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séRIe AçORes

fayal sport dEfronta santiago Em s. miguEl PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIReCtOR: mANuel CRIstIANO bem 4 NÚmeRO: 490

28.OutubrO.2O11

Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

em tempo de crise

Jovens decidem apostar no faial

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Faial Filmes Fest arranca domingo

Está aí a fEsta do CinEma PÁGINA O8

Esta miúda valE ouro! g

VIVIANA ROsA sAGROu-se CAmPeã NACIONAl de dRessAGe e tROuxe PARA O FAIAl A medAlhA de OuRO. tRIbuNA dAs IlhAs CONVeRsOu COm A jOVem PÁGINA 1O CAVAleIRA.


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editorial

inSulariDaDe… g São em grande número os comentadores políticos que, diariamente, através dos vários canais da TV, nos dão opiniões e perspectivas sobre o nosso país e a grave crise que o seu povo atravessa. E, apesar de algumas honrosas excepções nesse alargado grupo de comentaristas nacionais – gente que andou pelas bancadas universitárias – é triste reconhecer que ainda existe, sobre os Açores, uma chocante ignorância, não só relativa às velhas e anedóticas falhas de ordem geográfica, mas sobretudo pelo desconhecimento confrangedor das condições da vida económica e social destas terras, separadas pelo mar a meio de um oceano, entre a Europa e a América do Norte. Ainda recentemente, aquando da campanha eleitoral na Madeira e ao longo dos debates sobre a elevada dívida daquela região autónoma, muitas asneiras e incongruências foram atiradas a público por tantos senhores, com ares doutorais, como se transmitissem juízos e verdades incontestáveis. E, bastas vezes, falou-se de “insularidade” sem se conhecer o que isso é, no fundo e o que representa para as populações das ilhas. Mas o mais curioso foi ouvir, numa dessas “mesas redondas”, um palavroso economista a querer justificar o despesismo da Madeira alegando que a ilha, situada a uma considerável distância marítima do continente, tinha direito a um superior apoio financeiro do Estado, por força dos custos da insularidade. E quando era de esperar que, nas referências aos Açores, fossem salientados os seus condicionalismos de terras implantadas a meio do mar, muito mais penalizantes do que os da Madeira, a troca de argumentos esvaíu-se em alusões parciais e pouco significativas às nossas ilhas, como se elas constituíssem uma região de importância relativa, sem necessitar de grandes ajudas para minorar os efeitos da tal insularidade. claro que essa gente, que tudo comenta e discute, pouco sabe sobre as regiões insulares e dificilmente poderá compreender uma realidade extremamente simples: a de que os Açores, localizados no Atlântico a uma distância da costa continental muito maior do que a que separa a Madeira dessa mesma costa, têm já, neste ponto, diferenças a exigir maiores apoios pela sua condição insular. Além disso, com apenas duas ilhas na região madeirense – uma das quais tudo concentra pela sua dimensão – e com nove parcelas nos Açores, tais custos são ainda muito superiores neste arquipélago, nos mais variados aspectos, desde a saúde e a energia aos transportes e à própria administração. Ora, enquanto essa ignorância persistir em parte da “mentalidade continental”, estas ilhas vão continuar a ser postas, injustamente, no plano dos esquecimentos do Estado central.

em destaque

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azoriCa comemora 20 anos dR

maria josé silva g A comemorar 20 anos de existência a AZORICA, Associação de Defesa do Ambiente, está a organizar várias actividades de sensibilização ambiental no Faial. As comemorações dos 20 anos da AZORICA vão até Fevereiro do próximo ano e englobam, entre outros, um Raid Fotográfico, uma regata, mini-maratona, golfe rústico, percursos pedestres, workshops e BTT. A conferência de imprensa de apresentação do programa dos 20 anos desta associação ambientalista decorreu na passada terça-feira sob o mote “20 anos em defesa do ambiente”. Para conseguir ter um programa comemorativo atractivo a AZORICA, conforme explicou a sua presidente ,Carla Pinheiro, associou-se a várias entidades. As actividades começam já este fim-de-semana com um raid fotográfico nas Levadas, em parceria com a organização Click Faial, subordinado aos 20 anos da associação. Em parceria com o Clube Naval da Horta vai realizar-se uma regata de vela de cruzeiro, desta feita a 6 de Novembro e não a 30 de Outubro, como anteriormente anunciado. A 20 de Novembro, no percurso Vulcão – Varadouro, vai disputar-se uma mini-meia maratona. A apadrinhar a prova estáo CIAIA – Clube Independente de Atletismo Ilha Azul. Para 26 de Novembro está agendada uma prova de golfe rústico “Open Day”, destinada à população em geral

em parceria com a Casa D’Ávila. Programado ainda está um percurso pedestre com o Rotaract Club da Horta. No final do percurso, a realizar a 10 de Dezembro, vai haver a entrega de um equipamento a uma instituição carenciada. “Endémicas, plantas medicinais e os seus benefícios” é o título do workshop a ser ministrado a 12 de Janeiro, desta feita sob a alçada do Parque Natural do Faial. A 15 de Janeiro haverá um percurso pedestre destinado aos utentes da

APADIF. Nos dias 28 e 29 de Janeiro decorre a prova é de BTT; o grande prémio AZORICA em bicicletas todo-o-terreno.

O encerramento das comemorações está agendado para o dia 11 de Fevereiro, com uma sessão solene durante a quail serão entregues os troféus e projectados os trabalhos de

fotografia resultantes do raid. Neste momento a AZORICA conta com cerca de 600 associados. Foi fundada a 21 de Outubro de 1991, dia em que foram aprovados os seus estatutos. Na mesma reunião, recorde-se, foi nomeada uma comissão de gestão constituída por Fernando Menezes, Maria Eduarda Goulart, João Marcelino, Manuela Silva, Maria Batista e Sérgio Paixão. A 26 de Fevereiro de 1992 foram escolhidos os símbolos da Associação e eleitos os corpos gerentes respectivos. Foi eleita presidente Maria Eduarda Goulart. A titulo de curiosidade, o símbolo inclui a flor da Lysimachia Nemorum ssp AZORICA, e foi proposto por Sérgio Luís. A designação AZORICA aconteceu por ser um termo que faz parte dos nomes científicos de várias espécies de flora e fauna endémicas dos Açores.

PSD/faial critica “demora e desorganização” na reabilitação da rede viária faialense g Os social-democratas faialenses estão descontentes com a forma como está a ser levada a cabo a empreitada de reabilitação da rede viária actualmente em curso (bloco II). Em comunicado enviado ontem às redacções, o PSD/Faial frisa que, apesar do investimento que está a ser feito pela autarquia nas estradas faialenses, a intervenção está a ser “demorada e desorganizada”. No comunicado assinado por Luís Garcia, o PSD lembra que a actual

[SOBE]

empreitada, com sete quilómetros de estradas, foi adjudicada em Abril de 2009, tendo o auto de consignação sido assinado em Agosto, “em vésperas das eleições autárquicas daquele ano”, com um prazo de execução de 720 dias. Os social-democratas lembram que, a menos que a Câmara Municipal da Horta (CMH) tenha aceite prorrogações, este prazo está já ultrapassado. A forma desorganizada e lenta como está a ser efectuada a requalificação das estradas tem, para o PSD/Faial, vários

exemplos por toda a ilha. Um deles é a intervenção na Ribeira Funda, que em Março passado os vereadores laranja disseram estar “abandonada”. Luís Garcia lembra que, na altura, o vice-presidente da autarquia garantiu que em Maio a obra estaria concluída. Agora, em Outubro, “a obra ainda não está concluída e as pessoas, de tanto esperarem, já desesperam”. Garcia refere que a CMH “culpa a empresa por esta situação”, mas considera que a autarquia, sendo “dona da obra e responsável pela

&

sua fiscalização”, deveria ter feito algo para evitar esta situação. O abandono da reabilitação da rua Marechal Gomes da Costa, da rua da Arrochela (Pedro Miguel) e da rua Padre Manuel Madruga (Feteira) merecem também críticas dos social-democratas, que exigem que a CMH “explique com verdade, com objetividade e com respeito pelas pessoas que sofrem diariamente estes atrasos, o que realmente se passa com esta intervenção na rede viária municipal”. MP

[DEScE]

RANhuRAGem

PReCAuçÕes

g Foi um importante melhoramento a obra de “ranhuragem”- assim se designa em termos técnicos – da pista do Aeroporto da Horta, efectuada pela ANA. Depois de uma primeira fase, levada a cabo, há algum tempo, na extensão mais utilizada da pista, foi mais recentemente completado esse trabalho em cada um dos troços extremos. Fica assim a pista faialense dotada de um sistema – não existente nos outros aeroportos açorianos – de drenagem rápida da água das chuvas abundantes. com a pista da Horta tratada só falta ser ampliada. Afinal, quando?!

g Embora em pleno Outono e com a “visita” de alguns dias de

bom tempo pelo meio, que parecem de despedida do Verão, já se pressente nas nossas ilhas a aproximação do Inverno. E assim, é imperioso tomar precauções para evitar males que as intempéries daquela estação normalmente trazem. Para os particulares, o cuidado com os telhados e outros arranjos das habitações. Para os serviços públicos, sobretudo a limpeza das ribeiras e das sarjetas das ruas e a defesa das casas junto ao mar. Sem essas precauções, podem sobrevir efeitos muito negativos.


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Rotaract Club da Horta promove debate sobre Formação e Emprego O Rotaract Club da Horta promoveu um debate sobre a temática “O desafio da formação para a qualificação profissional no Mercado de Trabalho”, nos dias 24 e 27 de Outubro, nas Escolas Profissional e Secundária. O Rotaract Club da Horta convidou Vera Lacerda, licenciada em Direito na Universidade Nova de Lisboa, como oradora. Actualmente, desempenha as funções de Inspectora Regional de Trabalho, tendo uma consciencialização concreta da realidade do Mercado de Trabalho. Com este debate, o Rotaract Clube da Horta pretende despertar e sensibilizar para a aposta na formação como meio de diferenciação competitiva no Mercado de Trabalho, tendo em conta a conjuntura actual. g

cmH apresenta novo projecto no âmbito do Faial

“neste natal faça muito com pouco”

FAIAl sOlIdÁRIO A apresentação de mais esta iniciativa no âmbito daquele projecto autárquico decorreu nas antigas instalações do banco de Portugal

“em tempos de dificuldade é preciso partilhar”. A mensagem foi deixada pelo vice-presidente da Câmara municipal da horta, josé leonardo silva, na passada terça-feira, durante a apresentação de uma iniciativa no âmbito do projecto Faial solidário que visa desenvolver o espírito de partilha dos faialenses durante a quadra natalícia.

marla Pinheiro Foto: maria josé silva g “Neste Natal faça muito com pouco - seja solidário” é o mote da iniciativa que a autarquia faialense pretende desenvolver já a partir de meados do próximo mês de Novembro. De acordo com José Leonardo Silva, a ideia é “desenvolver o espírito de partilha” e “estimular o sentimento de comunidade” ao mesmo tempo que se revitaliza o comércio local, cuja saúde depende cada vez

mais do estímulo adicional próprio da época natalícia. Nesse sentido, a autarquia vai distribuir já a partir do dia 14 de Novembro árvores de Natal solidárias pelas lojas que aderiam a esta iniciativa. Nessas lojas, os faialenses poderão adquirir vários artigos, como produtos alimentares, vestuário, material escolar, farmacêutico ou de higiene pessoal, entre outros, para serem doados a famílias e a instituições carenciadas do concelho. Os produtos podem ser deixados nas lojas aderentes, ou então colocados nas árvores solidárias que estarão na Câmara Municipal da Horta e nas antigas instalações do Banco de Portugal. A recolha prolonga-se até 20 de Dezembro. Em simultâneo, a Câmara Municipal da Horta irá também organizar a Feira das Boas Vontades. Esta decorrerá no dia 8 de Dezembro, data em que se assinala o Dia das Montras, e tem por objectivo “tornar visível o trabalho realizado pelas diferentes associações e instituições na sua missão e acção, nas diferentes áreas da vida faialense”.

Para tal, a autarquia disponibiliza o Centro de Artes e Cultura da Horta, nas antigas instalações do Banco de Portugal, para que essas entidades possam expor e vender trabalhos, ou divulgar as suas actividades. Alimentos, produtos, acessórios e roupas para bebés, produtos de higiene pessoal e de limpeza, roupa de cama e de banho, roupa interior, brinquedos e material escolar são exemplos de artigos que podem ser adquiridos e deixados nas lojas aderentes. Os voluntários devem ter atenção aos prazos de validade, que devem ser alargados, e às embalagens, que devem estar em bom estado de conservação. Equipamento doméstico, electrodomésticos usados, materiais de construção, medicamentos e ajudas técnicas são outras das necessidades do Centro de Recursos de Apoio à Emergência Social do Faial. Este projecto para a quadra natalícia é mais uma de várias iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas pela autarquia no âmbito do projecto Faial Solidário.

Hora muda este fim-de-semana g A hora vai mudar em Portugal no domingo devendo os relógios ser atrasados 60 minutos para que seja adoptado o horário de Inverno. Em Portugal continental e na Madeira a passagem para a hora de Inverno acontece quando forem 02:00, de acordo com o Observatório Astronómico de

Lisboa. Nos Açores, a hora será alterada quando for 01:00. Portugal continental e a Madeira ficarão assim com a mesma hora GMT, enquanto os Açores com menos uma. No último domingo de Março de 2012 realiza-se nova mudança da hora, para a de Verão.

[aconteceu] Cmh INVeste NA lImPezA uRbANA e seGuRANçA ROdOVIÁRIA g A câmara Municipal da Horta colocou ao serviço na passada semana uma nova varredora que permitirá introduzir melhorias ao nível da qualidade e da eficiência do serviço de limpeza urbana, bem como alargar a intervenção nesta área. com a aquisição de mais este equipamento, a autarquia procura, de acordo com uma nota informativa, dotar-se de melhores condições que lhe permitam alargar as áreas de intervenção ao nível da limpeza de vias municipais na cidade da Horta, assim como contribuir para a criação de melhores condições ao nível da segurança rodoviária. A versatilidade do novo equipamento ao dispor da cMH permitirá, igualmente, a sua utilização enquanto aspirador urbano, lavadora e varredora, representando, uma maior rentabilização dos recursos humanos. CONCuRsO PARA dOIs FeRRIes jÁ ReCebeu tRês PROPOstAs g O concurso para a construção de dois navios de transporte de passageiros e viaturas para operar nas ligações entre Faial, Pico e S. Jorge, nos Açores, foi prorrogado até 31 de Outubro, já recebeu três propostas de candidatos. “Nove entidades levantaram o caderno de encargos e três já apresentaram propostas”, adianta a Lusa.

[vai acontecer] ReseRVAs dA bIOsFeRA dOs AçORes NAs CelebRAçÕes dO dIA dAs ReseRVAs dA bIOsFeRA dA uNesCO g No próximo dia 3 de Novembro, no âmbito das comemorações do 40º aniversário do programa Man and Biosphere (MAB), será celebrado na sede da UNEScO, em Paris, o do Dia das Reservas da Biosfera. No âmbito das comemorações será servido um cocktail com produtos das reservas da biosfera de todo o mundo, incluindo produtos das Reservas da Biosfera dos Açores, tais como queijo, vinhos, compotas, queijadas, entre outros, cedidos por entidades locais. Recorde-se que as Reservas da Biosfera açorianas são as ilhas do corvo, Flores e Graciosa, que gozam desse estatuto desde Maio de 2009. As reservas da Biosfera são áreas protegidas instituídas a nível mundial pela UNEScO, como exemplares de boas práticas na manutenção do equilíbrio entre a qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentado. Nesta rede mundial estão incluídas zonas classificadas em todos os continentes. . PARtICIPAçãO AçORIANA NA exPO GAlIzA g Arranca amanhã mais uma Expo Galiza – Salão de Turismo Gastronomia e Artesanato da Galiza e Norte de Portugal, que decorre em Vigo e se prolonga até ao dia 1 de Novembro. Os Açores, como já vem sendo habitual, marcam presença através da participação da Secretaria Regional da Economia e da câmara do comércio e Indústria da Região. A representação faialense estará assegurada pela câmara do comércio e Indústria da Horta, cujo presidente, Ângelo Duarte, marcará presença no certame.

PReçO dO COmbustíVel bAIxOu NOs AçORes g Na passada quarta-feira o preço máximo de venda ao público de combustíveis nos Açores foi novamente actualizado, por via das alterações registadas no preço do petróleo, durante as últimas semanas, nos mercados internacionais. Assim, o preço das gasolinas 95 e 98 diminuiu um cêntimo por litro. De acordo com informação divulgada no Gabinete de Apoio à comunicação Social do Governo dos Açores, o preço máximo de todos os combustíveis na Região mantémse dentro dos limites definidos pelo PROGRAmA de PROmOçãO dA Executivo como diferença mínima para os GAstRONOmIA AçORIANA preços em vigor no continente português. g A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal deteNçãO POR tRÁFICO de dROGA (AHRESP) está a lançar nos Açores o proNA hORtA grama “Selecção Gastronomia e Vinhos”, g Três indivíduos foram detidos na fregue- que tem por objectivo promover o patrisia da Ribeirinha, na ilha do Faial, no passa- mónio gastronómico do arquipélago. A ideia é marcar a diferença na oferta do fim-de-semana. Na sequência da estratégia de combate turística através da gastronomia. Numa ao tráfico de estupefacientes definida fase inicial, o programa está aberto aos pela Divisão Policial da Horta, na freguesia estabelecimentos de restauração e bebida Ribeirinha foi dado cumprimento a das de São Miguel, Terceira e Faial, preum Mandado de Busca Domiciliária emitido vendo-se depois o seu alargamento a pelo Tribunal Judicial da comarca da outras ilhas. Para participar, os estabelecimentos Horta. No âmbito de um inquérito/crime em devem inscrever-se junto da AHRESP, curso, a PSP deteve três indivíduos do sexo ficando depois sujeitos a uma auditoria masculino de 17,18 e 35 anos de idade, de validação sobre aspectos como as sendo-lhes apreendidos vários objectos condições de higiene, a manipulação dos relacionados com a prática do tráfico de alimentos ou a formação profissional dos empregados. estupefacientes e 270 doses de Liamba.


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reportagem

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Em tempo de crise jovens apostam no faial A conjuntura actual não abona nada a favor dos que querem empreender, mas isso não parece desanimar quem tenta a sua sorte, faz face à tão anunciada e aclamada crise e procura fazer algo inovador e diferente pela sua terra. No Faial isso não é excepção, e apesar das dificuldades surgem jovens que decidem apostar e arriscar. tRIbuNA dAs IlhAs foi procurá-los. mauro fErrEira/mauro CabElEirEiro

EmanuEl frEitas/Eriklub

lisa mEdEiros/go gym

mauro Cabeleireiro abre dia 2 de novembro

discoteca reinventada para animar a noite no faial

tecnologia para tratar da saúde aos faialenses

g Primeiro o Jackpote Café Bar, depois o Bar da Praia de Porto Pim e agora Eriklub. É caso para dizer, “este homem não pára”. Emanuel Freitas, natural das Flores, veio para o Faial há alguns anos à procura de trabalho. Começou na restauração e depois na animação nocturna por conta de outros. Posteriormente resolveu arriscar e assumiu a gerência do Jackpote Café Bar. Da sua autoria foram vários eventos, tais como o “Ídolos Faial” e “Uma canção para ti”. Várias contrariedades fizeram com que desistisse do Jackpote e abarcasse um projecto diferente: o Bar da Praia de Porto Pim. Transformou o espaço, deu-lhe o “calor que faltava” e hoje em dia considera-o a “menina dos seus olhos”. “É bom ver que as pessoas

Instado a pronunciar-se sobre os motivos que o levaram a apostar num cenário que não se augura nada propício aos investimentos, Emanuel Freitas diz que “acima de tudo, numa época da crise é preciso dar às pessoas motivos para sair de casa. Mesmo que gastem menos do que antes, precisam de se distrair e abstrair dos problemas. Agora as pessoas não saem, não só porque o dinheiro é pouco como também porque se saírem vão encontrar o que encontram semana após semana, após semana.” Este projecto não elimina o que Emanuel Freitas tem já em funcionamento pelo que o Eriklub será um complemento ao Bar da Praia. “Vamos criar uma programação específica para os dois espaços e que crie um intercâmbio. Queremos facultar transporte do Bar para a Discoteca e implementar um cartão

procuram o Bar da Praia mesmo tendo já acabado o Verão. Apostamos forte nas massas e nos pratos leves e diferentes e isso reflecte-se no bom ambiente que temos. É, sem dúvida, um projecto a manter” – frisa Emanuel, agora que assumiu também a gerência da discoteca Eriklub, em parceria com a sua namorada Bruna Costa. Em conversa com TRIBUNA DAS ILHAS, Emanuel Freitas referiu que “o espaço reúne todas as condições para ser a discoteca do Faial. Tem área de fumadores e não fumadores, duas pistas de dança, área de refeição e lounge. A localização também é um ponto forte”. Emanuel considera que “os faialenses precisam e merecem um espaço que lhes dê alguma dinâmica nocturna. Quem sai à noite vai à espera de encontrar algo novo, não quer um espaço que abra e feche as portas sem lhes dar rigorosamente nada.”

cliente que vai dar benefícios a quem consumir nos dois estabelecimentos” - explica. “Vamos tentar colmatar uma lacuna que consideramos existir no panorama nocturno do Faial. Falo da música… Há músicas novas a sair constantemente e a população precisa de ter contacto com o que se faz musicalmente pelo mundo. Não há que impingir semana após semana a mesma coisa… Há que diversificar e nós vamos fazer por isso” – afirma. Na forja está a realização do Ídolos Canal, um projecto que Emanuel Freitas já havia idealizado nos tempos de gerência do Jackpote. A equipa de trabalho do Eriklub também foi “escolhida a dedo”. Nos bares estarão: Emanuel Freitas, Bruna Costa, Dora Rosa, Joana Moniz, Jorge Ferreira, Lisandra Sousa e Cilandia Silva. Na porta estará Patricia Faria e como seguranças Luís Riscado e Luís Soares.

texto e Foto

maria josé silva

maria josé silva Foto: marla Pinheiro g Acostumámo-nos a ver a cara de Mauro Ferreira associada à Taskilha do Mauro que tem marcado presença na Semana do Mar e noutras festas da ilha, mas a verdade é que há seis anos que se formou na área de cabeleireiro. Agora, abre finalmente, no próximo dia 2 de Novembro, o seu salão, na Avenida Gago Coutinho e Sacadura Cabral. O espaço funcionará das 09h00 às 21h00 e, para além dos serviços de cabeleireiro, pretende implementar um serviço de estética e massagens. Tribuna das Ilhas foi conhecer um pouco deste projecto que, desenganem-se, não vai fazer acompanhar um corte de cabelo com uma caipirinha, se bem que esta é uma premissa que não está descartada, mas para outras andanças. “Desde que me formei que tinha a ambição de abrir o meu próprio espaço. Este projecto surge assim como a concretização de um sonho que se tornou realidade e ganhou força porque o meu irmão Miguel, que já me acompanhava em alguns serviços, está agora a fazer o curso e vai, posteriormente, trabalhar comigo” – diz Mauro Ferreira. O jovem empresário adiantou ainda que “este salão vai estar aberto por dois anos e nessa altura, coincidindo com a altura em que o Miguel termina o curso, o meu objectivo é abrir um salão com um conceito diferente, inovador e distinto”.

Mauro Ferreira diz que uma das coisas que o distingue dos outros salões é o preço: “há muita gente boa a trabalhar pelo que tenho que apostar num preço competitivo e num horário aliciante. Para além disso, vou apostar na irreverência e tentar criar no Mauro Cabeleireiro um espaço multi-funcional, com gabinete de estética e massagens a complementar o serviço”. O leque de clientes que já utilizam os serviços de cabeleireiro de Mauro Ferreira já estão sensibilizados para a abertura do novo espaço. O empresário diz que não é complicado cativar clientes, basta para tal “ser humilde e usar da boa disposição”. Mauro, o mais jovem cabeleireiro a exercer no Faial, defende que “não basta ser muito bom, há que ser humilde, simpático, amigo e sempre disponível a prestar um bom serviço. É isso que tento implementar em todos os meus negócios.” Apesar do salão de cabeleireiro ser doravante a sua prioridade, Mauro Ferreira adiantou à nossa reportagem que a Taskilha do Mauro não vai desaparecer, muito pelo contrário: “é um projecto para manter. O que vai acontecer é que o salão, em Agosto, vai fechar para férias durante os primeiros quinze dias porque a Taskilha dá-nos liquidez para investir em novos projectos.” Para além dos habituais serviços de cabeleireiro - corte, pintura, permanentes, peelings, alisamentos, etc -, o salão Mauro Cabeleireiro está a ponderar ter algumas marcas representadas.

marla Pinheiro Foto: maria josé silva g Com 26 anos, há quatro que Lisa Medeiros é uma das responsáveis por pôr os faialenses a mexer. Nas suas aulas de aeróbica, hip hop, entre outros, contagiou um público fiel. Embalada por este sucesso, arrancou com o seu próprio ginásio: o Go Gym. Ao TRIBUNA, explica que “qualquer pessoa formada nesta área tem o sonho de ter um espaço seu”. As suas aulas de grupo destinam-se maioritariamente ao público feminino, e Lisa quis criar algo para toda a família. Decidiu rentabilizar o andar superior do espaço onde funcionam as aulas e criar uma zona de cardiofitness e musculação. “Os miúdos têm um local onde podem estar, as mães podem estar nas aulas ou nas máquinas e os pais também podem vir”, diz. A motivação para esta aventura surgiu das suas alunas, como confessa: “diziam que eu devia abrir qualquer coisa deste género, para que os homens também pudessem vir. Foi esse entusiasmo que me incentivou a avançar”. O Go Gym fecha portas à crise e abre janelas de oportunidades aos clientes, que têm uma escolha mais diversificada. Aberto há duas semanas, serve de complemento às aulas de grupo, e atrai novos públicos. Para marcar a diferença Lisa apostou na marca de máquinas mais conceituada da Europa. A qualidade paga-se, e o investimento necessário foi elevado, mas permitiu apetrechar o Go Gym com bons aparelhos de cardiofitness e musculação. Às máquinas juntamse os recursos humanos, e Lisa

congratula-se pelo facto de, além de si, ter três pessoas credenciadas a trabalhar no Go Gym. “Sem a Paula, a Liliana e a Alexandra eu não conseguia”, conta. A grande inovação é o sistema de pens utilizado. Trata-se de uma tecnologia recente, usada por poucos ginásios no país. Lisa explica como funciona: “quando as pessoas chegam fazemos-lhes uma avaliação física. Consoante essa avaliação e os objectivos do cliente, prescrevemos um treino”. Esse treino é colocado na pen, e o cliente, ao chegar ao ginásio, só tem de colocar a pen nas máquinas. Aí, ela informna dos exercícios a fazer, e da máquina para a qual deve passar de seguida. É uma espécie de personal trainer para cada cliente. Além disso, armazena dados que permitem monitorizar e adequar o treino de cada um. Lisa não tem um minuto de descanso. No entanto, sente-se compensada ao ver o seu sonho ganhar forma, e não esquece aqueles que deram uma mãozinha a concretizá-lo: “gostava de agradecer a todas as pessoas que me têm ajudado”, frisa. O Go Gym funciona todos os dias, das 10h30 às 13h30 e das 16h30 às 21h30. Quando olha para as escolhas que teve de fazer após a sua formação, garante que não se arrepende de ter voltado aos Açores: “gostava de ter experimentado a área científica, da investigação, mas havia coisas que me prendiam cá, os pais, o namorado… Acabei por voltar. Não me arrependo, mas sei que aqui estamos limitados. Gasto muito mais do que os meus colegas para ter formação, por exemplo. Mas esta foi a minha opção”, explica.


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PSD/açores quer ambiente dos açores com novo portal na net explicações do

Governo sobre obra do Saneamento básico na Horta

maria josé silva g A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) apresentou na passada semana na Horta, um novo portal na Internet que funcionará como elo de ligação central entre os vários portais e plataformas directamente associadas aos seus serviços. Disponível através do endereço http://portal.sram.azores.gov.pt, o espaço “cumpre o pressuposto de que os sítios de internet associados pelo Governo dos Açores devem transmitir uma visão clara e organizada das suas atribuições, com informações relevantes e actuais, que permitam potenciar, de uma forma mais completa, o acesso e divulgação da informação, neste caso especifico com interesse para as políticas públicas regionais nos domínios do ambiente e do mar” – explicou Álamo Menezes, secretário regional do Ambiente e Mar. O novo portal permite ao utilizador ligações directas aos diversos portais, como o dos Parques Naturais dos Açores, e novos portais temáticos desenvolvidos para as áreas da Conservação da Natureza, Assuntos do Mar, Pescas, e Monitorização, Avaliação Ambiental e Licenciamento, à semelhança dos já existentes para outras áreas de actuação da SRAM. O Secretário Regional da tutela explicou aos jornalistas que este novo portal, a que estão associados outros portais, “pretende-se além da disponibilização de um conjunto diversificado e actualizado de conteúdos relativos a notícias, relató-

rios, publicações, formulários, legislação, entre outros, nos diversos domínios de actuação da SRAM, dar uma maior transparência à missão e actividades desenvolvidas pelos vários serviços deste departamento governamental.” Destaque-se ainda que o novo portal irá permitir um acesso facilitado à plataforma informática destinada à disponibilização de serviços online, designada por “Balcão Virtual – Plataforma de Serviços Online” (http://servi-cos.sram.azores.gov.pt), cujo principal objectivo é o de facilitar e agilizar o relacionamento dos cidadãos e de todas as entidades, públicas e privadas, com a administração pública regional em domínios tão diversos como os da conservação da natureza, do ordenamento do território, dos recursos hídricos, da energia e das pescas. Adicionalmente, permitirá também o acesso directo ao Portal Geográfico da SRAM

(http://sig.sram.azo-res.gov.pt), onde poderá pesquisar, visualizar e explorar informação geográfica sobre o arquipélago dos Açores, nos domínios do Ambiente e do Mar, bem como aceder ao serviço para o registo de ocorrências ambientais, designado por “Na Minha Ilha” (http://servicos.sram.azores.gov.pt/naminhailha), através do qual é possível submeter-se qualquer tipo de informação relativa a questões ambientais identificadas em qualquer ponto do arquipélago. A propósito deste último refere Álamo Menezes que o número de denúncias, sobretudo as anónimas, disparou. “As pessoas sentem-se muito mais à vontade em denunciar as situações de uma forma não identificada, com medo de represálias. É certo que muitas das denuncias feitas não tem razão de ser, mas também já resolvemos muitas questões graças a essas participações”.

g Os deputados regionais social-democratas eleitos pelo Faial solicitaram esta semana ao Governo dos Açores alguns esclarecimentos sobre a obra do Saneamento Básico da cidade da Horta. Em requerimento enviado à Assembleia Regional, Jorge Costa Pereira e Luís Garcia querem saber se o Executivo recebeu da parte da autarquia faialense um pedido a solicitar garantias para o financiamento da Horta. Este requerimento surge na sequência de declarações do presidente da Câmara Municipal da Horta aquando da visita do deputado do PCP Aníbal Pires àquela autarquia. Na altura João Castro, fazendo um ponto da situação do evoluir do processo relativo ao Saneamento Básico, disse que a obra aguardava o visto do Tribunal de Contas e este, por sua vez, aguardava uma garantia da vice-presidência do Governo Regional de que poderão ser desbloqueadas as verbas comunitárias destinadas ao financiamento deste empreendimento. Costa Pereira e Garcia querem saber se o Executivo açoriano está ou não disponível para

fornecer as garantias exigidas pelo Tribunal de Contas, bem como de que forma se operacionalizarão essas garantias. No requerimento, os parlamentares recordam a importância da obra do Saneamento Básico, não apenas do ponto de vista ambiental, mas também pelo facto da mesma ir permitir “a requalificação de muitos espaços urbanos que há muito aguardam por aquela intervenção”. Os social-democratas apontam o dedo às várias Câmaras que lideraram o município faialense nos últimos 20 anos, “numa opção política assumida de que ‘enterrar dinheiro debaixo do chão não dá votos’”. Os deputados lembram que a autarquia faialense optou por um modelo de parceria público-privada para a realização da obra, “que implica uma concessão aos privados pelo prazo de 30 anos, num investimento que, no final do contrato, se estima que ultrapassará seguramente os 60 milhões de euros”, e que o processo já se encontra há muito tempo no Tribuna de Contas a aguardar visto. MP

luís GARCIA e jORGe COstA PeReIRA Os deputados do Psd/A querem saber a quantas anda saneamento básico no Faial


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Sindicato dos trabalhadores da função Pública do Sul e açores apela aos trabalhadores da região para aderirem à greve texto e Foto

susana Garcia g A Direcção Regional dos Açores do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores (STFPSA) esteve reunida na passada semana, na cidade da Horta, para analisar a situação político-sindical nacional e regional. As conclusões desse encontro foram apresentadas aos órgão de comunicação social, numa conferência de imprensa, que decorreu sextafeira, onde o coordenador regional do Sindicato, João Decq Mota, apresentou a posição desta estrutura relativamente às medidas anunciadas pelo actual Governo, apelando a todos os trabalhadores dos Açores para aderirem à greve geral marcada para o próximo dia 24 de Novembro. Lutar “por uma política diferente, que assegure o desenvolvimento do país e termine com o agravamento das condições de vida dos trabalhadores e da população em geral” é um dos motivos que leva este sindicato a juntar-se à greve geral decretada pela CGTP-IN e que, para João Decq Mota, é uma forma de mostrar “repúdio pelas medidas gravosas anunciadas contra os trabalhadores”. O STFPSA mostra-se indignado com o “congelamento dos salários, pensões, prestações sociais, promoções e progressões nas carreiras”, a que se vem juntar agora em 2012 e

2013 o “roubo dos subsídios de férias e de Natal”, refere o comunicado saído da reunião. João Decq Mota lembra que a estas medidas soma-se o aumento dos impostos, tais como o IVA, o IRS, o ISP, o IMI, entre outros, que, para o sindicalista, ataca de forma “brutal o rendimento disponível das famílias e a sua capacidade de sobrevivência”. No entender do coordenador sindical, “o mais grave é que estas medidas não vão resolver absolutamente nada, e vão ainda piorar as coisas”. “Não tardará que nos venham dizer que são necessárias mais medidas de austeridade”, prevê. O líder sindical chamou ainda a atenção para o facto desta austeridade não ser para todos: “o Governo não mexe, por exemplo, nas despesas de representação que os titulares de cargos políticos recebem”, disse, referindo que essas despesas “implicam o dispêndio de muitos milhões de euros por ano”. Decq Mota entende que as despesas de representação “devem ser eliminadas porque não fazem sentido”. O STFPSA repudia ainda o facto de os membros do Governo receberem subsídios de renda de casa quando a sua morada habitual é fora de Lisboa, subsídios de deslocação, entre outras benesses que os titulares de cargos políticos recebem e que não foram alvo de cortes no âmbito da política de austeridade.

João Decq Mota aponta ainda o dedo ao Presidente da República, acusando-o de querer enganar os trabalhadores, afirmando que “o que o Senhor Presidente da República está a querer é que o corte nos subsídios seja para todos os trabalhadores” e vai mais longe ao referir que “isso seria aumentar a injustiça e o disparate”. No entender do coordenador, Cavaco Silva “só tem duas coisas a fazer”: “vetar o Orçamento de Estado e demitir o Governo!”. No que diz respeito à Região, para o líder sindical a situação ainda é mais gravosa, pois as medidas de austeri-

dade representam “um ataque” aos Açores, “que consubstancia na retenção ilegal dos impostos cobrados” nas ilhas, “no âmbito do roubo do subsídio de Natal, na redução injustificada das transferências de verbas do Orçamento de Estado, na alteração da Lei das Finanças Regionais para reduzir a diferenciação fiscal de que beneficiam as empresas e os trabalhadores açorianos e na retenção da participação das autarquias nas verbas do IRS”, refere. O sindicalista entende que “estas medidas sujeitarão os trabalhadores açorianos a um duplo aumento de impostos e a um acres-

centado aumento do custo de vida” e salienta que “o congelamento do salário mínimo afecta uma percentagem muito elevada dos trabalhadores açorianos, que vêm o seu poder de comprar real cada vez mais reduzido”. Tendo isso em conta, Decq Mota deixa um recado ao Executivo açoriano, destacando a importância “do aumento do complemento regional ao salário mínimo, para fazer face aos agravados custos da insularidade”. Para João Decq Mota, o Governo dos Açores tem tido uma “atitude subserviente e silenciosa” no desenrolar de todo este processo.

PCP/açores apela à greve geral de 24 de novembro texto e Foto

marla Pinheiro g Depois de, na passada sexta-feira, o sindicato dos trabalhadores da função pública nos Açores ter apelado à participação dos açorianos na greve geral agendada para 24 de Novembro, no domingo o PCP/Açores reforçou esse apelo. A convocatória para uma mobilização regional que mostre o descontentamento dos trabalhadores açorianos face às medidas de austeridade foi feita pelo líder do partido na Região, na manhã de domingo, por ocasião do balanço da reunião da Direcção Regional do PCP/Açores, que decorreu na Horta, no passado sábado. Na ocasião, Aníbal Pires condenou veementemente as medidas de austeridade plasmadas no Orçamento de Estado para 2012. O comunista destacou, no entanto, o que considera ser “o profundo ataque à autonomia” desencadeado pelo Governo PSD/CDS-PP: “depois de imporem a retenção ilegal dos impostos cobrados nos Açores, no âmbito do roubo do subsídio de Natal, de contratarem com o FMI a alteração da Lei das Finanças Regionais, para reduzir a diferenciação fiscal de que beneficiam as empresas e os trabalha-

dIReCçãO ReGIONAl dO PCP Os comunistas querem mobilizar os trabalhadores açorianos para a greve

dores açorianos, continuam a atropelar a Constituição e o Estatuto PolíticoAdministrativo, propondo no Orçamento de Estado a redução ilegal das transferências de verbas para as Regiões Autónomas, a retenção da participação das autarquias nas verbas do IRS e impondo a redução de 2% do

pessoal da Administração Regional”, referiu. Aníbal Pires não tem dúvidas de que os efeitos das medidas de austeridade são mais graves nos Açores, e exemplifica com os números do desemprego, que sofreu em Setembro de 2011 um “brutal aumento” de 31,8% face ao

mesmo mês do ano anterior, o que, para o representante comunista na Assembleia Regional, demonstra “a insuficiência das políticas sociais e económicas” do Governo dos Açores. De resto, o parlamentar aponta mesmo o dedo ao Executivo socialista de Carlos César, ao dizer que “é inegá-

vel a cumplicidade activa do Governo Regional, dada a forma com que aplica uma política de austeridade e redução do investimento público e como aceita, como se fossem inevitáveis, estes ataques à Autonomia e às condições de vida do povo açoriano”. Tendo em conta este cenário, o PCP/A entende ser ainda mais urgente que “os trabalhadores açorianos engrossem a corrente das muitas lutas que decorrem por todo o país, confluindo nesse poderoso momento de afirmação patriótica da exigência de uma nova política, que será a greve geral de 24 de Novembro”. Aníbal Pires deixou ainda a garantia de que o PCP irá apresentar propostas de alteração ao Plano e Orçamento da Região, que visam “uma mais justa repartição do rendimento, designadamente, aos pensionistas e trabalhadores da administração pública regional e local, bem como medidas e acções que possam contrariar o ciclo económico recessivo e a dependência externa”. O deputado comunista lembra a este respeito a proposta por si apresentada na última sessão plenária, no sentido de aumentar o acréscimo ao salário mínimo na Região, chumbada pelo PS, PSD, CDS-PP e PPM.


cultura

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Workshop de Dança Contemporânea no teatro faialense O coreógrafo faialense Pedro Rosa vem à Horta orientar um workshop de Dança Contemporânea, que irá decorrer no Teatro Faialense, entre os dias 7 e 10 de Novembro próximo. Este workshop destina-se a todos os interessados, maiores de 15 anos, não havendo a necessidade de experiência prévia na área da dança. A formação será ministrada em horário pós-laboral, entre as 18h00 e as 21h00, e terá o custo de 40 euros, para o público em geral, e 30 euros, para estudantes. As inscrições poderão ser realizadas junto da Hortaludus. g

g Amanhã, sábado, a partir das 21h30, o Teatro Faialense recebe a peça Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa. Esta obra, de Eric-Emmanuel Schmitt, é neste trabalho cénico interpretada pela actriz Lídia Franco, sob orientação da encenadora Márcia Haufrecht. Um romance escrito a pensar no palco, Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa é “um hino à vida e ao ser humano”. Trata-se da história de uma criança que vai morrer, vitimado pela leucemia, e que, nos seus últimos dias de vida, trava amizade com uma ex-lutadora de wrestling, agora voluntária na área de pediatria de um hospital de oncologia. Para ajudar a viver melhor o seu jovem amigo, a Senhora Cor-de-Rosa (assim chamada por causa da cor da bata de voluntária que usava), diz-lhe que, a partir daquele momento, cada dia equivale a dez anos. Na “longa” vida que o menino passa a ter, vai escrevendo um diário, através de cartas endereçadas a Deus. Eric-Emmanuel Schimtt nasceu em 1960, em Lyon, na França. Estudou na

lídia franco no teatro faialense École Normale Superieur, em Paris, licenciando-se em Filosofia. Depois, deu aulas, e em 1991 escreveu a sua primeira peça de teatro La Nuit de Valognes, uma releitura do famoso mito de D. Juan que fez a sua estreia mundial em Inglaterra. Seguiu-se, em 1993, A Visita, uma peça que narra um suposto encontro entre Freud e uma figura misteriosa que alguns dizem ser Deus e outros dizem encarnar a Morte, e que lhe valeu três prémios Molière. Foi graças ao sucesso desta peça, traduzida e representada em todo o Mundo, que Schmitt abdicou do seu lugar de Professor Conferencista na Universidade de Sabóia para se dedicar exclusivamente à escrita. Em 1995, escreveu Golden Joe e, no ano seguinte, Variações Enigmáticas, que estreou no Théâtre Marigny, protagonizado por Alain Delon. Esta é, até ao momento, a peça mais representada do autor, e grandes actores de vários países

têm dado corpo ao protagonista (são exemplos o brasileiro Paulo Autran ou o norte-americano Donald Sutherland). Em 1997, escreveu Le Libertin, inspirado na vida de Denis Diderot, e o monólogo Milarepa. Frédérick ou le Boulevard du Crime e Hotel dos Dois Mundos são outros exemplos de obras do autor. Schmitt assinou ainda Monsieur Ibrahim et les fleurs du Coran (adaptado ao cinema pelo realizador François Dupeyron e que valeu a Omar Sharif o César para Melhor Actor de 2004); Pequenos Crimes Conjugais e L'Evangile selon Pilate. Em 2000, recebeu o Grande Prémio de Teatro da Academia Francesa. Sobre este Óscar e a Senhora Cor-deRosa, Schmitt pediu à actriz Danielle Darrieux que desse vida à história, encarnando não apenas a senhora corde-rosa mas também o pequeno Óscar. Actualmente esta é uma das peças mais traduzidas e representadas do

FOtO: mARGARIdA dIAs/teAtRO NACIONAl dONA mARIA II

lídIA FRANCO A actriz dá vida à pela de eric-emmanuel schmitt

autor, interpretada por grandes actrizes em dezenas de países. Em Portugal a honra coube a Lídia Franco, sob a direcção de Marcia Haufrecht, encenadora

exposição de caricaturas de situações está patente ao público no saguão

MáriO MelO expõe frutos de um talento escondido que o acompanha há décadas Conhecido dos faialenses pelas andanças da advocacia, mário melo decidiu revelar um “talento escondido” para a arte de desenhar, que o acompanha desde jovem mas do qual poucos têm conhecimento. Numa exposição patente ao público no saguão, na Rua serpa Pinto, o advogado mostra as suas caricaturas de situações. tRIbuNA dAs IlhAs esteve na inauguração e falou com o artista.

g Mário Melo explica que despertou para o gosto pela caricatura quando era ainda criança, graças a um colega do seu pai cujos quadros lhe ficaram no subconsciente. Depois, na escola e no liceu, recorda que estava constantemente a rabiscar nas margens dos livros e cadernos. “Mesmo na faculdade estava sempre a desenhar caretas”, confessa. Dos simples esboços a lápis, os desenhos de Mário foram evoluindo em complexidade. Tornaram-se uma espécie de “anedotas” dese-

atelier “O Diário do Nicolau” no Museu da Horta g O Museu da Horta promove amanhã, sábado, e no feriado da próxima terça-feira, 1 de Novembro, um atelier intitulado “O Diário do Nicolau”, destinado a crianças entre os 6 e os 10 anos. De acordo com nota enviada às redacções, este atelier será ministrado por Laura Marques, e é a continuação de um projecto que foi desenvolvido na casa Nicolai for Boern, na Dinamarca. Este propõe “a construção de possíveis narrativas a partir de um excerto, a concepção de objectos tridimensionais através de materiais simples e facilmente disponíveis e, finalmente, uma pequena dramatização do que vai sendo imaginado”.

Semana cultural leva letras, música, artes e sabores açorianos a faro

texto e Foto

marla Pinheiro

norte-americana que foi professora de interpretação de actores como Ellen Barkin, Uma Thurman ou David Duchovny. MP

mÁRIO melO O caricaturista apresenta a sua primeira exposição

nhadas, e o artista foi fazendo experiências, como é o caso da introdução da cor nos seus trabalhos, sempre com o estatuto de professor de si próprio: “fui evoluindo sempre sem perceber nada. Faço tudo de acordo com a minha intuição, sou autodidacta”, conta. A caricatura de situações é o desenho de eleição de Mário, que confessa não ter jeito para fazer caricaturas apenas de pessoas. A premissa do seu trabalho é sempre “alguma ideia cómica”, que depois vai elaborando, e enquadrando

num cenário. É exemplo a caricatura das favas com molho de unha, “em que a unha vai metida dentro do prato”, explica. Durante muitos anos, este seu talento esteve escondido do público, reservado à família e aos amigos mais próximos. Nos últimos anos, intensificou-se a sua vontade de desenhar e, simultaneamente, foi ganhando forma o seu desejo de expor, em grande parte espicaçado pelas pessoas que conheciam o seu trabalho: “as pessoas diziam-me para expor, e eu próprio acabei por

sentir essa necessidade. Ninguém é eterno, e entendi que agora era a altura e fazer uma exposição”. Mário entende também que “quem quer que tenha um dom deve transmiti-lo aos outros, seja na música, na escrita, na pintura, ou no desenho”. “Não sei se poderei chamar dom a isto, mas senti que tinha de o transmitir”, conta. A exposição de caricaturas de Mário Melo está patente ao público no Saguão, na Rua Serpa Pinto, de segunda a sexta-feira, entre as 15h00 e as 18h00.

g A Casa dos Açores do Algarve organiza entre os próximos dias 2 e 7 de Novembro a VI Semana Cultural dos Açores. A abertura deste evento acontece no dia 2, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Faro, e será presidida pelo presidente da autarquia, Macário Correia. Na sessão será ainda apresentado o livro A Paixão segundo João Mateus, de Norberto Ávila. No dia 3, na Biblioteca Municipal de Faro, será apresentado o livro Óscar da Silva – Sonata Saudade, A Viagem, de Cunha e Silva. Na sexta-feira, dia 4, no Museu de Faro, o fundador do Museu das Flores, João Gomes Vieira, fará uma palestra sobre a baleação açoriana, e no sábado, dia 5, no auditório da Biblioteca da cidade, haverá música tradicional açoriana. Já no domingo, dia 6, haverá uma prova de gastronomia na Casa dos Açores de Faro. A sessão de encerramento desta semana cultural, decorre na segunda-feira, dia 7, no Instituto Português da Juventude, pelo presidente da Junta de Freguesia da Sé, Joaquim Teixeira. Nesse dia será também apresentada ao público a exposição de fotografia da jovem Alexandra Pontes, intitulada Mergulho na Cor.


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cultura

Tribuna das Ilhas

Faial Filmes Fest 2011 Arranca no domingo, dia 30 de Outubro, a sétima edição do Faial Filmes Fest – Festival de Cinema dos Açores, que se prolonga até 5 de Novembro. Organizada pelo Cineclube da horta, esta festa do Cinema é, também, uma celebração da lusofonia, que se reforça ano após ano. em 2011, o FFF abre-se à longa-metragem, e mostra o melhor cinema que se faz em Portugal. A tudo isto, acresce a homenagem ao cineasta António macedo, a ante-estreia de dharma Guns - A sucessão de starkov, do francês F.j. Ossang e, na sessão de encerramento, a exibição de um clássico, considerado um dos mais belos filmes de sempre: Aurora, do alemão murnau, que será musicado ao vivo. Ingredientes de luxo num festival que, como afirma luís Pereira, director geral do FFF, é feito à medida da crise..

marla Pinheiro g Em 2010 o FFF abriu portas a todos os países língua portuguesa, para ser, mais que a festa do cinema dos Açores, a festa da lusofonia. Em 2011, essa característica reforça-se. Para além da participação de filmes de vários locais da lusofonia, destaca-se a grande presença brasileira, não apenas nas películas a concurso mas pela própria delegação que estará no Faial: “temos uma delegação do Brasil que integra o secretário da Cultura da prefeitura de Atibaia, uma curadora que vem fazer uma mostra do melhor cinema brasileiro que actualmente se faz ao nível da curta-metragem, o presidente do Conselho Brasileiro de Cinema, o director do Festival de Atibaia e a vicepresidente do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros. Isto já é um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver cá, e também vem na sequência da parceria que temos com o Festival de Atibaia, em São

a festa do Cinema volta ao faial Paulo”, diz Luís Pereira. Em 2011 a principal novidade do festival é a abertura da competição às longas-metragens. O director geral explica que a sugestão surgiu dos próprios realizadores que ao longo dos últimos anos passaram pelo FFF para apresentar os seus trabalhos. “Em Portugal fazem-se algumas longas-metragens por ano, e o FFF poderia ser mais um espaço de divulgação da longa-metragem portuguesa. Este ano estamos a fazer a experiência”. Luís Pereira está optimista até porque, não duvida, o FFF vai apresentar “o melhor cinema que se faz em Portugal. Sangue do Meu Sangue, de João Canijo, Viagem a Portugal, de Sérgio Trefaut, O Barão, de Edgar Pêra ou Cisne, de Teresa Villaverde, são alguns exemplos. Foram cerca de 250 os filmes que chegaram ao Cineclube da Horta. São cada vez mais, ano após ano, sinal da afirmação crescente do FFF, aquém e além-fronteiras. Este ano, Luís Pereira revela que “o crivo foi mais apertado”: foram seleccionadas apenas 33 curtas e nove longas, que serão exibidas em 11 sessões de competição. Outro dos destaques do FFF 2011 será a ante-estreia de Dharma Guns - A sucessão de Starkov, do francês F.J. Ossang, uma das ilustres presenças neste festival. O filme, rodado parcialmente em São Miguel, é uma das presenças internacionais neste certame da sétima arte. O FFF caracteriza-se por todos os anos homenagear um realizador português. Em 2011, a escolha recai sobre António Macedo. Para Luís Pereira, é uma mais que justa homenagem: “Macedo foi um dos cineastas mais activos do chamado cinema novo português. Já homenageamos outros igualmente importantes mas era uma questão de justiça homenageá-lo também. Quisemos dar a conhecer um bom cineasta, muito activo nessa época, mas que pouca gente conhece. É uma pessoa que se sentiu marginalizada, esquecida, e que nos anos 90 deixou o cinema e dedicou-se à escrita”. O director geral do FFF não esconde o orgulho ao

luís PeReIRA Nas vésperas do arranque do FFF, o director geral do festival não tem mãos a medir

descrever a satisfação e admiração com que António Macedo recebeu a notícia. Luís Pereira conta que o cineasta não virá ao Faial, no entanto está a preparar um depoimento que será projectado. Além disso, a sua filha – a cineasta Susana Sousa Dias – marcará presença. A sessão de encerramento, no sábado, dia 5, será marcada por um momento de especial beleza: será projectado o filme Aurora, obra-prima do cineasta Friedrich Murnau. Realizado em 1927, é considerado por muitos um dos mais belos filmes de todos os tempos. No Teatro Faialense, será musicado ao vivo, pelos músicos de jazz Nuno Costa e Óscar Graça. Como já é habitual, o FFF 2011 vai ao encontro dos jovens, com a Festa da Animação na Escola Secundária Manuel de Arriaga. Luís Pereira revela que a adesão é sempre muito positiva. FestIVAl CRIse

em

temPO

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Pôr de pé um evento como o FFF numa altura de crise como a que hoje se vive não é tarefa fácil. “É um festival feito com muita contenção, sabemos a crise que o país está a atravessar e é um festival ajustado a essa realidade”, reconhece Luís Pereira. O Faial Filmes Fest assume-se como o Festival de Cinema dos Açores, respeitado a nível nacional e fora de portas. Os apoios concedidos ao evento, garante Luís Pereira, não estão à altura desse estatuto. Felizmente, o sector privado começa a aperceber-se da visibilidade do evento, e a apoiá-lo. A Worten, a Fábrica de Tabaco Estrela, o Grupo Bensaúde e a ART (Associação Regional do Turismo) são os patrocinadores, a que se juntam os apoios públicos vindos das direcções regionais da Cultura, Comunidades e Turismo, da autarquia faialense e do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Luís Pereira salienta que, mais que um evento cultura único na Região, o

FFF pode ter contrapartidas em termos turísticos, especialmente importantes pelo facto de se realizar em plena época baixa. O director-geral destaca a dinamização que este evento traz aos sectores da restauração e da hotelaria na ilha. Garantir a sustentabilidade financeira do festival continua a ser a prioridade do Cineclube da Horta. Orçado em 70 mil euros, Luís Pereira revela que o evento foi ajustado para custar menos de metade. A realidade arquipelágica da Região torna as deslocações muito mais caras, o que dificulta ainda mais esta tarefa. No entanto o FFF é, acima de tudo, a celebração da sétima arte e, para isso, garante Luís Pereira, são necessários apenas bons filmes e público. Os bons filmes estão garantidos, agora resta ao público faialense aproveitar esta oportunidade de ver, na sua pequena ilha “semeada” no meio do Atlântico, ao longo de uma semana, o melhor cinema português da actualidade.

A GRACIOSA ILHA, de Victor rui Dores josé Armas trigueiros g Quando observo livros modernos com excelentes apresentações gráficas e literárias, bem como elevadas qualidades históricas e literárias, chego a arrepender-me, ou melhor dito, a envergonhar-me, dos livros que escrevo. Fico também atrapalhado quando me classificam como escritor ou como historiador, porque não me considero com qualidade nem com nível para ser uma coisa ou a outra. Gosto da classificação que alguém me deu de cronista. Acho que é o nome que melhor se enquadra nos trabalhos que faço, relativos às ilhas das Flores e do Corvo. Escrevo essencialmente sobre factos que conheço pessoalmente, enriquecidos com investigações que gosto de

fazer. Vem isto a propósito do elogio que há dias o meu amigo Sr. Dr. Victor Rui Dores me deu neste jornal, relativo ao livro Histórias e Gentes da Ilha do Corvo, da minha autoria. E isto porque, também, no dia em lhe ofereci esse livro, ele ofereceu-me previamente um livro seu relativo à sua terra natal, A Graciosa Ilha, de que me envergonha, face às elevadas qualidades que este ostenta, se comparado com o meu. E nem serve qualquer tipo de desculpa. Há pessoas que nasceram ou obtiveram determinadas aptidões que outros nunca conseguem obter, por muito que se esforcem para o fazer. O que aqui interessa referir é que o Dr. Victor Rui Dores, escritor e poeta de ele-

vados méritos e qualidades literárias, apesar de não ser formado em história, juntamente com o fotógrafo Sr José Nascimento F. Ávila, apresentou agora uma segunda edição daquele livro, que tem imensa qualidade. Nele são tratados diversos temas, tais como: Situações Geográficas, Contextos Históricos, O Ciclo do Vinho, Furna do Enxofre e Visitantes Ilustres, Valores Patrimoniais, Arquitectura Rural, Actividades Sócioculturais, Alguns Acontecimento Marcantes, Gente da Graciosa, Graciosa e Terceira (Relações), Cancioneiro e Outros temas Históricos. Ilustrado com excelentes fotografias, o livro demonstra a qualidade do património da ilha. Como visitantes ilustres salienta-se o Padre António Vieira, que ali foi parar em 1654, e como

dR

gente da Graciosa o aviador Ortins Bettencourt, companheiro de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral. Interessa também mencionar que o Dr. Rui Dores possui uma vasta cultura geral que, quase não passa semana nenhuma que não nos surpreenda a falar, com certa

profundidade, sobre este ou aquele tema. Este pequeno trabalho, que só peca por falta de jeito, não pretende ser nenhuma troca de galhardetes, já que sou adverso a esse tipo de elogio, situação que sei o Sr. Dr. Victor Rui Dores não necessitar e que certamente despreza.


opinião

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Artur lima Açoriano Oriental

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Azorica realizou no dia 16 de Outubro, o trilho dos 10 vulcões. Este percurso pedestre que inclui três outros percursos, é o maior percurso pedestre dos Açores. Tem uma distância de cerca de 27 Km, que se faz dentro de 7 horas. O tempo estava fresco, com o céu nublado, fazendo-se sentir uma neblina e nevoeiro na Caldeira, estando o Cabeço Gordo completamente encoberto. Pelas 10h15m, com 21 elementos, demos início a este percurso, iniciandose no miradouro da Caldeira do Faial, onde podemos apreciar a beleza desta majestosa cratera, com cerca de 2 Km de diâmetro e 400 metros de profundidade, estando o seu fundo coberto de água, fazendo recordar, a grande lagoa que ostentava água e peixes, antes do sismo que fraturou o fundo, fazendo com que a água se perdesse, mantendo agora apenas quando chove muito. A primeira hora do percurso foi feita com neblusidade baixa, por vezes encobrindo o interior da Caldeira e ao passar pelo lado norte, o vento fez-se sentir com maior intensidade, deixando algumas bochechas avermelhadas mas quentes, também podemos ver as fre-

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equidade indignada!

citações

Nos últimos dias conhecemos as medidas de austeridade que vão ser aplicadas no âmbito do Orçamento de Estado para 2012. Nenhum político quer anunciar aos seus potenciais eleitores medidas duras. Se o faz é porque, efectivamente, são mesmo necessárias. Porém, e muito por culpa das governações de Sócrates, os portugueses da classe média e média/baixa são os mais atingidos. Os sacrifícios adicionais que vamos ter que fazer são duros, muito duros, e até preocupantes do ponto de vista económico. Porém, o Orçamento de Estado fica aquém do desejável no que toca à correcta divisão dos sacrifícios, nomeadamente porque ficam de fora estratos sociais que não podem ser isentos. O cDS-PP entende que as reformas e as subvenções dos ex-políticos têm que ser contempladas.

28 de OutubRO de 2O11

Fernando Guerra

S

endo conhecida a proposta de orçamento de estado para o próximo ano e a ante proposta para o orçamento da Região, e para ser fiel ao propósito de escrever sobre factos político-económicos, faria sentido tecer algumas considerações sobre aquelas, contudo só o farei em próximo artigo, pois acho que o que aconteceu na semana passada toca muito a ilha do Faial e decidi dar-lhe primazia. Refiro-me à apregoada equidade empresarial da acção governativa regional, mencionada pelo vice presidente do Governo na Assembleia Regional, para justificar a acção do governo em tornar-se mediador pagador numa operação de dezenas de milhões de euros, por altura da saída de uma empresa sócia do hotel casino, em Ponta Delgada. Em primeiro lugar, é necessário definir equidade política; vai para além da transversalidade cega, trata-se de igualdade, em que o político pode corrigir com justiça um caso particular que não foi previsto pelo legislador. Perante esta definição simplificada, temos que enaltecer os aspectos positivos mas também apontar os aspectos negativos desta tomada de decisão do vice-presidente do governo regional. Como aspetos positivos, temos a aplicação de esforços pessoais e financeiros do Governo, levando ao extremo o con-

ceito de equidade para o apoio à actividade empresarial, visando “apenas” dar mais um passo para que se abram dois hotéis, um pronto e outro - um verdadeiro elefante branco - por concluir na marginal de Ponta Delgada. No entanto, levantam-se dúvidas sobre até que ponto esta equidade não roça o compadrio e não seja assim tão igual, isto é, que haja situações semelhantes que não tenham sido tratadas da mesma maneira e com o mesmo afinco, criando o efeito contrário, de injustiça. A proximidade a compadrio vai ao ponto de, desde o início do processo, já se ter “arranjado” um sócio para o consórcio, na tentativa de manter a empresa terceirense em terras micaelenses; e não tendo tido sucesso, mais este esforço de intermediação, que seria mais lógica por parte de uma empresa de advogados… mas não há nenhuma empresa de advogados que deposite na conta de um privado 33 milhões de euros!... Verificou-se que, com este Vice, quando estão em causa interesses terceirenses, é mesmo fácil (e corrente) um camelo passar pelo buraco de uma agulha… e que ninguém se meta! É assustador saber que o secretário da economia estava presente na assembleia, mas a fazer ofício de corpo presente. Como interpretar o silêncio deste e do Presidente do Governo? Que esta equidade os estupefacta ou os indigna ou que é assim que se governa? Ou que o presidente não põe mão em assuntos

de interesses terceirenses, e que o secretário da economia se coíbe de intervir (já a pensar nas inaugurações, a todo custo), dando uma imagem de incapacidade?… Mas muitas outras questões se podem colocar, sabendo que estas operações demoram tempo e que este governo teve disponíveis 33 milhões de euros, tendo entretanto aumentado os prazos de pagamento da saúde e atrasado outros pagamentos, fazendo sofrer muitas empresas açorianas. A primeira leitura a fazer é que, quando este governo quer, resolve mesmo os assuntos, mas este raciocínio também se aplica ao contrário, ou seja, quando o governo não quer, não resolve, de nada servindo a dita equidade. O segundo raciocínio é que a equidade deste governo é mais eficaz para S. Miguel e para a Terceira, não conseguindo este Vice ser tão magnânimo nas questões que impliquem o Faial. Não o vimos relativamente a muitas matérias, e nalgumas que envolveram os mesmos protagonistas e verbas públicas, e fez exatamente o contrário no Faial com a fábrica do peixe, pois neste caso a acção foi no sentido de criar um elefante branco na cidade da Horta e não moveu uma palha para ser eficiente e eficaz, tendo mandando dezenas de trabalhadores para o desemprego, com subsídios à empresa conserveira. A equidade ficou ferida e os Faialenses estão indignados com os que aten-

trilho dos 10 vulcões guesias do Salão, Cedros, Ribeira Funda e ao fundo São Jorge e Graciosa. Foi possível observar a grande colónia de Trovisco Macho, na encosta oeste do interior da Caldeira. Feito cerca de metade do perímetro da Caldeira, saímos para a direita, para o caminho do Brejo, um caminho de terra batida, que nos leva sempre a descer, ao longo de uma floresta com vegetação diversificada, rica em plantas endémicas, até apanhar a Levada. Virando à esquerda, entrámos na Levada, aquela serpente que contorna minociosamente a encosta Noroeste, uma obra, de elevado nível, construida no final da década dos anos 50, para captação de águas para produção de energia elétrica. Durante o percurso da Levada, ali se pode observar um grande caudal de água e também grande variedade de plantas endémicas, estando o azevinho presente por todo o lado e assim chegámos ao tanque, que se encontrava completamente cheio de água. Aqui se fez um descanso e aproveitá-

mos para saborear o lanche, já eram horas de fazer a vontade ao estômago. Ao deixar o tanque e antes de chegar ao caminho de alcatrão, encontramos pela esquerda uma entrada que fazendo um pequeno desvio, nos leva à caldeira do Cabeço dos Trinta, que faz parte do complexo vulcânico do Capelo, onde podemos entrar por um túnel e visitar o centro da cratera deste antigo vulcão, que se encontra já revestido de vegetação natural, principalmente de urze e azevinho. Continuando o percurso, apanhamos o caminho alcatroado e voltamos à direita, descendo até ao Parque Florestal do Capelo, um percurso um pouco cansativo, devido à distância a percorrer em piso duro, passando a sul do Cabeço do Fogo, que é digno de ser visitado, mas noutro percurso para não atrasar. No Parque Florestal do Capelo, mais um momento para descansar, refrescar, fazendo o que seja necessário, preperando para a última étapa e saboreando a sanduiche de paté caseiro de atum e

tomate, partilhada pelos amigos, na boa tradição tribal dos Índios. Saindo do Parque Florestal do Capelo para Norte, atravessa a estrada regional e segue em direção ao Cabeço Verde, aproveitando logo a passagem pelo caminho de terra batida ao iniciar a subida à esquerda, entrando novamente no caminho alcatroado. Subindo o Cabeço Verde até à Furna Ruim, um algar com cerca de 50 metros de profundidade e de seguida descendo, contornando o Caldeirão até ao caminho de terra batida, atravessando este e dando início à subida do Cabeço do Canto, passando pelo seu topo, onde se vê mais uma cratera. Descendo pelo lado Oeste em direção ao Centro de Interpretação do Farol dos Capelinhos, aproveitando aquela descida lindíssima e íngreme, entre verdura até à Gruta do Canto. Depois atravessando a estrada e seguindo pelo trilho marcado por cima do Costado da Nau, podemos apreciar a vista desta baía e ainda a paisagem quase lunar das negras cinzas vulcâni-

tam contra a equidade e com os Pilatos que, ausentes e mudos, lavam as mãos dos assuntos relativos ao Faial. frgvg@hotmail.com

mas muitas outras questões se podem colocar, sabendo que estas operações demoram tempo e que este governo teve disponíveis 33 milhões de euros, tendo entretanto aumentado os prazos de pagamento da saúde e atrasado outros pagamentos, fazendo sofrer muitas empresas açorianas. A primeira leitura a fazer é que, quando este governo quer, resolve mesmo os assuntos, mas este raciocínio também se aplica ao contrário, ou seja, quando o governo não quer, não resolve, de nada servindo a dita equidade.

cas dos Capelinhos, todas torneadas pelo passar das chuvas e do vento e povoadas de bombas vulcânicas, alguns pedaços de tufo dourado e muitos pedaços de duro basalto. Jovens plantações da nativa festuca petraea, para segurar as areias e substituír as teimosas canas. A sensação de estarmos a chegar ao fim, acabando por se dirigirem ao parque do Centro, terminando aqui o percurso. Para quem tem tempo e se sente fisicamente bem, ainda tem o Vulcão para subir e por fim uma visita ao Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. Chegou então o fim da caminhada, mas também a vontade de fazer tudo de novo em sentido contrário! Noutro dia. Após uma pausa para o café, foi o regresso a casa nas carrinhas. Deixamos aqui um agradecimento à Junta de Freguesia do Capelo e à ALRAA que nos facultaram o transporte de regresso. Nota: É de referir, que conforme referênciado em todo o percurso, a ida ao Cabeço dos Trinta e Cabeço Verde, não foram realizadas neste percurso. José Leal


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desPORtO

Tribuna das Ilhas

campeonato nacional de dressage Viviana Rosa nasceu na ilha do Faial há 17 anos e é no mundo da equitação que se tem destacado. Começou a montar quando tinha apenas 9 anos, por influência do seu avô, que tratava de cavalos. Viviana e o irmão achavam os cavalos interessantes e um dia resolveram ir até ao Centro hípico experimentar montar, e acabaram por ingressar nesta modalidade desportiva que tem valido a ambos alguns prémios. depois destes oito anos de dedicação, a jovem cavaleira conquista agora o título de campeã nacional de dressage em juniores. A medalha de ouro foi arrecadada no Campeonato Nacional de dressage que se disputou nos dias 16 e 17 de Outubro, no hipódromo do Campo Grande, em lisboa. tRIbuNA dAs IlhAs aproveitou este momento importante da carreira de Viviana Rosa para ir ao seu encontro e saber como se sente com a conquista deste troféu e quais são os seus objectivos para o futuro.

viviana rosa traz ouro para o faial mARlA PINheIRO

susana Garcia g Durante algum tempo, Viviana revela que conciliou o voleibol com a actividade equestre, mas a falta de tempo para conjugar as duas modalidades desportivas e os estudos levou a que tivesse de optar por uma delas. A equitação foi a sua escolha e acabou por se dedicar exclusivamente a esta modalidade. A Dressage é uma disciplina antiga desenvolvida pelos gregos para ter um maior controlo do cavalo no campo de batalha. Deriva do verbo francês "dresser", que significa "adestrar"; a arte de ensinar um cavalo a executar todos os movimentos de forma equilibrada, ligeira, obediente e cadenciada. Em suma, praticar Dressage é sobretudo treinar o cavaleiro a sinalizar o cavalo correctamente, através de movimentos subtis

nas rédeas e de mudanças na posição do cavaleiro. Esta modalidade exige uma ligação perfeita entre cavalo e cavaleiro, e é em busca desta sintonia perfeita que Viviana Rosa realiza os seus treinos. Para isso a atleta refere que pratica seis treinos semanais. Na sua rotina diária, a equitação afirma-se quase como a sua prioridade. Após as aulas Viviana segue directamente para o Centro Hípico onde treina cerca de duas horas. O resto do seu tempo é então dedicado aos estudos: “tento conjugar os treinos com os estudos. Nas vésperas dos testes não treino por isso, nas alturas em que tenho mais testes, tento treinar mais horas ao fim-desemana e montar mais do que um cavalo para conseguir melhorar e corrigir alguns defeitos” afirma a

cavaleira. Treinada por Paulo Castro e a Birgit Brandstatter, Viviana tem de preparar-se de forma especial para as provas. Uma vez que vive numa ilha, a logística obriga a que haja uma separação entre o cavalo e o cavaleiro durante um longo período de tempo, enquanto o cavalo segue de barco até ao local da prova. Para fazer face a esta separação, Viviana tem uma estratégia: “treino com outros cavalos do Centro Hípico que estejam mais ou menos ao nível do meu para conseguir fazer os mesmos exercícios que faço na prova. Depois, quando chego ao local da prova, faço sempre uns treinos para dar a conhecer o lugar ao cavalo. Como o cavalo fica um tempo parado, porque normalmente nestas situações não há dR VIVIANA ROsA

ninguém que o possa acompanhar e que o possa ir treinando durante esse período, este treino serve de habituação do cavalo ao espaço e à cavaleira”. Desde que começou a participar em provas Viviana montava sempre o mesmo cavalo. Este ano, a atleta está a montar o Valerian, da sua treinadora, mais adequado ao escalão de Juniores, no qual está integrada. A sua primeira participação em provas foi na Feira do Mundo Rural. Vencer o Campeonato Nacional de Dressage foi, para a jovem cavaleira, uma surpresa: “não estava nada à espera, até porque o escalão de juniores é bastante difícil, com um nível de exigência muito mais elevado, principalmente a nível nacional. Penso que o meu treinador também

não estava nada à espera, mas fiquei – aliás, ficámos - muito contentes”, revela Viviana. A atleta explica que “os apuramentos para as provas nacionais são feitos nas provas regionais”. “Nessas provas é estabelecida uma média, e nós temos de a atingir. Como a nível regional só temos seis provas, por vezes não conseguimos esses apuramentos enquanto os atletas do continente têm mais hipóteses de ir participar em várias provas e por isso mais facilidade em conseguir os apuramentos. Além disso, eles obtêm mais experiência”, considera. Quanto aos seus objectivos para o futuro, a desportista está, por agora, a saborear esta sua vitória, no entanto o seu objectivo é continuar a praticar a modalidade e a participar em provas. Este ano Viviana revela que em princípio não deve participar em mais nenhuma prova. Agora, há que estudar o calendário do próximo ano “e programar as suas participações”. Quanto às provas internacionais, Viviana diz ser ainda cedo para falar dessa possibilidade. De referir que a cavaleira se encontra a terminar o ensino secundário e a universidade faz também parte dos seus projectos futuros, no entanto não vê esse facto como um entrave à prática da modalidade: “se for estudar para fora tenho de ver primeiro em que sítio onde vou ficar e se há possibilidade de continuar a praticar; se existe algum centro hípico por perto, pois eu não queria abandonar esta modalidade”. PARtICIPAçãO AçORIANA em GRANde NO NACIONAl de dRessAGe Os Açores marcaram presença no Campeonato Nacional de Dressage com quatro cavaleiros, que trouxeram para a Região duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze. Do Faial, participaram Diogo Quadrado, com o cavalo Ondulado, em Juvenis, que arrecadou o terceiro lugar do pódio e, como já vimos, Viviana Rosa, em Juniores, que, com Valerian, se sagrou campeão nacional.

dR VIVIANA ROsA


desporto

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série açores

fayal joga em São Miguel frente ao Santiago g Na próxima jornada da Série Açores, que se joga domingo, o Fayal Sport ruma a São Miguel para defrontar o Santiago, que ocupa o sexto lugar da tabela classificativa, com 5 pontos, os mesmos que os faialenses, em sétimo lugar. Nesta jornada deveria ser o Fayal a receber o Santiago, no entanto, de acordo com Celestino Lourenço, presidente do clube faialense, foi solicitado ao clube micaelense que o jogo da primeira volta fosse disputado em São Miguel, ficando assim adiado o embate entre as duas equipas na Alagoa para a segunda volta. Entretanto, o antigo piso sintético foi já totalmente removido, e, na pas-

sada segunda-feira, iniciaram-se as obras de colocação do novo piso, já com as medidas exigidas para as competições nacionais, que, caso as condições atmosféricas o permitam, deverão estar concluídas dentro de duas semanas. Na última jornada, os Verdes foram a São Miguel defrontar o Águia dos Arrifes, e venceram por 20, naquela que foi a primeira vitória da época para os pupilos de Eugénio Botelho. Os golos, de Sandro Paz e Pedro Rodrigues, aconteceram ainda no decorrer da primeira parte. Nos outros jogos da jornada, o Prainha venceu o União Micaelense por 3-2, o Praiense goleou o Sporting

Ideal por 5-0 e Boavista e Santiago empataram sem golos. No jogo grande da jornada, que opunha os líderes Guadalupe e Lusitânia na Graciosa, os terceirenses levaram a melhor, marcando três golos sem resposta. Contas feitas, o Lusitânia isolouse no topo da tabela, com 13 pontos, seguido do Praiense, com 12, que ultrapassou assim o Guadalupe, que segue com 10.Na quarta posição está o Prainha, com 7 pontos, seguido do Boavista de São Mateus, com 6. Santiago e Fayal somam 5 pontos, e seguem à frente do Sporting Ideal, com 4, do Águia, com 2, e do União Micaelense, com 1. MP

andebol

Futebol – campeonato aFH

Sporting bate Sp. Horta

Salão goleia na jornada inaugural

O Sporting venceu sábado, no Pavilhão do Casal Vistoso, o Sporting Horta por 31-21, em jogo a contar para a 9.ª jornada do campeonato. Com este triunfo e com 9 partidas disputadas, os leões lideram a tabela classificativa à condição, com os mesmos 23 pontos do Águas Santas (com menos um jogo) e com mais um que o Benfica. O F.C.Porto venceu o Águas Santas por 26-23, terminando assim com a invencibilidade da formação maiata, à passagem da nona jornada. Em Belém, o sensacional Delta Belenenses não conseguiu resistir ao poderio do SL Benfica e perdeu por números expressivos. A equipa de João Florêncio não entrou bem no jogo, passou aos 10 minutos a perder por cinco (3-8) e ao intervalo a diferença tinha-se ampliado para sete tentos (13-20). A segunda parte serviu para o SL Benfica gerir o jogo e chegar ao final com uma confortável vantagem de 10 golos. Em Aveiro, o Madeira SAD não sentiu dificuldades para ultrapassar o São Bernardo, vencendo por números concludentes, enquanto em Guimarães o Xico Andebol averbou, perante o seu vizinho e rival A.C.Fafe, a primeira, e difícil, vitória no campeonato. Na Maia, o ABC só conseguiu garantir o triunfo já dentro do minuto final, na transformação de um livre de sete metros concretizado por José g

Pedro Coelho, o melhor marcador do jogo, com seis golos.

g Jogou-se no passado fim-desemana a primeira jornada do Campeonato da Associação de Futebol da Horta, seniores masculinos. Na Restinga, o Salão recebeu o Lajense, tendo vencido a partida por 4-0. No Pico, o Vitória, vencedor do Torneio de Abertura, ven-

ResultAdOs sporting CP, 31 -sp.horta, 21 delta belenenses, 25 -sl benfica, 35 maia IsmAI, 19 – AbC de braga, 20 são bernardo, 21-madeira sAd, 38 FC Porto, 26 -Águas santas, 23 xico Andebol, 31 -A.C.Fafe, 28 sPORtING dA hORtA VeNCe em FAFe

O Sporting da Horta venceu esta terça-feira em Fafe por 33-32, em jogo em atraso da segunda jornada da Liga de andebol. A equipa soma agora 17 pontos no oitavo lugar, enquanto o Fafe segura a lanterna vermelha com 12 pontos, em igualdade com Maia-Ismai e Xico Andebol. A imprensa nacional atribuiu “emoções fortes no jogo de ontem entre o Sp. Horta e AC Fafe”. A partida dizia respeito à 2ª jornada do campeonato nacional de andebol, que estava em atraso, Rui Barreto foi o herói ao apontar a escassos dois segundos do sim o golo da vitória. Com a vitória sobre a AC Fafe, o Sp. Horta fica na 8ª posição, agora contudo somente a dois pontos do 5º lugar. A AC Fafe segue no 10º lugar. MJS ClAssIFICAçãO: 1. benfica - 24 pontos

GRuPO desPORtIVO dO sAlãO A turma da Restinga começou neste campeonato com o pé direito

RuI bARRetO - O reforço do sCh marcou o golo decisivo frente ao Fafe 2. Águas santas - 24 3. sporting- 23 4. FC Porto - 23 5. AbC - 19 6. madeira sAd - 19 7. belenenses - 18 8. sp. horta - 17 9. s. bernardo - 13 10. maia-IsmAI - 12 11. xico Andebol, 12 12. Fafe, 12

Campeonato regional de Corrico Costeiro 2011 g O Clube Naval da Horta participou no passado dia 16 de Julho no Campeonato Regional de Pesca de Corrico Costeiro no Faial. Nesta prova participaram 6 embarcações e a vencedora da prova foi a

embarcação “Zeus” com um total de pescado de 21.150kg Feitas as contas com outros clubes da Região que participaram, fomos informados que a embarcação Zeus foi a 2º classificada.

ceu o Cedrense por 3-1. O Flamengos foi às Canadinhas vencer o Feteira com um golo sem resposta. No próximo sábado, os salonenses jogam nos Cedros, enquanto que o Lajense recebe o Feteira e o Vitória joga no Vale frente ao Flamengos. MP

A equipa, constituída por Jorge Oliveira, Rui Mendes, Carlos Dias e Ruben Oliveira parte para a Graciosa no dia 28 de Outubro onde será feito o encerramento e entrega de prémios, regressando no dia 31 de Outubro. MJS

ObOte.blOGsPOt.COm

Futsal – torneio de abertura

fayal a soma apenas vitórias g No passado sábado jogou-se a quarta jornada do Torneio de Abertura da Associação de Futebol de Horta, em Futsal, seniores masculinos. A equipa A do Fayal Sport Club goleou os albicastrenses do Recreio e Fraternidade com 6 golos sem resposta, enquanto que a equipa B dos Verdes venceu o Flamengos por 5-1. Contas feitas, o FSC A não cedeu ainda

nenhum ponto aos adversários, e lidera a tabela com 12 pontos. O FSC B e o Flamengos somam 6 pontos, enquanto que o Recreio e Fraternidade ainda não pontuou. Na próxima jornada, que acontece amanhã, sábado, a equipa A dos Verdes defronta o Flamengos, enquanto que o FSC B joga com o Recreio e Fraternidade. MP


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opinião

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entre a irlanda e a Grécia… maria Patrão Neves

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uando semanalmente regresso aos Açores é frequente interpelarem-me sobre o que se diz de Portugal na Europa. Não se diz muito - respondo. A atitude é essencialmente expectante. Por isso, pergunta-se, sobretudo. E as perguntas são invariavelmente as mesmas, nem mais, nem menos, nem outras, qualquer que seja a nacionalidade ou a instituição a que pertença o perguntador: Sabemos que Portugal está a cumprir as metas estabeleci-

das pela troika, mas vai continuar? Sabemos que não tem havido contestação social, mas vai continuar assim? Respondo, qual cartilha já bem decorada, que o actual Governo está decidido a ir mais além das metas sucessivamente estabelecidas pela troika, que esta é uma opção que visa tanto restaurar a confiança internacional em Portugal como distanciarmo-nos maximamente da Grécia. As expressões, circunspectas pelo reconhecimento da brutal austeridade e dramáticos sacrifícios que tal implica, são de inequívoca aprovação, o que o acenar de cabeça confirma. As palavras, breves, como se não se atrevessem a carregar o jugo já de si pesado, são de incondicional alívio. Mentalmente afastam-nos da

Grécia, que aproveitam para criticar duramente, sobretudo pelo penalizador desentendimento entre governo e oposição, e aproximam-nos da Irlanda, onde o sentido de imperativo e de orgulho nacional uniram toda a nação na superação da crise. E a contestação social? Manifestações? Greves? Agitação popular? Violência? – vão desfiando num crescendo. Apresso-me a tranquilizá-los, mesmo que com um “nó na garganta”, tanto dizendo que em Portugal estamos conscientes da situação do país e do que tem de ser feito como sublinhando sermos um povo pacífico. Um ou outro aponta ter visto imagens de uma manifestação de polícias com confrontos; um ou outro lembra-se de ter lido sobre uma grande manifestação em

Lisboa. Procuro desvalorizar para não fazer abalar a confiança de nos estarmos a distanciar da Grécia e a aproximar da Irlanda. E aquele perguntador a par de alguns ouvintes que entretanto se foram aproximando ficou tranquilizado…e nós mais próximos da Irlanda. Eu, porém, sozinha, fico entregue aos meus pensamentos e pergunto-me também as mesmas perguntas do perguntador. Se Portugal vai continuar a cumprir e a tentar ir mais longe do que o imposto pela troika? Não tenho dúvidas. Preciso, porém, que me acenem com uma esperança realista. Quando vamos começar a libertar-nos desta asfixia? O sacrifício só é aceitável se for uma situação provisória e não um estado permanente. Se Portugal

vai continuar socialmente calmo? Não sei…, mas espero que sim. É verdade que alguns fazem da contestação dos outros a sua profissão: eles garantem o seu bom desempenho a custo das ilusões que semeiam nos outros, dos dias de salários que lhes fazem perder e do agravamento da precariedade do trabalho desses. É verdade que é mais fácil promover a revolta, sobretudo quando a situação é má, e ela é péssima, do que assumir uma atitude pedagógica conducente à construção de um verdadeiro desígnio nacional de recuperação da nossa independência. Sem resignação, considero que precisamos hoje de contenção…para nos distanciarmos da Grécia. 21.10.2011

Voluntariado na abCeSSO DentáriO: Cadeia de apoio da origem ao tratamento da Horta pela sua saúde

ObOte.bdR

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Raul de Amaral-marques O Abcesso dentário está ligado a uma infecção cuja origem pode estar situada ao nível do dente ou da gengiva. Para além da tomada de antibióticos para parar a infecção, o tratamento depende da gravidade e da origem da infecção.

E

m resposta à infecção o organismo defende-se produzindo e chamando glóbulos brancos. Estes últimos acumulamse ao nível do abcesso dentário com os tecidos necrosados e as bactérias formando o que se chama o pús. O pús pode acumular-se no dente infectado ou na gengiva que aumenta rapidamente de volume. Claro que é um processo muito doloroso. Segundo a localização do abcesso dentário, o pús pode atingir os tecidos moles e ser a origem de uma tumefação da mandíbula, ou do pavimento da boca, da bochecha ou da pele. O tratamento do abcesso dentário consiste em eliminar a infeção com a ajuda de antibióticos. Mas é igualmente necessário fazer-se a drenagem do pús, retirar, se necessário, os tecidos infetados, nomeadamente a polpa do dente. Por vezes, o dentista poderá ter a necessidade de recor-

rer à cirurgia ou, ainda, um tratamento do canal da raiz. AbCessO deNtÁRIO: e se estIVeR lIGAdO A umA CÁRIe? Sempre que o abcesso está situado a nível do dente significa que, habitualmente, tem por origem uma cárie dentária. Esta cárie foi progredindo até atingir a polpa do dente (envolvendo o nervo e os vasos sanguíneos) desencadeando uma reacção de defesa do organismo com formação de pús. A prescrição de antibióticos visa igualmente a diminuir a dor e o edema, e permite o início do processo de reparação que consiste em limpar o interior do canal dentário infetado. Os canais do dente são, em seguida, fechados. Abcesso dentário: da gengiva à

parodonte… A outra grande causa de abcesso dentário está ligada à infeção da gengiva, atingindo progressivamente a parodonte ou o conjunto de tecidos de suporte do dente. É por vezes, muito simplesmente, a placa dentária que irrita e inflama a gengiva. Nestas condições, o tratamento assenta na drenagem, mesmo na curetagem da gengiva para o dente. Em todos os casos é importante que o tratamento do abcesso dentário se faça sem demoras. Para além da dor provocada pelo abcesso, este pode levar a problemas graves de saúde. As cáries, as gengivites e as parodentites devem tratar-se, também, sem qualquer demora. Lembrar que o abcesso dentário pode ser evitado ao respeitar-se uma boa higiene buco-dentária, prevenindo as cáries e as gengivites.

grupo de Voluntariado Caminho e Vidas exerce a sua actividade no Estabelecimento Prisional da Horta e vem dar a conhecer os trabalhos realizados em 2011, com o apoio de algumas entidades oficiais e particulares: educação físico-motora – promovida pela Câmara Municipal da Horta; formação informática – a formadora foi disponibilizada, pela Câmara Municipal da Horta e material cedido pela Assembleia Legislativa Regional, Óptica Fayalense, Câmara Municipal, AZIP e dois voluntários; educação cívica – formação semanal sobre atitudes e valores de desenvolvimento pessoal; assistência religiosa – celebração de Eucaristia quinzenal, formação básica nos princípios da fé cristã. Dando continuidade ao seu serviço, o Grupo Caminho e Vidas,

orientado pelo Reverendo P. Raimundo Bulcão Duarte, actual Capelão do Estabelecimento Prisional da Horta, vem dar o conhecimento do seu programa de actividades para 2011/2012: Programa Reactivar; novas tecnologias – formação informática; projecto sentido para a vida, com vista à valorização pessoal e atitudes e valores na família e na sociedade; programa sensibilizar para a preservação do ambiente com palestras ministradas pelo DOP, Parque Natural do Faial e mergulhador Norberto Diver; toxicodependência, médica e enfermeira; formação – Bombeiros; assistência religiosa – celebração da Eucaristia quinzenal; formação básica nos princípios da fé cristã; animação por grupos corais nas celebrações festivas: todos os Santos, Natal, Páscoa; animação musical no Carnaval. Se quiser fazer parte deste grupo contacte-nos! Grupo de Voluntariado Caminho e Vidas Contactos: 292 943 207 ou 292 292 667


ReGIONAl

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PSD/a quer “emagrecer” administração pública para canalizar apoios aos desempregados e diminuir endividamento na Saúde dR

marla Pinheiro g Em tempos de crise, há que “cortar nas gorduras” da administração regional e canalizar as verbas poupadas para combater o desemprego, apoiar os açorianos mais fragilizados e diminuir o endividamento regional. A ideia foi deixada pelo PSD/A na passada sextafeira, numa conferência de imprensa à margem da sessão plenária de Outubro, que decorreu na passada semana, na Horta. De acordo com o líder laranja no hemiciclo regional, o PSD/A pretende que os documentos orçamentais dos Açores para 2012 tenham em linha de conta esta necessidade e, por isso, já apresentou algumas propostas: “ao contrário do que o senhor presidente do Governo afirmou, aquando das audiências sobre o Plano e Orçamento para 2012, o PSD apresentou ideias e propostas”, frisou Duarte Freitas. Lembrando que, neste momento, a Região conta com 12 mil desempregados, 18 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção e mais de 30 mil famílias a viver com menos de 540 euros mensais, o PSD/A apresentou uma proposta no sentido de aca-

bar com alguns “excessos” que “consomem milhões de euros do erário público”. Nesse sentido, os social-democratas querem ver reduzidos os mais de 70 administradores do sector público empresarial, com os quais o Executivo açoriano gasta mais de 3 milhões de euros anuais. Duarte Freitas considera que “há demasiados ‘boys’ na administração pública regional”, e garantiu que, se a proposta de Orçamento do Governo não tiver em conta a necessidade desta redução, o PSD vai apresentar propostas de alteração durante a discussão do documento em plenário. Para além da redução do número de administradores, os social-democratas querem também ver reduzidos os gastos na aquisição de bens e serviços. Neste momento, as verbas despendidas em telemóveis, consultorias, viagens, viaturas, entre outras coisas, ascendem a cerca de 18 milhões de euros por ano. A este respeito, Duarte Freitas lamentou a ausência de “maior transparência” na apresentação dos gastos públicos, considerando que seria melhor que as várias rubricas no âmbito da aquisição de bens e serviços fossem apresentadas de forma desagregada, como acontece no Orçamento de Estado.

é uRGeNte AteNuAR díVIdA dA sAÚde O PSD/A considera também que, tendo em conta que o Governo vai receber as transferências com que contava do Orçamento de Estado, “eventuais sobras resultantes de receitas de impostos ou de redução de despesa decorrentes do Orçamento de Estado para 2012 devem ser encaminhadas para atenuar a dívida do sector da Saúde, que actualmente ultrapassa os 600 milhões de euros”. Duarte Freitas explica que o aumento da carga fiscal imposto por Lisboa vai permitir que “mais dinheiro saia dos bolsos dos açorianos” para os cofres da Região. Uma vez que os Açores não foram penalizados pela República nas transferências do Orçamento de Estado, o parlamentar entende que as receitas que advierem do aumento dos impostos podem ser canalizadas para diminuir a dívida da Saúde, que, na óptica do PSD/A atingiu dimensões preocupantes. Como exemplo, Duarte Freitas aponta a situação do Hospital da Horta, com um orçamento anual de 30 milhões de euros e cujo contrato programa com a Saudaçor contempla apenas metade dessa verba.

duARte FReItAs O deputado promete contributos social-democratas na discussão do Plano e Orçamento da Região para 2012

O PSD/A garante que, caso estes apelos não se traduzam na proposta de Orçamento apresentada pelo Executivo

no final deste mês, a bancada laranja na Assembleia Regional irá propor alterações ao documento.

nOtáriO liC. Maria DO Céu PrietO Da rOCHa PeixOtO DeCq MOta

CartóriO rua Da COnCeiçãO, n.º 8 r/C – 9900-080 HOrta

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Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada aos vinte e um de Outubro de dois mil e onze, de folhas sessenta e cinco a sessenta e seis, do Livro de Notas para escrituras Diversas número Noventa e Sete – E, do Cartório Notarial, da Licenciada Maria do Céu Prieto da Rocha Peixoto Decq Mota, Notária, sito na Rua da Conceição n.º8 r/c, na Horta, se encontra exarada uma escritura de JuStifiCaçãO nOtarial na qual Maria Zélia Silva de Oliveira NIF 105578479 e mulher José Carlos de Oliveira, NIF 105578258, casados na comunhão de adquiridos, ele natural da Freguesia de Feteira, e ela do Salão, do concelho da Horta, residentes em Pedregulho n.º9, na freguesia da Feteira, desta cidade declaram: Que são actualmente e com exclusão de outrém, donos e legítimos possuidores do direito a um/terço do seguinte prédio, situado na referida freguesia do Salão: rústico, no lugar do Cabeço do Capitão, de terra de pasto com a área de trinta e três ares e quarenta centiares, a confrontar a norte e sul com Manuel Garcia Furtado, leste e oeste Ribeiras, inscrito na matriz no artigo 885, com o valor patrimonial tributário de 37,34 €, descrito na Conservatória do Registo Predial da Horta sob o número dois mil setecentos e oitenta e três/Salão sem registo de aquisição deste direito. Que adquiriram este direito predial por doação que lhes foi feita por José Silveira, solteiro, maior, que foi residente na mesma freguesia, por volta de mil novecentos e noventa, não tendo chegado a outorgar a respectiva escritura de doação. Que desde essa altura até hoje que estão na posse deste prédio, dado já serem proprietários de restante parte dele, sem a menor oposição de ninguém; posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário, tendo-o ocupado, feito sementeiras e colheitas, pago as contribuições e impostos, tendo retirado do prédio todas as utilidades normais, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública. Adquiriram assim o direito a um/terço do prédio acima mencionado por usucapião e, dado o modo de aquisição não possuem título, estando impossibilitados de comprovar esta aquisição pelos meios normais. É certidão-narrativa que fiz extrair e vai conforme o original. Cartório Notarial, vinte e um de Outubro de dois mil e onze. Notária Maria do Céu Prieto da rocha Peixoto Decq Mota


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opinião

Tribuna das Ilhas

a Faialense que se tornou princesa (iii)

josé Armas trigueiro

Chamava-se Carolina Street Curry da Câmara Cabral

O CAsAmeNtO CAtólICO NA IGRejA de s. FRANCIsCO Continuação casamento de Carolina Street Curry com o príncipe russo Constantin Mershersky teve lugar no dia 15 de Março de 1866, na igreja de S. Francisco, no tempo integrada na freguesia das Angústias. Dado o interesse que a sua descrição certamente despertará nos leitores, designadamente nos leitores faialenses, transcrevemos o texto que dele nos deixou Roxana Dabney, com vista a dele mantermos a máxima originalidade9: «Que grande excitação que houve por todo o dia na cidade. Corria toda a espécie de histórias acerca do que ia acontecer da parte do príncipe Mershersky. Os navios americanos estavam todos enfeitados com bandeiras de honra do dia e é claro que as bandeiras daqui e dos “Cedears” [casa dos Dabney, hoje pertencente à presidência da Assembleia Legislativa dos Açores], estavam desfraldadas». «Partiu daqui uma grande procissão, toda a família menos Clara e os pequenitos. Ralph foi, mas Johnnie disse que não gostava de casamentos. Joaquina disse a Ralph que se ele fizesse isso (qualquer coisa de mal que ele estava a fazer) não podia ir ao casamento. “Se eu não for a esse casamento”, disse ele, “pego em todas as roupas e no pão e fujo”. Era tão grande a curiosidade que muitas senhoras foram de capote para espreitar». «Os convidados da boda reuniram-se em casa dos Curry. A carruagem dos Medeiros estava à porta. Carlota, D. Ana, Carolina e eu fomos nela. D. Bárbara [Curry, a mãe], numa cadeirinha, todos os restantes a pé (não era longe, a cerimónia teve lugar na igreja de São Francisco). Além da nossa família estavam os António Oliveira, os António Xavier, a família de Roberto Mesquita e o senhor Arriaga (Sebastião) e o filho. Os cavalos estavam enfeitados com umas fitas cor de cereja. A igreja estava apinhada. Tomás da Silva e alguns outros estavam em cima, no púlpito. As mulheres de

ARquIVOs: FOtO jOVIAl

O

IGRejA de sãO FRANCIsCO esta é a igreja onde se realizou o casamento de Carolina Curry, em 15-3-1866, com o príncipe russo Constantin mershersky

capote encheram tanto a igreja, que mal havia espaço para os convidados do casamento ficarem de pé. Carolina estava encantadora e parecia tão bem. O príncipe desafivelou a espada e pô-la junto do seu boné. A única diferença é que usava dois anéis, lhes deu a volta três vezes e depois pôs um no dedo da noiva e outro no seu próprio dedo. Carolina ajoelhou diante da mãe por uns segundos depois da cerimónia. Que grande multidão, quando saímos, o chapéu do pai ficou esmagado. As mulheres de capote acenavam com a mão para a noiva quando a carruagem partiu. As criadas estavam todas à espera da noiva e do noivo no alto das escadas. Tanto Carolina como o príncipe as beijaram todas. Fui para casa com eles e ajudei um pouco com a mesa da ceia, o pai apareceu por uns momentos e o resto da família foi da igreja para casa e voltou novamente às nove da noite. Cantámos o hino russo e o hino português [que no tempo devia ser a Maria da Fonte], que tínhamos estado a ensaiar. O segundo, lamento dizê-lo, foi um completo fracasso. Clara veio mas não parecia estar a divertir-se. A mesa da ceia estava realmente

bonita e havia cerca de quarenta e duas pessoas sentadas. No seu género, foi a coisa mais bela que eu já vira. O guardanapo de Carolina estava dobrado, com flores de laranjeira entre as dobras, o do príncipe tinha rosas. Sentaram-se à cabeceira, ladeados por D. Bárbara e pelo Sr. Curry, um de cada lado de D. Bárbara mas, como ele não estava, Clara substituiu-o. Dançou-se antes e depois da ceia e cantámos o hino russo pelo segunda vez, saindo perto da uma [hora]». O que se sabe é que, em 6 de Maio de 1866, a fragata “Dimitri Donskoy” voltava a ancorar no porto desta cidade. O jornal O Fayalense (de 13-5-1866) noticiava que a fragata de guerra russa, “Dimitri Donskoy”, de 3000 ton. e 800 cavalos, equipada com 32 peças, tinha 678 militares, e provinha do Rio de Janeiro. Assim, no dia 8 desse mês, os Curry ofereceram um grandioso jantar, para o qual foram convidados os oficiais russos e as mais altas individualidades amigas faialenses. A banda convidada — que ou era de bordo ou a Artista Faialense — executou trechos de “O Trovador”, “Fausto”, “Bravo”, “Barbeiro da Sevilha”, pelos

quais se verifica o elevado nível de qualidade musical do seu repertório 10. Na quinta-feira 10 de Maio, Roxana e Mary Curry, bem como outros convidados da alta sociedade faialense, dirigiram-se à fragata, onde foram levadas ao camarote do capitão Maidell e a banda tocou enquanto elas entravam. Era o dia da realização do casamento russo (Ortodoxo) dos nubentes, pelo que, para maior originalidade, se respiga o texto que Roxana escreveu 11: «O camarote que foi dado a Carolina era delicioso. Fanny e eu ajudámo-la a aprontar-se [para as cerimónias]. Desta vez usava rosas em vez de flores de laranjeira. Assim que saímos do camarote, o barão Maidell ofereceu-me o braço, entrámos e ficámos de pé em cima de um tapete turco. Um dos oficiais entregou-me um pequeno quadrado de bronze preso a uma fita branca que se assemelhava a um bombom de chocolate. Pensei que talvez fosse para guardar como recordação, mas observei que tinha a imagem de Cristo. Porém, não me foi dito o que devia fazer com ele. O barão Maidell tinha um outro maior (dourado) e tinha as mãos postas. O par nupcial entrou e ajoelhou-se em

frente de nós, que devíamos fazer o sinal da cruz mas eu, como não me tinham dito nada, limitei-me a segurar a imagem por cima das cabeças deles quando ajoelharam, um de cada vez. Depois foi a vez de Mary e do Dr Toda a gente foi então para a capela, com o grupo nupcial a fechar o cortejo. O barão Maidell entrou com a Carolina e comigo. Havia uma plataforma alta, no centro da qual estava o altar, e o grupo nupcial ficou de pé em cima dela, com os amigos do noivo de pé em baixo de um lado e do outro, porque não poderiam ter ficado em cima (o príncipe era mais baixo do que eles). Que calor! A cerimónia foi longa. Os cânticos [ortodoxos na fragata russa] no momento em que entrávamos na capela eram lindos. Primeiro que tudo, o padre deu duas velas acesas para segurar, com orações e cantos durante todo o tempo; depois veio a cerimónia com os dois anéis, trocando-os e fazendo três vezes o sinal da cruz em cada troca. Em seguida foram trazidas coroas de aspecto estranho feitas de lata com um pouco de veludo de algodão carmesim e quase cobertas de tamarisco e de flores vermelhas e cor-de-rosa. O padre deu a beijar ao príncipe uma imagem de Cristo antes de a coroa ser posta na cabeça dele. A coroa enterrou-se tanto que o efeito foi engraçado e eu não sabia para onde havia de olhar. George disse que John Morrisom ‘explodiu’ para dentro do seu chapéu e os oficiais tiveram dificuldade em manter-se sérios. A coroa da noiva era idêntica, mas tinha a imagem da Virgem e do Menino, que ela beijou. (Continua) bibl: Roxana Dabney, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Volume 3, (2006), co-edição do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta; Lima, Marcelino, “Famílias Faialenses”, (1922), pp. 241-245, Minerva Insdulana; Leite, José Guilherme Reis, “Enciclopédia Açoriana”, Internet, centro de conhecimentos dos Açores, ed. da Universidade católica Portuguesa e do Governo Regional dos Açores; Forjaz, Jorge, e Mendes, António Ornelas, “Genealogias das Quatro Ilhas: Faial, Pico, Flores e corvo”, (2009), Vol. 1.º, p. 725, e Vol. 4.º, p. 2659, ed. Dislivro Histórica. (9). Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 262 e 263, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (10). Dabney, Roxana, 1806-1871, “Anais da Família Dabney no Faial”, Vol. 3, (2006), pp. 266 e 267, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta. (11). Dabney, Roxana, 1806-1871, Anais da Família Dabney no Faial, Volume 3, (2006), pp. 269 e 270, ed. do IAc-Instituto Açoriano de cultura e do Núcleo cultural da Horta.

de quando em vez santos madruga

H

á dias fomos surpreendidos por um telefonema de amigo que não víamos há longo tempo. De imediato fomos procurá-lo ao Hotel, mas, como nos havíamos demorado, a menina da recepção informou-nos que “os senhores do golfe” já tinham ido jantar a um certo restaurante da nossa cidade. Fiquei admirado com a informação “os senhores do golfe”, pois não sabia que este nosso amigo era jogador e que estava provavelmente de passagem, dado que por estas bandas não havia campo de golfe. Fomos até ao restaurante indicado onde

GOlfe rural encontrámos o amigo e a esposa, ambos jogadores de golfe, mas de golfe rural. Com eles um grupo de pessoas de diversas proveniências, acompanhados por companheiros desta ilha que se dedicam, igualmente, a esta modalidade. Depois dos abraços habituais e das primeiras trocas de impressões, revelou-nos o prazer que tinha nesta modalidade, à qual havia aderido, em virtude de só em S.Miguel e Terceira haver os tradicionais campos de golfe.

Este, dizia-me ele, é possível ser jogado em todas as ilhas. Basta uma pastagem tratada, uns círculos que substituem os buracos normais, assinalados com uma bandeira, e temos um campo de golfe rural. É pena, continuou ele, que os tão prometidos campos de golfe não sejam já uma realidade. O Faial e o Pico bem o mereciam. “E S.Jorge?” perguntei-lhe! Sem dúvida, respondeu-me, completavase assim o Triângulo.

E continuou: - Muitos amigos meus, gostariam de vir cá jogar, mas quando falamos no rural, eles desistem. Passámos tres dias fabulosos nesta ilha embora salpicados com chuva miudinha. Ao referir-se ao jogo, atalhou em jeito de desabafo: minha mulher é que é campeã, joga muito melhor do que eu. Como o jantar já estava a ser servido, não houve tempo para mais conversas. Despedimo-nos, mas antes, procedemos à troca de contatos, aguardando futu-

ros encontros, como nos foi prometido por este simpático casal, cuja amizade vem de longa data. Afinal não somos só nós que afirmamos que o futuro destas ilhas, no que concerne ao turismo, está em grande parte, ligado ao golfe. No entanto, e apesar de ser reconhecida por muitos, esta importante valência continua adiada! Como a esperança é a última a morrer, até lá, “os amantes da modalidade” vão aproveitando o lindo verde das pastagens das nossas ilhas! Haja Saúde!


inFormação

Tribuna das Ilhas

28 de OutubRO de 2O11

NOssA GeNte

utIlIdAdes

PARtIRAm

FARmÁCIAs

l Faleceu no Lar de São Francisco da Santa casa da Misericórdia da Horta, com 91 anos de idade, Belisa Pereira da Rosa, natural da freguesia de São caetano do Pico e residente na freguesia da Matriz. Viúva de José Garcia da Rosa, era mãe de José Avelino Pereira, casado com Manuela Rosa, e avó de José Pedro. Deixa ainda um bisneto.

eleItOs PORtOs dOs AçORes sA Na sequência da publicação do Decreto Legislativo Regional n.º24/2011/A de 22 de Agosto que criou a Portos dos Açores, SA, foram eleitos os seguintes órgãos sociais: mesA dA AssembleIA GeRAl Presidente: Frederico Alberto Silva de Oliveira Secretário: João Paulo carreira Mendes Membro Suplemente: José Leonardo Goulart da Silva CONselhO de AdmINIstRAçãO Presidente: Fernando Manuel de Saldanha Matos do Nascimento Vogal: Maria da conceição da Silva Mendes Rodrigues Vogal: Filipe Mota Fonseca Macedo

restaurante e snack-bar

hOje e AmANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 de 30 de OutubRO A 5 de NOVembRO Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749

l No passado dia 16 de Outubro, faleceu na sua casa, na freguesia da Feteira com 27 anos de idade, césar Filipe dos Santos, natural da freguesia da Matriz. O extinto era solteiro e deixa de luto os seus pais, José Vítor dos Santos e Maria Emília Jesus Dutra dos Santos. Era irmão de Vítor Santos, Teresa Santos, Maria do Espírito Santo Santos, Aida Santos, carla Santos e José Maria Santos.

15

areeiro • capelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

emeRGêNCIAs -FAIAl i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 tRANsPORtes - FAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

CAçOIlA de PORCO esPAdARte FRItO Ou GRelhAdO FIletes de VejA eNtReCOstO COm INhAmes AceitAm-se ReseRvAs

E mEnta Variada todos os d ias

meteOROlOGIA

VeNdemOs ReFeIçÕes PARA FORA

CONselhO FIsCAl Presidente: José Mancebo Soares Vogal: Alberto Manuel Rodrigues cardoso Medeiros Vogal: Vogal UHY&Associados, SROc, Lda Vogal Suplente: Fernanda da Assunção Vieira Ferreira Vogal Suplente: António Augusto Almeida Trabulo

NO sNACk

bAR seRVImOs

ReFeIçÕes lIGeIRAs e PRAtO dO dIA

descanso semanal:

AGeNdA

terça-Feira

tEmos sEmprE bom pEixE

eVeNtOs Até 29 de OutubRO 2011 exposição "A RePÚblICA e A CIêNCIA" integrada nas comemorações Regionais do I centenário da República Portuguesa onde são evocados cientistas açorianos como José curry da câmara cabral (1844-1920), Alfredo Bensaúde (1856-1941), Francisco Afonso chaves (1857-1926), Eugénio Vaz Pacheco do canto e castro (1863-1911), Aníbal Bettencourt (1868-1930), Manuel Soares de Melo e Simas (1870-1934), Ruy Telles Palhinha (1871-1957), Nicolau Anastácio de Bettencourt (1872-1941), José Agostinho (1888-1978) e Aurélio Pereira da Silva Quintanilha (1892-1987). Na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Presidência do Governo - Direcção Regional da cultura Até 31 de OutubRO 2011 das 10h00 às 18h00 - "hIstóRIAs que Vêm dO mAR" na Fábrica da Baleia centro do Mar Organização da cHAM, OMA e Museu da Horta

GRuPO CeNtRAl hOje céu muito nublado com boas abertas a partir da tarde. Períodos de chuva durante a madrugada, passando a aguaceiros fracos. Vento sudoeste moderado (20/30 km/h) tornando-se bonançoso (10/20km/h) de oeste.Mar cavado tornando-se de pequena vaga. Ondas oeste de 2 metros. Temperaturas previstas para a Horta: Mínima 18ºc Máxima 21ºc

AmANhã Períodos de céu muito nublado com boas abertas. Vento oeste bonançoso a moderado (10/30 km/h). Mar de pequena vaga a cavado Ondas oeste de 2 metros, aumentando gradualmente para 4 metros. dOmINGO Períodos de céu muito nublado . Aguaceiros fracos para o final do dia. Vento oeste moderado (20/30 km/h). Mar de pequena vaga a cavado. Ondas oeste de 4 metros.

Venha almoçar ou jantar num ambiente romântico e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

das 10h00 às 18h00 - "A bAleAçãO NO FAIAl- FAse INdustRIAl 19401984" na Sala das Farinhas na Fábrica da Baleia - centro do Mar. Organização do OMA, Reis e Martins. Até 22 de NOVembRO de 2011 de ter. a dom. das 16h00 às 20h00 - AO sOl, de ROmãO PeRes no centro de cultura e Exposições da Horta. Em exposição vão estar obras cuja temática predominante é o mundo da pesca em especial as formas e cores que os artefactos e o pescado adquirem durante o processo de secagem ao sol. Romão Peres nasceu em Lisboa em 1950, fez o curso de pintura da Escola de Artes Decorativas António Arroio e já realizou inúmeras exposições individuais e colectivas. O seu currículo conta com vários prémios, entre os quais o primeiro prémio no concurso XVI Galeria Aberta, do Museu Jorge Viera, em Beja. Organização da Hortaludus e cMH em parceria com Museu Jorge Vieira AmANhã 21h30 - ósCAR e A seNhORA COR-de-ROsA no Teatro Faialense. Produção no Faial: Hortaludus e Teatro de Giz com o financiamento cMH e com o apoio do Hotel Horta. de 30 de OutubRO A 6 de NOVembRO das 21h30 às 23h00 - Faial Filmes Fest - Festival de cinema dos Açores no Teatro Faialense. Organização do cineclube da Horta FIChA

Tribuna das Ilhas dIReCtOR: cristiano Bem edItOR: Fernando Melo CheFe de RedACçãO: Maria José Silva RedACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOtOGRAFIA: carlos Pinheiro

COlAbORAdORes PeRmANeNtes:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, josé trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira silva, Paulo Oliveira, Ruben simas, Fernando Guerra, Raul marques, Genuíno madruga, berto messias COlAbORAdORes eVeNtuAIs: machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, santos madruga, lucas da silva

PROjeCtO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia RedACçãO AssINAtuRAs e PublICIdAde: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONtACtOs: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

téCNICA

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FuNdAdO 19 de AbRIl de 2002

Tribuna das Ilhas sextA-FeIRA 4 28 de OutubRO de 2O11

www.tribunadasilhas.pt

praia arranques 2011 maria josé silva Fotos: Carlos Pinheiro

g Foi o gosto pelos motores que moveu os amigos Délcio Correia e Carlos Oliveira a organizarem o “Praia Arranques 2011”. Objectivo: mostrar qual o carro mais rápido num espaço de 300 metros. A prova contou com participação de 19 viaturas divididas em três classes: classe I – até 1400 cc; classe II – de 1401cc a 1800cc e classe III para carros com mais de 1800cc. Délcio Correia disse ao TRIBUNA DAS ILHAS que organizar este “Praia Arranques” surgiu numa conversa de amigos com ideia de “trazer ao Faial algo que já não acontecia há algum tempo e que estava a fazer falta ao pessoal”. A adesão superou as expectativas e, de entre Fiats Seicento a Subarus Impreza, a certeza é de que para ano há mais.

ClAssIFICAçãO: ClAsse I 1.º - Emanuel Silva – citroen Ax 2.º - Pedro Rodrigues – Smart Roadster 3.º - Nelson Alves – Fiat Seicento ClAsse II 1.º - João costa – Honda cRX

2.º - Ruben Figueiredo – citroen Saxo 3.º - Hélio correia – Honda cRX ClAsse III 1.º - carlos Garcia – Subaru Impreza 2.º - Venancio costa – BMX M3

esPAçO de PROxImIdAde A POlíCIA AO seRVIçO dOs CIdAdãOs P P O O l l í í C C I I A A d d e e s s e e G G u u R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú b b l l I I C C A A

CAmPANhA s.O.s CAGARRO - 2011 • A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, promove anualmente a campanha SOS cagarro. No presente ano, a mesma decorre entre 01OUT e 15NOV. • À semelhança de anos anteriores, a P.S.P., associa-se em parceria com a SRAM, na detecção, recolha e encaminhamento dos cagarros juvenis através dos seus efectivos policiais que de forma contínua e diária patrulham as estradas das nossas Ilhas. • caro cidadão, em caso de detecção de algum cagarro no percurso que efectua, sugere-se que recolha o mesmo, entregando-o aos serviços da secretaria, aos vigilantes da natureza ou em alternativa dirija-se à Esquadra da sua área, que após recepção promoverá as diligências a fim de efectuar a sua entrega àqueles serviços. lembRe-se que: • como cidadão deve colaborar nesta campanha, ajudar a preservar esta espécie, contribuindo assim para a preservação do ambiente, que hoje é nosso e futuramente será dos nossos descendentes. • Em relação à circulação automóvel, a P.S.P. alerta para o facto de nas estradas litorais das

nossas ilhas, adequar a marcha do seu veículo de modo a fazer face a um eventual surgimento de algum espécime que lhe surja na via ou em voo. Lembre-se que o simples efeito surpresa, poderá originar um despiste ou consequências mais graves.

Para mais informações contacte o endereço http://soscagarro.azores.gov.pt

ou esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados à P.s.P. da sua área de residência ou por correio electrónico, através do endereço cphorta@psp.pt CONtACtOs divisão Policial da horta: telefone – 292208510 Fax - 292208511

PROGRAmA INteGRAdO de POlICIAmeNtO de PROxImIdAde


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