ARTES PLÁSTICAS
Carlos Augusto de Almeida
Produtor Cultural e Curador Contato: carlosaugusto.arte@gmail.com
Falando de
COM CACIPORÉ TORRES
A
gradeço ao colunista e repórter Wagner Sanches a oportunidade e o espaço na UP! Magazine para falarmos de arte e de artistas brasileiros que despontam e fazem sucesso no Brasil e no mundo. Na minha primeira coluna, presto homenagem ao artista e amigo Caciporé Torres, escultor, desenhista e professor atuante, que através das artes visuais (pintura, desenho e arte tridimensional), sabe a importância de se trabalhar dentro da sala de aula o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor do aluno através das diferentes linguagens artísticas presentes nas Artes Visuais, trazendo re�lexão, identi�icando e mostrando como a criança se desenvolve na
aprendizagem. Artista brasileiro com o maior número de obras em espaços públicos e referência para a nova geração de artistas que chegam batalhando por um espaço, Caciporé é um exemplo como artista, pela qualidade da obra, e exemplo como ser humano, por sua dignidade. Artista brasileiro mais jovem a participar de uma Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, viajou para a Europa através de bolsa de estudos que recebeu como prêmio e durante dois anos frequentou os ateliês de escultura de Marino Marini e Alexander Calder. Em 1954, estudou história da arte na Sorbonne, Paris, e durante quatro anos desenvolveu obra de caráter abstracionista. CARREIRA - De lá pra cá passou
a construir formas maciças orgânicas e geométricas, utilizando peças metálicas de aparência industrial, como o aço, bronze e ferro. Muitas dessas esculturas são feitas em grandes dimensões e integram museus e espaços públicos de diversas cidades no mundo, como as obras na Praça da Sé, Metrô Santa Cecília, e painel escultórico em Miami, nos Estados Unidos. Entre 1961 e 1971, lecionou escultura na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, a partir de 1971, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, ambas em São Paulo. No ano de 1970, Caciporé foi eleito presidente da Associação Internacional de Artes Plásticas / Unesco, e, em 1980 e 1982, melhor escultor brasileiro pela Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA.
NO ATELIÊ - No ambiente de trabalho de Caciporé Torres é possível perceber que o segredo de sua produção artística é a disciplina. O processo criativo do escultor se constrói cotidianamente, através de materiais industriais e ásperos. Trabalha, em especial com materiais duros e pesados, como o ferro, selecionando super�ícies plani�icadas, estendidas em desenvolvimento, como se fossem erupções, cones e formas. As construções maciças não-representativas e fortemente expressionistas adquirem volume e variadas dimensões, sempre articuladas à marca do artista: a solda. O uso do aço inox sucateado e a forma cilíndrica completam a tríade dos elementos básicos da produção artística de Caciporé.
Escultura em aço inox com pedestal de concreto - Praça da Sé A coisa, 1972
Le portrait imbecile
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