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ANdebOl

AAIF OrGANIzA V ClINIC PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIreCTOr: MANuel CrISTIANO beM 4 NÚMerO: 464

29.abril.2O11

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

O pi n iãO PÁGINA 1O

arMando aMaral dO lIVrO

de

JOãO luíS

Os Verdes da Alagoa PÁGINA 12

Berto Messias

Portugal não é uma folha de excel PÁGINA 1O

Fernando Guerra

(des)Igualdades PÁGINA 12

Genuíno MadruGa

leI dAS FINANçAS reGIONAIS TeM que Ser CuMPrIdA

AçOreS SerãO PreTerIdOS PelA CrISe

MAr AçOrIANO

Ilha Graciosa PÁGINA 14

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José arMas triGueiro FlOreNTINO que Se dISTINGuIu

José António Nunes Gomes Silva

(1946-1989)

Artista Teatral e Cineasta emigrado no brasil PÁGINA 12

Maria Patrão neves

Investir na proximidade PÁGINA 14

Parque natural do Faial

Perímetro da Caldeira

TransporTes aéreos

Novas tarifas de excesso de bagagem da SATA causam contestação g Até ao dia 13 de Abril, viajar com excesso de bagagem na SATA implicava o pagamento de 1,60 euros por cada kg a mais transportado. Agora, o preço passou para 7 euros/kg; um aumento de 437,5%, que surpreendeu e desagradou muitos passageiros, entre os quais uma estudante corvina que falou ao TrIbuNA sobre esta situação. O aumento já motivou por parte do PSd/Açores o envio de um requerimento à Assembleia regional, para aferir se o Governo dos Açores pretende intervir. O porta-voz da SATA justifica a medida com a subida do preço dos combústiveis. PÁGINA O2

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em DesTaque

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eDITorIaL

riquezaS dO Mar

g Para nós, ilhéus do meio do oceano, o mar é o elemento ambiental com uma maior presença e influência no nosso espírito e nas nossas vidas. é esse mar azul que durante as nossas ausências, ocasionais ou permanentes, por outras terras, mormente por aquelas que se situam no interior dos continentes – é esse mar, extensão de águas salgadas e movediças, o meio natural que mais permanece na nossa lembrança, despertando quase sempre uma funda saudade. Mas o nosso mar não é apenas um motivo de exploração poética ou de base para a ficção literária. é ele que, sem separar ou afastar as ilhas, constitui um factor de união e de ligação entre as terras circundantes que, retalhadas pelas forças vulcânicas, formaram os arquipélagos, cujas comunicações internas se fizeram sempre, ao longo da história, através da larga “planura líquida” marinha – um enorme espaço que ainda hoje é a “estrada” da movimentação dos transportes de pessoas e bens em grande escala. o mar é também ainda hoje – como em todos os tempos – para os açorianos, uma rica fonte de produtos alimentares de consumo local e para exportação, com efeitos directos e indirectos extremamente positivos, na economia da região. e só é lamentável e incompreensível que há anos atrás, em cumprimento de uma norma comunitária, com intenções de certo modo nebulosas, se tenham abatido nos açores dezenas de “traineiras” das frotas de pesca regionais, embora num regime de subsídio ao acto da destruição. Para além das pescas de maior ou menor dimensão, nos nossos dias o mar adquiriu outras valências no campo desportivo e recreativo que se enquadram na actividade turística: a vela e as modalidades náuticas em geral, os passeios de barco, a observação de baleias e golfinhos, o mergulho e as visitas ao mundo submarino. valências que correspondem a actividades em tempo de férias e ocasiões de lazer. Mas as maiores riquezas que o nosso mar guarda e oferece estão – dizem os entendidos – nas grandes profundidades e nas plataformas submarinas ao longo das costas das nossas ilhas e do continente português, bem como nos extensos baixios ou nos colossais “bancos” de lavas submersas, que encerram incalculáveis valores em compostos químicos e microrganismos, portadores de importantes benefícios para a humanidade. todos estes autênticos “tesouros” do mar que cobre e envolve as plataformas de Portugal continental, açores e Madeira foram falados e debatidos na conferência recentemente realizada em cascais, por iniciativa do jornal “expresso” e da caixa Geral de depósitos, a qual foi presidida pelo chefe de estado e reuniu 300 personalidades ligadas ao sector marinho, entre os quais o director do doP da universidade dos açores um assunto que então comentámos e que o país e os açores não podem perder de vista.

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TransporTes aéreos

aumento de 440% pelo excesso de bagagem na Sata provoca contestação Até ao passado dia 13 de Abril, viajar com excesso de bagagem na SATA implicava um pagamento de 1,60 euros por cada kg a mais transportado. Agora, o preço aumentou para 7 euros/kg. Contas feitas, trata-se de um aumento de 437,5%, que surpreendeu muitos passageiros, que vêem nesta subida vertiginosa do custo do excesso de bagagem motivos de contestação. esta situação já motivou por parte do PSd/Açores o envio de um requerimento à Assembleia regional, no sentido de saber se o Governo dos Açores pretende “intervir nesta matéria junto da SATA – Air Açores”.

Marla Pinheiro g Beatriz Cardigos é natural do Corvo, e frequenta o ensino secundário no Faial. Quando regressou à Horta depois das últimas férias da Páscoa, viu-se confrontada com este aumento nas tarifas do excesso de bagagem, que foi aplicado também no que ao transporte de animais diz respeito. Beatriz costumava viajar com o gato, a sua companhia para os dias que passa longe da família e da sua ilha, no entanto, com este aumento de preços, o animal passaria a pagar mais do que a própria Beatriz para viajar para o Faial a bordo da SATA: “os animais também pagam consoante o peso, e eu teria de pagar por sete quilos, ou seja, 49 euros. A este preço acresce a taxa a pagar para que o animal viaje no porão. No total, a viagem do meu gato custaria 79 euros”, refere. A jovem estudante classifica esta situação de “roubo” e considera

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que, com esta atitude, a transportadora aérea açoriana não cumpre as obrigações de serviço público a que está sujeita. Serviço público esse que, no que diz respeito às viagens no interior da Região, é financiado pelo Proconvergência Açores. Para Beatriz, esta medida “não serve a convergência, serve sim a divergência entre as ilhas”. “Para os habitantes das Flores e do Corvo, o avião não é um meio de transporte especial; é o único meio de transporte para ir para outras ilhas”, lembra. Tendo isso em conta, esta corvina frisa que não são apenas os estudantes que frequentemente viajam com muita bagagem. Quem também não gostou desta subida vertiginosa do custo do excesso de bagagem foi o grupo parlamentar do PSD/Açores. De acordo com o deputado jorgense Mark Marques, este aumento é “escandaloso”. Para os socialdemocratas, esta situação é altamente penalizadora, principalmente para as pessoas das ilhas mais pequenas que por vezes se vêem obrigadas a deslocar-se a outras ilhas por grandes períodos de tempo. Para Mark Marques, esta situação prejudica principalmente as

pessoas residentes nas ilhas mais pequenas, que não possuem hospital, e são obrigadas a deslocarem-se para o hospital de referência. Grávidas e doentes, “que tem de permanecer por vezes várias semanas em outra ilha”, têm de levar consigo mais bagagem, lembra o deputado, para quem os novos preços irão penalizar também os emigrantes, que “trazem sempre bagagem em excesso”, e “terão de pagar fortunas para chegar à sua ilha de origem”. A estes, juntam-se os professores e os estudantes, que também se vêem obrigados a viajar com muita bagagem. Os social-democratas entendem que esta situação é ainda mais estranha pelo facto dos novos aviões DASH da transportadora aérea açoriana terem mais capacidade de carga que os antigos ATP. Por estas razões, o PSD enviou um requerimento à Assembleia Regional onde pede explicações ao Governo dos Açores, nomeadamente se este pretende “intervir nesta matéria junto da SATA – Air Açores, para que seja feita justiça para os habitantes das ilhas mais pequenas”. De acordo com o porta-voz da SATA, esta subida tão expressiva do custo do excesso de bagagem na

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transportadora açoriana prende-se com o aumento também exponencial do preço do petróleo. Ao TRiBuNA DAS ilHAS, José Gamboa frisou que o combustível representa o custo mais expressivo para o sector da aviação, e a escalada do preço do barril de petróleo – que em 2010 custava 75 dólares, passando a custar 127 dólares em 2011-, levou a que a SATA se procurasse “ajustar à situação”. Além disto, Gamboa adiantou que esta decisão da companhia vem também na sequência de uma recomendação da iATA (Associação internacional de Transporte Aéreo), que aconselhou a que, nesta matéria, a taxa fosse uniformizada pelo valor mais alto praticado pelas companhias a operar na Região. O porta-voz da transportadora aérea açoriana salientou que este aumento se aplica apenas ao excesso de bagagem, e que cada passageiro continua a ter direito a transportar 20 kg. Gamboa reconhece que, em determinadas circunstâncias, os passageiros das ilhas mais pequenas se vêem obrigados a viajar com mais bagagem do que aquela que podem transportar, no entanto refere que, neste momento, a SATA não pondera qualquer tipo de excepção a estas novas franquias.

[desce]

CONCerTOS

HAbITAçÕeS deGrAdAdAS

g Mais uma vez a quadra festiva da Páscoa foi marcada, na

g como toda a gente sabe, na zona baixa da cidade da Horta há uma série de casas de habitação desocupadas e já de certo modo degradadas por efeitos do tempo. e o pior é que o problema é bastante complexo devido à grande dificuldade de financiamentos por parte dos respectivos proprietários, posto de lado o recurso aos empréstimos bancários, nesta situação de crise bastante onerosos. trata-se, pois, de um grave problema que está a afectar as áreas centrais e mais antigas das cidades portuguesas, como nos dizia há dias uma pessoa amiga que vive no continente.

cidade da Horta, por concertos de música erudita que atraíram a população local…com o patrocínio da cMH e da cciH, esses concertos mereceram – segundo impressões colhidas – o total agrado das numerosas assistências. a actuação da orquestra Horta-camerata, na noite do domingo de Páscoa, na igreja de são Francisco, com obras de schubert e de Beethoven, sob a direcção artística de Kurt spanier, foi mesmo um êxito, a provocar vibrantes aplausos. Mais uma prova de que a Horta não parou no tempo…


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Castelo Branco vai ter Centro Cívico g A freguesia de Castelo Branco vai ter, em breve, um Centro Cívico. Instalado na Ladeira da Igreja, este centro vai vai per-

mitir albergar a Sociedade Filarmónica Euterpe de Castelo Branco, assim como o Grupo Coral de Santa Catarina assim como uma valência de ATL, para além de permitir a sua utilização por outras instituições da freguesia. De acordo com uma nota informativa enviada à nossa redacção, a Câmara Municipal da Horta vai apoiar a construção do Centro Cultural e Recreativo de Castelo Branco. O apoio, aprovado na última reunião da autarquia, traduz-se na cedência de um prédio urbano na Ladeira da Igreja, à Junta de Freguesia de Castelo Branco, para implantação do centro, com a área de 1.452 metros quadrados. proTocoLos enTre a auTarquIa e assocIações

apoios da Câmara Municipal às associações do concelho caem 11% em relação a 2010 Marla Pinheiro g A Câmara Municipal da Horta celebrou na passada segunda-feira protocolos de cooperação com associações do concelho com intervenção de âmbito filantrópico, social, desportivo e cultural. Ao todo, são 46 as instituições a usufruir destes protocolos com o município no decorrer deste ano. No total, foram 390270 euros concedidos pela autarquia no âmbito deste protocolo, quantia que representa menos 11% da verba dispensada em 2010. Como explicou o presidente da Câmara Municipal da Horta, o objectivo é estabilizar este valor em relação ao próximo ano, no entanto, o actual cenário de dificuldades pede cautela e, acima de tudo, capacidade de antecipação: “é preciso precaver o futuro, que será condicionado. Temos de antecipar as restrições de cariz financeiro que nos irão atingir”, considerou João Castro. Na sua grande maioria, os protocolos agora celebrados visam obras nas sedes sociais, aquisição de equipamentos, acções de formação, entre outros projectos de índole extraordinária. Para João Castro, é essa a g Na passada quarta-feira, ao início da tarde,uma viatura caiu ao mar no cais do porto comercial da Horta, junto às bombas de abastecimento de combustível. O automóvel era conduzido por uma mulher de 52 anos, que foi resgatada da viatura submersa pelo mergulhador Norberto Serpa. A acidentada foi assistida no local pelos bombeiros voluntários, tendo sido posteriormente transportada para a unidade de Cuidados intensivos do Hospital da Horta. O automóvel foi retirado da água com uma grua. De acordo com um comunicado da Polícia Marítima da Horta enviado às redacções pouco depois da ocorrência, foram desencadeadas as averiguações necessárias ao apuramento das causas deste acidente.

Associações do Conselho Autarquia assinou mais de 40 protocolos com associações Filantrópicas, Culturais e desportivas

lógica que cada vez mais deve reger esta parceria entre município e associações, já que o ideal é que estas consigam garantir o seu funcionamento normal com meios próprios. No entanto, reconheceu que sem o apoio da autarquia, projectos extraordinários e que requerem investimentos mais elevados ficariam fora do alcance destas associações. O edil apelou ainda a que as associações procurem também

outros tipos de apoios, como os concedidos pelo Governo Regional. João Castro reconheceu que a celebração destes protocolos representa “um grande esforço” da autarquia, no entanto considerou que o trabalho das associações do concelho é “motivo de orgulho”, e reforçou a importância do movimento associativo na ilha, “fundamental nas dinâmicas sociais que aqui se geram”.

automóvel cai ao mar na doca da Horta

[aconteceu] SISMO de MAGNITude 3.4 SeNTIdO NO FAIAl g de acordo com o instituto de Meteorologia foi registado no dia 27 de abril, pelas 22h13, nas estações da rede sísmica do arquipélago dos açores, um sismo de magnitude 3.4 (richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 40 km a oeste do capelo. este sismo, de acordo com a informação disponíve, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima iii (escala de Mercalli modificada) na região de Feteira. reuNIÕeS TéCNICAS dA PlATAFOrMA IdeIA NO FAIAl g a secretaria regional da ciência, tecnologia e equipamentos realizou quinta-feira, pelas 14h30 uma sessão técnica para promover a implementação da directiva comunitária inspire na região (directiva n.º 2007/2/ce, do Parlamento europeu e do conselho europeu, de 14 de Março), no âmbito da Plataforma ideia, infra-estrutura de dados espaciais interactiva dos açores. este roteiro esclarecimento da implementação da directiva pretende descentralizar e garantir formação aos técnicos das diferentes ilhas do arquipélago. a directiva insPire, o sistema de referência e os Metadados são as temáticas abordadas durante os encontros. MArCA “bIOSFerA AçOreS” APrOVAdA PelO GOVerNO reGIONAl g o regulamento da marca “Biosfera açores” já foi aprovado pelo Governo dos açores. o manual de procedimentos e o modelo de declaração, que constituem a portaria foi publicada esta semana em Jornal oficial. Álamo Menezes, secretário regional do ambiente ao regulamentar esta marca pretende realçar os factores distintivos da região, tais como a biodiversidade e geodiversidade de excelência, a calma e natureza inexplorada, a vida marítima, a diversidade de ilhas e paisagens, e produtos locais. no seu entender, permite-se colocar esta “Marca” ao serviço do incremento da atractividade do produto “turismo da natureza” e do destino açores, contribuindo para implementar uma estratégia que vise o desenvolvimento sustentável deste destino turístico. Álamo Meneses considera que “os açores são uma realidade única de beleza natural e preservação ambiental” e a atestar esse facto está a recente distinção das “reservas da Biosfera” para as ilhas do corvo, Flores e Graciosa, bem como o destaque dado ao destino por vários especialistas em turismo da natureza.

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[vai acontecer] WOrkSHOP de GOlF rÚSTICO g realiza-se de 30 de de abril a 1 de Maio, no Faial, um Workshop de Golf rústico. organizado pela câmara do comércio e indústria da Horta, este workshop vai ser orientado pelo professor Pedro nascenso. a formação vai abordar temas tão vastos do golfe rústico como o jogo comprido, o jogo curto, o jogo no campo e os trouble shots WOrkSHOP de eSCrITA CrIATIVA g vai realizar-se nos próximos dias 3 e 4 de Maio, no âmbito do programa da décima oitava edição dos encontros Filosóficos, um workshop de escrita criativa. denominado de “escrever com os cinco sentidos”, este workshop será ministrado por Paula vazquez entre as 16.30h e as 19.30. CONSelHO reGIONAl de bOMbeIrOS reuNe NO PICO g o conselho regional de Bombeiros reúne a partir de amanhã, nas lajes do Pico. a sessão de abertura do encontro será presidida pelo secretário regional da ciência, tecnologia e equipamentos. este órgão de aconselhamento, que reúne ordinariamente uma vez por ano, é constituído pelo serviço regional de Protecção civil e Bombeiros dos açores, pela Federação de Bombeiros dos açores, pelos dezassete representantes das direcções das associações Huma-nitárias de Bombeiros voluntários (aHBv) da região e respectivos comandantes dos corpos de bombeiros. em cima da mesa estarão a debate questões como a análise do sistema de transporte terrestre de doentes; a aplicação do regulamento de condições Mínimas dos tripulantes de ambulância das aHBv; a formação dos bombeiros; análise dos indicadores estatísticos de serviços de 2010 e outros assuntos de interesse dos conselheiros. Precedem o conselho regional de Bombeiros uma reunião dos representantes das aHBv, relativa à situação administrativa das corporações, e uma reunião de comandantes dos corpos de bombeiros, que se debruça sobe a situação operacional. o último conselho regional de Bombeiros decorreu em Março de 2010, em Ponta delgada.


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noTícIas

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Termas Do VaraDouro Maria José Silva g Os deputados regionais do PSD/Faial juntaram-se na manhã de quinta-feira junto às Termas do Varadouro para “mais uma vez” denunciarem o facto daquele espaço estar votado ao abandono. Os sociais-democratas acusaram o Governo regional de dualidade de critérios no que às Termas da Região diz respeito e deram como exemplo as recém-recuperadas Termas do Carapacho e da Ferraria que, como se sabe, foram alvo de beneficiação através da sociedade “ilhas de Valor, SA”. De acordo com luís Garcia, o Grupo Parlamentar do PSD endereçou um requerimento ao Executivo açoriano, versando esta questão, uma vez que as Termas do Varadouro são, no entender de

PSd faial acusa Governo de dualidade de critérios Garcia, “um investimento reprodutivo que tem, à semelhança de outros investimentos reprodutivos no Faial, sido adiado.” luís Garcia entende que “numa região onde o turismo de bem-estar é eleito como uma estratégia de desenvolvimento, não se admite que as Termas do Varadouro estejam neste estado de abandono e degradação.” Saliente-se ainda que a Câmara Municipal da Horta, em Novembro de 2007, suspendeu o Plano Director Municipal naquela zona, por forma a permitir a concretização da reabilitação das Termas, com um projecto que incluía ainda a construção de um Hotel SPA. Mais tarde, em 2009, o Governo, em parceria com o iNOVA, lançou um novo projecto visando potenciar o termalismo nos

Açores (TERMAZ), no qual estava incluído o processo de construção das Termas do Varadouro. Perante estes factos, os socialdemocratas, no requerimento enviado ao Executivo, querem saber em que consiste esse projecto, para quando a sua concretização e se existe ou não algum privado interessado neste negócio. O documento questiona ainda o Governo dos Açores sobre o resultado das recentes análises efectuadas às águas das Termas. Recorde-se que as Termas do Varadouro, cujas águas sulfurosas foram descobertas em 1868 e eram consideradas das melhores do País para o tratamento de doenças reumáticas e de pele, estão fechadas há muito tempo.

Primeira feira da Saúde g Numa iniciativa da Junta de Freguesia da Matriz e da Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa, realiza-se nos dias 13, 14 e 15 de Maio, a 1.ª Feira da Saúde do Faial. Esta feira decorrerá na sala polivalente da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça e, de acordo com informações a que TRiBuNA DAS ilHAS teve acesso, trata-se de um evento com um

conceito inovador sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida, divulgando e promovendo comportamentos saudáveis. Esta Feira da Saúde, que a organização pretende que seja de cariz anual, tem como objectivo ainda a promoção e divulgação dos produtos e serviços oferecidos, quer pelo tecido empresarial do Faial direccionado para o mercadoda saúde e do bem-estar, mas também

organismos públicos ou privados de saúde. Este certame vai ainda proporcionar ao público a possibilidade de ter conhecimento de métodos de prevenção para a saúde existentes na ilha, produtos tradicionais e alternativos, bem como técnicos especializados para as necessidades específicas de cada um e como podem chegar até eles.

aViSO A Câmara Municipal da Horta torna público que no seguimento de uma antiga tradição, vai promover a celebração de uma Missa na Capela do Cemitério Municipal do Carmo, pelas 10H00, do próximo dia 1 de Maio. Mais informa que no dia 30 de Abril, o mesmo estará aberto ao público das 09H00 às 17H00 e no dia 1 de Maio das 08h30 às 17h00. Paços do Município, 20 de Abril de 2011 O Presidente da Câmara João fernando brum de azevedo e Castro

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XVIII enconTros FILosóFIcos arrancam seGunDa-FeIra

educar pelas artes dá o mote à reflexão Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g A Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) prepara-se para receber, como já é tradição, os Encontros Filosóficos, que este ano vão na sua 18.ª edição. Desta feita, estes encontros pretendem reflectir sobre as questões da criatividade, da inovação e do empreendedorismo ligadas ao ensino, e, principalmente, sobre o papel das artes na tarefa de educar. Nesse sentido, estão agendadas várias mesas de discussão sobre esta temática. Segundo o Grupo de Filosofia da ESMA, responsável pela organização dos Encontros, o cenário actual torna pertinente uma reflexão sobre estas questões: “vivemos actualmente um período difícil, com uma situação económica conturbada e acreditamos ser este o momento de repensar colectivamente o papel da imaginação na formação das pessoas tal como relevar a importância das ideias para colocar em marcha atitudes empreendedoras”, consideram. Esta edição dos Encontros Filosóficos traz à Horta várias contribuidores importantes para a reflexão. São esperados o director do iACAT- instituto de Criatividade aplicada, da universidade de Santiago de Compostela, a professora Paula Vazquez , da mesma universidade e o professor Tomás Mottos, da universidade de Valência, bem como os escritores Valter Hugo Mãe e Miguel Castro Caldas, o pianista João Paulo Esteves da Silva, entre outros. O objectivo da organização passa por conseguir uma envolvência de toda a comunidade. Este ano, o projecto cres-

ceu também em ambição, implicando mais gastos na sua concretização. Com um orçamento de cerca de 6500 euros, estes Encontros Filosóficos contaram com o maior número de parceiros de sempre: à Câmara Municipal da Horta juntaram-se a Câmara do Comércio e indústria da Horta, a Associação de Agricultores, o Jornal "Fazendo" e o Teatro de Giz.

MeSAS de dISCuSSãO PArA reFleCTIr A eduCAçãO PelAS ArTeS Na próxima sexta-feira, dia 6 de Maio, o Auditório da ESMA recebe, a partir das 21h30, um debate subordinado ao tema “Para quê inventar ficções?”, onde participarão Maria Antónia Jardim, Aurora Ribeiro, Ana Nobre e David Prado Diez, bem como Maria do Céu Brito, enquanto moderadora, e Eugénio leal, que presidirá à mesa. No dia 7, as mesas de discussão serão dedicadas à música, às artes gráficas e performativas e às palavras: De manhã, pelas 10h00, na Biblioteca Pública, reflectir-se-á sobre até onde a música nos pode levar. A mesa é presidida por Maria Miguel Pavão e conta com moderação de José Nuno Pereira, prevendo-se intervenções de João Paulo Esteves da Silva, Pedro Gaspar, Amorim de Carvalho e Pedro lucas. À tarde, a partir das 16h00, no auditório da ESMA, discute-se “que ilha ou ilhas podemos desenhar?”. Esta mesa, presidida por Gracinda Andrade, será moderada por Albino Fafiães, e conta com a participação de luís Eduardo Silva, Ana Correia e Tomás Melo. No mesmo local, a partir das 19h00, tem lugar a mesa de discussão “De que palavras e gestos somos feitos?”, presidida

pelo presidente da Câmara Municipal da Horta e moderada por Victor Rui Dores, contando ainda com a participação do romancista e dramaturgo Miguel Castro Caldas, bem como de David Prado Diez, lia Goulart, Tomás Motos e Paula Vasquez.

OFICINAS CrIATIVAS No âmbito destes XViii Encontros Filosóficos, decorreram várias oficinas criativas, destinadas a variados públicos. Especificamente para os alunos da ESMA decorreram oficinas de cinema, com Aurora Ribeiro; de escrita teatral, orientada pelo dramaturgo Miguel Castro Caldas; de fotografia, com Ana Nobre; de

ilustração, com luís Eduardo Silva; e de música, orientada por João Paulo Esteves da Silva. Estão ainda previstas três oficinas especificamente direccionadas para professores e educadores de infância: nos dias 3 e 4, David Prado Diez orientará uma oficina sobre a temática “reinventar a educação pelos seus protagonistas”, enquanto que Paula Vasquez explorará o tema “escrever com os cinco sentidos”, nos mesmos dias. Já nos dias 5 e 6 haverá uma oficina de psicologia. Nos dias 3, 4 e 5 de Maio, no Observatório do Mar dos Açores (OMA), haverá uma oficina sobre teatro do oprimido, destinada ao público em geral e orientada

por Tomás Motos.

AluNOS APreSeNTAM TrAbAlHOS à COMuNIdAde Como também já vem sendo habitual, os Encontros Filosóficos servirão também para os alunos do 12.º ano na ESMA apresentarem à comunidade os trabalhos desenvolvidos no âmbito da disciplina Área do Projecto. Este ano serão 31 os trabalhos apresentados, sob os mais variados temas: musicoterapia, moda, agricultura biológica, linguagem corporal, entre outros, marcarão presença nestas apresentações, que decorrerão entre os dias 2 e 5 de Maio, no auditório da ESMA.

pascoaLânDIa 2011

Crianças celebram a Páscoa com espírito solidário Maria José Silva g Numa iniciativa da Cartoon Store e da insulândia, empresas de urânia Dias, realizou-se nos dias 23 e 24 de Abril, no Centro Botânico do Faial, a segunda edição da Pascoalândia. Este evento, que no ano passado, ano pioneiro, superou todas as expectativas com uma forte adesão da população sobretudo na actividade da caça ao ovo, este ano assumiu uma perspectiva diferente e um objectivo ímpar, o da solidariedade social. Decidiu a organização, de acordo com nota informativa enviada às redacções, canalizar todas as verbas decorrentes deste evento para ajudar algumas famílias carenciadas da ilha do Faial. Assim sendo, a organização convidou as participantes do i Workshop de Decoração de Bolos a estarem presentes no evento e a fazerem uma demonstração dos seus conhecimentos. Os visitantes votaram no seu bolo favorito e

elegeram o bolo mais original. O programa da Pascoalândia englobou ainda Feira das Oportunidades, um

evento que acontece mensalmente e que reúne entre 10 a 15 feirantes e atrai centenas de visitantes.

E em colaboração com o CiAiA – Clube independente de Atletismo ilha Azul, realizou uma prova de Mini Corta Mato que contou com a participação de 21 atletas dos mais diversos escalões. As crianças não foram esquecidas neste primeiro dia de Pascoalândia, e foi-lhes dedicado um concurso de

decoração de cupcakes. Novamente os visitantes foram os jurados deste concurso, que elegeram o Cupcake mais divertido. O Oceanoscopio também se associou e promoveu uma actividade denominada “Roda de Yoga para Crianças”. Domingo, dia 24 de Abril, os portões do Centro Botânico abriram-se pelas 12h00 com um porco no espeto gratuito para todos os visitantes. A tarde foi animada pelo Caça ao Ovo. Sob orientação do professor João Castro, houve ainda um espaço para jogos tradicionais. um reviver de tradições com os jogos do bilro, da pesca, andas, da corda, entre outros.


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LocaL

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25 de abril comemorado na Horta g As comemorações do feriado nacional de 25 de Abril concentraram-se este ano no Mercado Municipal e na Praça da República, com a abertura das lojas e tasquinhas, para venda de petiscos tradicionais, procurando, dessa forma, dinamizar aquele espaço e promover os produtos locais. A alvorada marcou o arranque das comemorações com formandos da Escola Profissional da Horta a desfilar pelas ruas da cidade personificados de jornaleiros que anunciam Abril. Com concentração na Praça da República, e para quem gosta de caminhadas, a Câmara Municipal e a Associação de Desportos da ilha do Faial convidou a par-

ticipar na “Marcha pela liberdade” que teve o seu percurso pela Avenida 25 de Abril. À semelhança do que tem vindo a acontecer no primeiro sábado de cada mês, na Praça da República, realizou-se mais uma edição da Feira de Artigos usados, em parceria com a Associação Cultural Raízes na Terra. Tratou-se de uma feira para quem procura coisas antigas e baratas ou então para quem tem objectos em casa que já não utiliza. Realizaram-se ainda actividades para as crianças, numa tenda montada para o efeito na Praça da República, que incluiu a realização de jogos tradicionais e o “Conto da liberdade”.

Tribuna das Ilhas

eSPAçO de PrOXIMIdAde A POlíCIA AO SerVIçO dOS CIdAdãOS

Durante o decorrer das comemorações e a deambular entre o Mercado e a Praça, com encenação do Victor Rui Dores, realizou-se Teatro de Rua, assim como inserido no programa da “Semana da Dança 2011, a “Dança dos Cravos”, com a participação do grupo de dança coordenado por Aline Després e Diva Silva. Seguiuse a actuação do Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel. No Mercado Municipal, e num encadeamento de troca de ideias, opiniões e saberes, realizaram-se “intervenções de Abril” com a participação de personalidades ligadas à vida política, social e cultural da cidade da Horta. leONArdA dIAS/INCeNTIVO

P P O O l l í í C C I I A A d d e e S S e e G G u u r r A A N N ç ç A A P P Ú Ú b b l l I I C C A A

NOVOS PRAZOS DE VALIDADE DAS CARTAS DE CONDUÇÃO • o exercício da condução de veículos a motor legitimado pela “carta/licença de condução”, obtida através da realização de exames prático/teóricos por parte dos cidadãos, constituem prática cada vez mais recorrente e imprescindível à mobilidade e actividade do ser humano. • com a publicação do dec.lei 45/2005 de 23Fev, alterado pelo dec.lei 103/2005 de 24Jun, foram alterados os prazos de validade a averbar nas cartas de condução dos respectivos condutores (vide artº 4º) • a revalidação das cartas de condução deve ser efectuada nos seis meses que antecedem o termo da sua validade (vide nº 1 do artº 5º) • a partir de 01 Julho de 2007, todas as cartas de condução emitidas, independentemente da razão da sua emissão , devem mencionar os prazos de validade constante no artº 4º do citado diploma, para categoria de veículo.

CATeGOrIAS – eSCAlÕeS eTÁrIOS categorias: a e B (motociclos e ligeiros) – 50,60,65,70,72,74,76,78,80,82,84,86 categorias: c (pesados de mercadorias) – 40,45,50,55,60,65,67,69,71,73,75,77 categorias: d (pesados de passageiros) – 40,45,50,55,60 CAduCIdAde dO TíTulO de CONduçãO – ver artigo 130ª do Código da estrada. revalidação/renovação de títulos de condução, devem ser solicitados junto dos Serviços de Viação e Transportes Terrestres da sua área de residência

eSClAreCIMeNTOS AdICIONAIS deVerãO Ser SOlICITAdOS à P.S.P. dA SuA ÁreA de reSIdêNCIA Ou POr COrreIO eleCTróNICO: CPHOrTA@PSP.Pt CONTACTOS: TeleFONe – 292208510 FAX - 292208511

PrOGrAMA INTeGrAdO de POlICIAMeNTO de PrOXIMIdAde

MiSSa dO 30º dia

Filomena Ávila Leal A família vem por este meio informar que mandou celebrar uma missa no próximo dia 6 de Maio, sexta-feira, 18H30 na igreja de Nossa Senhora das Angústias por alma desta sua saudosa extinta. Agradece desde já a todos aqueles que queiram assistir a este piedoso acto.

acidentes mortais marcam Páscoa 2011 dr

g O período pascal ficou marcado por dois acidentes mortais no Faial. De acordo com informações avançadas pela Polícia de Segurança Pública, o primeiro acidente aconteceu no dia 21 de Maio e vitimou um jovem de 21 anos de idade, consequência de uma colisão entre um ciclomotor e um veículo automóvel ligeiro de passageiros, ocorrido na Rua do Paiol – Matriz. O segundo acidente ocorreu no dia 24 de Maio, no caminho da Serra, lugar dos Espalhafatos, Ribeirinha, cidade da Horta, tendo sido vítima um homem, de 29 anos de

idade, após despiste de um ciclomotor. Ainda no âmbito da Operação Páscoa 2011, a 21 de Abril foi efectuada uma operação de fiscalização de trânsito, tendo sido fiscalizados 32 veículos e detectadas 3 infracções de natureza contra-ordenacional, em concreto 1 grave por condução sob influência do álcool, 1 por falta de documentos e 1 diversa no âmbito de legislação avulsa. A nível regional, no período de 22 a 25 de Abril, foram registados 25 acidentes de viação, dos quais resultaram 2 mortos; 4 feridos ligeiros; 1 grave e danos materiais.


cuLTura

Tribuna das Ilhas

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cInema no TeaTro FaIaLense

LITeraTura

lançamento de Catarse, CiSne neGrO de Cristóvão de aguiar e francisco de aguiar (Hortaludus; dias 30 de Abril e 1 de Maio, 21h30; >16) g No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Dança, o Teatro Faialense recebe a projecção do filme Cisne Negro. Realizado pelo nova-iorquino Darren Aronofsky (O Wrestler), o filme conta com excelentes interpretações de Vincent Cassel (Da Rússia com Amor), Mila Kunis e da protagonista Natalie Portman (Perto Demais), cujo desempenho neste drama lhe valeu uma série de reconhecimentos, com destaque para o Óscar de melhor actriz, o primeiro da sua carreira. Em Cisne Negro, Portman é Nina, uma bailarina obcecada em atingir a perfeição artística, a quem é concedido o tão ambicionado papel de Rainha dos Cisnes no bailado “O Lago dos Cisnes", de Tchaikovsky. Para tal, Nina tem de desempenhar tanto o papel de Cisne Branco como o de Cisne Negro. Apesar de

g Hoje, sexta-feira, realiza-se, às 21h00, no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Re-gional da Horta, o lançamento do livro Catarse, da autoria dos irmãos Cristóvão e Francisco de Aguiar. Tratase de um “diálogo epistolar em forma de romance”. Autor consagrado, com 30 títulos já publicados, Cristóvão de Aguiar tem na Raiz Comovida uma das suas obras mais emblemáticas. A sessão destina-se ao público em geral e é de entrada gratuita. O livro será apresentado pelo professor Victor Rui Dores.

desempenhar o primeiro na perfeição, o esforço e a obsessão por fazer o mesmo com o segundo fazem com que a doce Nina perca o controlo sobre o seu lado mais negro.

Este drama é um intenso thriller psicológico, que estreou na 67.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, tendo sido aclamado pela crítica, principalmente pelo desempenho de Portman. Cisne Negro foi nomeado para cinco categorias na última edição dos Óscares. dr

NATAlIe POrTMAN A actriz de 29 anos teve neste papel o ponto alto da sua carreira até ao momento

Concerto Sinfónico de Páscoa 2011 CArlOS PINHeIrO

C

Victor rui dores

om o apoio da Câmara Municipal da Horta, da Câmara do Comércio e indústria da Horta e da Santa Casa da Misericórdia, realizou-se, no passado dia 24 de Abril, o Concerto Sinfónico de Páscoa, na igreja de São Francisco, interpretado pela orquestra Horta Camerata, sob a direcção musical e artística do tenor Kurt Spanier. Na igreja, repleta de gente, ouvimos, na primeira parte do Concerto, o “Entr´acte nº 2”, do drama Rosamunde, de Franz Schubert, as duas “Romanzes” para violino e Orquestra, de ludwig van Beethoven, e a “Abertura em estilo italiano”, de Schubert. A 2ª parte foi inteiramente preenchida com a “Sinfonia incompleta”, de Schubert. A Horta Camerata inclui 40 músicos, de entre eles consagrados nomes das Orquestras universitária de Viena, Nacional do Porto e Metropolitana de lisboa, bem como professores e alunos provenientes dos Conservatórios Regionais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, e ainda músicos das filarmónicas unânime Praiense, união Faialense e Euterpe de Castelo Branco, que também contribuíram com apoio logístico. E, como já vem sendo habitual, a Horta Camerata aposta, em cada ano, num jovem solista açoriano. Desta vez a escolha recaiu no violinista micaelense João Miguel Andrade, que interpretou, com brilhantismo, as “Romanzes” acima referidas. Recorde-se que a Horta Camerata tem feito, nos últimos anos, um percurso musical ascendente, apresentan-

do concertos e sinfonias dos períodos barroco para o clássico, de Pergolesi, Vivaldi, Händel, Haydn, Cimarosa e Mozart, fazendo este ano a transição do Classicismo para o Romantismo, com Beethoven e Schubert. E este foi, na minha opinião, o melhor concerto de sempre da Horta Camerata, que, com um repertório adequado, tocou em grande nível, evidenciando um perfeito equilíbrio dos instrumentos. O maestro Kurt Spanier mostrou e demonstrou inteligência musical, atitude, firmeza e sensibilidade. De Franz Schubert todos conhecemos a sua famosa “Serenata” e a sua não menos conhecida “Avé Maria”. Mas a sua obra é muito mais do que isso, já que estamos na presença de um dos maiores e mais profícuos compositores do século XiX e que sofreu influências marcantes de Haydn, Mozart e, sobretudo de Beethoven, de quem era incondicional admirador. O estilo de Schubert é considerado lírico, imaginativo e melódico, sendo que a sua música abre uma janela do clássico para o romântico. As suas sinfonias, missas e ”lieder” são consideradas obras de génio. Escrita em 1822, a “Sinfonia incompleta” só seria interpretada em público no ano de 1865, sendo que Schubert acabaria por nunca ouvir a sua execução. Várias e variadas são as teorias que tentam explicar as razões pelas quais esta Sinfonia não foi concluída. lembremos que, usualmente, as Sinfonias possuem 4 partes ou movimentos. Ora, a “Sinfonia incompleta” só tem duas partes. Há quem diga que

Schubert terá achado que estas duas partes formavam um todo tão perfeito que ele não quis aventurar-se a fazer os restantes movimentos. Outra teoria diz que o compositor teria em mente acabar a referida Sinfonia com o “Entr´acte” que ouvimos na primeira parte do concerto. uma coisa é certa: não foi pelo facto de Schubert ter morrido prematuramente aos 31 anos de idade que esta Sinfonia ficou incompleta, até porque, depois desta, ele ainda haveria de escrever mais duas sinfonias. No final do concerto, os aplausos

foram intensos e calorosos, com direito a encore: foi executada, por duas vezes, essa jóia musical que dá pelo nome de “Die libelle”, polka mazurca op. 204, de Josef Strauss. Antes, Kurt Spanier, após ter feito uma série de agradecimentos, chamou a tenção para as óptimas condições acústicas da igreja de São Francisco e para a urgente necessidade de obras de restauro, reabilitação e requalificação. Pediu que a acústica fosse respeitada e que o templo servisse de auditório de música clássica. Referiu, de seguida, a ligação musical e afectiva que ele tem

vindo a estabelecer entre Viena e Horta, acrescentando que o projecto Horta Camerata prestigia a Horta e o Faial, até porque este austríaco colocou a nossa cidade no mapa da altaroda da música, já que a reputadíssima revista musical “Der Neue Merker”, por mais de uma vez, publicou textos sobre concertos da Horta Camerata, ilustrados com belas fotos do Faial. O concerto, integralmente gravado pela Antena 1/ Açores, foi transmitido, no dia 25 de Abril naquela estação emissora, e será ouvido na Antena 2 em data a anunciar.


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eLeIções De 5 De Junho - José Decq moTa, cabeça De LIsTa Da cDu peLo círcuLo Dos açores

“É preciso assegurar o cumprimento estável da lei das finanças regionais” desde jovem, o faialense José decq Mota sentiu a atracção da vida política. Após estudos na universidade de Coimbra, foi professor na escola Secundária da Horta. em 1974 aderiu ao PCP e mais tarde à Cdu, em cujas actividades nos Açores desempenhou os mais altos cargos; tem exercido também funções de destaque nos órgãos centrais daquelas organizações partidárias. Foi eleito deputado à Assembleia regional dos Açores para a 3ª. e 7ª. legislaturas, respectivamente por S. Miguel e pelo Faial. Foi Vereador da Cdu na Câmara da Horta entre 1997-2000 e 2005-2009, neste último mandato com funções executivas. Actualmente é vogal da Administração da urbhorta. dirigente de associações ligadas ao mar, é ainda colaborador habitual da imprensa regional.

Fernando Melo t.i. – está convencido de que as próximas eleições para a assembleia da república, marcadas para 5 de Junho, poderão abrir caminho à resolução da grave crise político-financeira que o país está a viver? em que baseia a sua resposta? J.d.M. – As próximas eleições têm a importância própria e muito forte que resulta do facto de, com a consulta popular, estar aberta a possibilidade de ser alterada a correlação das forças em presença, num sentido favorável a uma mudança positiva de políticas. A política de direita, realizada rotativamente pelo PS e pelo PSD, desde há muitos anos, levou o País à situação actual, que é muito grave e profundamente gravosa para quem trabalha, para os reformados, para os jovens e para a generalidade das populações. Quem aproveita com a crise são os grandes grupos económicos e financeiros e a minoria que gravita à volta deles e os serve. Os últimos seis anos, com o PS de Sócrates, foram desastrosos para o País, mas a raiz do problema está bem mais atrás, sendo obrigatório lembrar, por exemplo, o inicio do enfraquecimento do sector empresarial do Estado defendido e praticado pelos governos de Cavaco Silva. Os nossos governantes (PS, PSD e PP) hipotecaram e diminuíram gravemente a produção nacional em muitas áreas, com destaque para a agricultura, pescas e algumas áreas industriais, venderam-se aos interesses dos países ricos da Europa, instalaram os amigos na finança e na grande economia, enganaram, mentiram e tudo fizeram para criar uma situação em que seja mais fácil subverter os valores democráticos profundos, conquistados com Abril e consagrados na Constituição. inverter isto é possível, mas para que esse caminho seja aberto é necessário que as forças que defendem verdadeiramente os interesses dos trabalhado-

res e do Povo tenham uma expressão institucional alargada e reforçada. Daí a importância das eleições. t.i. – em que medida, na sua opinião, é que esta crise pode afectar a região autónoma dos açores, em termos financeiros ou de natureza económica e social? J.d.M. – A nossa Região é a que tem o produto interno bruto por habitante mais baixo do País e é a que tem um dos custos de vida mais alto. Esta situação objectiva tem como consequência directa a existência de uma forte incapacidade de resistir a políticas recessivas. Quando os preços sobem, especialmente os dos combustíveis e transportes, quando os salários e reformas estagnam ou descem, quando os rendimentos, especialmente da agricultura e pesca, quebram por efeito do aumento dos custos de produção e comercialização, quando o investimento publico ou apoiado publicamente encolhe, por redução dos meios financeiros, as consequências são inevitáveis e são muito graves, ao nível do emprego, ao nível da viabilidade de muitas pequenas e médias empresas e, por projecção de tudo isto, ao nível dos precários equilíbrios sociais que marcam a nossa sociedade. Já estamos a viver um pouco tudo isso e só uma mudança geral de política pode evitar consequências bem mais profundas e graves. Defendo que o Orçamento da Região Autónoma dos Açores deve ser usado, no grau possível, para minorar os efeitos desastrosos dessa política recessiva e de espoliação que está a ser feita, mas isso não chega. Acresce que o próprio Orçamento da Região já está a ser afectado na receita e tal situação ainda se pode agravar com a incapacidade de captar fundos comunitários atribuídos, por carência de meios para cobrir a parte de investimento que nos cabe em cada projecto. Para os Açores, para a sua economia fragmentada, distante e dispersa e, principalmente, para os açorianos e açorianas, é essencial que a política nacional mude de rumo o mais rapidamente possível. t.i. – um aspecto de considerável importância a ter em conta nestas eleições é o relacionamento da república com a região autónoma dos açores, em áreas como, por exemplo, as finanças, a segurança, a defesa, as questões do foro marítimo, ligadas ao património e à fiscalização das pescas. Como encara esse relacionamento? J.D.M. – O relacionamento entre a Região Autónoma e o Estado é de facto uma questão essencial e é uma questão central quando há a escolha de deputados para a Assembleia da Republica, na medida em que esse Órgão de Soberania é determinante na definição dos aspectos principais desse relacionamento. Ao longo dos anos houve situações diversas, que vão desde o conflito aberto, à razoável cooperação, mas que “estacionam” muitas vezes e muito tempo numa situação de rotina mutuamente desinteressada. É preciso assegurar o cumprimento estável da lei das Finanças Regionais. É preciso garantir que o Estado cumpra na Região,

bem e de forma adequada, as suas responsabilidades directas nas áreas da justiça, defesa e segurança publica. É preciso ver, em certas áreas não reservadas em toda a sua extensão ao poder da Republica, quais as competências administrativas que poderiam ser, com mais eficácia, asseguradas pela Região. Penso, entretanto, que estas questões do relacionamento entre a Região e o Estado, precisam, de uma vez por todas, ser encaradas pelos órgãos da Região e pelos órgãos de Soberania com uma naturalidade e normalidade que, em geral não sucede. Penso sinceramente que os deputados da República, eleitos pelos Açores, podem e devem ter um papel muito mais activo e interveniente nestas matérias do que aquilo que se tem visto. uma vez eleito proponho-me dar muitíssima atenção a estas questões, porque só assim se pode defender os interesses legítimos desta Região. t.i. – O turismo é uma das áreas económicas apontada actualmente pelos seus resultados negativos ou pouco favoráveis numa boa parte do arquipélago. Há quem diga que a expansão da hotelaria foi exagerada em algumas ilhas sem que haja ainda um destino turístico consolidado. e há quem aponte outras razões de base. a sua opinião? J.d.M. – Acho que a limitação principal ao desenvolvimento do turismo do exterior e do turismo interno se situa, à partida, no elevadíssimo custo do transporte aéreo que se pratica. Por outro lado, penso que há mais uma série de factores de constrangimento, especialmente aos níveis de algumas práticas e objectivos, muitas vezes definidos, não pela sua justeza, mas antes pelo seu encaixe em certos interesses localizados. A “expansão da hotelaria”, feita em passo acelerado com o recurso esmagador e maioritário a recursos públicos, foi claramente conduzida ao compasso do interesse de grupos económicos, que, dadas as condições e os montantes relativamente baixos que investiam, podiam privilegiar o valor do património que acrescentavam, sem se preocupar demasiadamente com o resultado económico imediato do empreendimento. Cada ilha, das maiores às mais pequenas, é um destino turístico valioso em muitos pontos de vista. Conjuntos de ilhas, como o Triangulo ou o Grupo Ocidental, são destinos muito interessantes, dadas as características naturais e sociais que oferecem. Há que saber aproveitar e oferecer tudo isso, mas sem nos descaracterizarmos. t.i. – qual o seu ponto de vista global sobre a actual situação da agricultura açoriana envolvendo a sua importante componente da pecuária e da produção e colocação dos produtos lácteos? J.d.M. – A actividade agrícola, dada a boa capacidade agrícola das nossas ilhas e dado o emprego que gera, inclusive na área da transformação, é essencial. Há muito que luto para que nos seja permitido produzir de acordo com as nossas potencialidades. Há muito que defendo que é vantajoso defender as produções existentes (pecuária de bovinos para produção de leite e carne, cultura de beterraba sacarina e tabaco para a indústria,

batata, milhos, vinhos) e também diversificar as produções para exportação (flores e plantas) e as produções para consumo interno (hortícolas, leguminosas e frutas). Penso que a rentabilidade da agricultura tem diminuído, face ao constante aumento dos custos de produção e penso que são necessárias medidas que anulem verdadeiramente os custos acrescidos introduzidos pela distância a que estamos. Quando se fala na agricultura enquanto sector económico essencial nos Açores, estamos a falar certamente de lavradores e agricultores, mas estamos também a falar nas fábricas de lacticínios, açúcar, tabaco, processamento de carnes, adegas cooperativas, empresas de exportação de frutas, flores e plantas e estamos ainda a falar num sem número de actividades de importação, de factores de produção e máquinas, de apoios técnicos, etc. A agricultura açoriana e todas as actividades económicas a ela ligadas precisam de um novo olhar dos poderes regional, nacional e comunitário. Deixar enfraquecer estas áreas é enfraquecer, ainda mais, a economia regional. t.i. – Pelo que temos lido, inclusivamente no tribuna das ilhas, através da colaboração de um dos peritos açorianos na matéria, as pescas no mar dos açores parecem ter perdido o vigor de há anos atrás. Certo ou isso é apenas uma impressão vaga? J.d.M. – A pesca é outro sector essencial. Houve apostas certas, mas houve também erros crassos, de entre os quais destaco o abate prematuro e pago de embarcações que eram excelentes plataformas de trabalho para várias pescarias. Penso, entretanto, que o problema essencial está no tipo de gestão de recursos que está a ser feita, criando-se a possibilidade, através de formas mais ou menos artificiosas, de continuar a haver um excessivo esforço de pesca sobre espécies demersais, feitas em benefício do exterior e com sérios prejuízos para a comunidade piscatória da Região. A chamada política comum de pesca, não tendo em conta o tipo de povoamento piscícola que temos, introduz desequilíbrios gravíssimos. Contra isto há que lutar, inclusive na Assembleia da Republica. A acção governativa regional, no que toca às pescas, tem sido muito fraca, seguidista em relação aos objectivos da

união Europeia, hesitante e contraditória. Contrasta com essa mediocridade, o bom trabalho de investigação aplicada que o DOP da uA tem feito, mas isso não é suficiente por si só. t.i. – numa região insular como a nossa os transportes – aéreos e marítimos – têm uma importância fulcral. Como é que estamos neste sector, sem esquecer o transporte de mercadorias, por via marítima, entre o Continente e as ilhas ? J.d.M. – Falar em transportes, é essencial quando falamos em ilhas distantes do Continente e distantes entre si, como é o caso. Os transportes marítimos de mercadorias estão, no essencial, bem como estão, quanto a frequências e localização das escalas e quanto à disponibilidade de carga oferecida. Os transportes de passageiros e mercadorias perecíveis por avião, têm tarifas inaceitavelmente altas, quer dentro, quer para fora da Região e isso tem que ser revisto. Os transportes de passageiros entre as ilhas, especialmente no Triangulo e Grupo Central, têm que ser modernizados, passando-se dos projectos falhados para os projectos bem executados e bem geridos. t.i. – e já que abordámos o sector dos transportes e atendendo a que este semanário, embora de âmbito açoriano, tem a sua sede no faial, não resistimos a pôr como última questão a da ampliação da pista do aeroporto da Horta, uma velha e justa aspiração dos faialenses, na vertente das infra-estruturas, com benefícios para toda a região. quando está, nesta circunstância, a decorrer na internet uma petição sobre este caso, não acha que tem havido até agora falta da necessária vontade política dos Governos para resolver esta legítima reivindicação de todo um povo que aqui vive e merece ser atendido? J.d.M. - Não só tem havido uma óbvia falta de vontade política no que toca à ampliação da pista do Aeroporto da Horta, como tem havido muita mentira produzida pelos mais altos responsáveis! Esta é uma matéria essencial para ser pegada, tratada e clarificada por um deputado açoriano que se preze e que seja empenhado! É o que tenciono fazer se for eleito.


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Tribuna das Ilhas

eLeIções De 5 De Junho - pauLo esTêVão, cabeça De LIsTa Do ppm peLo círcuLo açorIano

“nesta conjuntura de crise, o estado tentará diminuir o seu esforço orçamental nos açores” Paulo estêvão é professor do quadro da escola Secundária Manuel de Arriaga na Horta e aderiu ao Partido Popular Monárquico (PPM) em 1999. No ano 2000 foi eleito presidente do PPM-Açores, tendo ascendido à presidência do Partido a nível nacional em 2010. desde 2008 que é deputado dos populares monárquicos à Assembleia legislativa da região Autónoma dos Açores, eleito pela ilha do Corvo.

Fernando Melo t.i. – está convencido de que as próximas eleições para a assembleia da república, marcadas para 5 de Junho, poderão abrir caminho à resolução da grave crise político-financeira que o país está a viver? em que baseia a sua resposta? P.e. - Sim! Não temos outra possibilidade senão tentar alterar a dramática situação em que estamos. O Estado está numa situação de autêntica bancarrota. Como o próprio Ministro das Finanças acabou por confirmar, já não tínhamos sequer dinheiro para pagar os salários da função pública a partir de Junho. Vamos mesmo ter de mudar! A bem ou a mal! t.i. - em que medida, na sua opinião, é que esta crise pode afectar a região autónoma dos açores, em termos financeiros ou de natureza económica e social. P.e. – Os Açores são uma das regiões ou entidades autónomas mais dependentes da Europa. As nossas receitas próprias não cobrem sequer 50% das nossas despesas. A eventual redução das transferências do Orçamento de Estado – que já estava prevista no PEC iV – terá um efeito perfeitamente devastador no nosso equilíbrio orçamental. uma vez que a nossa economia está fortemente integrada na economia nacional, o que é previsível é que se “importe” a recessão nacional e que as empresas açorianas venham a ter ainda maiores dificuldades para escoar a sua produção para o mercado nacional. Por outro lado, a Região não tem dinheiro nem competências para evitar a redução das pensões e de grande parte dos mecanismos de integração e coesão social (como, por exemplo, o rendimento de reinserção social). Ou seja, o impacto da crise nacional será muito grande nos Açores. t.i – um aspecto de considerável importância a ter em conta nestas eleições é o relacionamento da república com a região autónoma dos açores, em áreas como, por exemplo, as finanças, a segurança, a defesa, as questões do foro marítimo, ligadas ao património e à fiscalização das pescas. Como encara esse relacionamento? P.e.- Esse relacionamento é vital, até porque essas são, em grande parte, áreas pagas e geridas directamente pelo Estado. Podemos juntar-lhe outras, como a universidade dos Açores, a RTP-Açores ou

os Tribunais. Nesta conjuntura de crise – em que alguns tribunais já não têm sequer dinheiro para o papel – o Estado tentará diminuir o seu esforço orçamental nos Açores. uma vez que os serviços que o Estado assegura na Região já se encontram muito depauperados – veja-se a completa ruína dos edifícios que são património do Estado -, são de prever rupturas graves nestes serviços. Temos de usar toda a nossa influência institucional – Governo Regional, Assembleia legislativa, Câmaras Municipais e deputados na Assembleia da República – para evitar a “retirada do Estado” nos Açores. t.i - O turismo é uma das áreas económicas apontadas actualmente pelos seus resultados negativos ou pouco favoráveis numa boa parte do arquipélago. Há quem diga que a expansão da hotelaria foi exagerada em algumas ilhas sem que haja ainda um destino turístico consolidado. e há quem aponte outras razões de base. a sua opinião? P.e. - Na minha opinião o turismo é um sector com enorme potencial de crescimento na Região. Somos uma das mais belas e seguras regiões do mundo. Temos tudo – do ponto de vista do património natural e da riqueza etnográfica do povo e das suas tradições – para passarmos a ser um destino turístico de excelência. Falta apenas a parte em que o Governo Regional tem falhado de forma espectacular: na criação de um sistema integrado e regional de transporte marítimo regular de passageiros, na liberalização dos transportes aéreos, na criação de circuitos naturais e culturais integrados e na promoção competente do destino Açores. Sem o desenvolvimento destes factores não é possível ter sucesso. Não é possível desenvolver turisticamente a Região com os preços que se praticam actualmente nos transportes aéreos. Chegar aqui é, pura e simplesmente, demasiado caro. t.i. – qual o seu ponto de vista global sobre a actual agricultura açoriana envolvendo a sua importante componente da pecuária e da produção e colocação de produtos lácteos. P.e. – Esta é outra área vital para a economia açoriana. Os Açores representam cerca de 1/3 da produção de leite nacional. Temos escala e qualidade suficientes para internacionalizar este sector. O que se passa é que também aqui o Governo Regional tem falhado de forma estrepitosa. Deveria ter ajudado os produtores regionais a escoarem a produção para novos mercados internacionais – até porque o preço dos alimentos não pára de crescer nos mercados internacionais -, mas o facto é que nem sequer tentou. Alguém conhece uma estratégia consistente do Governo Regional para ajudar os produtores regionais a conquistarem novos mercados? A resposta das associações regionais de produtores é inequivocamente negativa. A incompetência e a negligência do Governo Regional nesta área é pouco menos que escandalosa. limitam-se a dar subsídios e a deixar correr o marfim. Enfim, uma

pobreza franciscana. Vejam-se os casos da diversificação do sector agrícola e da resposta às necessidades do nosso próprio mercado interno. O Governo Regional não conseguiu conceber nenhum programa minimamente eficaz para diversificar o sector agrícola. Mesmo o sector da produção de carne está mal organizado, uma vez que a Região tem condições para produzir carne de bovino de alta qualidade e continua sem o fazer (a selecção do gado com qualidade para este género de produção deixa muito a desejar). Outro bom exemplo da falta de trabalho e de planificação no sector agrícola está no crescimento das importações de frescos. Como é possível que se importem tomates, alfaces e salsa para os Açores? Temos solos com óptima aptidão para este tipo de produção e, no entanto, as importações regionais deste tipo de produtos não param de aumentar. Somos um País e uma Região à beira da bancarrota, cuja população nem sequer se dá ao trabalho de cultivar os seus quintais e hortas. Assim, é evidente que não vamos lá! t.i – Pelo que temos lido, inclusivamente no tribuna daS ilHaS, através da colaboração de um dos peritos açorianos na matéria, as pescas no mar dos açores parecem ter perdido o vigor de há anos atrás. Certo ou isso é apenas uma impressão vaga? P.e. - A impressão é correcta. Portugal era, antes da entrada na união Europeia, a 14.ª potência do mundo em termos de captura de peixe. Hoje somos apenas 100.ª potência mundial. Ou seja, já não somos potência nenhuma. Somos apenas um país periférico que viu o outrora pujante sector das pescas completamente destruído pela Política Comum de Pescas da união Europeia. No que diz respeito especificamente à Região, é preciso dizer que fomos utilizados, de forma vergonhosa e descarada, como moeda de troca pelo Governo da República. Aqui, nos Açores, foram cedidas as tais 100 milhas da nossa Zona Económica e Exclusiva, sendo que a Zona Económica Exclusiva do território continental continuou integralmente blindada aos barcos de pesca estrangeiros. Como as nossas águas possuem ecossistemas marinhos pouco densos e frágeis, o resultado da presença das frotas estrangeiras a partir das 100 milhas tem sido devastador. Se acrescentarmos a este estado de coisas a ausência de fiscalização e o incremento da capacidade de pesca local junto das pequenas plataformas das ilhas, poderemos concluir que entre todos se matou a galinha dos ovos de ouro. Não pescamos porque pouco existe já para pescar no “nosso” mar. O que temos a fazer é recuperar a jurisdição entre as 100 e as 200 milhas da nossa ZEE e colocá-la de quarentena até à recuperação integral dos seus ecossistemas. Depois temos de impulsionar o crescimento do sector da aquacultura, preparar tecnologicamente a nossa frota no sentido de lhe dar capacidade de captura – controlada – em águas profundas e regular a capacidade e o esforço de pesca junto das plataformas das nossas ilhas. A atitude do Governo Regional

neste sector caracterizou-se, novamente, por uma total incapacidade para planificar e organizar o sector. A economia do mar representa o futuro dos Açores. Dentro de poucos anos, a Região passará a ter jurisdição sobre uma gigantesca área de 2.600.000 Km2 (a ZEE, acrescida da extensão da plataforma continental). Trata-se de uma zona riquíssima em minerais, em fontes de energia e diversidade biológica. A sua futura exploração é um factor de esperança para o desenvolvimento dos Açores. t.i – numa região insular como a nossa os transportes – aéreos e marítimos – têm uma importância fulcral. Como é que estamos neste sector, sem esquecer o transporte de mercadorias, por via marítima, entre o continente e as ilhas? P.e. - No sector do transporte marítimo de mercadorias julgo que a situação não é má. É evidente que é sempre possível melhorar a sua frequência e a qualidade do serviço prestado. No entanto, eu diria que este modelo funciona, com excepção do que diz respeito à ilha do Corvo (que está dependente do reembarque de mercadorias a partir da ilha das Flores, algo que não funciona em grande parte do ano). O que falta é aumentar a nossa actividade económica e obter assim ganhos de escala. Mesmo ao nível da política portuária, julgo que é benéfico e possível tornar os nossos portos mais atractivos do ponto de vista dos preços e do serviço logístico oferecido. Seria ainda importante que os nossos maiores portos fossem preparados para poder captar uma percentagem maior do tráfego transatlântico, isto na medida em que se perspectiva o seu crescimento com o alargamento da capacidade do Canal do Panamá. O que o PPM recusa – tendo inclusivamente provocado um debate parlamentar para parar o projecto – é a criação das chamadas plataformas logísticas. No fundo, o que alguns lóbis políticos e económicos procuram é criar artificialmente novas centralidades que colocariam sobre a sua dependência ilhas como o Faial, Pico e São Jorge. Este tipo de medidas não se justificam e só encareceriam os fretes, o tempo de concretização dos mesmos e até a integridade dos materiais e produtos transportados (que seriam assim submetidos a mais operações de embarque e desembarque).

Penso que servi bem os interesses da ilha do Faial nesta matéria transcendental. Também não tenho dúvidas que o interesse da ilha do Faial corresponde ao interesse regional nesta matéria. No que diz respeito ao transporte marítimo de passageiros o desastre governamental é absoluto. O Governo Regional não consegue, pura e simplesmente, colocar este sector a funcionar. Não consegue construir navios. Não consegue alugar navios a preços racionais. Não consegue comprar navios. Enfim, o Governo Regional fica literalmente a ver navios nesta matéria. Finalmente, no que diz respeito ao transporte aéreo, considero que com estes preços não é possível competir no mercado turístico actual. Temos de pôr cobro ao regime de monopólio em que vivemos nesta área. Com este sistema não temos qualquer hipótese de desenvolvimento e de acesso a novos mercados e a fluxos turísticos muito mais substanciais. t.i – e já que abordámos o sector dos transportes e atendendo a que este semanário, embora de âmbito açoriano, tem a sua sede no faial, não resistimos a pôr como última questão a da ampliação da pista do aeroporto da Horta, uma velha e justa aspiração dos faialenses, na vertente das infra-estruturas, com benefícios para toda a região. quando está, nesta circunstância, a decorrer na internet uma petição sobre este caso, não acha que tem havido até agora falta da necessária vontade política dos Governos para resolver esta legítima reivindicação de todo um povo que aqui vive e merece ser atendido? P.e. - Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. O Governo Regional socialista empurrou esta questão para o Governo da República que é do mesmo partido. Por sua vez, este último sempre devolveu a questão ao Governo Regional. Trata-se de uma autêntica farsa que os faialenses nunca penalizam nas eleições regionais e nacionais, uma vez que o PS nunca aqui perde deputados. Existe sempre muito descontentamento, mas que não se reflecte no que verdadeiramente lhes dói: a perda de deputados. A questão é política e tem de ser resolvida de forma política: penalizando fortemente a votação no partido socialista. Verão como o


1O

cITações

sócrates provou à sociedade é que a crise era inevitável e o primeiro-ministro nunca a quis enfrentar, brandindo os chavões de que a europa achava o Pec a salvação do euro. a solução de que sócrates fala nunca o foi, como não o foram as anteriores, consubstanciadas em programas de estabilidade que foram sempre mal feitos e mal geridos por um governo

OPINIãO

29 de AbrIl de 2O11

Manuel queiroz Jornal I

Já não bastam as campanhas de solidariedade. Já não bastam os apelos grandiosos ao bolso dos outros. está na hora da sociedade e algumas personalidades se comprometerem efectivamente com as suas funções, trabalhando em prol daqueles que os elegeram e não em prol da "prole". se assim não for, começo a pensar que em época de festa dupla (Páscoa e 25 de abril) a democracia começa a democratizarse e a tornar-se numa espécie de "totalitarismo democrático". tenho pena deste meu rectângulo. tão grandioso e glorioso e tão profundamente injuriado pelo seu próprio povo e pelo seu próprio regime. triste fado este de Portugal… Ana Machado diário dos Açores

é um contra-senso ouvir o Governo dizer que tem que cancelar obras num estádio de futebol para investir nas pessoas e assistirmos a esta disputa político-partidária entre Ps e Psd. um faz um parque de estacionamento nas Portas do Mar, outro faz um parque de estacionamento do outro lado da parede; um faz um centro de artes modernas, outro faz um museu de artes modernas mesmo ao lado… Mas é prioritário e fundamental para os açores, neste momento, o Governo construir um centro de arte moderna? é o mais necessário para o concelho de Ponta delgada, onde cada vez mais se vê gente a dormir nas ruas ou a pedir para comer? é o mais importante para as nove ilhas a existência de duas valências semelhantes apenas numa ilha? é isto que estes “siameses” Ps e Psd entendem ser o desenvolvimento harmonioso dos açores? ao contrário do Psd, para nós a agricultura é mais prioritária que a cultura! na região começamos a ter equipamentos desportivos e culturais a mais, por mera cobiça eleitoralista. Artur lima Açoriano Oriental

Tribuna das Ilhas

Do LIVro De João Luís

OS VerdeS da alaGOa Armando Amaral

H

á dez anos, João luís (de Oliveira Pereira) dános em "Rapazes da minha juventude" uma imagem dos companheiros que, ainda na infância, escolheram para palco de suas brincadeiras a rua de nome herdado da Vila que de Velha passou a ser designada quando ascendeu a Cidade, e também a do Mar e outras mais. Então dar pontapés em bola de trapos ou nas bexigas de porco eram entretenimento preferido, e o entusiasmo redobrava quando surgia bola de lona dos campos de ténis vinda. E dessas aguerridas partidas, balizadas por duas pedras, nasceram primeiras alcunhas que ficaram célebres na Doca e na Alagoa: Barrinhas, Zorrinha, Bacalhau, Madeira... A este, um segundo livro se segue, não menos interessante: “Pelos Caminhos da amizade”, em que João luís descreve mancheias de fases duma vida que tem sido belo exemplo para a Comunidade. Ainda jovem (12 anos) começou a trabalhar manhã cedo em “O Telégrafo” na distribuição do Jornal e fazendo voltas durante o dia, ao mesmo tempo que se ia familiarizando com a arte tipográfica. Por requisição oficial, transfere-se, 25 anos depois, para o Sector Gráfico da A.l.R.A., onde aumentou conhecimentos que lhe foram assaz úteis: é que, uma vez reformado, monta o Centro de Cópias, quiçá a colmatar uma falta que se fazia sentir na Horta. Mas foi a passagem pelo Jornal do Senhor Gonçalves que lhe proporcionou a bagagem cultural, bem evidente nas diferentes actividades, tais como: membro directivo do Centro Popular da Conceição, Presidente da Junta de Freguesia e Vereador Municipal, Bombeiro da respectiva Associação Faialense e Membro directivo da Caixa Económica Operária. De salientar o facto de ter estado ligado ao aparecimento dos jornais “Alagoa” e “Alarme”, pequenos no tamanho mas grandes em conteúdos sociais e humanitários. E sobretudo como autor de livro sobre os Bombeiros Voluntários. Chegado o tempo da vida militar, fez recruta em São Miguel, vindo depois para o Faial, como 1º.Cabo, tendo tido a sorte, como diz, de ficar ao pé de casa e não ter

ido para o ultramar. E naturalmente que o Futebol terá sido o capítulo mais extenso, em cuja modalidade João luís começou, em 1955, pela Escola de Jogadores e Juniores até que, atingida idade mínima exigida, é admitido na Categoria de Honra, fazendo logo parte da Equipa que se deslocou à Graciosa, por altura das Festas do Senhor Santo Cristo. Foi mesmo em 1960 a sua primeira de muitas deslocações pelos Açores, particularmente a Angra e Ponta Delgada e sobretudo à Nova inglaterra na Selecção Faialense e pelo Fayal Sport. Nessa “Equipa de Ouro”, como salienta orgulhosamente, alinhavam: Gaspar Neves, Manuel Cristo, Costa Pereira, Fernando Faria, Carlos Machado, João Ângelo e outros. Futebolista correcto e sem castigos, foi sete vezes campeão da Horta e seis vencedor do Torneio de Classificação; distinguido com o “Troféu Regularidade Joaquim Morisson”, e capitão. Na despedida, a Direcção do Clube homenageou-o com um Jantar no “Hotel Fayal”, com a presença do Doutor Campos, lendário Presidente da Assembleia Geral. Tudo isto foi, em nossa opinião, antecâmara do seu recente livro – “Os Verdes da Alagoa”, lançado no 102º. Aniversário do Fayal Sport Club. uma sugestiva publicação de mais de duas centenas de páginas, com capa à base do verde e inúmeras fotografias a preto e branco e coloridas que é, no fundo, mais um precioso subsídio para a história do F.S.C, que José Bettencourt começou a escrever (e de que maneira), autêntica bíblia do centenário Clube. Justamente por seu filho, António Manuel Bettencourt, o autor inicia testemunhos de personalidades “Verdes”, a saber: Fernando Manuel Ribeiro Meneses, o VicePresidente que acompanhou a Equipa na inesquecível representação no Torneio insular à Taça de Portugal, dignificando o futebol açoriano no Funchal! João Madruga Ávila que, como Presidente, se deslocou com a Equipa à Nova inglaterra, tendo sido um dos membros da ilustre plêiade de dirigentes que continua o pensamento dos Fundadores; Guilherme lima, um entusiasta verde que, na qualidade de massagista, contribuiu para a saúde física de

muitos atletas, recuperando futebolistas para desafios decisivos; Jaime Baptista, distinto jornalista e primeiro Director do Jornal F.S.C, uma publicação mensal que durante anos serviu o desporto, em especial o do Clube. A estes, seguem-se referências circunstanciadas, com fotos de ontem e de hoje, a 82 jogadores nascidos nas décadas de 30, 40 e 50 do século passado, desde Antero Gonçalves a Vítor Pacheco da Silva, quase todas baseadas em informações dadas pelos próprios, valorizando o grande número de factos passados de assaz interesse que serviram para avivar memórias, evitando o risco de virem a desaparecer no tempo. Por sinal, muitos desses briosos futebolistas atingiram mesmo craveira açoriana e alguns até nacional. E todos eles contribuíram para justificar esse largo período áureo (de 1960 a 78) da prestigiosa vida do Fayal Sport, aliás bem vincada no apreciado livro “Os Verdes da Alagoa”.

(des)igualdades

V

Fernando Guerra

ivemos num estado de direito e político, de direito porque estamos sujeitos a regulamentação, quer emanada da união Europeia, quer do Estado português, quer da Região, e grande parte desta tem cariz político, espelhando a orientação de quem governa. Ao mais alto nível, é natural que a preocupação seja, entre outras, a da universalidade, isto é, que a todos os cidadãos sejam proporcionadas as mesmas oportunidades. A nível nacional, somos também sujeitos a acções políticas e económicas, em que vivemos todos os dias. A política regional também deverá ter este cariz, isto é, legislar política económica que seja de maior abrangência e aplicabilidade em todo o território açoriano, aplicando os princípios de igualdade, de criação de riqueza e, principalmente, o da sua redistribuição. Por isso, são efetuados estudos e projectos de desenvolvimento, em que o ordenamento do território é potencializa-

do, tendo em conta as especificidades de cada ilha. Aqui, quebra-se, de algum modo, os princípios de transversalidade de medidas, pois há ilhas com capacidade de desenvolver determinados projectos e outras onde se sabe de antemão que aqueles, embora implementados, não são sustentáveis. Nestes instrumentos de planeamento e ordenamento, o golfe está inscrito como sendo de interesse estratégico para a ilha do Faial, dentro duma política transversal açoriana de circuito, onde são necessários vários campos classificados para constituir um ponto forte de atratividade, para justificar fluxo turístico com este produto. No que concerne a este assunto, obviamente existem políticas e políticos nada interessados em que este investimento se realize no Faial, incluindo aqueles que acham que o golfe irá artificializar a nossa oferta, há ainda os ambientalistas, cheios de dúvidas, e os – claro está – comodistas. E há aqueles que compreendem que há ciclos de riqueza e o turismo é das poucas da Região e quiçá a mais importante para o futuro desta ilha, e no seu ciclo de vida é importantíssimo diversificar a oferta

turística do Faial, com produtos turísticos para a diminuição da sazonalidade e pelo posicionamento que este turismo traz, nomeadamente turistas com maior poder de compra, o que a todos beneficia. Assim, o golfe valoriza o Faial apenas no planeamento, no papel; na prática, a eficácia da tal política de transversalidade que se pretende é verdadeiramente desastrosa e parece que, mais uma vez, temos um governo que faz os possíveis para descartar o Faial. De facto, não se percebe que trate o mesmo problema de formas diferentes, e apenas me refiro às questões mais recentes (pois é longa a novela do golfe no Faial!), quando se percebeu que a empresa adquirente do campo de golfe em S. Miguel, com o compromisso de construir o campo do Faial, não iria cumprir o acordo. O tratamento diferenciado ocorre a diversos níveis, tanto na continuação na aposta no golfe, mesmo nos tempos em que vivemos, como na forma de resolução do problema. Na verdade, o golfe continua a ser uma aposta do governo, ao dar a mão para a gestão do campo de S. Miguel,

ao apoiar as infraestruturas do campo da Terceira e evidente no bom desenrolar do processo de construção pública de um campo em Santa Maria. E para o Faial a decisão é a inacção!!?? E este governo nem chama a si os seus direitos, reivindicando a restituição dos terrenos, lesando, deste modo, o património regional? Não cumpre aquilo que colocou no papel, concretamente nos planos de ordenamento do território!? Os dito princípios de transversalidade e redistribuição caem por terra, revelando-se um governo de além mar para muitas questões económicas desta ilha, que escreve uma coisa e, na prática, executa outra. Mais uma vez, os Faialenses têm de olhar por si, têm que ter consciência das políticas regionais de desenvolvimento, saber aquelas que verdadeiramente diversificam e fortificam a nossa economia e, para além de reivindicarem, têm de ser igualmente empreendedores e começar a oferecer o produto golfe com iniciativas empresariais locais com maior grau de qualidade, de modo a continuarmos a ter futuro. frgvg@hotmail.com


Tribuna das Ilhas

DesporTo

dr

g A selecção de iniciados dos Açores, orientada pelo faialense Mário Bettencourt, venceu o Nazaré Cup – Torneio internacional de Andebol Jovem, que se realizou na passada semana. A equipa, que integra 9 atletas faialenses, participou neste torneio como forma de preparação para os Jogos das ilhas 2012, e o balanço não podia ser mais positivo. Ao TRiBuNA DAS ilHAS, Mário Bettencourt salientou a diferença de ritmos com-

petitivos entre os seus atletas e as equipas que encontraram, que esta época já realizaram muitos mais jogos que os açorianos, e destacou também a importância desta participação para a preparação da sua selecção: “numa semana fizemos seis jogos, ao passo que durante todo o regional fizemos oito”, frisa. A maior parte destes jogadores são atletas da equipa de iniciados do Sporting da Horta, campeã regional.

Manifestação náutica do 25 de abril assinala arranque de época no naval da Horta g Depois de uma manhã animada pelos atletas de vela ligeira no mar, a tarde do dia 25 de Abril foi marcada pela presença dos veleiros na Baía. uma manifestação náutica que marcou o arranque da época de 2011 do Naval da Horta. Esta manifestação náutica foi ainda uma comemoração diferente e original do 37.º aniversário da Revolução dos Cravos. Na ocasião, Fernando Menezes, presidente da direcção do CNH, disse aos jornalistas que, a época que se avizinha se perspectiva de grandes competições. O Clube Naval da Horta vai ser parceiro em três grandes regatas internacionais este ano: les Sables – Horta – les Sables; Douarnenez - Regata de Clássicos e Arc Atlantic.

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V Clinic da associação de andebol do faial arranca hoje

anDeboL

Selecção dos açores vence nazaré Cup em iniciados

29 de AbrIl de 2O11

g Decorre hoje e amanhã, na Horta, o V Clinic, organizado pela Associação de Andebol da ilha do Faial (AAiF). Tratase de uma formação para treinadores de andebol, professores de educação física e público em geral, que este ano conta com a participação de Carlos Resende, ex-treinador do Futebol Clube do Porto, tido como um dos melhores jogadores de sempre da Selecção Nacional de Andebol.

Esta formação conta com duas sessões teóricas, uma a cargo de Carlos Resende e outra a cargo de uma nutricionista, e com duas sessões práticas da responsabilidade do treinador. A componente teórica decorrerá no auditório do Centro Associativo Manuel de Arriaga, enquanto que a prática tem lugar no Pavilhão da Horta. De acordo com Mário Bettencourt, da AAiF, esta formação de 15 horas conta com a acreditação da Formand.

Sporting da Horta recebe São bernardo amanhã g Na noite de amanhã o Sporting Clube da Horta recebe no Pavilhão o São Bernardo, equipa que surpreendeu e venceu os faialenses no primeiro jogo da fase final do Campeonato Nacional de Andebol, e actualmente ocupa o primeiro lugar do grupo B, a seis pontos do

SCH, na segunda posição. Na quarta-feira, os pupilos de Filipe Duque jogam com o São Mamede. No passado dia 20 de Abril os faialenses não foram além de um empate em casa, a 26 golos, frente ao Xico Andebol.

TIro

dr

torneio de Páscoa do Clube desportivo de Caça e Golfe g Realizou-se no passado dia 17 o Torneio de Páscoa do Clube Desportivo de Caça e Golfe do Faial. Em tiro com carabina de pressão de ar leonel Teixeira foi o primeiro classificado, seguido de luís Duarte e de Emanuel

Melo. Os dois primeiros classificados repetiram o lugar no pódio em tiro com carabina de ar comprimido. Em veteranos, Fernando Teixeira foi o primeiro classificado em ambas as modalidades.

FuTeboL – Taça aFh

fayal e lajense lideram Para além das restantes provas das mais diversas modalidades, está ainda agendada para Agosto, a qualificação Açores de

Match Racing. Em Setembro, o Faial recebe o Campeonato de Portugal de Match Racing.

g Na passada segunda-feira o Fayal Sport venceu o Feteira por 0-2, nas Canadinhas, e ascendeu a liderança da tabela classificativa, posto que partilha com o lajense, que venceu o Cedrense por 5-1.

A penúltima jornada da Taça joga-se este fim-de-semana, com o Flamengos a receber o lajense. A vitória significa para os jogadores do Vale a reconquista da liderança da tabela. No outro jogo da jornada, o Cedrense recebe o Feteira.

moTocross

Marco Garcia vence segunda prova do regional

CArlOS PINHeIrO

g Decorreu no passado domingo, na pista dos Cedros, a segunda prova do campeonato regional de Motocross dos Açores, nos escalões de Elite e infantis. Nos infantis, Abel Carreiro foi o melhor dos quatro pilotos em prova. Quanto ao escalão de Elite, correram dez pilotos, com Marco Garcia a mostrar a sua superioridade e a vencer a prova. Em segundo lugar classificou-se Nelson Ventura e em terceiro igor Gonzaga.

4ª Prova da taça terMOfaial xC g Realiza-se no dia 1 de Maio de 2011 a 4ª Prova da Taça TERMOFAiAl XC, organizada pela Delegação do Faial da Associação de Ciclismo dos Açores. A prova terá lugar no Parque do Cabouco e tem a sua concentração agendada para as 13h45, sendo que a corrida em si começa uma hora depois. Esta prova conta com o patrocínio da empresa TERMOFAiAl, com os apoios da Motohorta, Café Silva e Antena 9.

dr


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opInIão

29 de AbrIl de 2O11

Tribuna das Ilhas

investir na proximidade

mar açorIano

ilha Graciosa dr

Genuíno Madruga Tal como temos vindo a referir um dos grandes problemas, senão o maior, que o sector das pescas enfrenta actualmente é, sem dúvida alguma, o grande aumento do esforço de pesca que aconteceu nos anos mais recentes. Se melhoraram substancialmente as condições de navegabilidade, de habitabilidade e de conservação do pescado a bordo das embarcações, do mesmo modo os portos, entrepostos frigoríficos e as condições da primeira venda em lota vieram contribuir para a valorização de espécies, como seja o Goraz, o Pargo, o Mero, o Cherne, etc, etc. Em finais dos anos 80 e durante a década de 90, junto à costa da ilha Graciosa a profundidades entre as 30 e as 60 braças*, utilizando como aparelho de pesca linhas de mão, era frequente, por viagem (de 1 a 3 dias), pescar-se cerca de 1 tonelada de Goraz e Pargo, e por vezes mais. Naquele tempo, na Graciosa, havia dois ou três barcos cabinados e uns poucos mais de boca aberta, que operavam a partir do Porto da Praia, de Santa Cruz e da Folga. Mais recentemente, a título de exemplo, no ano de 2002 a frota de pesca desta ilha, no seu conjunto, pescou 18.014 toneladas, no valor de 190.071 €. Com a construção do porto de pesca e a posterior renovação da frota, no ano de 2007 (o melhor de

A

todos) pescou-se 127 toneladas, no valor de 1.190.666 €. Todavia, a relativa abundância não suportou o enorme esforço de pesca exercido a qualquer distância da costa e, em 2010, as capturas, na sua totalidade, não foram além das 82 toneladas, no valor de 596.703 €. É importante referir estes números, que demonstram bem o estado de sobre-exploração a que se chegou, sem qualquer medida efectiva de controle da actividade da pesca na ilha Graciosa. Aliás, é na ilha Branca que se realizam anualmente eventos relacionados com as actividades marítimo-turísticas, que em muito contribuem para a economia da ilha. Não se pode admitir que algumas embarca-

ções de pesca, utilizando palangre de fundo, exerçam com tais aparelhos actividade em zonas proibidas, delapidando um bem que devia ser de todos, nomeadamente das empresas que exercem o mergulho. lá está o porto de pescas e de outras actividades, obra do actual Governo Regional que com toda justiça devemos enaltecer e que contribui para a boa operacionalidade das muitas embarcações de boca aberta, semi-cabinadas e de outras de maior porte que alteraram radicalmente a pesca na ilha Branca. Passados treze anos voltamos a ilha Graciosa, aos mesmos lugares, com os mesmos aparelhos (linhas de mão), em três dias pescou-se 102 Kg (Goraz, Peixão e

Pargo) o que mostra de forma clara o actual estado lastimável de sobreexploração a que se chegou. E agora? Temos o porto, temos 38 embarcações de pesca registadas na ilha, mais as que vem de fora, mas o peixe, tal como o cometa que avistamos numa madrugada límpida, foi-se! E agora? Agora sim, aí está o problema: como pagar as embarcações e outros investimentos se o que se pesca mal dá para as despesas, estas sim continuam imensuravelmente a subir? E por lá não “andaram” as embarcações de grande porte com companhas exteriores à Região .. www.genuinomadruga.com * braça = 1,82 m

Portugal não é uma folha de excel berto Messias

N

este momento crítico da vida nacional, em que a esperança de um povo está de rastos, é importante celebrar o 25 de Abril de 1974. Esta data deve ser o exemplo que Portugal consegue ultrapassar as dificuldades, contando com os portugueses, com a resistência de um povo que, quando motivado, é imparável. Quarenta e oito anos de ditadura caíram numa madrugada como um baralho de cartas, devido a um punhado de capitães que viram em Portugal mais do que um regime ditatorial e uma guerra sem explicação. O 25 de Abril prova, assim, que é possível a Portugal ultrapassar obstáculos, à primeira vista, inultrapassáveis. Este deve ser o exemplo motiva-

dor que o país precisa neste momento de angústia provocada por uma chamada “troika” que, em silêncio e fechada em gabinetes de lisboa, está a definir o nosso futuro próximo. É por isso que Paul Thomsen, o “senhor FMi” em Portugal, deveria perceber que a “Revolução dos Cravos” fez com que o nosso país seja, hoje, muito mais do que défices, taxas de juro, agências de rating, dívidas soberanas, prazos de maturidade e cortes de despesa. Deveria perceber que este país, quando quer, bem liderado e motivado, é também esperança, democracia e liberdade de um povo que mudou um regime quase sem sangue. Paul Thomsen, que encabeça a “troika”, tem de perceber que existe uma geração que já nasceu e vive em democracia porque a geração antes dela não se resignou e lutou para mudar um país sujeito a um regime muito mais persistente e gravoso do que a actual ditadura dos mercados e

dos ratings. O “senhor FMi” não pode esquecer, quando estiver a definir o nosso futuro nos gabinetes de lisboa, que existe uma geração que enfrentou uma ditadura, que derrotou uma polícia política sinistra e que acabou com uma guerra não por si, mas sim pelos seus filhos e netos. Filhos e netos que serão, hoje, as novas vítimas da nova ditadura dos mercados e das agências. uma ditadura sem rostos, o que torna muito mais difícil o combate. O senhor Paul Thomsen, quando estiver a definir o nosso futuro na folha de Excel do FMi, vai ter de perceber que, numa madrugada, voltamos a ser Portugal democrático e que resistimos à mais velha ditadura da Europa. Esta é, também, a folha de serviço recente do nosso país. A data que hoje se comemora terá de ser um alerta para o senhor Paul Thomsen: Não é aceitável que uma “troika” atire para a lama todos os

direitos sociais adquiridos por Portugal após o 25 de Abril de 1974. Não é aceitável que renegue à memória de um país que sempre foi muito mais do que números. Não é aceitável que faça tábua rasa da luta de uma geração inteira de portugueses que devolveu a democracia a um país. um economista não tem de saber História. Mas não há economia sem povo. Portugal está preparado para os inevitáveis cortes que se avizinham, mas não está preparado que lhe tirem a esperança devolvida em 1974. Paul Thomsen deveria, antes de fechar a sua folha de Excel numa gabinete de lisboa, ler o poema de Manuel Alegre: “Foram dias foram anos a esperar por um só dia. Alegrias. desenganos. Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia”.

M. Patrão Neves

firmo repetidas vezes que a função geral do deputado ao Parlamento Europeu é construir, alargar e consolidar uma ponte tão ampla quanto possível entre as instituições europeias, cujos trabalhos acompanha, e os cidadãos, que informa e ouve, e entre estes, a quem dá voz, e os centros de decisão europeia, que deve influenciar a partir dos interesses regionais e nacionais, que representa, e no horizonte alargado da construção do projecto europeu com o qual o seu mandato está comprometido. É neste contexto que o eurodeputado dispõe da possibilidade de convidar cidadãos nacionais a visitarem o Parlamento Europeu, dentro das regras estritas que a instituição estabelece e segundo critérios que o próprio deputado pode enunciar. Eu tenho feito questão de organizar os grupos de visitantes integrando açorianos de todas as ilhas, respeitando assim a unidade do arquipélago e procurando dar igual atenção às nove ilhas; simultaneamente organizo os grupos com pessoas ligadas a sectores socioeconómico e profissionais específicos que possam beneficiar de uma maior proximidade às instituições europeias. É também neste contexto que o eurodeputado se pode candidatar a organizar uma visita de uma delegação oficial do Parlamento Europeu ao seu Estado Membro. Foi o que se verificou na semana passada com a visita que organizei de uma delegação da Comissão das Pescas aos Açores, a primeira na Região nesta legislatura. Tratou-se de uma delegação excepcionalmente grande, reunindo 10 eurodeputados, de 5 nacionalidades, pertencentes a 4 famílias políticas diferentes. Esta realidade é muito relevante porque implica que a mensagem que se transmite não atinge apenas alguns poucos deputados, de uma ou outra delegação nacional, de um ou outro sector político, mas ganha um potencial efeito replicador: cada um dos deputados presentes influenciará o futuro voto da sua respectiva delegação nacional e família política. E é, de facto, da mensagem que se trata. Estas visitas são oportunidades para, num ambiente natural, na realidade específica de cada região, e reunindo uma diversidade significativa de parceiros de um sector particular, se transmitir dificuldades e receios, potencialidades e expectativas, sensibilizando os diferentes deputados e procurando criar neles aliados para as nossas causas. Trate-se, pois, de um investimento no futuro que só mais tarde poderemos apreciar cabalmente o que renderá. No presente, satisfaz-me o excelente espírito de colaboração de todas as instituições e pessoas convidadas a falar aos deputados que, com competência e entusiasmo, foram porta-vozes dos interesses da pesca açoriana. Bem hajam e votos de uma Santa Páscoa a todos. 22.04.2011


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opInIão

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Tribuna das Ilhas

FLorenTIno que se DIsTInGuIu

JOSÉ antÓniO nuneS GOMeS SilVa (1946-1989)

José Armas Trigueiro

N

asceu na freguesia da Fazenda, concelho de lajes das Flores, em 16 de Abril de 1946, filho de António Nunes Silva, emigrado para o Brasil em 1953 onde viria a falecer, e de Vitória Nunes Gomes e Silva, doméstica que, octogenária, ainda ali vive com o filho João, na cidade de São Paulo. Era, portando, irmão de João António Nunes Silva, advogado ou jurista em S. Paulo, Brasil. Depois de fazer o Ensino Primário na escola da sua terra natal, ingressou no Externato de Nossa Senhora da Conceição, de Santa Cruz das Flores, onde foi um excelente aluno. A fim de se juntar ao pai na cidade de S. Paulo, no Brasil, e para ver se ali haviam condições para a restante família seguir esse trajecto, para lá emigrou por volta de 1963. Consequentemente, a mãe, o irmão João e a tia “Mariazinha” emigraram no ano seguinte, onde todos se juntaram naquela cidade. Aí José António começou a vida como empregado num restaurante, onde conheceu um fotógrafo que, ao aperceber-se da sua inteligência, o convidou para trabalhar consigo numa revista literária. Ele pôde assim fazer experiências fotográficas e enveredar pelas máquinas de filmar. Algum tempo depois já fazia filmagens para a Televisão, aproveitando a pouca experiência que tinha nessa área e a muita inteligência para uma aprendizagem rápida de tudo o que se lhe propusesse fazer. inicialmente, na cidade de São Paulo, montou estúdios fotográficos próprios para actuar no campo da moda, publicidade e fotonovelas, onde dirigiu trabalhos nessa área, durante dois anos. Depois, na “Editora Saber”, coordenou e dirigiu a revista literária “Jovem-Sex”, que acabou por ser retirada de circulação pela censura. Nessa época já escrevia com o pseudónimo de “Jean Garrett”, que utilizou no resto de toda a sua carreira artística, entrando então no campo cinematográfico que sempre o atraíra. Entre 1968 e 1993, ora como cenógrafo e intérprete, contra-regra ou assistente, ora como director, autor e produtor, actuou em 29 filmes. Desses filmes destaca-se “Sedução”, “A Ilha do Desejo”, “Amadas e Violentadas”, “Possuídas Pelo Pecado” e

O

Parque Natural do Faial oferece aos seus visitantes a possibilidade de realizarem um conjunto de actividades ao ar livre, designadamente, trilhos pedestres. De facto, e de acordo com a opinião de vários peritos em temáticas relacionadas com a natureza e do pedestrianismo, não existe melhor forma de conhecer o nosso património natural como percorrendo-o a pé. A paisagem da ilha do Faial tem como base a morfologia vulcânica, aliás, como as restantes ilhas do arquipélago, esta paisagem vulcânica foi, ao longo dos anos, sendo ocupada por uma densa vegetação da floresta laurissilva. No Faial o visitante não encontrará melhor exemplo do referido do que o Perímetro da Caldeira, pois, ao caminhar por este percurso, poderá ser visualizada não só a caldeira de um vulcão, mas também a vegetação que cobria a ilha antes do seu povoamento, a exuberante laurissilva húmida. Ao caminhar por este percurso o visitante desfrutará, de uma exuberante paisagem, não só sobre toda a ilha do Faial, mas também sobre as restantes ilhas do triângulo e, ainda, a ilha da Graciosa.

artista teatral e cineasta emigrado no brasil “Excitação”. Mas, para além de filmes, também fez teatro, actividade iniciada em 1968, onde teve a função de maquilhagem e intérprete. Depois de uma passagem pelas filmagens, em 1980 voltou ao teatro onde foi produtor e co-director. Mais tarde, em 1989, voltaria outra vez a ser atraído pelo teatro, onde teve as funções de produtor e de director. Depois de um curto interregno, voltou aos filmes. Em 1995, “Jean Garrett” passou a dedicar-se ao teatro e ao vídeo, administrando o teatro “Bibi Ferreira”, em São Paulo, onde produziu e dirigiu espectáculos e, paralelamente, escreveu e dirigiu filmes publicitários e institucionais para empresas. Estava nesse trabalho quando, com apenas 50 anos de idade, em Junho de 1996 foi vítima de um traiçoeiro acidente vascular que o vitimou quando seguia no seu carro. Segundo informa a família, terá sido encontrado por uma senhora que passava caído no passeio e, embora ela o tenha levado ao Hospital, já ali chegou sem vida. Por ocasião do seu falecimento. a imprensa portuguesa, em jornal e data que não pudemos precisar – mas que se supõe ser da ilha de S. Miguel – escreveu que usava o pseudónimo de “Jean Garrett” e que “começou em 1966 como director e fotógrafo de fotonovelas». «Em seguida, foi cenógrafo e autor de José Mojica Martins (chegou a fazer um dos assistentes da personagem “Zé do Caixão”)». «Entrou como director em 1974, com “A Ilha do Desejo”, tendo realizado 16 longas-metragens até 1986». «Nesse período afirmou-se como um dos principais artesãos que trabalhavam na “Boca do Lixo” (centro de produção do cinema popular de São Paulo)». «Foi responsável por sucessos como “Mulher Mulher” (1977, com Helena Ramos), “A Mulher que levantou o Amor”, (1977, com Aldine Muller), “O Fotógrafo” (1980, com Patrícia Scalvi)». «Com o fim do chamado ciclo da “pornochanchada”, tornou-se, desde 1987, director artístico do Teatro Bibi Ferreira, de São Paulo». «Os filmes de Jean Garrett distinguiram-se da produção média da

época pelo esforço no trabalho com a imagem e pelas narrativas trabalhadas. Embora tivesse trabalhado com vários géneros (da comédia realista ao drama “intentista”), foi no suspense que melhor se exercitou, em particular com “Excitação”, de 1976, [IA]». Nesse texto informa-se ainda que «foi enterrado ontem no cemitério de Vila Alpina, em São Paulo, o cineasta Jean Garrett, 50 [anos de idade], que morreu domingo, de enfarte», sem mencionar o seu nome verdadeiro nem o local onde José António nasceu, referia-se apenas que havia «Nascido em 1946, em Portugal...». Pelo prestígio dos seus filmes recebeu os seguintes prémios: APCA de melhor música; APCA de melhor roteiro; melhor filme no festival de Maringá (PR); melhor direcção no festival de Aruarama (R.J). Sabe-se também que cerca de 10 dos seus filmes foram exportados para a Europa e para a América latina. Trabalhou com cerca de uma centena de artistas, produtores e demais colegas, muitos deles nossos conhecidos em telenovelas brasileiras, entre os quais recordamos nomes como António Fagundes, Helena Ramos e muitos outros artistas de prestígio, que seria fastidioso evidenciar neste trabalho. Segundo consta, quando faleceu, preparava-se para vir a Portugal, a fim de estabelecer acordos para a transmissão dos seus filmes, aproveitando a oportunidade para visitar a ilha das Flores, aonde ele jamais voltara. Recorda-se que quando emigrou tinha cerca de 18 anos, tendo deixado na ilha vários familiares e muitos amigos, que ele facilmente sabia fazer. Refere quem com ele lidou na freguesia da Fazenda que, já em criança, organizava, com outros jovens fazendenses, a improvisação de representações teatrais ou cinematográficas, na casa que o tio José Nunes Silva estava a concluir. Cobrava à rapaziada que assistia às suas brincadeiras teatrais uns centavos para os abonar das “mesadas” que os pais não tinham possibilidade de lhes dar. Recorda ainda que no grupo de companheiros estariam o Hélio Silva e o irmão José

dr

do Espírito Santo Silva, bem como outros elementos da sua geração. Representações semelhantes eram feitas para as tias maternas, na casa do lugar da Cova, onde ele improvisava, como sacerdote, a celebração de missas e de outros actos religiosos de que as tias gostavam de ver. Dotado de características semelhantes às do pai – inconstante e invulgarmente inteligente – era um improvisador nato de tudo o que lhe vinha à cabeça. Assim, supõe-se que teria ido, certamente, muito mais longe na arte teatral e cinematográfica se não tivesse falecido tão novo. BiBl: elementos curriculares fornecidos pelo tio, José nunes silva, residente na freguesia da Fazenda das Flores, arquivados nos meus documentos em 4-2-2006; elementos curriculares remetidos pelo irmão João e arquivados nos meus documentos em 23-11-2007; entrevista a Maria Helena armas trigueiro Pacheco, Ponta delgada, arquivada nos meus documentos em 24-11-2007; trigueiro, José arlindo armas “Fazenda das Flores – um século de sucesso”, 2008, pp 437 a 439, ed da Junta de Freguesia da Fazenda das Flores.

Perímetro da Caldeira PAulO SIlVAPAulOSIlVA-SIArAM

A caldeira do vulcão da ilha do Faial formou-se devido a um colapso do topo do seu aparelho vulcânico, há cerca de 1200 anos. Esta depressão, de formato circular, apresenta um diâmetro de cerca de 2 km e uma profundidade média de 390 m, encontrando-se coberta por vegetação laurissilva. Esta paisagem, a Caldeira do Faial, pertencente ao Parque Natural do Faial, encontra-se classificada pela iuCN (união internacional para a Conservação da Natureza) como Reserva

Natural, e, pela Rede Natura 2000, como zona de Protecção de Aves Selvagens (Directiva Aves) e como Zona Especial de Conservação (Directiva Habitats), tendo sido recentemente classificada, ainda, como zona húmida de importância internacional pela Convenção de Ramsar. O circuito pedestre, Perímetro da Caldeira, apresenta uma extensão de 7

JOãO MelO

km, demorando cerca de 3h30m para ser efectuado, com início junto ao Miradouro da Caldeira. Caminhando pelo lado direito, é possível apreciar, no seu interior, um pequeno cone de escórias, um domo lávico de natureza traquítica, conhecido como Rocha do Altar e, junto à parede sul, diversos charcos e turfeiras. A Caldeira apresenta-se coberta por

grandes matos arborescentes macaronésicos, floresta laurissilva e matos de juniperus. Continuando o percurso, pode-se avistar, para Este, o Graben de Pedro Miguel, que se caracteriza pela presença de importantes escarpas de falha, de orientação aproximadamente WNWESE. Ao longo deste percurso deparamonos, nas encostas da caldeira, com uma espécie, que, ao ser alimentada pela chuva, possui um papel preponderante na manutenção da humidade, o Shagnum spp. Este briófito distingue-se dos outros musgos pelo facto dos seus ramos estarem agrupados em fascículos. É de destacar, ainda, a presença de espécies endémicas como a angélica, uma das plantas mais raras da flora açoriana e o trovisco-macho, uma verdadeira relíquia do período Terciário, ao qual vive associado um artrópode, conhecido por gorgulho, que apenas se pode encontrar nas ilhas do Faial (apenas na Caldeira), Pico e Flores. Aprecie os sons da natureza, pois poderá escutar e observar diversas aves das quais destacam-se o tentilhão, a estrelinha, o canário-da-terra e o milhafre.


InFormação

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l Faleceu a 17 de abril do corrente, olívia caldeira da silva, de 87 anos, natural e residente na freguesia de castelo Branco. deixa viúvo Manuel silveira Ávila. era mãe de Maria olívia Ávila rodrigues, casada com Joaquim antónio rodrigues, de José silveira Ávila casado com Maria de Fátima oliveira Ferreira Ávila, de Maria de Fátima da silva Ávila, solteira, de Manuel da silva Ávila, casado com Humberta dutra da silva Ávila, de ir. Maria catarina da silva Ávila (fhic) e de antónio da silva Ávila casado com Maria da conceição da silva souto Ávila deixa ainda 12 netos: Fílipe Ferreira Ávila, casado com Joanne lea Goulart Ávila, rui Manuel Ávila rodrigues, casado com susana Maria silveira Goulart, Judite Maria Ávila rodrigues, casada com anibal José cândido oliveira, emanuel da silva Ávila, José Humberto da silva Ávila, luís Filipe da silva Ávila, tiago Manuel da silva Ávila, João souto Ávila, sofia souto Ávila, carina souto Ávila, Bruno souto Ávila, diogo souto Ávila. deixa ainda quatro bisnetos: andré Filipe rodrigues, Pedro alexandre rodrigues oliveira, leonardo Goulart rodrigues, leonor Goulart Ávila. l a 20 de abril, faleceu no Hospital da Horta com a provecta idade de 91 anos, lídia albertina da silveira, natural da Praia do almoxarife, onde residia. viúva de antónio da rosa, deixa de luto os seus sobrinhos e o seu afilhado José alberto silveira Borges, casado com Margarida Maria Flores com quem residia. l Faleceu no passado dia 21 de abril, com 81 anos de idade, Maria Filomena dias, viúva de Manuel Joaquim da silva, natural da Praia do almoxarife onde residia. deixa de luto seus quatro filhos: José alberto da silva, casado com Zélia silva, Henrique da silva, Manuel Maria da silva, casado com lisete silva e Fernanda silva casada com José dores. a extinta deixa ainda cinco netos: Ângela silva, Paula silva, rui silva, ana sofia silva e Margarida dores. l carlos Manuel quadros viveiros, de 55 anos de idade, faleceu no passado dia 21 de abril, no Hospital do divino espírito santo em Ponta delgada. natural da Freguesia da Matriz e residente na freguesia de castelo Branco, deixa de luto sua esposa Maria Manuela souto Faria viveiros e o seu filho carlos armando Faria viveiros. o extinto deixa ainda um sobrinho, o carlos alexandre viveiros correia. l com 21 anos de idade, faleceu no Hospital da Horta, no passado dia 21 de abril, Hélio silveira lobão, natural da freguesia dos Flamengos e residente na freguesia da Matriz. deixa de luto ana neves. o extinto era filho de antónio eduíno lobão e de Maria José lobão e irmão de nelson lobão e de Mário lobão. deixa ainda de luto sua avó idalina lobão, os seus sogros, carlos neves e de luísa neves e as suas cunhadas vera alves e Jéssica neves. l antónio Pereira costa de 29 anos de idade de idade, faleceu no Hospital da Horta no passado dia 24 de abril. natural da freguesia da Matriz e residente no sítio dos espalhafatos, deixa de luto lisa costa e uma filha. l Manuel Pereira dias, de 62 anos de idade, faleceu no Hospital da Horta no passado dia 24 de abril. natural da Freguesia da candelária onde residia, deixa de luto sua esposa leontina Maria da rosa Matos dias e os seus dois filhos Marciano Manuel Matos dias, casado com Marta luísa da silva Furtado dias e carla Maria Matos dias sousa, casada com larry sousa. a extinta deixa ainda uma neta, a catarina dias sousa.

dIreCTOr: cristiano Bem edITOr: Fernando Melo CHeFe de redACçãO: Maria José silva redACçãO: susana Garcia e Marla Pinheiro

AMANHã e dOMINGO 21H30- Filme - “Cisne Negro” no teatro Faialense, inserido nas comemorações da semana da dança 2011. organização Hortaludus eVeNTOS

HOJe 18h00 - encontro da comunidade de leitores da BParJJG, na Biblioteca Pública a. r. J. J. G. organização da Biblioteca Pública e arquivo regional João José da Graça TerMINA HOJe 09h00 às 17h00 – exposição “açores 1917/1918. crónica de um ano americano” na Biblioteca Pública a. r. J. J. G. organização da direcção regional da cultura

COlAbOrAdOreS PerMANeNTeS:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, ruben Simas, Fernando Guerra, raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias COlAbOrAdOreS eVeNTuAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, Santos Madruga, lucas da Silva

eMeNTA PArA dOMINGO

bACAlHAu ASSAdO NO FOrNO eSPAdArTe FrITO GrelHAdO eSPeTAdAS de CArNe POrCO AceitAm-se ReseRvAs

TerMINA AMANHã exposição - evolução resposta a um Planeta em Mudança no centro de interpretação do vulcão dos capelinhos. organização do Governo dos açores e Junta e Freguesia do capelo SeMANA dA dANçA 2011 HOJe 21h00- comemoração do dia Mundial da dança no Pavilhão desportivo da Horta com a actuação de vários grupos de dança das professoras Paula sousa; lisa Medeiros; Ginásio verdeMar; Ginásio corpuseven; Grupo Folclórico e etnográfico de Pedro Miguel; aJa Baile. uma organização da cMH e Hortaludus com a parceiria sd Faial e eBi e com os apoios de Paula sousa, lisa Medeiros, Ginásio verdeMar, Ginásio corpuseven, Grupo Folclórico e etnográfico de Pedro Miguel e aJa Baile

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HOJe e AMANHã Farmácia ayres Pinheiro 292 292 749 de 1 A 7 de MAIO Farmácia lecoq 292 200 054 eMerGêNCIAS -FAIAl i h p o ~ m i i

número nacional de socorro 112 Bombeiros voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 linha de saúde Pública 808211311 centro de saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 TrANSPOrTeS - FAIAl

jsata - 292 202 310 - 292 292 290 loja jtaP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de taxistas da ilha do Faial 292 391 300/ 500 otransmaçor - 292 200 380 FICHA

Tribuna das Ilhas

FOTOGrAFIA: carlos Pinheiro

29 de AbrIl de 2O11

PrOJeCTO GrÁFICO: iaic - informação, animação e intercâmbio cultural, crl PAGINAçãO: susana Garcia redACçãO ASSINATurAS e PublICIdAde: rua conselheiro Miguel da silveira, nº12, cv/a-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: telefone/Fax: 292 292 145 e-Mail: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TéCNICA

IMPreSSãO:

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de sousa, 25

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iaic - informação, animação e intercâmbio cultural, crl niPc: 512064652 reGISTO COMerCIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte subsidiado GOVerNO reGIONAl dOS AçOreS

esta publicação é apoiada pelo ProMedia - Programa regional de apoio à comunicação social Privada


FuNdAdO 19 de AbrIl de 2002

Tribuna das Ilhas

www.tribunadasilhas.pt

SeXTA-FeIrA 4 29 de AbrIl de 2O11

aÇOreS SinÓniMO de natureza

T

odos nós residentes nos Açores, temos uma incontestável sorte em viver numa região em que a natureza nos rodeia e nos enche a alma de cor, sensações e de aromas únicos, característicos destas nove ilhas. Os Açores são sem dúvida um destino de excelência, para quem deseja a tranquilidade e usufruir de um contacto directo com a Natureza. Detentores de uma beleza paisagística paradisíaca e de grande potencialidade, é absolutamente indispensável, que todos nós demos o nosso contributo no sentido de preservarmos o nosso património natural. Actualmente em termos de biodiversidade existem cerca de 702 espécies exóticas de flora identificadas, 36 das quais com carácter invasor, as mais conhecidas são a roca de velha, e o incenso. Já em relação à fauna estão inventariadas cerca de 47 espécies exóticas, distinguindo-se 5 espécies invasoras, com especial destaque para o escaravelho japonês. No arquipélago g A Joice Jeans e a Boutique Joice apresentaram no passado fim-de-semana a sua colecção Primavera/Verão 2011. Num desfile que contou com a participação de 33 modelos, maquilhados por Cármen Teixeira e penteados por

dr

estão protegidas 115 espécies, verificando-se, no entanto, 215 espécies ameaçadas. Contribuindo para a beleza das nossas ilhas estão algumas flores, por todas nós conhecidas, como é o caso das Hortênsias, das Azáleas e das Camélias servindo de divisão dos pastos e propriedades ou simplesmente fazendo de moldura às nossas estradas e caminhos

e espelhando uma beleza impar de cor, essência e serenidade. No âmbito das áreas protegidas dos Açores, estas incluem áreas terrestres, águas interiores e marinhas, em que a fauna, a flora, a paisagem, os ecossistemas ou outras ocorrências naturais apresentam, devido à sua raridade grande valor ecológico ou paisagístico. Dada a natureza vulcânica das ilhas,

os Açores detêm um rico e variado património espeleológico, com diversas cavidades vulcânicas como por exemplo, o Algar do Carvão na ilha Terceira, a Furna do Enxofre na Graciosa ou a Gruta das Torres na ilha do Pico, todas em condições de serem visitadas e exploradas pelos amantes deste tipo de prática.

Muitos são também os circuitos pedestres ao dispor dos locais e visitantes, circuitos estes que oferecem passeios de beleza ímpar, mas que são também promotores do nosso espaço natural. A AZORiCA, enquanto associação de defesa do ambiente, promove mensalmente passeios pedestres através do seu núcleo de pedestrianismo, como forma de dar a conhecer a todos o nosso espaço natural, permitindo assim, através da promoção o incentivo à preservação daqueles espaços. Todos nós temos de ter cada vez mais a consciência de que a preservação da nossa beleza e património natural é responsabilidade de todos nós, e não apenas de alguns, conscencializando-nos de que cabe a nós a perpetuação desta nossa “herança”.

PreSerVe O que É nOSSO! PrOMOVa O que É nOSSO!

Joice Jeans e boutique Joice apresentam nova colecção

CArlOS PINHeIrO

luís Rocha, de destaque foi ainda a exibição da bailarina Rebeca Silva, numa exaltação à Primavera. De acordo com a organização, o objectivo deste evento passou por proporcionar, mais uma vez, ao público faialense, um espectáculo de moda, com ofertas de vales de desconto, amostras de produtos e catálogos.


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