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Motocross

cedros recebe prova do nacional PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIrectOr INterINO: mANueL crIstIANO Bem 4 NÚmerO: 439

29.outubro.2o1o

ruI VIeIrA em eNtreVIstA AO tI

sai às sextas-feiras

1 euro

FFF 2O1O ArrANcA dOmINGO

Sou Tributo a Manoel um ilhéu de Oliveira num do mundo” Festival com

g O faialense rui Vieira tem marcado a diferença no mundo do design da comunicação quer no nosso país, quer no estrangeiro. Assume-se como “ilhéu do mundo” e não compreende a cultura do “desenrasca” que o Faial adoptou ao longo dos tempos. Com a Ilha Azul no coração, pondera um dia voltar ao Faial e quiçá, ajudar a marcar a diferença porque lhe faz confusão “achar que está tudo na mesma” sempre que cá vem passar férias. Leia a entrevista que deu ao TrIbunA dAs ILhAs. PÁGINA 6

ritmo de samba

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Em DEsTAquE

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EDITORIAL

a nossa aPosta… g Para além da agitação relacionada com a aprovação do Orçamento de Estado para o próximo ano, um dos acontecimentos que mais marcaram a actividade política, cultural e científica ao nível do país, na passada semana, foi a conferência que decorreu em Cascais, sob o título de “Portugal e o Mar: a nossa aposta para o século XXI”, organizada pelo jornal “Expresso” e pela Caixa Geral de depósitos – um evento que reuniu mais de 300 personalidades ligadas ao sector marítimo nas suas mais diversas facetas e que teve a presença do Presidente da república, Cavaco silva. A extraordinária importância deste acontecimento para a “reintrodução do tema no pensamento estratégico português” pode ser avaliada pela projecção que ele teve na comunicação social, principalmente no número do “Expresso” do último sábado, que lhe dedicou o editorial e extensas reportagens, ocupando a quase totalidade das páginas da habitual revista “Única” com os mais diversificados trabalhos de destacadas figuras presentes na conferência, bem como de jornalistas e de especialistas das “coisas do mar”, tudo isso ilustrado com fotografias do meio marinho e das suas inúmeras potencialidades. Mas para nós, açorianos, que nascemos e vivemos rodeados por este gigantesco Oceano – para nós que ainda na passada semana, nesta mesma coluna, considerávamos estas terras como “ilhas do mar” – esta conferência, realizada em Cascais, teve um significado especial e motivador de viva satisfação, ao incluir na larga série de instituições convidadas o departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores, com sede na horta, representado pelo seu investigador e director ricardo serrão santos, um dos intervenientes na área dos temas científicos e dos trabalhos que o “Expresso” trouxe a público. E isto quer dizer algo de muito importante, nesta ocasião em que individualidades e instituições do maior relevo na vida nacional – entre as quais a figura do próprio Chefe de Estado – procuram impulsionar este país em direcção ao mar, actualmente considerado como um colossal elemento natural do nosso planeta que, nas suas misteriosas profundezas, guarda uma incalculável riqueza em compostos químicos e microrganismos que poderão trazer à humanidade excepcionais benefícios. E neste aspecto, as plataformas subaquáticas de Portugal continental, da Madeira e principalmente dos Açores dão ao nosso país uma posição de primeira grandeza. Em tal medida, caberá ao dOP a função – merecida pelo “curriculum” que atingiu no plano científico internacional – de pólo dinamizador dos estudos sobre o mar, como mais-valia dos Açores e de Portugal, nessa aposta para o século XXI.

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sindicato dos trabalhadores da função Pública do sul e açores apela à participação na Greve Geral marla Pinheiro

trABALhAdOres dA FuNçãO PÚBLIcA Os sindicalistas querem “mostrar o cartão vermelho” ao Governo

Fotos: susana Garcia g É preciso mostrar “o cartão vermelho ao Governo”. Quem o diz é João Decq Mota, à margem da reunião da Direcção Regional dos Açores do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores (STFPSA), que decorreu esta semana na Horta. Ao início da tarde da passada terçafeira, os dirigentes sindicais convocaram uma conferência de imprensa onde declararam a adesão do STFPSA à Greve Geral agendada para 24 de Novembro, e apelaram à participação de todos os trabalhadores açorianos na mesma. De acordo João Decq Mota, esta greve, a par da Manifestação Nacional agendada para o próximo dia 6 em Lisboa, são acções de luta “absolutamente imprescindíveis face ao ataque desmesurado que o Governo desenvolve contra os trabalhadores”. Condenando vivamente os cortes nos salários e os aumentos dos impostos, o STFPSA não dúvida de que “outras medidas seriam possíveis”. “Só que a opção do Governo é a de proteger os mais ricos e poderosos roubando aos trabalhadores”, frisou o sindicalista. Acabar com as despesas de representação dos titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos, bem como com as

suas “mordomias”, como subsídios para rendas de casa, deslocações, motoristas, entre outras coisas, são medidas que o STFPSA defende. João Decq Mota frisa que “havia outros caminhos” que o Governo poderia ter tomado para combater o défice. Segundo o sindicalista, a banca deveria pagar 25% de IRC como

todas as empresas, ao invés de 5%, como acontece. Em relação à posição do Governo Regional, os sindicalistas acusam o Governo de Carlos César de “desprezo pelos trabalhadores açorianos”, situação que se reflecte nas alturas de negociação colectiva quando se trata de legislar em

matéria laboral. Para o STFPSA, essa negociação, imposta por lei, resume-se a uma “mera audição sem consequências”. Além disso, o sindicato entende que as medidas tomadas para minimizar os efeitos das decisões de Lisboa na Região não disfarçam a concordância do Governo Regional com a política de Sócrates.

“a Greve Geral não é uma aventura, e muito menos uma birra” JOãO tOrrAdO O sindicalista apela à greve no dia 24 de Novembro

[sObE]

g Quem o diz é João Torrado, do Conselho Nacional da CGTP, que esteve no Faial na passada quarta-feira, num Plenário Sindical organizado pela União de Sindicatos da Horta, que teve por objectivo preparar os delegados sindicais para a Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro. Falando aos jornalistas à margem do plenário, Torrado explicou que esta reunião serviu para definir como é que os trabalhadores se irão organizar na Horta para a Greve, e informá-los sobre os direitos que os assistem nesta forma de luta. O sindicalista frisa que esta greve é um “acto responsável

&

que os trabalhadores assumem”, que representa uma “demonstração de indignação perfeitamente justificável, e necessária face ao momento que o país atravessa”. Torrado está certo de que não faltarão pressões para diminuir os efeitos desta greve. Para o sindicalista, o Governo irá usar “argumentos gastos” para demover os trabalhadores, no sentido de que estes “se encolham”, no entanto frisa que esta forma de luta é necessária face à orientação das negociações em relação ao Orçamento do Estado Para 2011. “Não se discute o conteúdo do Orçamento do Estado. Em linguagem

[dEsCE]

INFOrmAçãO turÍstIcA

ÁGuAs PLuVIAIs

de acordo com uma notícia que publicámos na nossa última edição, na sequência de uma deliberação do Governo regional, os profissionais de informação turística vão ter o exercício da sua actividade regulamentado. recentemente, fizemos aqui referência, de acordo com queixas recebidas, à deficiente actuação de alguns guias de excursões na região, de modo que a medida agora tomada vem resolver o problema, criando verdadeiros profissionais de informação turística e com formação cultural sobre as nossas ilhas, nos seus mais diversos aspectos. Muito positivo…

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popular, discute-se se se rouba muito ou se se rouba pouco; se só se rouba 50 ou se se rouba 100”, entende, salientando que este Orçamento de Estado não corresponde às necessidades e não ajuda o país. Recorde-se que as negociações entre o Governo e o PSD, que se arrastaram durante vários dias, acabaram sem se perspectivar um acordo à vista que viabilizasse a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano. O falhanço das negociações levou o Presidente da República a convocar o Conselho de Estado, que reunirá em Belém durante a tarde de hoje.

nesta época do princípio do Outono-Inverno era habitual, por parte dos jornais locais, chamar a atenção do público para as precauções a tomar com a chegada do período das chuvas mais frequentes e abundantes. A lembrança interessava aos serviços públicos para desentupirem os esgotos das ruas e estradas, evitando assim as inundações, mas também servia aos particulares para limparem bem ou repararem as “caleiras” existentes nos telhados das habitações, impedindo infiltrações nos tectos e paredes. Eram portanto medidas de prevenção contra as fortes chuvadas.


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contos tradicionais açorianos de Teófilo Braga e aquela Palavra Mar de Anabela Mimoso g Vão ser lançados hoje, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça os livros Contos Tradicionais Açorianos e Aquela Palavra Mar. Contos Tradicionais Açorianos é da autoria de Teófilo Braga e foi organizado por Anabela Mimoso. Já o livro Aquela palavra mar é da autoria de Anabela Mimoso.

bombeiros Voluntários do faial geminam com várias associações do continente marla Pinheiro g As associações humanitárias de Bombeiros Voluntários que celebrarão cem anos de existência em 2012 estão a preparar a sua geminação. Entre elas, encontra-se a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial, que

celebra o seu centenário a 16 de Maio do próximo ano. À associação faialense juntam-se nesta geminação as associações do Dafundo, de Ourém, de Carnaxide, do Pombal e de Vila do Conde. No âmbito do processo de geminação, os presidentes da Direcção e os

comandantes das associações de Portugal Continental estão de visita ao Faial, visita essa que se inicia hoje e que chega ao fim na segunda-feira. Ao início da noite de hoje, os responsáveis irão reunir para preparar o documento final, que será ratificado em 2012.

NA BIBLIOTEcA PúBLIcA DA HORTA

exposição "república: ideais e Valores" g No âmbito do programa das Comemorações nos Açores do Primeiro Centenário da República Portuguesa, promovido pela Presidência do Governo Regional, através da Direcção Regional da Cultura, foi inaugurada a exposição itinerante “República: Ideais e Valores” no dia 27 de Outubro, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça. Esta exposição integra 12 painéis

que evidenciam alguns dos valores e dos ideais que serviram de bandeira aos que se empenharam na construção de um novo regime. Os textos utilizados na exposição, extraídos da imprensa regional de várias ilhas, permitem conhecer o modo como os açorianos se entrosaram nesse movimento. Os conteúdos ressaltam o espírito patriótico que levedou no regime, bem como um novo universo simbóli-

co em torno da bandeira, do hino, da moeda, dos feriados e da toponímia. Outros temas, como a relação do Estado com a Igreja, a educação, a questão social, a situação da mulher, o papel da maçonaria, a Festa da Árvore ou a Educação Física/Desporto, procuram mostrar divergências ideológicas no seio da sociedade portuguesa, evidenciar as realizações levadas a cabo pelo regime, mas também o que ficou aquém das intenções.

Hospital da Horta contra cortes nas prevenções g Para além do vencimento base, os médicos dos três hospitais do arquipélago recebem em média mais 112%, ou seja, mais de um ordenado por mês em horas extraordinárias e prevenções. Perante este cenário, a tutela resolveu cortar 370 mil euros em prevenções, ou seja, 4% do valor que era gasto até então. O secretária da Saúde considera esta uma medida de poupança das empresas públicas. Actualmente, os hospitais já deixaram de poder chamar da meianoite às 08h00 os especialistas em cirurgia plástica, estomatologia e psiquiatria, áreas com pouca procura nocturna nas Urgências. O responsável pela Unidade de Saúde Mental no hospital da Horta, face a estas medidas, propôs o encerramento da Psiquiatria. o responsável da oncologia, área que também sofre cortes orçamentais, ainda não se manifestou. O director clínico do hospital da Horta, António Martins Goulart,

em declarações à comunicação social diz que espera que haja um "Plano B" para se ultrapassar a situação das especialidades de Psiquiatria e de Oncologia. Até agora os psiquiatras no Hospital da Horta faziam prevenção a custo zero de segunda a

sexta-feira, cobrando apenas o fim-de-semana. As outras áreas médicas ainda não se fizeram ouvir, mas já está agendada uma reunião para o dia 2 de Novembro, um dia depois de entrar em vigor a medida do corte nas prevenções médicas.

reGiÃo autÓnoMa Dos aÇores

santa casa Da MisericÓrDia Da Horta Telefone 292 207 500 Telefax 292 207 515

Cont. 512 009 597 9900-033 Horta Açores

conVocatÓria De harmonia com a alínea c) do nº. 2 do Artigo 24º. dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Instituição a reunir-se em sessão ordinária, na sede da Santa Casa da Misericórdia da Horta - Lar de S. Francisco, no próximo dia 12 de Novembro, pelas 16 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 – Apreciação e votação do orçamento e programa de acção para o ano 2011; 2- Autorização para vender os seguintes prédios rústicos: - Prédio rústico, sito no Caminho Velho, freguesia dos Flamengos, inscrito na matriz predial sob o número 799; - Prédio rústico, sito no Caminho Velho, freguesia dos Flamengos, inscrito na matriz predial sob o número 801; - Prédio rústico, sito no Caminho Velho, freguesia dos Flamengos, inscrito na matriz predial sob o número 805; - Prédio rústico, sito no Farrobo, freguesia dos Flamengos, inscrito na matriz predial sob o número 128; - Prédio rústico, sito no Castelo de Cima, freguesia de Castelo Branco, inscrito na matriz predial sob o número 2371; - Prédio rústico, sito no Cabeço da Salsa, freguesia de Castelo Branco, inscrito na matriz predial sob o número 2398; - Prédio rústico, sito no Calço do Ferreiro, freguesia de Castelo Branco, inscrito na matriz predial sob o número 2414; - Prédio rústico, sito no Feital, freguesia dos Cedros, inscrito na matriz predial sob o número 7352; - Prédio rústico, sito no Feital, freguesia dos Cedros, inscrito na matriz predial sob o número 7353; - Prédio rústico, sito na Chã dos Almos, freguesia dos Cedros, inscrito na matriz predial sob o número 8039; - 8/18 do prédio rústico, sito em Canadinhas, freguesia dos Cedros, inscrito na matriz predial sob o número 4876; - Prédio rústico, sito em Pé da Lomba, freguesia de Praia do Almoxarife, inscrito na matriz predial sob o número 218; - Prédio rústico, sito Abaixo da Igreja, Costa do Pereira, freguesia do Capelo, inscrito na matriz predial sob o número 969. 3 - Outros assuntos que eventualmente se tornem oportunos e que legalmente possam ser discutidos. Conforme o disposto no n.º 1 do Artigo 26.º dos Estatutos, a Assembleia Geral reunirá à hora marcada se estiver presente mais de metade dos irmãos com direito a voto, ou a uma hora depois, com qualquer número de presentes. Horta, 27 de Outubro de 2010 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, alberto romão Madruga da costa


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texto e Fotos

maria José silva g A Câmara do Comércio e Industria da Horta realizou, na passada semana, um workshop sobre Pastelaria e Panificação que teve a particularidade de reunir formandos do Faial, Pico e Santa Maria. Orientada por António Faria, esta formação conseguiu juntar sinergias dos vários formandos e transformar produtos e receitas tradicionais em iguarias diversificadas e de qualidade. O Worshop decorreu nas instalações da empresa Indústria de Panificação de Humberto Goulart, encerrando com um almoço convívio no Barão Palace. De acordo com a organização, a grande aposta deste workshop estava relacionada com a inovação e diversificação de produtos de panificação e pastelaria. Este evento fez parte do programa de acção da CCIH para a qualificação dos empresários e para dinamização da economia das ilhas da sua área de intervenção. TRIBUNA DAS ILHAS esteve no Bico Doce, onde os 17 formandos, de entre eles 3 homens, punham, literalmente, “a mão na massa”, e produziam

Workshop Panificação e Pastelaria autênticos manjares. Conversámos com António Faria, o orientador desta formação, que classifica este seminário como “um intercâmbio de conhecimentos na área da pastelaria tradicional e do pão. Fizemos várias queijadas, desde queijadas de leite, mel, feijão, entre outras, e isto sempre com o sentido de apurar receitas para que não haja segredos.” Os formandos exploraram ainda as potencialidades dos pães de batatadoce, de limão, de caril e de banana e que poderão vir a ser comercializados nos estabelecimentos comerciais dos Açores. António Faria trabalha numa multinacional na área da formação em pastelaria e padaria. Já vem aos Açores há vários anos e observa com bons olhos a evolução do sector na Região. Diz que o factor crise não tem influenciado as solicitações de formação, “muito pelo contrário”. Os empresários procuram a formação para poderem enfrentar a crise, porque, quando o cliente começa a

ficar saturado do papo-seco, temos que oferecer alternativas e estas formações servem para isso mesmo, para abrir caminhos”, refere. O formador diz ainda que, nos Açores se consome mais pão do que no resto do país. TRIBUNA DAS ILHAS ouviu também algumas formandas. Elisabete Freitas veio de Santa Maria para participar neste seminário e fê-lo porque trabalha numa pastelaria e quis alargar os seus conhecimentos: “gostei muito de aprender a parte do pão. Vou, com toda a certeza, levar os conhecimentos e tentar pô-los em prática. Em Santa Maria temos pouca alternativa no que diz respeito aos tipos de pão e penso que se introduzir uma ou duas novidades vamos ter muito sucesso.” Eva Andrade, da Padaria Andrade do Pico, também esteve presente e voltou à sua ilha cheia de garra e vontade de mudar: “raramente há estas formações, mas quando as há não as podemos perder. Algumas das coisas que foram aqui tratadas nós já púnhamos em prática, vamos é, sem

DVD DE DEsENHO ANImADO “A TuRmA”

conservar e valorizar o património é indispensável maria José silva Foto: susana Garcia g Com o objectivo de transmitir a mensagem "Conservar e valorizar o património é indispensável" a ADELIAÇOR, apresentou, no dia 22 de Outubro, o Desenho Animado "A Turma". Este DVD, distribuído em todas as escolas açorianas, é o resultado de um projecto de cooperação transnacional realizado entre a ADELIA-ÇOR, ASDEPR e GRATER e uma associação espanhola da Região de Andaluzia e foi apresentado

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aos 127 alunos da escola da Vista Alegre. A apresentação do desenho animado contou com a presença do Presidente da Direcção da ADELIAÇOR, Presidente do Município da Horta, Coordenadora da ADELIAÇOR e a Coordenadora da Escola da Vista Alegre, que após uma breve apresentação do projecto e dos conteúdos do filme, entregaram a cada uma das turmas um exemplar do desenho animado, seguindo-se a projecção do filme a todos os alunos da escola. Trata-se uma série com de-

senhos e banda sonora originais, composta por 3 episódios, com uma duração total de 13 minutos, onde através da criação de seis personagens, se desenvolve uma história que alerta a população infantil e juvenil, para a importância da preservação do património natural e arquitectónico. O projecto foi co-financiado pelo Programa LEADER +, MADRP e FEOGA. Em suma, temos o património transformado num jogo onde nem as paixões entre os personagens passam despercebidas.

dúvida, melhorá-las e as que aprendemos, vamos, já, implementar”. Eva Andrade diz também que já há muita gente a procurar novos produtos, pelo que a aposta por parte das panificações, tem que existir. “Vou implementar novas variedades de pão, porque doces já existem muitos, mas para se fazer um bom pão temos que saber, e esta formação veio elucidar-me muito”. Isabel Garcia, proprietária da Doce Delícia, pastelaria na Horta, também frisou a importância da

formação:“quando abri ao comércio não tinha formação na área de pão e esta foi sempre uma área que me interessou muito, pelo que formações deste género deviam existir com mais frequência.” “Gostaria de implementar um pão diferente, não muita variedade, mas diferente, que fizesse com que as pessoas procurassem a Doce Delícia propositadamente por causa deste pão. Gostei muito da regueifa e vou adaptá-la, dar-lhe o meu cunho pessoal”, afirma a empresária.

colóquio Mark twain – um viajante inocente? maria José silva Foto: susana Garcia g Numa organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, Universidade dos Açores, FLAD e Núcleo Cultural da Horta, realizouse na cidade da Horta, na passada semana, um colóquio alusivo a Mark Twain e ao centenário da morte deste escritor/jornalista. Em análise estiveram temáticas transversais à personalidade que foi Mark Twain e à sua passagem pelos Açores, mais concretamente pela ilha do Faial, como a literatura de viagens, os encontros e desencontros artísticos e o olhar critico de Twain sobre os europeus, e, o mais importante mesmo, “A Horta de Mark Twain”. Na ocasião, Margarida Machado, do Centro de Estudos, disse aos jornalistas que “quando, em 1847, o vapor Quaker City partiu dos Estados Unidos, como o primeiro cruzeiro turístico transatlântico com destino a vários países do velho continente, para alcançar a longínqua Terra Santa, trazia a bordo Mark Twain. Uma borrasca inesperada acabou por trazer o navio até ao Porto da Horta e por cá ficaram dois dias. Na sua obra, Mark Twain descreve a paisagem, os hábitos e os costumes, e tece elogios à hospitalidade da família Dabney. Ora, numa altura em que se assinalam os cem anos da sua morte, justifica-se a iniciativa deste colóquio abordando a propósito do acontecimento a obra e o homem, a par de factos acontecidos à margem da escala deste navio e que se

revestem de especial interesse”. O livro de Mark Twain foi traduzido para português e lançado na Horta com o título A viagem dos inocentes. Esta responsável considera a literatura de viagem indispensável para o conhecimento da época. “Saber a nossa história é fundamental para se praticar uma cidadania”, diz. Mark Twain foi “um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal "San Francisco Call" após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de Abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido na posteridade. Mark Twain ficou conhecido por ser o autor de As Aventuras de Tom Sawyer, Huckleberry Finn e Príncipe e Mendigo que o tornaram merecedor do título de pai da literatura americana. As origens de Twain dizem muito sobre sua obra: nasceu no dia

30 de Novembro de 1835 na cidade de Florida mas foi o porto de Hannibal, para onde foi com a sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências. Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto no Mississipi. Aos 18 anos foi para Nova Iorque onde se iniciou no jornalismo. Mais tarde retornou ao Mississipi onde se dedicou a pilotar navios pelo rio. Voltou ao jornalismo no "Territorial Enterprise", na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudónimo com o qual passaria à posteridade. Twain compilou os seus artigos de viagens, na obra: Guia Para Viajantes Inocentes (1869). Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade.


DAR VOZ À POBREZA E À EXCLUSÃO SOCIAL

O

Moviment´arte é um projecto da Associação de Pais e Amigos dos deficientes da Ilha do Faial (APAdIF), que é financiado pela direcção regional da Igualdade de Oportunidades e destina-se a todos e quaisquer cidadãos que possuam limitações físicas, sensoriais, intelectuais e/ou emocionais, assim como baixos recursos pessoais, sociais, culturais e/ou económicos. Actualmente contempla 27 utentes, com idades compreendidas entre os 16 e os 78 anos, e com perturbações muito diversificadas – síndrome de down, síndrome de Marphan, deficiências Auditiva, Visual e Mental, Esquizofrenia, diabetes Tipo I e II, Obesidade e depressão, funcionando de segunda a sexta-feira, em horário laboral e pós-laboral, na freguesia da Conceição, mais especificamente na rua do Farrobo, n.º 2. Este projecto tem vindo, desde 1 de Outubro do ano transacto, a proporcionar, na ilha do Faial, um trabalho de importância incontornável no apoio à pessoa com deficiência, onde as suas acções interventivas têm dado frutos na promoção dos direitos fundamentais dos utentes com deficiência, do combate à discriminação e da igualdade de oportunidades para todos. Exemplos disto, são, de facto, os diversos ateliers que têm sido implementados (de Psicologia, Trabalhos Manuais, Culinária, Pintura, horticultura, Teatro, Canto, desporto, Educação, saúde e de Informática), bem como as visitas de estudo, os passeios, os convites que temos recebido da comunidade faialense para participar e animar alguns eventos de âmbito sócio-recreativo e as acções que se têm efectuado – entre elas intercâmbios, a gravação de um Cd e a edição e publicação de um livro infantil intitulado Finalmente Árvore, que se encontra impresso quer em gráfica quer em braille. Para além de funcionar como um meio facilitador do desenvolvimento do empowerment do cidadão com deficiência, este projecto funciona, tanto quanto possível, como um centro de auto-ajuda. Isto é, promovendo o apoio psicológico e emocional, bem como o sentimento de solidariedade (que, na maioria dos casos, era inexistente) entre os utentes. neste, partilham-se expectativas, desejos, sonhos, alegrias, receios, angústias, problemas, entre outros, ou seja, partilham-se histórias de vida. É com grande satisfação pessoal e profissional que termino afirmando que o Projecto Moviment´arte é um recurso da comunidade faialense dinâmico e criativo, um serviço que intervém com e para os utentes e que se adapta, desenvolve e se aproxima quer dos utentes quer de toda a comunidade faialense. (APAdIF)

AuTARcAs VIsITARAm As OBRAs EsTA sEmANA

Parque empresarial da Horta vai gerar emprego e economia no faial g na passada quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal da horta, João Fernando Castro, visitou a evolução das obras do Parque Empresarial da horta, em santa bárbara. Acompanhado pelo vice-presidente José Leonardo silva, e pelos vereadores rui santos e Alzira silva, o edil ouviu as explicações de Carlos Carepa, presidente da urbhorta, sobre a evolução deste empreendimento da responsabilidade da-quela empresa municipal. durante a visita, João Fernando Castro destacou o bom andamento da obra, entendendo que, numa altura como a que se vive actualmente, onde a situação de crise económica se agudiza, este grande investimento terá uma importância vital para a economia faialense, principalmente tendo em conta os postos de trabalho que irá gerar. Com uma área total de 118.500 metros quadrados, o

Parque Empresarial da horta compreende cerca de 40 lotes. desses, 12 já se encontram em fase de celebração do contratopromessa. Ainda durante esta visita, o presidente da Câmara Municipal da horta destacou algumas das áreas de intervenção no Municí-

pio durante o primeiro ano de mandato. João Castro salienta o investimento na área do abastecimento de área, onde já foram investidos mais de 2 milhões de euros, bem como na área dos transportes e da rede viária, com cerca de 1600 mil euros de investimento. Também a benefi-

ciação do parque escolar faialense, com um investimento de cerca de meio milhão de euros, mereceu o destaque do edil, que frisou ainda os “primeiros passos” do município na área do empreendedorismo social, destacando as acções no âmbito do combate à pobreza e à exclusão.

câMara MuniciPal Da Horta aViso A Câmara Municipal da Horta torna público que, no seguimento de uma já muito antiga tradição, vai promover a celebração de uma Missa na Capela do Cemitério Municipal do Carmo no próximo dia 2 de Novembro, pelas 11H00. Após a celebração da Missa do Dia de Fiéis Defuntos, o Destacamento do Faial/Regimento de Guarnição nº 1, promove a habitual cerimónia da colocação de uma coroa de flores junto à campa dos militares falecidos a 22 de Abril de 1941, na explosão ocorrida no quartel da Alagoa. Mais se informa que no feriado, dia 1 de Novembro, o Cemitério estará aberto ao público, das 9h00 às 13h00. Paços do Município, 26 de Outubro de 2010 O PRESIDENTE DA CÂMARA, João Fernando Brum de Azevedo e Castro


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ENTREVIsTA

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RuI VIEIRA, DEsIgNER... fOTógRAfO, REALIzADOR, PRODuTOR... E quE mAIs?

“tenho orgulho em ser faialense e gostava de um dia fazer algo pela Horta” rui Vieira é mais um faialense que fugiu da ilha para se refugiar na capital. Formou-se em design da comunicação e é, somente, um dos criativos mais solicitados e premiados da actualidade. Já passou por Nova Iorque e, muito recentemente, criou uma plataforma online para a LG. criativo, realizador, produtor, fotógrafo, designer, pai e psicólogo, diz que “a imagem, seja ela estática ou em movimento”, é a base do seu trabalho. está nos quadros da Fullsix Portugal, uma das mais conceituadas agências de marketing relacional. Frequentou a Faculdade de Belas Artes em Lisboa, ganhou pratas, bronzes e ouros em grandes festivais de design e publicidade. Foi jurado dos Prémios design da meios e Publicidade, entre muitos outros. Foi nomeado personalidade do ano em publicidade e comunicação no ano de 2008. do seu curriculum faz parte a organização e produção do único festival de cultura pós-digital do mundo, o OFFF. trabalha para a tmN, super Bock, macdonald’s, Água das Pedras, Nokia, ctt, compal, Axe, entre outras marcas.

maria José silva como é que um rapaz, nascido e criado no faial, que vestiu a camisola do scH, foi parar a lisboa? Sempre tive uma relação muito próxima com Lisboa. Vivi em Lisboa dos 6 aos 13 anos, e depois enquanto vivi no Faial, ia todos os anos passar férias lá. Vesti a camisola do SCH durante vários anos, felizmente fiz parte de uma fase bonita do andebol açoriano que em muito contribuiu para que hoje o SCH seja uma equipa respeitada em Portugal. Vir para Lisboa foi inevitável pois a minha paixão era e é o design e no Açores não havia ensino nessa área. a sua formação é em Design de comunicação. Porquê escolher esta área? Porque é a mais abrangente, mais completa. Prepara-nos para qualquer disciplina do design e da comunicação. Já ganhou vários prémios em festivais de design nacionais e internacionais. Qual o que mais significado teve para si? Porquê? Engraçada esta pergunta. Desde cedo que ganhar prémios era um objectivo, pois era uma maneira de ser reconhecido pelo trabalho feito e na altura funcionava ao mesmo tempo como montra para o mercado. Hoje em dia dou cada vez menos importância aos prémios, pois acabam por ser apenas uma “pancadinha nas costas”. Os prémios são bons para os clientes e agências, mas quando ganho, penso mais na equipa que trabalhou comigo nesses projectos. Quando comecei tinha algo a provar, agora não. tens trabalhado em campanhas

de grandes marcas... fale-nos um pouco sobre isso... É um privilégio trabalhar grandes marcas, mas muita responsabilidade pois são campanhas vistas por muitas pessoas. Não dá para errar. Mas faz parte do meu trabalho, não penso muito nisso. Abordo uma grande marca como abordo uma marca com menos dimensão. como foi trabalhar em nova iorque? É um mundo muito diferente do português? Trabalhar em NI foi um upgrade. O mercado é gigante, mas eles são muito organizados e conhecedores das tecnologias e do mercado, o que torna tudo muito mais fácil do que trabalhar em Portugal. Enquanto em Portugal tenho uma ou 2 semanas para criar um projecto ou campanha, em NI todos os projectos em que trabalhei tinha no mínimo três meses para fazer. Deu para conhecer a cidade e conhecer pessoas muito interessantes. Lá, há talento em todo o lado. como foi ser nomeado personalidade do ano em Publicidade e comunicação? Foi engraçado ver-me ao lado de todos aqueles CEOs e figuras importantes de Portugal. Lembreime de quando brincava no Largo do Infante com os meus amigos... e agora estava ali. isso é fruto de anos de trabalho e dedicação a este mundo cada vez mais massificado dos mass media. como encontrar os "ingredientes" da diferença? Apesar de trabalhar já há 12 anos no mercado Português, fui nomeado porque organizei e produzi um festival internacional em Portugal durante 2 anos. O OFFF. O ingrediente é sermos confiantes

e acreditarmos no nosso trabalho. Agarras-te à tua ideia mesmo que haja pessoas à volta que não acreditem. Depois, escolher muito bem a equipa com que trabalhas, ser um bom líder, ser justo com eles. Se calhar ter feito desporto e ter jogado andebol ajudou. Deu-me valores importantes. Apesar de nunca o ter dito, nisso o professor Rui Santos foi muito importante para mim. Foi mais do que um treinador. Foi um mentor, o mestre que por exemplo não encontrei na universidade de Belas artes. Devo-lhe muito! onde vai buscar a inspiração? Raramente à natureza, pois fez parte da minha vida muitos anos. Encontro inspiração nas cidades, nas pessoas (sou muito observador), no cinema e na música. Acho eu… a busca constante de informação deve também nortear o seu dia-adia... Precisa de desafios como nova iorque para crescer? Sim, preciso. Sou um eterno insatisfeito. Não me vejo a fazer a mesma coisa durante muito tempo. O que não quer dizer que mude de área, mas dentro da que trabalho há muitas disciplinas e linguagens a explorar. Designer, fotógrafo, realizador, produtor... e que mais? Pai ... e muitas vezes psicólogo, coordeno uma equipa de cerca de 50 pessoas. complementam-se todas estas áreas. Mas qual a sua preferida? Se tivesse que escolher, sem dúvida dedicava-me mais à fotografia e realização. como foi a inclusão na fullsix Portugal? abriu-lhe as portas para este mundo?

Foi há cerca de 3 anos e meio. Estava noutra agência quando decidi demitir-me e fazer uma pausa em agências. A Fullsix soube, e resgatou-me. Antes de entrar na Fullsix já tinha estado em duas agências e trabalhado como freelancer. Já fui para lá muito sénior. Não me abriu portas, pois já as tinha aberto, mas pela sua dimensão permitiu-me trabalhar mais marcas e maiores.

rui Vieira fez o primeiro design gráfico do tribuna Das ilHas. o que reserva o futuro à imprensa escrita? Acho que vai ter que se adaptar ao online e ao mobile. Não há outra hipótese. Já é um facto que a maior parte das pessoas têm acesso aos conteúdos pelo mobile. Quem não se antecipar depois não apanha o barco.

É um ilhéu ou um homem do mundo? Sou um ilhéu do mundo. Se há coisa que hei-de fazer para sempre é levar o nome do Faial para todo o lado. Sempre que conheço alguém ou sou entrevistado faço questão de dizer que sou faialense. Tenho muito orgulho de ter nascido e crescido aí. Mas sou do mundo pois também temos esta coisa de ir sempre mais além, de conhecer o desconhecido, conhecer novas culturas.

Durante a sua carreira, fez algum trabalho criativo para o faial? Sim, fiz, não sei se foram criativos, mas fora de design. No início comecei com a Sigma e fizemos algumas coisas. Mais recentemente fiz a imagem da empresa Dive Azores do meu amigo Tiago Castro. Poderia fazer mais, mas...

Que projectos tem pela frente? Neste momento estou a trabalhar em 2 novas curtas, a fotografia está também a crescer muito com o projecto www.kindandna-ked.com, que tenho juntamente com a minha namorada Marianna Yakobson, fotógrafa também. Estou a preparar um novo curso na Etic e estou a organizar um novo evento de design, mas made in Portugal. Isto tudo acumulado com a Fullsix. Voltar aos açores faz parte dos seus objectivos? Faz. Só não sei quando. Gostava de poder ajudar mais. Mesmo politicamente, ajudar a Horta a mudar. Faz-me confusão achar que está tudo na mesma sempre que vou passar férias. Tudo igual, só as pessoas estão um pouco mais velhas.

o que poderia ser melhorado no faial nessa área? e no triângulo? Não sei. Mas acho que, antes de melhorar, tinha de se mudar as mentalidades, a cultura do desenrasca, do sobrinho que faz uns bonecos. O pior é que vejo essa mentalidade em projectos de grande visibilidade e importância. Mas as pessoas encolhem os ombros e fica assim. Depois admiram-se que os novos talentos vão para o continente ou mesmo São Miguel. Mensagem aos criativos açorianos que têm medo de arriscar nesta área... Se têm medo estão na área errada. Devem ir à luta e prepararem-se para trabalhar muito. Mas o mais importante é mostrarem o que fazem, perguntarem a quem já está nesta área há mais tempo. Mostrem e aceitem as críticas. Passem menos tempo nos bares e playstation e passem mais tempo no computador a ver o que se passa no mundo e a experimentarem, testarem, criarem.


cuLTuRA

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6.ª EDIçãO DO fEsTIVAL DE cuRTAs cOm fORTE PREsENçA DO BRAsIL

faial filmes fest 2010 tem samba na banda sonora Arranca este fim-de-semana, no teatro Faialense, a sexta edição do Faial Filmes Fest, o festival de curtas-metragens organizado pelo cineclube da horta, que ganhou já um lugar de honra entre os vários eventos do género realizados em Portugal.

marla Pinheiro g Depois de grandes figuras como Paulo Rocha e Fernando Lopes terem sido homenageadas no Faial, nesta edição o destaque vai para Manoel de Oliveira, principal referência do cinema português, consagrado além fronteiras. TRIBUNA DAS ILHAS esteve à conversa com Luís Pereira, presidente do cineclube organizador e

Director Geral do Festival, que destacou ainda a abertura do Festival à participação da comunidade lusófona, salientando a grande presença do Brasil neste evento. Quantos filmes concorrem a esta edição do fff? Estão 59 filmes em competição. Foi necessário aumentar significativamente o número de sessões de competição, por for-ma a podermos apresentar esta que é também, até à data, a selecção oficial mais numerosa do Festival.

Que evolução nota na área competitiva em relação ao ano passado? A maior parte dos filmes inscritos e em competição no Faial Filmes Fest são as produções mais recentes em curta-metragem do país, que integram também as secções competitivas de muitos outros festivais de cinema que se realizam um pouco por todo o mundo. Portanto, podemos dizer que temos aqui um pouco do melhor que se faz ao nível da curtametragem em Portugal. a 6.ª edição do fff marca uma ainda maior abertura do festival, convidando todos os países de língua oficial portuguesa a participar. nessa área, qual foi o nível de adesão verificado? correspondeu às expectativas do cineclube? A opção por esta "reabertura", digamos assim, teve a ver com a necessidade que sentimos de nos ligarmos cada vez mais à nossa língua e à nossa cultura, tão ricamente expressa na comunidade de países lusófonos, e de fazer parte e dar voz, também aqui, no Faial e nos Açores, a essa expressão da lusofonia. Porque é sem dúvida um reencontro e uma união que faz todo o sentido. Tivemos uma participação dentro das nossas expectativas, particularmente do Brasil, que está em competição com um conjunto de filmes muito interessante e fora de competição com uma Mostra de Cinema Brasileiro. O Brasil é uma presença muito forte este ano no Faial Filmes Fest.

alunos da Profissional da Horta lançam livro prefaciado por rui Zink g Conto a Conto, assim se chama o livro que resultou do trabalho dos alunos do curso de Animador Sociocultural da Escola Profissional da Horta, no primeiro ano da disciplina de Português. Esta obra trata-se de uma compilação de 16 contos; histórias pedidas a cada um dos alunos pela formadora Ester Pereira, impulsionadora deste projecto. O livro foi ilustrado por dois formandos do curso Técnico de Topografia, sendo que a capa é da responsabilidade de um formando do curso de Animador Sociocultural. Um projecto feito com a “prata da casa” da Profissional da Horta, que decidiu, desta forma, mostrar `comunidade algum do trabalho feito pelos seus

alunos na sala de aula. O livro foi prefaciado pelo escritor Rui Zink, autor de obras como Hotel Lusitano, Apocalipse Nau ou Anibaleitor. O escritor estará no

Faial este fim-de-semana para apresentar o lançamento do livro, que terá lugar no sábado, a partir das 21h00, na Biblioteca Pública da Horta.

o que levou o cineclube a escolher Manoel de oliveira como principal homenageado desta edição? neste momento é possível confirmar a sua presença, tendo em conta a intervenção cirúrgica que recentemente sofreu? Manoel de Oliveira está nos nossos sonhos desde as primeiríssimas edições do Faial Filmes Fest. Por motivos vários, só agora foi possível trazê-lo cá e fazerlhe esta homenagem, que muito nos honra e orgulha. Trata-se de um dos grandes mestres da cinematografia mundial, reconhecido e admirado pelos seus pares, pela crítica e pelo público; um homem no qual o cinema se confunde com a vida e que, de certa forma, através do cinema, revelou sempre um grande sentido ético e um grande sentimento de amor e paixão pela arte e pela vida. A presença de Manoel de Oliveira, não estando neste momento totalmente garantida, devido à circunstância que referiu e é do domínio público, não foi posta de parte, pois continuamos em contacto com a sua família, no sentido de ir acompanhando essa situação. Que pontos altos do programa gostaria de destacar? Desde logo, a homenagem a Manoel de Oliveira. Depois, bom... é difícil responder a essa pergunta, pois para nós o Festival funciona como um todo, no qual todos os eventos são importantes e contribuem para o seu sucesso. Mas talvez possa destacar a proximidade que foi possível estabelecer com o Brasil, país onde o cineclubismo tem uma força e uma dinâmica invejáveis. É um encontro muito gratificante para nós, Cineclube da Horta, enquanto organizadores do Faial Filmes Fest. Já agora, gostaria também de destacar, além da competição, como é óbvio, as sessões especiais, que apresentam no Faial algumas das mais recentes produções nacionais de longa-metragem, e nas quais estarão presentes os respecti-

vos realizadores. o fff tem-se pautado pela proximidade com os mais jovens, e pela possibilidade que dá aos faialenses de aprenderem mais sobre cinema. este ano marcará presença nas escolas? estão previstos workshops? Sim, este ano voltamos a apresentar, no âmbito do Festival, dois programas da Festa Mundial da Animação, na Escola Secundária Manuel de Arriaga, e contamos ter também um workshop de música para cinema, em que vamos trabalhar com uma filarmónica local. Além disso, haverá também uma master class sobre montagem cinematográfica, que será apresentada por Manuel Mozos, um dos nomes mais conceituados nesta área em Portugal. com seis anos de vida, o fff já tem um lugar de destaque no panorama cinematográfico nacional, e tem conseguido trazer a esta pequena ilha no meio do atlântico grandes nomes do cinema. com a fasquia assim elevada, que preocupações norteiam a organização a cada nova edição do festival? A nossa preocupação maior, nesta fase do Festival, é garantir a sua sustentabilidade financeira e ao mesmo tempo apurar todo o processo organizativo no sentido de chegarmos a um patamar de estabilidade em termos de qualidade e autonomia. com que tipo de apoios conta o cineclube da Horta para pôr de pé um evento desta envergadura? são suficientes? Contamos com apoios públicos, nomeadamente do Governo Regional, do ICA, da Câmara Municipal da Horta, e com apoios privados também. Sem estes apoios, o Festival não teria sido possível até aqui, mas ainda assim estes não são condizentes com as necessidades e a dimensão do Faial Filmes Fest.

centro do Mar em Movimento g Este fim-de-semana o Centro do Mar, na Antiga Fábrica da Baleia, vai ser palco de várias actividades, que aliam a Dança à Matemática, com o objectivo de trazer dinâmica àquele espaço, que tem vindo a marcar a vida cultural faialense nos últimos anos. Assim, hoje, a partir das 21h30, o coreógrafo, bailarino e matemático Pedro Carvalho, responsável pela coordenação destas actividades, promove uma conferência sobre Matemática Criativa. O professor vai explicar como tem desenvolvido este conceito ao longo do tempo, junto de alunos do ensino básico, explorando a matemática através de várias manifestações artísticas,

como a dança ou a pintura. Nos dias 30 e 31, entre as 11h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00, haverá um workshop de dança contemporânea

e no dia 31, a partir das 21h30, todos os interessados poderão assistir a um solo de dança contemporânea subordinado à temática do Mar.


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LOcAL

NO cENTRO DO mAR

acção de sensibilização Promover o Empreendedorismo, Igualar Oportunidades maria José silva Foto: marla Pinheiro g A Cresaçor promoveu na passada semana uma acção de sensibilização destinada a promover o empreendedorismo e igualar oportunidades. Com a sala do Centro Mar cheia, Célia Pereira, responsável pela Cresaçor, apelou a uma crescente intervenção das mulheres na sociedade. À margem da acção de sensibilização, Célia Pereira disse ao TRIBUNA DAS ILHAS que “esta acção pretende promover o empreendedorismo feminino e divulgar as medidas de apoio ao financiamento de projectos, sistemas de incentivos, micro-créditos entre outros.” O objectivo destas acções, que já decorreram na Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e em São Miguel, é estimular as pessoas para a identificação de oportunidades que possam criar empregos. Para além disso, pretendem ainda incentivar a que as mulheres sejam mais empreendedoras e aproveitem as oportunidades de

emPreeNdedOrIsmO Os presentes tomaram conhecimento dos sistemas de incentivos aos quais se podem candidatar para formar o seu negócio.

negócio que a região lhes dá. Em relação ao feedback, Célia Pereira fala em “resultados bastante positivos”. “Em algumas ilhas, já ultrapassou as expectativas iniciais”, revelou. Temos encontrado jovens que estão a terminar os seus cursos técnicoprofissionais, que estão a entrar no mercado de trabalho, e mu-

lheres que estão numa situação de desemprego que, com os nossos conselhos, encontram alternativas para o seu futuro”, acrescenta. Resultado destas acções e do curso de empreendedorismo que a Cresaçor também desenvolve, já nasceram cinco empresas, quatro delas por mulheres.

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iDeias: Procuram-se! Paulo Oliveira

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á um ano que estou(estamos) a exercer o nosso mandato autárquico, como vereadores da oposição na Câmara Municipal da Horta. Com a vitória socialista, com a inesperada (até para os próprios) maioria absoluta, desde logo ficámos com o estatuto da oposição, não nos tendo sido atribuído qualquer pelouro ou vereação executiva, restando-nos a participação nas reuniões de Câmara, com a periodicidade quinzenal. Até hoje, mantive o benefício da dúvida, ou, se preferirem, a minha ingenuidade, em aguardar que o elenco vencedor implementasse as suas promessas eleitorais. Decorrido um ano, seria expectável, e desejável para a população, já ver alguma “obra” da Câmara de maioria absoluta socialista, mas não. Mantém-se o “embalo” na obra do Saneamento Básico, cuja adjudicação vai passando de concrente em concorrente, de proposta em proposta (as melhores já lá vão...), a Reabilitação das Estradas Municipais continua em derrapagem..., as novas células do Aterro Sanitário... até talvez já nem sejam necessárias, e a Frente Mar aguarda as eleições regionais, e assim se continuará, em lume brando, numa criteriosa gestão eleitoral. Alias, muito oportuna foi a republicação, pelo autor, da entrevista dada em 2003 pelo então Pres. da CMH,

em que, sem comentários, mantém, grosso modo, a actualidade, tal é a ineficácia dos últimos anos. ANtecedeNtes Por ocasião do Dia Mundial do Turismo, todos os munícipes receberam em casa uma carta / apelo do Edil, que, pago com as escassas verbas que existem, nestes tempos de crise internacional (...sim, porque não há crise nacional, regional e local?), termina assim: “Conto convosco, faialenses, para amar a nossa terra como ela merece. Todos unidos, sempre com mais convicção e entusiasmo, continuaremos a construir nesta ilha um futuro de saúde, bem estar, progresso e beleza.” Com este apelo entusiástico, até parece que, ou ainda estamos em campanha eleitoral, ou então..., já estamos em campanha eleitoral! Mas convém não esquecer que este não é o primeiro Concurso de Ideias. Há antecedentes, embrionários, cujas consequências os Faialenses ainda aguardam..., designadamente: Parque da Alagoa – O mais antigo Concurso de Ideias da Edilidade versou o Parque da Alagoa, no sentido de auscultar a população em geral, e os técnicos em particular, para obter soluções para o parque da cidade..., que ainda hoje avança aos soluços, com soluções avulsas e ao sabor das circunstâncias... eleitorais. Marginal da Horta – Este é um tema recorrente, que aparece e desaparece ao sabor das circunstâncias, escorre-

gadio como uma enguia, e que se move em terreno de areias movediças, nas costas dos faialenses. Já muito se falou, já muito se propôs, as ideias até surgiram, em contributos gratuitos de faialenses interessados no desenvolvimento da sua terra, mas que encontraram, pela frente, o desinteresse dos habituais “amigos” do Faial. Ama a tua terra – Agora, novamente lança mão desta simpática figura dos “Concursos de Ideias” para a promoção turística do Faial... cá dentro. Sim, porque a promoção do Faial, e das demais ilhas dos Açores, no exterior da Região está a cargo da ATA – Associação de Turismo dos Açores. Sim, porque a promoção da ilha do Faial na Região, está a cargo da ART – Associação Regional de Turismo. Cá dentro, sem dúvida que há muito a fazer na promoção turística do Faial, consequência directa do Faial não ter um Delegado de Turismo, cujo vazio se agrava a cada ano que passa. Cá dentro, falta, desde logo, a valorização do que é nosso, privilegiando o investimento do pouco capital disponível, por forma a criarem-se mais postos de trabalho, nestes novos tempos onde os empresários... estão por sua conta e risco, por manifesta incapacidade de quem os deveria representar. Não deixa de ser curioso que, para um concurso que pretende promover o Faial, o prémio para o vencedor seja... uma viajem aos Estados Unidos da América.

FALtA de IdeIAs Mais curioso ainda é que, apenas decorrido um ano sobre as eleições autárquicas, em que os vários partidos apresentaram inúmeras propostas para a promoção do Faial, o partido ganhador venha lançar mão de um Concurso de Ideias... E as ideias que tinham? Não eram boas? Dissiparam-se?..., ou será que, por outro lado, um Concurso de Ideias, bem gerido..., conseguirá alcançar 2013 sem grandes investimentos no Faial? O Faial promove-se, incentivando a fixação dos empresários, e não deixando as empresas saírem... O Faial promove-se, movendo influências para que as Instituições e Serviços do Estado se mantenham na ilha, reconvertendo e actualizando as suas valências, e não deixando-as sair... O Faial promove-se, desburocratizando os serviços, acarinhando o investimento, diminuindo os prazos de licenciamento dos projectos, que criam postos de trabalho, que criam riqueza para esta ilha, e não fazendo arrastar no tempo os investimentos... Para quem tão pouco tem feito pelo Faial, este concurso só poderá ter como objectivo dar ideias, a quem, há muito, perdeu o jeito para promover o Faial. eNtreteNImeNtO Esta é uma maneira hábil de envolver a população numa solução que se deseja, mas que, dificilmente alguém viverá o suficiente para ver o sonho tornado realidade. A lábia política aconselha a aliviar a

pressão, e, com um Concurso de Ideias, enquanto o pau vai e vem, aliviam-se as costas. Espero, sinceramente, que esta não seja mais uma manobra de diversão, de desculpabilização dos verdadeiros autores e responsáveis pelo estado em que colocaram o Faial, nos últimos 21 anos. Espero que a Câmara honre o mérito da proposta vencedora, e que a implemente, para o bem dos Faialenses, e para que, ao menos uma vez, honre o compromisso a que, publicamente, se propôs. INcONseQuÊNcIA Um ponto comum dos anteriores “Concursos de Ideias” foi a sua inutilidade e inconsequência, já que a Edilidade, por opção ou inabilidade, nada aproveitou, nada implementou, e os faialenses nada ganharam com a motivação de alguns dos seus habitantes. Alegar que tal se ficou a dever a falta de verbas, não desculpa os sucessivos elencos municipais, uma vez que, e desde logo, um Concurso de Ideias deverá ter associado uma dotação financeira para a sua implementação, sob pena de se descredibilizar o Concurso, e, mais grave, desrespeitar o esforço dos concorrentes, dos faialenses que ainda se incomodaram em acreditar, mais uma vez, nas boas intenções desta, e das anteriores, Câmaras Socialistas. Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

Promessas, incumprimentos e Demolições costa Pereira

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No próximo mês de Novembro retoma-se aquilo que é um acontecimento político anual cada vez mais esvaziado: a discussão e aprovação do Plano e Orçamento da Região. Com efeito, apesar do significado e da importância que é aprovar o documento orientador da política governativa e dos investimentos públicos para o ano seguinte, a verdade é que esse momento parlamentar está a resumirse a um ritual, a uma encenação, onde se promete muito, mas cada vez se cumpre menos. Isto é: inscrevem-se verbas no Plano mas, depois, na prática, elas não são executadas, não são "gastas". Se analisarmos a Execução dos Planos do Governo nos últimos cinco anos, e se exceptuarmos o ano de 2005 (que teve uma execução de 80%), em todos os outros anos até 2009 (que é o último que se conhece), a execução é medíocre, pouco ultrapassando a metade das verbas inscritas. Isto é: o Governo, na prática, investiu, "gastou", apenas pouco mais de

metade daquilo que havia prometido fazer no Plano. Em 2006 a execução regional foi de 54,7%; em 2007, 58,3%; em 2008, 56,4% e em 2009, 57,3%. Por isso, as palavras e as promessas inscritas nos planos já não enganam ninguém!

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Mas, se o cenário regional é o que acima se retratou, igualmente preocupante é a execução dos planos no Faial. Nos últimos cinco anos, e exceptuando o referido ano de 2005 (que foi uma excepção no cumprimento das verbas inscritas no Plano), a execução tem vindo em declive acentuado, sobretudo nos anos de 2008 (com uma percentagem de execução de 57,4%) e de 2009 (49,5%). Isto é: por exemplo, para 2009, o Governo inscreveu no Plano para a ilha do Faial 54.945.570 euros, mas só "gastou" efectivamente 27.248.550 euros. Por outras palavras: o governo em 2009 investiu no Faial menos de metade das verbas a que se comprometera no Plano! E se, no mesmo espaço de tempo, analisarmos comparativamente a execução do Plano nas várias ilhas, concluímos que, por exemplo, em S. Miguel, nos últimos cinco anos, as taxas de execução nunca baixam dos 65%, o que é naturalmente um indica-

dor melhor que a média regional. Por isso, e também por esta forma, este Governo cava mais fundo o fosso no desenvolvimento entre ilhas pois investe, na prática, percentualmente mais onde o crescimento já é maior!

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A remodelação e ampliação da Escola António José d'Ávila é bem o exemplo daquilo que se promete e não se cumpre. As obras naquela Escola foram há dois anos a desculpa do Governo para cancelar a construção do Estádio Mário Lino (que se tivesse sido iniciado no prazo previsto, já estaria concluído, enquanto as obras na Escola, ainda não arrancaram!). E não se discutiria essa opção governamental se ela se aplicasse a toda a Região. Mas, infelizmente, o que se viu foi que enquanto aqui se cancelou o Estádio Mário Lino, em S. Miguel continua previsto na anteproposta de Plano a cobertura do Estádio com mais de 3 milhões de euros!

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Mas voltemos às obras na Escola Básica Integrada António José d’Ávila, em que se prevê a demolição do edifício do actual refeitório. Esse facto motivou, há cerca de um ano, algumas movimentações e tomadas de posição públicas que se mostravam contrárias a essa demolição. E a

justificação tem fundamento e razão: o refeitório era a chamada “Casa das Baterias” e faz parte de um conjunto arquitectónico singular e único nos Açores: o das Companhias dos Cabos Submarinos. Nessa medida, é dele parte significante e não prescindível. Quando se esperava que esse património que nos singulariza e individualiza fosse recuperado e/ou enquadrado em novas funcionalidades, a decisão governamental foi a mais radical: demolir o imóvel. Mas demolir porquê? Porque, diz o Governo Regional, foi essa a solução apresentada pela equipa projectista para a entrada principal na Rua Cônsul Dabney e ela “responde aos requisitos programáticos, regulamentares e legais”. Portanto, o imóvel é demolido para permitir o acesso ao novo conjunto escolar pela Cônsul Dabney, quando já existe um acesso pela Rua Vasco da Gama e quando não se sabe se as implicações no trânsito dessa entrada pela Cônsul Dabney foram devidamente avaliadas! Mas o imóvel é também demolido porque, no entender do Governo, é “uma edificação secundária”. Se esta moda argumentativa pega, e salvas as devidas proporções, então porque não, um dia, em caso de necessidade, demolir o edifício do Museu da Horta

– uma edificação secundária – desde que se preserve a Igreja Matriz? Da mesma forma que, a seu modo, o edifício do Museu da Horta integra um conjunto arquitectónico onde adquire significado e importância, também o mesmo acontece, em proporções naturalmente diferentes, com a chamada “Casa das Baterias” em relação ao conjunto arquitectónico das Companhias dos Cabos Submarinos e à memória histórica desse momento irrepetível do nosso passado colectivo. E quando se trata de um conjunto arquitectónico de indiscutível valor histórico, quem é que determina o critério do que é principal e do que é secundário, logo acessório, e logo susceptível de poder ser demolido? Apesar da realização de um Colóquio sobre a temática dos Cabos Submarinos. Apesar da Exposição realizada e que provou o potencial e a importância deste período da nossa História. Apesar dos depoimentos e apelos públicos sobre o “crime” de ignorar o património dos Cabos Submarinos na Horta. Apesar disso tudo, abateu-se sobre esta decisão de demolir aquele imóvel um tão incompreensível como suspeito manto de silêncio! 25.10.2010


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OPINIãO

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RETALHOs DA NOssA HIsTóRIA – LXXXVIII

no centenário da república Portuguesa (18) 23 . GOVerNAdOr

mANueL FrANcIscO dAs NeVes JÚNIOr ArmAs Fernando Faria

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Revolução de Sidónio Pais iniciada, em Lisboa, no dia 5 de Dezembro de 1917 e vitoriosa três dias depois, após intensos combates que fizeram mais de 100 mortos e cerca de 500 feridos, pôs fim ao Governo de Afonso Costa e à demissão do Presidente da República, Bernardino Machado. Propondo a regeneração da vida pública portuguesa, com a promessa de uma República Nova, que logo contou com a importantíssima adesão de Machado dos Santos e de José Carlos da Maia - dois dos seus valentes fundadores no histórico 5 de Outubro de 1910 - tinha como objectivos acabar com a instabilidade governativa, criar um regime em que pudessem viver harmoniosamente republicanos e monárquicos, minimizar as profundas carências alimentares e incutir confiança na maioria da população portuguesa, que tinha cerca de 80 mil homens seus a combaterem na Flandres, em Angola e em Moçambique. Sidónio Pais, que contou também nessa conspiração com o apoio dos unionistas de Brito Camacho, assumiu a chefia do Governo. Daí ser natural a escolha do médico Dr. Manuel Francisco das Neves Júnior para Governador Civil da Horta, já que ao seu grande prestígio profissional aliava o cargo de líder distrital dos unionistas, os quais tinham vencido em todos os concelhos das ilhas do Faial e do Pico as eleições autárquicas realizadas no mês de Novembro desse ano, derrotando os democráticos, que, a nível do País eram maioritários. Nomeado por Machado dos Santos, titular da pasta do Interior, o Dr. Neves tomou posse no dia 17 de Dezembro de 1917, “perante grande número de cidadãos, chefes de repartições e empregados públicos”, a quem agradeceu a estimulante presença, manifestando “o quanto era seu desejo que tudo corresse na melhor ordem, sentindo não poder prometer melhoramentos devido às circunstâncias actuais, mas que não se cansaria de os pedir”. Afiançou que atenderia “a todas as reclamações, pedindo o auxílio tanto do público como dos representantes das forças vivas do distrito”1. Não obstante estas palavras, aliás, em consonância com os propósitos conciliadores de Sidónio Pais, o Chefe do Distrito logo procedeu à nomeação de pessoas da sua confiança para as administrações de Concelho de que o mais paradigmático exemplo foi a substituição do democrático Carlos Alberto Pinheiro pelo unionista Jaime Maria Soares de Melo. Em plena guerra mundial, as ilhas dos Açores sofriam uma gravíssima crise de subsistências, com algumas delas sem milho e trigo suficientes para a alimentação das respectivas populações. Esse, portanto, um assunto a merecer medidas imediatas por parte do governador civil, como se vê num alvará seu de 7 de Janeiro de 1918, que procurava garantir o abastecimento da ilha do Pico, a qual, além da grande quantidade de milho que já recebera do Faial, ainda carecia de cerca de 700 moios cuja importa-

ção de São Miguel ele acabara de assegurar; por esse alvará eram tabelados os preços a que ficavam sujeitos os lavradores faialenses na venda do milho e do trigo; a exportação de manteiga e queijo só era permitida desde que os mercados locais estivessem devidamente abastecidos, bem como se providenciava o abastecimento de milho para as ilhas do Corvo e das Flores. Estas terminantes disposições do governador civil eram expressamente cometidas aos administradores de Concelho para integral cumprimento. Não se encontrou notícia de tumultos provocados nas ilhas do distrito da Horta devidos a falta de alimentos básicos como o que ocorreu na Terceira, assim noticiado por telegrama em semanário faialense: “ sábado último [15 de Dezembro de 1917] as padarias grevistas de Angra queimaram muitos foguetes em sinal de regozijo pela demissão do governador civil; os populares exaltados atacaram aquelas padarias, partindo os vidros, havendo correrias e ferimentos”2. Entretanto, Sidónio Pais na sequência da sua assumida condição de “chefe de todos os portugueses” e de “mandatário da nação”, libertou sindicalistas presos, permitiu o regresso de conspiradores monárquicos e restabeleceu as relações com os católicos, através da revisão da Lei da Separação da Igreja e do Estado. Na organização política do Estado, abandonou o princípio, em vigor desde 1910, de que os colaboradores do governo tinham de pertencer ou de ter pertencido a partidos políticos republicanos. Assim, e pela lei eleitoral de 30 de Março de 1918, alargou o direito de voto a todos os portugueses maiores de 21 anos e introduziu o presidencialismo em Portugal, sendo o Chefe de Estado, que passava a ser eleito por sufrágio universal e directo, simultaneamente o chefe do Governo e o comandante supremo das Forças Armadas. O parlamento, que até então, fora o principal órgão do Estado perdeu muito do seu poder. De tudo isto resultou que os tradicionais partidos republicanos, mesmo os que inicialmente haviam estado a seu lado como os reformistas de Machado dos Santos e os unionistas de Brito Camacho, o tenham abandonado, criando ele o seu Partido Nacional Republicano. As eleições presidenciais e legislativas de 28 de Abril de 1918 foram um retumbante êxito de Sidónio Pais, mas o governador do distrito já não era o Dr. Neves que, certamente, em solidariedade com os camachistas, se havia demitido uns dias antes, precisamente a 17 de Abril, sendo substituído por outro médico, o Dr. Alberto Goulart de Medeiros. Todavia, ainda na Primeira República, o poderoso Dr. Neves seria Chefe do Distrito por mais três vezes, sempre em efémeros mandatos como efémeros eram os governos portugueses que, depois do assassinato de Sidónio Pais em Dezembro de 1918, vertiginosamente se sucederam numa barafunda política que levou à Revolução do 28 de Maio de 1926. Assim encontramo-lo a tomar posse do cargo de governador civil a 20 de Fevereiro de 1919, acto a que assistiram muitas pessoas, afirmando, na ocasião, o Dr. Neves “ser

seu intuito fazer administração republicana sem carácter partidário, pois o actual ministério é de concentração, e que, por isso, esperava a coadjuvação de todos os elementos republicanos, prometendo também interessar-se por todos os assuntos que dizem respeito ao bem-estar dos povos do distrito” Esse ministério de concentração fora uma solução de compromisso para acabar com a Monarquia do Norte, em que José Relvas chefiava um elenco governativo com representantes de vários partidos e facções, ocupando ele próprio o ministério do Interior, responsável, portanto, pela nomeação do Dr. Neves para a chefia do Distrito. Caído o governo de José Relvas, deixou ele o cargo de governador, ao qual regressaria a 11 de Junho de 1921, nomeado pelo Ministério de Barros Queirós que havia integrado o Partido Unionista, passando, após a dissolução deste agrupamento, a fazer parte do Partido Liberal Republicano. A imprensa faialense noticia o acontecimento, nomeadamente O Telégrafo de segunda-feira 13 de Junho, que em primeira página nos diz que “com uma grande concorrência de amigos, admiradores e correligionários políticos, o sr. dr. Manuel Francisco Neves Jr., Guarda-mor de Saúde e um dos homens mais prestigiosos desta terra, tomou posse, sábado último, do cargo de governador civil do distrito”. Acrescenta o jornal que a posse foi dada pelo secretário-geral Dr. Urbano Prudêncio da Silva que, em palavras lúcidas se referiu à competência do novo governador, afirmando que o distrito muito tinha a esperar dos esforços de s. ex.ª pela situação de destaque em que o sr. dr. Neves se encontra perante o governo do sr. Tomé de Barros Queirós”. Justificou depois o empossado as razões por que tinha aceite “o convite que lhe fizera o directório do Partido Liberal por entender que lhe cumpria neste momento cooperar para o bem geral do País na medida dos seus recursos, diligenciando ao mesmo tempo melhorar a situação em que se acha o distrito da Horta”. Apelava ainda para que os seus amigos e correligionários lhe dessem – e ao Partido Liberal – “todo o seu apoio e auxílio” nas eleições que se realizariam no dia 10 de Julho. Não obstante a vitória dos liberais, as desavenças entre os seus dirigentes provocaram a demissão de Barros Queirós e a subida ao poder de António Granjo, em 30 de Agosto, que vai governar, contra a hostilidade dos democráticos, até 19 de Outubro, data da tristemente célebre “Noite Sangrenta” que mostra bem a loucura em que caíra a vida política portuguesa e em que foram assassinados, entre outros, os heróis da fundação da República, Machado dos Santos e José Carlos da Maia, e o próprio António Granjo. Com a trágica morte do presidente do Ministério, o Dr. Neves demitiu-se do cargo de governador civil a ele regressando novamente, em 24 de Novembro de 1923 no governo nacionalista presidido por Ginestal Machado e em que a pasta da Instrução era ocupada pelo faialense Manuel Soares de Melo e Simas, coronel de artilharia e distinto astrónomo. Para que nada fosse diferente, também o Gabinete de Ginestal Machado pouco

tempo durou. Foi substituído pelo Ministério de Álvaro de Castro e, apesar do convite que lhe fez o ministro do Interior Sá Cardoso, o Dr. Neves não aceitou continuar na chefia do Distrito da Horta, acabando por ser substituído pelo major Álvaro Soares de Melo que tomou posse em 10 de Janeiro de 1924. Nesta altura já o Dr. Neves, certamente saturado da suicidária vida política nacional, aderira ao renascido movimento autonomista açoriano e optara pela constituição do Partido Regionalista do Distrito da Horta, de cuja comissão organizadora fez parte conjuntamente com José Osório Goulart, José Rodrigues do Amaral, Manuel Joaquim da Silva Menezes Jr. e Pedro Maria Lecoq. O movimento revolucionário do 28 de Maio de 1926 encontra-o na liderança daquele partido, que acabará por se extinguir quando os seus membros, com o Dr. Neves à frente, decidem aderir à Ditadura e ao Estado Novo, integrando a União Nacional onde terão, a par de alguns êxitos, vários contratempos provocados pelo grupo de que era mentor o Dr. Manuel José da Silva, que fora deputado democrático na I República. Mesmo assim, o Dr. Neves, embora intermitentemente, ainda tinha muito poder no período que vai até ao início da década de 40 do século XIX, chegando a exercer a chefia do distrito em 1934 como governador civil substituto. Figura política controversa desde os tempos da Monarquia em que pertencera ao Partido Regenerador, mas muito importante e poderoso, foi um clínico exímio e um notável cirurgião, com uma actividade “tão intensa quanto benemérita, pois fê-la abundosamente gratuita, até mesmo para quem podia pagar”4. Filantropo, legou o seu Palacete de Santana à Santa Casa da Misericórdia da Horta para nele se instalar uma Maternidade e um Lar para crianças pobres ali nascidas. Não sendo necessária a Maternidade, por, entretanto, haver sido preenchida essa valência no moderno Hospital é, actualmente e após indispensáveis obras, a Escola Profissional da Horta O Dr. Manuel Francisco das Neves nasceu nos Cedros em 22 de Fevereiro de 1870, casou com D. Maria Rodrigues Neves e faleceu, sem deixar descendência, a 4 de Junho de 1953. 1 “O Telégrafo”, 17 dezembro 1917, p. 2 2 “A democracia”, 17 dezembro 1917, p. 3 3 Idem, 22 Fevereiro 1919, p. 2 4 Greaves, Manuel – Correio da horta 6 Julho 1953, p. 2

Dor D` alMa Lucas da silva

N

o dia 29 de Outubro, faz um ano, que fomos abalados e sacudidos por uma violenta dor de alma, que quase nos fez sucumbi- a nossa Paula, no IPO, foi para a mesa de operações e pouco fizeram. No Hotel Roma-Lisboa, onde eu estava instalado, no quarto 107, o telefone toca, mal conseguia entender a minha irmã, que entre gritos, transmitia a triste notícia, solicitando que fosse para junto dela. Dei um grito, como um animal ferido de morte, fiquei com o peito em chamas, iminente de explodir, foi de tal forma violento, que a segurança do Hotel, abriu a porta do quarto e acorreu em meu auxílio. Seguidamente, telefonei para a família, no Faial, com uma calma aparente, ouvindo os seus gritos e lamúrias. Então, arranjei forças, para ir num táxi até ao IPO, encontrar-me com a minha irmã, que estava arrasada e coberta de lágrimas, uma Madalena ao pé da Cruz. Encontrei o Carlos, marido da Paula, destroçado e muito amargurado. Imaginei, como estariam os ausentes, no Faial, o pai e os tios avós, sem dúvida uns farrapos, apáticos e incrédulos. Tínhamos, também um problema, como seria o acordar da Paula, lógico, que iria nos questionar, a respeito da operação. O Carlos entrou primeiro, depois fui junto dela, ainda hoje não sei como consegui não chorar, chegando mesmo, a esboçar um pequeno sorriso. Seguiu-se um enorme período de sofrimento, luta titânica. Cheguei a uma dada altura a sentir revolta, por considerar-me impotente, perante esta macabra doença. Como uma Fénix, pássaro da mitologia Grega que, quando morria, entrava em auto combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas, assim foi a nossa Paula Cristina. Esta ave, com as cores sagradas, roxo, azul, vermelha, branco e dourado, não tem a sorte de ter companheiro, o que não aconteceu com a Paula, pois o carinho e dedicação do Carlos e de toda a família, muito contribuíram para o seu renascimento. Foram de uma primordial importância, os amigos, que felizmente, são muitos, que transmitiram o seu incondicional apoio, com fé nas suas religiões ou crenças. Um muito obrigado a todos, com um abraço do tamanho do mundo. Horta,2010/10/24


DEsPORTO

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I RALI fAIAL-ALém mAR maria José silva Foto: susana Garcia g Numa iniciativa do Clube Automóvel do Faial (CAF), realizou-se no passado fim-de-semana, o I Rali Ilha do Faial – Além-Mar. Uma prova que surgiu em boa hora, ou não tivessem as ilhas do Faial e do Pico, cerca de duas dezenas de carros de rali e pilotos com o “bichinho” na ponta do pé. Esta prova, extra-campeonato, contou com a presença de Ricardo Moura, como convidado de honra e, da lista de inscritos faziam parte nomes como Rui Torres, José Paula, Paulo Nóbrega, Paulo Costa, João Borges, entre muitos outros. A estrutura que a equipa dirigida por Mário Jorge Silva escolheu para o rali englobava passagens triplas por dois troços muito rápidos, para além da inédita superespecial citadina da Horta, que cativou inúmeros espectadores. Aliás, no Largo Duque de Ávila e Bolama, havia gente a ver os carros passar, como há muito tempo não acontecia. João Borges deixou vincado que em casa quem manda é ele e mostrou-se sempre dominador. A segui-lo bem de perto esteve sempre José Paula, mas um problema

João borges venceu e convenceu mecânico obrigou-o a encostar e Rui Torres acabou por ser o segundo classificado. Marco Silva, também faialense, foi o piloto revelação da prova. Ao volante do Saxo Cup superou Paulo Nóbrega que teve a braços com dificuldades de uma caixa de velocidades de série montada no Mitsubishi durante a véspera. Nota ainda para o belo Lancia Integrale de Hirondino Rosa, com um “cantar” fabuloso a fazer recordar outras eras, mas cujos problemas mecânicos impediram mais que a distante última posição da tabela. Ricardo Moura, campeão açoriano de ralis disse ao TRIBUNA DAS ILHAS que esteve no Faial no seguimento da política adoptada pelo Team Além-Mar, no sentido de promover a modalidade. Como seu copiloto esteve o responsável da Além- Mar Costa Martins. Sobre a prova em si, Ricardo Moura defende que não deverá integrar o Campeonato Regional de Ralis, “penso que a ideia de formar, em conjunto com o Pico e com São Jorge um campeonato do Triângulo é extremamente importante de

forma a se viabilizarem os pilotos e os seus investimentos. O Faial tem uma prova do regional que é muito boa e penso que não há espaço no nosso campeonato para a entrada de mais provas.” Moura destaca ainda a super-especial, classificando-a de “muito bem desenhada, é uma mais-valia para a modalidade, pois atraiu muito público. Para a próxima época Ricardo Moura vai representar a Região no campeonato nacional com a ambição de ganhar “ vamos fazer tudo para estarmos a 100% em cada rali”. O director de prova, Mário Paulo Silva, no final, mostrou-se satisfeito. À comunicação social disse que “o objectivo é dar o nosso melhor e ajudar a modalidade a crescer na ilha do Faial, com qualidade e sempre melhor”. Bento Leonardo, presidente do CAF também estava satisfeito com o resultado final: “penso que a reacção da população fala por si. Tínhamos muita gente a ver a especial, e todo o restante percurso. Penso que no futuro este rali vai ter ainda mais sucesso. As perspectivas são de que muitos

gRANDE PRémIO DOs AçOREs mX fAIAL 2010 maria José silva Foto: marla Pinheiro g É já no próximo domingo, dia 31 de Outubro, que o Faial recebe os grandes nomes do motocross regional e nacional, numa prova que vai decidir o campeão nacional de iniciados e que poderá ficar marcada, ou não, pelo abandono de Marco Garcia das lides motociclistas… É na Pista de Motocross dos Cedros, que se vai disputar o campeonato nacional e regional de iniciados, regional de elite e campeonato do Faial de elite. O molde da competição é idêntico ao que foi usado no ano passado que, pela primeira vez, introduziu uma vertente ambiental. Vamos ter 14 pilotos iniciados, com especial destaque para a luta entre Óscar Fernandez e Jorge Maricato. Na classe de elite, o cabeça de cartaz é Luís Ferreira, actual campeão nacional de todo-o-terreno. Apesar de Marco Garcia já ser o campeão regional em título, afigura-se uma luta interessante entre o piloto faialense e Nelson Ventura, que tem andado “colado” à sua mota. A apresentação da prova decorreu terçafeira, no Hotel do Canal. Roberto Ponte, do CAM, disse aos jornalistas que, “o facto do CAM organizar uma prova do nacional de iniciados é uma conquista que já vem do ano passado e é fruto de bastante trabalho que temos vindo a desenvolver pela modalidade no Faial e nos Açores.” Ponte sublinhou ainda que a pista dos Cedros foi também uma aposta ganha, por-

g Este sábado, no Pavilhão da Horta, o Fayal Sport e o Atlético jogam a última jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. Na segunda-feira, dia 1, as mes-

mais pilotos se federem e isso vai aumentar a competitividade.” Em Março próximo vai realizar-se o Rali do Canal. cLAssIFIcAçãO GerAL 1º João borges/sandro sousa| 2º rui Torres/Marco Martins| 3º Marco silva/Tânia silva| 4º Paulo nóbrega/Miguel Ângelo

5º Vanderley Ferraz/Marco Azevedo 6º Luís Vieira/bruno Machado 7º nuno Oliveira/Élio Medeiros 8º Emanuel silva/Jorge silva 9º João Ávila/bruno soares 10º José Andrade/Gilberto Andrade 11º Félio Leal/Emanuel Costa 12º Marco Goulart/hugo Goulart 13º délcio Correia/Marlene Pereira 14º hirondino rosa/Carla silva

EquITAçãO

titulo nacional de iniciados decidido na Horta

cavaleiros faialenses no campeonato nacional de Dressage

que é do agrado de todos, quer pilotos, quer assistência. Um dos objectivos do CAM é trazer ao Faial uma prova do Campeonato Nacional MX2. As verificações documentais e técnicas estão marcadas para as 09h00, começando os treinos livres em iniciados às 11h00 e a classe de elite começa a treinar às 11h45. A largada para a primeira manga está agendada para as 14h00. No final da conferência Marco Garcia respondeu a algumas questões dos jornalistas, e deixou claro que, “nestas provas do Faial, em que o CAM está envolvido na organização, não estou muito preocupado com os resultados mas sim com a segurança e em que tudo corra bem. Claro que vou lutar pela vitória, mas sei que não vou ter a tarefa fácil. O facto de estar a correr em casa pode ser uma vantagem, mas o nível

flamengos lidera campeontato da afH

competitivo é muito elevado, basta para isso ver a lista de inscritos.” Quanto às notícias avançadas sobre o abandono da modalidade, Marco Garcia não confirma, explicando mesmo que esteve reunido com os patrocinadores e “por uma questão de respeito decidi ponderar a proposta que me foi feita e em pouco tempo terei uma resposta definitiva. É uma modalidade muito dispendiosa, cada época é planeada por si…” Instado a pronunciar-se sobre os motivos que estiveram na base do anúncio do abandono das duas rodas, Marco Garcia disse que “o motocross é uma modalidade que exige dedicação a 100%. É uma forma de estar na vida. Nunca escondi que a minha ambição era ir muito para além do regional, durante 10 anos competi nos nacionais, mas chega a uma altura que é necessário fazer escolhas… e foi isso que aconteceu.”

g Hoje, amanhã e depois disputa-se em Arruda dos Vinhos a Final do Campeonato Nacional de Dressage. No evento estarão presentes quatro cavaleiros do Faial, um dos quais Diogo Quadrado, campeão em título no escalão de Iniciados. Quadrado, montando o Lord Zeus, participa pela quarta vez nesta prova. No entanto, estreia-se este ano a competir em Juvenis. Sofia Melo, que no ano passado arrecadou um quarto lugar nesta competi-

g Depois de um resultado menos positivo no Torneio de Abertura da AFH, onde não foi além do quarto lugar, o Futebol Clube dos Flamengos arrancou em força no Campeonato. No passado domingo foi à Lajinha vencer o Cedrense por 2-1. Esta vitória, a somar à alcançada na primeira jornada frente ao Desportivo da Feteira, isola os jogadores do Vale na liderança da tabela, com seis pontos. No outro jogo da jornada, o Fayal Sport foi às Canadinhas vencer a Feteira por 0-1. Os Verdes somam 3 pontos,

ção, monta o Senhor Apolo, e compete em Iniciados. Gonçalo Rosa e Viviana Rosa estreiam-se este ano no Nacional. Gonçalo monta o Wild Dancer e Viviana o Ondulado, e ambos competem em Juniores. De acordo com Ilídia Quadrado, que acompanha os jovens atleta, os objectivos da comitiva faialense são ambiciosos: “queremos obter os melhores resultados possíveis”, frisa, esperando regressar ao Faial com troféus na bagagem. MP

mas têm menos um jogo do que o Flamengos. O Lajense folgou nesta jornada, sendo que a equipa do Pico soma até agora 1 ponto na competição, tal como o Cedrense, que no entanto, tem um jogo a mais. O Feteira não conseguiu pontuar em nenhum dos dois jogos realizados. No próximo sábado, dia 30, o Fayal recebe o Cedrense na Alagoa a partir das 20h00. No domingo, o Lajense atravessa o Canal para jogar no Vale frente ao Flamengos, a partir das 14h30. MP

atlético e fayal defrontam-se este fim-de-semana torneio de abertura da afH de futsal mas equipas voltam a encontrar-se para disputar um jogo em atraso.

No passado fim-de-semana, o Flamengos perdeu com os alvi-

negros por 3-10. Os jogadores do Vale voltaram a cair na quarta-

feira, frente ao Fayal, que venceu o jogo por 10-4. MP


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AssOcIAçãO DE fuTEBOL DA HORTA AssINALA 80.º ANIVERsáRIO

eduardo Pereira chama a atenção para as dificuldades marla Pinheiro g No passado dia 21 de Outubro, a Associação de Futebol da Horta comemorou o seu 80.º aniversário. A principal “prenda” para assinalar esta passagem ao clube dos octogenários foi a inauguração da remodelação da sede, que se transformou num espaço mais moderno e condigno às actividades da associação. Com um custo de 40 mil euros, suportado em cerca de 75 a 80% pela Direcção Regional do Desporto e pela Federação Portuguesa de Futebol, esta obra já era ansiada há algum tempo, como frisou o presidente da AFH, Eduardo Pereira. No seu discurso no jantar de aniversário, que decorreu no restaurante Barão Palace, o dirigente aproveitou a ocasião para chamar a atenção para as dificuldades que o desporto rei enfrenta na Região, e mais concretamente no Faial. Para Eduardo Pereira, a principal dificuldade é a falta de recursos humanos, principalmente de dirigentes: “esperamos que seja publicado um novo e melhor Decreto Legislativo Regional sobre voluntariado e apoio aos diversos dirigentes desportivos, culturais, recreativos e pertencentes a organizações sociais”. Lembrando

maria José silva susana Garcia g O Clube Independente de Atletismo Ilha Azul (CIAIA) comemorou no passado sábado o seu 20.º aniversário. Duas décadas a marcar o atletismo faialense em várias disciplinas que a modalidade envolve. Quem não se lembra dos saltos em altura do Márcio Lima, dos belos sprints do Luciano Dutra, dos lançamentos do São João, dos saltos em comprimento da Susana Goulart? E quem diz estes diz muitos outros, como seja o Hugo Pacheco que começou no CIAIA e de repente já era juiz nacional de marcha e agora está no Conselho de Arbitragem da Federação Nacional de Atletismo… Verdade é que, há 20 anos, pelas mãos de Fernando Santos, o CIAIA nascia na Horta. Pelo clube já passaram centenas de atletas e agora, 20 anos depois, pela primeira vez na sua história, o CIAIA tem uma mulher aos comandos. Rute Cabral é a nova presidente do CIAIA e começou o seu mandato com a 21.ª milha urbana, prova carismática do atletismo local, que reuniu cerca de três dezenas de atletas. A prova teve início pelas 15h00 junto às portas do Mercado e percorreu as

que Rui Santos, actual vereador da Câmara Municipal da Horta, havia deixado esse compromisso quando ocupou o cargo de Director Regional do Desporto, o presidente da AFH fez votos de que o actual detentor do cargo se mantenha fiel à promessa. Eduardo salientou também que, apesar dos apoios governamentais, as diferentes políticas municipais de apoio aos clubes promovem desigualdades que prejudicam a sua actividade. Além disso, segundo o dirigente, é “urgente” que o Governo apoie os exames de medicina desportiva dos jogadores, já que estes são muito dispendiosos para os clubes, mas também muito importantes para as crianças e jovens futebolistas. Salientando a realidade arquipelágica dos Açores, Eduardo frisou as dificuldades financeiras com que a AFH e os clubes se vêem a braços para fazer deslocar as equipas inter-ilhas, principalmente quando tal implica viagens de avião. Os horários dos voos não ajudam, uma vez que fazem com que os jogadores tenham de permanecer nas ilhas onde vão jogar por vezes durante três dias. Além disso, o facto das Selecções serem compostas por jogadores de várias ilhas também implica custos acrescidos,

que não são tidos em conta nos apoios concedidos nesta área. As recentes alterações às medidas dos campos de futebol necessárias à realização de provas nacionais também colocam um problema grave neste momento. No caso do Faial, nenhum dos campos tem estas medidas, o que trará sérias dificuldades caso alguma das equipas da ilha suba à Série Açores na próxima época. “Precisamos de respostas claras do poder regional e municipal”, disse o presidente da AFH. A falta de pavilhões no Faial e no Pico é outro problema com que a AFH se depara, principalmente tendo em conta que se pretende ver crescer o futsal. “São os clubes que não conseguem horas para treinar e a associação que não consegue horas para os jogos oficiais”, desabafou Eduardo, que reiterou a importância de que rapidamente se possam utilizar os pavilhões dos Toledos e das Escolas Cardeal Costa Nunes e de São Roque, no Pico, e ainda os da Escola Manuel de Arriaga e de Castelo Branco, no Faial. “Outro problema sentido pela AFH é o facto de termos que pagar para que as nossas selecções possam treinar no Faial, facto que só acontece na nossa associação, pois

não possuímos qualquer campo municipal ou regional. No Pico, felizmente as Câmaras Municipais colocam os seus campos à nossa disposição”, disse o dirigente. Lembrando que a AFH é a associação de futebol mais pequena do país, mas a que possui maior percentagem de atletas federados per capita, Eduardo deixou claro que as dificuldades não farão esmorecer os objectivos da associação, que passam por aumentar o número de agentes desportivos nas ilhas da sua abrangência (Faial, Pico, Flores e Corvo), assim como investir na sua formação. Eduardo Pereira lamentou ainda a inactividade do Sporting da Horta na modalidade, principalmente pelo facto de se tratar

de um dos clubes fundadores da AFH. Vítor Medeiros, director do Serviço de Desporto do Faial, em representação do director regional do Desporto, interveio de seguida, frisando ter estado atento aos recados do presidente da AFH. No entanto, Medeiros reconheceu que por vezes “as soluções são difíceis de encontrar”, mas prometeu esforços nesse sentido. Também Rui Santos frisou que a Câmara Municipal da Horta vê na AFH uma parceira, e fez votos de que “o futebol no Faial siga em frente”. A última intervenção da noite esteve a cargo de Jorge Costa Pereira, presidente da Assembleia-geral da AFH, que deixou palavras de estímulo e motivação a todos os que colaboram com aquela Associação.

ciaia - 20 anos a marcar o atletismo

principais artérias da cidade. O primeiro atleta a cortar a meta foi Paulo Marques do CIAIA, com o tempo de 5m12s segundos, seguido de Rui Melo, com 5m32s. Em terceiro lugar com uma diferença de 6 segundos chegou José

Baptista. Em femininos, Letícia Melo foi a mais rápida, ao realizar a prova em 7.27 segundos. A segunda mulher a cortar a meta foi a veterana Carla Pereira do CIAIA, com um tempo de 8m08s.

Nos mais pequenos, destaque para Tatiana Melo, de 8 anos, que se classificou em primeiro lugar na classe de benjamins, e Pedro Henrique Garcia, o atleta mais novo em prova, que percorreu o percurso em 4m10s.

A cerimónia de entrega de prémios decorreu no Clube Naval da Horta e foi marcada pelo soprar de velas do bolo de aniversário e pela homenagem aos antigos presidentes e contou com a presença dos atletas, familiares e convidados.


NOTícIAs

Tribuna das Ilhas

o declínio das populações mundiais de cagarros em análise Assim que saem dos ninhos, os cagarros juvenis com apenas 3 meses de idade, fazem a sua primeira grande viagem de centenas de quilómetros pelo oceano Atlântico. Os cagarros vivem em grupo o ano todo, em terra e no mar, onde formam agregações denominadas “jangadas” ao final da tarde. Ocorrem muitas vezes em associação com golfinhos e atuns, beneficiando da sua presença para capturar o alimento no mar a pouca profundidade. de março a Outubro, de noite é possível ouvir um pouco por todas as ilhas dos Açores o interessante som dos cagarros de regresso às colónias. Parece-se com o coaxar de uma rã ou com o miar de um gato. texto e Fotos

maria José silva g Realizou-se na passada sexta-feira, no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, uma palestra subordinada ao declínio das populações mundiais de cagarros. A palestra foi conduzida pelo investigador Joel Bried, do DOP, que nos explicou que esta palestra versou, essencialmente, a dinâmica populacional dos cagarros dos Açores, na sequência de um estudo demográfico que foi levado a cabo em 2002 e que permite calcular as taxas de sobrevivência dos adultos e a fecundidade. A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar desenvolve anualmente a Campanha SOS Cagarro visando essencialmente alertar a população açoriana para a necessidade de preservação desta espécie protegida que nidifica nos Açores. A Campanha decorre nos Açores desde 1995, e tem como principal objectivo envolver as pessoas e entidades no salvamento dos cagarros juvenis encontrados junto às estradas e na sua proximidade.

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câMara MuniciPal Da Horta Gabinete Do PresiDente

JOeL BrIed O investigador destaca a importância dos Açores para a preservação dos cagarros

aViso seMana Do Mar 2011 A Câmara Municipal da Horta informa que está aberto, até às 17:00 horas do dia 3 de Dezembro de 2010, o período para apresentação de propostas ao concurso do “Cartaz Oficial da Semana do Mar 2011”. Mais se informa que o prazo para apresentação de propostas ao concurso da “Marcha Oficial da Semana do Mar 2011”, foi fixado até ao dia 29 de Janeiro de 2011. Os regulamentos poderão ser solicitados na recepção da Câmara Municipal da Horta, no horário normal de expediente ou, em alternativa, consultado em http://www.semanadomar.net/. Paços do Município, 18 de Outubro de 2010

Decorre entre 1 de Outubro e 15 de Novembro, período que coincide com a saída dos cagarros juvenis dos ninhos para o primeiro voo transoceânico, e está organizada em duas vertentes: a de Educação Ambiental e a de Conservação da Natureza. Sobre estas campanhas, Joel Bried diz ao TRIBUNA DAS ILHAS que: “são indispensáveis porque têm ajudado a reduzir a mortalidade de quase 93% das aves. É necessário continuar neste sentido e também apostar numa redução da poluição urbana. Se não fossem estas campanhas a população não estava tão desperta como está.” Este investigador diz que é importante preservar os cagarros porque são uma mais valia no que diz respeito à biodiversidade do arquipélago. “Os Açores têm a maior população de cagarros do mundo, com quase dois terços da população mundial. Se esta população algum dia desaparecer estamos perante uma catástrofe da biodiversidade e uma perda da dinâmica actual do ecossistema”. Como resultado do incremento acentuado de cagarros encontrados nas estra-

das principalmente nas “ilhas do Triângulo”, as brigadas nocturnas da Campanha SOS Cagarro já estão a actuar em força no terreno. Desde o início da Campanha (a 1 de Outubro) e até à passada sexta-feira, dia 22 de Outubro, tinham sido registados apenas 35 cagarros. Estes animais tinham sido contabilizados na sua maioria pelos vigilantes da natureza e alguns colaboradores que, ao longo destas primeiras semanas de campanha, saíram regularmente em patrulha de modo a monitorizar a saída dos cagarros dos ninhos. Durante o fim-de-semana, os registos mais que duplicaram, tendo sido salvos nos últimos dois dias mais de cinquenta cagarros. Face a este aumento súbito, alguns dos Serviços de Ambiente de ilha consideram estar no momento de iniciar o período de inclusão de colaboradores e voluntários nas acções de patrulha, já que os números encontrados justificam a participação de grupos organizados. Informação sobre as brigadas da Campanha SOS Cagarro e como participar será permanentemente actualizada no site oficial da Campanha SOS Cagarro.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA HORTA João fernando brum de azevedo e castro

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OPINIãO

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Tribuna das Ilhas

em tempo de crise…o bem da Psicologia

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Alzira silva

um tempo e num espaço atravessado por dificuldades complexas, desalentos e desesperança, inquietações e ansiedades, pressões e violências, enredados numa economia perturbada, em valores vacilantes e em transformações sociais incertas, há que resgatar equilíbrios. Na diversidade que nos enriquece, cada um de nós pode dar muito à sociedade, à nossa terra, a nós mesmos e às nossas famílias. Basta compreender e aplicar as virtualidades do movimento denominado psicologia positiva, introduzido há doze anos pela American Psycological Association. Esta psicolo-

gia, ao contrário das que a antecederam e que, grosso modo, procuravam patologias para curar, oferece uma nova abordagem às potencialidades humanas, estudando modos de dar um sentido à vida individual soltando as emoções felizes das pessoas e as condições e os processos que contribuem para a prosperidade dos indivíduos e das comunidades. Alguma formação ou, pelo menos, conhecimento de psicologia positiva certamente ajudaria muitos de nós e relevar os sentimentos mais agradáveis e as coisas boas da vida e a relativizar algumas tensões, acalmar alguns sobressaltos e até mesmo aliviar alguns azedumes.

Vêm estas considerações a propósito da percepção de que há quem se deixe ir nesta quase depressão colectiva e passe os dias a contaminar quem ainda consegue sair ileso da crise - muitas vezes não por falta de problemas mas por espírito positivo, de esperança, de fé, de confiança (como preferirem). São estes os antídotos mais assertivos para a crise, a par de uma atitude combativa a favor do que acontece de bom, particularmente nos Açores, onde temos um governo que nos amortece os efeitos de difíceis decisões nacionais e continua a governar pensando nos que têm menos possibilidades. É preciso, por vezes, fazer ouvidos moucos à onda de queixumes de quem afinal gosta

mesmo de passar a vida a queixar-se. Perdoem-me até a ousadia de pensar que há quem não tenha mensagem e, à falta dela, se foca no que A faz e no que B não faz; no que C diz e no que D deveria dizer; nos males do vizinho, porque não aceita olhar os seus; nas desgraças das nossas ilhas ou do nosso país porque não tem ideia nenhuma para as combater. A política, caros leitores, é uma missão nobre. Tal como todas as funções que são exercidas com seriedade e com responsabilidade. A forma como é exercida é que, por vezes, lhe retira a seriedade que, neste caso, corresponde a credibilidade. E ganhar credibilidade não passa por atacar o outro. Não passa por

usar linguagem deselegante nem por desferir acusações como se fossem pedras para atingir o adversário. As atitudes pertencem a quem as toma; as palavras são de quem as profere; as comparações ficam com quem as faz; e o povo na sua sabedoria infinita diz isso há séculos: cada um dá o que tem. Não poderíamos aproveitar as complexidades deste tempo e deste espaço e dar uma lição de trabalho, de união, de estímulo a quem dele precisa e de reconhecimento a quem o merece? Talvez a resposta fosse surpreendente… e confirmasse as recentes teorias da Psicologia Positiva! (alziraserpasilva@gmail.com)

energias renováveis off-shore o desemprego e os jovens Frederico cardigos

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m dos temas que mais interesse merece, neste nosso país milionário no que diz respeito ao oceano que o rodeia, é o investimento passível de ser realizado no alto mar. Por inerência à distância, profundidade e agressividade do meio, encontrar ideias compatíveis com o grande azul não é tarefa fácil. Tradicionalmente, pensa-se em mar como um associado imediato da pesca e, de facto, desde que bem gerida, é uma actividade que resulta em bons rendimentos e perpetuados no tempo. Outro dos benefícios da pesca, certamente o mais relevante, é proporcionar proteína íctia indispensável a uma boa alimentação. Nos Açores, desde há alguns anos, identificámos, muito por engenho do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, que a investigação científica associada aos montes submarinos e, principalmente, às fontes hidrotermais de grande profundidade são mais valias cuja promoção reverte para os Açores em conhecimento, presença de cientistas e acréscimo no movimento de técnicos pelas zonas portuárias. Hoje em dia, o porto da Horta é também um ponto de escala obrigatória para os grandes navios de investigação científica internacional. Temas como o estudo de cadeias tróficas em situação de pressão e poluição natural, a farmacologia, a remediação, a bioquímica, entre outros, estão na linha da frente graças ao empenho e competência dos nossos cien-

tistas e daqueles que nos visitam. Tirando estes dois temas (pescas e investigação científica), não é fácil falar em investimentos ao largo que sejam garantidos. Fala-se muito em exploração mineralógica, exploração arqueológica, mas nada parece ser consistente ou sério. No entanto, na última terça-feira estive num seminário em Lisboa que me deu uma perspectiva diferente no que diz respeito à exploração energética offshore. Num dia imparável, em que assistimos a 70 apresentações, com durações entre o minuto e meio e os quarenta, ficámos a conhecer grande parte das empresas (construção naval e civil, planeamento, projecto, segurança marítima, advocacia, disseminação, etc.), dos organismos administrativos, das autoridades marítimas, dos investigadores científicos e das organizações não governamentais que actuam em Portugal e cuja acção se cruza com estas temáticas. Cada uma apresentou um depoimento sobre o que conseguem fazer e o que gostariam de vir a fazer no mundo das energias offshore. Esta organização foi superiormente implementada pelo Wave Energy Centre, uma unidade de investigação onde trabalha a faialense Ana Brito e Melo, e a Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar. Para além da extensa informação, que levarei diversos dias a absorver e a mentalmente organizar na totalidade, fiquei com a nítida sensação que este é o momento de avançar com as ideias que têm estado a ser desenhadas nos últimos anos. Por um lado, temos carência de energia e, por outro, os desenvolvimentos tecnológicos parecem agora viabilizar economicamente e ambientalmente alguns pro-

jectos. As centrais eólicas do alto mar e a produção de energia com base nas ondas estão a ser alvo de um enorme investimento em diversos países. Portugal partiu na linha da frente, com um dos mais emblemáticos investimentos feitos na Ilha Montanha, mas hoje está claramente a perder o fôlego. Há que remotivar os diferentes parceiros que, como verifiquei, estão desejosos de investir, mesmo arriscando, para aproveitar as mais valias energéticas do nosso país, incluindo, claro está, as regiões autónomas. Como referia atrás, durante este dia, foi recorrente a referência à Central da Energia das Ondas do Pico. Uns porque participaram no planeamento, outros na construção, outros na montagem das turbinas grande parte das empresas privadas de Portugal assentaram o seu início na inspiração e nos ensinamentos dados por aquela estrutura. Tanto os sucessos como os insucessos, foram fulcrais para o amadurecimento da temática no nosso país. Caso não tivesse outro futuro, e felizmente parece ter, esta Central já tinha cumprido a sua missão de servir de plataforma para o estudo do aproveitamento da energia das ondas. Outros temas relacionados com utilização do potencial energético do mar, como o aproveitamento do gradiamento térmico marinho, as correntes de maré e a geotermia marinha ainda parecem estar numa fase mais embrionária. Não houve nesta conferência qualquer referência séria a estas hipóteses o que, quem sabe, poderá ser um excelente indicador para o surgimento de pólos de investigação e desenvolvimento com génese nos Açores...

ruben simas

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os últimos tempos, a taxa de desemprego tem subido acima da média comunitária, sendo de registar, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao segundo trimestre de 2010, que existiam nessa altura cerca de 590 mil desempregados, cerca de 10,6% de taxa, sendo que, mesmo assim, os Açores eram a região que melhor se apresentava, com 6,2% de desempregados, mostrando o contínuo esforço do Governo Regional em minimizar este tormento que atinge muitas famílias açorianas. O flagelo do desemprego abrange todos os níveis de escolaridade; no entanto, dados estatísticos recentes revelam que os cidadãos mais penalizados são os jovens licenciados que, segundo o Eurostat, chegam aos 22,2%, ultrapassando os 60 mil. Este panorama é dramático e deixa-nos com alguma desconfiança quanto ao futuro. Que expectativas poderão ter os jovens, relativamente a uma estabilidade social e financeira, a alcançar após a conclusão dos estudos? Esta questão é pertinente e por certo que muitas centenas de estudantes a colocam repetidamente.

O desemprego jovem deverá manter-se acima dos 20%, pelo menos até 2012. Algo de curioso e que merece reflexão é que Portugal está na cauda da Europa no que diz respeito ao grau académico da sua população, sendo um dado revelador o facto de 31% da população não concluir a escolaridade obrigatória. Como se justifica, então, que exista um número tão elevado de licenciados no desemprego? Será que existe articulação entre o Ensino Superior do país e as necessidades do mercado de trabalho? Relativamente a este tema, julgo premente a adopção de medidas urgentes no que diz respeito aos cursos leccionados nas universidades portuguesas. De uma vez por todas, é preciso analisar profundamente as necessidades existentes nos vários sectores da economia portuguesa e implementar cursos, adequados à realidade, que possam colmatar essas mesmas necessidades. O apoio e incentivo do Estado é fundamental, influenciando as Universidades a cooperarem para o desenvolvimento do país. Será fundamental, igualmente, a extinção de um vasto número de cursos sem perspectivas de colocação dos estudantes no mercado de trabalho, e que apenas contribuem para aumentar a taxa de desemprego nacional. Serão estas medidas assim tão complexas e de difícil exequibilidade?

Online

Quero destacar, por outro lado, a importância que o Ensino Profissional representa para a sustentação e desenvolvimento económico de qualquer país. Devem ser estabelecidas estratégias de desenvolvimento tendo em conta as necessidades reais do mercado de trabalho e, por outro lado, o Governo e as Escolas Profissionais devem funcionar em parceria para garantir a colocação de futuros profissionais, devidamente qualificados e habilitados para o exercício das suas funções. Ao contrário de outras realidades da União Europeia em que se verificou um enorme desenvolvimento dos países face à implementação do ensino técnico-profissional, Portugal apenas agora tem conseguido alcançar alguns dos resultados esperados. Isto, provavelmente, deve-se à tal falta de articulação que antes existia entre o Estado e as Escolas, resultando na formação de largas centenas de jovens cujo futuro profissional era encarado com muito pessimismo. Agora, porém - apesar da crise internacional instalada - permite saídas para áreas em que os jovens já têm uma noção mais realista do que os espera. Tudo isto faz-nos reflectir e pensar em milhares de jovens, com habilitações acima da média, e que se encontram no desemprego, enquanto o país tem falta de mão-de-obra habilitada e qualificada...


INfORmAçãO

Tribuna das Ilhas

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NOssA GeNte

utILIdAdes

secÇÃo Processo executiVo e tributÁrio Da Horta instituto De GestÃo De reGiMes De seGuranÇa social

PArtIrAm

FArmÁcIAs

Venda por Propostas em carta fechada / citação credores Desconhecidos Maria de Jesus Oliveira Correia Andrade, Directora do Centro de Prestações Pecuniárias da Horta. Faz saber que no dia 15 do mês de Dezembro de 2010, às 10h30, neste órgão de execução fiscal, sito na Rua D. Pedro IV, n.º 24, Matriz, 9900 – 111 Horta, se há-de proceder à abertura das propostas em carta fechada para venda judicial, nos termos do artigo 248º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), do bem adiante designado, penhorado a Renato Manuel Garcia Silva, com o NIF 103 766 952, casado no regime de comunhão de adquiridos com Noélia Maria Pires Medeiros, com o NIF 147 781 760, residentes em Estrada Nova, 23 B, Praia Almoxarife, 9900 – 451 Horta, executados no processo de execução fiscal n.º 2001200900006904, por dívidas de contribuições trabalhador independente à Segurança Social no valor total de 11.107,45 € (onze mil cento sete euros e quarenta cinco cêntimos) sendo 7.448,82 € de quantia exequenda e 3.618,63 € de acréscimos legais sem prejuízo de ulterior liquidação. beM PenHoraDo Verba única – Veículo automóvel com a matrícula 29-BA-65, marca MITSUBISHI, modelo Z30 COLT 1.5 DI-D INVITE PACK 3, ligeiro de passageiros a gasóleo, 1493 cm cilindrada, 5 lugares, cor cinzento e outra, de Dezembro de 2005, à data da apreensão com 83599 Kms, em estado de uso, com o valor base de licitação 6.209,00 € (seis mil duzentos e nove euros). É fiel depositário Hélia Maria Ferreira Serpa, Chefe de Divisão do Centro de Prestações Pecuniárias da Horta, que deverá exibir o veículo no serviço a qualquer potencial interessado, dias úteis das 08h30 às 16h00 ou em horário a combinar. VenDa A venda será realizada por meio de propostas em carta fechada. Não são admitidas propostas inferiores ao valor base de licitação supra mencionado. As propostas poderão ser entregues pessoalmente ou enviadas pelo correio dirigidas ao Coordenador da Secção de Processo da Horta, devendo dar entrada até ao dia e hora designados para venda e conter a designação da verba, do veículo, o preço oferecido, bem como a identificação clara do proponente, através do nome, morada ou sede, n.º de contribuinte e assinatura, devendo ser inseridos num segundo envelope fechado, em cujo exterior deverá ser mencionado o seguinte: Secção de Processo da Horta - Proposta em carta fechada referente ao processo execução fiscal n.º 2001200900006904. As propostas serão abertas no dia e hora designados para venda e a ela poderão assistir os proponentes, os reclamantes e quem puder exercer o direito de preferência ou remissão, devendo comprovar a sua identidade ou poder com que intervêm. Declara-se ainda que, se o preço mais elevado for oferecido por mais um proponente abrir-se-á logo licitação entre eles, salvo se declararem que pretendem adquirir o bem em compropriedade, se estiverem presentes. Estando presente um só dos proponentes do maior preço, pode este cobrir a proposta dos outros. Se ausentes ou não pretenderem licitar, proceder-se-á a sorteio. No acto da venda deverá ser depositada a importância de 1/3 (um terço) na Tesouraria da Secção de Processo da Horta, e nos quinze dias imediatos os restantes 2/3 (dois terços), com excepção dos casos em que forem exercidos os direitos de preferência ou remissão, em que será obrigatório o depósito imediato da totalidade do preço (art. 896º e 912º do Código de Processo Civil). Ao valor da venda acresce o Imposto Valor Acrescentado que se mostre devido, a liquidar à taxa legal em vigor. citaÇÃo Faz ainda saber, nos termos do art. 239º e 242º do CPPT, que correm éditos de 20 dias contados à data da segunda publicação deste anúncio/edital, citando os credores desconhecidos e sucessores não habilitados dos preferentes, para no prazo de 15 dias, posterior ao dos éditos, virem reclamar os seus créditos que gozem de garantia real sobre o bem penhorado supra mencionado.

anúncio / eDital

• no passado dia 23 de Outubro, faleceu no hospital da horta, com 90 anos de idade, Filomena zulmira dutra, natural e residente na Freguesia dos Flamengos. A extinta era viúva de José silveira Trombas e deixou de luto o seu filho José Manuel Trombas casado com heldera Trombas. Filomena zulmira deixa ainda oito netos: José Manuel Trombas; Elmano Trombas, residentes nos Estados unidos da América, Maria da Luz Trombas, Paulo Trombas, Márcia Trombas, hélder Trombas, dário Trombas e César Trombas, também ambos residentes nos Estados unidos da América e 15 bisnetos.

FOrAm eLeItOs CLubE IndEPEndEnTE dE ATLETIsMO ILhA AzuL no seguimento aos estatutos desta Clube realizou-se no passado dia 1 de Outubro Assembleia Geral. Entre vários assuntos procedeu-se a eleição dos novos corpos dirigentes para o biénio 2010/2012 que ficou constituído da seguinte forma: cONseLhO FIscAL: Presidente: Olga Marques Vice-presidente: José rodrigues Vogal: nelson Andrade

hOJe e AmANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 de 31 de OutuBrO A 5 NOVemBrO Farmácia Correa 292 292 968 emerGÊNcIAs -FAIAL i h p o ~ m i i

número nacional de socorro 112 bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 96 323 18 12 Protecção Civil - 295401400/01 Linha de saúde Pública 808211311 Centro de saúde da horta 292 207 200 hospital da horta 292 201 000 trANsPOrtes - FAIAL

jsATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380 meteOrOLOGIA

AssemBLeIA GerAL Presidente: humberto Pacheco Vice-presidente: Carlos Machado Vogal: nuno Pacheco dIrecçãO Presidente: rute Cabral secretário: Verónica Medeiros Tesoureiro: João oliveira Vogais: Ivo Cristo e Letícia Melo

AGeNdA

GruPO ceNtrAL

cINemA

hOJe e AmANhã Filme 21h30 “Presente de morte” - no Teatro Faialense hortaludus

hOJe Períodos de céu muito nublado. Aguaceiros fracos, especialmente para a tarde. Vento noroeste fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h, rodando para oeste e soprando temporariamente moderado (20/30 km/h). Mar cavado. Ondas noroeste de 3 metros, aumentando para 4 metros. AmANhã Períodos de céu muito nublado, com boas abertas para a tarde. Aguaceiros fracos e pouco frequentes. Vento oeste fresco a muito fresco (30/50 km/h) com rajadas até 60 km/h, rodando para noroeste e tornando-se moderado (20/30 km/h). Mar cavado a grosso. Ondas noroeste de 3 a 4 metros.

Horta em 18 de Outubro de 2010. A Directora, Maria de Jesus oliveira correia andrade

dOmINGO Períodos de céu muito nublado, com abertas. Aguaceiros fracos. Vento noroeste bonançoso a moderado (10/30 km/h), rodando

eVeNtOs

Segunda publicação na Edição n.º 439 de 29 de Outubro, Sexta-feira, do Jornal “TrIBunA dAS IlhAS”.

ViDente - MeDiuM - curanDeiro

Até 31 JANeIrO 2011 cONcursO de FOtOGrAFIA - “20 ANOs, 20 ActIVIdAdes” - comemorações do 20.º Aniversário da Associação de Andebol da Ilha do Faial Organização: Associação de Andebol da Ilha do Faial

esPecialista eM ProbleMas De aMor telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

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de 19 de OutuBrO A 5 de NOVemBrO seg. a sex. das 09h00 às 19h00- sab. das 09h30 às 12h00 - exposição - craig c. melo - Prémio Nobel da medicina e Filosofia em 2006 Biblioteca Pública e A.r.J.J.G. nOrganização: Governo dos Açores, direcção regional da cultura seGuNdA-FeIrA – 1 NOVemBrO 2010 21h30 - A música que nos une de even Paker trio - Jazzores 2010 Organização: teatro micaelense e Açores, região europeia’ 1

cheFe de redAcçãO: Maria José silva redAcçãO: susana Garcia e Marla Pinheiro FOtOGrAFIA: Carlos Pinheiro

estrada Dr. João abel de freitas, 38 b 9050-012 FIchA

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