06-12-2013

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ANdebOl

Sporting da Horta recebe Belenenses

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Tribuna das Ilhas

dIReTOR : MANUel CRISTIANO beM 4 NÚMeRO : 598

O6 .DezemBrO.2O13 Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

APADIF E CAO COM CADA VEZ POMAR DO MAIS DIFICULDADES EM ATLâNTICO RESPONDER ÀS SOLICITAÇÕES APOSTA NA

CONSULTADORIA AgRíCOLA

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g Na terça-feira assinalou-se o dia Internacional da Pessoa com deficiência. TRIbUNA dAS IlhAS esteve a acompanhar as atividades especiais que a APAdIF e o CAO da Santa Casa da Misericórdia da horta prepararam para este dia e foi saber mais sobre os desafios destas instituições que diariamente lidam com cidadãos com deficiência. Ambas a trabalhar no limite das suas capacidades, têm cada vez mais dificuldades em responder às solicitações. PÁGINA O2


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EDITORIAL

JOvenS empreenDOreS

g Empreendedorismo é um termo que está em voga. É apregoado aos sete ventos por entidades públicas e privadas, mas, quando vamos a ver, bem no fundo, no cerne da questão, poucos sabem bem o que é, e menos ainda se abalançam em algo do género. No Livro Verde para o Espírito Empresarial podemos ler: “uma atitude mental que engloba a motivação e capacidade de um indivíduo (…) para identificar uma oportunidade e para concretizar com o objetivo de produzir um novo valor ou um resultado económico”. Muito se tem falado e escrito sobre empreendedorismo, entretanto é imperativo perguntar: “Você é empreendedor de si mesmo?” A resposta é muito simples. É muito mais difícil empreender algo ou algum negócio sem empreender a si mesmo. Quando reconhecemos os nossos talentos e lhes juntamos as habilidades necessárias para realizarmos algo chegamos à aptidão. A partir daí praticamente não há limites para realizarmos o que desejamos. Isto vem no seguimento da mais recente iniciativa da Pomar do Atlântico, pelas mãos do jovem Emanuel Silva que, apesar da conjuntura, teima em não desmotivar e em querer seguir em frente e melhorar-se. Um empreendedor assume o risco de trazer uma nova ideia de negócio à existência porque acredita no seu potencial. Alguns empreendedores de sucesso como Bill Gates, Steve Jobs e Michael Dell são exemplos de jovens que deixaram o seu trabalho, a fim de levar adiante as ideias de negócios que acreditavam que poderiam dar certo. Este caso da Pomar do Atlântico é flagrante. Estes jovens abraçaram este projeto porque um deles ia ficar sem trabalho. Resolveram arriscar numa área como a agricultura, - no setor primário -, e, combatendo as adversidades, muito provocadas pela natureza, nunca baixaram os braços. Em pouco tempo aumentaram o seu espaço, vão ter mais estufas, mais terreno para cultivar e mostram a todos os “Velhos do Restelo” que a agricultura é o “ouro do século XXI”. Mais do que teoria, há que pôr os olhos nestes casos que teimam em desabrochar na nossa ilha. O futuro está na agricultura. Apesar de necessária, a agricultura foi relegada à categoria de parente pobre da economia. As economias emergentes passaram a alimentarse melhor e, no conjunto, parece haver falta de alimentos e a inflação faz-se notar sobretudo nos países emergentes de grande crescimento. É louvável, pois, que entrem na agricultura empreendedores com visão, que promovam culturas de novos produtos, inovações em processos, criando mais trabalho e riqueza. MJS

Em DEsTAquE

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Dia Internacional da Pessoa com Deficiência assinalado na Horta esta terça-feira, 3 de dezembro, assinalou-se o dia Internacional da Pessoa com deficiência. Para celebrar a data, a Associação de Pais e Amigos dos deficientes da Ilha do Faial (APAdIF) e o Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da Santa Casa da Misericórdia da horta organizaram atividades diferentes com os seus utentes. TRIbUNA dAS IlhAS foi acompanhar essas atividades e esteve à conversa com as coordenadoras de ambos os projetos para perceber quais as dificuldades e desafios do dia a dia destas instituições. Texto e foto

Marla Pinheiro g Para os utentes do projeto Moviment’arte, da APADIF, esta terça-feira foi um dia bem diferente do habitual. Logo de manhã, tiveram direito a tratamento “vip” na Click – Clínica da Beleza Saúde e Bem Estar, que reservou as suas instalações e colaboradores durante a manhã inteira para cuidarem destes utentes. Massagens, manicure ou cortes de cabelo, nada ficou por fazer e houve até tempo para muita diversão com os fisioterapeutas da Click, que, entre outras coisas, jogaram Wii com os utentes. O dia especial continuou com um almoço num restaurante e a tarde foi passada a passear. De acordo com a coordenadora do projeto, o objetivo de assinalar desta forma diferente o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi fazer algo dedicado exclusivamente aos utentes, “tentando promover a igualdade de oportunidades para todos e aumentar a sua auto-estima”. Marta Faria lembra que esta data é sempre assinalada pela APADIF, normalmente com uma atividade que envolva a sociedade. No entanto, depois de uma série de atividades públicas que marcaram o 20.º aniversário da APADIF, em novembro, a associação optou por dedicar este dia a mimar os seus utentes.

APAdIF Os utentes tiveram direito a um dia especial

“Contatei a Click e pedi que os nossos utentes pudessem usufruir dos seus serviços a um preço simbólico. Eles foram muito recetivos e quiseram mesmo oferecer este dia, em que encerraram a clínica de manhã para que os utentes pudessem usufruir do máximo de serviços”, conta a coordenadora. De acordo com Márcio Alberto, um dos proprietários da Click, a ideia foi acolhida de forma a que também a empresa pudesse assinalar este dia: “não é nada fora do nosso alcance; foi simples para nós e temos todo e interesse e alegria em receber estas pessoas, algumas até com dificuldades económicas e que nunca tinham tido a oportunidade de fazer algo deste tipo”, explica. Também o CAO assinalou, como é hábito, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Desta feita, a instituição quis mostrar o trabalho desenvolvido ao longo do ano no grupo de teatro que integra o atelier cultural, coordenado pela terapeuta da fala Flora Carmo, e apresentou no auditório da Biblioteca da Horta a peça “A Padeira de Aljubarrota”, que contou com dezenas de crianças de escolas da ilha na assistência. De acordo com a coordenadora do centro, Lara Rosa, o objetivo foi, em tempo de crise, “lembrar a valentia portuguesa”, ao mesmo tempo dando a conhecer as atividades do CAO.

Para além de serem os intérpretes da peça, os utentes do CAO construíram o cenário no atelier de carpintaria e reciclagem. INTeGRAçãO PROFISSIONAl dOS CIdAdãOS COM deFICIêNCIA é O GRANde deSAFIO De acordo com Marta Faria, a integração profissional dos cidadãos portadores de deficiência é o grande desafio que o Moviment’arte enfrentará em 2014: “o projeto tem de dar o salto e trabalhar com as empresas para integrar estes utentes a nível profissional. A grande dificuldade tem sido as empresas acolherem estas pessoas para um trabalho remunerado”, conta. Para ajudar a que o mercado de trabalho passe a ver mais facilmente as potencialidades destes cidadãos, a APADIF tem procurado dar visibilidade às suas conquistas, por exemplo através da edição de livros e da apresentação de espetáculos à comunidade. “É importante que as pessoas percebam que o cidadão com deficiência também é um cidadão com direitos, poderes e competências”, diz. Confrontado com esta realidade, o empresário Márcio Alberto diz não ver problemas em contratar pessoas portadoras de deficiência: “trata-se apenas de fazer uma avaliação para perceber as capacidades da pessoa, e há muitos cidadãos porta-

CAO O Centro apresentou uma peça de teatro na biblioteca da horta

dores de deficiência capazes de desempenhar vários serviços”, entende. No CAO a preocupação em preparar os utentes para o mercado do trabalho existe há cerca de dois anos e consubstancia-se na existência de um núcleo de atividades laborais. Segundo Lara Rosa, tem sido possível inserir alguns utentes em determinados serviços, por exemplo na Câmara Municipal, na Assembleia Regional ou em departamentos do governo. “Não são remunerados mas vão lá desempenhar uma função, o que fez com que ganhassem imenso na área da auto estima e penso que esses serviços também têm a ganhar com a presença destas pessoas”, considera a coordenadora. Além disso, vários utentes do CAO têm funções a cumprir na Santa Casa da Misericórdia, ajudando, por exemplo, no bar ou na lavandaria, e os vários ateliers que o centro promove visam dotar estas pessoas de competências. “Temos uma oficina de carpintaria e reciclagem, um atelier de jardinagem, outro de culinária… Por exemplo, no atelier de culinária fazemos um bolo, duas vezes por semana, para colocar à venda. Estes utentes já têm objetivos, e não apenas ocupações”, explica Lara. PROJeTOS COM dIFICUldAdeS eM ReSPONdeR àS SOlICITAçõeS Tanto a APADIF como o CAO têm, atualmente, dificuldade em responder às solicitações. O projeto Moviment’arte conta com 35 utentes e, segundo Marta, “já não tem capacidade de resposta”. Estes utentes têm entre 16 e 69 anos e representam um grupo muito heterogéneo. Também o CAO está já a funcionar no limite das suas possibilidades. Com capacidade para 24 utentes, o centro conta com 33 e, como explica Lara, é frequentemente alvo de novas solicitações. “Tentamos dar resposta a todas, porque a nossa preocupação passa também pelas famílias destas pessoas, que precisam de apoio, porque é muito desgastante viver com um cidadão portador de deficiência toda a vida. O facto destes irem para um CAO alivia estas famílias”, destaca, lembrando que só neste tipo de instituições os cidadãos portadores de deficiência podem ter uma ocupação útil.


LOcAL

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Campanha de Recolha de Natal da AMI g A AMI-núcleo da Horta vai promover uma Campanha de Recolha de Natal da AMI.

A AMI-Horta, pretende junto da comunidade faialense, alertar para as necessidades de algumas famílias, por isso apela à solidariedade de todos que possam contribuir com bens alimentares não perecíveis, roupas, brinquedos e artigos escolares, a serem entregues até ao dia 15 de dezembro de 2013, na Clinica da Dra. Fátima Pinto, das 14h30 às 19h30, exceto aos fins de semana. ReUNIãO PÚblICA dA CâMARA MUNICIPAl dA hORTA

Câmara aprovou escolha do júri para a frente mar Texto e foto

Marla Pinheiro g A Câmara da Horta (CMH) aprovou na passada semana, na reunião pública de novembro, a escolha do júri quanto à atribuição dos prémios do Projeto de Requalificação da Frente Mar da cidade. Neste concurso foram aceites 16 das 69 candidaturas recebidas, com sete gabinetes a apresentarem ideias para a Frente Mar. Estas propostas foram analisadas pelo júri sem que este tivesse conhecimento dos seus autores, e dessa análise resultou a elaboração de um relatório onde foram atribuídas pontuações aos vários projetos, relatório esse apresentado por Victor Daniel, técnico do município. A escolha do júri recaiu sobre um consórcio de três gabinetes do continente, que une a Sociedade Portuguesa de Inovação (Porto), a Extrastudio (Lisboa) e a Oficina dos Jardins, (Azeitão), sendo que a identidade do vencedor foi conhecida apenas sexta-feira, já após a aprovação do relatório. O consórcio vencedor reuniu 9,46 pontos na classificação do júri. De acordo com o presidente da CMH, José Leonardo Silva, estes gabinetes têm provas dadas em intervenções semelhantes, tendo sido responsáveis, por exemplo, pelo plano estratégico para a Frente Ribeirinha de Lisboa e pelo programa de requalificação do Centro Histórico de Bragança. Os sete trabalhos que participaram no concurso serão expostos em janeiro, ficando em consulta pública durante 30 dias. No final desse período, a autarquia reunirá os contributos que surgirem e o

gabinete vencedor ficará encarregue de elaborar um ante-projeto de execução, que deve ficar concluído antes do final de 2014. Recorde-se que a proposta vencedora receberá um prémio de 10 mil euros. A segunda classificada recebe 5 mil euros, a terceira três mil e a quarta e a quinta recebem ambas mil euros. A autarquia pode utilizar ideias de qualquer uma das propostas apresentadas. Antes da votação, Laurénio Tavares lamentou não ser possível à vereação ter acesso a suportes gráficos que permitissem uma ideia mais concreta da proposta selecionada pelo júri. O vereador da coligação PSD/CDS/PPM lembrou que o relatório em análise foi elaborado por técnicos, entendendo que os decisores políticos teriam uma tarefa mais fácil se pudessem ver documentos onde as ideias para a Frente Mar fossem apresentadas com mais clareza. Em resposta, o presidente da CMH disse apenas que o procedimento adotado para este concurso tinha sido aprovado por unanimidade pelo anterior elenco camarário. José Leonardo lembrou ainda que nesta fase não está a ser aprovado um projeto final mas sim uma base de trabalho que irá sofrer evolução até que se transforme num ante-projeto de execução.

Luís Garcia, por sua vez, mostrou-se preocupado com o que considera ser a ausência de um “planeamento estratégico” para o desenvolvimento do concelho. O vereador da coligação entende que o projeto da Frente Mar deve ser articulado com questões como o Saneamento Básico, o reordenamento do porto ou a segunda fase da Variante. As considerações do líder da oposição acabaram por gerar picardia entre a coligação e a maioria, com o presidente da CMH a acusar o vereador de estar demasiado focado em questões partidárias, pedindo-lhe que vestisse “a camisola da Câmara”. Garcia não gostou e lamentou que José Leonardo respondesse às suas questões apenas com “chavões vazios”. Entre as várias questões que colocou, Luís Garcia quis saber se a verba do contrato ARAAL assinado entre a CMH e o Governo Regional para a conceção do projeto da Frente Mar, de 325 mil euros, será suficiente e já foi disponibilizada. Em resposta, o presidente da CMH garantiu que a verba permitirá fazer face às despesas previstas, referindo que a mesma não foi ainda paga na totalidade uma vez que o processo não está concluído. Apesar do assunto ter gerado alguma discussão, o relatório do júri foi aprovado por unanimidade.

academia do Bacalhau equipou sala de atividades da pediatria do Hospital da Horta Marla Pinheiro Foto: Maria José Silva g A sala de atividades para as crianças internadas no serviço de Pediatria do Hospital da Horta está, a partir de agora, totalmente equipada com brinquedos e mobiliário para os mais novos. A iniciativa partiu da Academia do Bacalhau do Faial, que financiou todo o equipamento para esta sala. Esta quarta-feira, alguns membros da Academia visitaram a sala já equipada, acompanhados pelo presidente do Conselho de Administração do Hospital da Horta. Na ocasião, Andy Rodrigues, presidente da Academia do Bacalhau do

Faial, lembrou que esta causa, que reuniu o carinho de todos os membros da academia, vai ao encontro dos objetivos desta instituição, que congrega amigos em reuniões gastronómicas onde o bacalhau não pode faltar e que servem para angariar fundos para fins sociais. A iniciativa da Academia teve o reco-

nhecimento do presidente do Conselho de Administração do Hospital, que destacou a importância dos apoios deste tipo de instituições. “O hospital encontra-se numa fase de obras e as prioridades de investimento não chegariam tao rapidamente a este tipo de equipamentos”, referiu João Morais.

[aconteceu] SISMO COM MAGNITUde 2,4 NA eSCAlA de RIChTeR ReGISTAdO NO FAIAl g Foi registado sexta-feira, às 11h44 um evento com magnitude 2,4 (Richter) e epicentro a cerca de seis quilómetros a este de Ribeirinha, na ilha do Faial. O sismo foi sentido com intensidade máxima II/III (Escala de Mercalli Modificada) em Ribeirinha. STUdIO M COMeMOROU 1.º ANIVeRSÁRIO g O Studio M comemorou no dia 30 de novembro o seu primeiro aniversário. Para assinalar a data, os irmãos M Mauro e Miguel Ferreira - prepararam um programa especial que culminou com uma festa after hour no Barão Palace, durante a qual houve uma apresentação de penteados e sugestões de mudanças de visual. Inicialmente o Studio M conjugou moda com beleza, todavia, um ano depois, a gerência resolveu transformar o espaço e dinamizar os serviços de cabeleireiro, eliminando a vertente do vestuário. AlTeRAçãO dA lOCAlIzAçãO dAS TelAS de CARqUeIJeIRO NA IGReJA dAS ANGÚSTIAS GeRA CONFlITO g A decisão de alterar a localização das obras de Eduardo Carqueijeiro, oferecidas ao Monsenhor Júlio da Rosa e à paróquia das Angústias em 2007, provocou a revolta e consternação dos paroquianos. O pintor também já teve conhecimento desta situação e, inclusivamente, após contato com o Padre e com a Junta de Freguesia, via e-mail, encetou diligências no sentido de comunicar o sucedido ao Bispo dos Açores, D. António de Sousa Braga. No e-mail a que tivemos acesso, Eduardo Carqueijeiro refere o seu descontentamento perante “a intenção do sr. Padre Paulo Silva retirar dos locais onde estão atualmente os painéis de pintura, que eu graciosamente e em honra de Nossa Senhora das Angústias, ofereci a Monsenhor Júlio da Rosa e que Monsenhor, muito honradamente para mim, colocou na nave central junto do altar-mor e lateralmente na igreja que durante alguns anos têm figurado na igreja”. Eduardo Carqueijeiro defende ainda que, a alterar a localização das peças, as mesmas deverão ser removidas do templo e entregues ao Monsenhor Júlio da Rosa, seu fiel depositário. TRIBUNA DAS ILHAS tentou chegar à fala com o Padre Paulo Silva para procurar um depoimento seu sobre esta situação, sem que tal tenha sido possível.

[vai acontecer] PROJeTO dO MUSeU dOS CAbOS SUbMARINOS APReSeNTAdO NA PRóxIMA SeMANA g Por iniciativa do CDS-PP foi incluído no Plano e Orçamento regional aprovado na passada semana na cidade da Horta, uma verba para a instalação de um núcleo museológico dos cabos submarinos na Trinity House, dando assim corpo a uma promessa feita pelo anterior Governo Regional liderado por Carlos César. Assim sendo, ficou inscrita no Plano uma verba, no valor de 20mil euros destinada à concretização do projeto deste Núcleo Museológico. Ao que se sabe, na próxima sessão plenária, que decorre já na próxima semana na cidade da Horta, será apresentado pelo CDS-PP uma proposta neste sentido. Henrique Barreiros, presidente da Associação dos Antigos Alunos do Liceu da Horta afirmou ao TRIBUNA DAS ILHAS que “esta decisão da ALRAA marca o reconhecimento do enorme trabalho realizado pela sociedade civil na reabilitação de um património - material e imaterial - de grande relevância na história dos Açores, infelizmente, à dezenas de anos, esquecido e abandonado”. “Estaremos sempre disponíveis (como temos vindo a demonstrar durante estes mesmos quatro anos) para garantir a devida participação cívica - competente e empenhada no sentido de, finalmente, ser recuperado o estranho atraso na valorização dos vestígios desta memória coletiva. Mas, não entramos em qualquer forma de euforia. Há sinais que se conjugam para termos justificados receios de que nada vai avançar, por força dos labirintos da “engenharia política. Ficaremos atentos.” - rematou. FeIRA de bOAS VONTAdeS g Inserida no programa “Natal com Tradição”, abre ao público sábado, 7 de dezembro, a Feira das Boas Vontades. Esta feira funcionará na Praça da República durante a época natalícia. CASA dO POVO de CASTelO bRANCO eNCeRRA COMeMORAçõeS dO 40.º ANIVeRSÁRIO A Casa do Povo de Castelo Branco vai encerrar no próximo dia 13 de dezembro as comemorações do seu 40.º aniversário. Os festejos englobam a apresentação do CD da marcha oficial da Casa do Povo e a apresentação do grupo musical “Seca Adegas”.


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REpORTAgEm

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POMAR dO ATlâNTICO e PlANTAdO de FReSCO

Duas empresas ligadas ao setor primário florescem na Horta Maria José Silva Foto: Marla Pinheiro g A Pomar do Atlântico lançou recentemente o seu serviço de consultadoria. Um serviço inovador que pretende ajudar tanto os particulares que têm algum terreno e não conseguem dinamizá-lo, quer por falta de tempo, quer por falta de meios ou conhecimentos, como os profissionais do sector. TRIBUNA DAS ILHAS esteve à conversa com Emanuel Silva, gerente da Pomar, que nos contou que “desde o início que temos este projeto em mente, no entanto só agora conseguimos reunir as condições necessárias para avançar, nomeadamente uma equipa e todo um conjunto de sinergias que permitirão dar a melhor resposta ao nosso cliente. O nosso objetivo é fornecer soluções integradas e personalizadas de modo a ajudar os nossos clientes a maximizar o seu desempenho e alcançar os seus objectivos”. Perceber quais as espécies e variedades que melhor se adaptam às suas condições edafoclimáticas e à sua ideia de negócio, quais os tipos de mobilização mais adequados ao seu solo e cultura que pretende instalar, definir um plano de fertilização para a sua cultura, ou ainda identificar e aconselhar tratamentos fitossanitários consoante o Modo de Produção levado a cabo pelo produtor, são apenas alguns dos exemplos das áreas em que a Pomar pode intervir por forma a garantir o sucesso do seu cliente. Emanuel Silva acrescenta ainda que “a Pomar tem o “know-how” e a sensibilidade suficientes para permitir dar coerência e organização ao sector hortícola e frutícola da ilha, permitindo que pequenos e médios produtores possam produzir tendo em conta as oportunidades de mercado que existem a nível regional. “Devemos produzir aquilo que o consumidor procura, o que chega até nós doutras paragens e para o qual temos potencial produtivo. Acreditamos que podemos ser auto-suficientes nalguns produtos

e porque não tornarmo-nos uma referência regional e nacional para algum tipo de produto à imagem do que já acontece por exemplo com a meloa da Graciosa, o ananás de S. Miguel ou a maçã reineta da Terceira” - afirma. Para além da consultadoria a Pomar está também em condições de prestar alguns serviços desde pequenas mobilizações de solo, manutenção de terrenos agrícolas e jardins, instalação de estufas e realização de colheitas. De salientar a sua vocação para a elaboração de projetos produtivos que visem candidaturas aos apoios disponíveis no âmbito do próximo quadro comunitário ou para a instalação de espaços com ervas aromáticas. “Produzimos mais de 20 variedades de aromáticas e medicinais em 2013. Pretendemos introduzir novidades já em 2014 e lançar a ideia do jardim de aromáticas, pequenas áreas que qualquer um poderá ter dentro ou fora de sua casa e que adicionará beleza e perfume ao seu espaço e paladar às suas refeições” - revelou o jovem empresário. A Pomar do Atlântico surgiu no mercado em 2011, com a ideia de “instalar um pomar de maracujá e frutos vermelhos na ilha do Faial”. No entanto, as dificuldades em conseguir os terrenos certos quase hipotecaram o projeto. Este foi reformulado, e arrancou, não em terrenos próprios, como previsto, mas em terrenos alugados onde a Pomar tem vindo a produzir hortícolas em regime experimental com o objectivo de conseguir uma produção pequena mas muito diversificada. Neste momento a Pomar conta com duas pequenas estufas. Uma vocacionada para a produção de plantio de hortícolas e ervas aromáticas para dar conta das nossas necessidade e abastecer o público em geral e outra que está a ser utilizada na produção de ervas aromáticas em vaso. “Com o tempo apercebemo-nos que apostar em muitas variedades ao mesmo tempo não nos permite alcançar os rendimentos esperados. É muito exigente manter 20 culturas diferentes. Requer muito

conhecimento e um acompanhamento à medida, coisa que nem sempre esteve ao nosso alcance devido às nossas limitações em termos de mão-deobra. No entanto, lidar com todas estas culturas permitiu-nos adquirir muito conhecimento que podemos agora por à disposição daqueles que nos consultam! Assim sendo, planeamos diminuir a nossa oferta em 2014 de modo a conseguir aumentar a quantidade e qualidade de determinados produtos hortofrutícolas já identificados e que nos darão o rendimento necessário para manter e expandir a empresa. Aumentaremos a nossa área coberta de produção para 1500m2 e passaremos a dispor de uma equipa técnica exclusivamente dedicada a esta questão” - conta Emanuel que refere que a curto prazo vão instalar um pomar de maracujá e aumentarão a nossa área piloto de produção de frutos vermelhos. “Lançaremos ainda muito em breve a nossa loja online. A partir desse momento qualquer pessoa poderá adquirir os nossos produtos no

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conforto de seu lar e estar a par de todas as novidades e serviços que estão à sua disposição” - remata.

abandonam as suas lojinhas. Não há gente nova a abraçar novos projectos naquela estrutura”, refere.

A lOJA dO MeRCAdO A hipótese da Pomar ter uma loja no Mercado Municipal da Horta acabou por ser uma extensão da empresa e um meio de comercializarem os seus produtos. Emanuel confessa que isso não fazia parte do projecto, no entanto afigurou-se como a forma ideal de ligar a produção ao consumidor: “sem intermediários pelo meio, a nossa produção é vendida directamente por nós, o que permite um preço mais competitivo e aliciante para a carteira do consumidor”, diz. Agora a loja já começa a ser conhecida e a entrar numa determinada rotina que nos garante alguma sustentabilidade. Para Emanuel, “é um grande desafio” manter uma loja naquele espaço nos dias que correm: “o mercado entrou em descrédito, e são cada vez menos as pessoas que lá vão, e cada vez mais os comerciantes que

PlANTAdO de FReSCO A Plantado de Fresco é outro dos projetos que este jovem empresário tem entre mãos. Trata-se de uma empresa que se vai concentrar na produção de cogumelos. Este é um projeto que já tem três anos e que vai arrancar com a produção de nove alqueires de próteas e que tem uma estrutura para produção de cogumelos. De acordo com Emanuel Silva, um dos sócios desta empresa, a par de Joana Carvalho e de Leonel Gonçalves, a produção de cogumelos vai acontecer no interior e no exterior, isto é, vai ser produzida num módulo construído para o efeito e em troncos. Será a primeira infra-estrutura desta natureza a nível regional. O projeto arrancará no início do ano e espera-se que no segundo semestre de 2014 já seja possível consumir cogumelos produzidos no Faial.


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João Stattmiller

heguei ao Lubango numa terça feira de Junho a bordo dum Antonov da Voangol, vinha fugindo, como um refugiado político, das peripécias da vida que em Luanda não está fácil. Armado com a minha nikon e uma trouxa de roupa suja, o pretexto era uma visita ao projeto dos Gambos com o intuito de recolher imagens (estava especialmente interessado em fotografar o ritual da circuncisão que acontece nesta altura do ano e também algumas artes locais como a cestaria e a olaria) para as comemorações do 10º aniversario da ADRA mas podiam usarme para o que achassem pertinente, afinal um homem no campo pode também ter algumas outras utilidades. Apesar do pretexto festivo o meu espírito estava nas lonas, há momentos da vida em que nos sentimos um lixo, quando cheguei dormi, dormi e dormi. Ao acordar dei conta que uma colega estava na sala de reuniões com um grupo de crianças do “Ondjila” e um monte de lixo. Separavam o lixo, preparavam-no e, a pouco e pouco, iam surgindo flores, quadros, bonecos e muitas outras coisas bonitas. Era o sítio indicado para passar a tarde solarenga, entre mim e o conteúdo da sala havia no mínimo uma sensação de identidade. Nem mais, fui até lá e disse: "também eu estou precisado de reciclagem, de passar de lixo a coisa bonita". Mexi no lixo e em mim próprio e senti-me bem. Como que por acaso a sala estava cheia de posters com frases fortes ilustradas com fotos lindas de bébés. Quando perguntei o porquê dos bébés alguém respondeu: então não sabes? Este é o mês da criança. E nesses dias a sede da ADRA no Lubango encheu-se de crianças brincando, dançando, cantando e rindo. Mesmo assim a espera pelo pessoal do projeto parecia interminável e a minha necessidade de fugir para longe para onde só ficamos com os bichos e as estrelas chegou ao ponto de querer arrancar até à Chibia montado nas traseiras duma IFA onde poderia ter a possibilidade de apanhar algum transporte até Chiange. Um meu querido amigo tirou-me o sentido daí através duma proposta de fim de semana em sua companhia, acedi. Fomos até sua casa e, em companhia de duas mboas que com ele partilham o cubico e a vida, almoçámos pirão com jinguinga e morangos para a sobremesa. Bebemos vinho sul-africano e ouvimos Stan Gets com o trio de Bill Evans, atrevo-me a dizer que foi uma experiência mística, não só porque rezamos a agradecer aos deuses pelo manjar mas também porque abrimos os corações e fomos ver o pôr do sol no miradouro da Leba, uma visão magnífica que guardarei sempre comigo. No dia seguinte era Domingo, preparamos o farnel e num grupo giro fomos almoçar à Tundavala, frango de churrasco com batatas fritas e salada regado a Savana, uma cidra danada de boa. A carrinha “four-by-four”, equipada com o conveniente leitor de CD (quem disse que four-by-four não kuia), debitava os blues maravilhosos de Keb Mo e a fantástica fusão de Stanley Clark há medida que íamos subindo até às nuvens. A Tundavala recebeu-nos generosa com

OpInIãO

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a psicanálise, froboenius gobineau, a etnografia, as religiões comparadas... mas, pelo amor de Deus, não levem mais brancos ao candomblé! Vitorino Nemésio um sol radioso e um céu limpo, mais uma visão divina de uma das muitas maravilhas desta terra. Imaginámos um voo de asa delta e um teleférico ligando o céu a terra lá em baixo, e para quê a asa delta se alguns afiançaram até que pessoa pode voar só assim sem mais nada, como aconteceu no Uije quando um feiticeiro vindo do Moxico aterrou ruidosamente no telhado da Delegação do Ministério da Agricultura para espanto dos presentes, o homem veio voando todo nu e disse mesmo que já tinha voado até ao Congo e ao Brasil para fazer uns trabalhos e buscar poderes que ele sabia estarem por lá, o segredo de tais voos estava num pau mágico que inserido no anus transforma homem em foguete, estórias que se contam e momentos que se vivem intensamente. No dia seguinte lá estava eu e a minha nikon no escritório aguardando ansiosamente que o pessoal do projeto dos Gambos ultimasse os preparativos para a viagem até Chiange. Juntei-me a eles e depois de uma manhã remendando pneus de socorro, trocando óleos dos carros, apertando porcas e parafusos, arrumando como era possível as gentes e coisas, partimos. A viajem fez-se numa estrada de asfalto, com direito a paragem no mercado da Chibia para vender um cabrito, até à Chibemba a mais ou menos 140 km do Lubango, ai tomámos o desvio em direção a chiange que são mais 22 km numa boa picada que foi reabilitada pelo projeto. Chegámos a Chiange ao fim da tarde, ainda a tempo do Lito, um jovem mulato bem disposto que é motorista do projeto, me levar a visitar alguns kimbos na área, o kimbo do tio Pedro que toma conta dos cavalos do projeto foi especialmente interessante, com as suas três mulheres e uma profusão indeterminável de filhos o tio Pedro que diz, com orgulho, nunca ter saído daqui, apesar de ter alguns filhos em Luanda na tropa, assume-se como um homem feliz e acha que essa coisa de ter três mulheres só faz confusão na cabeça das gentes da cidade, por aqui é normal, é a nossa tradição e elas até se dão bem umas com as outras, cada uma tem a sua cubata e a sua cozinha mas na hora de comer sentamos aqui (um conjunto de paus dispostos em quadrado como bancos a volta de uma fogueira no centro do kimbo) todos juntos e cada um traz o que tem. Assim, diz ele, as coisas são mais justas, quando trago um saco de açúcar ou sal divide-se igualmente por todas e cada uma leva a porção que lhe cabe na sua cozinha. Eu, para além das casas delas, tenho a minha própria casa e passo dois dias em cada casa, tenho que ser cuidadoso com isso porque senão sai confusão. Isso das mulheres para ele é normal, aquilo que o preocupa mesmo é o roubo de gado que se tem feito sentir com muita força aqui na área, segundo o tio Pedro o problema é que os filhos e sobrinhos são aliciados por ladrões de fora para roubarem gado aos seus pais e tios e como a juventude

de agora já tem ambições diferentes e querem coisas caras que encontram nos mercados têm de roubar para poder consegui-las. A conversa foi boa e no fim o tio Pedro brindou-nos com uma garrafa de leite azedo (mahini) e sete ovos. Regressamos à base do projeto em Chiange depois dessa incursão pelos kimbos carregados com leite azedo, ovos, batata doce e uma galinha. Era já noitinha, mas mesmo assim resolvi dar umas voltas a pé pela vila enquanto preparavam o jantar. Chiange, a sede do município dos Gambos, uma pequena vila do interior onde a está a base do projeto, é uma vila simples, com uma só rua, uma esquadra de polícia, um bar, uma bomba de gasolina e um pequeno mercado. A vila é relativamente antiga, foi construída no tempo colonial como se nota nas vivendas logo à entrada que agora servem de poiso para os funcionários do aparelho administrativo do estado. O comboio diz-se que já veio até aqui mas nada sobra da antiga linha, a água e a luz são também ausentes pelo menos da forma como a vila se projetou com ambições a sede de município. A questão da luz dava um filme (já fiz mesmo a proposta a um produtor conhecido) a vila tem um gerador que funciona das 18 ás 22 horas quando há combustível e o velho gerador não encontra nenhuma maleita que o obrigue a parar, mesmo assim são poucas as pessoas que necessitam de tal luxo pois a generalidade dos habitantes da área nunca teve necessidades tão sofisticadas. O dono do bar e a sua senhora fazem parte da pequena minoria que tira partido da eletricidade pondo a aparelhagem que compraram na Namíbia a debitar som em distorção para espanto da pequenada que fica se acotovelando na entrada para assistir ao pé de dança dos mais velhos. O ritual repete-se com a regularidade possível, tendo em conta os caprichos do gerador, e pode ser considerado um dos momentos altos da vida social de Chiange, um verdadeiro "happening". Na primeira noite, depois do momento social, voltei para a base da ADRA onde se encontrava um pessoal do Cunene, dois colegas do cunene tinham trazido com eles um grupo de tratadores de gado recém formados que vinham à Huíla para trocar experiências com os seus pares de cá. Nessa noite assistimos (graças ao gerador e ao motorista do projeto, o Lito, que trouxe a cassete do Lubango) ao filme “Tudo Maus Rapazes” o típico filme de ação americano estilo Estallone, um grupo de presidiários rufias é aliciado por um major do exército para ir salvar a filha de um milionário americano raptada por um grupo de guerrilheiros no Vietname com a promessa de perdão da pena e liberdade para os sobreviventes. Muitos tiros, explosões e mortes depois a menina é salva e a missão cumprida. A rapaziada gostou tanto que alguns pediram até para repetir. Estes americanos são f... A necessidade de se desligar o gerador e a perspetiva de uma partida mati-

nal para o campo conseguiu demover os mais insistentes e poupar os meus olhos e ouvidos já cansados a mais duas horas de tormento. Na manhã seguinte enchemos o Land Rover e a carrinha Toyota com as bicuatas próprias de quem vai para o campo, as tendas, sacos cama, mantas, colchões, pneus de socorro, três galinhas, um cabrito, hortícolas, panelas, canecas, quatro grades de cerveja, quatro gericans de água. Montámos na viatura e a estrada era nossa. Comigo estavam os doze do Cunene mais o Lito (o motorista), o Sr Amandio (o cozinheiro) a Mariana (técnica do projeto dos Gambos) e a Isabel (animadora do projeto dos Gambos) que levou a sua filha, a pequenita Berci que lá foi também qual Alice no pais das maravilhas. O grupo tinha o seu quê de bizarro. O Land Rover onde seguia tomou a dianteira, para não comermos a poeira justificou o Lito sorridente. As picadas eram uma espécie de trilhos esburacados abertos pelas errancias das manadas em busca de pasto, no tempo da chuva aqui não vale a pena, esses barros são impossíveis de transpor de carro foi dizendo o Lito. Mesmo agora na estacão seca a impossibilidade dos caminhos desafia os condutores mais criativos. A primeira paragem foi a 12 km no Pocolo, um conjunto de três casas e um depósito de água com ares de antigo entreposto comercial mas agora completamente arruinado. Sentámos debaixo de uma árvore com alguns mais velhos da área para discutir as questões relativas ao tratamento do gado e como a discussão se deu em Mongambwe traduzido para Humbe e Kwanhama não entendi nada exceto as referências à Camwenha e ao carbúnculo interno e externo, ou por outras palavras, antrax. De vez em quando a Isabel ia-me traduzindo algumas passagens e explicando o que se estava a passar. As mulheres monganbwe sentadas respeitosamente a alguns metros da árvore olhavam-me como se fosse assim uma espécie em vias de extinção. Cedo percebi que o branco com máquina fotográfica introduzia uma formalidade e importância invulgares neste tipo de encontros. Se a minha avó me visse agora, o orgulho que teria, as suas preces foram finalmente atendidas, o neto da velha kaluanda havia sido promovido a branco e afinal branco por estas bandas é mesmo um estatuto e por isso ela achava que atrasar a raça não valia a pena. A mobilidade social naquele tempo, aos olhos da minha avó, consistia numa cuidadosa seleção genética para se clarear a tez. Talvez por isso os seus filhos casaram com brancas e no netinho já só um observador atento encontra os traços da mestiçagem. Ali naquele lugar, debaixo da árvore percebi finalmente as palavras de Vitorino Nemésio e senti como pode ser real o seu sentimento de branco, alienígena. Fotografei as mongambwes e depois de uma despedida com palmas os carros retomaram a marcha pelas tortuosas picadas dos Gambos, mais 35 km até ao

Panguelo um lugar onde construímos uma escola e um posto médico em adobe rodeado por alguns kimbos, Panguelo é o primeiro vértice do chamado triângulo dos Gambos, como é conhecida a área de intervenção. Quando chegámos o Sr Amandio apressou-se a tirar as panelas pois seria ali o almoço da rapaziada. Enquanto ele preparava o pitéu fomos esticar as pernas até um kimbo próximo onde encontramos para meu espanto um branco com a pele curtida pelo sol no meio dos “seus povos” como dizia, era o Totinha, um comerciante branco que anda por aquelas bandas trocando bebida e mantimentos por gado, fala perfeitamente a língua local e conhece a área como a palma das suas mãos, recebeu-nos efusivamente e convidou-nos para a sua cubata onde nos ofereceu pirão com carne seca, torresmos e cerveja quente, aliás a cerveja quente é uma das especialidades locais nestas áreas onde a energia elétrica nunca chegou. Quando lhe disse o nome de um tio meu que também anda por estes matos ficou radiante, então tu és sobrinho do fulano, estão a ver como é, os brancos são assim, nunca se perdem. Perguntei-lhe como poderia encontrar uma área onde se estivesse a fazer a circuncisão e ele deu-me indicações preciosas. Como íamos para a Taka pediunos que levássemos algumas coisas para uns amigos que tem por lá, uma cesta com seis cervejas para o Pandy Kaunda, uma garrafa de Kota (uma aguardente) para o Muakundula que é irmão do soba da Taka, outra para o Kaluhamo e uma para nós como oferta de cortesia. O Apolo dos doze do Cunene aproveitou para comprar mais cerveja usando os rands que trouxe do Cunene e que o Totinha aceitou com agrado depois de fazer umas contas no seu relógio com calculadora. Enquanto derrubávamos o peixe seco com pirão que o Sr Amandio preparou lá passou o Totinha num Unimog estilo Mad Max carregando os “seus povos” e dizendo: "tenho que ir a chiange e eles só querem andar comigo". As suas gargalhadas ecoavam alto no meio da poeira que ia deixando para trás até desaparecer no horizonte. O que diria o Nemésio... GlOSSÁRIO: Antonov - Avião de fabrico russo Gambos - Município remoto na província da Huíla, sul de Angola ADRA - Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, ONG Angolana Ondjila - Programa infantil da ADRA Chibia - Município da província da Huíla, entre Lubango (capital da província) e o município dos Gambos IFA - Camião fabricado no leste da Europa, muito comum em Angola no período socialista Chiange - Sede do município dos Gambos Mboas - Miúdas, gajas Pirão - Uma espécie de puré feito de farinha de milho, base da alimentação no sul de Angola Jinguinga - miudezas de vaca Leba - Uma serra entre as províncias da Huíla e do Namibe Tundavala - famosa fenda nas montanhas nos arredores do Lubango, a mais de 2000 metros acima do nível do mar Kuia - satisfaz, goza Uige - Província no norte de Angola Moxico - Província no leste de Angola Picada - caminho de terra batida Kimbo - Aldeia, conjunto de palhotas Cubata - casa rural feita de palha ou pau a pique Cunene - Província do sul de Angola que faz fronteira com a Namibia Bicuatas - Coisas, tralhas Mongambwe, Humbe e Kwanhama Línguas africanas do sul de Angola faladas por tribos com o mesmo nome Kaluanda - naturais de Luanda, nativos de Luanda Soba - chefe tradicional


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Opinando em tópicos Armando Amaral A MeSMA MÚSICA Breve justificação a uma pequena alteração no título, nestes tópicos que, mantendo a possível objectividade, continuam com a mesma música, julgamos com algumas vantagens também para os nossos simpáticos leitores. MeSTRe SIMãO Pela comunicação social , desta feita, vista/ouvida e lida, fiquei a saber da chegada à Horta do novo navio "Mestre Simão", acontecimento aliás conhecido dos leitores, pelo que dispensa pormenores. Todavia, duas ou mais coisas me levam a fazer este tópico, especialmente pelo que narra Amilcar Quaresma em “Maresias”. Começarei pela justiça feita a um amigo da juventude, o Simão como sempre o tratei, seguindo velho hábito hortense, em chamar os filhos pelo nome próprio dos pais, quando este é

algo raro, o meu caso também que, ainda hoje, sou Constantino para muitos patrícios, do que até gosto, sem falar de minha irmã que é para todos a Teresinha Constantino. Mas voltemos ao Simão, baptizado por Manuel, de seu pai herdado, acrescentado de Alves, passando também a saber que do velho lobo-do-mar Guilherme muito aprendeu quando aos 11 anos, tirada a célula marítima, iniciou prometedora faina na “Calheta”. Aliás, tratava-se da embarcação mais emblemática da frota das Lanchas do Pico, ou dos Lourenços, em que fez viagens sem conto. Mas terá sido a sua extraordinária acção aquando do encalhamento do “Archimedes” no porto artificial em frente ao largo do Infante, valendo-lhe merecido louvor do Capitão do Porto que terá contribuído para que a sua fama mais se alastrasse pelas ilhas do Triângulo, particularmente nas do Canal, assaz patente no regozijo geral ao saber-se que ao novo navio fora dado o nome de “Mestre Simão”.

deUS OU deUSeS… "Portugal Português" é um interessante programa da TVi24, apresentado na primeira metade das tardes de domingo, a que já nos temos referido. Estando o Turismo na ordem do dia, por sua contribuição para o aumento da nossa Economia, causando mesmo engulhos nas Esquerdas derrotistas, o convidado de Paula Magalhães citou elogiosamente várias regiões com magníficos panoramas, salientando a certa altura a zona do Douro. Assaz concordante, a jornalista interveio, dizendo: Parece que Deus até parou ali para descansar. Mas logo a seguir completou: sejam lá qual forem os deuses…. Talvez se tenha lembrado da ateia confessa Joana, comentadora televisiva que, em sugestivo debate com dois ilustrados crentes sobre a influência do cristianismo no continente europeu, aproveitou a “oferta” da moderadora para o fecho, frisando, em última intervenção que “a Europa não precisa de Deus”. Acabou assim por reconhecer que afi-

nal Ele existe, como é óbvio. O CAbO dAS eleIçõeS Mais uma eleição realizada, e novamente o cabo de fibra óptica ou das tormentas para os socialistas. Aliás, tantas vezes prometido que se fossem multiplicadas pela distância entre as Flores e o Corvo, o dito que também poderia ser chamado da Promessa, qual terra de leite e mel da Bíblia, daria até para dar a volta ao mundo, a bater o recorde dos idos cabos submarinos, na Horta amarrados. Quis, porém, o destino, ou o mau tempo que a cerimónia de inauguração com pompa e circunstância fosse realizada na capital da Autonomia, para que a governação não tivesse tido o gosto de receber os aplausos oficiais e populares que não deixariam de serem feitos apesar da vintena de anos que fez esperar os nossos irmãos mais a ocidente que apenas servem para parir deputados e presidentes municipais. E que agora só lhe resta inventar outro saboroso rebuçado, seja cor-de-rosa, seja laranja, eternos ganhadores, excepção

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para corvinos que lhes tem vindo a pisar os calos ... PORCARIA NA TeleVISãO Ao terminar o Telejornal das oito (20 horas), o jornalista anunciou que após "breves minutos” teriam início as 20 perguntas ao 1º. Ministro. Tempo que nos pareceu anos, por demasiado interesse em assistir de principio ao fim ao aguardado programa da RTP-1. Única razão que fez com que não mudássemos de canal, pois o que José Rodrigues dos Santos apresentou para entreter a clientela foram imagens que jamais pensávamos fossem exibidas no mini-ecran: artistas ditas célebres, nuas ou semi despidas, em cenas em que o erótico e o pornográfico corriam parelhas. Como se ainda não fosse pouco, a certa altura é solicitada a opinião duma adolescente, se seria capaz de fazer tais coisas? Visivelmente embaraçada respondeu: nunca em frente de meus pais . E com o seu habitual sorriso, quiçá convencido mesmo da porcaria apresentada, foi dizendo: garotas marotas...

* O autor não escreve de acordo com o novo Acordo Ortográfico

ministério castiga O caminho difícil da Coesão professsores açorianos M.ª do Céu Patrão Neves

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coesão territorial e social é uma das promessas essenciais da União Europeia que se traduz para o quotidiano de cada um de nós de uma forma muito simples: qualquer cidadão europeu, independentemente do seu Estado-membro ou região de origem ou de residência, deverá poder usufruir do mesmo nível de vida e ter acesso às mesmas condições para a realização do seu projeto de vida que qualquer outro. Que este desiderato ainda não foi cumprido entre nós e que os açorianos estão em desvantagem em relação a muitos outros europeus é em si mesmo uma evidência. O que importa é saber se o novo pacote de políticas de coesão agora acordado entre o Parlamento, o Conselho e a Comissão, para o período de 2014-2020, contribui para a prossecução deste desiderato, se contribui efetivamente para mais coesão. Eu considero que contribui por três razões principais. Primeiramente porque o novo quadro (estratégico comum) de gestão dos fundos permite e incentiva à conjugação de cinco fundos - de Desenvolvimento Regional, Fundo Social Europeu, de Coesão, e também Agrícola e de Desenvolvimento Rural e o de Assuntos Europeus e das Pescas - que também são articuláveis com outros fundos como o Horizonte 2020, o PMIS, o Erasmus para todos, Cosme, Life, etc. A articulação entre estes fundos, quando bem planeada e gerida, resulta na capacidade de fazer mais com menos, quer em termos de recursos financeiros quer humanos, e, assim, de alargar a capacidade de intervenção com as mesmas verbas.

Em segundo lugar porque a política de coesão está agora inequivocamente orientada para os resultados, para os impactos sócio-económicos dos fundos disponibilizados pela UE. Não se trata mais de avaliar se as Regiões sabem gastar dinheiro (taxas de execução) mas se sabem investir recursos (impactos). Neste novo contexto, importa estabelecer os objetivos de ação com antecedência, os quais serão depois também avaliados em termos de consecução. Os projetos são avaliados (previamente) pela sua qualidade e (posteriormente) pelo seu desempenho, o que responsabiliza mais as regiões que gerem os fundos. Em terceiro lugar, o acordo prevê várias ações de discriminação positiva em relação às regiões UltraPeriféricas como sejam uma alocação específica adicional de 30€ por habitante, uma taxa de cofinanciamento de 85%, possibilidade de financiar infra-estruturas aeroportuárias e portuárias e a criação de linhas de transporte marítimo (o que está vedado a outras regiões), etc., o que evidencia o conhecimento e sensibilidade para as nossas especificidades. As condições são, pois, favoráveis e os fundos disponíveis também, tendo o Governo Regional manifestado já a sua satisfação pelo aumento do envelope financeiro. Posto isto, ou seja, manifesta a solidariedade da União Europeia para com as regiões que ainda estão longe da coesão, compete agora ao Governo Regional assumir a responsabilidade de investir estes fundos para promover ele próprio a coesão entre as ilhas e impulsionar o desenvolvimento sócio-económico dos Açores. Esperemos que, finalmente, neste próximo quadro comunitário de apoio, consigamos alcançar os objetivos falhados ao longo de quase três décadas de integração europeia, continuando hoje entre as regiões mais pobres da Europa.

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Carlos enes

prova de avaliação de conhecimentos e capacidades, que o Ministério da Educação (ME) vai realizar no dia 18 de dezembro, tem sofrido contestação em todo o país, com bastante visibilidade nos meios de comunicação. O que não tem sido tão divulgado é a situação de injustiça que atinge os professores que ficam distantes dos centros da realização da prova, com especial incidência para os professores dos Açores que são severamente castigados. Quem pretender continuar a lecionar na Região, não necessita de realizar provas, por deliberação do Governo Regional, mas quem quiser no futuro concorrer a escolas do Continente, terá que a efetuar. Por decisão do ME, a prova terá lugar no Faial, na Terceira e em São Miguel com uma curiosa justificação: para que seja possível inspecionar o decorrer da prova, de forma a assegurar a credibilidade do processo, garantindo equidade e transparência. A primeira evidência que salta à vista é o desrespeito que o Ministério tem pelos seus professores, pois não lhes reconhece

idoneidade para fazerem a vigilância às provas dos colegas, nas ilhas onde exercem a profissão. Mas se acontecer que nas três ilhas referidas a vigilância for efetuada por professor locais, mais iniqua se torna a decisão, pois não se entende a razão por que uns são credenciados e outros não. As trapaças deste Ministério em relação a esta prova revelam uma enorme insensibilidade e falta de respeito para com os nossos professores, pois não podemos dizer que o Ministério desconhece a realidade insular: tanto quanto sei, o senhor ministro Nuno Crato foi professor na Universidade dos Açores. Para a realização desta prova, os professores terão que pagar os custos da viagem aérea, o alojamento na ilha de destino, porque as ligações não permitem uma ida e volta no mesmo dia, além das refeições e os 20 euros para poderem realizá-la. Se tudo correr bem, terão que faltar três dias à escola, mas se o tempo não estiver de feição ninguém será capaz de prever quantos dias mais ficarão ausentes. Mas estes custos, para a realização da primeira prova global repetem-se com a realização de outras provas específicas, consoante o número de grupos de recrutamento para os quais se podem candidatar. Ou seja, a prestação destas provas acarretará uma despesa de algumas centenas de euros a cada professor.

Tendo em conta a data da realização da prova, coincidindo com o final do 1º período, os professores serão obrigados a faltar às reuniões, prejudicando a avaliação dos alunos, e não está prevista justificação legal para estas situações. Na reunião que o secretário de Estado teve com o secretário e a diretora regional da Educação estes e outros problemas foram apresentados, mas nada o demoveu das posições que havia tomado. O Partido Socialista, consciente de todos estes problemas, apresentou na Assembleia da República um pedido de audição urgente ao senhor Ministro da Educação para que estas e outras situações de injustiça sejam analisadas na Comissão de Educação. Esperemos que o senhor ministro reconheça as razões que assistem aos professores. Ninguém se recusa a ser avaliado. O que os professores consideram é que esta não é uma avaliação que produza efeitos na melhoria do sistema educativo; o que consideram é que esta é uma prova humilhante para avaliar docentes que já o são há mais de uma dezena de anos; o que consideram é que esta mais parece uma prova para afastá-los do ensino do que integrá-los. Enfim, critérios altamente reprováveis e que vão custar caro ao país. As poupanças que o ministro pensa arrecadar agora pagarão juros bem elevados no futuro.

agraDeCimentO A família de Carlos manuel de Castro goulart vem por este meio agradecer a todas as pessoas que, por ocasião do falecimento do saudoso extinto, lhe manifestaram pesar enviando flores e mensagens, acompanhando as cerimónias fúnebres, participando na celebração eucarística do 7º dia e ainda a todos aqueles que, no dia a dia, nos ajudam a mitigar a imensa dor da nossa irreparável saudade.


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ANdebOl – CAMPeONATO NACIONAl g Este domingo, dia 8, o Sporting Club da Horta (SCH) recebe no pavilhão o Belenenses, num jogo muito importante para garantir presença entre os seis primeiros na segunda fase da prova. Os faialenses ocupam neste momento a sexta posição, com 30 pontos, ao passo que a equipa de Belém é oitava, com 22. No passado fim de semana o SCH foi a Fafe defrontar os locais em jogo a contar para a 14.ª jornada do Campeonato Nacional. A equipa de Filipe Duque venceu o encontro por 30-31. Nos restantes jogos da 14.ª jornada, destaque para a vitória histórica do Benfica em casa do Porto (2325), feito que as águias já não alcançavam há 23 anos. O Avanca perdeu em casa com o Sporting (17-34), o Madeira SAD recebeu e venceu o ISMAI (28-26), o Passos Manuel perdeu em casa com o ABC (18-26) e o Águas

FUTebOl

Sporting da Horta recebe Belenenses Santas foi a Belém vencer o Belenenses (25-26). As águias lideram agora a tabela, com 38 pontos, seguidas do Sporting, com 37, e do ABC e do Águas Santas, com 36. O Porto é quinto, com 34, tendo no entanto um jogo a menos. O SCH é sexto (30 pontos), seguido de Madeira SAD (23), Belenenses (22), Passos Manuel (20) e ISMAI (20). No fundo da tabela estão Fafe (19) e Avanca (17), sendo que este último tem menos um jogo. TAçA de PORTUGAl SCh SeGUe eM FReNTe O Sporting da Horta garantiu na segunda-feira a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal, ao

bater o Ílhavo, equipa que atua na segunda divisão, por 22-36. Com Nuno Silva lesionado, Filipe Duque chamou novamente à titularidade o guarda-redes Paulo Contente, que não teve, no entanto, grandes dificuldades frente aos aveirenses. Os principais marcadores da equipa insular foram Jorge Silva, com 7 golos, e Milos Padezanin, com 6. Também o Águas Santas garantiu já o apuramento, ao derrotar em casa o Madeira SAD (28-21). Os restantes jogos dos dezasseisavos de final da Taça jogam-se este sábado, com exceção do Boa Hora/Xico Andebol, agendado para domingo; e do Belenenses/Benfica que se joga apenas no dia 18. MP

Séniores começam a disputar Campeonato da afH g Os infantis jogaram no passado fimde-semana a terceira jornada do Campeonato do Faial em futebol. O FSC A venceu por 10-1 o FSC B. Já o Atletico perdeu com o Flamengos por 3-0. Na tarde de sábado realizou-se o restante do jogo entre o Vitória e o Madalena que estava em atraso. O jogo era o respeitante à quinta jornada. Venceu o Madalena por 6-0. Assim sendom o FSC assume o primeiro lugar da tabela classificativa, com 15 pontos, seguido do Madalena, com 13 pontos e do Flamengos com 10 pontos. Na tarde de sábado realizou-se mais uma jornada do Campeonato de Juniores. A quinta. Defrontaram-se Flamengos -

ReGATA de NATAl lUSITANIA MAR 2013

miguel guimarães e David abecasis em 3º lugar g Organizado pelo Clube Naval de Cascais e a Federação Portuguesa de Vela, com o patrocínio da Lusitânia Mar e o apoio da Marina de Cascais, realizouse nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro de 2013, no Campo de Regatas de

Cascais, a REGATA DE NATAL LUSITANIA MAR 2013 e da I PAN 420 2013/2014. A dupla de velejadores do Clube Naval da Horta, Miguel Guimarães e David Abecasis, na classe Snipe, obtiveram o 3º lugar na classifica-

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ção final. A prova foi disputada por seis equipas. "A nossa "aposta" era hoje dar o máximo e conseguir chegar à vitória. Infelizmente isso tornou-se impossível quando na primeira regata, já na última perna e quando liderávamos com alguma

vantagem o mastro inverteu. Ainda conseguimos terminar em terceiro mas foi impossível fazer a segunda regata. No final mantivemos o 3.º lugar mas se tudo tivesse corrido normalmente tínhamos lutado pela vitória." MJS

FSC, venceu a equipa visitante por 6-0. O Prainha também perdeu em casa com o Lajense por 2-0 e o Madalena venceu por 2-0 o Cedrense. O FSC é líder da tabela com 15 pontos. Lajense com 10 pontos é segundo e o Madalena com 9 pontos ocupa a terceira posição. Na tarde de domingo realizou-se a primeira jornada do Campeonato da Associação de Futebol da Horta. Nesta jornada inaugural o Flamengos recebeu o Madalena, num jogo que terminou empatado a duas bolas. O Vitória e o Cedrense protagonizaram o outro jogo da jornada. O marcador assinalou 1-1 no final dos 90 minutos. Folgou o Fayal MJS Sport.

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cORVInO quE sE DIsTInguIu

OrlanDO manuel lemOS rODrigueS Da Silva (1952-….)

Chefe dos serviços locais de finanças do Corvo

José Armas Trigueiro

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atural da freguesia da Matriz, concelho da Horta, onde nasceu em 13 de julho de 1952, filho de Orlando César Rodrigues da Silva e de Rosa Amélia Lemos da Silva, o pai faroleiro e a mãe doméstica. Depois de fazer a Instrução Primária, concluiu o 5.º ano dos Liceus, tendo entrado na função pública como Aspirante de Finanças Provisório em 2 de Outubro de 1971 na Repartição de Finanças da Horta, ingressando depois no quadro e sendo colocado na de Santa Cruz das Flores. Meses depois, a seu pedido, regressou às Finanças da Horta, passando então por diversas categorias. Em 1973 assentou praça no Quartel de Tavira, onde fez o curso de sargentos milicianos, para cumprir o serviço militar obrigatório. Daí seguiu para Angola, onde Portugal mantinha, desde 1961, uma guerra contra a guerrilha nacionalista. Terminada a respetiva comissão, em janeiro de 1975 regressou a Lisboa onde passou à disponibilidade, vindo novamente para o seu serviço

na cidade da Horta. Em 11 de outubro de1975 casou com Maria Fernanda Gomes Fraga da Silva, natural de Horta, de cujo casamento nasceram nessa cidade os seguintes filhos: Susana Isabel Fraga da Silva, nascida em 18 de setembro de 1976, que hoje é formada em Política Social e reside em Lisboa; César António Fraga da Silva, nascido em 8 de outubro de 1979, formado em Gestão de Recursos Humanos, também residente em Lisboa; Luís Miguel Fraga da Silva, nascido em 27 de dezembro de 1980, que está a formar-se em Fisioterapia, no Algarve. Alguns anos depois optou por solicitar, voluntariamente, a sua transferência para a Repartição de Finanças da ilha do Corvo, onde o casal decidiu fixar-se definitivamente, facto que acabou por ocorrer em 18 de novembro de 1981. Esclarece-se que até então era sempre difícil encontrar funcionários voluntários de fora da ilha que nela desejassem prestar serviço, ainda que fosse temporariamente, salvo os que o faziam para efeitos de promoção. Tinha ele 29 anos de idade, e aí fez o resto da sua carreira profissional, ascendendo a diversos cargos da administração fiscal. Serviu assim os corvinos durante um longo período de anos, como chefe da respetiva Repartição de Finanças, terminando, deste modo, com as constantes substituições de chefias que

Maria Antonieta Avellar Nogueira

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ortugal, lá no extremo ocidental da Europa, foi o orgulho dos portugueses, que levaram a maior fatia da vida à sombra dos feitos deixados pelos antepassados, cuja fama de atos heróicos deu origem a uma história bela e com algum sentido. Toda a história ou estória tem sentido, porque se o não tivesse, não existia. E, tal como as crianças, também os adultos se entretém com estórias. E, assim sendo levámos um tempão, estufando o peito, falando de conquistas, descobertas, lutas, guerras, batalhas vencidas, reis poderosos, exércitos, marinheiros… Hoje, porém, vamos concluindo que ali houve mesmo muita estória e muita fantochada. E ficamos pensando por exemplo se será mesmo verdade ter havido algum dia uma escola náutica em Sagres. É porque, segundo os turistas, a resposta é não. Bem que eles a procuram mas, nem vestígios. Terá sido demolida? Ou será que era a céu aberto, onde meia dúzia de homens se reuniam bebericando, olhando o mar? E Dom Henrique no meio, mandando umas ideias evoluídas com o fim de… e daí os descobrimentos, vulgo, achamentos. Portugal tinha tudo para dar certo. Mas não deu. E continua cada vez mais errado. Uma miséria. Os descobrimentos, não foram descobrimentos. Descobrir é uma coisa. Achar é outra. Para achar, é fácil. Passa-se, olha-se, acha-se o que lá está. Tal o perder. Passa-se, não se olha, perde-se. E aí a diferença. Um vai. Outro fica. Os portugueses não descobriram. Acharam. Não tiveram inteligência para mais. Estariam como hoje, envolvidos no melting-pot em que os mergulharam. Assim Vasco da Gama com a descoberta da Índia. Achou. Porque D.Manuel mandou. Talvez porque o Gama estava sendo um empecilho lá na corte e o rei para se livrar dele, man-

eram habituais nesses serviços. Aí se manteve até que, em 6 de julho de 2006, passou à situação de aposentado, mediante Junta Médica, por motivos de saúde. Possuía, então, a categoria de Chefe de Finanças de Nível II e terá sido o último titular daquela chefia. Fora da sua vida profissional sempre colaborou em atividades sociais, com destaque para as desportivas. Assim, em jovem jogou futebol, basquetebol, andebol e voleibol, primeiramente no Fayal Sport Club, e mais tarde no Angústias Atlético Clube, aderindo, desse modo, ao clube da esposa e das Angústias onde o casal passou a residir depois de casar. Também chegou a fazer parte de espectáculos de variedades na Ação Católica das Angústias. Na ilha do Corvo foi ou é sócio da Filarmónica e dos Bombeiros Voluntários, e irmão da Santa Casa da Misericórdia, onde é suplente dos órgãos directivos. Foi filiado no PS - Partido Socialista, onde chegou a fazer parte do Secretariado de ilha no Corvo. Oportunamente, quando lhe foi possível, construiu aí a sua casa de habitação que terá sido concluída cerca do ano de 1991. De feitio simples e bondoso, sempre esteve disponível para colaborar no meio em que se encontra inserido. Agora aposentado,

gosta de estar disponível para poder viajar, designadamente para se deslocar a Lisboa, a fim de ali se encontrar com os filhos que lá estudam e trabalham ou residem.

DR

Fontes: Elementos curriculares elaborados pelo próprio e arquivados nos meus documentos em 2-32009; Trigueiro, José Arlindo Armas, “Histórias e Gentes da Ilha do Corvo”, 2011, pp. 228 e 229, ed. da Câmara Municipal do Corvo.

portugal, para onde foste? dou-o com cem homens à Índia em busca de cristãos e especiarias. O Gama partiu e achou a Índia, chateando a cabeça a um reino novo, onde cristãos, muçulmanos e judeus viviam, quem sabe, na maior? A seguir chegou Cabral, que mais tarde achou o Brasil, bem depois de Pacheco Pereira e Hojeda, que sempre devolveram o achado intato. Desconhece-se a razão por que o Brasil se perdia tanto. Não interessa. O certo é que nós, portugueses não nos portámos bem com ele. Não o devolvemos como o encontrámos. E agora os portugueses não podem achar mais nada. Tem é que ouvir e calar. Comer e não refilar. Já fizeram q.b. E nunca deu certo. Ou deu? Nada como deixar o achado no sítio. Até que apareça o dono. A confusão é já mais que muita. Atualmente, nenhum governante tem a ousadia de mandar um português fazer um achado. Por respeito. Eles, os governantes, tratam dos achados, dos perdidos, dos vendidos, dos hipotecados, o escambau e vão reciclando, branqueando, armazenando. Sem maçar o zé povinho sem lhe levar preocupações. Por outras palavras, fazem a cama a eles com rendas e cambraia. E cantam a canção de ninar. O português hoje é feliz. Não precisa atravessar os mares, naufragando, encharcando-se, pneumonia à vista, para salvar um livrinho, como o Camões. E por fim ainda esmolar pelas portas. O mais que tem a fazer é cantar o fado, rir para uma boa bacalhoada, ir a Fátima pedir saúde, paz e alegria para os governantes deste país, que pertence à Europa, graças ao sr Mário, que andava meio confuso com a situação de Portugal. E que também nos deu o euro. Não deu submarinos, porque não se lembrou. Mas aí, tudo bem, o senhor Paulo já resolveu. Por tudo isto, o nosso agradecimento a eles e a tantos outros que por aí pululam, atarefados, pensando em nós. São os nossos seguritas. E

aqueles outros que tudo tem feito para o bem estar das crianças, dos velhos, dos reformados, dos pensionistas, dos desempregados, enfim… E estes, mal agradecidos, protestam, resmungam! Esses não mereciam tanto! São uns esbanjadores que no fim do mês com mais ou menos duzentos euros, ainda refilam. Mereciam que lhes fossem reduzidas as reformas e pensões para metade. Para não andarem no regabofe. Nas queixinhas. Para saberem o que custa a vida. Enquanto contam pilhas e pilhas de notas de cinco euros, não pensam. É que cento e tal ou duzentos euros mensais é um atentado. É difícil dar tafulho a tanta massa. Por isso o país não avança. Não pode. É muita guita para uma pessoa só. Daí vícios. Os governantes deviam andar mais atentos. Seja português deste portugalinho. Não tente igualar-se àquela padeira de Aljubarrota, mulher maluca, inimiga dos vizinhos. Pense antes em D. Isabel, transformando dinheiro em rosas. Quem sabe, você topa por aí uma Isabel da vida que transforme rosas em dinheiro. Tal como ontem, hoje há milagres. Na estória. E você, português que é, faz parte integrante dessa estória . Adormeça tranquilo, pensando na Troika, no FMI e outros que tais que virão um dia. Ao seu S.O.S. Seja feliz e acomode-se. Não tente lutar contra distâncias indecentes. Mudar o mundo é uma utopia, uma ilusão. O grande mal é haver um cérebro que sabe fazer perguntas, para as quais não tem respostas, ou quando elas chegam perto, fogem. Muito importante: Os meus sinceros agradecimentos pela admiração e carinho que o Professor e amigo José Azevedo me tem transmitido através do jornal. Para ele, aquele abraço apertado e carinhoso que sempre nos une a cada encontro. José, é muito importante o elogio, mais, quando ele vem do mestre! Culto, exemplar e bom! Obrigada, sinceramente!

SpOrting CluB Da HOrta funDaDO em 28 De maiO De 1923 SOCieDaDe DeSpOrtiva De utiliDaDe púBliCa

aSSemBleia geral 1.ª COnvOCatória De acordo com o preceituado no artigo 56.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral do Sporting Club da Horta, para uma reunião extraordinária a realizar no dia 09 de dezembro de 2013, pelas 20H00, na Sede do Clube, sita à Rua Eduardo Bulcão, na Horta, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Apresentação do Plano de Atividades e Orçamento para a época desportiva 2013-2014; 2 - Deliberar sobre alienação de património (Art.º 68 dos Estatutos); 3 - Outros assuntos NOTA: Nos termos do n.º1 do art.º57 dos Estatutos, a Assembleia Geral só pode funcionar em primeira convocatória com a presença da maioria absoluta dos sócios efectivos e correspondentes. De acordo com o n.º2 do art.º 57, a Assembleia Geral, caso não se realize na 1.ª Convocatória, fica agendada em 2.ª Convocatória, para as 19h30 do dia 16 de dezembro 2013, com a mesma ordem de trabalhos e se não estiverem presentes a maioria absoluta dos sócios efectivos e correspondentes, funcionará meia hora mais tarde com qualquer número desses sócios. Horta, 29 de novembro de 2013

O Presidente da Assembleia Geral João Alberto Silva de Azevedo e Castro


InfORmAçãO

Tribuna das Ilhas

O6 de dezeMbRO de 2O13

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NOSSA GeNTe PARTIRAM l No dia 26 de novembro, faleceu nos Estados Unidos da América, onde residia há vários anos, Maria Luísa Lima, de 83 anos, natural do Faial. A extinta deixa de luto seu esposo Dionísio Lima, e seu filho Tomás Aquino Carvalho. Era ainda mãe de Manuel Eduardo Carvalho, já falecido, casado com Aurora Carvalho. Deixa ainda quatro netos. l Maria Liduína Machado Soares Vargas, de 75 anos de idade, faleceu no dia 2 de dezembro, no Hospital da Horta. Natural da Praia do Almoxarife onde residia, era viúva de António dos Reis Vargas. A extinta vivia com a sua irmã, Maria de Fátima Machado Soares. l João Manuel Silveira Bettencourt, de 62 anos de idade, falceu na passada segundafeira, dia 2 de dezembro, no Hospital da Horta. Natural da freguesia da Matriz, residia na freguesia da Conceição. O extinto deixa de luto sua esposa, Antónia Nunes Correia Lemos Bettencourt e era pai de João Carlos Correia Lemos Bettencourt, casado com Débora Filipa Silva Soares; e de Paula Cristina Correia Lemos Bettencourt, casada com Vasco da Gama Neves. Deixa três netos: Guilherme Soares Bettencourt, Madalena Bettencourt Neves e Diogo Bettencourt Neves.

Lar das Criancinhas da Horta inStituiçãO partiCular De SOliDarieDaDe SOCial

COnvOCatória Em conformidade com o número 2 alínea A do artigo 28º e número 1 do artº 30 dos Estatutos do Lar das Criancinhas da Horta, convoco a Assembleia Geral da mesma Instituição para uma reunião a realizar na sede sita à Rua Cônsul Dabney desta cidade da Horta, no dia 16/12/2013, pelas 17:30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Eleição dos Corpos Gerentes do Lar das Criancinhas da Horta. 2 - Outros assuntos de interesse para a Instituição que, eventualmente se tornem oportunos e que, legalmente, possam ser discutidos. Se à hora indicada não estiver presente o número suficiente de sócios, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, passada uma hora. A apresentação das listas candidatas a estas eleições, deverão ser entregues até às 17:00 horas do próximo dia 13/12/2013, na secretaria desta Instituição. Horta, 22 de novembro de 2013 O Presidente da Assembleia Geral alberto manuel Crisóstomo de medeiros gonçalves FIChA

Tribuna das Ilhas dIReTOR: Cristiano Bem CheFe de RedAçãO: Maria José Silva RedAçãO: Susana Garcia, Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: Carlos Pinheiro COlAbORAdOReS PeRMANeNTeS:

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Tribuna das Ilhas SexTA-FeIRA 4 O6 de dezeMbRO de 2O13


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