

5 -28,6% 3 0,0%

6 20,0% 2 - 0 -100,0% 0 - 0 -100,0%

1 -66,7% 0 0 0 0 -

TOTAL 155 -10,9%

25 -10,7%

9 -35,7%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

*TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

JANEIRO 2016 JANEIRO 2015 SETOR TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

155

174

-10,9%

-8,9%

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

25

28

-10,7%

18,3%

INSOLVÊNCIAS

9

14

-35,7% -21,9%

(CONSTITUIÇÕES)

Tecido empresarial do setor JANEIRO 2016 TOTAL DE EMPRESAS

R.A. AÇORES 194 NORTE 4820

R.A. MADEIRA 269 CENTRO 3285 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3195

EM PERCENTAGEM

36,9 25,1 24,5 ALENTEJO 845

ALGARVE 454

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6,5 3,5 1,5 2,1

FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça

(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt


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ESPECIALISTA

REPARAÇÃO

Embraiagem

Manutenção de caixas 02J e 02M Em parceria com a Revista Técnica automóvel, explicamos-lhe como fazer diferentes operações de reparação e manutenção na embraiagem do Audi A3 1.9 Tdi (berlinas desde 1998 e exceto Quattro). CAIXA 02J Os motores ALH, ATD, AXR, AHF e ASV acoplados à caixa de velocidades 02J recebem o mesmo dispositivo de embraiagem. Só se modifica o diâmetro em função das marcas da caixa de velocidades. DISCO Diâmetro: 219 mm (caixa de velocidades 02J exceto marca EGS). 225 mm (caixa de velocidades 02J com marca EGS a partir de 09/00).

EMBRAIAGEM (02M) 1. Volante motor 2. Disco 3. Mecanismo 4. Cilindro de comando hidráulico 5. Clipe de fixação 6. Pedal da embraiagem

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7. Veio de pedal da embraiagem 8. Retentor do veio primário 9. Suporte 10. Caixa de velocidades 11. Bomba central de travões com chumceira integrada 12. Chapa de montagem

13. Parafuso de purga 14. Cápsula 15. Grampo de fixação 16. Mola de assistência 17. Juntas tóricas 18. Conjunto purgador 19. Condução hidráulica

20. Contactor do pedal de embraiagem 21. Apoio de fixação 22. Junta 23. Tablier 24. Depósito de compensação 25. Flexível hidráulico 26. Topo de cilindro de comando


ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

Figura 2B - 1

Figura 2B - 2

Figura 2B - 3

Figura 2B - 4

Figura 2B - 5

Figura 2B - 6

CAIXA 02M Embraiagem monodisco em seco de comando hidráulico. Mecanismo de diafragma de tipo impulsor com disco sem cubo amortecedor integrado. Diâmetro do disco: 240 mm. Sentido de montagem: descentragem mínima em relação ao cubo estriado, lado do mecanismo. Comando hidráulico alimentado pelo depósito de compensação do circuito de travagem e que se compõe de um cilindro de comando fixado ao suporte de pedais. A bomba central de travões incorpora a chumaceira, o conjunto purgador é acessível à saída da bomba central de travões. CONSUMÍVEIS LÍQUIDO DA EMBRAIAGEM Capacidade: marcas de nível «MIN» e «MAX» no depósito. Preconização: líquido sintético segundo especificação DOT 4. Periodicidade de manutenção: substituição e purga a cada 2 anos. BINÁRIOS DE APERTO (DANM OU MKG) Caixa de velocidades a motor: parafuso M12: 8. parafuso M10: 4,5. Volante motor *: 6 + 90°. Mecanismo em volante motor: 2,2.

Apoio de fixação *: 2,5. Cilindro de comando *: 2,5. Bomba central de travões: 1,2. * Parafusos ou porcas novas

SUBSTITUIÇÃO DO DISCO OU DO MECANISMO Efetuar a desmontagem da caixa de velocidades. Imobilizar o volante motor através de um utensílio de bloqueio apropriado (por exemplo 3067) (figura 2B-1). Afrouxar progressivamente em diagonal e por etapas sucessivas os parafusos de fixação do mecanismo. Desmontar o mecanismo e recuperar o disco. Ao montar, respeitar os pontos seguintes: Comprovar e desengordurar a superfície de fricção do volante motor através de um dissolvente (tipo tricloroetileno). Comprovar o estado do conjunto das peças e substituir as defeituosas. Untar ligeiramente com massa (por exemplo VW G000100) a guia, a chumaceira, o garfo e as estrias do veio primário, assim como o extremo da vareta da bomba central de travões. Retirar o excesso de massa. Posicionar o disco sobre o volante motor orientando a descentragem (seta) mais curta do cubo estriado, lado do mecanismo (figura 2B-2) e centrá-lo através de um veio guia de

EX CLU

SIV O

centragem apropriado (por exemplo T10097) (figura 2B-1). Montar o mecanismo e apertar progressivamente os parafusos de fixação em diagonal e por etapas sucessivas até o binário prescrito. Desmontar o veio guia de centragem e o utensílio de imobilização do volante motor. Efetuar a montagem da caixa de velocidades. SUBSTITUIÇÃO DO CILINDRO DE COMANDO No compartimento do motor Desmontar a caixa do filtro de ar com o seu tubo depois de ter desligado a ficha do caudalímetro. Esvaziar o conteúdo do depósito do líquido do travão. Nota: Procurar que o nível do líquido no depósito do travão não desça abaixo do «MIN».

Desligar e tampar a tubagem de alimentação (1) do cilindro de comando (figura 2B-3). Desmontar o grampo (2) da tubagem de pressão (3) do cilindro de comando e a seguir desligar a tubagem (figura 2B-3). NO HABITÁCULO Desmontar os forros inferiores esquerdos sob o tablier.

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reparação

Figura 2B - 7

Figura 2B - 10

Girar o contactor do pedal de embraiagem 45° para a esquerda e extraí-lo do seu alojamento. Desbloquear a vareta de comando do cilindro de comando sobre a pedal de embraiagem, puxando ligeiramente o pedal e a seguir pressionando nos dois lados dos alojamentos (figura 2B-4). Desmontar as fixações (1) da chapa de montagem (a) e as fixações (2) do apoio de fixação do pedal de embraiagem e do cilindro de comando e a seguir separar o apoio (figura 2B-5). Girar o topo no sentido da seta (figura 2B-6). Empurrar o cilindro de comando até ao topo no sentido da seta (1) (figura 2B-7). Nota: a parte superior não deve ficar oculta pelo alojamento da mola (2) (figura 2B-7).

Girar em eixo o cilindro de comando no sentido da flecha (3) para separá-lo do suporte do pedal da embraiagem (figura 2B-7).

Figura 2B - 8

Figura 2B - 9

Ao montar, respeitar os pontos seguintes: Substituir sistematicamente todas as porcas autotravadas. Comprovar o bom posicionamento da vareta de impulsão (1) no alojamento (2) (figura 2B-8). Comprovar que o pedal fique bem fixado pelo seu clipe à vareta de impulsão. Montar o contactor de posição do pedal de embraiagem girando-o 45°. Se a junta da tubagem de pressão está deteriorada, deve-se substituir ou esta última, ou a junta, segundo a disponibilidade das peças de reposição. Efetuar a purga do comando da embraiagem.

PURGA DO COMANDO DA EMBRAIAGEM Efetuar a purga após qualquer operação durante a qual se tenha efetuado a abertura do circuito. De uma maneira geral, a purga deve ser efetuada quando o pedal fica “elástico” e quando é necessário acionar várias vezes o mesmo para obter uma desembraiagem eficaz. Esta operação precisa da colaboração de outro operário.

SUBSTITUIÇÃO DA BOMBA CENTRAL DE TRAVÕES Nota: a desmontagem da bomba central de travões implica desmontar a própria caixa.

Efetuar a desmontagem da caixa de velocidades. Desmontar os parafusos de fixação (1) do conjunto bomba central de travões/ chumaceira (2) e a seguir separar esta última (figura 2B-9). Recuperar a junta tórica (3) e separar a junta (4) do veio intermediário (figura 2B-9). Ao montar, respeitar os pontos seguintes: Montar uma junta de veio primário nova. Montar a junta tórica com líquido de travão. Montar o conjunto bomba central de travões/topo com os seus parafusos de fixação. Efetuar a montagem da caixa de velocidades. Efetuar a purga do comando da embraiagem.

Nota: Procurar manter o nível do líquido no depósito de embraiagem/travão durante toda a operação.

Desmontar o bujão do depósito de compensação do circuito de líquido da embraiagem/travão. Restabelecer o nível do líquido de travão preconizado até a marca MAX. Desmontar a cápsula de proteção do parafuso de purga no conjunto purgador (figura 2B-10). Ligar um tubo transparente ao parafuso de purga, submergindo o seu extremo oposto num bocal de enchimento transparente que contenha o líquido de travão preconizado. Afundar o pedal de embraiagem para pressurizar o circuito. Se o pedal não apresenta resistência ao afundamento, “bombear” o mesmo com um movimento lento e contínuo até obter uma pressão, ainda que seja mínima, sob o pedal. Abrir o parafuso de purga para libertar o ar do circuito. É essencial que durante esta fase de abertura do parafuso de purga o pedal se mantenha completamente afundado. Fechar o parafuso de purga. Afrouxar lenta e completamente o pedal. Repetir a operação até ao desaparecimento total das borbulhas de ar. Completar, se for necessário, o nível do líquido no depósito.



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REPARAÇÃO PARCERIA

Manutenção

Volkswagen Polo A proposta da Volkswagen para o segmento B é o Polo, agora com novas motorizações, para oferecer consumos mais baixos. Baixo é também o custo de manutenção, que se situa nos €3,02 por cada 100 km. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

E

m 2014 a Volkswagen reviu o Polo. A marca alemã efetuou algumas trocas na oferta mecânica, merecendo destaque a saída de cena dos motores 1.2 TDI e 1.6 TDI, por troca com o 1.4 TDI de três cilindros, disponível em três níveis de potência: 75, 90 e 105 cv. Quanto a caixas de velocidades, o Polo vem equipado de série com uma caixa manual de cinco ou seis relações, de acordo com a motorização escolhida. Na variante equipada com o motor diesel 1.4 TDI de 90 cv e com o nível de equipamento Trendline, o compacto alemão vem com uma fatura de €3,02 (+IVA) em manutenção por cada 100 km percorridos. Analisando um período de 48 meses e 120 mil km percorridos, o valor total a despender com a manutenção deste modelo chega aos €3623,63. A maior fatia deste montante pertence à substituição de peças de desgaste, com um total de €1194,36. O sistema de travagem é o responsável pelo gasto maior e consome €858,71 do total, distribuído entre €380,87 para as quatro trocas de pastilhas dianteiras, seguindo-se os €164,15 para as duas trocas de pastilhas traseiras recomendas pelo fabricante. A troca dos discos dianteiros acrescenta mais €155,31 à fatura, a que se somam mais €115,11 da troca dos discos traseiros e €43,27 para o líquido dos travões. Nesta categoria cabem ainda os €197,65 par a

troca das escovas limpa-para-brisas dianteiras e €38 para a traseira, assim como €100 para a recarga do ar condicionado. A manutenção dos pneus 185/60 R15 T que equipam o Polo obrigam ao dispêndio de €1124,35, divididos entre €977,75 para as 10 trocas de pneus recomendadas para este período, €76,60 para equilibragem das rodas, €45 para alinhamento da direção e ainda €25 para as válvulas. Com um total de €901,27, as revisões preconizadas pelo fabricante são a terceira maior parcela deste plano de manutenção. Mais de metade deste valor diz respeito às quatro trocas do óleo especial que têm de ser feitas: €554,18. Além dos 17,2 litros que serão gastos, os quatro filtros de óleo necessários custam €40,08. A lista de filtros a serem trocados inclui ainda os de ar, pólen e combustível, que têm um custo de €22,54, €80,84 e €72,26, respetivamente. A terminar esta secção devem ser mencionadas as 3,3 horas de mão-de-obra necessárias, que, calculadas ao valor médio nacional de €39,81, ascendem a €131,37. Às despesas agora descritas devem ainda acrescentar-se €27 para a IPO obrigatória e €376,65 de inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor.

VOLKSWAGEN POLO 1.4 TDI 90 TRENDLINE 5P CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO POTÊNCIA (CV)

90

CILINDRADA (CC)

1422

EURONCAP CO2

88

TRANSMISSÃO

MANUAL

CAIXA DE VELOCIDADES

MANUAL (5)

CARROÇARIA

BERLINA

REVISÕES

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

901,27 €

MÃO-DE-OBRA

131,37 €

[3,3]

ÓLEO

554,18 €

[4]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

4,3

TIPO DE ÓLEO

ESPECIAL

FILTRO DE ÓLEO

40,08 €

FILTRO DE AR

22,54 €

[1]

FILTRO DE PÓLEN

80,84 €

[4]

[4]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

72,26 €

[2]

VELAS

- €

[0]

DESGASTE

1.194,36 €

LIMPA PÁRA-BRISAS FRENTE

197,65 €

LIMPA PÁRA-BRISAS TRÁS

38,00 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

380,87 €

[4]

[4]

PASTILHAS TRÁS

164,15 €

[2]

DISCOS FRENTE

155,31 €

[1]

DISCOS TRÁS

115,11 €

[1]

LÍQUIDO DE TRAVÕES

43,27 €

[1]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0]

BOMBA AGUA

- €

[0]

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

[0]

AVARIAS

- €

[0]

ELÉCTRICAS

- €

[0]

TOTAL

- €

[0]

PNEUS

1.124,35 €

PNEUS FRENTE

185/60R15T

PNEUS TRÁS

185/60R15T

PNEUS

977,75 €

ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO

45,00 €

[10] [3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

403,65 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

376,65 €

AJUSTES

- €

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

3.623,63 €

/100 KMS

3,02 €

CONSUMO MISTO * VALORES SEM IVA

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[3,40]



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BRIDGESTONE

ELEITA “FABRICANTE DE PNEUS DO ANO”

pneus

Pirelli

Nova liderança e convenção anual D

aniele Deambrogio é o novo Country Manager da Pirelli Neumáticos para Portugal e Espanha. Após o primeiro trimestre na sua nova função, um dos primeiros atos corporativos de Daniele Deambrogio foi a convenção anual da Pirelli, que decorreu em Barcelona e onde se traçaram as novas diretrizes da marca para 2016. Deambrogio tem 47 anos e acumula uma longa experiência, tanto a nível central, como também nos diferentes mercados europeus, pela sua presença no grupo Pirelli há mais de 20 anos. Habituado a liderar equipas de trabalho, Daniele Deambrogio chega ao cargo de diretor geral da Pirelli para a Península Ibérica com o desafio de consolidar a Pirelli como a marca referência de pneus Premium, apoiando-se numa seleção dos principais agentes do mercado. Além da convenção anual, a marca realizou ainda o encontro dos Pirelli Key Point Portugal, evento que, este ano, se realizou em Andorra, reunindo uma seleção dos clientes da marca. A Pirelli organizou diversas ações, que deram a oportunidade aos participantes de conhecerem os produtos de forma mais pormenorizada e viverem emoções intensas. Durante os dois dias da convenção dos Pirelli

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Key Point Portugal, os clientes desfutaram das instalações de um dos hotéis mais exclusivos do Principado de Andorra. A Pirelli preparou um dia especial para todos os participantes da convenção com um curso de condução na neve com a Land Rover, no qual comprovaram a excelente eficácia dos pneus Pirelli Scorpion Winter que equiparam os veículos. Na reunião de formação, foram apresentadas algumas inovações tecnológicas dos produtos Pirelli, discutiu-se a situação do mercado português, as estratégias a implementar no programa Key Point, bem como as ações exclusivas a colocar em prática no presente ano. Para terminar a convenção de dois dias, os participantes concluiram as suas ações com uma viagem à sede da Pirelli em Manresa (Barcelona), onde foram recebidos pelo novo Country Manager da Pirelli Neumáticos para Espanha e Portugal (Daniele Deambrogio) e por Carles Gubert, diretor de logística das instalações que acompanhou o grupo pelas instalações do centro logístico da marca. Esta visita e convenção Key Point Portugal, segundo os participantes, foi de grande importância para comprovar o preciso sistema de controlo dos pneus e o seu processo até à entrega final.

Em reconhecimento do investimento global da Bridgestone em I&D e dos feitos alcançados a nível de produção sustentável, um júri formado por cinco dos maiores especialistas em pneus da indústria elegeu a empresa como “Fabricante de Pneus do Ano“ nesta edição dos “Prémios Internacionais de Tecnologia do Pneu para a Inovação e Excelência”. O anúncio foi feito durante a Expo de Tecnologia do Pneu em Hanover, Alemanha. Eduardo Minardi, Presidente Executivo e CEO da Bridgestone EMEA, recebeu o prémio em nome da Bridgestone Corporation. “Todos nós na Bridgestone estamos muito orgulhosos por receber esta distinção. I&D e inovação estão no centro de todas as nossas atividades, sendo este o único caminho que nos pode conduzir a um futuro sustentável”, afirmou Minardi no seu discurso de aceitação. Os jurados destacaram inúmeros feitos alcançados pela Bridgestone em 2015 no que respeita a I&D e à produção sustentável, incluindo um investimento de 250 milhões de dólares em Tóquio, Japão, para promover a “inovação aberta” com base em parcerias entre indústrias, governo e universidades.

KUMHO TYRE

NOVO CEO E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL A Kumho Tyre nomeou Han-Seob Lee, de 61 anos, como CEO. Lee chega ao cargo mais alto da hierarquia após vários anos na empresa, em que desempenhou vários cargos na divisão europeia da marca, o que o levou a ser considerado perito no mercado europeu de pneus. Lee já estava em funções quando o fabricante foi galardoado com dois prémios iF de desenho na categoria “Dispositivos de transporte”. Os pneus premiados foram os Ecsta HS81 e o Solus HA31. “O desenho do pneu está diretamente relacionado com as prestações. Por isso continuaremos a esforçar-nos para desenvolver produtos que nos diferenciem”, comenta Taek-Gyun Jeong, diretor de I&D da Kumho.


Dunlop

Parceria com Aston Martin Racing

A

Aston Martin Racing e a Dunlop anunciam o acordo como parceiros técnicos para o Campeonato Mundial de Resistência FIA 2016. Isto significa que os carros Aston Martin Vantage GTE da equipa oficial vão competir com pneus Dunlop Motorsport. Esta decisão foi tomada após o êxito obtido durante um programa de avaliação e provas específicas de pneus. Para explicar a mudança para pneus Dunlop, Dan Sayers, Diretor Técnico da Aston Martin Racing, comentou: “O 2016 V8 Vantage GTE conta com uma série de melhorias excecionais e estou muito satisfeito que a Dunlop se associe a nós como fornecedor oficial de pneus. Neste início de época, a equipa está

muito confiante e acredito que o Dunlop Sport Maxx é o pneu perfeito para nos ajudar a obter os resultados que pretendemos. Estamos ansiosos por trabalhar em conjunto com a equipa Dunlop ao longo da época WEC 2016 FIA e ainda nas 24h de Nürburgring, onde vamos participar com o V12 Vantage GT3.” Xavier Fraipont, diretor-geral da Dunlop Motorsport Europe, explicou a importância da colaboração com a Aston Martin: “Nos últimos anos temos trabalhado no desenvolvimento da nossa gama de competição Sport Maxx GTE e GT3. Por isso, fomos nomeados Fornecedor Oficial de Pneus da classe European Le Mans Series GT o ano passado e vencemos o Troféu de Velocidade VLN em Nürburgrin. O nosso próximo passo é regressar à primeira linha da competição aberta de pneus no Campeonato do Mundo de Resistência FIA. Partilhamos com a Aston Martin Racing os mesmos objetivos e ansiamos por trabalhar estreitamente com a equipa para vencermos em conjunto.” PUBLICIDADE

MICHELIN

EM EXCLUSIVO NO FORD FOCUS RS A Ford e a Michelin têm em vigor um acordo global para os veículos Ford Performance. Deste acordo decorre a exclusividade do construtor francês nos pneus do Ford Focus RS, que montará pneus Pilot Super Sport, na dimensão 235/35 R19. Em opção, estarão disponíveis os Pilot Sport Cup 2, na mesma dimensão. Os engenheiros franceses passaram os últimos dois anos a desenvolver estes pneus para responder às necessidades do Focus RS. Por exemplo, no que diz respeito aos Michelin Pilot Sport Cup 2, foram percorridos 2000 km em testes no Centro de Tecnologias Michelin - em Ladoux, e nos circuitos de Charade (França), Lommel (Bélgica), Nürburgring (Alemanha), Dearborn (Estados Unidos) e Idiada (Espanha) - para o adaptar a este modelo. Foram realizados cem protótipos para a homologação e foram produzidas 500 unidades em pré-série.

GOODYEAR

CERTIFICAÇÃO COMO “TOP EMPLOYER EUROPA”

A Goodyear Dunlop Tires obteve o prémio “Top Employer Europa 2016”, atribuído pelo reconhecido Top Employers Institute. A distinção, que a Goodyear recebe pelo quarto ano consecutivo, reconhece as melhores empresas do mundo: aquelas que oferecem condições de trabalho de excelência, fazem crescer e desenvolver o talento em todos os níveis da organização e lutam constantemente para melhorar as suas políticas de emprego. A Goodyear recebeu o prestigiado certificado em dez países europeus: Espanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos, Polónia, Eslovénia e Reino Unido. As organizações da Goodyear na Turquia, África do Sul e Emiratos Árabes Unidos foram também certificadas como “Top Employers”.


2

JURÍDICO

O transporte de crianças em automóveis e motas

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

T

al como outras, o regime e limites aplicáveis ao transporte de crianças é daquelas que acaba por “assaltar” o espírito dos pais sobretudo após o nascimento dos filhos e, mais tarde, quando estes começam a entrar numa idade em que pedem para ir no banco da frente. A regra é simples: as crianças com mais de 3 anos devem viajar nos bancos traseiros e sempre fazendo uso do cinto de segurança, para sua própria segurança mas também para a segurança dos passageiros que viajam nos bancos dianteiros. A matéria encontra-se regulada em especial no Artigo 55.º do Código da Estrada (CE), tendo ainda algumas especificidades no que toca aos sistemas de retenção homologados na Portaria 311-A/2005, de 24 de Março. O CE, no n.º 1 do art. 55.º estabelece como que “As crianças com menos de 12 anos de idade transportadas em automóveis equipados com cintos de segurança, desde que tenham altura inferior a 135 cm, devem ser seguras por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu tamanho e peso.” O n.º 2 daquele artigo vem depois dispor que “O transporte das crianças referidas no número anterior deve ser efectuado no banco da retaguarda”, estabelecendo as situações de excepção àquele princípio geral. E são

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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essas excepções as seguintes: (a) Se a criança tiver idade inferior a 3 anos e o transporte se fizer utilizando sistema de retenção virado para a retaguarda, não podendo, neste caso, estar activada a almofada de ar frontal no lugar do passageiro e (b) e “Se a criança tiver idade igual ou superior a 3 anos e o automóvel não dispuser de cintos de segurança no banco da retaguarda, ou não dispuser deste banco”. Ainda no mesmo Artigo 55.º é estabelecido, por um lado que “As crianças com deficiência que apresentem condições graves de origem neuromotora, metabólica, degenerativa, congénita ou outra podem ser transportadas sem observância do disposto na parte final do n.º 1, desde que os assentos, cadeiras ou outros sistemas de retenção tenham em conta as suas necessidades específicas e sejam prescritos por médico da especialidade” (n.º 4) e ainda que “Nos automóveis destinados ao transporte público de passageiros podem ser transportadas crianças sem observância do disposto nos números anteriores, desde que não o sejam nos bancos da frente.” (n.º 5). Quanto à classificação dos sistemas de retenção, prevê o art.º 7.º da Portaria 311A/2005, de 24 de Março que “Os sistemas de retenção para crianças são classificados em cinco grupos”: a) Grupo 0, para crianças de peso inferior a 10 kg; b) Grupo 0+, para crianças de peso inferior a 13 kg; c) Grupo I, para crianças de peso compreendido entre 9 kg e 18 kg; d) Grupo II, para crianças de peso compreendido entre 15 kg e 25 kg e Grupo III, para crianças de peso compreendido entre 22 kg e 36 kg.”. Os sistemas de retenção para crianças podem ser de duas classes: a) Classe integral, que compreende uma combinação de precintas ou componentes flexíveis com uma fivela de fecho, dispositivos de regulação, peças de fixação e, em alguns casos, uma cadeira adicional e ou um escudo contra impactes, capaz de ser fixado por meio das suas próprias precintas integrais; e b) Classe não integral, que pode compreender um dispositivo de retenção parcial, o qual, quando utilizado juntamente com um cinto de segurança para adultos passado em volta do corpo da criança ou disposto de forma a reter o dispositivo, constitui um dispositivo de retenção para crianças completo. Assim e como regra geral, deve ter-se em conta (i) que as crianças até aos 3 anos de idade devem viajar nos banco dianteiros,

virados para trás e que dos 3 aos 12 anos (ou até que atinjam a altura de 1,35 devem andar sempre nos bancos traseiros e, em qualquer circunstância, devendo ainda ser seguras por sistema de retenção homologado e adaptado ao seu tamanho e peso. Nos automóveis que não estejam equipados com cintos de segurança é proibido o transporte de crianças de idade inferior a 3 anos. Em muitos modelos de automóveis não é possível, por falta de espaço, instalar 3 Sistemas de Retenção de Crianças (SRC) nos bancos da retaguarda. Havendo necessidade de transportar 3 crianças com menos de 12 anos e menos de 135 cm, e existindo de facto impossibilidade prática de colocar 3 SRC no banco traseiro, pode, uma das crianças – a de maior estatura e desde que tenha mais de 3 anos - ser transportada utilizando SRC, no banco dianteiro destinado ao passageiro. O transporte de passageiros menores ou inimputáveis sem que estes façam uso dos acessórios de segurança obrigatórios, considera-se contra-ordenação grave (art. 145.º, n.º 1, alínea p), do CE). A sanção acessória aplicável aos condutores pela prática de contra-ordenações graves ou muito graves previstas no Código da Estrada e legislação complementar consiste na inibição de conduzir. (art. 147.º, n.º 1, do CE), podendo esta inibição de conduzir ter a duração mínima de um mês e máxima de um ano, ou mínima de dois meses e máxima de dois anos, consoante seja aplicável às contra-ordenações graves ou muito graves, respectivamente, e refere-se a todos os veículos a motor. (art.147.º, n.º 2, do CE). Uma palavra final para o transporte de crianças em motociclos. Estabelece o art. 91.º do CE que “Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomotores é proibido o transporte de passageiros de idade inferior a 7 anos, salvo tratando-se de veículos providos de caixa rígida não destinada apenas ao transporte de carga”. Em todo o caso só poderão ser transportadas outras pessoas, além do condutor, quando o motociclo tenha sido concebido, por construção, com assentos para passageiros, caso em que, além do condutor, podem transportar um ou dois passageiros, consoante o número daqueles assentos.




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