Tribuna do Norte - 28/11/2012

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opinião

Quarta-feira | 28 de novembro de 2012

TICIANO DUARTE [ jornalista ]

Jornal de WM WODEN MADRUGA - woden@terra.com.br

A vez do fuleco

P

elo que se ouve nas esquinas e pelo que se lê nas ditas redes sociais, a galera não aprovou o apelido de “Fuleco”, que deram ao nosso tatu-bola como mascote oficial da Copa do Mundo de 14. O anúncio foi feito pela Fifa – sempre ela – depois de ter ouvido (diz a Fifa) o torcedor brasileiro. Na verdade, o universo pesquisado não chegou nem a 4 milhões de pessoas. Na internet tem muita gente repetindo que “fuleco” é sinônimo daquilo conhecido nas altas rodas também por ânus. Ou fiofó. Vai tomar no fuleco, dizem uns. Outros afirmam: “Quem tem fuleco tem medo”. Vale ainda: “Fuleco de bêbado não tem dono”. Ou, então: “Pimenta no fuleco dos outros é refresco”. Ouvi, segunda-feira, mestre Gaspar, na calçada do Cova da Onça, danado da vida com o jogo ABC e América, de sábado. Foi um jogo fuleco, dizia ele, puto da vida. Coitado do nosso tatu-bola, nunca foi tão aviltado. O pessoal da Fifa assegura, academicamente, que fuleco “significa a fusão entre Futebol e Ecologia” e que o apelido do mascote “está em sintonia com a preocupação do torcedor local com o meio ambiente”. A Fifa não entende mesmo nada de Brasil. Não passa de uma entidade fuleca. O José Simão também “adentrou” (como dizem os narradores esportivos) no gramado: “Fifa batiza o mascote da Copa de Fuleco!”. Fuleco? Tadinho do tatu-bola! Isso não é nome, é bullying”. Simão, acrescenta: - O tatu-bola vai entrar em autoextinção. De vergonha e ódio!

Ele vai se enrolar, se enfiar num buraco e só sair em 2015. E Fuleco é Fuleiro + Timeco? Rarará” E sabe o que o tatu-bola gritou pra Fifa? “Vai tomar no Fuleco”. - E que tal Traveco? Traveco é a coisa mais brasileira que existe e a gente ainda exporta. Cada país exporta o que tem de melhor” Rarará! Ou então: Furreco. Pra combinar com o futebol da seleção. Zé Simão ainda pergunta: - E se o Brasil perder na Copa, o tatu vai ficar com o fuleco ardendo? Outro que “adentra” no gramado é o Josias de Souza. Bolou um “acróstico fúnebre em memória do ‘ex-tatu bola’. Assim: Falta rima, não faz eco Ultrajaram a soberania Lebre agora é marreco Embaralharam a bicharia Chamar tatu de Fuleco Ofende a lógica, é vilania.

A Revolta Vermelha

N

o dia 23 do corrente marcou a passagem do movimento armado de Natal, há 77 anos, o chamado levante comunista ou a revolta vermelha, que esteve no poder por 03 dias, ocupando a capital e a cidade de Ceará-Mirim, Baixa Verde (hoje João Câmara), São José de Mipibu, Santa Cruz e Canguaretama. Hélio Silva, historiador imparcial, distanciado das emoções e paixões locais, relata: ...”Então já se sabia da reação em Pernambuco, não havia esperança de reforços. Os rebeldes tinham organizado três colunas. Uma dirigia-se a Recife, outra a Mossoró. A terceira embrenhou-se pelo Sertão com destino a Caicó. Esta transportara em caminhão alguns soldados e civis. Um chefe sertanejo, Dinarte Mariz, que tinha uma frota de caminhão organizou sua gente e surpreendeu o transporte revolucionário na Serra do Doutor, dizimando seus homens. As outras colunas não prosseguiram. Seus soldados debandaram ou foram aprisionados. Tropas do Exército e das Policias dos Estados vizinhos ajudaram a restabelecer a ordem, voltando a governar Rafael Fernandes. Começou a apuração e a depuração. Os adversários políticos da situação foram presos juntamente com os que haviam tomado parte na revolução. Encheram-se as prisões. Inicia-se a remessa de detentos para o Rio. São os personagens de Graciliano Ramos. Nem os

chefes políticos de renome como Café Filho e Kerginaldo Cavalcanti escaparam da acusação. Quem estava contra o Governo era comunista.” No meu livro, “No chão dos Perrés e Pelabuchos, falo sobre o governo Mário Câmara, apoiado pelos últimos e que foi o antecessor de Rafael Fernandes, deposto pelos revoltosos por um curto período, e que muito destes pensavam que o movimento de 23 de novembro de 1935 tinha côr partidária, isto é para fazer voltar ao poder o ex-interventor que tivera seu candidato derrotado pelos Perrés, dizendo da necessidade de uma análise imparcial sobre o governo desse período, alvo de acusações gravíssimas de violências, truculências e assassinatos. Mário Câmara, repito, é apontado de ter mandado praticar tais abusos contra seus adversários, os indefesos Perrés. Não há avaliação mais acurada e isenta de sua administração, no campo social, no conjunto desenvolvimentista. Uma avaliação sob a ótica da realidade da fase conturbada, posterior à vitória do movimento insurrecional que levou ao poder Getúlio Vargas. Esse homem, Mário Câmara, saindo do Rio Grande do Norte derrotado, foi nomeado por Getúlio Vargas para ser delegado do Tesouro Nacional, em Washington. Depois, do governo Café Filho, ministro da Fazenda, cargo em que permaneceu até a gestão provisória de Nereu Ramos. Ressaltei que ele fora pro-

tagonista no momento de conturbação no Rio Grande do Norte. A memória sobre ele ficou, como se diz, encapsulada nesse período difícil. Não houve um avanço nas reflexões sobre esse tema que entra, também, o movimento armado de 1935, sobre as raízes políticas que envolveram as lideranças do Estado, na Revolução de 1930, nem também sobre os que desejaram voltar ao poder que lhes tinha sido arrebatado por aqueles que batalharam para as quedas das oligarquias e dos métodos obsoletos de fazer eleição e administrar a coisa pública. O movimento de 1935 foi consequência da luta em Perrés e Pelabuchos, com a participação de um pequeno grupo de comunistas, mas militares que civis. Hélio Silva aponta que foi uma revolta de cabos e sargentos, operários e funcionários públicos: “Nem mesmo os dirigentes do movimento, os poucos declaradamente comunistas, tinham formação marxista. Eram revoltados simplesmente...o grosso dos adesistas julgava tratar-se de um movimento para repor o Interventor Mário Câmara.” O 23 de novembro de 1935, além de ter sido uma aventura irresponsável e despropositada, foi um blefe ideológico, que ainda envergonha os verdadeiros revolucionários, mortos ou vivos, que alimentavam a utopia socialista, de reformas profundas e de justiça social. Foi um pesadelo que se abateu sobre o país, há 77 anos passados.

Brum - www.rabiscosdobrum.zip.net

Cartas Investigação (1) O fascínio pelos holofotes talvez seja o principal obstáculo para barrar as pretensões do Ministério Público. Concordo que o MP deve ter, entre suas atribuições, o poder de investigar crimes, especialmente no serviço público. No entanto, a espetacularização do ato é o que condeno. Já vimos muitos casos de pessoas saindo algemadas de suas casas ou repartições de trabalho e depois sendo liberadas porque não se provou nada contra aquela pessoa. O MP e a polícia brasileira deveriam se espelhar nos exemplos do países mais adiantados, onde os nomes de envolvidos em operações desse tipo só são divulgados após condenação.

Prêmio Telecom O escritor angolano, radicado em Portugal, Valter Hugo Mãe, foi vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura-2012, anunciado segunda-feira, em São Paulo. Ganhou com o romance A máquina de fazer espanhóis, publicado pela Cosac Naify, 2011. Recebeu 100 mil reais.

Na categoria conto-crônica, venceu o brasileiro Dalton Trevisan, com o livro O anão e a ninfeta (Record). Outro brasileiro, o Nuno Ramos, ganhou na categoria poesia, com o livro Junco, pela Iluminuras. É segunda vez que Nuno Ramos ganha o Telecom. Em 2009 ganhou na categoria contos com o livro Ó.

Livro de João Amanhã tem o lançamento do livro de João Faustino, Eu perdoo (uma reflexão sobre a nossa capacidade de perdoar), edição da Editora RN Econômi-

co. A partir das 19 horas no Salão de Eventos Cardeal Sales, que fica ao lado da Igreja de Santa Terezinha (avenida Rodrigues Alves, Tirol).

rom e papel. - A nova edição do “Dicionário Houaiss” vai trazer o verbete... “Açum-preto”. Como saiu aqui, lembra?, o bicho que batiza a clássica com posição de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira, não constava de nenhum dicionário.

NOBEL Amanhã é dia de mais um Encontro de Letras na Livraria Nobel, da rua Potengi, quase esquina com a Afonso Pena, ares de Petrópolis, com o lançamento do livro do cônego José Mário, Necrológio de Dom Nivaldo Monte. Haverá um bate-papo do autor com o escritor Jurandyr Navarro, presidente do Instituto Histórico e Geográfico. Começa às 5 da tarde. Na sexta-feira, a mesma hora, o Encontro se repete, agora com o lançamento do livro Monte de Vênus da poeta Jeanne Araújo. O prefácio é de Nei Leandro de Castro. O poeta Maia Pinto fará a apresentação da colega.

PAPO COM SÁVIO Na minha passagem por Pipa almocei com Sávio Hackradt, nos terraços da Pousada Ecovila – Spa da Alma, onde ele estava hospedado com Dodora. O lugar é encantador e a cozinha muito boa. Uma parte da conversa contou com as presença de Zuenir Ventura e Mary, sua mulher, também jornalista. Depois, o casal desceu no rumo do mar, guiado por Ana Brito. Sávio será o chefe da Gabinete Civil do prefeito Carlos Eduardo Alves. Pelo que ouvi - e Dodora é testemunha - os dois, Tata e Sávio, estão com os pés no chão. Chão duro da realidade natalense. BAZAR Já foi aberto, segunda-feira, 26, e vai até o dia 10 de dezembro, o Bazar de Arranjos Natalinos de Renata Motta. Horário: das 9 às 19 horas. Rua Monsenhor Honório, 218, Tirol.

DE QUANTOS Madrugada alta, na Bella Napoli, especulava-se sobre as duas vagas de conselheiro do Tribunal de Contas. Na mesa, os nomes dos prováveis candidatos. Foi aí que alguém palpitou: - O receio é transformar o Tribunal de Contas em tribunal de quantos.

Empresa Jornalística Tribuna do Norte Av.Tavares de Lira,101 - Ribeira - Natal/RN CEP:59010-200 Fone: (PABX) 4006-6100 Fax: (0xx84) 4006-6124 Endereço eletrônico: www.tribunadonorte.com.br

Investigação (2)

Tarde bucólica e prazerosa

Dicionário Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo: - A segunda edição do “Dicionário Houaiss” já está pronta. Terá 235 mil verbetes. Dez mil a mais que a anterior, de 2001. Mauro Villar, diretor do Instituto Antônio Houaiss, negocia versões em CD-

Manoel Sátiro - por e-mail

CARLINHOS GALVÃO [ ex-aluno salesiano ]

Diretor Presidente: Henrique Eduardo Alves Superintendente: José Roberto Cavalcanti Diretor Adm.e Operações: Ricardo Luiz de V.Alves Diretor Financeiro: Agnelo Alves Filho Diretor de Redação:Carlos Peixoto cpeditor@tribunadonorte.com.br Gerente Comercial: Eliane Rocha Gerente de Marketing: Andréia Barandas Gerente de Circulação: Thales Vilar

I

nimaginável talvez seja a melhor palavra para descrever o que aconteceu na tarde do último dia 24 de novembro de 2012. Seria muito natural um encontro entre amigos de velhas datas, reunidos apenas para matar as saudades. Mas na verdade o que aconteceu foi algo inusitado, seria talvez um turbilhão de alegria, que não há dinheiro que pague. Estou falando do encontro de ex-alunos Salesianos (1979), ou melhor, o reencontro de A-M-I-G-O-S como há tempo não se via. Foram momentos mais que especiais. E nem parecia que muitos ali não se viam a mais de 30 anos. A alegria estampada nos rostos realçava e dava um brilho especial naquelas pessoas que há muito tempo não se viam, mas que por uma tarde retroagiram no tempo e se sentiram quase adolescentes, ou melhor, meninos (as), que o tempo apesar da distância entre os anos de 1979 a 2012 não tirou o brilho de uma amizade guardada no tempo, que acredito eu, seja eterna. Lembranças que o tempo se encarregou de marcar na vida daqueles amigos. Nesta tarde falava-se dos tempos bons do Salesiano, falava-se com enorme carinho e recordação dos tempos do campinho de poeira, da godela, das quadras de Futsal, do ginásio interminável, dos Jogos de espyribol, das fardas (caças cinza) perdidas e misturadas nas redes das traves, dos jogos de sinuca, dos pula-pula “canguru”, das bolas mesmo furadas usadas nas quadras, das jogadas inesquecíveis da época de Grêmio (campeonato entre amigos salesianos), onde muitos que ali estavam eram verdadeiros protagonistas porquê não “craques” de futebol, dos famosos jogos internos entre classes e suas disputas e rivalidades inesquecíveis. Foi uma tarde para lembrar das mangas verdes que eram chupadas em plena sala de aula e no horário de recreio, das aulas gazeadas (fugidas fantásticas de amigos para antiga Rodoviária da Ribeira, só pra tomar uma), dos castigos marcantes como o famoso “miau” do aluno desconhecido, talvez (Sanderson ou Classificados: Redação Fax Venda Avulsa Assinatura Natal Reclamações Natal ASSINATURA Mensal (à vista) Semestral (à vista) Anual (à vista)

4006-6161 4006-6113 4006-6124 4006-6100 4006-6111 4006-6111 R$ 43,00 R$ 258,00 R$ 516,00

PREÇO DO EXEMPLAR Rio Grande do Norte 3ª a Sábado Domingo Outro Estado 3ª a Sábado Domingo

Plínio Sanderson) que eram alunos da 7ª série nas aulas do Prof. ABC – Anecildo Batista Carvalho, e que pagaram “mico” ao ficar expostos na quadra do piso vermelho ao sol intenso das 10h, sem que isso fosse “bullying” ou maus tratos. Não faltou a lembrança dos famosos desfiles de 7 de Setembro, que Batatinha, Everardo, Nazareno, Paulinho e tantos outros usavam blusão de seda vermelho e conga branca, e estampavam no peito e nas suas camisas as famosas letras “Salesiano” abrindo o desfile todos os anos. Não faltou nem a lembrança do famoso carimbo “Compareceu” em azul e “Ausente” em Vermelho negrito” para comprovar aos pais a presença diária dos alunos. Não faltou sequer uma “Caderneta Escolar” (tipo passaporte vermelho com foto e tudo mais), que aliás, meu amigo “Chicão” pode proporcionar a todos os presentes, mostrando sua caderneta cheia de notas azuis e vermelhas, aos quais remeteram aos conceitos da época: SR (Sem Rendimento), II (Insuficiente), MM (Médio), MS (Médio Superior) e os famosos SS (Superior). O que está escrito quase nada descreve aquela tarde maravilhosa, momento mais que especial em nossas vidas, pois se traduz por si só, como momento de felicidade! Poder ter participado desse momento foi algo mágico! É hora de agradecer a abraçar todos vocês a quem parabenizo pelo belíssimo encontro: Laurence Bittencourt Leite, Floriano Medeiros, Eduardo Henrique (andorinha), Silvinho, Alexandre Batatinha, Chicão, Everardo, Paulo Eduardo, Joãozinho, Juscelino, Gunderson, Caio Múcio, Jane, Wilson, Sayonara, George Rosado, Tarcísio Cavalcanti, Flávio Resende, Ivana, Edith Mara, Ricardo Lambert, Marcelino, Emmanuel Rocha, e até mesmo os que não foram relacionados, e em especial ao meu querido irmão Manoel Nazareno “Zeno Castanha”, por ter sido convidado em outras oportunidades e ter me levado para essa tarde bucólica e prazerosa. Como disse o poeta: “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”.

Sobre o comentário do advogado na nota Holofotes, publicada no Jornal de WM de domingo, concordo com ele. Se os promotores públicos soubessem que a população rejeita as atitudes arrogantes que eles tomam só para aparecer na imprensa, talvez eles trabalhassem mais para todos nós. Pergunto: quem fiscaliza o Ministério Público? Henrique Araújo - por e-mail

Petistas Oh, Mineiro! O PT não é o PSTU. Se o PT apoiou Carlos do PDT, que é da base aliada do governo petista de Dilma, acho que seria mais coerente, pelo menos, liberar os filiados a participar do governo que o próprio partido ajudou a eleger. Se fizerem uma pesquisa com os eleitores do PT, vai ser de dez por um, principalmente sendo Cipriano o indicado. Unaldo Xavier – por e-mail

Acidente Acidente horrível o da BR-101. Pessoas inocentes são envolvidas pela culpa de imprudentes. Sugiro que seja construída uma mureta de proteção, no canteiro central, para que veículos sem controle por inúmeros motivos, venha a invadir o sentido contrário da pista. fabio1906@ig.com.br

FILIADO AO

R$ 1,50 R$ 2,50

FILIADO AO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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