Imperatriz Leopoldinense é campeã do carnaval

Pálpebras e Lágrimas

Expedita Ferreira, única filha de Lampião e Maria Bonita, desfila pela Imperatriz Leopoldinense e Regina Casé como Lampião e Maria Bonita.

A Imperatriz Leopoldinense se inspirou na literatura de cordel para celebrar a história de Lampião, o rei do Cangaço, em seu desfile na madrugada de terça-feira (21).

Em busca de seu nono título no Grupo Especial, a escola cantou o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”. Nele, explorou a vida e, principalmente, a morte do cangaceiro.

O desfile da Imperatriz contou com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés.

O cordel deu as caras logo na comissão de frente, que mostrava a jornada de Lampião após morrer, indo do inferno ao céu sem encontrar abrigo em lugar algum.

No abre-alas, o rei do Cangaço aparecia em seu cavalo sobre uma reprodução colorida do Sertão, com bois, cactos e grandes crânios bovinos. Como destaque, Matheus Nachtergaele

Nas primeiras alas, a escola costurou a vida de Lampião e seu bando com cultura popular nordestina da época, com beatos, repentistas, cordelistas, carpideiras e mamulengueiros.

As desventuras do cangaceiro, pelo menos em vida, já terminaram no segundo carro. Não menos colorida que a primeira, a alegoria mostrava a morte do bando pela polícia.

Desse momento em diante, a Imperatriz assumiu um tom vermelho pra narrar a jornada de Lampião ao inferno.

Lá, o próprio Cramulhão pede que seus demônios impeçam a entrada do cangaceiro.

A partir do terceiro carro, a escola adota o azul como cor majoritária na subida aos céus. Apesar de um lugar de paz, os santos começam uma grande batalha para expulsá-lo de lá, como foi contado no quarto carro. Na última alegoria, que celebrava a herança cultural de Lampião, o destaque era Expedita Ferreira da Silva, filha do casal celebrado no desfile. Do alto de seus 90 anos, ela já tinha participado do carnaval de São Paulo, no desfile da Mancha Verde, no domingo (19).

Ao contrário do que disse uma vez um pandego, as lágrimas não foram feitas para a gente chorar. As lágrimas têm importância vital na saúde e no bom funcionamento dos olhos. Toda a nutrição e oxigenação da superfície anterior da córnea, sua limpeza e sua proteção é feita pelas lágrimas. Quando piscamos, as lágrimas são espalhadas por toda a superfície da córnea, levando o oxigênio e retirando as pequenas sujeiras que a todo instante caem nos olhos. Mas para que isso aconteça, é preciso que as pálpebras não tenham imperfeições que atrapalhem o seu bom funcionamento. E que a pessoa pisque normalmente porque, se piscar pouco, as pálpebras não conseguem fazer seu trabalho e a córnea não será oxigenada, nem hidratada com eficiência, o que pode causar vários problemas. É o que acontece com quem fica tão concentrado no computador que acaba piscando pouco. O olho seca. Além de oxigenar e limpar a córnea, as pálpebras também protegem os olhos de traumas causados pelo impacto com pequenos corpos estranhos e também contra as consequências do excesso de luz e da ação dos raios UV. Isso graças aos reflexos que fazem com que elas se fechem rapidamente em caso de perigo. Há varias anormalidades que podem impedir o bom funcionamento das pálpebras. Uma é a Ptose palpebral, que é quando a pálpebra superior não consegue se elevar. Isso ocorre devido a problemas nos músculos ou na inervação da pálpebra. A ptose impede a abertura normal do olho, atrapalhando a visão. Outro é o Coloboma, que consiste na falta de um pedaço da pálpebra, o que deixa parte da córnea exposta e atrapalha o espalhar do filme lacrimal. O Entropio, a Triquiase, a Distiquiase, são defeitos em que os cílios entram em contato com a córnea, ferindo-a. E outros problemas. Todos estes problemas exigem a ação do oftalmologista para serem resolvidos. A lágrima é o liquido que transporta o oxigênio para a córnea, e que a protege, hidrata, lubrifica. É produzida por glândulas que ficam sob a pálpebra superior, próximas dos olhos. A lágrima é formada por um líquido aquoso, mucina e lipídios. E ela contem também enzimas que destroem a maioria dos micróbios. A produção de lágrimas aumenta quando o olho está irritado pela presença de alguma substância estranha, na tentativa de elimina-la. As emoções também aumentam a produção de lágrimas. Triste, a pessoa chora e funga o tempo todo, devido ao excesso de lágrimas nos olhos e que são encaminhadas às narinas. A lágrima pode faltar também. E a sua falta, ou diminuição, faz secar a córnea e lesionar as células do epitélio corneano, causando a ceratite, que é a inflamação da córnea. E que pode complicar, dando até uma úlcera na córnea, geralmente com consequências graves para o olho. A lágrima, depois que cumpriu sua função no olho, é eliminada, indo, pelos canalículos lacrimais, até as narinas, onde é reabsorvida pelo corpo. No meio do trajeto do canalículo existe um saco, o saco lacrimal, onde a lágrima é armazenada por algum tempo, antes de ser jogada na narina. A lágrima pode se acumular no saco no caso de obstrução na saída nasal do canalículo na narina. Essa lágrima acumulada pode se infeccionar, dando a Dacriocistite, uma inflamação dolorosa do saco lacrimal. Essa é outra patologia que exige a intervenção do oftalmologista para medicar e tratar. E depois resolver definitivamente o problema com sondagens ou cirurgia. Outros problemas podem afetar tanto as pálpebras, como o aparelho lacrimal. E todos eles podem ser tratados, desde que atendidos por um oftalmologista.

Dr.José Gil Oftalmologista

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