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Futebol - CAmPeoNAto AFH

FlAmeNGos e FAyAl deFroNtAm-se NA últImA JorNAdA PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIreCtor : mANuel CrIstIANo bem 4 Número : 455

camélias antigas

Faial com condições para abastecer europa PÁGINA 6

25 .fevereiro.2o11 Sai àS SextaS-feiraS

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Bolsa de turismo de lisBoa

açores reForça potencial turístico

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editorial

CritérioS de LiSboa g Já nos temos recordado da Lisboa antiga – tomando a capital como o centro de decisões políticas para áreas que estão fora da alçada das autonomias insulares – essa “Lisboa de outras eras”, distante, centralista e por vezes colonialista, que raramente se lembrava dos problemas, das carências e das dificuldades de vida daqueles portugueses que habitavam as ilhas açorianas, dispersas pelo mar atlântico e condenadas a um isolamento que os fracos meios de comunicação impunham. E se nesses velhos tempos não se verificasse o forte empenho de alguns Governadores civis que, nas suas frequentes visitas de trabalho à capital, pressionavam o Governo em favor dos melhoramentos mais necessários às terras sob a sua jurisdição, tudo permanecia numa imobilidade que travava o desenvolvimento. Veio o 25 de Abril e a mentalidade dos detentores do poder na capital portuguesa pouco ou nada se modificou em relação às legítimas reivindicações dos Açores, dependentes de investimentos estruturais indispensáveis a um progresso gerador de uma riqueza mais compensadora e sustentada. E vem isto a propósito de uma recente notícia difundida através da comunicação social, segundo a qual se anunciava para uma data relativamente próxima a abertura ao tráfego aéreo civil do transformado aeroporto de Beja, no qual o Estado já gastou muitas dezenas de milhões de euros – com derrapagens orçamentais e falhas de gestão – uma situação já descrita nesta coluna com base em elementos divulgados no continente. É perfeitamente claro que a Lisboa política de hoje, mesmo na grave situação em que o país está mergulhado, não resistiu à pressão dos “lobies” e gastou sem qualquer justificação milhões e milhões para contentar confrades partidários e fiéis autarcas ou outros amigos, prontos a retribuir os investimentos em tempo de eleições. E isto acontece, note-se, com todas as forças partidárias, porquanto exemplos não faltam. O mal é da capital do país em cujos gabinetes se mantém a mesma mentalidade metropolitana em relação às “ilhas adjacentes” como antigamente sucedia. Pelo contrário, se for posta a Lisboa a necessidade absoluta e urgente da ampliação da pista do Aeroporto da Horta, obra estruturante para o desenvolvimento local e dos Açores em geral, principalmente na sua vertente turística, a resposta dos “senhores do poder” é a do elevado custo que o empreendimento representa. Mas para Beja, sim, arranjam-se milhões mais que suficientes para um Aeroporto situado entre Lisboa e Faro – um Aeroporto que, à partida e pelo que nos diz quem conhece este sector do transporte aéreo e do turismo, está condenado a um fracasso absoluto.

em destaque

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Bolsa de turismo de lisBoa

açores em destaque no primeiro dia do maior certame turístico do país marla Pinheiro g Arrancou na manhã de quarta-feira na FIL, a 23.ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa. No primeiro dia de feira o espaço reservado à promoção turística dos Açores fervilhou de actividade, tendo mesmo contado com a visita do primeiroministro, José Sócrates, que teve até a oportunidade de fazer uma subida virtual ao Pico, num dispositivo electrónico onde, através do movimento dos pés num tapete próprio para o efeito, os participantes nesta brincadeira faziam um caminhante subir um gráfico da montanha mais alta de Portugal, reproduzido num ecrã à sua frente. O primeiro dia de Feira ficou marcado pela apresentação do novo site www.azores.com, e também pelo anúncio de uma parceria entre a SATA e uma transportadora aérea francesa. O stand dos Açores conta com a presença de uma série de instituições associadas à promoção turística da Região, bem como vários empresários do sector. Hoje, foi servido um Pico de Honra com produtos da gastronomia açoriana, e esteve também presente na Feira um artesão picoense a demonstrar a arte do scrimshaw, artesanato feito em osso de baleia. www.Azores.Com reINveNtAdo O início da BTL fica marcado pela apresentação do novo site www.azores.com. Esta plataforma existe há 8 anos, no entanto foi integralmente remodelada para se adaptar aos novos tempos, e também para cumprir melhor a sua função de vender o destino Açores. O novo www.azores.com resulta de uma parceria entre as empresas Motion, Lda e Portugal online, e trata-se de um projecto que contou com o apoio do sistema de incentivos do Governo Regional (SIDER). A apresentação esteve a cargo de Pedro Arruda, da Motion Lda, que anunciou na ocasião o lançamento do site para o próximo mês de Março, na ilha de São Miguel, devendo depois o mesmo ser apresentado em várias ilhas da Região. Beneficiando da visibilidade que o portal existente já tem, este projecto tratou-se de uma reformulação profunda, tanto ao nível da estrutura do site como do seu aspecto gráfico. De acordo com o

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responsável, a navegação neste novo site é agora mais fácil, “quase intuitiva”, destacando-se ainda a quantidade de informação sobre as ilhas, a possibilidade de se descarregarem mapas das mesmas para o GPS a partir do site, e a ligação às redes sociais. O site permite ainda que as empresas do sector turístico façam um registo empresarial, o que lhes permite descarregar material promocional sobre os Açores. Neste novo portal, é também mais fácil para os visitantes planearem uma viagem aos Açores, uma vez que o portal possui duas centrais de reservas, ligadas à SATA e à TAP, permitindo ainda criar pacotes complementares, reservando também através do site o alojamento e a rent-a-car. Neste momento, o www.azores.com conta com cerca de 300 mil acessos mensais. De acordo com Pedro Arruda, o objectivo é que, com o lançamento do portal renovado, esse número ascenda aos 500 mil ainda no primeiro semestre deste ano. Presente na apresentação, o director regional do Turismo destacou a importância crescente da internet para o sector turístico. Em relação ao www.azores.com, Miguel Cymbron considerou-o uma importante “ferramenta de vendas” da Região no exterior. Falando da sua dinâmica e da quantidade de informação que disponibiliza, Cymbron destacou o facto deste instrumento permitir a qualquer utilizador facilmente “comprar os Açores”, que ganham assim mais uma forma de projecção enquanto produto turístico apetecível. exeCutIvo reGIoNAl INveste 31 mIlHões de euros No turIsmo em 2011 Para o secretário regional da Economia, a presença dos Açores nesta BTL é fulcral. Em declarações aos jornalistas, Vasco Cordeiro lembrou que “os Açores têm em Portugal continental um mercado importante, e não poderiam deixar de estar representados, e apostar em grande para reforçar a sua notoriedade no país”. Falando de 2010 como “um ano de estabilização” dos números do turismo na Região, Cordeiro mostra-se optimista em relação a 2011, apesar da actual conjuntu-

ra de crise. Para potenciar o desenvolvimento do sector turístico, o Governo Regional reservou 31 milhões de euros do Orçamento para 2011. Dessa verba, a maior parte destina-se “a uma campanha de reforço da notoriedade da Região como destino turístico”. A estratégia passa por piscar o olho a mercados prioritários, mais concretamente a Alemanha, a França, a Itália, e alguns estados e províncias dos Estados Unidos da América e do Canadá, nomeadamente aqueles em que já foi reforçada a acessibilidade em relação aos Açores. Para Vasco Cordeiro, os dois vectores de actuação na área do turismo devem ser, precisamente, o aumento da notoriedade dos Açores enquanto destino e o reforço das acessibilidades. Neste aspecto, salienta o trabalho “fundamental” da SATA, tanto nas operações com as suas aeronaves como na criação de parcerias. A este respeito, Vasco Cordeiro salientou a parceria anunciada entre a transportadora aérea açoriana e a companhia francesa Aigle Azur, em regime de code-share. O mercado francês é, de resto, uma grande aposta do Governo Regional, que pretende investir 10 milhões de euros para tornar os Açores mais conhecidos na França. Para Vasco Cordeiro, e tendo em conta a actual conjuntura económica, mais importante do que criar novas infra-estruturas de apoio ao turismo é apoiar investimento privado que capte fluxos turísticos. Apesar disso, o governante não des-

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trIÂNGulo em AltA g As ilhas do Triângulo – Faial, Pico, São Jorge – vão estar

em alta na Bolsa de Turismo de Lisboa, através do lançamento da organização “Tryangle” a que se ligou a “Adéliaçor” estendendo a promoção deste bonito conjunto às respectivas “rotas temáticas” e também às das Flores e corvo, no grupo ocidental dos Açores. Pelas informações de que dispomos, esta abrangência de propaganda turística, com espaço próprio nas instalações da BTL destinadas à nossa Região, será apresentada durante um evento a ter lugar na tarde de hoje e do qual daremos reportagem. Triângulo em alta!

carta a hipótese do Executivo apoiar a construção de determinadas infra-estruturas, desde que estas apostem “na diferenciação e na qualidade” do produto turístico regional. Instado a pronunciar-se em relação ao Campo de Golfe do Faial e às Termas do Varadouro, Cordeiro reforçou que a posição do Executivo já é conhecida e não vai mudar. Quanto ao Faial, o secretário regional preferiu lembrar a importância da obra de requalificação da frente marítima, que “contribui para a afirmação do Faial como local privilegiado de turismo náutico e ligação com o mar”. Confrontado com a falta de lugares com que a Marina da Horta se debate, Vasco Cordeiro lembrou que a ampliação daquele espaço está contemplada na segunda fase da intervenção em curso, actualmente em projecto. Questionado sobre a data prevista para o avanço dessa segunda fase, o secretário adiantou ser preferível aguardar pelo fim da primeira antes de pensar na segunda parte da intervenção. Esta noite, tem lugar a festa de promoção dos Açores no Urban Beach, à semelhança do que aconteceu em 2010. No ano passado, este evento despoletou sérias acusações da oposição, que condenou o que considerou ser o elevado custo desta festa. Questionado sobre este facto, Vasco Cordeiro garantiu que espera que o referido evento de promoção dos Açores tenha os mesmos efeitos que em 2010, “do ponto de vista da promoção do destino Açores e dos produtos açorianos, pois é esse o seu objectivo”.

[DEScE] moÍNHos de ÁGuA

g Há dias vimos na Televisão uma extensa reportagem gra-

vada numa terra do norte do país onde no passado existiam, em bom número, os chamados “moinhos de água”, ou azenhas, em que antigamente os cereais eram reduzidos a farinha para se fabricar o pão. Todos esses engenhos, muito antigos – actualmente uma atracção turística – foram recuperados e mostravam até interessantes engrenagens, inventadas nesses velhos tempos para tirar deles um maior rendimento. Pelo contrário, nas nossas ilhas deixaram-se apodrecer dezenas de moinhos de vento, para pena e vergonha nossa…


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Workshop de Decoração de Bolos em Março g Está agendado para o próximo dia 26 de Março, na ilha do Faial, um workshop de decoração de bolos.

Numa iniciativa da Cartoon Store, esta iniciativa decorrerá na Quinta do Lomelino, das 09h30 às 12h30 e das 14h30 às 17h30. Este workshop será ministrado por Maria e Catarina Pedro e tem comno objectivo ensinar aos formandos o que são pastas de açúcar, corantes alimentares, glacê real e cola comestível, e para que servem. No final as formandas serão capazes de elaborar uma decoração simples através de cortadores e moldagens.

1500 crianças animam ruas da cidade no desfile de carnaval “todos diferentes, todos iguais”

“todos diferentes, todos iguais”, foi o slogan que serviu de tema ao desfile de Carnaval 2011, que vai trazer às principais ruas da cidade cerca de 1500 crianças dos estabelecimentos de ensino de toda Ilha, uma organização da Câmara municipal da Horta em parceria com a escola básica e Integrada da Horta.

susana Garcia Foto: maria José silva g 1500 crianças dos 14 estabelecimentos de ensino públicos e privados da ilha do Faial, vão participar no já tradicional desfile de Carnaval 2011 que decorre na próxima quinta-feira, dia 3 de Março. À semelhança dos anos anteriores, alunos, professores, educadores e auxiliares dos estabelecimentos de ensino da Ilha vão desfilar pelas principais artérias da cidade com máscaras e fantasias por eles criadas com o objectivo celebrar as diferenças e igualdades no mundo dai o tema escolhido ser o slogan “todos diferentes, todos iguais”. Muita imaginação e originalidade são esperadas neste cortejo de carnaval que tem ainda o propósito de cimentar a relação da escola com a comunidade através da promoção dos trabalhos realizados pelos próprios alunos alusivos ao Carnaval e ao tema escolhido. O desfile de carnaval da pequenada é promovido pela Câmara Municipal da Horta em parceria com a Escola Básica

e Integrada da Horta e conta com a colaboração da Escola Dr. Manuel de Arriaga, APADIF, CAO da Santa Casa da Misericórdia, da Escola Profissional da Horta entre outros patrocinadores locais. A apresentação do desfile de Carnaval da pequenada decorreu na manhã de quarta-feira, numa conferência realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal da Horta pelo VicePresidente da Câmara José Leonardo Silva e pelo vereador da Cultura Filipe Menezes. Na ocasião, José Leonardo referiu que “as escolas são o grande parceiro deste grande desfile”, mas salientou o facto de, este ano, o evento contar ainda com o apoio de muitos parceiros privados. Para o edil “este é o maior desfile até agora realizado, que envolve cerca de 1500 crianças e que irá trazer uma grande animação às ruas da cidade”, disse. Por seu turno, o vereador do pelouro, Filipe Menezes, numa breve apresentação anunciou que o desfile está marcado para o dia 3 de Março se as condições atmosféricas o permitirem, se não, o mesmo será adiado para a sexta-feira dia 4. De acordo com o responsável, o desfile de carnaval deste ano será abrilhantado por duas filarmónicas locais (Sociedade Filarmónica União Faialense e Sociedade Filarmónica Unânime Praiense) e pela banda de tambores “Tum Tum” e um carro alegórico, da responsabilidade da Escola do Pasteleiro. Filipe Menezes informou ainda que a parada “terá início na Praça da República e termina no Largo do

Infante daí que a partir 08h15 o trânsito será encerrado na Alameda Barão de Roches e depois progressivamente até à Rua do Mercado mediante a chegada dos participantes”. Este ano e pela primeira vez será fechada a Rua do Poiso Novo, na medida em que os autocarros irão parar na Avenida Marginal para deixar as crianças que serão depois acompanhadas pelos alunos da Escola Profissional e PSP da Horta até ao local do desfile. Neste sentido, o vereador, chamou a atenção da população em geral para a sinalização de trânsito e apelou à compreensão de todos pelo transtorno do encerramento das ruas, reconhecendo que neste dia haverá algum congestionamento do trânsito. “todos dIFereNtes, todos IGuAIs” “Todos diferentes, todos iguais” é um slogan que hoje em dia, na nossa sociedade, se ouve muitas vezes mas que poucos sabem efectivamente o que quer dizer. Somos todos iguais, porque todos nós cidadãos temos a mesma dignidade social e todos somos iguais perante a lei. Somos todos diferentes, na medida em que cada pessoa é um ser único e especial e todos devem ser respeitados pela sua diferença. Instado a pronunciar-se sobre a escolha do tema do desfile “todos diferentes, todos iguais”, Filipe Menezes justificou ter sido uma proposta da Escola Básica e Integrada da Horta por ser um tema da sociedade actual um tema importante que não distingue raças, faixas etárias, credos, sexos, enfim, somos todos iguais.

[aconteceu] PsP dA HortA reCuPerA obJeCtos roubAdos g No âmbito de investigações policiais relacionadas com a prática do crime de descaminho/destruição de objectos sob o poder público a PSP recuperou objectos. De acordo com uma nota enviada às redacções, os objectos foram recuperados e apreendidos a uma mulher de 35 anos, natural e residente na freguesia dos Flamengos. O material recuperado tem um valor aproximado de 1500 euros. trIbuNAl dA HortA CoNdeNA A 8 ANos trAFICANte de droGA Alemão g O Tribunal da Horta condenou na passada semana a oito anos de prisão um cidadão de nacionalidade alemã pelo crime de tráfico de estupefacientes agravado por ter transportado num iate cerca de 200 quilos de cocaína. O acórdão do colectivo de juízes salienta que a pena aplicada não é tão pesada como inicialmente se previa, já que a moldura penal para estes crimes pode chegar aos 15 anos de prisão, porque o tribunal teve em conta a “confissão do arguido”. O homem, não só confessou o crime de que era acusado, como colaborou com a justiça e ilibou os outros dois tripulantes que seguiam com ele a bordo do iate ‘Turtle’, apreendido em abril de 2010 quando fez escala no Porto da Horta. O cidadão alemão foi também condenado a pagar uma indemnização civil superior a 16 mil euros à proprietária do iate que utilizou para o transporte de droga e ainda ao pagamento de uma caução de 20 mil euros até que esteja concluído o processo de apuramento de todas as despesas envolvidas. AluNos dA esmA No CortA mAto NACIoNAl g Oito alunos açorianos vão estar presentes no corta-mato nacional, que se realiza em Vila Nova da Barquinha, Santarém, nos próximos dias 11 e 12 de Março, de entre eles Marlon Iuri Nete Martins, da ESMA. Estes oito atletas classificaram-se nos primeiro e segundo lugares do seu escalão, na Fase Regional do cortaMato Escolar, que teve lugar no passado dia 19 de Fevereiro, no complexo Desportivo João Paulo II, na Terceira. Esta competição regional contou com a participação de 57 alunos e 16 professores, oriundos de todo o arquipélago. Os dois primeiros classificados de cada escalão têm assim participação assegurada no corta-Mato Nacional.

[vai acontecer] CulturA AçorIANA em debAte g O Director Regional da cultura anunciou a realização de um ciclo de oito conferências, nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, destinadas a promover um debate de ideias e uma partilha de conhecimentos, tendo em vista fomentar os istmos de conectividade entre a cultura açoriana e o mundo. A conferência a realizar no Faial terá lugar no próximo dia 5 de Maio, na Biblioteca Pública, sob o tema “Os Desafios da criação Artística entre a Escala Humana e uma Realidade Global”. Será palestrante Rui Horta. vIsItA PAstorAl em AbrIl g O Bispo D. António de Sousa Braga estará em visita pastoral na ilha do Faial entre os dias 2 e 18 de Abril. Segundo o código de direito canónico os bispos diocesanos deverão visitar pastoralmente todas as paróquias da sua Diocese de cinco em cinco anos. Durante a sua visita ao Faial, D. António de Sousa Braga administrará o sacramento do crisma a vários jovens da nossa ilha. vI JorNAdAs bÍblICAs g Decorrerão nos dias 17 e 18 de Março, no Salão do Bom Pastor, as VI Jornadas Bíblicas no Faial. Estas jornadas serão orientadas pelo Padre Teodoro Medeiros e pelo Dr. José carlos carvalho. worksHoP sobre ACtIvIdAde equestre g Numa iniciativa da coudelaria do Faial, decorrerá no próximo dia 12 de Março, no centro Hípico do capelo, um workshop para jornalistas sobre divulgação da actividade equestre. De acordo com o programa enviado às redacções, abordados serão temas como: cavalo lusitano – história e evolução; critérios de avaliação nos concursos de modelos e andamentos machos e fêmeas; o cavalo lusitano nas modalidades olímpicas, qual o seu percurso? A questão do ensino e dos regulamentos também vai ser abordada. Esta formação termina com os testemunhos de um jornalista.


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educação e saúde marcam plenário de fevereiro maria José silva g Decorreu esta semana na cidade da Horta a sessão plenária de Fevereiro cujos trabalhos parlamentares arrancaram com a interpelação do PPM ao Governo sobre Educação. A educação também foi trazida à baila pelo Bloco de Esquerda. Da agenda mensal fazia ainda parte o debate de urgência proposto pelo CDS/PP sobre a contaminação dos aquíferos na Praia da Vitória. Durante esta sessão foi aprovado o diploma que cria o Parque Natural da Ilha de São Jorge, no qual se integram todas as áreas protegias daquela ilha e do Grupo Central, qualquer que seja a sua categoria. O PP votou a favor do diploma, mas levantou algumas questões ao Secretário Regional do Ambiente e apresentou alterações à proposta inicial. Foi igualmente aprovada a criação do Parque Natural da Ilha das Flores que de acordo com Álamo Menezes, contém as “melhores e mais bem conservadas” turfeiras do Atlântico. O PSD/Açores, por sua vez, entregou no parlamento um projecto de decreto legislativo regional que visa criar o Observatório do Leite e dos Produtos Agroalimentares. Para Duarte Freitas a proposta de criação do Observatório do Leite e Produtos Agroalimentares visa “contribuir para resolução de um problema que dura há tempo de mais no principal sector produtivo da Região”. O segundo dia de trabalhos da Assembleia começou com o debate de urgência proposto pelo CDS/PP sobre a contaminação dos aquíferos na Praia da Vitória que acabou por ocupar toda a manhã e ser alvo de trocas de acusações muito exaltadas entre deputados e governantes. O líder dos populares considerou de irresponsável a postura do Governo face a todo este processo, acusando ainda os governantes de “manipularem e omitirem dados técnicos”. O PSD/Açores requereu a audição parlamentar dos secretários regionais do Ambiente e da Presidência para prestarem esclarecimentos sobre o tema. Solicitaram igualmente a audição do técnico do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que elaborou o relatório sobre a contaminação de águas e solos da Praia da Vitória. Álamo Menezes reiterou, por sua vez que a água consumida na Praia da Vitória “é segura e não está sob nenhuma ameaça imediata”. De acordo com o governante, as análises feitas aos poços de abastecimento de água no âmbito do estudo realizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) permitem concluir que, fora de algumas zonas que estão identificadas, “não foi detectado qualquer sinal de contaminação Durante o debate de urgência o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda entregou na Mesa do Parlamento um projecto de resolução com carácter de urgência e pedido de dispensa em comissão – que deverá ser votado na sexta-feira – que pretende recomendar ao Governo que cumpra de imediato todas as recomendações do Estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para a resolução do problema, e que exija aos Estados Unidos da América (EUA) que assuma as despesas de todos os trabalhos que sejam efectuados – seguindo o conceito de “poluidor-pagador”. O projecto recomenda que seja estabelecido um protocolo com os forças militares norte-americanas estaciona-

dos na Base das Lajes, de forma a que seja realizada a contenção e reabilitação das áreas poluídas identificadas no relatório do LNEC, a remoção quer dos pipeline que ligam zonas dos antigos parques de combustível, quer dos antigos tanques de combustível, efectuando a respectiva descontaminação do solo e subsolo dessas zonas. Clélio Menezes, social-democrata, subiu a púlpito para se pronunciar sobre a proposta do PSD relativamente ao serviço público de rádio e televisão nos Açores. Os sociais-democratas denunciaram no hemiciclo que o governo regional se aproveita das “graves situações de instabilidade e precariedade com que se debatem, quer a nível de instalações, equipamentos e recursos humanos” para condicionar o serviço da RTP e RDP Açores. Para o deputado laranja, urge que seja aprovada a proposta apresentada para que “exista um serviço que sirva os açorianos e os seus interesses que afirme a autonomia das nove ilhas dos Açores”O CDS/PP, por intermédio de Luís Silveira e a este respeito reafirmou na ALRA a importância da emissão ser feita a partir dos Açores, defendendo uma autonomia do Serviço. O popular acusou ainda os jornalistas e o centro regional de difusão de falta de isenção. Coube ao Secretário Regional da Presidência vir a terreiro defender a sua dama. Bradford começou por dizer que, na altura em que este projecto foi apresentado, “há dez meses atrás, havia um contexto e um timing, ou seja, os rumores que pareciam fazer crer que a RTP-Açores ia deixar de existir para centralizar a emissão em Lisboa. Mas isso não aconteceu e a base de sustentação do projecto do PSD acabou por ser desmentida.” André Bradford diz também que o Governo concorda que a RTP/RDP Açores seria melhor gerida se tivesse autonomia, mas isso prende-se com uma gestão interna da empresa concessionária do serviço e não da responsabilidade do governo. Já o Bloco de Esquerda, através de Zuraida Soares, afirmou votar a favor desta proposta, enquanto o PPM se absteve. A votação aconteceu passadas duas horas e meia de debate e a proposta de substituição integral do projecto foi aprovada por unanimidade. Para além dos temas a que nos reportamos nesta peça, foram ainda abordadas outras questões na sessão plenária que, por imperativos de fecho de edição não nos é possível dar destaque mas que podem ser acompanhados na nossa edição on line que tem actualização diária e constante, referimo-nos mais concretamente ao projecto de resolução apresentado pelo PSD sobre a avaliação de concentração das frotas da SATA, ao projecto de resolução sobre o combate à praga do coelhobravo em São Jorge, da responsabilidade do CDS/PP. Em debate esteve também a proposta de decreto legislativo regional alusivo ao regime jurídico do sector público empresarial da Região e os projectos de resolução, desta feita uma iniciativa do Bloco de Esquerda referente ao acompanhamento do processo de descontaminação de focos de poluição e programa de controlo da qualidade da água da Praia da Vitória.

realizar o debate de urgência no mês passado, mas desta vez prometeu não dar tréguas à nova secretária da educação. Paulo Estevão começou a sua intervenção salientando que o sucesso da educação só se medirá pelo sucesso que os Alunos açorianos possam vir a ter e defende a criação de um sistema educativo centrado no aluno e só no aluno. Os resultados dos testes nacionais nos Açores, o modelo de avaliação dos professores, o estatuto do aluno e o currículo regional, foram alguns dos temas que justificaram o discurso do PPM à nova Secretária Regional da Educação, Cláudia Cardoso. Estevão considerou fundamental que se proceda a uma revisão do modelo da avaliação docente, assente em outros moldes e, sobretudo, com menos burocracia. Cláudia Cardoso respondeu a Paulo Estevão com algumas novidades que, no seu entender não são assim tão novas porque já faziam parte do documento orientador do Governo, e que foram apenas esmiuçadas. A nova secretária, que interveio pela primeira vez em Plenário nessa condição, antes de responder à interpelação monárquica, destacou alguns aspectos que considera fundamentais, como a educação como um dos motores de desenvolvimento de um país e de uma região. A governante adiantou que é intenção do Governo Regional intervir em duas medidas concretas que passam por um claro reforço da autoridade do pessoal docente no contexto da sala de aula e fora dela. Entende ainda que os professores devem ser libertos do trabalho burocrático e devem focar as suas forças no trabalho efectivo junto dos alunos. O Governo anunciou ainda que vai levar a cabo um conjunto de normativos que passam pela alteração do estatuto do aluno e do diploma que regula a autonomia das unidades orgânicas. De acordo com a governante, os docentes terão estatuto de entidades públicas de forma a salvaguardar a sua figura enquanto mentores. Casos de desacato serão considerados crime público. Cláudia Cardoso enviou ainda um recado aos pais e encarregados de educação que acusou de “despidos de responsabilidade” no que concerne à educação dos filhos. O Governo Regional vai encetar diligências no sentido de envolver os pais nessa tarefa. Artur Lima, líder da bancada do CDS-PP usou da palavra para se manifestar contra a excessiva burocracia que está implícita à tarefa dos docentes que impedem, no seu entender, que “as traves mestras para a educação e para o sucesso escolar se concretizem: professores a ensinar e alunos a aprender.” Já a bloquista Zuraida Soares veio mostrar a sua preocupação face à crescente diminuição do número de alunos nas escolas açorianas e questionou Claúdia Cardoso sobre a implementação ou não do 12.º ano como escolaridade obrigatória a partir do próximo ano lectivo, preocupação partilhada pelo social-democrata Jorge Costa Pereira. O Bloco de Esquerda quer ainda ver implementadas nas escolas equipas multidisciplinares, o que, de acordo da Secretária, já acontece, pelo que não há que “mexer neste ponto”. eduCAção PreeNCHe mANHã A questão dos manuais escolares gratuitos, do PrImeIro dIA anunciados pelo Executivo em 2007 e ainda Os trabalhos parlamentares arrancaram não posta em prática, veio a plenário por com a interpelação do PPM ao Governo intermédio do deputado do PSD Cláudio sobre Educação. Almeida, que questionou o Governo relativaO deputado Paulo Estevão não chegou a mente à data de implantação dessa medida.

No final desta interpelação, uma das certezas que ficou no ar é de que o sistema de avaliação dos professores não vai ser abolido, apenas reajustado. A educação voltou a estar em debate, desta feita com a apresentação de um projecto de resolução sobre o levantamento das necessidades permanentes dos recursos docentes no sistema educativo regional, uma iniciativa do Bloco de Esquerda e que acabou por ser chumbado pela maioria socialista. Zuraida Soares encarou este chumbo como uma tentativa de esconder a “verdadeira dimensão do problema dos professores que são contratados durante vários anos consecutivos, mas que estão, na realidade, a preencher vagas que correspondem a necessidades permanentes do sistema.” A aprovação da proposta do Bloco de Esquerda permitiria: em termos administrativos, facilitar a tutela na colocação de docentes, em termos laborais, dar cumprimento à lei – Código do Trabalho e Estatuto da Carreira Docente –, em termos sociais, dar um sinal de confiança aos propósitos da Região em combater a precariedade e dar estabilidade a quem exerce a actividade educativa, e em termos pedagógicos, contribuir para um eficaz sucesso escolar.” A Secretária da Educação e Formação, por seu turno, assegurou que o Governo dos Açores acompanha anualmente as necessidades de abertura de vagas para docentes no sistema educativo regional. Para Cláudia Cardoso o projecto do BE não faz sentido, uma vez que recomendava ao executivo açoriano um acompanhamento que já é feito anualmente. A governante assegurou que caso seja “necessário abrir mais vagas para docentes, fá-lo-emos, mas na altura em que for necessário fazê-lo”. reGIme JurÍdICo de APoIos dA sAúde AProvAdo mAs Com desAGrAdo dA oPosIção Os apoios a conceder na área da saúde pela administração regional autónoma dos Açores, através da Secretaria Regional da Saúde, ficam enquadrados, a partir de agora, por um regime jurídico aprovado na Assembleia Legislativa por proposta do Governo. Uma aprovação que só aconteceu porque a maioria dos deputados com assento na ALRAA pertence ao partido do governo, uma vez que os partidos da oposição não concordaram com a medida apresentada, nomeadamente, nos moldes pelos quais ela se gere. Coube a Miguel Correia, Secretário da Saúde, a apresentação do novo regime jurídico que, nas suas palavras “pretende fixar “critérios objectivos que contribuam para a rentabilização dos recursos existentes” e definir o enquadramento legal e a regulamentação que

assegure o reforço do “cumprimento dos princípios da igualdade, proporcionalidade, justiça e transparência”. Este diploma vem substituir três despachos normativos datados de 2008 e enquadra os apoios a conceder aos agentes que prossigam actividades no âmbito da saúde, consideradas de interesse para a Região e para a sua população ou para o Serviço Regional de Saúde. A concessão dos apoios governamentais nesta área tem como objecto promover o desenvolvimento de acções e projectos nos domínios da promoção da saúde, da prevenção e tratamento da doença, da reabilitação, da redução de danos e da reinserção. Os apoios destinam-se ainda a comparticipar encargos com a aquisição, remodelação, beneficiação, manutenção, ampliação ou construção de infra-estruturas ou edifícios, bem como acções e programas de promoção e sensibilização de saúde, investigação, formação e qualificação profissional. Acções, campanhas e estudos no domínio da prevenção, dissuasão, tratamento, recuperação e reinserção são outras das áreas candidatáveis aos apoios financeiros, que poderão revestir as modalidades de acordos de cooperação técnica e/ou financeira, subsídios, bolsas de formação e de investigação e contratos de investimento. O deputado social-democrata Pedro Gomes foi o primeiro a pronunciar-se contra esta medida, dizendo mesmo que criar um regime destes é “violador da Constituição”. “Favor político” foi outra expressão utilizada por Pedro Gomes para caracterizar a medida agora aprovada que considera ainda não ser transparente, alegando que o mesmo “permite apoios não reembolsáveis sem se conhecerem os critérios da sua concessão ou até o limite máximo que a mesma encerra”.Segundo o social-democrata “a proposta do governo regional é discricionária, não promove a igualdade e não confere nenhuma certeza de apoio às entidades que se candidatem a esse mecanismo para a área da saúde”, explicou, dizendo que “a tutela pretende um certificado legislativo para decidir o que apenas à assembleia deveria caber legislar”, avançou. Já o bloquista José Cascalho reconheceu o lado positivo do diploma mas mostrou-se muito reticente perante a falta de rigor na aplicação do documento que lhe pode ser inerente. O deputado do BE disse também que o seu sentido de voto será a abstenção mas que estaria o seu partido disponível para apresentar um conjunto de propostas para melhorar o documento no sentido de o tornar mais rigoroso. Paulo Estevão considerou que aprovar esta medida seria o mesmo que passar um cheque em branco ao governo e Anibal Pires reiterou as declarações da oposição, classificando de imprópria a proposta.


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grupo parlamentar do ps

açorianos desempregados vão ser apoiados no crédito à habitação maria José silva Foto: susana Garcia g O Partido Socialista vai apresentar ainda durante a sessão plenária de Fevereiro, que está a decorrer esta semana, uma proposta de Projecto de Resolução, visando apoiar os açorianos desempregados no que ao crédito à habitação diz respeito. A informação foi avançada na manhã de quarta-feira, na cidade da Horta, numa conferência de imprensa. Esta medida foi apresentada na mesma semana em que o Banco de Portugal revelou que o crédito mal parado subiu nos Açores 0,4% em apenas um ano e destina-se a criar um programa para a bonificação dos juros do crédito à habitação para a residência permanente nos Açores e destinado a desempregados. Com este Projecto de Resolução “pretende-se que os açorianos que estão em situação

mais difícil tenham as condições para continuarem a manter os seus compromissos bancários, numa área tão importante como é o crédito à habitação”, explicou aos jornalistas o líder da bancada socialista, Berto Messias. Poderão “beneficiar deste programa pessoas que já tenham crédito contratado com uma instituição bancária e que tenham visto alteradas, subitamente, as suas condições de rendimento por via da passagem a situação de desemprego”, disse. De referir ainda que, a ser concretizado, este projecto será financiado pelo Fundo Social de Compensação, criado pelo Executivo açoriano como uma das medidas compensatórias para amenizar os efeitos da crise. Este projecto de resolução recomenda ainda que seja criado um mecanismo de apoio ao arrendamento, nomeadamente com a implementação de uma medida que permi- mento das rendas. jecto pretende contribuir para evitar um mal parado junto da banca e contribuir para ta a dilatação no tempo do período de pagaAinda de acordo com Messias, este pro- eventual aumento de situações de crédito uma estabilização social.

PSd preocupado com futuro da comunicação social açoriana maria José silva Foto: susana Garcia g Aumento da percentagem de apoio à difusão informativa, comparticipação do pagamento das remunerações mensais dos distribuidores dos jornais porta a porta, apoio ao custo do papel, comparticipação na percentagem dos custos mensais respeitantes às contribuições para a Segurança Social dos funcionários e contratualização de assinaturas a serem distribuídas nas escolas, associações de apoio social dos Açores, lares de idosos, centros de dia e Casas dos Açores, são algumas das medidas que constam de uma proposta de resolução que o PSD Açores entregou esta quinta-feira na mesa da Assembleia Legislativa dos Açores visando apoiar os órgãos de comunicação social privados da região. O anúncio foi feito pelo líder da bancada social-democrata, durante uma conferência de imprensa realizada na manhã de onte,m

na Horta, antes do início dos trabalhos da sessão plenária de Fevereiro. Duarte Freitas disse aos jornalistas que a proposta que o PSD vai apresentar não fala de publicidade institucional uma vez que “esse é um ponto que é pouco claro e para o qual tem que ser exigida e aplicada uma maior transparência”. No entender da oposição as medidas de apoio previstas no Promedia II são insufi-

cientes pelo que incumbe à Região promover medidas e incentivos para contornar as dificuldades e fragilidades. De referir ainda que, a proposta do Partido Social Democrata assume “titulo excepcional e carácter provisório”, uma vez que “os jornais que surgiram nestas ilhas constituem um património comum que deve ser valorizado e respeitado pelos poderes públicos regionais.”

eurodeputados nos açores

Posei e Prorural vão ser revistos g Os eurodeputados Luís Paulo Alves e Maria do Céu Patrão Neves estiveram esta semana na cidade da Horta onde reuniram com o Secretário Regional da Agricultura e Florestas a discutir os programas comunitários POSEI e PRORURAL, com o objectivo de garantir e reforçar a competitividade do sector agrícola regional. No final do encontro, Noé Rodrigues adiantou informações sobre as diligências que o Governo dos Açores tem efectuado na Região no sentido de se consensualizarem posições com as organizações de produtores, com os industriais e mesmo com todas as forças políticas, reforçando posições sobre o que a Região pretende para o futuro da agricultura nos Açores.

O governante deu ainda conhecimento dos documentos de base que existem nas matérias em discussão e com interesse para a Região, “em particular com forte interesse para o sector leiteiro”, referindo-se concretamente a uma proposta de revisão do POSEI, de forma a adequá-lo ao Tratado de Lisboa e aquilo que é a proposta da Comissão, nomeadamente no que respeita ao desmantelamento do sistema de quotas. Sobre o desmantelamento do regime de quotas, Noé Rodrigues recordou que a Região conseguiu já a integração do envelope financeiro referente ao prémio aos produtos lácteos e premio à vaca leiteira no POSEI, garantindo uma maior longevidade na atribuição destes apoios ao sector leiteiro.

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18 de FevereIro de 2o11

notícias

Tribuna das Ilhas

no Faial

iii encontro internacional de Camélias antigas será que as camélias entraram na europa pelos Açores? esta foi uma das muitas perguntas com que se depararam os cerca de 50 entendidos, amantes e viveiristas de camélias que estiveram no Faial durante esta semana, no âmbito do III encontro Internacional de Camélias Antigas que contemplou ainda o lançamento de um selo comemorativo e de um livro alusivo ao tema. maria José silva Fotos:susana Garcia g Na quarta e quinta-feira o Faial transformou-se numa ilha mais colorida, atendendo a que acolheu cerca de cinco dezenas de amantes de camélias de todo o mundo, no âmbito do III Encontro Internacional de Camélias Antigas. Esta edição surge na sequência de vários contactos estabelecidos, em 1996, num encontro com membros da Sociedade Internacional das Camélias Portuguesa. Tribuna das Ilhas conversou, já em Outubro passado com o Engenheiro Sampaio, conhecido amante das camélias e entusiasta de todo este processo, que nos explicou que “este encontro surge na sequência de vários contactos estabelecidos num encontro que aconteceu em 1996, com membros da Sociedade Internacional das Camélias Portuguesa. Posteriormente, em 2005, por altura do congresso internacional que decorreu na Itália, os Açores apresentaram mais de 300 variedades de camélias. Esta foi, sem mais nem menos, a oportunidade que os Açores tiveram de mostrar as suas potencialidades, desafiando a uma visita para ver de perto o que cá temos.” Na Região conhecidas por cameleiras ou rosas do Japão, são as variedades da Camélia japónica as que mais se encontram difundidas nas ilhas dos Açores. No Faial, uma das mais antigas colecções pertenceu ao cônsul americano John Bass Dabney, proprietário da Bagatelle. Na Cedars House a presença de camélias em associação às laranjeiras consolidava um gosto particular, mas a moda das camélias terá sido levada mais longe para a Quinta das Camélias, na freguesia dos Flamengos.

O ressurgimento do interesse pelas camélias, conforme nos relatou o Engenheiro Sampaio, surgiu em Fevereiro de 1999 com o I Encontro Internacional de Camélias. Depressa se passou à segunda edição e esta terceira realizou-se, conforme nos disse o Engenheiro Sampaio, por pressão e insistência dos participantes. Entretanto este encontro tem a particularidade de se realizar tripolarmente nas ilhas do Faial, Pico e São Miguel. Sobre este aspecto a organização diz que “isso acontece porque não quisemos repetir nem a mesma ilha, nem os mesmos jardins, sendo que em São Miguel só repetimos os jardins emblemáticos, como seja o Palácio de Santana, o Parque Terra Nostra e o Jardim José do Canto, porque têm colecções muito ricas. Uma novidade, no que às visitas diz respeito, é o facto de termos incluído nos roteiros, jardins de casas particulares.” No Faial os participantes visitaram o Jardim Botânico e a Quinta das Camélias na freguesia dos Flamengos que, de acordo com documentos históricos, escritos por Roxana Dabney, foi um dos principais berços das camélias na Europa. Introduzidas na Região no século XVIII, as camélias hoje existentes nos Açores são muito apreciadas por serem as espécies mais antigas daquela flor, cuja produção, a nível mundial, teve a particularidade de se ter “cristalizado” no período a seguir à II Guerra Mundial, aparecendo depois uma grande produção de híbridos a partir de várias espécies de camélias, que resultaram em milhares de flores distintas.

A nível mundial, existem mais de 20 mil variedades de camélias e nos Açores há mais de 300 variedades já catalogadas. Durante o século XIX registouse uma grande obtenção, por parte dos viveiristas belgas, franceses e holandeses, de novas variedades de camélias, conseguidas através dos cruzamentos. Na primeira e segunda guerra mundial as estufas desses países foram destruídas e as colecções foram perdidas e é aqui que os Açores assumem particular importância. De acordo com o Engenheiro Sampaio, esses países estão interessados em repor as suas colecções nacionais e os Açores assumem-se como um repositório por excelência das camélias antigas. O primeiro passo está dado, segue-se agora todo um trabalho de identificação das variedades por cá existentes para que este património também seja divulgado e apreciado pelos nacionais onde essas unidades foram obtidas. O Engenheiro Sampaio afirmou a este semanário que ainda existe, nos Açores, um desconhecimento muito grande em relação às variedades de camélias cá existentes, pelo que estes encontros são muito benéficos para esclarecer essas dúvidas. De acordo com este entendido na matéria, “conhecer o verdadeiro nome das variedades que por cá existem é muito importante e valorizador das camélias até enquanto produto comercial”. No Faial existem dois viveiristas de camélias mas há potencial para que esta seja uma nova área em que os floricultores podem apostar, à semelhança das próteas até porque, “se tivermos variedades que desapareceram na Europa, este patrimó-

nio pode servir para relançar na Europa essas variedades” – sublinhou o Engenheiro Sampaio. Certo é que há um desconhecimento por parte da população desse valor comercial das camélias, ou não seriam elas utilizadas sobretudo para servir de bardos delimitadores ou de abrigo aos terrenos. Sobre esse aspecto, o Engenheiro

Sampaio diz que “não é mau que isso aconteça, mas o agricultor pode fazer esses bardos aplicando variedades já seleccionadas e identificadas. Isso permitir-lhe-á criar os pés-mãe para poder tirar material para multiplicar”. Para 2012 haverá um Congresso Internacional de Camélias Antigas na China e em 2014 na Galiza.

Açores assumem-se “ como um repositório por excelência das camélias antigas” eng. sampaio


cultura

Tribuna das Ilhas

25 de FevereIro de 2o11

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15 anos de “manhãs de sáBado”

victor rui dores

A

pós 15 anos de actividade ininterrupta, terminou o programa “Manhãs de Sábado”, sem dúvida aquele que melhor e mais vivo testemunho dava da tradição açoriana. Este era o único programa radiofónico com colaboradores em cada uma das nove ilhas açorianas que, semanalmente, participavam de forma gratuita e generosa. Pautando-se pelos afectos, emoções e estados de alma, “Manhãs de Sábado” viajou, durante 15 anos, de Santa Maria ao Corvo e constituiu

a antena 1 – açores está irremediavelmente mais pobre um espaço de informação e cultura, ponto de encontro e de diálogo, e, por último mas não menos importante, espaço da lusofonia e lugar de música portuguesa. Nesta matéria, foi um programa que prestou um verdadeiro serviço público. Daí a sua longevidade e a razão da vasta audiência de que era merecedor, quer através das ondas hertzianas, quer através das gloriosas auto-estradas da Internet. Em tempo de crise e incerteza, “Manhãs de Sábado” foi uma plataforma de entendimento. E, numa

época caracterizada pela massificação e pela desumanização, foi muito positivo termos um programa radiofónico que falava de nós e para nós. Manuel de Oliveira, o centenário realizador de cinema, costuma dizer que quando não há dinheiro para comprar uma carruagem, filma-se só a roda – mas há que filmar muito bem a roda. “Manhãs de Sábado” deram ênfase àquilo que, na sua génese, era o essencial e não o acessório. E, neste programa, o essencial consistia em captar a História, a cultura, o imagi-

nário e as tradições dos Açores. Esta foi verdadeiramente a roda que fez girar o programa durante mais de uma década. Sempre com boa disposição e sem descurar uma dimensão lúdica. O tom aparentemente ligeiro e o formato descontraído das “Manhãs de Sábado” escondiam uma laboriosa preparação, uma realização meticulosa e o trabalho amador verdadeiramente profissional de Mário Pacheco. Já dizia Charlie Chaplin que “somos todos amadores, pois não vivemos o tempo suficiente para nos

tornarmos profissionais”. “Manhãs de Sábado”, caso único a nível regional e nacional de insistência e persistência radiofónica, fizeram a diferença. Mário Pacheco fez a diferença. José Joaquim fez a diferença. Os técnicos João Almeida, Jorge Santos, Raul Resendes, entre outros, fizeram a diferença. Os colaboradores que deram voz, conteúdo e expressão ao programa, fizeram a diferença. Os ouvintes do programa fizeram a diferença. E, no entanto, o programa acabou. Alguém me explica porquê?

teatro

ChamaRir estreia nova peça este fim-de-semana g O grupo de teatro ChamaRir, do Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel, estreia amanhã, dia 26, a sua mais recente comédia. Intitulada Em tempos de crise não se limpam armas, esta é a oitava peça que aquele grupo apresenta desde a sua criação, em 2004. Escrita e encenada por Rui Silva e Ludgero Pinheiro, esta peça é protagonizada por Alvarino Nunes, Isabel Andrade, José Alberto Nunes, Sofia Nunes, Fernando Ferreira e Natália Nunes. Desta vez, a trama vai ao encontro de um tema bem actual: a crise. Bernardo Henriques, juiz de profissão, que tenta a todo o custo sair da

crise e não olha a meios para o conseguir. Por outro lado, a sua mulher, Constança, também não o ajuda, pois não quer abdicar da boa vida, e nem ousa pronunciar a palavra “crise”. As coisas complicam-se para o lado de Bernardo quando entra em cena o Padre Miguel, que se aproveita de uma confissão de Ivete Cristina – a empregada de Bernardo, ingénua por natureza – para extorquir algum dinheiro para as beneficiações da paróquia. Bernardo, desesperado com medo que a mulher saiba da traição, acaba ceder à chantagem e recorre a Justino, um gatuno com quem mantém boas relações, para o ajudar a resolver a situação. No entanto, a

DR

CHAmArIr A estreia da nova comédia do grupo é já amanhã, no salão

cinema no teatro Faialense

(Hortaludus; dias 26 e 27, 21h30; >12) g Realizado por Doug Liman (Identidade Desconhecida), este thriller junta no mesmo ecrã os actores Sean Penn (Milk) e Naomi Watts (King Kong), habituados, de resto, a trabalhar juntos, uma vez que contracenaram no filme 21 Gramas, de Alejandro González Iñárritu. Watts é Valerie Plane, uma agente da CIA que comanda uma investigação sobre a presença de armas de destruição maciça no Iraque. O seu marido, o diplomata Wilson (Penn), é levado para o interior da investigação numa tentativa de comprovar que Saddam Hussein comprava, a Níger, urânio para fins militares, algo que se veio a comprovar falso. Quando a Administração Bush ignora a sua investigação e entra em guerra, invadindo o Iraque, o diplomata escreve um artigo em

açores: quem somos? porque somos? DR

Jogo Limpo

IDentIDaDe açoRIana abordada em livro g A Publiçor editou recentemente a obra Açores: Quem Somos? Por Que Somos?, da autoria de Conceição Melo Cabral e Maria Orísia Melo, docentes de História e do 1º Ciclo do Ensino Básico em Ponta Delgada. O lançamento oficial decorreu em Dezembro, na ilha de São Miguel, sendo que no próximo mês de Março a obra será apresentada na ilha Terceira.

NAomI wAtts e seAN PeNN A dupla de actores protagoniza esta filme

que acusa o governo de má-fé. Pouco depois, a identidade de Valerie como agente secreta é revelada, ficando com toda a sua vida desacreditada. Este filme baseia-se nas

maré de azar de Bernardo adensa-se quando o próprio Justino decide também chantageá-lo, e a confusão instala-se, ao longo de uma peça que promete boas gargalhadas, com é apanágio deste grupo. Segundo adiantou o ChamaRir ao TRIBUNA DAS ILHAS, o facto no Polivalente de Pedro Miguel se encontrar actualmente em obras faz com que a freguesia não disponha de um palco onde o grupo se possa estrear. Assim, a estreia deste Em tempos de crise não se limpam armas está agendada para as 21h00 de amanhã, no Polivalente do Salão, integrada no Projecto de Animação Desportiva e Cultural daquela freguesia.

memórias da ex-agente encarnada por Naomi Watts que, em 2003, se viu envolvida num escândalo diplomático, sendo alvo de uma campanha de desacreditação pelo Governo norte-americano.

O objectivo desta publicação é dar a conhecer as ilhas dos Açores, em vários aspectos e ao longo da sua história. Em declarações ao diário terceirense A União, as autoras classificaram este livro como um instrumento pedagógico escrito em linguagem acessível às diferentes faixas etárias e aos vários graus académicos.


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20 de FevereIro de 2o11

notícias

Tribuna das Ilhas

assemBleia municipal A reunião da Assembleia municipal (Am) da passada sexta-feira ficou marcada, com já vem sendo habitual, pela sucessão de votos e intervenções políticas, que acabaram por sobrepor-se ao período da ordem do dia. dos temas trazidos a debate, destaque para a questão da distribuição geográfica dos novos pisos sintéticos a construir no Faial, com o Psd a reivindicar a dotação do lado Norte da ilha com uma dessas infra-estruturas, e também para os cancelamentos e adiamentos de investimentos públicos no Faial, que despoletou interpretações díspares das diferentes bancadas municipais.

marla Pinheiro g Da ordem do dia da última reunião da AM constava a informação de actividades do Município, que foi feita pela vereadora Alzira Silva, e a eleição do representante faialense no Congresso da Associação de Municípios Portugueses, cuja escolha recaiu sobre o socialista Luís Botelho, presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco. No entanto, aquilo que consumiu a maior parte do tempo dos trabalhos acabou por ser o período prévio à ordem do dia, reservado à apresentação de votos e às intervenções políticas. Um dos principais temas trazidos à discussão veio do grupo municipal do PSD, que apresentou um voto de recomendação, no sentido de tornar prioritária a construção de um campo sintético no lado Norte da ilha. A questão surge no seguimento do anúncio, por parte do presidente do Governo Regional, da disponibilidade de avançar, em parceria com o Município, para o arrelvamento sintético de um ou dois campos na cidade da Horta. A ideia foi deixada por Carlos César após o último Conselho de Governo realizado no Faial, no passado mês de Janeiro, e levantou algumas preocupações junto da bancada do PSD, que entende que a prioridade deverá ser dotar o lado Norte da ilha de um campo sintético, que sirva o Grupo Desportivo do Salão e o Grupo Desportivo Cedrense. Os socialdemocratas alertaram para as “condições muito desfavoráveis” em que os atletas dos referidos clubes treinam: “o piso transforma-se frequentemente num lamaçal em que o futebol é impraticável, além de colocar em risco a saúde física dos atletas”, pode ler-se no voto apresentado pelo PSD, que destaca ainda o facto de, quando se g A última reunião da Assembleia Municipal ficou também marcada pela intervenção de alguns munícipes, moradores na Rua Advogado Graça, freguesia da Matriz, descontentes com o processo de construção de um prédio de apartamentos naquela rua, que receiam não estar a respeitar algumas directrizes do PDM. Falando pelos moradores, Teresa Simas frisou que estes se sentem “prejudicados”, tanto em termos da sua qualidade de vida como no valor das suas propriedades, pela

distribuição de campos sintéticos na ilha preocupa deputados municipais trata de jogos regionais ou nacionais, os atletas terem de jogar no campo dos Flamengos ou no estádio da Alagoa. Tendo isto em conta, a bancada municipal do PSD considera que este anúncio do Governo “não responde às necessidades estratégicas da ilha, e demonstra falta de visão estratégica”. O presidente da Junta de Freguesia da Praia do Norte, Estevão Gomes, interveio para reforçar a pertinência do voto, referindo-se à sua experiência enquanto atleta, e também Luís Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia do Salão, frisou a importância da melhoria das condições de trabalho para cativar os atletas. A bancada da CDU associou-se ao voto do PSD, assim com José Agostinho, da bancada socialista, o que levou à sua aprovação por maioria. O presidente da Junta de Freguesia dos Cedros reiterou a necessidade que os atletas da sua freguesia têm de um piso sintético e, por considerar a proposta dos social-democratas “coerente” votou-a favoravelmente. Os restantes elementos da bancada socialista, no entanto, preferiram abster-se. De acordo com Luís Botelho, o grupo municipal do PS reconhece a necessidade de um sintético no lado norte, no entanto “é legítima” a proposta deixada pelo presidente do Governo. Também Bruno Leonardo interveio pelos socialistas, entendendo que o voto do PSD carecia de alguns dados importantes. Neste voto, o PSD defende também que se inicie a construção do piso sintético e da pista de atletismo do Estádio Mário Lino. De resto, Estevão Gomes considerou que a dotação da cidade da Horta com mais um sintético poderá ser precisamente uma forma de, posteriormente, voltar a adiar-se a obra do estádio. A discussão deste voto motivou alguma troca de acusações em tons exaltados, protagonizada pelos deputados Terra Carlos e Luís Botelho, acusações essas que extravasaram o tema em análise e obrigaram à intervenção do presidente da AM para acalmar os ânimos. De resto, ao longo desta reunião, foram vários os momentos em que a discussão se desviou da objectividade dos temas em análise para se centrar em troca de acusações e “lavagem de roupa suja” entre as bancadas socialista e socialdemocrata. A determinada altura, o deputado municipal da CDU Mário Frayão interveio mesmo para “pôr a água na fervura”, lembrando os deputados municipais da sua verdadeira missão, que parecia esquecida no meio das picardias político-partidárias que acabaram por dominar o debate em

alguns momentos: “todos aqui foram eleitos para defender os interesses do Faial, mas digladiam-se com inimigos. Estamos todos na mesma bancada; a da defesa dos interesses do concelho”, lembrou.

CANCelAmeNtos e AdIAmeNtos de INvestImeNtos PúblICos No FAIAl voltAm A levANtAr FervurA NA Am Nesta reunião foram pintados dois cenários bastante diferentes da realidade faialense. O primeiro surgiu do lado do PS, pelo pincel de Ana Luís, que, proferiu uma intervenção, onde se congratulou pela série de investimentos anunciados por Carlos César para o Faial após a reunião do Conselho de Governo na Horta, no passado mês de Janeiro. O segundo veio de um voto de protesto social-democrata, pelo sucessivo cancelamento e adiamento de investimentos públicos na ilha. Para a deputada municipal socialista, os investimentos anunciados são motivo de satisfação, no entanto os faialenses devem continuar a bater-se por outras obras estruturantes, com destaque para a ampliação da pista do aeroporto. Em resposta, os socialdemocratas, nas palavras de Carlos Faria, lamentaram que, na reunião entre o Executivo Regional e a Câmara Municipal da Horta, tivessem sido deixados de fora os vereadores do PSD: “quem quer ouvir os faialenses deve ouvir todos os representantes dos faialenses na CMH”, salientou. Para Carlos Faria, no anúncio de César surgiram algumas reprogramações de coisas antigas em tom de promessas novas, como a primeira fase das obras da Escola Básica da Horta, ou o Centro de Adictologia. Para o PSD, a actuação do Executivo Regional pauta-se por dois pesos e duas

medidas em relação à totalidade do arquipélago: no seu voto de protesto, os socialdemocratas reconhecem que a actual conjuntura económica exige muita selectividade na escolha dos investimentos públicos, no sentido de se privilegiarem aqueles que potenciam o emprego e o desenvolvimento económico, no entanto não aceitam que se cancelem ou adiem obras no Faial, “por não serem economicamente reprodutivas”, mas ao mesmo tempo avancem com outras, noutras ilhas, onde não se vislumbra “qualquer efeito reprodutivo no emprego ou na economia”. A não aquisição do equipamento para o Aquário Virtual, o adiamento da segunda fase da Variante, o cancelamento da construção do Estádio Mário Lino, do Campo de Golfe e das termas do Varadouro são alguns exemplos que levaram o PSD a pedir à AM que alertasse o Executivo Regional para os efeitos negativos dos cancelamentos e adiamentos de investimentos públicos no Faial, e para que a aplicação dos critérios que definem o investimento público seja igual em todas as ilhas. Da bancada do PS, Ana Luís acusou o PSD de “ver sempre o copo meio vazio”, e de passar a sua mensagem de forma “enviesada”. A deputada municipal disse que, em relação ao Aquário Virtual, irá ser utilizado equipamento disponibilizado pelo DOP, e chamou a atenção para o Porto da Horta, que considerou “a maior obra marítima” a decorrer na Região. Ana Luís reiterou a importância da execução da Escola Básica em vez do Estádio Mário Lino, manifestando total concordância com o facto desta arrancar de forma faseada, privilegiando a execução das salas de aula, relegando-se à componente desportiva para depois. Os socialistas condenaram o facto do

PSD insistir em análises comparativas entre as ilhas, entendendo que tal não deve ser critério de reivindicação de investimento público para o Faial. Já a bancada comunista, nas palavras de Luís Bruno, considera evidente que o Faial sofre atrasos em relação a outras parcelas da Região, por isso se associou ao voto social-democrata, que acabou por ser aprovado com os votos favoráveis do PSD e da CDU, apesar do PS ter votado contra. Nesta Assembleia Municipal, o PSD apresentou ainda um voto de protesto contra o encerramento da loja dos CTT da Horta aos sábados à tarde, que foi aprovado por unanimidade.

CoNselHo muNICIPAl PArA A JuveNtude INACtIvo A denúncia foi deixada na última reunião da AM pelo deputado social-democrata Hugo Rombeiro, que referiu que o Conselho Municipal para a Juventude, Ciência e Conhecimento (CMJCC) reuniu apenas 4 vezes ao longo dos últimos 4 anos, ao contrário das 8 que deveria ter reunido. O deputado, que é também membro do CMJCC, acusou a autarquia de diluir e ignorar aquele órgão. “Esta autarquia não quer saber da opinião dos jovens”, considerou. Em resposta, o presidente da CMH destacou a importância das políticas de juventude do concelho, no entanto reconheceu que, desde as últimas eleições, não houve nenhuma reunião do CMJCC. João Castro fez ver ao jovem deputado social-democrata que, na qualidade de conselheiro, poderia ter solicitado uma reunião daquele órgão. O autarca adiantou ainda que as recentes alterações na vereação irão trazer mais dinâmica ao CMJCC, referindo-se à chegada de Filipe Menezes à equipa.

moradores descontentes com prédio de apartamentos em construção da rua advogado Graça construção iniciada em 2003 pelas empresas Ensul e CVF, e que, mais de 7 anos depois, ainda não está terminada. Os moradores querem saber se a área de implantação dos prédios está de acordo com o estabelecido no PDM, e também se a altura dos mesmos não ultrapassa a altura máxima aí definida. Os mora-

dores duvidam também se a obra prevê o número de parques de estacionamento legalmente impostos por moradia, e querem saber onde vão ser construídas as fossas cépticas. Teresa Simas lembrou ainda os deputados municipais e os membros da vereação presentes de que a obra começou sem

estar afixada placa de licenciamento. Em resposta, a vereadora Alzira Silva garantiu apenas que “todas as construções são fiscalizadas e obedecem à legislação”. No entanto, na impossibilidade de responder à maioria das questões colocadas pela munícipe, Alzira Silva informoua de que a autarquia irá responder por

escrito às suas dúvidas. Laurénio Tavares, presidente da Junta de Freguesia da Matriz, lembrou que esta obra tem sido “um processo atribulado”, e sugeriu que a autarquia fizesse uma vistoria actual à obra, “para assegurar que o empreiteiro não está a desvirtuar o que a CMH aprovou”.


opinião

Tribuna das Ilhas

citações

Acabou, sábado passado, o programa da RDP/Açores, "Manhãs de Sábado", do qual era primeiro responsável Mário Jorge Pacheco. Acabou no dia que completava 15 anos. Tanto quanto percebi por várias declarações que ouvi, os realizadores e colaboradores do programa mantinham a disponibilidade para o fazer, mas os responsáveis da rádio pública quiseram que ele terminasse. Na minha opinião essa decisão é condenável, roça a estupidez e empobrece muito seriamente a programação da rádio pública regional. Os responsáveis por esta decisão e todos os que a ela se poderiam opor e não o fizeram merecem a mais viva condenação

decq mota diário Insular

começamos a ter nos Açores as condições necessárias para que surjam pequenas empresas de elevado potencial de crescimento, sobretudo na área da inovação e novas tecnologias. Seria importante que os tímidos ninhos de empresas que existem pudessem solidificar-se e funcionar a sério e não apenas como um “faz-de-conta” que temos ninhos de empresas nos Açores. Da proximidade de cérebros, projectos e da troca de ideias poderão nascer projectos verdadeiramente interessantes e inovadores, e se o futuro da Região pode passar por vários caminhos um deles é necessariamente o da investigação e desenvolvimento científico e tecnológico. O que nos leva a uma outra questão. A APIA surge como parceira neste Fundo de Investimento mas a Agência regional para o desenvolvimento tem a obrigação de fazer mais e de ser mais ambiciosa. Não basta criar uma entidade e anunciar que os Açores querem atrair investimento externo. Paulo simões Açoriano oriental

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25 de FevereIro de 2o11

Sintéticos, mentiras e mais do mesmo

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Jorge Costa Pereira

Através da Resolução do Conselho do Governo n.º58/2009, de 26 de Março de 2009, o Governo Regional dos Açores assinava o óbito da construção do Estádio Mário Lino nesta cidade. Nessa Resolução afirmava-se textualmente "não ser exequível financeiramente avançar com a construção do Estádio Mário Lino, dando prioridade à requalificação da Escola Básica Integrada da Horta".

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Tempos volvidos, a argumentação do Presidente do Governo acerca deste assunto conheceu um novo desenvolvimento, em que a razão do cancelamento do Estádio é atribuída já não à nova escola, mas às obras do Porto da Horta: "…em função da situação que nós vivemos, [é] mais importante afectar os recursos que temos a dimensões imediatamente reprodutivas e geradoras de emprego, do que a outros empreendimentos que só poderão ter um efeito a médio prazo ou que não têm mesmo um efeito empregador e economicamente reprodutivo (…). E é nesse sentido que nós equacionamos os nossos investimentos. Se me perguntassem se era mais importante o estádio Mário Lino no Faial ou a recuperação e o reordenamento da bacia portuária da Horta e a

construção do cais de cruzeiros, nós evidentemente optamos pelo cais de cruzeiros e o reordenamento da bacia da Horta." Portanto, de acordo com as palavras do próprio presidente do Governo em tempo de especiais dificuldades há que aplicar o investimento onde ele é mais reprodutivo e daí não se ter avançado com o Estádio no Faial. E não podemos estar mais de acordo com tal opção!

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.Mas, afinal, aquelas palavras de Carlos César eram mesmo só conversa para entreter e não traduziam nem o verdadeiro pensamento do Governo nem os seus objectivos políticos concretos. Não é possível outra conclusão quando se lêem as declarações de Carlos César à saída de uma reunião com o Presidente da Câmara Municipal da Horta, onde garantiu que “O Governo vai avançar em parceria com a Câmara, com o arrelvamento sintético” de dois campos na cidade da Horta.

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Registe-se e saliente-se que quem agora se diz estar disponível para avaliar a construção de dois novos pisos sintéticos na cidade da Horta é o mesmo Carlos César que dizia ainda não há muitos meses que não construía o Estádio Mário Lino porque pretendia usar os dinheiros públicos em investimentos reprodutivos na economia e no emprego. Com certeza que o problema é meu e não me permite compreender porque é que construir o Estádio Mário Lino não

é um investimento reprodutivo (e não o é, de facto!), mas fazer dois pisos sintéticos na cidade da Horta já o é! São os insondáveis mistérios que rodeiam os critérios do investimento público nos Açores!

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Portanto, foi o Presidente do Governo que reabriu este tema da construção de campos sintéticos no Faial. E se ele está disponível para fazer dois campos sintéticos na cidade da Horta, isso significa que o dinheiro não é o problema. Então, disponhamo-nos a discutir o assunto neste quadro concreto.

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Avulta, em minha opinião, desde logo, um entendimento errado e distorcido da realidade desportiva da ilha do Faial, quando se defende a possibilidade de se avançar para mais dois campos sintéticos na cidade. Com efeito, a experiência neste domínio aconselha a que as infra-estruturas desportivas a construir se destinem, em primeiro lugar, a servir áreas geográficas e não apenas para um ou outro clube. Por outro lado, tem de haver uma preocupação efectiva para se conseguir uma cobertura equilibrada da nossa ilha ao nível desse tipo de infra-estruturas. E, nesta medida, a prioridade para a instalação de novos campos sintéticos no Faial deve ser a de construir um na zona norte da ilha, onde as carências são objectivamente mais evidentes e a distância das infra-estruturas desportivas existentes é muito maior e mais penali-

zadora na prática desportiva.

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Simultaneamente, impõe-se, no quadro agora admitido pelo Presidente do Governo, reequacionar a construção do Estádio Mário Lino, avançando-se já com o campo sintético e a pista de atletismo, estruturas que servirão a população escolar da Escola Manuel de Arriaga, as selecções da Associação de Futebol da Horta e os Clubes Desportivos daquela zona. As restantes estruturas previstas para aquele Estádio poderão ser reavaliadas e ou até redimensionadas, atendendo à sua adequabilidade à nossa realidade desportiva, mas nunca mais à questão dos trocos.

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É que enquanto para o Faial o Governo Regional conta os trocos e cancela investimentos por causa do seu custo, para outras ilhas este mesmo Governo não olha a meios nem tem problemas de dinheiro. Apenas um exemplo muito recente: num dos últimos Conselhos do Governo foi deliberado autorizar “a execução da cobertura das galerias comerciais no complexo das Portas do Mar”, no valor de cerca de 400 mil euros. Isto é: numa obra cujos custos já atingiram os 57 milhões de euros, continua este Governo disponível para nela continuar a investir. E nada temos contra isso! O que não aceitamos é que a tesoura dos cortes só funcione para alguns! 21.02.2011

feira outlet Paulo oliveira

N

este fim de mês, neste fim de semana, neste fim dos saldos, realiza-se mais uma Feira Outlet, na cidade da Horta. Esta é uma dupla oportunidade, quer para consumidores quer para comerciantes, que, numa altura de crise (sim, porque ela existe, e é bem portuguesa...), procuram realizar bons negócios, e, como em qualquer bom negócio, só é bom, se for bom para ambas as partes. Para os consumidores que procuram “deitar a mão” a verdadeiras pechinchas, comprando a preço muito baixo aqueles artigos da sua preferência, e que só agora lhes está ao alcance, numa altura em que ainda há muito tempo pela frente... Para os comerciantes que procuram “livrar-se” dos últimos artigos dos seus stocks, a preço de custo ou até mesmo inferior, única forma de reaverem o dinheiro para as novas colecções, evitando que estes artigos se transformem em “monos”, e que pesem nas existências. Quanto maior a diversidade de artigos, melhor, pois assim o leque de escolha é maior e agrada a toda a família, dos mais novos aos mais velhos, dos mais ricos aos mais pobres, para ambos os sexos, porque a crise toca a todos...

Quantos mais empresários participarem, melhor, não só para o consumidor, mas também para as próprias actividades, pois da união nasce a força, da camaradagem, e porque quanto maior for a Feira, maior poder atractivo terá junto da população. Esta Feira veio para ficar, num modelo importado, quer da vizinha ilha do Pico (que já vai no III Pico Outlet), quer por pressão de um evento semelhante trazido para a ilha por empresários continentais, o que fez despoletar um processo de união e defesa dos comerciantes locais. Em boa hora se uniram, em boa hora se defenderam do ataque exterior, fazendo eles próprios a sua Feira, que tem merecido a preferência dos Faialenses, e não só. Para tal, houve que sensibilizar a sua Câmara do Comércio e Indústria da Horta, a sua Câmara Municipal da Horta, no sentido de avançarem com idêntico certame, por forma a serem criadas as condições necessárias para “pôr de pé” esta reivindicação. As duas edições anteriores, apesar do mau tempo (frio com neve na Caldeira, e vento forte na Marina), registaram um volume assinalável de vendas, com um número significativo de visitantes. Regista-se também que esta Feira, é, sem sombra de dúvida, aquela em que a pressão e a união dos empresários é maior, para que a mesma se realize e se

afirme no calendário anual de Feiras, se comparada com outras institucionais, como a ExpoMar ou o Mundo Rural. Todos os anos, todas as estações, lá estão os empresários de papel na mão, com um abaixo assinado para que esta Feira se realize, a discutirem as datas, o local, a animação, a divulgação e os preços, como se tal fosse novidade para os organizadores, que insistem em não incluirem estes eventos nos Orçamentos e Planos Anuais de Actividades. Importa, pois, que a CCIH (e a CMH) entenda(m) que esta é uma Feira que é para se manter, enquanto houver vontade dos consumidores para comprar, e dos comerciantes para vender, e que terá de contar com a “boa vontade” de ambas as Câmaras, na defesa dos seus associados e dos seus munícipes. Também é nestas alturas em que a falta de um espaço central e polivalente se faz sentir, incompatível com um propagado “Multi-Usos” em São Lourenço, que mais não é do que um coberto de lata em terra batida, sem quaisquer condições de conforto térmico e acústico. É urgente que a cidade da Horta disponha de um verdadeiro Pavilhão Multi-Usos (na próxima legislatura, já se sabe...), central e acessível, que albergue as mais diversas actividades desportivas, culturais e económicas, e que, com alguma boa vontade, poderia localizar-se nos terraplenos do novo Porto de Passageiros.

Assim, evitavam-se os constrangimentos de uma CCIH em procurar um Pavilhão Desportivo disponível, e as dificuldades de uma CMH no licenciamento da ocupação da via pública, para além dos elevados custos com a montagem e desmontagem de tendas. Esperemos que o bom tempo colabore neste fim de Fevereiro, convidando as pessoas a saírem à rua, circulem, e passem pela Avenida Marginal, de 5ª feira a Domingo. Esperemos que os empresários adiram, e que exponham uma grande quantidade de artigos, de qualidade, nacionais e a bons preços, de forma apelativa. Esperemos que os clientes apareçam, saiam de casa, do conforto do lar e da televisão, neste fim de mês, onde as carteiras estarão menos vazias, na mira daquele “mimo” que ainda lhes falta para serem... mais felizes! “Compre o que é nosso”, nacional, e ajude Portugal a combater o desemprego, a criar investimento e a aumentar a sua quota de mercado, quer nacional, quer nas exportações. “Compre no Comércio Tradicional”, e ajude a criar mais oportunidades no Faial, para os seus filhos! Bom, Bonito e Barato! Quem descobre? Quem chega primeiro? Quem compra! Boa Sorte! Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt


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25 de FevereIro de 2o11

desPorto

Tribuna das Ilhas

faial tem árbitro internacional de basquetebol Carlos santos é árbitro internacional de basquetebol. Com 39 anos de idade, cresceu e viveu na ilha do Faial. esteve recentemente na ilha a ministrar um curso de novos juízes de basquetebol, sob a responsabilidade organizativa da Associação de basquetebol das Ilhas do Faial e Pico. Aproveitámos a sua “passagem” pelo Faial para efectuarmos esta entrevista.

http://faialbasket. blogspot.com

Claro. Fazem-se muitos sacrifícios, alguns importantes para definir determinado rumo de vida, fica a faltar tempo para outras coisas mas não se pode ter tudo, pode-se é fazer as coisas em fases diferentes da vida. A arbitragem, o Basquete e o desporto em geral só me têm dado a ganhar, desde as pessoas às coisas, aos sítios, às emoções, aos ganhos, à saúde, à educação desportiva…Não há nada mais completo que o desporto e há ainda no ar alguma ideia de que fazer uma carreira de desportista de formação ou alta competição é coisa de loucos; que é incompatível…Incompatível é não ser feliz. tens conseguido, mas certamente não é fácil conciliar a vida profissional com a arbitragem… Fácil não é… Todo o tempo vale ouro, há que conciliar a vida profissional, pessoal e desportiva. Trabalho na área comercial de uma companhia aérea e tenho muito orgulho em estar na empresa há 12 anos. Há que gerir a história pessoal na empresa com a competência exigida, que é o objectivo de todas as empresas. A SATA não foge à regra: o empenho, organização e procura de resultados são permanentes. Além disso tenho a minha vida pessoal; tenho uma filha de três anos, a minha Maria, e tenho a vida académica. Esta está em banho-maria, mas vai-se reiniciar em breve para dar seguimento à Psicologia, que é a base de formação e que é o que realmente aprecio.

Começaste a arbitragem no faial. há quanto tempo? Há 22 anos. Comecei por arbitrar nos treinos. Depois, com a falta de árbitros da altura, surgiu a oportunidade de entrar em jogos treino, dos campeonatos de ilha e de seguida em campeonatos regionais. Houve muitas pessoas que me marcaram nessa altura, entre família e amigos, mas para esse momento a principal foi o Luís Paulo Vieira, que me incentivou particularmente e me ofereceu a sua camisola Adidas para começar a arbitrar bem equipado…. Naturalmente que beneficiei muito, por estar numa família e num grupo de amigos onde o desporto a Qual foi a situação que mais te marcou como árbitro? todos tocou de forma intensa. Há muitas e diferentes….Qualquer jogo de sub-14 ou seniores motiva-me. Este ano tive oportunidade de arbiQuando é que começaste a actividade como árbitro trar a final de sub-14 femininos de Lisboa e foi um verdainternacional? deiro espectáculo de jogo. Em termos de campeonatos há Passei a árbitro internacional em Maio de 2001, num dois que destaco: o campeonato mundial universitário em curso que ocorreu em Tel-a-viv. Pequim, em 2001, e o campeonato europeu de sub20 masculino de divisão A em Moscovo, em 2005, onde de quanto tempo necessitaste para passar de árbitro jogaram muitos jogadores que pontificam hoje em nacional a internacional? importantes equipas europeias e alguns contratados para Passei a árbitro nacional de 2ª na época 91/92 e a árbi- a NBA. Depois, todo o jogo ou campeonato internacional tro de 1ª em 93/94. tem a sua história e todos são importantes. De Inverno existem as competições europeias de cluo que é que nos podes dizer sobre o teu currículo na bes masculinos e femininos e os campeonatos nacionais, área do basquetebol, da arbitragem… de Verão as competições de selecções. Participei em 14 Destaco a formação de árbitros todas as épocas, em campeonatos da Europa de formação e arbitrei cerca de diferentes níveis de objecto e de objectivos. Para além dos 200 jogos internacionais, divididos entre campeonatos de cursos em que participamos para árbitros regionais ou selecções e competições de clubes. nacionais, existe também um processo de coaching conNa Europa há cinco competições de clubes: três mastínuo para um grupo de trabalho específico, que nos é atri- culinas (Euroliga e Eurocup, sob a égide da ULEB, e a buído pelo Conselho de Arbitragem da FPB. No meu Euochalenge na FIBA), e duas femininas (Euroliga e caso e genericamente, coordeno esta época a formação e Fibacup, na FIBA). Temos três árbitros na ULEB e quaevolução dos árbitros nacionais de 1ª, 2ª ou candidatos a tro na FIBA, onde me encontro. tal, nas regiões de Setúbal, Algarve, Madeira e Açores. Marca-me o facto da arbitragem ter-me permitido Para além do trabalho que é realizado por estes nas suas conhecer todo o Portugal e ter estado em mais de 50 sítios regiões, e que passa pelo treino físico, teórico e técnico diferentes, países e cidades espalhadas por toda a Europa, aproveitando especialmente o vídeo mas também em ses- e ainda por Moçambique e China. sões de campo, existe semanalmente auto-avaliação de Em termos nacionais, estou na 17ª época como árbitro todos, onde o árbitro, para além de se sentir acompanha- de 1ª divisão e desde então estive em cerca de 400 jogos do, pode desfazer dúvidas e aprender a conhecer-se entre equipas da primeira divisão, tendo tido até ao melhor, evoluindo e consolidando as competências psico- momento a felicidade de arbitrar as finais de todas as lógicas. competições, o que quero repetir muitas vezes…Pelo A participação na formação de treinadores de nível 1, lado negativo, há também várias situações que me mar2 e 3 é outra estação que nos compete e que concretiza a caram… Não é fácil lidar com as épocas inteiras, existem oportunidade também de aprender mais com o jogo e erros com que se tem de conviver… Outra situação que com compreensão da vida e da missão de um treinador. me marcou foi estar em campo e nada poder fazer, no últiQuando as vitórias não surgem é ele o participante no mo jogo do grande jogador que nos deixou muitas saudajogo com a vida mais difícil. des, Paulo Pinto. Psicologia do Desporto é outra área onde tenho participado, e procurado passar a mensagem da importância Qual é o sentimento de estar “hoje” no faial como das competências psicológicas na actividade desportiva formador na área da arbitragem? de formação e alto rendimento. Satisfação, claro. É a terra onde cresci, onde vivi... Sinto-me em casa. Lembras-te da tua formação como árbitro no faial? Deu tempo para matar algumas saudades, e trazer bolo Se bem me lembro, foi uma semana e dois fins-de- de milho….Melhor que isso é ver mais de 25 miúdos e semana seguidos, nas férias de Carnaval desse ano. A parte miúdas a tirar o curso de árbitros e oficiais de mesa, manteórica foi na delegação de desportos e a prática no pavi- tendo a actividade de jogadores ou treinadores, ou optanlhão do Fayal Sport Club. O formador foi Mário Dias de do já pela arbitragem, querendo assim elevar o seu conheSousa, do Cad do Porto, pelo qual tenho grande estima. cimento do jogo.

teatro. Quando a cortina fecha, voltamos a ser as nossas pessoas, na verdadeira acepção da palavra.

ção do jogo? Influencia, de facto, e muito. O jogo hoje deve permitir que quem é melhor fisica, mental, técnica e tacticamente, deve ter melhores condições para ganhar. Nos últimos anos tem-se corrigido uma certa trajectória cultural do próprio jogo, que sempre deu mais vantagens ao atacante que ao defensor. Há que mudar essa maneira de pensar; o atacante não pode ter qualquer vantagem cultural ou teórica…Se estiver a ser bem defendido, tem de demonstrar recursos que o permitam ultrapassar o adversário ou atingir a solução que pretende, de forma legal. O que se pretende é que os jogadores possam aplicar em campo o maior nível de agressividade possível. Os árbitros devem intervir quando for evidente o uso ilegal da técnica ou do corpo com directa ou indirecta vantagem. No uso das mãos na defesa ao portador da bola, por exemplo, deve-se interromper o jogo se essas mãos não permitirem que o outro jogador mude de direcção ou arranque para espaço livre…Caso contrário e dentro de determinados limites, deve evitar-se interromper o jogo e aplicar o conceito de vantagem/desvantagem que se aplica a pequenos contactos. Na avaliação dos passos, não se pode permitir que um atacante a ser bem defendido o possa ultrapassar efectuando essa violação…Aqui o drible directo nas penetrações do jogo exterior para o interior e as mudanças de pé eixo nas zonas próximas do cestão serão as situações a ter mais em conta. O jogo fora da bola é outro assunto importante…Defender sem bola pode ser mais difícil que com bola. Além disso há aqui mais contacto entre os jogadores. Há que controlar este tema durante o jogo e não permitir vantagens ilegais, quer da defesa quer do ataque. Por lado, na verticalidade e nas situações de carga/obstrução, o mais importante é avaliar bem quem invade o cilindro de quem….Resumindo, há que esperar que as coisas aconteçam e ver os filmes do princípio ao fim. Quando tomamos decisões e só vimos metade do filme, provavelmente vamos enganar-nos.

Para além do que está definido nas regras oficiais, qual é a relação que um árbitro deve ter com os jogadores e treinadores em jogo oficial? O árbitro está para o jogo para arbitrar, como o jogador para jogar, o treinador para treinar, o adepto para apoiar… Cada um desempenha um papel diferente… A função de arbitrar, ajuizar, decidir sobre terceiros, requer equilíbrio e credibilidade durante todo o tempo de jogo, ou seja, consistência. Os árbitros devem basear o seu comportamento e comunicação com os jogadores e treinadores na assertividade, ou seja, devem ser directos, honestos e respeitosos. Estas características beneficiam a comunicação interpessoal, aumentando os níveis de auto-confiança do árbitro, gerando mais confiança dos outros sobre as suas decisões e reduzindo os níveis de ansiedade. Um jogo de basquete é um jogo público, ou seja, as regras são públicas, devem ser claras e iguais para todos. A relação com os participantes no jogo, deve ser uma relação entre papéis; entre árbitros e jogadores ou treinatem valido a pena o tempo e trabalho dispendido na a arbitragem influencia o desenvolvimento do bas- dores, e não enquanto pessoas por si. Cada um tentará área da arbitragem? quetebol. Como é que pode contribuir para a evolu- desempenhar o seu papel da melhor forma, como num

não é fácil para os nossos árbitros procurarem evoluir com poucas experiências externas. Como podemos minimizar este problema? O Maximo Bussaca, um dos melhores árbitros do mundo de futebol, é da Suiça, e outro que está no top 5 mundial é do Usbequistão…E que futebol temos nesses países? O que traça os nossos limites chama-se ambição e desejo. Por outro lado, o factor competição tem o seu peso…A Terceira, que está a meia hora de voo, é a região do país com mais destaque no Basquete Português: duas equipas na proliga, uma na liga feminina e outra na liga masculina. Para uma terra com menos de 60 mil habitantes é obra…Não pode o Faial vir a ter uma equipa na cnb1 masculina ou na 1ª divisão feminina a curto/médio prazo? E Santa Maria, nos femininos, a mesma coisa, e a equipa masculina de São Miguel subir à proliga mantendo a feminina na liga? Claro que podem, depende da vontade e dos recursos, e finalmente dos resultados. Há que fazer algum investimento. Quem o faz normalmente não se arrepende. Os clubes franceses há muito que gerem os seus orçamentos com pequenos mas muitos sponsors…E não ficam à espera de um apenas, que resolva todos os problemas. É quase tudo uma questão de cultura e personalidade. Se alguém gosta de ver NBA e espera pelas duas da manhã para apanhar o directo é porque gosta mesmo de ver NBA…. Resumindo, há que investir, com recursos, mas primeiro com motivação. Um indicador importante de desempenho de um árbitro ocorre na área da sua formação pessoal, nomeadamente a imagem de juiz, que deve ser justo e correcto na relação com todos os intervenientes do jogo. é importante a avaliação do trabalho desenvolvido por estes, no sentido de ser efectuada uma selecção, que permita a escolha de uns em detrimento de outros, procurando mudar atitudes e comportamentos. Como é que é possível intervir nesta área? Todas as componentes do árbitro são decisivas, mas a parte psicológica é a mais importante, na minha opinião: preparação, motivação, concentração, tomada de decisão, consistência….Há que juntar a formação humana e desportiva com a formação técnica, num corpo e numa cultura de atleta….A um jogador é compensada a estatística de turnovers ou lançamentos falhados com as assistências certeiras e pontos que marca. A um árbitro não são permitidos muitos erros. É como se os erros fossem para os jogadores porque são eles o jogo, mas na verdade são todos feitos do mesmo…Só há um caminho: errar o mínimo e superar. Quais são as estratégias que consideras que podem melhorar a arbitragem no faial? O Faial está no caminho certo mas é importante não perder o contacto permanente com o mundo do Basquete nacional e trabalhar continuamente. Ao que sei, existe um número considerável de atletas, masculinos e femininos, nos vários escalões, apesar de se concentrarem em dois clubes, há mini-basket, há formação, há adeptos, treinadores e juízes…Há mais vida do que anteriormente. Melhorar a arbitragem passa por elevar o nível de preparação dos jogos, com maior profissionalismo e cuidado, e encarar cada jogo como o mais importante, dando-lhe a maior dignidade desportiva possível. Há bastante gente ainda em formação, há que ajudar nesse processo de forma responsável, e tenho a certeza que o Mauro Ferreira, com a ajuda do João Machado e dos outros, levará a bom porto os seus objectivos. Podes transmitir alguns conselhos aos nossos árbitros? Conselhos não, apenas duas notas: que nunca percam a noção de que o jogo é feito da relação entre o jogador e o adepto, e que sejam muito felizes com o facto de estarem dentro do campo com a missão grata e ingrata de garantir credibilidade e controlo ao desenrolar de um jogo, com as suas regras, com a sua técnica, com a sua intensidade, com a sua história, que invariavelmente varia de jogo para jogo, de minuto para minuto.


desporto

Tribuna das Ilhas

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esgrima

Futsal – campeonato da aFh

atiradores do SPortinG CLUbe da horta medem forças

fayal isola-se na liderança

g Decorreu no passado dia 19 de Fevereiro a terceira prova de Esgrima do Sporting Clube da Horta. As provas realizaram-se na Sala de Esgrima, provisoriamente instalada na cabeceira Sul do Pavilhão Desportivo da Horta, e contaram com a participação de dez atiradores, dos escalões de Infantis e Juvenis. Na prova de Infantis, que reuniu Benjamins e Infantis, destaca-

ram-se Margarida e Carolina Salema, que se classificaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente. A prova de Juvenis ficou marcada pelo regresso da atiradora de espada Cátia Tanger, que tinha estado afastada da competição, devido a uma lesão sofrida. A atleta posicionou-se em segundo lugar na ronda de poulles, acabando por disputar a final com Helder Catarina, que venceu por 15-14.

FuteBol – campeonato da aFh

fayal campeão volta a ganhar

Btt

Primeira Prova da taça termofaiaL supera expectativas g Decorreu no passado domingo, dia 20, na freguesia da Ribeirinha, a primeira das cinco provas de BTT da Taça TERMOFAIAL – XC. Esta prova contou com 52 inscritos, entre os quais 17 atletas das “Escolinhas”, entre os 7 e os 14 anos, que participaram num circuito especialmente desenhado para eles. De acordo com nota enviada às redacções, tratou-se de um número recorde de participantes em provas oficiais. No escalão de cadetes, o mais rápido foi Miguel Nunes, enquanto que em juniores Fábio Moura foi o

vencedor. Em sub 23 venceu Tiago Serra, ao passo que em elite sagrouse vencedor João Cardoso. Já em Veteranos A, César Furtado foi o mais rápido, enquanto que

tiro

Inácio Russo venceu em Veteranos B. Ivo Correia foi o primeiro classificado em Veteranos C. Na Promoção, categoria destinada aos atletas a participar pela primeira

vez numa prova oficial, o vencedor foi Carlos Pinheiro. Em equipas, a formação alvinegra Café Silva/AAC sagrou-se vencedora. As cinco provas da TAÇA TERMOFAIAL – XC em BTT, para além da conquista do título faialense por equipas e individuais, têm como objectivo apurar os campeões faialenses, nos diversos escalões, com vista à sua participação nos Regionais, que se vão disputar em Junho, em São Miguel. A segunda prova está agendada para o próximo sai 20 de Março, no Parque da Alagoa.

andeBol

Provas do iniciados do SCh voltam a vencer inateL e do Clube desportivo de Caça e Golfe g Os Iniciados do SCH jogaram este fim-de-semana em Sta Maria, e venceram nos dois intentos realizados por 27-29. O CD Marienses entrou melhor na partida conseguindo a liderança do marcador por 5 minutos. Na segunda parte o SCH,

g Decorreu no passado dia 20 a terceira prova do torneio de abertura do Clube Desportivo de Caça e Golfe do Faial. Em tiro com carabina de pressão de ar de cano articulado, classificou-se na primeira posição Hélio Correia, com 364 pontos. Seguiuse-lhe Leonel Teixeira, com 361 pontos, e Emanuel Melo, com 358. Os três voltaram a ocupar o pódio pela mesma ordem no tiro com ar comprimido.

No dia 15 de Fevereiro, disputou-se a terceira prova do torneio de regularidade do INATEL. Na classificação geral, Henrique Silva foi primeiro, com 282 pontos, seguido de Carlos Fortuna, com 272, e Hélio Correia, com 271. No tiro com carabina de ar comprimido, Leonel Teixeira classificou-se em primeiro lugar, com 275 pontos, seguindo-se Hélio Correia e Henrique Silva, com 260 e 237 pontos, respectivamente.

g No passado fim-de-semana o Fayal Sport Club venceu o Flamengos por 4-2. Os Verdes lideram assim a tabela classificativa do campeonato de futsal da Associação de Futebol da Horta, com 9 pontos, a 6 do Flamengos. O Atlético, campeão em título, ainda não pontuou. Este sábado, os alvi-negros defrontam o Flamengos. O Fayal folga.

que acabou o primeiro período a vencer, manteve-se na frente. O SCH vai receber o CD Marienses na próxima jornada e tem também 4 confrontos marcados com o GDCP Arrifes, 2 no Faial 2 em São Miguel.

1ª proVa do troFéu do carnaVal em mini-Veleiros

antónio Pereira consegue a vitória g Já se disputou a primeira prova do tas apenas três regatas. A segunda prova Troféu de Carnaval em Mini Veleiros. está agendada para 27 do corrente. O vento estava fresco e havia alguma ondulação. Da lista de inscritos dois par- A classificação ficou assim ordenada: ticipantes não conseguiram acompanhar a 1.º - António Pereira prova por problemas técnicos. 2º - rui duarte Devido ao estado do tempo foram fei3.º - eduardo Pereira

g A duas jornadas do fim do campeonato da Associação de Futebol da Horta, o Fayal Sport já tinha assegurado o título, no entanto não deixou os seus créditos por mãos alheias e venceu no passado fim-de-semana o Lajense na Alagoa por 2-1. No outro jogo da jornada, o Desportivo da Feteira venceu o Cedrense por 2-0. Nas contas da classificação geral, o Flamengos é segundo com 25 pontos, a 11 do campeão Fayal. O Lajense é terceiro com 18, a um ponto do Cedrense, que no entanto tem mais um jogo do que as restantes formações. O Desportivo da Feteira ocupa o último lugar da tabela, com 13 pontos. Este domingo joga-se a derradeira jornada, com o Lajense a receber o Feteira e o Flamengos a defrontar o Fayal.

FuteBol – cn JuVenis

fayal Sport sofre pesada derrota frente ao Porto g Os Verdes da Alagoa continuam a senda de pesadas derrotas no campeonato nacional de Juvenis. No passado fim-de-semana, perderam no Porto frente ao campeão nacional, que marcou 10 golos sem que os jogadores do Fayal conseguissem dar resposta. Apesar de não conseguirem fazer face à supremacia do adversário, os Verdes bateram-se com garra, com destaque para o seu capitão, Gui Menezes, e para o guarda-redes João Ávila. O próximo jogo do Fayal Sport é na Alagoa, frente ao Vitória de

VoleiBol

eSma recebe Campeonato regional de Seniores femininos g Este fim-de-semana o Complexo Desportivo da Escola Manuel de Arriaga recebe a segunda fase do campeonato regional de seniores femininos. O Faial está representado pelo Castelo Branco Sport Clube, a quem se juntam as picoenses do Ribeirense e as terceirenses do Fonte Bastardo.

atletismo – c. n.de corta-mato

Sofia Ávila em 27.º lugar g A atleta júnior Sofia Ávila participou no passado fim-desemana no Campeonato Nacional de Corta-Mato Longo, que decorreu em Felgueiras. De entre os 33 participantes na competição, a atleta do Castelo Branco Sport Clube classificou-se na 27.ª posição.


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opinião

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Tribuna das Ilhas

retalhos da nossa história – XcVi

no Centenário da república Portuguesa (26) Fernando Faria

31. GoverNAdor

JoAquIm GuAlberto dA CuNHA melo

A

formação do Ministério de Rodrigues Gaspar em 7 de Julho de 1924 marcou, pelo menos no distrito da Horta, o começo da actividade política do médico Dr. Joaquim Gualberto da Cunha Melo. Nomeado governador civil em Agosto, o Dr. Gualberto Melo tomou posse no dia 6 de Setembro, logo após desembarcar do vapor Lima que o transportara de Lisboa até à capital do distrito de que, durante quase dois anos, seria o responsável máximo. Naturalmente a imprensa local assinalou o acontecimento, com realce para O Fayalense assumido órgão dos democráticos e opositor declarado dos regionalistas e de O Telégrafo, seu porta-voz. Relata aquele jornal que o chefe do distrito foi empossado pelo governador civil substituto José Inácio Garcia de Lemos, professor da Escola Primária Superior, e que de seguida discursara “o nosso ilustre senador sr. dr. Machado de Serpa, que cumprimentou S. Ex.ª oferecendo-lhe a sua franca e leal cooperação e afirmando-se mais uma vez inteiramente solidário com as

comissões políticas do PRP a que tem a honra de pertencer”. Em nome dessas comissões falaria depois o presidente da Federação Municipal e ex-governador civil Carlos Alberto da Silva Pinheiro que “ofereceu ao ilustre magistrado o apoio sincero e decidido de todos os correligionários”. Outro ex-chefe do distrito, Manuel da Câmara Velho de Melo Cabral, “ilustre escritor e publicista”, também cumprimentou o novo governador civil “em quem muito confia, atentas as brilhantes qualidades que o exornam”. Falou, por fim, “o ilustre chefe do distrito, que num bem burilado e patriótico discurso, palpitante de entusiasmo e fé nos destinos da Pátria e da República Portuguesa, saudou os povos deste distrito e agradeceu as manifestações de que era alvo”. Nessa dissertação, acrescenta o jornal, “que foi bem um hino à República”, o governador Gualberto Melo “preconizou a união de todos os portugueses, atendendo a que a hora que passa não é de retaliações mas de aproximações”. Seguiu-se a leitura do auto de posse que foi assinado por grande número de pessoas que assistiram ao acto, recebendo o empossado, “nessa ocasião, vários telegramas de felicitações”1. Todavia, as aproximações desejadas pelo jovem governador não passavam de uma miragem, pois era enorme o fosso entre as duas facções em luta, continuando permanentes e até mais acesas as retaliações de uma e outra parte. Aliás, é o próprio O Fayalense que, passado um mês e pouco sobre aquele patriótico acto de posse, denun-

ciava assim a situação no distrito da Horta: “A verdade é que temos cá pelas ilhas, embora mais atenuadas, as mesmas misérias políticas que vão pelo continente. A mesma divisão de ideias, as mesmas rivalidades partidárias, o mesmo caciquismo eleiçoeiro, um formidável desinteresse das maiorias pelas coisas públicas, o mesmo pessoalismo sobrepondo-se ao interesse colectivo”2. E foi isso que voltou a acontecer quando, em Novembro de 1925, se realizaram as eleições para a Câmara dos Deputados, com os partidários regionalistas do Dr. Neves a acusarem os democráticos do PRP, que candidatavam o dr. Manuel José da Silva, da prática de várias falcatruas, sendo uma delas a viciação dos cadernos eleitorais. Sob esses pretextos, os regionalistas desistiram do acto eleitoral, apelaram à abstenção dos seus simpatizantes e acusaram o governador Joaquim Gualberto da Cunha e Melo de conivência com as manobras dos democráticos e de apoiar a fraude eleitoral. Verdade ou não, o certo é que Manuel José da Silva foi eleito deputado por desistência dos opositores; o político e médico Dr. Manuel Francisco Neves Jr. acabou por ser (ou considerar-se) vítima de outro político e médico, ou seja, do Dr. Gualberto Melo. Este, porém, continuaria à frente do governo do distrito, apesar de, em Lisboa, se sucederem os Ministérios. Nomeado pelo de Rodrigues Gaspar, (6.7.1924), manteve-se nos de José Domingos dos Santos (22.11.1924), de Vitorino Guimarães (15.2.1925), de António Maria da Silva (1.7.1925), de

Domingos Pereira (1.8.1925) e de António Maria da Silva (17.12.1925). Triunfando a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926, o governador Gualberto Melo não esperou que o demitissem. Ele próprio pediu a exoneração no dia 1 de Junho, tendo a acompanhá-lo nessa atitude o substituto professor José Inácio Garcia de Lemos 3. Sucedeu-lhe no cargo o médico Dr. Alberto Goulart de Medeiros que tomou posse a 18 de Julho de 1926. Entretanto, foi também professor de francês no Liceu da Horta e, como médico, exerceu as funções de facultativo municipal e de subdelegado de saúde. Por ocasião do terramoto de 31 de Agosto de 1926, temos notícia de que o Dr. Gualberto Melo, mais os seus colegas Drs. Neves, Goulart Medeiros, Campos Medeiros e José Estêvão Azevedo, receberam e cuidaram no Hospital da Misericórdia da Horta cerca de duas centenas de pessoas feridas na catástrofe, que também provocou nove mortos 4. Não tendo abdicado de convicções e de princípios, o Dr. Gualberto Melo seria vítima do cargo político que havia exercido e das atitudes que oficialmente havia tomado. Foi preso a 2 de Junho de 1927 e deportado para a Terceira, numa manobra de vingança, de despotismo e de prepotência dos seus opositores quando fora governador e por não pactuar com escândalos e injustiças que, já em plena Ditadura, no Faial mais se agravaram com o terramoto e com os dinheiros que vieram para a reconstru-

ção e que muito demoraram a produzir efeitos visíveis. Teve, como companheiros de exílio o deputado eleito em 1925 Manuel José da Silva, o Dr. Gabriel Simas, professor, ex-reitor do Liceu e também ex-governador civil, o professor António Pinheiro de Faria, exinspector escolar e ex-director de O Fayalense, o tenente Augusto Carlos Pinheiro, comandante da Companhia n.º 4 da Guarda-Fiscal e o Eng.º António Marcelino Gonçalves, chefe da 6.ª Circunscrição Industrial. O Dr. Joaquim Gualberto da Cunha Melo, nascido em Coimbra a 24.5.1892, e Laura de Bettencourt Severim, nascida na Horta a 8 de Julho de 1909, casaram na Matriz da Horta a 19 de Dezembro de 1927, sendo testemunhas o comendador Eduardo Laemert Bulcão e sua esposa Maria Bettencourt Bulcão, tios da noiva, e o farmacêutico e ex-governador Carlos Alberto da Silva Pinheiro e Laura Bettencourt Myott, tia da noiva. Tiveram três filhos: Mário Gualberto Severim da Cunha Melo, nascido no Faial a 23.9.1929; Maria Eduarda Severim da Cunha Melo, nascida em Lisboa em 8.3.1933 e Margarida Maria Bettencourt Severim de Melo, também nascida em Lisboa a 10.6.1941 5. 1 “O Fayalense”, 7 Setembro 1924, p.3 2 Idem, 2 Novembro 1924, p. 1 3 “A Democracia”, 1 Junho 1926, p. 2 4 Idem, 8 Setembro 1926, p.1 5 L.º casamentos RcH de 1927, fls. 118 e 118-v e também “Genealogias das Quatro Ilhas”, vol. 3, pp. 1966-1967

o Carnaval está chegando! nesta terra que

também é vossa...

santos madruga

O

ntem festejávamos o novo ano, hoje já estamos entrando na quadra carnavalesca. Esta é a época de dar azo às mais díspares formas de divertimento. Cada um à sua maneira festeja o Entrudo. Numa altura em que são profetizadas algumas “desgraças” para todos nós, é bom que as mesmas sejam esquecidas e ultrapassadas com a alegria que esta quadra proporciona e convida a realizar. Apesar de se dar mostras de uma franca e sincera descontração, o semblante carregado que se evidencia, evita o uso de qualquer máscara ou disfarce. O tempo não está para graças, como me dizia meu compadre. No entanto, é necessário sair-se da rotina, porque

kitty bale*

C

enquanto à vida há esperança. As sociedades onde se realizam a maioria dos festejos, ainda, segundo consta, não elaboraram o seu calendário alusivo à quadra que se aproxima. A principal animação que existia já foi ultrapassada, ou, quase esquecida. Referimo-nos às danças, aos assaltos particulares e aos grupos de mascarados que faziam as delícias de graúdos e pequenos. Agora apenas tudo estáreduzido a umas matinés, a uns bailes e pouco mais.

Todo esse rico património de cultura popular vai “suavemente” desaparecendo desta nossa ilha. Seria bom que nesses três dias, mesmo para se esquecer as agruras da vida, se festejasse, novamente, com alegria e franca animação, as tradições populares do nosso povo. Fazemos votos e esperamos que tal ainda possa acontecer Viva o Carnaval! Haja Saúde! 13Fev2011

olocar a nossa região no mapa continua a ser uma tarefa árdua. Basta abrir o atlas, procurar os Açores e, se se puser um dedo desajeitado no meio do Atlântico, tapam-se as nove ilhas de uma só vez. Ainda são poucas as pessoas lá fora que sabem da nossa existência, e até os portugueses além mar enganam-se regularmente com o número exacto de ilhas que compõem o arquipélago. Porém existe uma excepção notável na nossa invisibilidade geográfica: as Comunidades. Com cerca de dois milhões de açorianos espalhados na América do Norte, os Açores já não são só nove ilhas. A semana passada chegou cá uma missão empresarial luso-canadiana à procura de novas oportunidades de negócio. Convém destacar que muitos destes visitantes já tinham ligações empresariais com os Açores desde há anos. Durante uma semana intensiva de trabalho, visitaram fábricas e cooperativas, criaram e fortaleceram laços com homólogos açorianos, trocaram conhecimento, estabeleceram planos de cooperação e fecharam contratos para a exportação de produtos agro-alimentares. O objectivo desta missão empresarial era

claro: encolher a distância entre os Açores e as Comunidades, potenciar a divulgação do arquipélago e contribuir para a dinamização da economia regional porque, hoje em dia, o potencial de compra dos emigrantes está longe de ser negligenciável. De ambos lados do Atlântico, a vontade de colocar os produtos açorianos onde possam ser uma mais-valia e competir com outros não falta. No entanto, as quotas que regimentam exportação e importação são pouco flexíveis, a burocracia é pesada e os transportes ainda continuam dispendiosos e lentos. Mesmo assim, a capacidade de identificar oportunidades onde outros só conseguem ver desafios é o que faz a diferença entre um empresário e um mero negociante onde existe benefício mútuo, existem sempre possibilidades de negócios. O balança da visita foi sem dúvida positivo porque nada pode substituir o contacto humano e os empresários luso-canadianos voltaram a casa impressionados com a arte de bem receber característica das nossas ilhas de bruma. Voltem sempre... (quazorean@gmail.com) * Jornalista


Tribuna das Ilhas

local

25 de FevereIro de 2o11

Pecuária faialense recebe 590 toneladas de alimentos fibrosos g O Governo dos Açores vai comparticipar, durante o corrente ano, a aquisição de produto de categoria fibrosa destinado à alimentação do efectivo pecuário da Região até a um montante máximo de 11.000 toneladas. A decisão consta de uma Portaria do Secretário Regional da Agricultura e Florestas, publicada em Jornal Oficial, e destina-se reduzir o impacto das “quebras expressivas” que o mau tempo causou na produção forrrageira

destinada à alimentação animal. Este apoio extraordinário, do qual podem beneficiar todos os operadores económicos que fabricam ou importam aquele produto, consistirá numa ajuda, por cada quilograma de alimento importado, de cinco cêntimos nas ilhas de S. Miguel e Terceira e de sete cêntimos nas restantes ilhas. O montante máximo do produto a adquirir foi distribuído pelas diferentes ilhas, sendo que 590 toneladas servirão o Faial.

Paróquias não conseguem assegurar recuperação das igrejas do faial g A reconstrução das igrejas do Faial destruídas pelo sismo de 1998 representa um sacrifício financeiro para as paróquias, algumas das quais já venderam património para cumprir os compromissos bancários. A situação foi revelada por Marco Luciano, ouvidor do Faial, num momento em que as paróquias de Pedro Miguel, Ribeirinha, Salão e Flamengos se preparam para lançar a concurso a construção de novas igrejas, orçadas em mais de 1,5 milhões de euros cada uma. “Temos que ter em conta que são igrejas de grandes dimensões, para comunidades muito pequenas e sem recursos, algumas das quais com apenas 400 ou 600 habitantes”, afirmou Marco Luciano, acrescentando que a reconstrução dos templos afectados pelo sismo está a obrigar algumas paróquias a fazer amortizações bancárias entre oito e dez mil euros de três em três meses. O ouvidor da Horta salientou que o Governo Regional contratualizou com a diocese açoriana o financiamento de 75 por cento da reconstrução dos templos religiosos danificados pelo sismo de 9 de Julho de 1998, ficando as paróquias com a responsabilidade de assegurar os restantes 25 por cento.

“Mesmo assim, com as paróquias fazendo festas e uma série de coisas tem sido difícil para as comunidades aguentar o ritmo dos pagamentos à banca”, frisou Marco Luciano, admitindo que algumas paróquias já tiveram que vender património, nomeadamente terrenos, para pagar as dívidas bancárias. A situação em que se encontram as paróquias que já avançaram com as obras está, por isso, a originar um atraso no processo de construção daquelas quatro novas igrejas, estimando-se que as obras apenas arranquem quando cada paróquia souber em pormenor quais serão os compromissos bancários que terão que cumprir. “As obras estão prontas a lançar a concurso, contudo estamos a aguardar a concretização do empréstimo bancário. Há bancos interessados, mas as obras serão lançadas a concurso uma vez que as comunidades paroquiais tenham conhecimento das condições do empréstimo”, afirmou o ouvidor da Horta. Quase 13 anos depois do terramoto que danificou mais de três dezenas de edifícios religiosos no Faial, apesar de várias igrejas já terem sido reconstruídas, ainda há templos que continuam total ou parcialmente destruídos.

IGreJA de Pedro mIGuel A paróquia da freguesia de Pedro miguel aguarda a construção de um novo templo

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oPINIão

25 de FevereIro de 2o11

Tribuna das Ilhas

o círculo a Cultura do empreendedorismo do triângulo V

Alzira silva

ivemos num tempo perplexo em que os modelos do passado não podem ser replicados no presente e em que o esforço para encontrar novas soluções é, muitas vezes, solitário. Vem esta reflexão a propósito do que é essencial e do que é acessório nestes dias que correm a nosso favor ou contra nós, conforme a nossa atitude perante a realidade que nos ultrapassa. E o que nos ultrapassa? O contexto internacional: a crise que entrou sem pedir licença, o desmoronamento de um sistema económico, social e ambiental insustentável. Perante este contexto, impõese o olhar local e a busca incessante de novas soluções para atenuar os efeitos do que não depende de nós. É o que tem feito o partido socialista nos diferentes órgãos de poder e nos movimentos cívicos. Pensar-seia, numa lógica racional, que todos (a dita sociedade civil) estivessem no mesmo rumo de acção, empenhados em atenuar as dificuldades individuais e sociais e no reforço do nosso

tecido empresarial. Mas não. Num momento em que todos temos de gerir as mudanças decorrentes da globalização e do contágio da crise, ser criativos e coesos para atingir um desenvolvimento local reprodutivo, fundado na iniciativa e no empreendedorismo, num momento em que o governo disponibiliza novos produtos para apoiar essa iniciativa, como o Empreende Jovem (dirigido aos jovens), o Micro Crédito (cujo objectivo é reforçar os mais fragilizados economicamente), o SIDER (destinado ao empreendedorismo genérico), há quem descure completamente o seu papel social e ande pelas ruas a olhar para os buracos ou a pensar se o sintético fica melhor aqui ou além. Não somos todos obrigados a pensar da mesma maneira nem a dar prioridade aos mesmos objectivos. Mas temos de aceitar que há partidos que não conseguem entender o momento em que se situam e, consequentemente, ficam muito aquém da sua responsabilidade social e do que deles espera quem os elegeu para ocupar um honroso lugar na oposição. Em cada órgão de comunicação social, as notícias e os debates mostram que todos têm soluções para o mundo, todos sabem dissertar sobre as causas

e prever as consequências, todos são iluminados... mas poucos dão luz à sua volta. Pelo contrário, passam a vida a ignorar o que pode mudar positivamente a nossa terra e comprazem-se na chamada de atenção para o que não é relevante para a construção de uma sociedade com cultura de empreendedorismo, de voluntariado e de formação. O dinamismo assenta em mudanças nos padrões de comportamento da sociedade ou de determinados grupos da sociedade, impulsionado por factores de natureza interna e externa. Nenhum ser está inteiramente comandado do exterior pela sociedade à qual ele pertence nem tão-pouco do interior pela sua própria cultura incorporada. Por outras palavras, no que decorre na nossa área de intervenção, muito há a fazer, a informar, a encaminhar, a mudar as antigas mentalidades que viam no funcionalismo público a única saída laboral. Hoje, as ideias de cada um podem ser aproveitadas e cada indivíduo pode criar o seu próprio emprego. Estão, os que se detêm no acessório, atentos para estimular essa mudança para o nosso bem comum? É caso para se dizer: anda-se a falar muito e a agir pouco! alziraserpasilva@gmail.com

Frederico Cardigos

P

or vezes, temos ideias que não sabemos se são muito boas... São esboços que tentamos partilhar com outros para que nos auxiliem na sua aferição e melhoria. O que irei escrever a seguir é isso mesmo: uma ideia que anda à procura de críticas. Por diversas razões, fomos ganhando consciência que, em certas áreas, as ilhas do chamado Triângulo dos Açores (Faial, Pico e São Jorge) valem muito mais em conjunto do que isoladas. Tendo entendido isso, um conjunto de autarcas criou a Associação de Municípios do Triângulo e um grupo de empresários a Associação Tryangle, que irá ser apresentada na Bolsa de Turismo de Lisboa nos próximos dias. Na mesma linha, chegou-se à conclusão que alguns investimentos, como a exploração de energia geotérmica, apenas serão economicamente viáveis se aplicados ao conjunto das ilhas do Triângulo. Ou seja, a concretização de projectos no âmbito global do

Triângulo dos Açores é, frequentemente, um acto de bom senso. O Partido Socialista dos Açores foi, mais uma vez, inovador ao criar um círculo eleitoral que não depende de uma unidade geográfica. Ao criar o chamado círculo de compensação, deu voz aos eleitores que se desejam ver representados por pequenos partidos com, muitas vezes, ideias que não estão cobertas pelos partidos maioritários. Foi um extraordinário passo para a construção de uma democracia total e que colocou no parlamento regional dois partidos (Bloco de Esquerda e Coligação Democrática Unitária) que de outra forma lá não estariam. Um passo semelhante poderia ser dado com o Triângulo. Evidentemente, ninguém espera dar, às ilhas do Triângulo, mais deputados do que elas já têm, mas, se estas considerarem realmente importante o desenvolvimento de uma estratégia comum, então que tal abdicar cada uma de um deputado e orientá-lo para este círculo triangular? Faial, Pico e São Jorge elegem, cada uma, quatro deputados. Se cada uma destas ilhas abdicar de um deputado para o círculo triangular, teremos um Triângulo com

três representantes. Para além disso, pelo facto de estas três ilhas passarem a ter três eleitos, deixará de haver a tradicional divisão 2-2 entre PS e PSD, fazendo com que os deputados ilhéus tenham de fazer mais para serem eleitos e merecerem a reeleição. O círculo do Triângulo é hoje uma ideia e não passa, por enquanto, disso, mas merece, a meu ver, ser considerada e discutida. Pois, se a união faz a força, se as soluções conjuntas tendem a ser mais inteligentes e eficientes, se estamos a verificar que algumas soluções inovadoras das unidades geográficas poderão catalisar o desenvolvimento das suas vizinhas e se o total da população destas ilhas equivale à ilha Terceira (a segunda mais populosa dos Açores), podemos concluir que temos muito a ganhar com a criação deste corpo de autênticos três mosqueteiros. É claro que os eleitos por este círculo teriam também de beber de Alexandre Dumas a máxima de “um por todos e todos por um”, ou seja, não alinharem em bairrismos, fonte de tantas hesitações e atrasos que têm prejudicado o desenvolvimento das nossas ilhas. Fica a ideia, venham as críticas!

Uma imagem que enche a taP de orgulho as “coisas” DR

Fernando teixeira

A

fotografia que ilustra este artigo mostra 3 aviões Airbus A330 da TAP ao mesmo tempo, no solo, estacionados em GIG (IATA Code), para os menos entendidos o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Trata-se de três aeronaves da TAP em escala comercial neste aeroporto. No actual horário esta situação ocorre às sextas-feiras e domingos, todas as semanas. Um orgulho para todos os que trabalham na TAP e para o País e que demonstra o poderio formidável da TAP, neste momento, nas rotas para a América do Sul, e que tornam os Transportes Aéreos Portugueses numa das maiores exportadoras nacionais. Provavelmente o segundo maior exportador nacional, logo a seguir à GALP. Note-se que a TAP não exporta só os serviços aeronáuticos propriamente ditos mas também, tudo o que anda à roda destes. Serviços industriais prestados pela TAPM&E (Manutenção e Engenharia), reexportação de combustíveis processados nas refina-

rias portuguesas, géneros alimentícios, vinhos, etc., etc. Pontualmente, na sexta-feira passada estiveram mesmo quatro aviões no solo ao mesmo tempo, pois esteve um Airbus A340 a fazer manutenção na TAP-ME Brasil, o ramo do sector da manutenção da TAP em terras brasileiras. É muito interessante saber que só o ramo da TAPM&E em terras brasileiras emprega 2450 pessoas e vende cerca de 1,8 milhões de horas/homem de manutenção por ano. Mas o que irá acontecer à TAP? Desmantelada para arranjar dinheiro fácil para cobrir os “buracos” do Orçamento Geral do Estado? Pode ser uma tentação terrível seguir este trilho e lá aparecerão os tubarões com vontade de adquirir, a bom preço, todo o negócio aéreo de África e América do Sul, sendo este último a cereja em cima do bolo. A TAP é um todo lógico composto pelos seus diversos sectores, aglomerados debaixo de uma SGPS. Afinal, sob o nome TAP temos, na realidade, duas companhias de aviação – a TAP e a Portugália – que, no seu conjunto, representam um universo de nove companhias sob o manto da TAP

necessárias para a nossa saude Humberto matos

N

SGPS. Construiu-se este conglomerado com um enorme esforço desde os tempos idos de 1945. Para aqueles mais distraídos da realidade nacional, o Estado Português há dez anos, por imposição da Comunidade Europeia, não coloca nem um cêntimo nesta Companhia cujo único accionista é a Republica Portuguesa. Isto é, certamente, algo de inimaginável para aqueles maledicentes do costume, para os quais a TAP é um sorvedouro de dinheiro. Será que este mesmo Estado vai resistir à tentação de obter dinheiro fácil, destruindo um património econó-

mico importante? Muito provavelmente é isso que vai acontecer. Afinal não é o que aconteceu a tantas empresas nos finais da década de 70 do século passado? Quando os ordenados começavam a andar em atraso vendiam-se as máquinas, comprometendo, assim, definitivamente, o potencial económico das empresas. Afinal, a única coisa que se resolvia era a sobrevivência por mais um mês. Não se resolviam os problemas de fundo. Esperemos que os Governantes não destruam uma das jóias da coroa e que a Economia vença sobre as Finanças. O combate é muito difícil.

os dias de hoje temos “coisas” a mais que não tínhamos uns há 60 anos atrás. O estilo de vida moderna trouxe muitos beneficios mas como o mau não existem sem o bem também prejudicou muita coisa. Antigamente havia pouca comida mas com muita nutrição, nos dias de hoje temos muita comida e pouca nutrição. De certo modo nos dias de hoje o nosso corpo passa fome de nutrients essenciais. Regra geral para assegurar a nossa saúde não precisamos de muito. E quando dizemos “já não sei o que comer” tudo faz mal, basta simplesmente ouvir o nosso corpo. Basta olhar em nosso redor para saber o que e essencial ou não para a nossa saúde. Para o nosso bem estar físico precisamos de pouco. Precisamos de sono de qualidade, água de qualidade (água engarrafada não é a resposta), alimentos de qualidade que nutrem o organismo, exercício físico (ex. caminhadas) e de sol. O nosso estado emocional influência muito o nosso organismo, conversar sobre o que nos perturba na mente é uma maneira de lidar com essa pressão. A nossa saúde e algo que devemos respeitar ao máximo, porque senão cuidarmos da nossa saúde mais ninguém vai.


inFormação

Tribuna das Ilhas

18 de FevereIro de 2o11

NossA GeNte

utIlIdAdes

PArtIrAm

FArmÁCIAs

l Faleceu no Hospital da Horta, no passado dia 16 de Fevereiro, Maria Aurora Garcia Azevedo, de 83 anos de idade, natural e residente na freguesia da Feteira. A extinta era viúva de João Silveira Azevedo e deixa de luto seu filho Miguel Ângelo da Paz Amaro, casado com célia Maria Fortuna Amaro. Deixa ainda um neto, João Pedro Fortuna Amaro.

AGeNdA

areeiro • capelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749

de 27 de FevereIro A 5 de mArço Farmácia Lecoq 292 200 054 emerGêNCIAs -FAIAl

i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 96 323 18 12 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

CINemA

sÁbAdo e domINGo 21H30Filme “Jogo limpo” no Teatro Faialense - Hortaludus

restaurante e snack-Bar

HoJe e AmANHã

l No passado dia 15 de Fevereiro faleceu no Hospital Garcia de Orta em Almada, com 67 anos de idade, Rui Fernando Brum Pacheco da Silva, natural da Freguesia das Angústias e residente na costa da caparica. O extindo deixa de luto sua esposa Maria clara cabral Rodrigues Pacheco da Silva e sua filha Ana Margarida Rodrigues Pacheco da Silva, casada com Tiago Nobre e o seu neto Simão Nobre. Rui Fernando Brum Pacheco da Silva era irmão de Imelda Paiva Lima, casada com Manuel José Paiva Lima e sobrinho de Estela Brum.

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emeNtA PArA domINGo

trANsPortes - FAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

Polvo à reGIoNAl bACAlHAu AssAdo No ForNo CArNe e PeIxes vArIAdos AceitAm-se ReseRvAs

eveNtos Até dIA 30 de AbrIl 2011 Exposição – evolução - resPostA A um PlANetA em mudANçA no centro de Interpretação do Vulcão dos capelinhos, uma organização do Governo dos Açores e Junta e Freguesia do capelo Até domINGo PAdC - ProJeCto de ANImAção desPortIvA e CulturAl dA FreGuesIA do sAlão HoJe 20h00 - Finais: Sueca (Polidesportivo) AmANHã 14h30 - Tarde Infantil: Actividades Diversas; Gincana de Bicicletas; Jogos Tradicionais; Tracção à corda; Torneio de Bilro (masculinos final e femininos) 20h30 - Noite cultural: Arranjos Florais; Produtos Regionais e Artesanato; Exposição de trabalhos de investigação sobre os Moinhos da Freguesia, pelos alunos da Escola B1 do Salão 20h30 - Noite de Teatro: “A Galinha Ruiva”, pelos alunos do Jardim de Infância do Salão 21h00 - Noite de Teatro: “Em Tempos de crise não se Limpam Armas”, pelo grupo de teatro chamaRir da freguesia de Pedro Miguel domINGo 09h00 - Torneio Aberto de Pesca Desportiva (junto à costa do Salão ou outra freguesia) 20h00 - Entrega de Prémios (Polivalente do Salão) 21h30 - Beberete e convívio entre os participantes (Polivalente do Salão) Organização: Junta de Freguesia do Salão com o apoio da cMH

servImos reFeIções PArA ForA descanso semanal: terça-Feira

N o s NACk

bAr

servImos reFeIções lIGeIrAs e PrAto do dIA

temos sempre bom peixe Venha almoçar ou petiscar no Snack Bar e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

desPorto Até domINGo voleIbol campeonato Regional de Seniores Femininos - 2.ª Fase com a participação de equipas das ilhas Terceira, Pico e Faial no complexo Desportivo Manuel de Arriaga, uma organização da Associação de Desportos da Ilha do Faial, com o apoio da DRD AmANHã ANdebol 21h00 - SP. c. Horta - Liberty São Bernado - Pavilhão Desportivo da Horta, uma organização da Federação de Andebol de Portugal AmANHã 15h00 - Reunião do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno - SOS Amamentação - Hospital da Horta. Público: Podem participar grávidas, mães a amamentar e seus filhos, e seus familiares e todos os interessados em aleitamento materno, uma organização do cantinho da Amamentação, Unidade de Obstetrícia - Hospital da Horta com o apoio da UNIcEF, cNI Hospitais Amigos dos Bebés e Ajuda de Mãe FICHA

Tribuna das Ilhas dIreCtor: cristiano Bem edItor: Fernando Melo CHeFe de redACção: Maria José Silva redACção: Susana Garcia e Marla Pinheiro FotoGrAFIA: carlos Pinheiro

ColAborAdores PermANeNtes:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José trigueiros, mário Frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira silva, Paulo oliveira, ruben simas, Fernando Guerra, raul marques, Genuíno madruga, berto messias ColAborAdores eveNtuAIs: machado oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, santos madruga, lucas da silva

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téCNICA

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FuNdAdo 19 de AbrIl de 2002

Tribuna das Ilhas

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P o l Í C I A d e s e G u r A N ç A P ú b l I C A

PreveNção rodovIÁrIA dIz o Povo e A sAbedorIA PoPulAr;

“é CArNAvAl NINGuém levA A mAl” ou “A vIdA são doIs dIAs e o CArNAvAl são três” No eNtANto; “Nem tudo o que brIlHA é ouro” e “Não exIstem rosAs sem esPINHos” Na continuidade das missões de segurança e tranquilidade públicas, a P.S.P., continuará atenta e vigilante na prossecução das suas atribuições específicas, pelo que alerta/relembra a população em geral, para o cumprimento de alguns conselhos pertinentes e de utilidade pública.  Respeite os limites de velocidade; Ao volante, evite o cometimento de manobras perigosas;  Utilize os acessórios de segurança (capacete e cinto de segurança);  Não utilize o telemóvel durante a condução;  Se vai conduzir, evite a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas; Pratique uma condução defensiva e não ofensiva;  Seja responsável e solidário;  Divirta-se em segurança, incentive os seus semelhantes a praticarem regras de civismo, urbanidade, responsabilidade e segurança  Não critique, ajude teNHA PreseNte que o Não CumPrImeNto destes PressuPostos, são PAssÍveIs de CoNtrA-ordeNAções, APreeNsão de CArtA ou ProCesso- CrIme. A P.s.P. deseJA à PoPulAção em GerAl um bom CArNAvAl de 2011 e que se dIvIrtAm em seGurANçA Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt Contactos: telefone – 292208510 – Fax 292208511 ProGrAmA INteGrAdo de PolICIAmeNto

sextA-FeIrA 4 25 de FevereIro de 2o11


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