Edição número 2073 - 18 de junho de 2014

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TRIBUNAINDEPENDENTE

POLÍTICA MACEIÓ - QUARTA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2014

BARTOLOMEU DRESCH bartolomeu_dresch@hotmail.com.br

Patrimônios mundiais

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erca de 30 sítios e monumentos de todo o mundo são candidatos a patrimônio mundial, cuja decisão será tomada pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) que esta reunido em Doha, no Catar. O encontro do Comitê começou no último Domingo e vai até o dia 25. O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco iniciou a análise de 34 novas candidaturas internacionais. Uma delas refere-se ao Qhapaq Nan, um sistema de trilhos usados pelos incas, com mais de 30 mil quilômetros de extensão e que abrange seis países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Também são candidatas a Chauvet-Pont-d’Arc-Cave, uma gruta na região de Ardéche, na França, que apresenta mais de mil pinturas feitas há mais de 30 mil anos, o templo Rani-ki-Vav (India), a cidadela de Erbil, no Cusdistão iraquiano, e ainda a paisagem vinícola de Langhe-Roero e Monferrato, em Piémont (Itália) e as falésias de Stevns na Dinamarca. O Comitê da Unesco vai ainda analisar o patrimônio que pode estar em risco ou ameaçado, como o Palácio de Westminster, em Londres e a Grande Barreira de Coral australiana. Na abertura da reunião do Comitê, o país anfitrião, o Catar, anunciou a doação de US$ 10 milhões para as regiões que tenham patrimônio ameaçado por conflitos ou catástrofes naturais.

Candidatos são vítimas de boatos na internet Nas redes sociais falam de tudo para atingir o PT, o PSDB e também o PSB DIVULGAÇÃO

Pendurando as chuteiras Considerado como uma das últimas reservas morais do país e da classe política, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) anunciou oficialmente que vai deixar a vida pública. Ele falou ao jornal O Globo e justificou sua decisão: “Faço 85 anos exatamente no dia em que encerro meu quarto mandato, em 31 de Janeiro de 2015. São 65 anos de vida pública e 32 de Senado e achei que era hora de me retirar. Mas não foi uma decisão só minha. O PMDB optou por fazer uma aliança com o PSB e a vaga (ao senado) coube a eles (ao deputado Beto Albuquerque). Foi uma decisão natural”.

Pendurando as chuteiras 2 O senador gaúcho igualmente manifestou sua avaliação sobre o Congresso Nacional: “Eu tenho dito ao povo, da Tribuna do Senado, que não espere nada do Congresso. As iniciativas devem vir do povo. Veja bem: a maior vitória em termos de reforma política desde a democratização de 1985, a meu ver, foi a Lei da Ficha Limpa, de 2010, que se deveu a uma iniciativa popular. O Congresso não queria aprovar, isso era evidente. Mas de 20 parlamentares foram á tribuna falar contra a proposta. Diziam que era um absurdo, que não tinha cabimento, essas coisas. No outro dia um mar de gente foi para a frente do Congresso e colocou cruzes no gramado, dizendo que iriam encher o Brasil de cartazes com os nomes de quem votasse contra a proposta. A lei foi aprovada por unanimidade no dia seguinte. A maior conquista em quase 30 anos de democracia não foi do Congresso, mas uma proposta de emenda popular”.

Pendurando as chuteiras 3 Outro assunto abordado pelo senador Pedro Simon foi em relação a presidente Dilma Rousseff e seu projeto de reeleição. “Quando iniciou o seu mandato em 2010, a presidente Dilma foi rígida. Nem Lula, nem Fernando Henrique, por exemplo, demitiram ministros por acusações ou por denúncias de corrupção. Ela demitiu seis. Saía a noticia, ela demitia, até do PT. Mas quando começou a ditar essa linha, começaram as cobranças e as pressões. Foi se isolando cada vez mais, a queda de popularidade começou a se acentuar, com inflação e baixo crescimento, e Dilma acabou se entregando. Começou a se identificar mais com o Renan (Calheiros) e com o (José) Sarney, e a cuidar mais do projeto de reeleição. Hoje esta igual ao fim do segundo mandato do Lula, o estilo é esse”.

Observatório é atração As atividades científicas e curriculares desenvolvidas pelo Observatório Astronômico Genival leite Lima, contaram com a participação, em 2013, de 35.492 pessoas. Isso em apenas 5 anos de existência. Coordenado pela Secretaria de Estado da Educação e contando com o apoio da Ufal, do Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal). No Observatório são realizados cursos, oficinas, semanas temáticas, observações públicas, sessões no planetário digital palestras e seminários.

Academia de Medicina Pela primeira vez, em toda a história da Academia Nacional de Medicina, uma mulher foi eleita para ocupar uma cadeira na seção de medicina clinica. A endocrinologista Mônica Roberta Gadelha, coordenadora do serviço de neuroendocrinologia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, foi empossada na cadeira numero 6, da seção de medicina clinica. A instituição, de 185 anos, divide os acadêmicos em três seções: cirurgia, medicina geral (clinica médica) e ciências aplicadas à medicina. No histórico da entidade fizeram parte dela 686 médicos e com apenas seis mulheres.

Academia de Medicina 2 Para entrar na Academia, o candidato deve fazer uma campanha bem difícil. Primeiro precisa existir uma cadeia vaga, por morte ou com o titular abrindo mão. Depois é necessário apresentar um trabalho inédito e ganhar o voto de pelo menos 50% do colegiado, atualmente com um total de 107 integrantes. E o maior desafio é visitar todos os integrantes e convencê-los a votar. O Presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novellino, assim se manifestou sobre a nova integrante: “Ela é uma grande renovação para a Academia. Além de ser médica é também uma grande professora de endocrinologia, o que significa que ela esta fazendo novos discípulos lá fora”. • O cantor e compositor Roberto Carlos esta levando cada vez mais a sério sua luta contra as biografias. Ele agora, através do seu Instituto Amigo, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal, para participar das discussões sobre o processo que tramita no STF. • Ele entrou com o pedido como “interessado na causa” (amicus curiae) e caso seja aceito poderá inclusive fazer parte da defesa oral de seus argumentos. • Outras entidades participam também na mesma situação de forma favorável á liberação das biografias como Ordem dos Advogados do Brasil, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Academia Brasileira de Letras, todas favoráveis aos biógrafos. • Roberto Carlos pretende desta forma, confirmar sua posição contrária a ação movida pela Associação Nacional dos Editores, que luta para modificar dois artigos do Código Civil, que permitem a censura prévia e que acabam proibindo a publicação da obra, caso o biografado se sinta ofendido. • Foi o que aconteceu com o livro “Roberto Carlos em Detalhes” do biógrafo Paulo César de Araújo, cujos 11 mil exemplares foram recolhidos por determinação judicial.com base nos citados artigos.

Presidenciáveis Aécio Neves, Dilma Rousseff e Eduardo Campos são os principais alvos nos boatos

COMPARTILHAMENTO

Redes sociais contribuem muito para disseminação de notícias O professor da Universidade Americana de Paris Jayson Harsin escreveu um livro em 2008, batizado The Rumour Bomb (O Boato Bomba). Nele, o autor defende que os boatos ganharam uma nova dimensão na sociedade desde o advento da internet. A web teria criado uma “crise de confiança” nas informações, como a replicada por republicanos na eleição presidencial americana de 2008. Na ocasião, dizia-se que Barack Obama tinha ascendência muçulmana. Para a doutoranda em

redes sociais na Universidade Austral, de Buenos Aires, Ana Branbilla, é bem comum o fascínio em propagar boatos em nome de convicções pessoais. “Quando se cria um boato, o compromisso com a verdade se perde e isso abre margem para histórias incríveis, que impressionam e tocam justamente as convicções pessoais dos usuários”, diz ela. “O teor passional dos boatos desperta essas convicções e mobiliza o usuário ao impulso daquilo que é a atitude mais comum nas

redes: o compartilhamento imediato.” Coordenador da campanha digital do PT em 2010, Marcelo Branco diz que as campanhas políticas subterrâneas priorizam a espetacularização da denúncia, tentando apontar o candidato mais corrupto, despolitizando as campanhas. “Nada de relevante se discute, enquanto o público se une pelas demandas de que mais gosta.” Para Ana e Rebêlo, a boataria na web em tempos de eleição já está incontrolável.

FUNÇÕES

TSE afirma que não tem o papel de fiscalizar o que é publicado O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que não tem o papel de fiscalizar boatos nas redes social. “O que fazemos é julgar as representações de partidos ou do Ministério Público Eleitoral, quando avaliamos se a ação denunciada fere a lei.” O TSE não revelou quantos processos a esse respeito aguardam parecer. Um deles foi movido pelo PSDB no fim de maio, em que denuncia uso de computadores da Prefeitura de Guarulhos (Grande São Paulo), administrada pelo

PT, para criar perfis em redes sociais com críticas a Aécio. Nataly Galdino Diniz, servidora que administrava o site pirata, terminou exonerada. Já o Facebook garante que tem uma equipe “que opera 24h por dia e sete dias por semana para analisar qualquer tipo de conteúdo denunciado por meio do site.” “O Facebook está preparado para atender às demandas da Justiça Eleitoral”, afirmou a rede social por meio de nota. Enquanto partidos polí-

ticos e seus simpatizantes montam estratégias para vender boato como notícia, cabe ao eleitor prestar atenção ao que recebe, seja na caixa de e-mail, seja na linha do tempo de sua rede social. “Se rastrear o autor original de uma mensagem é muito difícil, vale ao menos observar pelas mãos de quem essa mensagem chegou. É um perfil confiável? Esse perfil ou página está comprometida com alguma causa, candidatura ou corrente partidária em especial?”, questiona.

CANDIDATA

EX-PRESIDENTE

A internet tem potencial para mudar radicalmente o fazer político. No Brasil, isso começou a ficar mais claro em 2010 e a atuação de Marina Silva na internet representou o maior diferencial na campanha presidencial. Ferramenta imprescindível na disseminação da causa do desenvolvimento sustentável, a internet teve papel estratégico na composição dos 19 636 359 votos no número 43, de Marina Silva, digitado nas urnas eletrônicas no primeiro turno naquela eleição.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que as críticas precisam ser construtivas e não podem desrespeitar o candidato. O ex-presidente afirma que as críticas fazem parte da democracia, mas que devem ser sempre fundamentadas para evitar a disseminação de informações falsas.”A crítica faz parte da democracia que a internet permite a todos nós todos os dias”. “Quando temos acesso a um instrumento como a internet, que nos permite ser mais iguais”, disse Lula.

Marina conquistou votos pela internet

Petista prega respeito aos candidatos

T

errorista, Dilma Rousseff também é antirreligiosa. Já Eduardo Campos (PSB) vai privatizar o Banco do Brasil e Aécio Neves (PSDB) não quer os votos dos professores. Embora preceda a internet, a boataria envolvendo a vida dos principais candidatos a presidente do Brasil promete extrapolar os limites nas eleições deste ano – tempos de popularização da banda-larga e da disposição de alguns eleitores em propagar histórias que estejam mais de acordo com suas convicções políticas do que com a credibilidade da informação. Os boatos sempre aparecem em ano de escolher presidente. Na campanha de 1989, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi acusado de ligação com o sequestro do empresário Abílio Diniz apenas porque um dos sequestradores foi visto usando uma camiseta do PT. Quem reclamava de boato quatro anos antes era Fernando Henrique Cardoso, que perdeu a campanha para prefeito de São Paulo em 1985 contra Jânio Quadros, que aproveitou a resposta evasiva de FHC sobre sua fé para espalhar a história de que ele era ateu, assunto que que saiu do controle naquela campanha. Mas desde que a internet ganhou popularidade na última década, os boatos eleitorais ganharam ainda mais alcance, como a que alertava para a privatização da Petrobras que Geraldo Alckmin (PSDB) providenciaria se vencesse Lula na campanha presidencial de 2006. Em 2010, a então candidata Dilma precisou ir a publico desmentir uma frase atribuída a ela na internet segundo a qual “nem Jesus Cristo” lhe tiraria a vitória. Naquele mesmo ano, o adversário José Serra (PSDB) se viu em apuros para desmentir a história de que acabaria com o programa Bolsa Família se terminasse eleito. “Foi um problema muito sério e piorou muito com a divulgação pelas redes sociais. Muita gente também repassou a desinformação por e-mail, mas o Facebook e o Twitter foram os principais meios de repasse”, recorda-se Paulo Rebêlo, diretor da Paradox Zero, agência especializada em tecnologia, comunicação e política. Este ano a boataria ganhou o noticiário a partir do Facebook, quando, no fim do mês passado, a página TV Revolta angariou mais de 3,6 milhões de fãs relacionando o PT a notícias falsas. É também nas redes socais que os partidos recebem as mais variadas críticas.


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