07-01-2011

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Tribuna das Ilhas dIRectOR : mANuel cRIStIANO bem 4 NúmeRO : 448

O pi n iãO

7 .JaneirO.2O11

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

2011

Comissário Pedro AlmeidA Ao Ti

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aRmando amaRal O PINANdO ObjectIvAmeNte

com o cinto (ainda) mais apertado

tÓPIcOS: 1 - carrilhão 2 - condor 3 - crise 4 - Presépio PÁGINA 1O

FeRnando gueRRa

Administração Pública PÁGINA 12

genuíno madRuga mAR AçORIANO

Pescarias em 2010 PÁGINA 14

José aRmas tRigueiRo FActO HIStÓRIcO dAS FlOReS

O Naufrágio no lajedo do Navio “Slavonia” (v) PÁGINA 12

maRia amélia FReitas

dizem café é que nos salva PÁGINA 12

Paulo mendes

O que é inconstitucional? A redução definitiva dos salários ou uma compensação remuneratória? PÁGINA 14

Raul de amaRal-maRques PelA

SuA

SAúde

Refluxo Gastro-esofágico

PSP continua a investigar onda de assaltos

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PÁGINAS O8/O9


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em desTAque

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ediToriAl

anO nOvO g é tradicional nos países do mundo ocidental festejar a entrada de um novo ano com manifestações de alegria que, por vezes e para muita gente, não correspondem verdadeiramente a um sentimento individual ou colectivo. no âmbito desta avaliação, extraída em parte das experiências da vida, estamos convencidos de que por este nosso país fora e por estas ilhas além, mesmo naquelas comunidades onde não ocorreram graves problemas sociais provocados por uma crise que afectou o mundo inteiro, o ambiente que envolveu a chegada de 2011 não foi o de satisfação pelos projectos realizados e pela confiança em relação ao futuro próximo. é que, atendendo às situações criadas, em termos económicos e vivenciais, na sociedade portuguesa, mesmo naquelas terras – cidades ou vilas – onde se queimaram, em breves minutos, muitos milhares de euros, numa afirmação de poder e vaidade, em nossa opinião pouco justificável…mesmo aí, depois de se apagarem os últimos brilhos dos fogos atirados ao ar, ficou em muita gente um “amargo de boca” pelo esquecimento dos muitos benefícios que esse “investimento” poderia ter gerado no mar de carências que ainda hoje afligem a consciência da nação que somos. mas já que no nosso editorial da edição natalícia abordámos aspectos da fase de grandes e profundas dificuldades que o país atravessa e a que estamos sujeitos como uma das suas regiões insulares, queremos enveredar, neste limiar de ano novo, por um caminho que possa conduzir-nos à resolução dos problemas existentes e ao patamar do desenvolvimento dos nossos parceiros da união europeia. claro que o caminho a que referimos importa a modificação de aspectos censuráveis da vida política nacional. em Portugal não se ultrapassam questões difíceis, como noutros países, mediante a colaboração leal e construtiva de diversas forças partidárias. em Portugal, o que mais temos é a guerrilha política – mesmo em assuntos da maior importância – é o favorecimento das grandes obras públicas sem atender a outras, de menor dimensão, mas que significam o progresso das terras mais pequenas a valorizar o todo nacional. nesta nossa Pátria vigora a tendência do centralismo, nacional e regional, construindo centros dominantes e empobrecendo outras zonas. e assim por diante, seria um nunca mais acabar de queixas e de velhos hábitos que estão na base do nosso atraso. Vamos, pois, esquecer este 2010 que findou e vamos renovar a esperança para 2011 – uma esperança feita da confiança nas instituições que têm de ser bafejadas por uma aragem que as transforme nas alavancas do progresso do país e das suas regiões, no âmbito de uma planificação harmoniosa e sustentada. Vamos renovar a esperança para 2011! Feliz ano novo para os açorianos em especial…

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PSP alerta população para onda de assaltos a viaturas maria josé Silva g Nos últimos tempos foram assaltadas quase duas dezenas de viaturas na ilha do Faial, situação que gerou algum sobressalto entre a população e que muitos boatos tem feito correr. Ao que parece os assaltantes utilizam os mesmos métodos para entrarem nos carros, quebrando um dos vidros ou arrombando as fechaduras das portas, para, ao que tudo indica apenas para levarem dinheiro vivo. Em algumas das viaturas roubadas estavam computadores portáteis, aparelhos de GPS e até cheques, mas os larápios não levaram nenhum desses objectos, apenas o dinheiro, em muitos casos trocos que estavam no tablier. A maioria dos roubos em viaturas ocorreu dentro da cidade da Horta, mas há também registo de assaltos semelhantes nas freguesias rurais da Praia do Almoxarife, Castelo Branco e Feteira. Algumas das viaturas assaltadas terão sido também utilizadas na prática de outros roubos, nomeadamente a contentores de mercadorias que estavam no porto da Horta. TriBuNA dAS ilHAS esteve à conversa com o Comissário Pedro Almeida que esclareceu sobre tudo o que tem acontecido na nossa cidade, sobre o que é verdade e o que é boato, e sobretudo, sobre as atitudes que as pessoas devem adoptar. O Comissário começou por dizer

[soBe]

que “efectivamente, no último mês houve aumento da criminalidade contra o património no Faial, em especial no que respeita ao furto no interior de viaturas. relativamente aos outros tipos de crime, como seja, o crime contra propriedades, assaltos a residências e a estabelecimentos comerciais, os números têm se mantido idênticos aos anos anteriores.” Embora o aumento de furtos a viaturas tenha aumentado na segunda quin-

zena de dezembro, de acordo com Neto Almeida, desde o início do ano novo que a situação tem vindo a acalmar, sendo que só foram registadas duas queixas. Ao todo foram formalizadas 17 queixas, envolvendo poucas centenas de euros. O responsável policial revelou que, desde o primeiro instante, a PSP reforçou o número de efectivos na rua em especial nos períodos nocturnos, no sentido de procurar prevenir e detectar alguma situação de flagrante delito. Acrescenta, “paralelamente temos procurado, de acordo com as denúncias que nos vão chegando, e acreditamos que existem furtos cujas respectivas denúncias não nos chegam, trabalhar em sede de inquérito de forma a tentar relacioná-las com toda a informação de que dispomos.” da análise do modus operandi destes ilícitos não se pode concluir que seja sempre o mesmo ou mesmos individuo a fazer isso. “Temos que analisar muito bem as informações de que dispomos para poder concluir se estamos a falar de uma ou mais pessoas” – explica o Comissário Pedro Almeida. Os boatos que circularam pela ilha indicavam para que já tivessem sido efectuadas detenções no âmbito deste processo. Neto Almeida esclarece à

&

nossa reportagem que “uma vez que aumentámos a vigilância ocorreu uma detenção sim senhor, mas relacionada com estupefacientes. Até ao momento não tivemos quaisquer detenções relacionadas com os furtos a interiores de viaturas. Temos suspeitos, iniciámos diligências no âmbito do processo que se traduziram apenas na identificação dos referidos suspeitos, na sua condução à esquadra para prestarem declarações, mas não em detenções.” A realidade aponta para uma diminuição no número de furtos, o que pode indicar que se tratou de uma situação passageira. Sobre isso, e sem menosprezar o caso, Pedro Almeida diz ao TriBuNA dAS ilHAS que “poderão os indivíduos também estar com algum receio mas o mais importante é que haja uma colaboração da população para que possamos detectar essas situações o quanto antes”. O Comissário Almeida deixou um apelo para que as pessoas confiem na PSP, transmitam o máximo de informação que puderem no sentido de auxiliar na descoberta do ou dos autores deste ilícito. A recomendação da adopção de comportamentos preventivos também foi uma mensagem deixada pelo policial.

[desce]

dOP em AltA

INFORmAçÃO RAdIOFÓNIcA

g o doP – departamento de oceanografia e Pescas da universidade dos açores – continua em alta e a surpreendernos. agora foram os seus investigadores que conceberam, desenharam e orientaram a construção de um equipamento destinado a explorar áreas do nosso mar ainda desconhecidas, recolhendo imagens até aos 1.500 metros de profundidade. Parabéns ao doP e à actual Reitoria da uaç que sempre acreditou e apoiou este seu departamento instalado no Faial. e vejam bem onde é que os açores já possuem condições para ter um verdadeiro Parque tecnológico!

g Já aqui trouxemos, mais de uma vez e sem resultado,

este tema da informação radiofónica que é dada pela RdP – antena 1- a nível nacional, relativamente ao estado do tempo nos açores. ora, se os canais da televisão transmitem para o país uma informação meteorológica completa que razões tem a RdP para não fazer o mesmo nos noticiários da manhã. é que isso seria útil até para os açorianos a viver no continente e que também pagam taxa de radiodifusão. ou dando a temperatura apenas para Ponta delgada, julga-se que é suficiente ? mau serviço da estação radiofónica oficial!


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Nasceu no Faial o primeiro bebé de 2011 g O Hospital da Horta foi a primeira unidade de saúde da região a receber bebés este ano. A Bruna, nasceu à 01h39

do dia 01 de Janeiro de 2011 no Hospital da Horta, e tornou-se por isso no primeiro bebé a nascer nos Açores este ano. A mãe, Regina Duarte, diz que tudo correu bem mas que depois do parto não pensa repetir a experiência. Bruna, que nasceu com 3.980Kg tem como primeira história de vida o feito de ser o primeiro bebé do ano da Região.

DOP estabelece parceria internacional g O departamento de Oceanografia e Pescas, da universidade dos Açores, passou a ser parceiro científico da Global Ocean Biodiversity initiative (GOBi). desta forma a actividade científica dOP passou a ser reconhecida a nível internacional através desta parceria com a GOBi que, refira-se, é uma iniciativa internacional que tem como objectivo criar as bases científicas para a conservação da diversidade biológica nos ambientes do oceano aberto e mar profundo. Esta iniciativa surgiu em 2008 e envolve organizações globais como a como a união internacional para a Conservação da Natureza, uNEP World Conservation Monitoring Centre , Census of Marine life, Ocean Biogeographic information System, e instituições nacionais ou regionais, como por exemplo a German Federal Agency for Nature

[aconteceu]

t.i.

d.R

Conservation ou o Marine Geospatial Ecology lab of duke university e agora o dOP. de acordo com o comunicado de imprensa, a acção da GOBiassenta em critérios científicos adoptados, em 2008, pelas Partes da Con-venção para a diversidade Biológica, para a identificação de áreas mari-

nhas ecológica ou biologicamente significativas (EBSAs), com necessidade de protecção. Estes critérios resultaram de um workshop CBdrealizado na região e são conhecidos internacionalmente como Orientação e Critérios Científicos dos Açores (Azores Scientific Criteria and Guidance).

ArCO iriS na Zona industrial e YATCHT'S PANTrY na rua Vasco da Gama, com excepção para os Tabelados por lei. Ao mesmo tempo, a duTrAS ldª concede anualmente a oferta de um Bem imóvel à instituição, baseado no valor de 1% sobre as compras líquidas efectuadas pelos Associados. Neste momento estão em vigor os protocolos com: Cruz Vermelha

Portuguesa, Clube Naval da Horta, SiNTAP e Associação Faialense de Bombeiros Voluntários. Vão ser assinados novos protocolos com a Associação de Pais e deficientes da ilha do Faial e Sindicato dos Bancários do Sul e ilhas. recorde-se que esta empresa familiar que emprega mais de 3 dezenas de pessoas divididos entre o Faial e o Pico, em 2009 conseguiu um Certificado de Segurança Alimentar.

Mau tempo assola região d.R

g O Serviço regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores alertou para um agravamento do estado do tempo no arquipélago, onde se espera vento forte com rajadas até 130 quilómetros por hora e ondas de seis metros durante todo o fim-de-

2 detIdOS NO FIm de SemANA g Foram detidos dois indivíduos no passado fim-de-semana na cidade da Horta. de acordo com o relatório policial, no dia 31 de dezembro de 2010, foi detido um homem, de 47 anos de idade, natural e residente na ilha do Faial, pela prática do crime de resistência e coacção sobre funcionário (agente policial) no exercício das suas funções. Já no dia 2 de Janeiro foi detido homem de 24 anos de idade, pela prática do crime de posse e tráfico de estupefacientes, sendo-lhe apreendido 30 doses de liamba. 190.135 PASSAGeIROS em 2010 NO AeROPORtO dA HORtA

Dutras comemora 7 anos g A empresa dutras ldA comemora no próximo dia 10 de Janeiro de 2011 o seu 7.º aniversário. Para assinalar a data a empresa preparou uma série de eventos, dos quais se destaca a renovação de protocolos com instituições da nossa ilha e a assinatura de dois novos. Esta iniciativa, permite aos Associados destas instituições, usufruírem de um desconto de 5% em todos os artigos á venda nas lOJAS

[vai acontecer]

semana. A previsão do instituto de Meteorologia aponta para o Grupo Ocidental (Flores e Corvo) vento oeste com velocidade média entre 65 e 74 quilómetros por hora e rajadas entre os 100 e os 130 quilómetros

por hora até às 16:00. No mar, esperam-se ondas de oeste de cinco a seis metros. No Grupo Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial) espera-se até às 19:00 vento oeste com velocidade média entre 65 e 74 quilómetros por hora e rajadas entre 85 e 100 quilómetros por hora. Nestas cinco ilhas a previsão aponta para ondas de oeste de cinco a seis metros. Na sequência desta previsão, o Serviço regional de Protecção Civil e Bombeiros recomenda à população que adopte as medidas de precaução habituais nestas situações.

g o aeroporto da Horta movimentou um total de 190.135 passageiros no ano findo de 2010, o que em comparação com o número de utentes registado em 2009 se traduz por uma baixa de apenas 0,9 %. um movimento, aliás, que é considerado satisfatório atendendo à crise actual que afectou sobretudo a actividade turística em toda a Região. a movimentação de cargas, também prejudicada pela crise na área do comércio e da indústria, teve uma redução mais acentuada que atingiu os 12,1. PORtO PIm AcOlHe PRImeIRO bANHO dO ANO d.R

g mais de duas centenas de pessoas juntaram-se na praia de Porto Pim para o primeiro banho do ano novo, uma tradição que é cumprida há mais de 30 anos.a iniciativa, organizada por um grupo local de banhistas que regularmente mergulha durante todo o ano nas praias da ilha, tem vindo a conhecer uma adesão significativa de ano para ano. NOvA ARtIStA FlAmeNGueNSe em cONceRtO de NAtAl e ANO NOvO g a sociedade Filarmónica nova artista Flamenguense realizou no passado dia 1 de Janeiro de 2011, o tradicional concerto de natal e ano novo. este concerto contou ainda com a colaboração do grupo coral da Paróquia dos Flamengos.

vI FeStA de ReIS g numa organização da Junta de Freguesia da Feteira realiza-se amanhã a Vi Festa de Reis. a noite começa com uma missa pelas 19h00, seguida de uma representação das crianças na escola da Feteira. Às 20h00 a Filarmónica lira e Progresso Feteirense promove um concerto. também a Filarmónica nova artista Flamenguense vai subir ao palco às 20h45. mais tarde, pelas 22h00, haverá um baile, animado pelo conjunto onda Jovem desta feita no pré-fabricado da junta. as arrematações revertem a favor do pagamento das obras da igreja. será servido caldo verde, febras, bolo rei, vinho e sumo. cANtAtA AOS ReIS NA RIbeIRINHA g a igreja de santo antónio na Ribeirinha recebe no próximo dia 8 de Janeiro, sábado, uma cantata aos Reis. uma organização da Junta de Freguesia que terá início pelas 18h30, com uma missa solene. a cantata começa uma hora mais tarde com as actuações dos meninos da catequese da Ribeirinha, escu-teiros, centro comunitário e grupo margens. Às 20h30 haverá o tradicional convívio onde não faltará caldo verde e chocolate quente ao sabor do bolorei. cONcuRSO PIlOtO 18″ em ANdAmeNtO g numa iniciativa do piloto e empresário João Borges, proprietário da firma Jante 18 está a decorrer o concurso Piloto 18. este concurso procura formar e colocar um novo piloto à partida do Rali do canal 2011. neste momento, e até dia 16 de Janeiro, decorre a fase de aceitação das inscrições definitivas. o concurso prevê um sistema de eliminatórias, super final e finalíssima com avaliação de um conjunto de items que ditará no final o piloto que fará o Rali do canal no seat ibiza cupra de competição da Jante 18″. RecOlHA de SANGue NA FReGueSIA dO SAlÃO g o serviço de sangue do Hospital da Horta leva a efeito no próximo domingo, dia 9 de Janeiro, uma colheita de sangue na freguesia do salão, edifício da casa do Povo, entre as 9h00 e as 12h30. se tem mais de 18 anos e menos de 65 anos e quiser contribuir para esta causa, basta comparecer na casa do Povo.


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Açores registaram menos sismos em 2010 g Segundo dados do Instituto de Meteorologia, foram registados menos sismos nos Açores no ano passado. Assim, foram registados, durante o ano de 2010, 1341 sismos próximos do Arquipélago dos Açores, o que se pode considerar uma “sismicidade como moderada a reduzida”, refere o Instituto de Meteorologia. Os sismos ocorridos durante o ano de 2010, tiveram uma distribuição epicentral ao longo do alinhamento das ilhas (Grupos Central e Oriental) e também num sector da Crista Média Atlântica. Em termos macrossísmicos, foram sentidos 25 no arquipélago dos Açores, no entanto, nenhum deles provocou danos.

aberto concurso para investigação em biodiversidade ao abrigo do net-BiOMe g Está aberto o primeiro concurso para financiamento de projectos de investigação dirigida especificamente à biodiversidade tropical e subtropical nas regiões e territórios ultraperiféricos da Europa (ruP). O concurso tem enquadramento no projecto NET-BiOME e estará aberto à recepção de candidaturas até dia 28 de Fevereiro de 2011. O orçamento provisório para o concurso é de 3,5 milhões de euros. O concurso intitulado “Towards Biodiversity Management in Support of Sustainable development in

Tropical and Subtropical Eu” representa um primeiro sinal concreto do compromisso assumido pelos parceiros do NET-BiOME e integra-se numa estratégia global que visa estabelecer uma parceria duradoura em política de financiamento de investigação dentro do Consórcio. Essa política tem como objectivo ampliar a colaboração entre as regiões e territórios para aumentar a qualidade, capacidade e visibilidade da investigação em biodiversidade feita nas ruP. Pretende-se com isto garantir a qualidade do ambiente natural das regiões

e territórios em questão (através da implementação de práticas de gestão baseadas em informação de qualidade) ao mesmo tempo que se faz uma aposta clara em linhas inovadoras de uso e exploração sustentável dos recursos naturais que abundam nas ruP. “dadas as manifestações de interesse e as trocas de mensagens entre investigadores das diversas regiões, estamos em condições de antecipar um óptimo contributo para o aumento do conhecimento em biodiversidade insular.” afirmou o director

regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, acrescentando que “neste momento, já podemos garantir que o NET-BiOME está a fortalecer as relações entre os cientistas dos arquipélagos macaronésicos e ainda mais além.” Quanto aos objectivos deste programa, o director regional afirmou que “entre os grandes desafios da união Europeia encontra-se a luta contra a perda da biodiversidade e, principalmente se tivermos em conta que as regiões insulares albergam a grande generalidade da diversidade biológica da

Europa, este será um excelente contributo para ajudar a inverter esta preocupante tendência.” Ajudando a suportar financeiramente este programa, mais uma vez, os Açores confirmam a aposta já assumida na excelência da sua investigação bem como na promoção da sua riqueza biológica através do conhecimento, gestão sustentável, educação e sensibilização da sociedade. Para mais informações, consultar a página electrónica do projecto NETBiOME em www.netbiome.net.

"LiMPar POrtUGaL" Web site reSÍDUOS previsto para 2011 volta este ano g Em 2010, mais de 100 mil pessoas limparam Portugal apenas num dia. Para este ano o mote lançado pelo organizador da iniciativa é "Por que não 200 mil em 2011?" Em 2010 o dia escolhido foi 20 de Março e para este ano o dia da limpeza será a 29 de Março. Quem deu o primeiro passo foi o núcleo da campanha em Braga, que já lançou o desafio através das redes sociais.

lançada no ano passado por um pequeno grupo de pessoas, a iniciativa limpar Portugal transformou-se numa das maiores mobilizações colectivas em torno de uma causa ambiental no país. O Projecto limpar Portugal é um movimento cívico que pretende, através da participação voluntária de pessoas particulares e de entidades privadas e públicas, promover a educação ambiental e reflectir sobre a proble-

mática do lixo, do desperdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável, por intermédio da iniciativa de limpar a floresta portuguesa e removendo todo o lixo depositado indevidamente espaços verdes. dezenas de autarquias, empresas e outras instituições associaram-se à campanha, na qual mais de 100 mil pessoas recolheram pelo menos 50 mil toneladas de lixo um pouco por todo o país.

Câmara do Comércio e indústria da Horta recebe 45 mil euros do Governo regional g O Governo dos Açores atribuiu à Câmara do Comércio e indústria da Horta (CCiH) um apoio financeiro no valor de 45.100 euros. Este apoio enquadra-se no protocolo de cooperação que a Secretaria regional da Agricultura e Florestas celebrou em Abril com a CCiH com vista à “implementação de programas de salubridade, de higiene e de qualidade junto das estruturas de produção

de produtos pecuários, no âmbito das actividades de transformação e de comercialização”. Em portaria publicada em Jornal Oficial, o secretário regional da Agricultura e Florestas justifica o apoio pela importância das actividades económicas desenvolvidas pela CCiH, “promovendo a interactividade entre o agro-comércio, o agro-alimentar e a base da produção agrícola

e da pecuária”. Para Noé rodrigues, essa interactividade “permite impulsionar a divulgação e a publicitação, bem como um maior domínio do incremento económico, visando a melhoria e a evidência comercial mais atractiva das produções agrárias, contribuindo para a mobilização das comunidades locais e exteriores a favor dos produtos regionais”.

g A Secretaria regional do Ambiente e do Mar e a Agencia de Protección del Medio urbano y Natural das Canárias submeteram uma candidatura a nível europeu do projecto denominado SiGESTEiN, o qual foi aprovado em Junho de 2009 no âmbito do programa de cooperação transnacional PCT MAC 2009-2013. Nos Açores este projecto prevê a criação de uma página na internet de referência a nível regional denominada Web site rESÍduOS. Esta ferramenta vai permitir uma maior facilidade no acesso à informação actualizada de diversos públicos e na comunicação entre os vários intervenientes no ciclo de vida dos resíduos. É essencial ouvir as necessidades/sugestões/comentários para que o Web site resíduos possa cumprir plenamente os seus objectivos e servir quer entidades públicas e privadas quer o cidadão em geral.

Neste contexto foram realizados vários momentos de participação pública, destacando-se a primeira sessão de apresentação do projecto, decorrida a 15 de dezembro de 2009, no Jardim Botânico do Faial. A 23 de Novembro de 2010 realizou-se, no mesmo local, a apresentação dos conteúdos e funcionalidades do Web site resíduos, sendo de realçar a diversidade de espaços focados para públicos específicos: operadores de gestão de resíduos, produtores de resíduos, entidades que fazem educação e promoção ambiental, entidades gestoras, entre outras. Ainda em 2010 foi disponibilizado um formulário para recolha de contributos de qualquer cidadão/empresa para o efeito acedível em http://servicos.sram. azores.gov.pt/doit/ O Web site resíduos será uma realidade à disposição de todos. Para mais informações sobre o projecto poderá fazê-lo em www.residuos-azores.com.


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14 cruzeiros vão visitar o faial em 2011 dR

g Os Portos dos Açores prevêem um aumento nas escalas de cruzeiros em 60%, estimando-se em 90 mil o número de passageiros que irão visitar o arquipélago durante este ano. São Miguel é a ilha que mais escalas tem previstas para este ano, com 63, abrindo e fechando o ano com as visitas do Queen Elizabeth, seguindo-se o Faial com 14 escalas e Terceira com 12 (quatro em Angra do Heroísmo e oito na Praia da Vitória). Santa Maria irá receber cinco escalas, na Graciosa serão três, os dois portos do Pico somarão quatro escalas e São Jorge terá uma visita. O Corvo e as Flores somarão cinco visitas, com duas e três escalas respectivamente. O Ocean Countess passa pelos Açores em três ocasiões e é um dos navios que tocará dois portos açorianos, no caso Ponta delgada e Horta. O navio de 16 mil toneladas e capacidade para 800 passageiros escala Ponta delgada a 8 de Janeiro, seguindo-se uma segunda passagem a 12 de Março na Horta e no dia seguinte novamente em São Miguel. O campeão das escalas nos Açores

será no entanto o Sea Cloud ii que escala o arquipélago em 12 ocasiões, todas entre 17 e 27 de Abril, designadamente nos dias 17 e 24 de Abril em Ponta delgada, 18 e 25 na Horta, dia 19 no porto das lajes das Flores e no Corvo, dia 20 na Graciosa e no porto de São roque no Pico, dias 21 e 26 em Angra do Heroísmo e dias 22 e 27 na Vila do Porto em Santa Maria. O Bremen, paquete de pequenas dimensões, com seis mil toneladas e capacidade para 184 passageiros, passará em nove ocasiões também em várias ilhas. O Norwegian Epic, com 153 mil toneladas e capacidade para 4.200 passageiros, será o maior navio a escalar os Açores durante 2011. O mais recente paquete da Norwegian Cruise line passará por Ponta delgada em Maio, no dia 14 e em Outubro, no dia 27. A marca Celebrity Cruises irá passar em sete ocasiões nos Açores com alguns dos mais recentes navios da frota como a estreia do Celebrity Equinox, Solstice ou o Eclipse, além do Constellation.

O grupo Carnival Corporation será o que mais vezes visitará o arquipélago, em 21 ocasiões e por companhia a P&O e a Hapag-lloyd são as mais frequentes, com dez cada. Entre as estreias de navios, além dos Celebrity Equinox a 9 de Maio e Norwegian Epic a 14 de Maio, os

Açores irão receber pela primeira vez o Aida Aura que celebra uma dupla estreia, primeira escala do navio e da companhia, a 3 de Setembro. Outras estreias destacadas pelos Portos dos Açores são o Ocean Countess, Sea Cloud ii, Star Clipper, Seadream i, National Geographic Explorer,

Clipper Odyssey e Kristina Katarina. Maio e Abril, com respectivamente 30 e 29 escalas serão os meses mais movimentados nos Portos dos Açores, seguidos de Outubro, com 14, fruto do reposicionamento dos navios para as diferentes temporadas.

Joana Baptista reduzidas listas de espera do é o novo Ídolo do faial Hospital da Horta

g Os hospitais dos Açores tinham uma meta de, até ao final de 2010, fazer intervenções cirúrgicas a todos os doentes que estivessem em lista de espera há dezoito meses e assim acabar com as listas de espera da região. No entanto, as listas de espera, ainda que tenham reduzido, mantêm-se. Segundo os dados da Secretaria regional da Saúde entre Outubro e Novembro de 2010, houve uma redu-

ção de 463 utentes nas listas de espera dos hospitais dos Açores. Em Outubro existiam quase 1400 os doentes em lista de espera, tendo passado a pouco mais de 900 em Novembro. O Hospital da Horta registou uma redução menos expressiva. de 82 pessoas em lista de espera para cirurgia ortopédica em Outubro, passou-se para 76 no mês de Novembro.

g A jovem Joana Baptista foi eleita, na noite de passagem de ano, como o novo Ídolo do Faial. Num espectáculo que decorreu com alguns sobressaltos no Pavilhão do Fayal Sport Clube e após várias audições e provas, Joana foi considerada pelo júri como a melhor de entre os melhores. A jovem, que sucede a Paulo Silva, foi eleita naquela que foi a última festa organizada pelo Jackpote Café Bar sob a gerência dos irmãos Emanuel e Carla Freitas. A noite foi ainda animada com dancing Performance, actuação da banda Kontrastes, animação circense e com o dJ Freesoul e the best dance music. Ainda nesta final estiveram também os concorrentes daniela Medeiros, Nádia Cabral e Hugo Trombas. Emanuel Freitas, organizador do evento esteve à frente do Jackpote durante um ano e organizou vários eventos: Ídolos 1, Ídolos 2, uma Canção para Ti, Espelho Meu Faial, Summerfarm, vários desfiles e noites temáticas. Por fazer ficou um evento de solidariedade social e a primeira edição do Ídolos Canal, mas diz que “em breve vai pôr estes dois eventos

de pé”. Em jeito de balanço Freitas disse ao TriBuNA dAS ilHAS que, “este último ano serviu para abanar o Faial em matéria de eventos alternativos para a actividade nocturna. deu outra perspectiva às pessoas e deu a conhecer outras potencialidades para aquele espaço”. Emanuel refere também que “a nível pessoal, organizar todos estes eventos, levantou-me o ego e fez me ver que tenho capacidades para continuar seja onde for.” TriBuNA dAS ilHAS acompanhou as actividades do Jackpote e que ficou marcada por alguns imprevistos e

burocracias. A esse respeito o empresário diz que “foram coisas que já passaram, algumas bastante desagradáveis mas que nunca me fizeram baixar os braços.” Na última noite do ano estiveram no Pavilhão do FSC cerca de mil pessoas, num espectáculo “magnífico”, como afirma Emanuel Freitas. “Foi gratificante ver como conseguimos transformar um pavilhão desportivo numa autêntica sala de espectáculo” – remata. Para os dias 14 e 15 de Janeiro, Emanuel Freitas vai organizar um fim-de-semana diferente na sede do Angústias Atlético Clube.


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CMH apoia obras do Polivalente de Pedro Miguel g A Câmara Municipal da Horta apoiou, no passado mês de dezembro, a colocação de cobertura nas obras de ampliação do Polivalente da freguesia de Pedro Miguel. O apoio, no valor de 21 mil euros, estava previsto no Orçamento municipal para o ano de 2010 e teve por objectivo reforçar o investimento que a autarquia tem vindo a realizar na remodelação desta

infra-estrutura. Segundo nota informativa enviada à nossa redacção, para este ano, a CMH pretende alargar este apoio de forma a cobrir integralmente os custos inerentes à cobertura total do edifício, que atingem cerca de 84 mil euros. As obras tinham sido já objecto em 2009, de contrato ArAAl de cooperação financeira, entre o Governo

regional dos Açores, a Câmara Municipal da Horta e a Junta de Freguesia de Pedro Miguel, tendo em vista apoiar a remodelação do primeiro polivalente construído na região. A autarquia faialense apoiou, igualmente, na realização do projecto de arquitectura para aquela infra-estrutura e no acompanhamento técnico da empreitada.

Be/açores estranha que Governo regional tenha encomendado ante-projecto de navio antes de serem conhecidas conclusões do estudo sobre transportes g O BE/Açores quer que o Governo regional justifique a decisão de encomendar um ante-projecto de navio destinado ao transporte marítimo de passageiros e viaturas antes de terem sido conhecidas as conclusões do Estudo sobre os transportes marítimos na região. Num documento enviado ao Governo regional através da

Assembleia legislativa dos Açores, os deputados bloquistas estranham ainda que a realização deste anteprojecto tenha sido adjudicada precisamente a um dos autores do estudo. Em nota enviada às redacções, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia regional recorda que a Atlânticoline cele-

brou um contrato, por ajuste directo, com a BMT Transport Solutions GmbH para a realização de um estudo sobre os transportes marítimos na região Autónoma dos Açores, no valor de 159.500 euros, com um prazo de execução de 120 dias, tendo, apenas 13 dias depois, celebrado um contrato – também por ajuste directo – com a BMT

Nigel Gee (uma das empresa autoras do estudo) para a realização de um navio destinado ao transporte marítimo de passageiros e viaturas, no valor de 50.000 euros e com um prazo de execução de 90 dias. O BE salienta que o prazo de execução terminou “antes de serem conhecidas as conclusões e recomendações do estudo, que seriam objecto de

proposta, no sentido de se definir os tipos de navios adequados ao modelo de transporte no arquipélago”. Os parlamentares do BE/Açores querem ainda saber “que outras entidades foram consideradas no processo e escolha/decisão para adjudicação do estudo sobre os transportes marítimos na região Autónoma dos Açores”.

677 mil euros para exportação de resíduos habitação com prazo alargado g A Secretaria regional do Trabalho e Solidariedade Social atribuiu um novo pacote de apoios à habitação num valor superior a 677 mil euros e que beneficiará 42 famílias das ilhas Graciosa, Terceira, São Miguel, Faial, Flores e Pico. Concedidos ao abrigo dos programas de apoio à recuperação de habitação degradada e à construção e aquisição de moradias, os novos financiamentos visam proporcionar melhores condições de segurança e de habitabilidade aos agregados familiares abrangidos por estes apoios.

No âmbito do programa de apoio à recuperação de habitação degradada, o Governo investiu mais de 661 mil euros, tendo sido

ainda concedido um montante superior a 15 mil euros, através do programa de apoio à construção e aquisição de habitação.

g O Governo dos Açores resolveu alargar, até 30 de Junho do próximo ano, o prazo de validade do regime de apoio à exportação de resíduos no arquipélago. A decisão consta de uma portaria do Secretário regional do Ambiente e do Mar e é justificada com o facto de ser ainda “necessário que se desenvolvam esforços para exportar os resíduos que, não podendo ser objecto de gestão integrada e em segurança na própria ilha ou região, o possam ser noutro território”. Para o Secretário regional

do Ambiente e do Mar, mantêm-se, por isso, “os pressupostos que levaram à criação do sistema de apoio financeiro ao transporte marítimo de resíduos originários da região Autónoma dos Açores, instituído pela Portaria n.º 58/2009, de 13 de Julho”. Adianta também que, “em consonância com razões de valorização da qualidade ambiental e de salvaguarda da saúde pública”, a gestão de resíduos deve proporcionar uma “elevada protecção do ambiente e da saúde humana e contribuir para o

reforço da competitividade da região, conferindo-lhe uma mais-valia adicional”. “de acordo com o Plano Estratégico de Gestão de resíduos dos Açores, aprovado pelo decreto legislativo regional n.º 10/2008/A, de 12 de Maio, a política de planeamento e gestão de resíduos constitui um dos pilares fundamentais em que se baseia a estratégia de desenvolvimento sustentável para a região Autónoma dos Açores”, pode ler-se ainda nesta portaria, que entra em vigor no próximo sábado, dia 1 de Janeiro.

PS/açores quer ouvir presidente da erC no Parlamento g O Grupo Parlamentar do PS/Açores quer ouvir o presidente da Entidade reguladora para a Comunicação Social (ErC) no Parlamento. de acordo com nota enviada às redacções, o objectivo dos socialistas é "esclarecer alguns pontos do último relatório de avaliação do pluralismo político-partidário na informação do serviço público de televisão". Os socialistas apresentaram esta semana um requerimento na Assembleia legislativa da região Autónoma dos Açores para que a Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho proceda às “competentes providências” de modo a ser possível ouvir o Presidente do Conselho regulador da

beRtO meSSIAS O líder parlamentar quer esclarecimentos sobre o relatório da eRc

ErC. Segundo o líder dos socialistas no hemiciclo açoriano, Berto Messias, o referido grupo parlamentar pretende ser esclarecido sobre os critérios que norteiam a elaboração deste relatório sobre o pluralismo político e partidário na informação da televisão pública regional. O relatório em causa, divulgado em dezembro passado pela ErC, diz respeito ao pluralismo político partidário na rTP, em relação ao ano de 2009. No documento, a ErC denota uma presença excessiva do Governo regional e do PS na informação da rTP/Açores, ao passo que a oposição parlamentar está representada em valores abaixo dos tidos como referência.


Tribuna das Ilhas

CulTurA

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José Cunha de Lacerda lança novo livro g O que um velho Brazão de Família veio recordar – sobre o passado presente e futuro, assim se designa o mais

recente livro da autoria do faialense José Cunha de Lacerda. Publicada em Dezembro passado, trata-se de uma edição do autor, com 100 exemplares, que reúne os mais recentes textos e poemas de José Cunha de Lacerda. Nascido na freguesia da Conceição em 1918, José Cunha de Lacerda publicou a sua primeira obra em 2005. Este é o sexto livro do autor.

Já são conhecidos vencedores do concurso de presépios e altarinhos g O Núcleo Cultural da Horta já divulgou os vencedores do tradicional concurso de presépios e altarinhos organizado anualmente por aquela instituição. Na categoria de Presépios Tradicionais, o grande vencedor foi o presépio de António Matos da rocha (Estrada regional, Espalhafatos – ribeirinha). O segundo prémio foi arrecadado pelo presépio da Paróquia de Santa Bárbara (rua da Praça – Cedros), enquanto que o terceiro prémio foi atri-

buído em ex-equo a Carlos Alberto Bettencourt (rua da Boa Vista – Pedro Miguel) e ao império da Coroa Velha (ladeira da igreja – Castelo Branco). Na categoria de Presépios Originais, não foi atribuído o primeiro prémio. O segundo prémio coube ao presépio da Biblioteca Pública e Arquivo regional João José da Graça (rua Walter Bensaúde – Matriz), e o terceiro à Casa de infância de Santo António (ladeira de Santo António – Matriz). Na categoria dos Altarinhos, o vence-

dor foi Carlos Alberto Bettencourt (rua da Boa Vista – Pedro Miguel), classificando-se em segundo lugar o império da Coroa Velha (ladeira da igreja – Castelo Branco) e em terceiro o altar de Maria laura Matos rocha (Estrada regional, Espalhafatos – ribeirinha). Foram atribuídas menções honrosas aos presépios da divisão Policial da Horta (Angústias) e de Henrique Manuel Escobar (Salão). Em 2010, estiveram nove presépios e altarinhos a concurso.

CiNemA No TeATro FAiAleNse

a Cidade (Hortaludus; dias 7 e 9, 21h30; >12) g A Cidade marca o regresso de Ben Affleck às andanças da realização, depois de, em 2007, se ter estreado atrás das câmaras de uma forma bastante bem sucedida com a longametragem Vista pela última vez. A carreira de Affleck no mundo da sétima arte fez-se essencialmente pela representação, Armageddon, Pearl Harbor e Daredevil são alguns dos sucessos protagonizados pelo actor. No entanto, foi o argumento do filme O Bom Rebelde, escrito a quatro mãos com o também actor e amigo Matt damon, que valeu a Affleck a maior distinção da sua carreira até ao momento: o Óscar. Neste thriler, Affleck é o responsá-

vel pela realização, co-autor do argumento e protagonista. Com ele trabalharam actores como Jon Hamm (Mad Men), rebecca Hall (Vicky Cristina Barcelona). Jeremy renner (Estado de Guerra) ou o oscarizado Chris Cooper (Inadaptado). Este filme valeu a Jeremy renner a nomeação para o Globo de Ouro de melhor actor secundário. recorde-se que renner já tinha sido nomeado no ao passado para o Bafta e para o Óscar de melhor actor pela sua brilhante interpretação em Estado de Guerra. Affleck é doug Macray, líder de um grupo de assaltantes de bancos que se orgulha das suas origens e das suas capacidades de evasão à polícia. Sem grandes vínculos emocionais que o possam ligar a quem quer que seja e sem nada a perder, doug é um homem perigoso. um dia, durante um dos seus "trabalhos", conhece Claire

beN AFFlecK O realizador é também o protagonista do filme

Keesey (r. Hall), a gerente do banco, que é feita refém. Apesar de escapar ilesa, Claire não consegue superar psicologicamente o que aconteceu. Até ao dia em que conhece doug, um homem que a faz sentir segura e por quem se apaixona. Mas o que ela nunca poderia imaginar é que ele, aparentemente tão tranquilo e inofensivo, foi um dos seus raptores e que é um dos homens mais procurados pelo FBi. Contudo, agora doug é uma pessoa mudada que deseja quebrar todos os laços com o seu passado criminoso. Em Portugal, a Cidade contou com um número bastante considerável de espectadores. Tendo estreado no nosso país a 14 de Outubro passado, o filme foi visto por mais de 54 mil pessoas na primeira semana de exibição, tendo mesmo ultrapassado o anterior filme realizado por Affleck em número de espectadores.

PReSÉPIO tRAdIcIONAl público nos espalhafatos

O vencedor está patente ao

espólio fotográfico de thiago romão de Sousa vai ser preservado g A direcção regional da Cultura, adquiriu recentemente o espólio fotográfico do faialense Thiago romão de Sousa. Tratam-se de cerca de sete mil negativos em vidro em gelatina, que pertenceram ao fotógrafo nascido em 1884 na Horta. Para além dos negativos em vidro, de finais do século XiX e princípios do século XX, que documentam a vida faialense, a visita régia e incluem ainda retratos de estúdio, o espólio é também composto por equipamento e material fotográfico. Tudo isto passará a integrar o acervo

do Museu da Horta. Thiago romão de Sousa foi o fundador da “Fotografia Popular”, que se manteve aberta ao público faialense até à década de 60. de acordo com nota enviada às redacções, a direcção regional da Cultura entende que este é “um dos mais importantes núcleos fotográficos da época e, consequentemente, um património de relevante interesse público”. Este espólio deverá ficar disponível ao público depois de serem efectuados trabalhos de inventariação e conservação.


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RePoRtagem

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ano novo traz mais dores de cabeça aos faialenses mas também oportunidade de dinamizar produção local com a entrada de um novo ano, entre o rebuliço das passas, do estalar das rolhas das garrafas de champanhe e da ânsia de cumprimentar amigos e familiares, surgem os tradicionais desejos para os 365 dias que se seguem. em suma, pede-se mais das coisas boas, e menos, muito menos, das más. mais saúde, mais amor… e mais dinheiro. No entanto, neste último tópico, as perspectivas não são muito animadoras. Se 2010 não deixa saudades essencialmente devido à crise económica, a verdade é que esta se instalou confortavelmente, e 2011 começa com o aumento dos impostos, que promete deixar as carteiras dos portugueses mais leves. Fala-se em apertar o cinto, mas a verdade é que os furos começam a faltar. tRIbuNA dAS IlHAS esteve à conversa com alguns faialenses sobre a actual situação económica do país, e foi saber o que algumas pessoas pensam fazer para enfrentar os tempos difíceis que se avizinham.

cOmÉRcIO com as medidas anunciadas para 2011, as lojas deverão andar mais vazias

marla Pinheiro g Mais impostos, menos salários e preços mais baixos. É com esta equação em mente que as famílias portuguesas vão ter de gerir o seu orçamento ao longo do recém-chegado 2011. dos vários aumentos com que os portugueses terão de se ver a braços neste novo ano, destaca-se o do iVA, cuja taxa máxima a nível nacional passa de 21 para 23%. Nos Açores, a inclinação da rampa de lançamento do imposto é menor: se até agora os açorianos pagavam 15% de iVA na taxa máxima, passarão a pagar 16%, mantendo-se as restantes taxas nos mesmos valores percentuais (4 e 9%). As empresas de telecomunicações já anunciaram que a subida do iVA se irá reflectir nos seus preços. No entanto, os reflexos do aumento do imposto de Valor Acrescentado não se ficarão por aqui: irão certamente reflectir-se na subida generalizada de preços. As associações representantes do sector do vestuário e do calçado prevêem uma subida de preços na ordem dos 10%, em virtude não apenas do aumento do iVA mas também do encarecimento das matériasprimas. O pão também irá ficar mais caro, principalmente devido à grande subida verificada no custo da farinha. Marco Goulart, da Padaria Bico doce, adiantou ao TriBuNA dAS ilHAS que, embora não esteja ainda definida a percentagem do aumento do preço do pão, este será

muito provavelmente inevitável, tendo em conta o aumento dos custos de produção. A factura da electricidade também passará a ser maior, com a EdA a apresentar tarifas ligeiramente mais elevadas em relação a ano transacto. Nos Açores, com o primeiro dia do ano chegou também um aumento médio de 2% nos bilhetes dos transportes colectivos. As viagens marítimas entre as ilhas do Grupo Central também ficaram mais caras, com a Transmaçor a praticar novos preços, que representam um aumento entre cinco e dez cêntimos nas ligações entre Faial, Pico, S. Jorge, Terceira e Graciosa. Nesta área, a boa notícia é que a tarifa correspondente à ligação entre o Faial e o Pico não foi alterada. Boa notícia é também a redução das mensalidades das creches e jardins-deinfância nos Açores, que se confirma ser aplicada já em Janeiro. No entanto, situações como esta, de alívio nos orçamentos familiares, são bem raras, sobretudo em comparação com o número de anúncios de subidas de preços e impostos que proliferaram no início deste novo ano. Em suma, com um aumento dos preços dos bens de consumo diário das famílias que não se reflectirá num aumento de salários, o poder de compra irá diminuir, o que também não contribui para a almejada galvanização da

economia nacional. A redução das deduções fiscais imposta pelo Governo de lisboa também trará algumas dores de cabeça aos portugueses. A partir de agora, essa dedução será feita não a partir do salário mínimo nacional como até agora, mas do indexante de apoios sociais, de valor inferior ao salário mínimo. Além disso, passarão a haver limites às deduções na área da habitação, da saúde e da educação para os dois últimos escalões do irS. Carla Pereira, 38 anos, ainda não sentiu grandes diferenças nos seus gastos do quotidiano. No entanto, e como mulher prevenida vale por duas, tem-se esforçado por alterar hábitos de vida, no sentido de gastar menos: “antes de ir às compras faço uma lista, e cinjo-me ao que lá está”, revela. Na altura de comprar, salvo raras excepções, Carla confessa que o factor preço é o que mais pesa na sua decisão. No entanto, em alguns produtos, como é o caso da fruta e dos vegetais, admite que o factor qualidade fala mais alto. Nessa altura, elege a produção local, biológica, mais confiável, mas no entanto mais cara, como reconhece. Com grandes reservas em relação ao futuro, Carla salienta que já há algum tempo faz um esforço para poupar: poupar para a faculdade da filha, poupar para a sua velhice, e poupar diariamente, na medida do possível. “A palavra de ordem é poupar”, revela, e nesse sentido

as suas resoluções de ano novo passam por aumentar ainda mais esse esforço, apesar de ser cada vez mais difícil. “Vou diminuir a frequência com que faço determinadas coisas, pequenas extravagâncias, como tomar o pequeno-almoço fora, sair para jantar, entre outras coisas. Teremos de encontrar alternativas, como planear jantaradas em casa, onde cada um contribui com algo”, sugere. Também rosa Goulart, 40 anos, é peremptória ao afirmar que há que apertar ainda mais o cinto, apesar de começarem a faltar os furos. “Já se sente que as coisas estão mais caras desde o ano passado”, entende, reconhecendo que o aumento dos impostos irá agravar a situação. Nos truques para poupar, salienta o uso dos produtos de marca branca, a alteração do tarifário da electricidade ou até a mudança da marca de coloração do cabelo. Funcionária pública, reconhece que a segurança associada ao seu emprego é um alívio no fardo das preocupações. No entanto, não se sente privilegiada por isso, já que entende que aos funcionários públicos caberá uma parte severa da factura da crise. “deIxem AS PeSSOAS PROduzIR e FAzeR AquIlO que SemPRe FIzeRAm bem” Eugénio leal não duvida de que vêm aí tempos difíceis, mais difíceis do que o ano que recentemente terminou. Todavia, com algum optimismo, acredi-

ta que o quadro não será tão dramático como alguns anunciam. Em conversa com o TriBuNA dAS ilHAS, o economista alertou para as consequências da diminuição do rendimento das famílias, em virtude do aumento dos impostos. “A parte dos rendimentos destinada ao consumo e à poupança será menor, sobretudo devido ao aumento dos impostos, desde logo o iVA, e também o irS, por alteração nas deduções que eram feitas aos rendimentos. As famílias vão sentir, sobretudo a partir de meados do mês de Fevereiro, que o dinheiro disponível vai ser menos. Por outro lado, há um conjunto de encargos fixos que as famílias têm e que também tem vindo a aumentar. Falo nos encargos com os empréstimos à aquisição de habitação, por exemplo. Embora a Euribor a seis meses, que é uma das taxas de referência, não tenha subido nos últimos dias, a verdade é que há uma grande incerteza em relação ao que vai acontecer no mercado internacional”, entende. Entendendo as limitação ao crédito que começam a surgir como “consequência natural” da situação financeira do país, Eugénio leal vê como principal flagelo de todo este cenário o aumento do desemprego, consequência da diminuição do investimento público e privado a nível nacional. “Se o Governo diz que não foi preciso mais dinheiro para algumas decisões que tomou, a verdade é que parte dessas verbas seria canaliza-


Tribuna das Ilhas da para investimentos; investimentos que empregariam mão-de-obra, e que seriam reprodutíveis a médio e longo prazo. Ao canalizarem parte dos dinheiros públicos que estariam destinadas ao investimento para apoios sociais, logicamente que o desemprego vai aumentar. E esse é que é o grande flagelo no nosso país e na nossa região, embora o Faial possa não estar ainda a senti-lo muito”, frisa, acrescentando que toda esta situação “vai obrigar a sacrifícios, sem dúvida, e à reorientação de algumas famílias no que diz respeito a determinadas despesas que estão a ter”. No entanto, para Eugénio leal, nem só de dificuldades vive a crise. Para o economista, a ideia de que as dificuldades se podem traduzir em oportunidades tem fundamento no actual cenário, apesar da sua frequente utilização por parte dos decisores políticos faça com que seja entendida muitas vezes como mais um chavão político. “Esta ideia deve fazer reflectir, quer as famílias, quer as empresas, quer o próprio Estado”, entende. relativamente aos Açores, e ao Faial em particular, Eugénio leal entende que há ainda muito proveito a tirar das potencialidades naturais: “temos ainda muita terra e muito espaço subexplorado; há meios e recursos naturais para as pessoas que quiserem e dispuserem desses meios minimizarem os efeitos da crise, pela via do aumento de rendimentos complementares”, entende. Para o economista, os faialenses devem voltarse para a produção local, e devem ser apoiados nessa decisão: “deixem as pessoas produzir e fazer aquilo que sempre fizeram bem”, alerta. Tendo isso em conta, Eugénio leal lamenta que durante algum tempo se tenha “desincentivado” as pequenas euGÉNIO leAl O economista diz que é inevitável fazer sacrifícios

actividades de produção doméstica locais, em nome de uma interpretação algo exagerada das regras higiénicosanitárias impostas por Bruxelas. Para o economista, eram “actividades bem feitas, com qualidade, saborosas e vendáveis, e que permitiam o aumento de rendimentos às famílias”. “Mercê de uma cega interpretação das regras comunitárias, a verdade é que se desincentivou muita gente a produzir”. “Conheço vários países europeus onde sempre tenho visto a protecção das economias domésticas e rurais, do queijo, dos produtos derivados do porco... Também existem regras e preocupações higiénico-sanitárias, mas as pessoas produzem e com qualidade”, entende. Para o economista, a aceitação que os faialenses têm demonstrado nos últimos tempos em relação à produção local é um sinal de que há espaço para dinamizar a economia da ilha por esse caminho: “julgo que este é um momento para se reflectir sobre isto e para quem tem recursos naturais os utilizar muito”. No entanto, apesar da reconhecida qualidade da produção da agro-pecuária local, Eugénio leal lembra que, em tempo de crise, o factor preço é o que mais pesa no momento de decidir o que comprar: “a produção local tem qualidade, mas é preciso também que os produtores tenham a preocupação de praticar preços concorrenciais em relação àquilo que nos chega de fora”, alerta. No momento de reduzir despesas, as famílias começam, regra geral, por cortar no mais acessório. À cabeça da lista, as férias fora são o primeiro alvo a abater. Tendo isto em conta, Eugénio leal entende que o turismo poderá ser algo sacrificado. No entanto, considera que o Faial deve continuar a apostar na diversificação e na qualidade da sua oferta

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PROduçÃO lOcAl O provável encarecimento dos produtos vindos do exterior poderá ser uma oportunidade para os produtores do Faial

turística, de olhos voltados para o mar, para fazer face a este cenário adverso. Neste tópico, reforça a importância da produção local, lembrando que, se os turistas consumirem na ilha os produtos que vêm da agro-pecuária local, então o retorno económico que o Faial recebe da sua passagem por cá será maior. Quantos aos mais afectados pela crise que se começará a fazer sentir em força este ano, para o economista serão aqueles que têm menos recursos financeiros. “É natural que comecem a surgir mais indícios de pobreza no Faial. Tenho noção de que já existe alguma, mais do que na realidade pensamos, e é possível que isso venha a fazer sentir-se ainda mais”, vaticina. No entanto, não duvida de quem irá pagar a factura da crise: “quem irá pagar esta crise, como em todas as outras a nível mundial, é a classe média, que vai ser muitíssimo sacrificada, mais do que eventualmente possam pensar”, frisa. “temOS muItAS PeSSOAS A leGISlAR e A FIScAlIzAR, e POucAS A tRAbAlHAR” Também António Ávila, presidente da Associação de Agricultores da ilha do Faial, responsável pela loja do Triângulo, entende esta é a oportunidade que a produção local precisa de aproveitar para se dinamizar ainda mais. O aumento da sobretaxa de combustíveis aplicada pelos operadores marítimos no transporte de contentores entre o continente e as regiões autónomas deverá encarecer os produtos que vêm do exterior, o que poderá ajudar a produção local a oferecer preços mais competiti-

vos. No entanto, para António Ávila não é apenas nos preços que a produção local tem de trabalhar. Segundo o responsável, chegou a altura de procurar aprimorar a produção local, valorizando os produtos oferecidos aos clientes, por exem-

locais na hora do comercializar o seu produto, Ávila vai ao encontro daquilo que Eugénio leal também frisou: no que diz respeito à produção caseira, quando se trata de produtos transformados tanto os produtores como a loja do Triângulo se deparam com uma barreira

ANtÓNIO ÁvIlAO líder dos agricultores espera que 2011 seja um bom ano para a comercialização dos produtos locais

plo através da sua embalagem. um sinal de que este é um dos caminhos que a economia faialense deve trilhar é o facto de, apesar da crise, 2010 ter sido “um ano excepcional” para a loja do Triângulo, como confirma Ávila, que espera mais do mesmo para 2011. instado a pronunciar-se sobre as dificuldades que se põem aos produtores

burocrática bastante desmotivante. de acordo com o líder dos agricultores, a legislação em vigor multiplica-se em exigências, muitas vezes irrealistas, o que, na sua óptica, revela que os legisladores não têm o devido conhecimento sobre aquilo que legislam. “Há muitas pessoas a legislar e a fiscalizar e poucas a trabalhar”, entende.


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CiTAções

se a justiça é tardia, deixa de ser justiça. a justiça, para ser justa, tem de ser célere. mas o tempo que decorre desde que um processo ou uma investigação, no caso do direito penal, entra em tribunal até que se resolva depende muito das áreas do direito, depende muito dos tribunais, porque há processos que correm normalmente e são decididos num tempo perfeitamente aceitável. se fizermos um estudo comparativo com outros sistemas judiciários de outros países, vamos ver que o nosso não é assim tão mau como isso. estou seguro ser dos melhores. Frederico Páscoa “conversa Fiada”/tSF-Açores

o final de ano político foi marcado pela polémica em torno da remuneração compensatória aos funcionários públicos regionais. a medida do governo de césar fez correr muita tinta, motivando críticas de diversos quadrantes, principalmente do Presidente da República. a relutância de cavaco silva, infundada na minha opinião, fez com que o Representante da República vetasse o orçamento da Região, motivando uma sessão extra do plenário açoriano. com isto, José antónio mesquita fez que os cofres da Região gastassem mais uns milhares de euros. enfim, num momento em que os cidadãos contam trocos, alguns políticos, com as suas quezílias partidárias, atiram fora mais uma importante verba.

OPINIÃO

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Pedro botelho expresso das Nove

o esforço que é necessário fazer não cabe apenas ao estado, e muito menos apenas ao governo. como disse sócrates, no seu discurso de natal, é um esforço que cabe a todos - quer queiramos quer não, acrescente-se. mas está agora, irremediavelmente, nas mãos do governo garantir o essencial, dando aos mercados provas de que Portugal não só cumpre as suas obrigações como está a criar condições para continuar a cumpri-las no futuro, invertendo, de forma clara e inflexível, a tendência de crescimento galopante da despesa - e, sobretudo, daquela que, nos dias de hoje, deve ser encarada como verdadeiramente criminosa, porque diferida no tempo, feita para não ter impacto no presente, camuflada em contratos nebulosos e sem controlo democrático e altamente penalizadora das gerações (e dos governos e das maiorias políticas) futuras. Pedro camacho visão

Tribuna das Ilhas

oPiNANdo objeCTivAmeNTe

tÓPiCOS; 1 - Carrilhão 2 - Condor 3- Crise 4 - Presépio

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Armando Amaral

A Cristandade açórica jamais esquecerá o Natal de 2010. É que o Menino Jesus (não sei se sabem ainda Quem é?) trouxe oferta muito especial à nossa diocese, em Angra sedeada, nome depois acrescentado por seu patriótico Heroísmo. E a prenda desta feita não foi deixada no “sapatinho” (que foi tradicional mas ainda se vai ouvindo) por pequeno para o Carrilhão colocado na torre poente da Sé Catedral. São 19 sinos, quantos os concelhos açorianos, com os respectivos nomes nos mesmos gravados: no primeiro andar, além do dedicado ao Santíssimo Salvador, Padroeiro de Angra, mais quatro, respeitantes às outras cidades; no segundo e de menor tamanho, os relativos às três vilas mais populosas; e, por último, os 11 mais pequenos, referentes aos demais concelhos. A cerimónia de inauguração, realizada no adro da Sé a anteceder a Missa do Galo, foi presidida pelo Bispo d. António Braga; e representando todos os concelhos esteve presente a Presidente da Câmara Municipal angrense cuja autarquia participou com metade do custo,

tendo sido a outra dividida pela diocese e os demais Municípios um Carrilhão que chega na altura própria, como elo de esperança para o terceiro milénio, a manter grandes e pequenos mais unidos ao seu único Pastor que é o Bispo de Angra e das ilhas dos Açores.

Por sinal, lemos algures que o conhecido investigador faialense Gui Meneses, do dOP, o classificou de “fábrica de peixe”, por vir a render milhões de euros, mais de cinco em dez anos, isto é, de 1998 a 2008. Felizmente, para os meus patrícios, não pertence à Cofaco.

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Em vésperas de fim de ano, do último com certeza, ouvimos pela televisão um dirigente de Hotel da Serra da Estrela dizer, convictamente: Não há crise, há mas é outra maneira de viver!.

desde Junho do ano findo que o “Condor” se encontra em “férias grandes” mas de dois anos, com vista à salvaguarda das reservas desse rico banco submarino, assaz procurado pelos nossos pescadores.

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isto, quiçá a justificar o custo de dois dias para o réveillon: de 400 a mais de mil euros, não escondendo agrado por a lotação estar esgotada. Só que milhões de portugueses gostariam de saber qual era essa outra maneira de viver...

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Quiçá vítima do óptimo que foi o “Especial Natal” da edição de 24 de dezembro do TriBuNA e por o dia de reis ainda não ter chegado, julgo que a foto ainda vem a tempo de complementar o escrito “um soneto e um Presépio”, no dito publicado.

administração Pública Fernando Guerra

P

ara haver desenvolvimento económico, o factor público é de primordial importância, por várias razões, desde logo pelo gasto público, que é gerador de riqueza em qualquer que seja a ilha açoriana. E se a região desempenhasse de uma forma eficaz as suas competências, se fosse para além do discurso dos investimentos reprodutivos e os aplicasse na prática, definindo estratégias claras de desenvolvimento, criando infra-estruturas que efectivamente incentivassem e alavancassem a iniciativa privada empreendedora, aliado a uma disponibilização de serviços eficiente e eficaz, teríamos a administração pública de sonho. Contudo, abrindo os olhos para a realidade, esta ainda é bem diferente. Em primeiro lugar, vemos uma região a intervir na economia como agente económico, em muitos casos distorcendo as

leis de mercado e, pior ainda, com políticas distintas de ilha para ilha, sem transversalidade. Mas, para além deste erro crasso e por muitos mais estudos e fóruns da administração pública que haja, a produtividade da máquina pública (incluindo a nacional) deixa muito a desejar, fruto de uma burocracia real que emperra o seu bom e ligeiro funcionamento, com repercussões directas no desenvolvimento económico. Para criar um bom clima económico e social, a administração pública deve responder aos requisitos mínimos exigidos, isto é, os conhecidos sistema educativo, sistema de saúde e o enquadramento político e legal em gestão que permita criar dinâmica de desenvolvimento. Mas frequentemente o sector privado e os seus utentes vêem as empresas públicas do Estado e da região pouco produtivas, cheias de regras, complicadas no seu funcionamento e muitas vezes com “gestores”, que, em muitos casos, são mais moços de recados do poder político do que verdadeiros homens do leme das organizações que

supostamente lideram. de uma forma geral, a maioria desta máquina administrativa pública é geradora de custos, alimentados pelo dinheiro dos impostos que nos sai do bolso, e não são exemplo para os empreendedores. Sim, os tais empreendedores que não saem da boca dos políticos, que parecem esquecer-se de que foram eles que criaram uma conjuntura não propensa a esse próprio empreendedorismo, e os exemplos são mais que muitos. Em primeiro lugar, há um emaranhado de legislação e regulamentação, que quase requer que se tenha um curso de direito para as entender, depois há uma constante mudança de legislação, acarretando, na sua maioria, o aumento das obrigações para os empreendedores. Note-se que estas obrigações exigidas pela administração pública têm custos administrativos para os empreendedores, a quem se exige que dêem resposta a um conjunto quase infindável de burocracia, antes mesmo de abrirem a porta. Esta situação torna-se ainda mais grave face ao atraso no pagamento da administração pública aos privados, o

qual, nos dias de hoje, com a redução da capacidade financeira, leva muitos empresários a terem de recorrer à banca para cumprir os prazos com os seus fornecedores, enquanto esperam que a pesada máquina administrativa pública se digne pagar a tempo e horas. Outro exemplo gritante do mau funcionamento da administração pública que temos consiste nos prazos quase infinitos de respostas e de decisões, e a quantidade de organismos públicos que têm que ser ouvidos para que um empreendedor faça algo pela sua terra. Por fim, e mais grave ainda, é o receio de quem protesta ver o seu processo ficar emperrado numa ou noutra secretaria regional ou ficar esquecido na prateleira de alguma câmara municipal, situação que envergonha os propósitos de Abril de há 36 anos… Em resumo, esta máquina administrativa pública que temos não ajuda nem contribui para a competitividade da nossa economia, e nós, faialenses, cada vez mais longe do poder, sentimos isso na pele. frgvg@hotmail.com


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desPorTo 2010

Principais acontecimentos desportivos do ano maria josé Silva g Fim de ano é também período de reflexão em termos desportivos. Ora vejamos: AAC comemora 87 anos de existência com uma homenagem a Semilhas, jogador alvi-negro que vestiu a camisola do Benfica e tem no seu curriculum o feito de ter marcado o 500.º golo dos encarnados e de ter sido o primeiro faialense a internacionalizar-se no futebol. O Clube Naval da Horta vai até à Bolsa de Turismo de lisboa para apresentar o Festival Náutico da Semana do Mar, certame que se reveste cada vez mais de internacionalidade, como se verificou em Agosto, aquando da sua realização. O Fayal Sport Club sagrou-se campeão da Associação de Futebol da Horta em iniciados, a poucos dias de comemorar o seu 101 aniversário (2 de Fevereiro 2010). Após quatro anos de interrupção foi reactivada a união das Associações de Andebol dos Açores, um elemento facilitador para o desenvolvimento da modalidade nos Açores e, em particular na ilha do Faial. O Clube Automóvel ilha Azul dinamiza a sua secção de todo-o-terreno, com a organização de um troféu que só terminaria em Novembro e que movimentou dezenas de amantes da modalidade. Em Fevereiro realiza-se pela primeira vez no Faial o rally do Canal, com 17 carros inscritos. Esta prova e a forte adesão de pilotos do Faial e Pico proporcionam a realização do rally de inverno, a 23 de Outubro. Foi em Março que o Grupo desportivo do Salão se sagrou campeão regional de juvenis. A equipa da restinga começa assim o seu percurso nas competições

nacionais. Abril começa com a boa noticia de que o Fayal Sport Clube vai competir no campeonato regional de sub-16 em basquetebol feminino. No karaté, os atletas faialenses Pedro Fraga e Pedro ribeiro alcançam o título regional de juvenis masculinos. O Clube Naval da Horta consegue apurar cinco atletas para o campeonato de Portugal de juniores de vela, nas classes de 420, laser e 4.7 O mês ficou também marcado pela realização do XV Triatlo Peter Café Sport, uma prova mítica, de cariz internacional que foi ganha pelo micaelense Mário Sabão. depois de ter reactivado a modalidade, em Maio, o Clube Naval da Horta marca presença na terceira divisão de xadrez.

O festival de minibasquete reúne no Faial mais de cem crianças, uma luz ao fundo do túnel para o reavivar da modalidade. O campeonato local de vela de cruzeiro começa com uma vitória de Bóreas, que no final do campeonato fica em segundo lugar, sagrando-se vencedor Xcape. A fase final do campeonato regional de futsal realiza-se na nossa cidade, no mesmo fim-de-semana em que decorre o campeonato regional interclubes de juvenis. A qualificação Açores de Match racing disputou-se a 5 de Junho na Horta. depois disso, tivemos atletas do CNH em provas nacionais. Foi para a estrada nos dias 18 e 19 de Junho, a 21.ª edição do rally ilha Azul. um figurino diferente e atractivo que trou-

angústias atlético Clube assinala 88.º aniversário g Ontem, dia 6 de Janeiro, o Angústias Atlético Clube assinalou 88 anos de existência. A data foi assinalada com um beberete comemorativo que reuniu desportistas, sócios e simpatizantes na sede social do clube alvinegro. Neste momento, o clube das Angústias está activo em quatro escalões do futebol (traquinas, benjamins, infantis e iniciados), e tem também

uma equipa de futsal em seniores masculinos, campeã faialense na época passada. A outra modalidade em que o Atlético está em força na presente época desportiva é o basquetebol, com equipas mistas de mini-8 e mini-12, e ainda com equipas de sub-16 (masculina e feminina) e de seniores (masculina e feminina). Neste momento, os alvinegros possuem ainda uma equipa de ciclismo.

xe ao Faial 36 pilotos. No andebol, o SCH garante o terceiro lugar do grupo B do Nacional. 20 anos depois, a regata de volta à ilha em vela de cruzeiro continua a navegar. O CiAiA – Clube independente de Atletismo ilha Azul, sagrou-se vice-campeão nacional na disputa do Campeonato Nacional de Clubes. Em Julho os desportos náuticos começam a dominar o panorama desportivo local. O CNH associa-se à rTP Açores e, na crista da onda, realiza-se a regata de vela de cruzeiro Horta/Ve-las/Horta. Foi para a estrada o sétimo passeio de Todo-o-Terreno Abílio rocha. uma prova que reuniu no Faial centenas de pessoas vindas de todos os Açores. No dia 26 de Julho começa a prova mais emblemática da vela de cruzeiro dos

Açores – a Atlantis Cup. Prova ganha nas diferentes classes pelos veleiros Wind i, Exocet, Fun-tastic e Alegro Vivace. Em Agosto, a equipa de voleibol dos Bombeiros da Horta contrata um novo treinador e dois reforços brasileiros. No andebol, a Associação faialense organiza o HortaAndebol. uma mais valia para a pré-época do Sporting da Horta. O festival internacional de vela ligeira anima a Baía da Horta. Na canoagem, Jacinto Cipriano foi campeão regional. O Sporting da Horta deu a conhecer a sua equipa para a presente época. liderados por Filipe duque, os “ratos da doca” são a equipa mais faialense de sempre. As associações de futebol dos Açores reuniram-se em cimeira na Horta para debaterem o futuro do desporto rei na região. Em Setembro, arrancou o Campeonato de Futebol local com cinco equipas seniores. Com as eleições no Clube Naval da Horta, Fernando Menezes assume a presidência do único clube náutico local. Marco Garcia revalida, em Outubro, o título de Campeão regional de Motocross. Mais uma vitória para o Faial. O CiAiA, único clube dedicado ao atletismo no Faial, comemorou 20 anos de existência. Os cavaleiros do Faial também levaram o nome da ilha Azul além mar, ao participarem, com brio, no Campeonato Nacional de dressage. Pelo segundo ano consecutivo, a Horta promove o segundo Skate Fest. A fechar o ano, em futebol sénior e futsal o Fayal Sport é líder e Octávio Melo, atleta do CiAiA, marca presença em maratonas de lisboa e Porto.

FuTebol – CAmPeoNATo dA AFH

fayal cada vez mais líder g Os verdes da Alagoa somam já 23 pontos na tabela classificativa do Campeonato da Associação de Futebol da Horta. No passado domingo, o Fayal Sport venceu o desportivo da Feteira nas Canadinhas por 3-0. No outro jogo da jornada, o Cedrense cedeu em casa a vitória ao Flamengos pela margem mínima. Na última jornada de 2010, realizada a 19 de dezembro, o Flamengos tinha cedido terreno aos Verdes, ao

perder em casa frente ao Feteira por 0-1. No Pico, o lajense venceu o Cedrense por 4-0. Contas feitas, o Fayal Sport segue em primeiro, a 7 pontos do Flamengos, na segunda posição com 16 pontos. Seguem-se o lajense com 12, o Cedrense com 11 e o Feteira com 6. A 13.ª jornada joga-se na tarde do próximo domingo, dia 9, com o Fayal a receber o Cedrense e o Flamengos a receber o lajense. O Feteira folga.

9 de jANeiro g É já no próximo dia 9 de Janeiro que decorre a primeira prova do Torneio de início de Época em MiniVeleiros. Numa organização do Clube Naval da Horta, esta prova está marcada para as 15h00. Para esta modalidade estão previstas 11 provas: o Torneio de início de

Mini-veleiros fazem-se ao mar Época (dias 9 e 23 de Janeiro). Em Fevereiro teremos o Troféu Carnaval (13 e 27). O Troféu da Páscoa está agendado para os dias 20 de Março e 10 de Abril.

Em Maio, nos dias 8 e 22, haverá Troféu da Primavera. Nos meses de Junho e Julho não haverá provas, mas em Agosto, no dia 8, realiza-se a prova da Semana do Mar e no dia 20 há uma

prova inserida nos festejos de Nossa Senhora de lurdes. Para Setembro, dias 4 e 18, disputase o Troféu de Aniversário do Clube Naval da Horta. O Troféu SailingHorta

está agendado para 16 e 30 de Outubro. Os mini-veleiros entram em Troféu Fim de Época, com as provas no dia 13 de Novembro e 4 de dezembro.


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oPiNião

Tribuna das Ilhas

mAr AçoriANo

Pescarias em 2010 C

Genuíno madruga

omo balanço das pescarias no mar dos Açores, no ano de 2010, e reportando-nos aos números publicados pela lotaçor e Serviço regional de Estatística, consta que este importante sector da nossa economia gerou 39 milhões de euros na 1ª venda. Analisando em pormenor estes “milhões” devemos considerar dois tipos distintos de pescarias: a pesca do atum e a pesca de demersais (peixe do fundo). relativamente à pesca do atum, com 13 milhões de euros, esta é exercida por traineiras com tripulações que variaram entre os 9 e os 18 tripulantes, muitos oriundos da Madeira ou Cabo Verde, como tal exteriores à

região, cujos proventos em nada contribuiram para a economia regional. Os que de cá fizeram parte das companhas, agora encontram-se, quase todos, recebendo do fundo de desemprego até à próxima safra. destes 13 milhões, cerca de metade coube a pequenas embarcações, que aproveitando a proximidade dos cardumes de Bonito efecturam suas pescarias junto à costa, na grande maioria sem as mínimas condições de acondicionamento de peixe a bordo. Por outro lado, a chamada pesca de fundo teve um decréscimo de 20% relativamente a 2009, que já tinha sido bastante mau, aliás, a pesca de demersais nos Açores tem vindo ano após ano a decrescer, pese embora o facto de nos últimos anos ter-se registado um forte

incremento do esforço de pesca, nomeadamente com a construção de 200 novas embarcações e com o licenciamento de outras de grande porte para actuarem na nossa reduzida Zona Económica Exclusiva (que de 200 milhas passou para 100), com companhas exteriores à região, que mais não fazem que “saquear” os nossos já depauperados recursos, actuando com quaisquer condições de tempo, ou seja, enquanto as nossas embarcações encontram-se abrigadas em porto aguardando melhoria das condições metereológicas, os “grandes” estão “lá fora” acabando de limpar o pouco que nos resta e o que nos resta já não existe noutras paragens! referimo-nos, obviamente, ao Goraz que mesmo incluindo

as descargas efectuadas pelas grandes embarcações, em 2009 se cifrou em 1.053 toneladas e em 2010 nas 687 toneladas. Estes são os números acerca dos quais os responsáveis pelas pescas, pescadores e armadores devem efectivamente pronunciar-se. Concluindo, aqui ficam à consideração algumas questões: a actual gestão dos nossos recursos demersais com a introdução de quotas e tamanhos mínimos tem ou não contribuído para a manutenção dos stocks do Goraz, do Alfonsim, do imperador? Os recursos piscícolas dos Açores comportam ou não o esforço de pesca que tem acontecido nos últimos anos, nomeadamente com licenciamento de embarcações de grande porte? Tem ou não o dOP (departamento de

Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores) estudos realizados sobre o estado actual dos stocks de algumas das espécies que nos Açores são pescadas com maior interesse económico? O ano de 2010 não foi definitivamente um bom ano para os pescadores da região, que, salvo raras excepções, tem visto os seus proventos diminuírem, ao mesmo tempo que o esforço de pesca aumenta gradualmente. Neste início de ano desejamos que os políticos responsáveis tenham a coragem de assumir medidas, que possam contribuir para o futuro sustentável das pequenas empresas de pesca açorianas, que são o suporte financeiro dos pescadores destas ilhas e de suas famílias. www.genuinomadruga.com

Dizem café O que é inconstitucional? a redução definitiva dos salários ou é que nos salva uma compensação remuneratória?

A

Paulo mendes

'direita' está atrevida como nunca. O seu maior truque é fazer de conta que as ideologias são coisas supérfluas e ultrapassadas porque, assim, consegue disseminar as suas políticas como nunca o conseguiu. Os partidos são de 'esquerda' ou de 'direita' consoante as políticas que defendem e colocam em prática. Mais uma vez, a direita 'atrevida' sabe disso e coloca a culpa das suas políticas, que prejudicaram o país, numa suposta ‘esquerda’ que ficou, algures, ‘fechada numa gaveta’. É esta 'direita' atrevida que divide as pessoas, que coloca quem recebe salários mínimos contra beneficiários do rendimento Social de inserção e que coloca trabalhadores do sector privado contra trabalhadores do sector público, para salvaguardar os seus clientes do costume. Actualmente, muito se tem discutido e criticado a remuneração compensatória, aprovada em sede de discussão e votação do Plano e Orçamento da região para 2011. E, mais uma vez, subsiste a mesquinhez do costume, do nivelamento por baixo, em vez da discussão e do descontentamento se centrar na redução definitiva dos salários na função pública. Eu pensava que a redução definitiva de salários é que era inconstitucional, mas, afinal, a discussão

acerca do que é ou não inconstitucional gera-se à volta de uma medida para colmatar essa redução. Todos distraídos com as ‘queixinhas’ da ‘direita’, sem ponderarem a gravidade do precedente de uma redução salarial definitiva, o que contribuirá para que se faça o mesmo no sector privado, preferem, pelo contrário e estrategicamente, incentivar a opinião pública a culpar os funcionários públicos pela situação do país. Em vez de se reivindicar uma remuneração compensatória alargada a todos os funcionários públicos regionais, dos institutos públicos e das empresas maioritariamente comparticipadas pela região, optase por acalentar grandes alaridos, discussões e sentimentos de revolta que, raramente, se direccionam para as grandes injustiças que nos levaram à situação em que vivemos. É raro a opinião pública expressar a sua indignação, especialmente os empresários, por terem de pagar impostos muito mais elevados do que a Banca. Não se compreende, porque é que se cobra mais irC a uma microempresa do que a um Banco. A opinião pública, em especial aquela dita mais informada, a tal que forma opiniões, mas que nunca coloca, sequer, a possibilidade de se vir a cobrar qualquer tipo de imposto sobre as compras em Bolsa e nunca se preocupa com as transferências de dinheiro para off-shores. Os opinion makers do costume nunca se indignam com o volume da fraude fiscal no nosso país, preferindo incentivar o conflito entre os pobres e os miseráveis, com o intuito de denegrir o Estado Social.

Estes «iluminados», da Santíssima Trindade, 'Presidente, PrimeiroMinistro «wanna be» e político frustrado convertido em comentador de TV', preferem acusar o «zé povinho» de viver acima das suas possibilidades, porque tem a veleidade de querer sustentar um Estado Social. Os «sábios sabidos» lá vão lançando uns tantos ‘bitaites’ sobre as parcerias público-privadas, criadas graças a políticas de ‘direita’. As mesmas parcerias público-privadas responsáveis pela gestão ruinosa de muitos hospitais públicos que servem de exemplo, pela mesma ‘direita’, para colocar em causa o sistema nacional de saúde. A 'direita' que nos faz crer que as greves não estão na moda e que não vale a pena votar, pois são 'todos' iguais, mas que, por outro lado, congemina formas de poder de suposta salvação nacional que atribui às designadas elites (nacionais, regionais e até mesmo locais) o poder de decisão. E a maior parte, de todos nós, vai seguindo toda esta lógica, sem a questionar! Preferimos apontar e acusar o vizinho do lado, mas logo, logo, chegará a nossa vez de sermos apontados por alguém. Não tardará, e aqueles que actualmente auferem de um miserável salário mínimo estarão a trabalhar em troca do rendimento mínimo, os, outrora, direitos conquistados passarão a privilégios que nos serão retirados e muitos agradecerão aos visionários da desgraça, pois, sem eles, nunca conseguiríamos expiar o nosso pecado de, alguma vez, termos ambicionado uma sociedade mais justa.

maria Amélia Freitas*

u

m amigo meu repetia esta piada de cada vez que íamos ao bar da faculdade beber o nosso cafezinho. lembrome disso muitas vezes, quando sinto a falta de algo, por gulodice ou para tirar o sono. ultimamente, de cada vez que passa aquele anúncio de uma conhecida marca de máquinas de café em que George Clooney apanha com um piano em cima da cabeça, costumo dizer que, para morrer, basta que nos caia um tijolo, mas a ele tinha mesmo que lhe cair um piano de cauda… E lá vai o George Clooney por aquela escada branca acima com o saco da máquina de café na mão. E a seguir vem esta pérola de diálogo: “- Onde é que eu estou?” – pergunta ele ao John Malcovitch que está a fazer de S. Pedro. O pobre, de facto, nem faz ideia. Nunca se viu noutra nem teve tempo para se habituar à ideia de já estar a fazer tijolo, nem sequer reconhece aquele S. Pedro de fato branco. desconfio que não será o único a quem lhe aconteça semelhante. Chega a ser impressionante a falta de cultura religiosa dos nossos contemporâneos. Presumem de mestrados e doutoramentos e não possuem os rudimentos de uma catequese mal amanhada. Entram num museu ou numa catedral, vão a um casamento ou funeral e, pela atitude, vê-se logo que pelas mentes paira a mesma pergunta. “- Onde é que eu estou?” A resposta soa melhor em inglês: “– Make an educated guess!” ou seja: “ – dá um palpite de alguém

instruído!”. Pelo que, deduzo eu, até para chegar ao céu é necessário ter alguma educação, formação, instrução sobre estas coisas da outra vida, que, entre outras coisas, será eterna. E familiarizar-nos desde já com os habitantes dessa dimensão, ganhar alguma cumplicidade… Nos dias dos fins de Outubro, veremos mais uma vez esse desfile de bruxinhas, fantasminhas, vampirozinhos, monstrinhos e demoniozinhos que, para além de introduzirem mais um carnaval de inverno importado e de contribuírem para o comércio local, servem, segundo se justifica nos objectivos da actividade, para exorcizar os medos das criancinhas. Parece que se pretende vencer o medo da morte, mas não vejo ninguém a levar os meninos aos funerais e ao cemitério, apesar de nestes dias serem autênticos jardins. Não seria muito mais interessante falar-lhes dos seus antepassados, dos familiares, dos santos ou dos anjos que vivem felizes “nos esplendores da luz perpétua”? O George Clooney também achava que ainda era cedo para morrer. A sua sorte é que tinha acabado de comprar uma máquina de café e o S. Pedro lá concedeu aquele arranjinho da troca da dita por mais algum tempinho de vida cá na terra. Não perdeu pela demora: veio outro piano. A verdade é que nenhum de nós está livre de que lhe caia em cima da cabeça o piano, o tijolo ou até o céu do Astérix. Por isso, das duas, uma: ou trazemos connosco a máquina do café ou convém ter as malas feitas, isto é, ter umas amizades lá por cima. *Mestre em Ciências da Educação mariameliafreitas@gmail.com


Tribuna das Ilhas

eSPAçO de PROxImIdAde A POlÍcIA AO SeRvIçO dOS cIdAdÃOS

P P O O l l Í Í c c I I A A d d e e S S e e G G u u R R A A N N ç ç A A P P ú ú b b l l I I c c A A

a cada ano civil que passa, o cidadão segue as suas intuições, salvaguarda as suas convicções, foge a superstições, mas por vezes descora algo que é dever cívico de quem vive em sociedade, nomeadamente o seu bem-estar e a preservação dos seus bens materiais. na origem deste tipo de conduta eventualmente estarão inúmeras causas. na vertente policial e de segurança pública entre muitas, avalia-se no senso comum e de forma simples, o factor ROtINA, que por si só, dá origem que os cidadãos não alterem comportamentos de risco ou assumam novas atitudes que lhes confiram maior protecção. a P.s.P., numa perspectiva de missão e de pró-actividade para com a sociedade, está atenta e não deixa de estar preocupada com bem-estar da população, mas esta também tem o dever de colaborar com a sua Polícia, para o bem comum que é a segurança. NA RuA diariamente não ostente sinais de possuir dinheiro físico; não exiba sinais ostensivos, seja de jóias, vestuário, telemóveis, computadores etc; Há noite privilegie zonas bem iluminadas; em cASA tenha o hábito de usar as janelas e portas fechadas, principalmente quando se ausenta; acautele guardando em local seguro, bens susceptíveis de serem facilmente roubados; NO AutOmÓvel Principalmente no período nocturno, opte por colocar o seu veículo em zonas iluminadas;  não deixe quaisquer objectos de modo a serem visíveis do seu exterior  accione o sistema de alarme do seu veículo;  não deixe portas ou vidros abertos ou a chave do mesmo no seu interior lembre-se que a segurança e tranquilidade Pública é um dever cívico de todos os cidadãos, invista na sua segurança, colabore esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.s.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: telefone – 292208510 – Fax - 292208511

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PubliCidAde

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OPINIÃO

Tribuna das Ilhas

FACTo HisTÓriCo dAs Flores

O naufrágio no Lajedo do navio “Slavonia” (v) josé Armas trigueiro (cONtINuAçÃO dO jORNAl de 17 dezembRO 2010 N.º 446) orberto Trigueiro, a respeito das múltiplas memórias que o nafrágio deixou na ilha, escreve em 1960 que “a população florentina continua a recordar o desastre do “Slavonia” e essa recordação é mais concreta quando se encontram (e há em muitas residências da ilha) roupas, louças, talheres, móveis e madeiras do navio sinistrado, assim como fotografias e postais ilustrados com a sua maquete”. diremos que ainda hoje essa recordação é patente na mente dos florentinos, que preservam tudo o que sirva para manter a sua memória do naufrágio, designadamente com objectos e fotografias do navio. Por sua vez, Félix Martins refere em 2001 que “dos muitos artefactos e peças de arte deste naufrágio ou a ele ligados, e ainda existentes na ilha das Flores, quer em locais públicos ou na posse de privados, convém aqui recordar as pratas que constituem o património da igreja Matriz de lajes das Flores: - o lampadário do santíssimo, um antigo ostentório e um cálice de prata, oferecidos pelo Papa Pio X, ‘em penhor de gratidão pelo bom acolhimento que os povos desta freguesia fizeram aos náufragos do Slavonia, arro-

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jado à costa desta ilha em 10 de Junho de 1909’”. Embora tenha havido quem duvidasse desta afirmação de Félix Martins, ninguém conseguiu provas convincentes da negação desta história sobre as origens destes equipamentos religiosos da matriz de lajes das Flores. Todavia, d. Antónia de Freitas Fraga confirmou-me essas ofertas, que eram por ela observadas, quando, ainda jovem, ajudava a fazer as limpezas, na companhia de outras idosas, dessas alfaias religiosas. Alexandre Monteiro, que nos apresenta uma descrição muito completa e ilustrada com fotografias do acidente, escreve que “já em londres, o capitão dunning foi levado a tribunal para apuramento das causas do naufrágio. Consta da sentença que ‘o encalhe e a consequente perda do Slavonia foi provocado por erro de julgamento do seu capitão, por este ter estimado uma rota tão incerta e uma velocidade tão elevada em tais condições climatéricas e tão próxima de terra, e por este ter feito confiança em demasia em duas leituras de bússola, manifestamente erradas, que admitiu não ter sido ele próprio a determinar. O Tribunal, em consideração pelo seu trabalho anterior, que foi excelente, e pelos denodados esforços que promoveu para salvar vidas, logo após o desastre, coíbe-se de lhe retirar a sua licença, mas repreende-o severamente e avisa-o para ser mais cauteloso, de futuro’”. refere ainda que, do lado português, a imprensa da época “recriminou a entidade governativa de então por não ter procedido à finalização do farol que

dominava o local do naufrágio e que apenas carecia das máquinas e da lanterna”. Efectivamente, nessa ocasião, o Farol das lajes, cuja construção se iniciara em meados da década de 1890, ainda não havia sido concluído, o que só veio a acontecer em 1910, como refere Francisco Gomes. recorda-se que o barco navegava debaixo de nevoeiro, embora este ali seja raríssimo, ao nível do mar, como afirmam os lajedenses. Há anos atrás vimos uma excelente reportagem na televisão onde, para além de se entrevistarem alguns florentinos (não contemporâneos) sobre o referido naufrágio, se mostravam vários móveis provenientes daquele navio existentes em casas da ilha das Flores. Já nas décadas de 1940/50, partes significativas das chapas de cobre de diversos locais do “Slavonia” foram recuperadas por empresas da especialidade que as transportaram para lisboa no navio “Carvalho Araújo”, como pudemos então verificar pessoalmente, designadamente por intermédio do mergulhador José da Silva. durante vários anos vinham mergulhadores ao local. levavam dentro de um barco das lajes bocados de ferro vindos do fundo do mar. Também de terra se chegava a ver no fundo do mar uma caldeira que anos depois já não era visível, supõe-se que por haver muitas algas. A partir da data daquele acidente, sempre que navios da Companhia Cunard line cruzavam os mares das Flores, aproavam à Baixa rasa e, num gesto de saudação e de agradecimento pelos bons

Foto do tRaBalHo de alexandRe monteiRo

juNtO dA bAIxA RASA dO lAjedO dAS FlOReS Nesta fotografia já se vislumbra que o paquete inglês “Slavonia” era considerado perdido, tendo acabado por ser destruído pelo mar e afundado naquele local

serviços prestados ao “Slavonia”, apitavam três vezes, seguindo depois o seu destino, como já referimos. Era um sinal de reconhecimento que, por se ter mantido durante vários anos, sensibilizou várias gerações florentinas do lajedo. Aí, ainda hoje, 100 anos depois daquele acidente, ninguém nas Flores desconhece a perda do “Slavonia” nas costas marítimas dessa freguesia. Efectivamente, na ilha das Flores, especialmente na freguesia do lajedo e lugar da Costa poucas eram as casas que em meados do século XX não possuíssem uma ou mais recordações do “Slavonia”. Eram louças ou talheres de prata, com as marcas do navio, ou mesmo outros objectos mais úteis e valiosos, tais como sejam portas de camarotes, espe-

lhos ou outros objectos, legal ou ilegalmente obtidos. (Fim) BiBli: gomes, Francisco antónio nunes Pimentel, “a ilha das Flores: da redescoberta à actualidade (subsídios para a sua História)”, (2003, pp. 423 e 445, 2.ª edição da câmara municipal de lajes das Flores; trigueiro, norberto, artigo publicado no jornal “correio da Horta”, Horta, de 22-10-1960; martins, Félix, artigo no jornal “as Flores”, santa cruz das Flores, de 21-06-2001; Freitas, Álvaro monteiro de, artigo publicado no “Jornal do ocidente” de lajes das Flores, de 10-12-1991; monteiro, alexandre, “o naufrágio do Paquete ‘slavonia’ (ilha das Flores, 1909)”, (2009), internet; correia, luís miguel, “Paquetes Portugueses”, pp. 83 e 215, 1992, edições inaPa, de lisboa; antunes, 1.ª sargento domingos (presumido autor), “esboço Histórico da guarda Fiscal das ilhas das Flores e do corvo (18851985)”; jornal “o telégrafo”, de 19-06-1909; jornal “o Faialense” de 27-7-1909; trigueiro, José arlindo armas, “Retalhos das Flores - Factos Históricos”, 2003, pp. 27-34, ed. da câmara municipal de lajes das Flores.

PelA suA sAúde

refluxo Gastro-esofágico Raul de Amaral-marques

A

doença do refluxo GastroEsofágico (rGE) surge quando os ácidos originados no estômago e destinados a fazer a digestão dos alimentos refluem para o esófago. O esófago, como se sabe, é o canal condutor dos alimentos que liga a boca ao estômago. Tem início comum com a traqueia, da qual está separado por uma válvula, a glote, que impede a entrada dos alimentos na traqueia durante a deglutição evitando, assim, o engasgamento. Atravessa a caixa torácica e chega ao estômago depois de cruzar o diafragma, através de um orifício ou hiato. A nível do cruzamento do diafragma e da inserção no estômago, o esófago possui ligamentos que o prendem a essas estruturas e dificultam o seu deslizamento para cima; este conjunto funciona como uma válvula que impede o refluxo do conteúdo gástrico para o esófago. cOmO SuRGe O ReFluxO? Em determinadas circunstâncias, esses ligamentos podem ceder, o esófago desliza para cima – hérnia do hiato, arrasta consigo o estômago e ambas as estruturas deslocam-se para dentro da

caixa torácica facilitando a saída do conteúdo do estômago, um ácido muito forte que ataca a mucosa do esófago, originando a Esofagite de refluxo. quAIS OS SINtOmAS? A azia é o principal sintoma. Habitualmente, é referida como um ardor ou queimadura que se sente por de trás do esterno. Por vezes, esse ardor pode ser tão intenso que se pode confundir com a dor do enfarte do miocárdio. Muitas vezes leva ao aparecimento de tosse, que pode ter um carácter arrastado e que se agrava quando o doente se deita ou se inclina para diante. Em situações mais avançadas, o refluxo, devido à aspiração para a traqueia e brônquios, pode, mesmo, dar origem a pieira e chiadeira no peito, confundindo-se com a pieira do doente asmático. A rouquidão e irritação da garganta são outros dos sintomas frequentes. O refluxo tanto pode surgir no adulto, como na criança, em particular nos bebés. Aproximadamente 50% destes regurgitam o leite de duas ou mais mamadas e arrotam com mais frequência. A partir dos 7 ou 8 meses a frequência do refluxo diminui porque as crianças passam mais tempo de pé ou senta-

das, do que deitadas. quAIS AS cONSequêNcIAS e cOmPlIcAçõeS? Quando o refluxo assume determinada importância e a sua frequência é mais intensa, pode levar à desnutrição (a criança pode deixar de ganhar peso, pelos vómitos), ao aparecimento de problemas respiratórios (como infecções respiratórias de repetição e pneumonias) e esofagite (inflamação da mucosa do esófago pelo ácido do estômago). cOmO Se dIAGNOStIcA? Quando a clínica é sugestiva, o diagnóstico é fácil mas deve ser sempre confirmado através de alguns exames: radiografia do tórax ou da junção esófago-gástrica, endoscopia digestiva, ou outros exames mais complexos. cOmO Se tRAtA? Muitas vezes, uma modificação dos hábitos alimentares, não tomando refeições muito abundantes, e não se deitar em pleno período digestivo, pode resolver o problema. Outras medidas simples, como evitar bebidas alcoólicas, não deglutir alimentos ou bebidas muito quentes, não ingerir líquidos durante ou

logo após as refeições, não beber chá preto ou café com o estômago vazio, podem, também, ajudar a diminuir os sintomas. Os medicamentos mais usados são: ou os que tendem a diminuir a acidez da secreção gástrica já existente no estômago, os antiácidos, ou os que inibem a produção de ácido pelas células. Enquanto os primeiros são usados quando há sintomas de azia, os segundos são tomados de uma forma regular, com o fim de evitar o seu aparecimento. Existe, ainda, um outro grupo de medicamentos, os pro-cinéticos, que se destinam a facilitar o esvaziamento do conteúdo gástrico diminuindo, desse modo,

a quantidade de líquidos capazes de refluir para o esófago. Como sucede muitas vezes, estes medicamentos não curam a tal hérnia do hiato e, consequentemente, o refluxo, apenas actuando como paliativos, o que quer dizer que sempre que os suspendermos os sintomas reaparecem. No caso da criança-bebé, a cura pode ser definitiva desde que haja cuidados especiais quer de alimentação, quer de posicionamento durante a fase de crescimento. Se os sintomas se agravam ou persistem, mesmo com a medicação e cuidados adequados, a cirurgia poderá ser a solução definitiva.


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l na passada sexta-feira, 31 de dezembro do ano findo, faleceu no Hospital da Horta, com 84 anos de idade, maria leonor de Bettencourt da costa salema Brasil Bicudo, solteira, irmã de maria elisa salema Bicudo decq mota, já falecida, esposa do médico luís carlos decq mota, antigo director do estabelecimento Hospitalar faialense. estão de luto, além de seu irmão Filomeno salema Bicudo, casado com eduarda maria da silva salema Bicudo, seus sobrinhos : maria leonor Bicudo decq mota lourenço, casada com mário da conceição lourenço; luís carlos Bicudo decq mota, casado com maria da graça Ramos Pereira de Freitas decq mota; José eduardo Bicudo decq mota, casado com maria do céu Prieto da Rocha Peixoto decq mota; maria elisa Bicudo decq mota; João alberto Bicudo decq mota, casado com Hélia machado lourenço decq mota; antónio manuel Bicudo decq mota, casado com Helena maria Bettencourt xavier decq mota; luís eduardo leitão Bicudo, casado com cidália maria silveira da silva Bicudo; carlos José da silva salema Bicudo, casado com ana Beatriz de aguiar da câmara melo cabral salema Bicudo; eduardo augusto da silva salema Bicudo casado com maria de Fátima Raposo soares salema Bicudo; alice da silva salema Bicudo; Paulo Roberto da silva salema Bicudo. a extinta deixa ainda 27 sobrinhos-netos. o funeral realizou-se na tarde do sábado, 01 de Janeiro, para o cemitério do carmo, com numeroso acompanhamento de pessoas amigas da falecida e da família, as quais assistiram mais tarde, à missa de sufrágio, na igreja matriz da Horta.

AGeNdA cINemA

HOje e dOmINGO 21H30- Filme - “A cidade” no teatro Faialense - Hortaludus eveNtOS AtÉ 31 de jANeIRO 2011 concurso de Fotografia - “20 anos, 20 actividades” - comemorações do 20.º aniversário da associação de andebol da ilha do Faial - organização: associação de andebol da ilha do Faial AtÉ 30 de AbRIl de 2011 exposição – evolução - Resposta a um Planeta em mudança - centro de interpretação do Vulcão dos capelinhos - organização: governo dos açores e Junta de Freguesia do capelo www.vulcaodoscapelinhos.org de 10 A 21 de jANeIRO exposição de Fotografia– “Hubble - 20 anos, 20 imagens” - escola Profissional da Horta. uma organização da universidade dos açores e da direcção Regional da ciência, tecnologia e comunicações e a associação para o estudo do ambiente insular com o apoio da escola Profissional da Horta.

7 de jANeIRO de 2O11

15

nOta infOrMativa O arranjo do jardim da Avenida 25 de Abril é uma obra da responsabilidade da urbhorta EEM e nela pretendeu-se reabilitar um espaço urbano degradado e sem qualquer função. Nesta pequena obra teve-se o cuidado de criar acessos para deficientes, 2 do lado da rua Miguel da Silveira e 3 do lado da Avenida 25 de Abril, e de se evitar um excesso de empedrado numa pequena zona ajardinada. O Conselho de Administração é sensível às sugestões da APAdiF como às de qualquer munícipe, pelo que deliberou proceder aos arranjos necessários, respeitando a filosofia base do projecto.

emeNtA PARA dOmINGO

cAbRItO NO FORNO lulAS GuISAdAS FIleteS de vejA

Horta 30 de dezembro de 2010 O Presidente do Conselho de Administração Carlos Carepa

AceitAm-se ReseRvAs

SeRvImOS ReFeIçõeS PARA FORA PReçO mÉdIO POR ReFeIçÃO 15 euROS Abertos de quarta-feira a segunda-feira / descanso semanal: TerçA-FeirA

TemoS SemPre bom Peixe Venha almoçar ao restaurante e aprecie os preços da JJ Moda e decoração Pronto a vestir

utIlIdAdeS FARmÁcIAS HOje e AmANHÃ Farmácia correa 292 292 968 de 9 A 15 jANeIRO Farmácia ayres Pinheiro 292 292 749 emeRGêNcIAS -FAIAl i h p o ~ m i i

número nacional de socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia marítima 292 208 015 telemóvel: 96 323 18 12 Protecção civil - 295401400/01 linha de saúde Pública 808211311 centro de saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 tRANSPORteS - FAIAl

jsata - 292 202 310 - 292 292 290 loja jtaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 otransmaçor - 292 200 380 FIcHA

Tribuna das Ilhas dIRectOR: cristiano Bem edItOR: Fernando melo cHeFe de RedAcçÃO: maria José silva RedAcçÃO: susana garcia e marla Pinheiro FOtOGRAFIA: carlos Pinheiro

cOlAbORAdOReS PeRmANeNteS:costa Pereira, decq mota, Fernando Faria, Frederico cardigos, josé trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul marques, Genuíno madruga, berto messias cOlAbORAdOReS eveNtuAIS: machado Oliveira, Francisco césar, cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos madruga, lucas da Silva

PROjectO GRÁFIcO: iaic - informação, animação e intercâmbio cultural, cRl PAGINAçÃO: susana garcia RedAcçÃO ASSINAtuRAS e PublIcIdAde: Rua conselheiro miguel da silveira, nº12, cv/a-c - 9900 -114 Horta cONtActOS: telefone/Fax: 292 292 145 e-mail: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

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de sousa, 25

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edItOR e PROPRIetÁRIO:

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esta publicação é apoiada pelo PRomedia - Programa Regional de apoio à comunicação social Privada


FuNdAdO 19 de AbRIl de 2002

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www.tribunadasilhas.pt

texto e Fotos

maria josé Silva

SextA-FeIRA 4 7 de jANeIRO de 2O11

a Menina dos fósforos

g Os utentes do Centro de Actividades Ocupacionais da Horta levaram a cabo, terça-feira, na Biblioteca João José da Graça, a encenação do conto “A Menina

dos Fósforos”, de Hans Christian Andersen. A assistir à peça esteve uma plateia cheia de alunos do 4.º ano do ensino básico da cidade da Horta. de acordo com a responsável lurdes Oliveira, esta iniciativa tem como objectivo primordial a valorização das capacidades da pessoa com deficiência, bem como

a inter relação com a comunidade. “Estudámos vários contos nas aulas de alfabetização e, depois de estudado resolvemos avançar” – explica lurdes Oliveira. Este conto relata a história de uma menina pobre que anda na rua na noite de Natal e que observa um Natal inacessível para ela. No final temos uma menina feliz. “Era véspera de Ano Bom. Fazia um frio intenso; já estava escurecendo e caía neve (…) uma menina, descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas (…) levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos e tinha na mão uma

caixinha: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera esmola (…)” “Assim, morta de fome e frio, ia se arrastando penosamente, vencida pelo cansaço e o desânimo - a estátua viva da miséria. (…) Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro; vagava na rua um cheiro bom de pato assado - era a véspera do Ano Bom - isso sim, não o esquecia ela. (…) Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos, sentiria algum calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parede para acendê-lo... (…) deu uma chama quente, bem clara, (…) pareceu-lhe logo que estava

sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados para aquecê-los e... crac! Apagou-se o clarão! (…) riscou outro. Onde batia a sua luz, a parede tornava-se transparente como a gaze, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa, e sobre a toalha (…) um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. (…) No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria, na noite escu-

ra. riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente, viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. (…) Então... apagou-se o fósforo. (…) Agora ela acedeu outro fósforo; e desta vez foi a avó que lhe apareceu, a sua boa vovó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz. - Vovó! - gritou a pobre menina - levame contigo... Já sei que quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer, como se sumiram a estufa quente, e o rico pato assado, e a linda árvore de Natal! (…)


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