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Tribuna das Ilhas DIRECTOR INTERINO: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 445

Aterro sanitário com fim à vista g Com o projecto do Centro de Processamento de Resíduos do Faial concluído, o extermínio do aterro sanitário da Fajã aproxima-se cada vez mais da realidade. A informação foi avançada pelo secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, em entrevista exclusiva ao TRibunA dAs ilhAs. A este semanário o governante falou ainda da criação do Parque natural, do Parque Marinho e da concentração de serviços da sRAM na horta. As prioridades governativas no que ao ambiente diz respeito estão, neste momentos, centradas na gestão dos resíduos, conservação da biodiversidade e educação ambiental. PÁGINA 08

10.Dezembro.2o1o Sai àS SextaS-feiraS

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EDITORIAL

Em DEsTAquE

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Gastronomia faialense faz sucesso em espanha

DuaS meDiDaS… g há tempos atrás, antes das últimas eleições regionais, quando muito se escreveu sobre a importância e urgência de concretizar a prometida obra de ampliação da pista do Aeroporto da horta surgiram na comunicação social determinadas notícias referindo que o valor desse investimento do Estado deveria rondar os 30 milhões de euros, custo considerado elevado nos meios afectos à tutela. desde então, foi-se lamentando a falta de uma resposta positiva do poder estatal sobre tão repetido assunto e, de vez em quando, de fora ou de dentro da Região, lá vinha o tal argumento dos custos, para arrumar o tema por mais algum tempo. Entretanto, acabam de vir a público informações segundo as quais o Estado já gastou no Aeroporto de beja, nos últimos anos, a impressionante verba de 35,5 milhões de euros, uma vez que há a intenção de transformar aquela infra-estrutura, que foi base militar, em plataforma para operação civil ao serviço do turismo naquela zona alentejana. As mesmas fontes acrescentavam que ali teria havido até uma derrapagem de custos de mais de um milhão de euros adiantando ainda que as obras previstas para que o dito Aeroporto ficasse a funcionar devidamente estavam calculadas em mais 37 milhões. isto, em relação a uma infraestrutura implantada numa área continental com todas as acessibilidades por via terrestre e a poucos minutos, por via aérea, do Aeroporto de Faro e mesmo do Aeroporto internacional de lisboa. sabendo-se que as decisões políticas são muitas vezes da responsabilidade de sucessivos governos, diferentes na sua cor partidária, verifica-se que é ao Estado que se atribuem depois as culpas dos desequilíbrios e favorecimentos nos planos de acção à escala do país. E também se sabe que nesta área se faz sentir junto da administração central a influência de fortes “lobbis”, que passam por cima dos justos interesses das regiões mais afastadas da sede do poder, interesses que deveriam constituir prioridades de atendimento. Ora este caso dos volumosos investimentos aplicados no Aeroporto de beja, assume foros de um verdadeiro escândalo, se recordarmos as dificuldades que têm vindo a ser postas, anos a fio, à ampliação da pista do Aeroporto faialense, um empreendimento considerado indispensável para a ilha e para a Região, com vista ao incremento turístico e a estreitar mais a ligação destas terras às comunidades emigradas nos E.u.A. e Canadá. duas medidas à maneira antiga: uma para a “metrópole” e outra para a “colónia”…

Texto e fotos:

Marla Pinheiro g Decorreu entre os dias 3 e 8 de Dezembro, na Galiza, a “Feria de Muestras de A Coruña”, na ExpoCoruña. Os Açores estiveram representados neste certame pela gastronomia do Pico e do Faial, levada até Espanha por uma comitiva da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), numa lógica de continuidade da colaboração com a Galiza no que diz respeito à difusão do património gastronómico de ambos os territórios. Esta Feira constituiu uma montra de produtos e serviços para as empresas e um ponto de encontro entre profissionais de diferentes sectores de actividade económica, incorporando vários salões especializados em áreas como a Gastronomia, o Turismo, as Novas Tecnologias, o Artesanato, ou o Mobiliário. A par destes salões são promovidas várias actividades paralelas, como jornadas técnicas, concursos gastronómicos ou desfiles de moda. A presença dos sabores açorianos na ExpoCoruña esteve a cargo do chefe Henrique Gomes, responsável pela cozinha do Fayal Resort Hotel. Em conversa com o TRIbuNA DAs IlHAs, Henrique Gomes destacou o sucesso da participação açoriana no certame, adiantando que as degustações de produtos da Região fizeram as delícias das muitas centenas de pessoas que passaram pelo stand da CCIH. Na bagagem, a comitiva açoriana levou 605 kg de produtos tipicamente açorianos, com destaque para 100 kg de carne de novilho e para 60 kg de lula fresca. As batatas, as morcelas, o funcho, a hortelã e

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HENRIqUE GOMES O chef do restaurante Varandas do Atlântico Fayal Resort Hotel, recebeu vários galardões na feira

todas as ervas aromáticas utilizadas também seguiram do Faial, assim como a manteiga Ilha Azul, os queijos do Faial, do Pico e de são Jorge e ainda os vinhos da ilha Montanha. Da ementa, constaram pratos como salada de tentáculos de lula, linguiça e morcela com ananás, lula guisada com arroz de açafroa, molha de carne à moda do Pico, carne assada com inhame à moda do Faial, queijadas regionais, entre outra iguarias. Os sabores açorianos foram bem recebidos pelos galegos, e o chefe Henrique foi premiado com uma medalha da Federação Autonómica da Galiza e com o Diploma de Honra da Federação luso-Galaica,

tendo também recebido uma distinção atribuída pelas Termas de são Vicente. A CCIH viu o seu stand ser premiado com uma medalha de prata, tendo assim sido distinguido como o segundo melhor stand de produtos regionais da Feira. Ao TRIbuNA, Henrique Gomes mostrou-se deveras satisfeito com a sua participação neste certame. salientando o esforço dispendido pela comitiva da CCIH, o chefe não duvida de que o trabalho de todos os envolvidos nesta presença açoriana na Galiza deu frutos, apontando a boa aceitação dos visitantes em relação aos produtos dos Açores como prova disso.

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ligado ao sector hoteleiro há mais de 30 anos, Henrique Gomes nasceu em lisboa, mas reside no Faial desde 1987, altura em que iniciou funções de empregado de mesa no Hotel Fayal. Neste momento, é o chefe de cozinha do restaurante daquela unidade hoteleira faialense. Também a Associação para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA) marcou presença neste certame, onde, de acordo com nota enviada à nossa redacção, realizou diversas reuniões com potenciais investidores, com vista a promover as potencialidades económicas da Região e criar sinergias para captação de investimento estratégico.

[dEsCE]

TRADIÇÕES DE NATAL

OS PINTA-PAREDES

g depois do Município faialense ter anunciado a realização, no período de natal e Ano novo que vai ter início, de mais um Encontro de Ranchos Tradicionais, o núcleo Cultural da horta também deu notícia de que, no mesmo período, terão lugar os Concursos de Presépios e Altarinhos à semelhança do que vem acontecendo desde recuado tempo. são tradições muito vincadas nas nossas comunidades, ligadas a uma prática popularcristã que felizmente tem sido preservada. E esses eventos, de ordem cultural, têm interesse para as nossas populações que acorre sempre a apreciá-los.

g Este mal das paredes pintadas por uns rapazes que fazem

das fachadas das habitações e dos muros das áreas citadinas superfícies para ensaiarem os seus dotes de artistas de mau gosto – este mal não se faz sentir apenas nesta terra mas no país inteiro. E essa falta de respeito para com a manutenção da limpeza e asseio dos lugares públicos, se não está criminalizada na lei, deveria entrar nas normas de defesa do ambiente com sérias e duras penalizações. sabemos que em muitos países sujar aquilo que é do domínio público até dá cadeia…


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Atelier infantil sobre 3D e 2D g “Três dimensões” e “duas dimensões” são os temas abordar no atelier infantil destinado a crianças dos cinco aos oito anos de idade que o Museu da Horta promove sábado, das 10 às 12 horas. Trata-se da quarta de oito sessões de um ateliê intitulado “Ver, Compreender e Criar no Museu da Horta”, que está a ser orientado por Aurora Ribeiro e Margarida Barreto. As inscrições são limitadas e poderão ser feitas por e-mail («margarida.ma.barreto@azores.gov.pt») ou em papel na própria recepção do Museu da Horta.

[aconteceu]

DEzEmbRO Em fEsTA

Passagem de ano sem fogo-de-artifício no faial g O programa Dezembro em Festa, que alia a autarquia ao empresariado na promoção da zona baixa da cidade e do comércio tradicional durante a época natalícia, foi apresentado na passada semana na Câmara Municipal da Horta. Das iniciativas agendadas para promover a animação na cidade durante esta quadra festiva, o destaque vai para o facto de, em época de crise, a autarquia ter optado por não promover o habitual espectáculo de fogo-de-artifício para saudar o novo ano. Ao TRIbuNA DAs IlHAs, o vicepresidente da Câmara Municipal da Horta, José leonardo silva, adiantou que esta medida não foi tomada de ânimo leve, no entanto, e face à conjuntura de crise internacional que actualmente se vive, a autarquia achou por bem dar este “sinal de responsabilidade”. A não realização do espectáculo de fogo-deartifício permitirá assim à CMH poupar cerca de 15 mil euros. Em todas as outras vertentes da animação natalícia, José leonardo garante que foi desenvolvido um

esforço no sentido de garantir animação na baixa da cidade. A iluminação de Natal foi colocada, sem investimentos em novos materiais, mas procurando alargar-se um pouco mais, com a instalação de alguns motivos no largo do Infante. Neste âmbito, a medida de contenção escolhida prendeu-se com o número de horas que a mesma estará acesa, dado que esta passará a ser apagada mais cedo que nos anos anteriores, à meia-

noite, com excepção da Noite de Natal e da Passagem de Ano. Apesar disto, o vice-presidente garante que estão a ser envidados vários esforços no sentido de motivar os faialenses a deslocarem-se ao “centro comercial ao ar livre” que é a baixa da cidade, para realizar as suas compras de Natal. Nesse sentido, garante que na próxima quarta-feira, Dia das Montras, a cidade irá fervilhar de animação. m.P.

Grupo folclórico do Salão assinala 37.º aniversário g O Grupo Folclórico do salão assinala no dia 25 de Dezembro o seu 37.º aniversário. Para assinalar a efeméride, o grupo reuniu elementos, famílias e convidados num jantar comemorativo, que decorreu no passado sábado, no Faial Resort Hotel. Na ocasião, Manuel Humberto Goulart, presidente do Grupo Folclórico do salão, congratulou-se com a passagem de mais este ano, “com muito sacrifício”. “Este momento de festa deve servir para internamente reflectirmos na grandeza do Grupo Folclórico do salão”, referiu. Das actividades realizadas ao longo deste ano, o responsável destacou o lançamento do CD e a participação no Festival Internacional de Folclore dos Açores, na ilha Terceira. Manuel Humberto apelou ainda ao

esforço de todos os elementos para continuarem a trabalhar de forma a fazer do Grupo Folclórico do salão “cada vez mais uma referência”, não apenas a nível local mas também a nível regional. Nesse sentido, destacou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na área do canto, da dança e dos instrumentos, com os professores Renata Rentowska, Diva silva e Eduardo Quaresma. Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia do salão falou da importância deste grupo folclórico para a freguesia. salientando que o grupo está sempre disposto a responder às solicitações da Junta de Freguesia, luís Rodrigues não fez votos de um crescimento cada vez maior da instituição. Em representação do presidente do Governo Regional, coube a João

bettencourt felicitar esta agremiação cultural faialense por mais uma primavera. O director regional do Ambiente frisou a importância dos grupos folclóricos para “o nosso sentido de pertença”, classificando-os como escolas não apenas para a música e para a dança, mas também para a vida. João bettencourt lembrou ainda o importante contributo destas instituições para a comunidade emigrante açoriana, que através da actividade dos grupos folclóricos consegue recordar as suas raízes. Frisando que o Grupo Folclórico do salão “merece o reconhecimento do Governo Regional”, o director regional do Ambiente felicitou a instituição por “levar o nome do Faial e dos Açores além fronteiras”. m.P.

DAR A VOLTA à DROGA g Realizou-se no passado domingo na ilha do Faial, pela primeira vez, uma actividade desportiva, que consistiu na realização de um percurso de bicicleta e outro de marcha, percorrendo as principais ruas da cidade da horta. Esta iniciativa, surgiu há cinco anos na ilha de s. Miguel, pela mão da Associação norte Crescente, mas com o apoio da direcção Regional da Prevenção e Combate às dependências, este ano, contou com a aderência de cinco ilhas. Os promotores, pretenderam com esta actividade desportiva, um meio alternativo ao consumo de substâncias psico-activas e em última instância, uma chamada de atenção à população da importância dessas alternativas na promoção de estilos de vida saudável. Todos os participantes receberam uma t-shirt alusiva ao tema do combate ao consumo de substâncias psico-activas, e à chegada ao largo do infante, receberam um lanche, que lhes deu uma energia para continuarem e concluírem o percurso. Esta paragem também foi aproveitada para um convívio salutar e inter-geracional, uma vez que muitas crianças também participaram. TEMPORAL CANCELA VOOS NA MADEIRA E AÇORES g As ligações aéreas nos aeroportos da horta foram, na passada semana, na sua maioria, canceladas devido ao mau tempo. Os voos cancelados que se encontravam sobre o Atlântico e impedidos de regressar aos aeroportos de origem foram encaminhados para as ilhas de Porto santo, são Miguel e também para o arquipélago das Canárias (Espanha), onde o tráfego aéreo estava também caótico em resultado da greve dos controladores aéreos. O mau tempo levou ainda ao cancelamento da ligação, com destino e regresso, de Ponta delgada à horta. Para o fim de semana o serviço de Protecção Civil também já alertou para o mau tempo, o que deve condicionar novamente, o movimento de passageiros nos Açores.

[vai acontecer] CMH LANÇA CAMPANHA DE SEPARAÇãO DE METAIS g numa iniciativa da Câmara Municipal da horta vai ser apresentado, no próximo dia 15 de dezembro, uma campanha de separação de metais. Esta campanha será apresentada na Central de Triagem da horta. SEMINÁRIO RECURSOS E POTENCIALIDADES TURíSTICAS DO GRUPO CENTRAL g A Associação Regional de Turismo – ART, promove um seminário intitulado por Recursos e Potencialidades Turísticas do Grupo Ocidental. Evento a realizar no dia 13 de dezembro nas Flores pelas 20:00 no Auditório da Câmara Municipal das lajes das Flores. O evento terá como apresentações: Acções desenvolvidas pela ART pelo director Executivo da ART, José Toste e Recursos e Potencialidades turísticas do Grupo Ocidental pelo consultor da ART, Francisco silva. NATAL SUSTENTÁVEL

g numa iniciativa do Município da horta realiza-se no próximo dia 11 de dezembro, no Castelo de são sebastião um atelier denominado “natal sustentável”. A decorrer das 14h30 às 16h30, este atelier decorrer com a colaboração do Íris horta e tem como objectivo aprender a produzir presentes originais e personalizados a partir da reutilização de materiais. Os interessados devem inscrever-se nos serviços de ambiente da CMh e levar consigo tecido velho, pacote de sumo ou outras embalagens, como copos de iogurte, sacos plásticos, cartão duro, avental e luvas, tesoura e ainda um garrafão de plástico.


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espectáculo de ballet celebra o Natal Fotos: António Viana Texto: Maria José Silva g Desde o ano passado que a professora de ballet Diva silva tem a seu cargo várias dezenas de meninas que, desde a mais tenra idade aprendem a arte de dançar o ballet, a dança mais clássica de que há memória. Na passada semana o salão de festas da sociedade Amor da Pátria encheu-se de gente para assistir a um espectáculo de natal, com performance das alunas da classe da professora Diva. As meninas e menino, dançaram ballet mas também apresentaram números de hip hop. A plateia estava deliciada ao ver que também é possível dançar o Jingle bells em pontas de pés.

animais da Selva invadem Quinta do Lomelino em desfile infantil g Numa iniciativa da boutique Eskina Kids e do Jackpote Café bar, realizou-se no passado fim-de-semana, um desfile de moda infantil. O evento desenvolveu-se na Quinta do lomelino Vieira, na Variante à Feteira que, durante uma tarde foi transformada em selva. Ao todo foram 38 as p e s s o a s envolvidas neste desfile de moda que trouxe cor, animação e boa disposição àquele espaço. Os desfiles de moda já são um apanágio do Jackpote Cafe bar, e apostar num desfile infantil passa um pouco por diversificar o público alvo e demonstrar que o Jackpote é um bar de todos e para todos. Ivone silva, proprietária da

Eskina Kids também não é novata nesta coisa dos desfiles e disse ao TRIbuNA DAs IlHAs que o balanço deste

roupas da Eskina Kids foram de várias idades. As mais pequenas foram acompanhadas pelos pais e outras pelas promotoras do Jackpote Café bar.

desfile, apesar das condições atmosféricas adversas, foi muito positivo. As crianças que desfilaram com as


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faialenses convidados a visitar o Parque Natural da ilha durante o inverno Foto: Susana Garcia Texto: Marla Pinheiro g Durante a época baixa, o Parque Natural do Faial vai promover uma série de actividades gratuitas, com o objectivo de convidar os faialenses a conhecerem melhor a área protegida da sua ilha, e as infra-estruturas a ela associadas. A apresentação desta iniciativa decorreu esta manhã, no Jardim botânico do Faial, e esteve a cargo do director do Parque Natural da Ilha do Faial, João Melo. O Parque Natural do Faial existe oficialmente desde Junho. É constituído por cinco Centros de interpretação, seis percursos pedestres e, alberga a área protegida da ilha, que diz respeito a 17,5% da sua área total. Desde Janeiro de 2010 que já passaram pelas várias valências cerca de 29 mil pessoas, sendo que, de acordo com João Melo, o Parque espera suplantar a

fasquia dos 30 mil visitantes antes do final do ano. Com o objectivo de dar a conhecer o Parque Natural do Faial aos habitantes da ilha, foram programadas várias iniciativas, de carácter gratuito, que decorrem desde Novembro e deverão prolongar-se até ao mês de Março. Desta forma, o Parque aproveita o menor fluxo de turistas na época baixa para mostrar aos locais as suas potencialidades e, se possível, despoletar um sentimento de afeição que se traduza em publicidade junto de quem nos visita. No próximo sábado, dia 11, será realizado um percurso pedestre, com o intuito de mostrar aos faialenses o azevinho dos Açores. A concentração será às 09h30, no Jardim botânico. Às 17h00, o Parque Natural convida os interessados a tomar o chá das cinco no Jardim botânico, e a assistir a uma palestra sobre a história do chá.

Também no próximo fim-de-semana, o Centro do Mar (Fábrica da baleia) abre as suas portas a todos os interessados em explorar a vida nos oceanos. No fim-de-semana de 18 e 19 de Dezembro, entre as 14h00 e as 17h330, é a vez do Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos abrir as suas portas gratuitamente aos faialenses, que são convidados a desfrutar de uma visita autónoma ao espaço, em que lhes será facultado um roteiro que os ajudará a orientarem-se sozinhos, ao mesmo tempo que saboreiam um chocolate quente. Para o início de Março, e em parceria com a Hortaludus, estão previstos roteiros a cavalo dentro do Parque Natural do Faial. Estes serão gratuitos apenas para os utentes do Cartão Azul. A par destas iniciativas, os produtos do Parque Natural do Faial serão alvo de descontos de 20% até ao próximo dia 22

de Dezembro. Destaque ainda para a exposição “Evolução: resposta a um planeta em mudança”, patente ao público até ao final de Abril, no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. Para João Melo, a adesão verificada até ao momento às várias valências do Parque Natural do Faial tem superado as

expectativas. O responsável salienta a esse respeito o elevado número de pessoas que procura os percursos pedestres no Faial, com destaque para o dos Dez Vulcões, que é o maior da Região. segundo João Melo, é frequente a vinda de visitantes ao Faial de propósito para percorrer estes trilhos, o que deixa os responsáveis pelo Parque Natural da Ilha bastante satisfeitos.

Criado Grupo de amigos do museu do Cabo Submarino “temos de redescobrir mAnuEL ALEgRE nO fAIAL

Marla Pinheiro

o mar”

g O movimento criado pela Associação dos Antigos Alunos do liceu da Horta no sentido da preservação das memórias e do património da Horta dos Cabos submarinos, que teve o seu ponto alto com a realização de um colóquio e de uma exposição em Julho passado, continua a dar frutos. Neste momento, está a ser preparado um livro sobre o referido colóquio e sobre a exposição. Entretanto, os antigos telegrafistas continuam o trabalho de identificação técnica do vasto espólio das várias companhias dos cabos submarinos que estiveram na Horta, neste momento armazenado nas instalações do Museu da Horta. Entretanto, a Comissão ad hoc dos Antigos Telegrafistas deu lugar ao Grupo de Amigos do Museu do Cabo submarino. Desta forma, e de acordo com Henrique barreiros, presidente da Associação dos Antigos Alunos, pretende-se tornar o movimento mais eficaz, alargando-o a toda a sociedade, e também conferindo-lhe uma visão internacional. Recorde-se que este movimento em torno do património dos Cabos submarinos tem como grande ambição a criação de um museu, na cidade da Horta, que albergue o vasto património existente sobre esta época áurea da história faialense, que colocou o arquipélago dos Açores no mapa da história mundial das comunicações. Além disso, o facto das referências a esse período se encontrarem espalhadas pela Horta sugere também a criação de um roteiro dos cabos submarinos, onde sejam referenciados vários locais de destaque, como os edifícios que albergaram as

g O candidato à Presidência da República Manuel Alegre esteve no final da passada semana na ilha do Faial, onde visitou a Assembleia legislativa Regional, tendo estado reunido com o seu presidente, Francisco Coelho, e ainda o Departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores. Falando aos jornalistas à saída do encontro com Coelho, e antecipando a sua visita ao DOP, o candidato apoiado pelo Ps e pelo bE destacou a importância da investigação marinha para Portugal. “Os Açores dão uma grande projecção Atlântica à República Portuguesa, por isso é muito importante que haja um departamento como este para a investigação”. Para Alegre, os portugueses devem encarar o futuro com os olhos postos no mar, ao contrário do que tem acontecido: “nós esquecemo-nos do mar, e temos de o redescobrir”, entende. Realçando o que considera ser a importância da autonomia para o desenvolvimento e aprofundamento da democracia, Alegre entende ser uma das funções do Presidente da República “contribuir para o reforço e avanço da autonomia e para as boas relações entre as regiões autónomas e a República, no que respeita à clarificação e reforço das competências legislativas, à dignificação do estatuto político-administrativo, à preservação e clareza das regras financeiras, e a uma boa relação institucional”, postura que o candidato

companhias, entre outros. De resto, o primeiro andar da Trinity House, na rua Cônsul Dabney, onde funcionava a “operating room”, sala para onde convergiam todos os cabos submarinos na Horta, afigura-se como o espaço ideal para acolher um projecto museográfico, tendo já sido esboçada uma ideia para esse projecto, pelo arquitecto Martins Naia. Neste momento, o edifício em questão acolhe o Conservatório Regional da Horta, que, de resto, se debate com o facto das actuais instalações não se adequarem a todas as suas actividades, uma vez que não existe um auditório condigno para os concertos e exibições dos alunos. Para o início de 2011, o Grupo de Amigos do Museu do Cabo submarino prevê arrancar com um novo plano de actividades. HORTA DOS CABOS SUBMARINOS NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA A Fundação Portuguesa das

Comunicações, constituída pelos CTT pela ANACOM e pela TElECOM, tem patente uma exposição integrada nas comemorações do centenário da República. sob o mote “Comunicar na República - 100 anos de Inovação e Tecnologia”, esta exposição em lisboa aborda vários momentos da história dos comunicações em Portugal, e como tal destaca também a Horta dos Cabos submarinos, dando realce à importância do arquipélago dos Açores nesse período da história das comunicações internacionais. Esta iniciativa da Fundação Portuguesa das Comunicações contou com a colaboração do Museu da Presidência da República, da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, do Arquivo Municipal de lisboa/Arquivo Fotográfico, da Rádio e Televisão de Portugal, da TMN e do Museu Regional da Horta.

promete adoptar no caso da sua eleição. Em relação a este assunto, Alegre deixou críticas ao actual Presidente da República, condenando Cavaco silva por, numa visita à Madeira, não ter marcado presença no Parlamento Regional. O candidato presidencial contestou ainda as reticências de Cavaco silva quanto à marcação de datas para os debates televisivos. Para Alegre, esta postura do actual Presidente da República poderá ser um “artifício” para fugir ao debate. “Acho que um democrata não deve ter medo de um debate”, entende. Falando da actual situação de crise que o país enfrenta, Manuel Alegre não se quis alargar em comentários sobre a excepção criada nos Açores em relação à anulação dos cortes salariais na função pública. O candidato frisou, no entanto, que a actual situação “é um problema político que deve passar pelo próximo Presidente da República”. Nesta sua curta visita aos Açores, Alegre passou também pela ilha Terceira. m.P.


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InsERIDO nO pROjEcTO "AgEnDA IguALAÇOREs 2010"

fotógrafos amadores participam num workshop de iniciação a fotografia digital “A fotografia nos Açores vai bem de saúde”, quem o afirma é José Franco, presidente da Associação de Fotógrafos Amadores do Faial, e formador do workshop de iniciação à fotografia digital, que decorreu este fim-de-semana, na horta, e reuniu cerca de uma quinzena de fotógrafos amadores. Texto e foto

Susana Garcia g O gosto pela fotografia e o desejo de aprender um pouco mais sobre a arte de fotografar, aliados à vontade de melhorar as suas fotografias pondo de lado o modo automático da máquina fotográfica foi o motivo que juntou cerca de 15 fotógrafos amadores no workshop de iniciação à fotografia digital que decorreu no passado fimde-semana, na Junta de Freguesia da Conceição. Inserido no Projecto"Agenda IGuAlAÇOREs 2010", da responsabilidade da Associação Juvenil da Ilha Terceira (AJITER) e numa parceria com a Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores, com o apoio da Direcção Regional de Igualdade de Oportunidades, o workshop teve como objectivo essencial promover uma nova e mais dinâmica abordagem à importância da promoção da igualdade e luta contra as discriminações múltiplas, no sentido de melhor cativar e sensibilizar os jovens para estas questões. Orientado por José Franco, presidente da Associação de fotógrafos Amadores dos Açores e fotógrafo freelancer, o workshop contou com duas componentes, uma teórica e uma prática, e procurou ir ao encontro das necessidades específicas de cada participante, ajudando-os a tirar o melhor partido possível do equipamento que possuem, através do ensinamento das técnicas básicas da fotografia digital, bem como ensinar a obter uma exposição correcta, métodos de focagem, velocidade de medição da luz, conceito de balanço de brancos e temperatura de cor, etc. Os participantes, uns mais experientes que outros, tiveram a oportunidade de ficar a conhecer melhor a sua máquina e de adquirir novos conhecimentos e aprofundar aspectos criativos, o que lhes permitirá, com o seu equipamento, dar asas à imaginação e fotografar aquilo que mais gostam, independentemente do tipo de máquina possuído. As condições meteorológicas adversas, com a grande quantidade de chuva que caiu principalmente durante o dia de sábado, condicionou um pouco a parte mais prática desta iniciativa, e a sala da Junta de

Freguesia da Conceição transformou-se num “estúdio de fotografia”, onde todos os participantes tiveram a oportunidade de fotografar e ser fotografados, aplicar os conhecimentos adquiridos e onde o barulho do disparo das diferentes máquinas e flashs servia de música de fundo aos modelos improvisados. Na manhã de domingo, último dia de formação, foram apresentados e analisados os trabalhos realizados pelos formandos e discutidos alguns pontos da estética fotográfica e da componente teórica desta formação.

Com o digital a fotografia democratizou-se A necessidade de saber um pouco mais sobre a fotografia, com enfoque na sua componente digital, levou o TRIbuNA DAs IlHAs a participar neste workshop com o objectivo de melhor poder retratar os acontecimentos locais. Falámos com José Franco que em breves palavras nos falou um pouco da sua carreira enquanto fotógrafo freelancer e presidente da AFAA e, dos objectivos desta formação em concreto. José Franco referiu à nossa reportagem que começou a fotografar muito novo, fez umas poupanças e numa viagem de família aos Estados unidos da América comprou uma máquina fotográfica. A partir daí, esta passou a ser a sua companheira de todos os momentos: “na minha juventude andava sempre com a máquina. Naquela altura usávamos os rolos, e eu tinha um rolo de 36 fotos para um mês. Tinha de ser muito controlado. Mas mesmo assim em miúdo fiz algumas exposições”, recorda. Mais tarde, já com vinte anos e com outro equipamento, começou a fotografar casamentos e a fazer alguma fotografia comercial: “era preciso pagar o investimento feito”,

explica. Depois de ter andado por outros caminhos, vários anos mais tarde o formador volta em força à fotografia, ai já com a componente digital, e hoje em dia ligado à arte de fotografar: “faço praticamente vida da fotografia, estou a dar formação, tenho alguns livros projectados, faço casamentos, preparo trabalhos para algumas instituições…”diz. Instado a pronunciar-se sobre a fotografia na nossa Região, o presidente da AFAA não hesita em referir que “a fotografia nos Açores vai bem de saúde”, e acrescenta: “julgo que os Açores sempre tiveram uma grande tradição de fotografia, talvez pelo facto de estarmos muito ligados aos Estados unidos, termos muitos emigrantes que sempre que cá vinham traziam máquinas que nós não conhecíamos e que muitas vezes até as deixavam com os familiares mais próximos, por isso, julgo que sempre tivemos uma ligação com a fotografia e temos bons fotógrafos”. Por outro lado, “o facto de termos umas ilhas magníficas, com paisagens fabulosas, com uma riqueza fantástica também nos despertou para isso” justiça o freelancer. Outro aspecto que no se entender despertou nos açorianos o gosto pela fotografia foi “o facto de há 30 anos atrás as ocupações serem muito poucas e a fotografia surgia como uma boa forma de nos ocuparmos”. Na sua opinião, “a fotografia também sempre foi a arte do povo. O povo exprime-se através da fotografia e é uma arte muito mais acessível que a pintura, a escultura, a música ou a escrita, e então agora, com o digital, a fotografia democratizou-se. Toda a gente pode fotografar. Claro que há sempre alguns princípios que têm de se saber, é preciso ter alguma técnica, ter algum equipamento e muita imaginação, muita criatividade e muita sensibilidade”, entende. Quando questionado sobre o sucesso deste workshop, o formador afirma com satisfação que esta formação, e à semelhança das que

já realizou em outras ilhas, foi u m sucesso: “ t e m sido uma surpresa fantástica, na medida em que temos conseguido atingir os nossos objectivos de dar formação de iniciação a fotógrafos e a gente que na sua maioria não sabe trabalhar com os manuais, tem máquinas pequenas compactas e não faz a mínima ideia do que é a fotografia. No final, vejo fotografias muito interessantes, artísticas, devidamente enquadradas de acordo com aquilo que foi transmitido e fico com a sensação de que as pessoas foram mais ricas para casa. E os workshop são isso mesmo, uma forma de poder enriquecer um pouco mais pessoas, os seus conhecimentos, as suas sensibilidades, e julgo que nesse aspecto temos a missão cumprida”, refere. No que diz respeito à realização de mais formações no Faial, o fotógrafo evidencia a sua vontade de voltar à ilha no próximo ano: “estamos já a preparar o ano 2011, e a nível da Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores estamos a planear vários workshops, a tentar arranjar patrocínios, a recorrer a apoios europeus e por isso penso que no próximo ano e à semelhança dos últimos vamos ter mais formação fora de são Miguel, mas isso irá sempre depender dos apoios e da adesão”, reforça.

AJITER Este workshop de iniciação à fotografia digital incluiu uma sessão de esclarecimento e trabalho acerca da igualdade de género apresentado por Ana Catarina, no âmbito do Projecto “FotoIgual – Fotografar a Igualdade de Género” integrado no Programa "Agenda IGuAlAÇOREs 2010", onde se insere, através da realização de um

concurso de fotografia para obter imagens que ilustrem questões relacionadas com a igualdade de género. Nesta sessão foram abordados vários aspectos relacionados com a igualdade de géneros, nomeadamente o conceito de igualdade, o conceito de género e sexo, o conceito de igualdade de género, os papéis sociais de género e estereótipos inerentes, a história da mulher e a mulher na história. Outros aspectos da igualdade de género apresentados prenderam-se com questões como a situação das mulheres e homens no mercado de trabalho, o papel da educação e da formação profissional, a posição da mulher e do homem na organização da vida familiar, os mecanismos que reproduzem a desigualdade de género, a violência doméstica, entre outras coisas. A Associação Juvenil da Ilha Terceira (AJITER) é uma instituição sem fins lucrativos, que foi constituída em Abril de 2003, com objectivo principal de promover um reforço do associativismo juvenil na comunidade açoriana, como forma privilegiada para a promoção da integração dos jovens na comunidade onde se encontram inseridos, de forma a combater a indiferença generalizada que por vezes se faz sentir na nossa juventude. Desde a sua criação, esta associação tem desenvolvido muito trabalho, através da intervenção social e comunitária nas mais variadas áreas de relevo para a juventude, desde a educação para a cidadania, passando pela educação, para a saúde, prevenção de comportamentos de risco, solidariedade, combate à exclusão social, desporto, promoção do acesso à nova sociedade de informação, valorização do património histórico e cultural da Terceira, entre outras.


cuLTuRA

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Concertos na Igrejas da Horta g Este fim-de-semana, as Igrejas da Matriz e das Angústias recebem dois concertos.

Na Matriz, amanhã, a partir das 21h30, e integrado na Temporada de Música 2010, tem lugar o concerto da Capella Patriarchal. Serão interpretadas obras de Frei Fernando de Almeida, pelas sopranos Mónica Santos, e Mónica Monteiro, pelas contraltos Carolina Figueiredo e Catarina Saraiva, pelos tenores João Moreira e André Baleiro e pelos baixos Manuel Rebelo e, Sérgio Silva. O órgão e a direcção musical estão a cargo de João Vaz. No domingo, a partir das 18h00, na Igreja das Angústias, tem lugar o Concerto de Natal organizado pelo Grupo Coral da Horta. Para além do grupo organizador, marcarão presença nesta iniciativa o Coral “Mater Dei” e a Sociedade Filarmónica União Faialense.

No 20º aniversário do Conservatório da Horta Victor Rui Dores g Criado pelo Decreto Regulamentar Regional nº 22/89/A, de 26 de Junho de 1989, o Conservatório Regional da Horta teve o seu nascimento efectivo no dia 22 de Novembro de 1990, data oficial de abertura do primeiro ano lectivo, o de 1990/1991, apesar de, no ano anterior, ter funcionado durante cinco meses em regime experimental. Dois nomes faialenses merecem, desde já, destaque pelo muito que contribuíram para o arranque do Conservatório Regional da Horta: Herberto Dart, então Presidente da Câmara Municipal da Horta, e Elisabete Oliveira stewart, primeira directora daquele estabelecimento de ensino. Determinante foi também o “lobby” político dos deputados que, na altura, representavam a ilha do Faial na Assembleia Regional dos Açores. Anteriores ao Conservatório Regional da Horta, existiam, nos Açores, o Conservatório Regional de Ponta Delgada e o Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, ambos com ensino artístico vocacionado para a Música e para o ballet. Tal como os seus congéneres, o Conservatório Regional da Horta começou por ministrar um ensino em regime supletivo, com um quadro de docentes com o estatuto de professores convida-

dos, estrangeiros na sua esmagadora maioria. A aposta inicial recaiu nos Cursos livres, os quais, por força de sucessivos Decretos-lei e Portarias, foram dando espaço e lugar aos Cursos Curriculares: de ballet, Canto, Piano, Órgão, Violino, Violoncelo, Clarinete, Trompete, Trombone, Tuba, Flauta, Guitarra e Acordeão, havendo a considerar uma diversificada componente teórica: Iniciação Musical, História da Música, Formação Musical e Análise e Técnicas de Composição. O instrumento mais procurado foi, desde sempre, o piano, por questões que se prendem com uma forte tradição pianística na ilha do Faial. Por outro lado, a existência de oito filarmónicas nesta ilha tem levado ao Conservatório largas centenas de jovens que ali têm vindo a desenvolver estudos e a aperfeiçoar técnicas de execução. Com a extinção do estatuto de professores convidados, os docentes do Conservatório Regional da Horta passaram a uma situação de contratação anual, sendo que, a partir do ano lectivo de 2001/2002, começaram a ser integrados na carreira docente, entrando para os quadros de nomeação definitiva, uma vez cumpridos uma série de requisitos legais: reconhecimento, por parte de universidades portuguesas, das licenciaturas e equivalência dos cursos, tempo de prática lectiva e realização de uma prova sobre conhecimento e domínio da língua Portuguesa. As boas práticas do Conservatório

Regional da Horta têm alcançado patamares de excelência no ensino de alguns instrumentos, nomeadamente o Piano, com resultados à vista: prémios ganhos, a nível nacional, por parte de alunos mais aplicados. A criação, em 1999, da Orquestra de Câmara do Conservatório Regional da Horta, pelo professor Alexandre levtchenko, formada por professores e alunos do Conservatório bem como alguns convidados, constituiu uma mais valia musical para a comunidade faialense, com concertos apresentados dentro e fora da ilha do Faial. De destacar os Concertos da Páscoa e do Natal que, nas últimas duas décadas, têm vindo a atrair melómanos e a fidelizar públicos, orquestra que agora ostenta o nome “Camerton”. De referir ainda o valioso contributo do tenor austríaco Kurt spanier que,

numa primeira fase, imprimiu ao Conservatório Regional da Horta dinâmicas musicais determinantes, tendo, posteriormente, criado a orquestra “Horta Camerata”, que inclui músicos nossos e outros das mais diversas proveniências. Os bons ofícios de Kurt conseguiram já colocar a Horta no mapa da alta roda da música, já que a reputadíssima revista musical “Der Neus Merker”, na sua edição de Maio de 2009, tece referências elogiosas aos concertos realizados nesta cidade. Importante foi também o papel da agora extinta Associação dos Amigos do Conservatório Regional da Horta, na pessoa da sua presidente, Helen Rost Martins. Recorde-se que, periodicamente, e para além das Audições no Conservatório, os alunos desta Escola efectuam, dentro e fora dela, uma série de

concertos com finalidades didácticas e pedagógicas, promovendo, deste modo, a música de qualidade e motivando as camadas mais jovens para a arte musical. Por outro lado, alguns dos professores do Conservatório Regional da Horta têm sido convidados a integrar orquestras e outras formações musicais pertencentes aos restantes Conservatórios dos Açores, bem como de outras Escolas do espaço nacional. Em duas décadas de actividade, o Conservatório Regional da Horta deu formação e certificação profissional a 17 alunos que, hoje, são professores do 1º e 2º ciclos do ensino básico. E mais de trinta foram aqueles que, concluídos os seus cursos, prosseguiram e prosseguem estudos a nível superior. Ao longo da sua existência, o Conservatório Regional da Horta teve como seus directores e presidentes de conselhos directivos e executivos os seguintes docentes: Elisabete Oliveira stewart (1990-1991), Ana Cristina Coelho (1991-1995), César barreira (1995-1997), Victor Rui Dores (19972005), lúcia saponaro (2005/2006), Marcello Guarini (2006/2007) e Yuri Pavchinski (2007 até á actualidade). servindo as ilhas do Faial e do Pico, e com uma população estudantil anual que ultrapassa as duas centenas, o Conservatório Regional da Horta ministra um ensino selectivo, mas não elitista. Isto é, um ensino especializado de música e dança que se situa entra a tradição e a inovação e que tem no rigor e na qualidade as suas melhores armas.

cInEmA nO TEATRO fAIALEnsE

Comer, orar e amar

Shrek para sempre

(Hortaludus; dias 10 e 12, 21h30; >12) g Realizado por Ryan Murphy, argumentista da consagrada série Glee, Comer, Orar e Amar trata-se da adaptação ao grande ecrã do bestseller internacional da escritora e jornalista Elizabeth Gilbert. A liderar o elenco está Júlia Roberts (Nothing Hill), a quem se juntam Javier bardem (Mar Adentro) e James Franco (Homem Aranha). Roberts é liz, uma mulher bem sucedida em todas as facetas da sua vida que, de repente e após um divórcio, se vê perdida e confusa. saindo da sua

(Hortaludus; dia 12, 17h00; >06) g Dos estúdios da Dreamworks Animation, e nove anos depois do aparecimento do ogre verde que encantou miúdos e graúdos e revolucionou o conceito de conto de fadas, surge o quarto (e anunciado como o último) filme da saga shrek. Neste filme, shrek vive uma crise de meia-idade, assoberbado com as responsabilidades inerentes a ser chefe de família, e dá por si a questionar se não teria sido melhor nunca ter deixado de ser solteiro. É então que surge Rumpelstiltskin, que, recorrendo à magia, torna os "desejos" de shrek realidade. E este dá por si numa versão alternativa da sua própria vida, na

zona de conforto, liz decide arriscar e mudar de vida, embarcando numa viagem para descobrir o mundo ao mesmo tempo que se tenta descobrir a si própria. Nessa aventura, descobre na Itália o verdadeiro prazer da alimentação, na Índia, o poder da oração, e em bali, finalmente, a paz interior e o equilíbrio BARDEM E ROBERTS Os dois actores do amor verdadeiro. fazem uma dupla de peso neste romance

qual o rei de bué-bué longe é o próprio Rumpelstiltskin e shrek nunca conheceu Fiona, nem o Gato das botas ou o burro. Agora, o ogre terá de encontrar a forma de quebrar o feitiço, restaurar a paz em bué-bué longe e recuperar o amor da família e a admiração dos amigos. shrek para sempre integra a lista de prénomeados ao Óscar para melhor filme de animação.


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EnTREvIsTA

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sEcRETáRIO REgIOnAL DO AmbIEnTE E DO mAR - áLAmO mEnEsEs

Projecto do centro de processamento de resíduos do faial concluído Maria José Silva A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar tem vindo a reforçar a sua presença no Faial, com a instalação de vários serviços na ilha. TRIBUNA DAS ILHAS esteve à conversa com Álamo Meneses, secretário regional do Ambiente e do Mar que nos elucidou sobre algumas práticas e iniciativas da Secretaria que tutela.

Em que ponto está a criação do Parque Marinho? As zonas que integrarão o parque marinho já foram todas identificadas. Já obtivemos, para as fontes hidrotermais que estão dentro das nossas águas, o reconhecimento da União Europeia. Obteve-se também através da OSPAR, o reconhecimento para as áreas situadas para além das 200 milhas. Neste momento, o parque marinho, sob o ponto de vista estrutural está constituído. Estamos a preparar o diploma que lhe vai conferir a existência jurídica para que, no início de 2012, possamos avançar.

Muito recentemente, através da SRAM foi criado o Parque Natural do Faial. Qual a importância da sua criação? O Parque Natural da Ilha do Faial é uma estrutura que visa aproveitar aquilo que a ilha tem de melhor do ponto de vista da natureza. A organização do PNF tem dois objectivos: o primeiro e mais importante do ponto de vista ambiental é a conservação daquele espaço, mas não se pode fazer conservação sem fruição, ou seja, fazer conservação da natureza não é fechar as coisas e dizer que ninguém pode ver. É importante aproveitar estas valências, adoptando as devidas precauções, quer para o lazer dos residentes, quer para os turistas que nos visitam. Assim, PNF é um pólo de atracção turística e tem uma vantagem em relação aos outros parques naturais da Região. Está dotado do Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, um edifício de características excepcionais que engloba toda aquela mística do Vulcão que é, nada mais, nada menos, do que um dos principais pólos de atracção do Faial.

Sendo um parque mais restrito, sem acesso directo dos turistas, como vai desenvolver-se a sua actividade? O Parque Marinho não é constituído por zonas de interesse turístico. Estamos a falar de fontes hidrotermais, a milhares de metros de profundidade, de zonas muito remotas em relação às ilhas, daí que o essencial seja mesmo o efeito de conservação. A importância do Parque Marinho prender-se-á mais na conservação das zonas marinhas e na congregação de todo o esforço de educação para o mar que é preciso ter, ou seja, o Parque Marinho fica fora daquilo que é possível aos turistas visitar mas terá de ter uma presença em terra que dê a conhecer aos açorianos aquilo que são as potencialidades do mar.

Certo e sabido é que é um motor de desenvolvimento turístico da ilha e como tal a SRAM também está a desenvolver outros Parques Naturais noutras ilhas do Arquipélago. Acredita neste novo conceito? O objectivo da SRAM é criar 10 parques naturais, um em cada ilha, e um Parque Marinho, também aqui no Faial, que gere o nosso território marinho situado para além das águas territoriais, ou seja, as zonas de conservação situadas para além das 12 milhas da costa e mesmo algumas fora da Zona Económica Exclusiva, em águas internacionais, mas que com a Convenção OSPAR foram colocadas sob a nossa gestão. As estruturas de conservação e gestão da natureza são muito importantes do ponto de vista da conservação dos valores ambientais existentes, da fruição dos espaços e aproveitamento dos parques naturais para o turismo.

A potencialidade do mar tem sido aclamada por inúmeras pessoas/entidades e forças políticas. Quais são os objectivos da SRAM para esta área? O mar tem que ser gerido como um recurso. O mar encerra um conjunto de potencialidades que estão muito longe de uma plena exploração, e é o repositório da maioria dos recursos naturais que vão potenciar a vida nas gerações futuras nestas ilhas por isso temos que rapidamente ocupar o mar, porque se não o fizermos, vai haver quem faça. É um bem precioso que os açorianos têm de aproveitar, sem nunca perder de vista, claro está, a sua sustentabilidade. A simbiose entre ambiente e turismo foi evidenciada com a eleição da Lagoa das Sete Cidades e da Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico enquanto Maravilhas de Portugal. Já passaram alguns meses desde essa eleição, muito tem sido dito a esse respeito, positiva e negativamente, mas já é possível ter noção do feedback? As contas em relação às vantagens auferidas em termos de exposição publica dos Açores já foram feitas e apontam para uma poupança de dezenas de milhões de euros que seria o que teríamos gasto se com-

àLAMO MENESES diz que uma das grandes prioridades do governo no que ao ambiente diz respeito passa por fomentar uma educação ambiental mais profícua na região

prássemos todo o tempo de televisão, rádio, jornal e exposição pública que conseguimos com a eleição das 7 Maravilhas de Portugal. Excederam em muito aquelas que foram as nossas expectativas iniciais. Mas este é um investimento a longo prazo porque, com estes galardões, estamos a potenciar a caracterização dos Açores do ponto de vista ambiental e do ponto de vista do turismo ambiental e, claro, da qualidade de vida. Não é por acaso que os Açores são considerados, a nível internacional, como um dos melhores sítios a visitar no que ao turismo de natureza diz respeito. Os galardões são “mais umas peças na construção do edifício” que visa garantir a quem cá vive e a quem nos visita que os Açores são um lugar de excelência ambiental. Um dos pilares desse edifício é, certamente, a criação da ERSARA. A ERSARA é uma entidade reguladora que tem duas competências nucleares: uma é garantir que a água que as pessoas bebem nas suas casas é água de qualidade. Na maior parte dos concelhos dos Açores a qualidade da água é excelente, noutros ainda há algumas arestas a limar. Por outro lado, a ERSARA tem como objectivo garantir que os sistemas de tratamento de resíduos funcionam de acordo com as normas e essa é a nossa principal fraqueza do ponto de vista ambiental. Queremos tentar forçar as Câmaras Municipais e os operadores de resíduos a cumprirem as suas obrigações em termos de gestão de resíduos, uma vez que há uma taxa de incumprimento muito elevada. O senhor secretário tem demonstrado ainda uma preocupação no que à legislação diz respeito. Porquê? Os Açores não tinham leis ambien-

tais fundamentadas? O ambiente é das áreas onde há mais legislação a nível europeu, nacional e mesmo regional. O que acontece é que nos Açores estamos a utilizar legislação nacional, que em alguns casos está adaptada organicamente à nossa realidade, mas que em muitos casos não está, e isso faz com que haja alguma dispersão daquilo que são os objectivos específicos que temos para os Açores e o contexto em que a legislação foi feita. Importa então que os Açores façam uma transposição de directivas comunitárias para a legislação nacional, o que permite simplificar processos. Várias são as entidades, desde organizações ambientais a partidos políticos, que têm vindo a público denunciar o caso da lixeira da Fajã. Para além desse problema, como está o Faial em termos de ambiente? A ilha do Faial é um exemplo de coisas bem-feitas. É uma ilha em que todas as juntas de freguesia têm um comportamento exemplar, e isso ficou bem vincado agora com a campanha “Eco freguesia, freguesia limpa” e com o Limpar Portugal. A ilha do Faial está mais limpa do que as outras mas de quando em vez aparece lixo onde não deve aparecer. O aterro da Fajã é um aterro que tem alguns problemas e nós gostávamos de o ver desaparecer o mais rápido possível. E já têm sido feitas algumas diligências nesse sentido? Neste momento está concluído o projecto do centro de processamento de resíduos do Faial que vai ser colocado também na Fajã e que substituirá em boa parte o aterro. Em vez dos resíduos irem directamente para o aterro são previamente tratados e é-lhes dado um destino final adequado. Com esse equipa-

mento a maioria dos resíduos não tem que ir para aterro e pode passarse à selagem do mesmo e à recuperação da vegetação daquela zona. Este investimento não será concretizado a curto prazo, mas posso adiantar que o investimento na área dos resíduos nos Açores na ordem dos 200 milhões de euros. A AZORINA também vai ter sede no Faial. Como está o processo de constituição desta entidade da SRAM? Neste momento já estão indigitadas as pessoas que vão constituir a AZORINA, com sede no Faial. Desde o dia 1 de Outubro que está a decorrer a fase de instalação e no dia 1 de Janeiro vai iniciar funções em pleno, ou seja, quando entrar em vigor o novo Orçamento de Estado. Voltando um pouco atrás, em relação ao ambiente quais são os grandes objectivos da SRAM para o futuro? Neste momento existem três grandes pilares de desenvolvimento: a gestão dos resíduos, a conservação da biodiversidade e a educação ambiental. A gestão dos resíduos é a área “critica” dos Açores. Temos de investir no sentido de ultrapassar as debilidades que ainda existem. Em segundo lugar está a questão da conservação da biodiversidade. Nos Açores temos um conjunto de espécies que são um repositório muito importante que não pode ser perdido. Temos de agir sobre a conservação da Natureza e temos que combater as invasoras que são “inimigos silenciosos”. A educação ambiental é outro dos pontos que a SRAM tem em mente como prioridade porque grande parte das catástrofes e crises ambientais que ultrapassamos devem-se ao facto da população ainda não estar desperta para isso.


nOTícIAs

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miSSa Do 3.º aNiverSário

cOnsELhO DE gOvERnO

faial vai ter unidade de Saúde de ilha g O Conselho do Governo aprovou quarta-feira, em Ponta Delgada, os diplomas que criam as unidades de saúde de Ilha em santa Maria, Graciosa e Faial, aprovando igualmente as respectivas orgânicas e quadros de pessoal. Ao apresentar o comunicado da última reunião governamental, o secretário Regional da Presidência disse que esta decisão “dá seguimento ao processo de implementação das unidades de saúde de ilha”, já adoptadas nas ilhas do Pico, são Jorge, Flores e Corvo. A medida visa também “consolidar a estrutura organizativa e o funcionamento dos serviços de modo a obter ganhos de eficiência na gestão das unidades serviço Regional de saúde, não comportando qualquer aumento de encargos”, adiantou André bradford. Na sua reunião de quarta-feira, o Governo procedeu igualmente “à primeira delimitação de áreas potencialmente infestadas por térmitas na Região, segundo a espécie e respectiva freguesia, e à divulgação de um mapa de risco de infestação referente às ilhas Terceira, Faial, são Miguel, santa Maria e são Jorge, ilhas onde é conhecida a presença de térmitas”. No que se refere às térmitas de madeira seca e às subterrâneas que afectam edifícios, André bradford adiantou que “a venda ou arrendamento de imóveis nas freguesias

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agora identificadas terá, por imperativo legal, de ser acompanhada por um certificado oficial de inspecção”. De acordo com o comunicado apresentado, a evolução dos estudos e os resultados dos programas de combate às térmitas em curso vão permitir, “a curto e a médio prazo, afinar as delimitações ora feitas, introduzindo as correcções que se julguem necessárias”. Por outro lado, os utentes dos serviços e organismos da Administração Pública Regional vão passar também a poderem apresentar sugestões de melhoria na forma de atendimento, para além de reclamações. A medida, foi também aprovada na reunião de Conselho do Governo e insere-se na política de aproximação da Administração ao cidadão. A Resolução agora aprovada pelo Governo introduz algumas alterações ao quadro legal existente, nomeadamente no que se refere ao “livro de Reclamações”, que passa a permitir ao cidadão a apresentação de sugestões de melhoria do funcionamento dos serviços, passando por isso a designar-se por “livro de Reclamações e sugestões”. “A gestão das reclamações e sugestões através de uma base de dados online e a realização de auditorias externas são outros dos novos mecanismos agora introduzidos, no sentido de uma melhoria contínua da prestação dos serviços da administração

pública regional”, adiantou ainda o governante. Nesta reunião, o Governo resolveu também autorizar a concessão de um aval ao Hospital do Divino Espírito santo de Ponta Delgada, E.P.E., no valor de 10 milhões de euros. O comunicado sublinha todavia que, “com este aval, e não obstante o Governo estar autorizado pela Assembleia à concessão global de avales para 2010 no montante de 45 milhões de euros, foram apenas utilizados 29,5 milhões”. “Em contrapartida, ao longo de 2010 foram reduzidas as responsabilidades de avales anteriormente concedidos em 15 milhões de euros, pelo facto das empresas avalizadas terem cumprido integralmente os seus compromissos”, adiantou ainda o secretário Regional da Presidência. No âmbito do regime de cooperação técnico-financeira com as autarquias locais, o Governo aprovou a inclusão dos investimentos relativos às obras de remodelação da Escola Eb1/JI do Capelo, concelho da Horta, Faial, no programa de cooperação financeira directa, sendo a comparticipação financeira do Governo Regional correspondente a 25% do valor total do investimento. Trata-se de um projecto de colaboração entre o Governo dos Açores e as autarquias locais na recuperação do parque escolar e na melhoria da oferta de ensino na Região.

Maria Lígia ribeiro Garcia de Lacerda A família na impossibilidade de o fazer pessoalmente serve-se deste meio para informar que mandou celebrar um missa no próximo dia 11 de Dezembro, por ocasião do terceiro aniversário da sua morte. A missa terá lugar na Igreja Matriz do santissimo salvador da Horta pelas 18h00. O víuvo, José Cunha de lacerda, filhos, netos e bisneto agradecem às pessoas de sua amizade e a todos quantos queiram assistir a este piedoso acto.

associação Humanitária de bombeiros voluntários do faial Fundada a 16 de Maio de 1912*Federada na liga dos bombeiros Portugueses* Cavaleiro da Ordem de benemerência* Medalha de ouro duas estrelas da liga dos bombeiros Portugueses

CoNvoCatória Nos termos do artigo 20.º dos Estatutos da Associação Humanitária de bombeiros Voluntários do Faial, convocam-se os sócios para uma Reunião Ordinária da Assembleia Geral, a realizar no dia 20 de Dezembro de 2010, pelas 20h00, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 – Plano de Actividades e Orçamento da Associação para 2011 2 – Outros assuntos se à hora marcada não se encontrarem presentes a maioria dos sócios, com direito a voto, a mesma funcionará meia hora mais tarde, com qualquer número de sócios, de acordo com o estabelecido no parágrafo único do artigo 20.º dos respectivos estatutos. Horta, 06 de Dezembro de 10 O Presidente da Assembleia-geral rodrigo Pinto

aSSembLeia muNiCiPaL Da Horta eDitaL JorGe aLberto Da CoSta Pereira, PreSiDeNte Da aSSembLeia muNiCiPaL Da Horta: FAz SAber, nos termos do disposto no artigo 49.º da lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada e republicada pela lei n.º5-A/2002, de 11 de Janeiro, que a Assembleia reunirá no dia 15 de Dezembro pelas 14H30, na sociedade Amor da Pátria, com a seguinte Ordem do Dia: 1 – Apreciação do Relatório da Comissão Permanente da Assembleia Municipal relativo à petição “Pela salvaguarda do direito do repouso dos residentes da freguesia da Matriz – Horta/Violação do Regulamento do Ruído”; 2 – Apreciação da informação de actividades da Câmara Municipal da Horta e da sua situação financeira, no período de 1 de setembro a 31 de Outubro de 2010; 3 – Proposta de alteração da Delegação de Competências da Junta de Freguesia do salão; 4 – Proposta de alteração da Delegação de Competências da Junta de Freguesia dos Cedros; 5 – Proposta de alteração da Delegação de Competências da Junta de Freguesia de Pedro Miguel; 6 – Proposta de alteração da Delegação de Competências da Junta de Freguesia da Feteira; 7 – Revisão Orçamental n.º 3 de 2010; 8 – Grandes Opções do Plano de Actividades Mais Relevantes para o ano de 2011; 9 – Orçamento da Receita e da Despesa para o ano de 2011; 10 – Protocolos de Delegação de Competências do Município da Horta nas 13 freguesias do Concelho para 2011; 11 – Proposta de alteração da Orgânica da Câmara Municipal da Horta. Mais se faz saber que, nos termos regimentais, no final da sessão está reservado o período de trinta minutos para intervenções do público sobre assuntos do âmbito do Concelho. Assembleia Municipal da Horta, 7 de Dezembro de 2010. O Presidente da Assembleia, Jorge alberto da Costa Pereira

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OPINIãO

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Tribuna das Ilhas

as más novidades de 2011 Jorge Costa Pereira

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. Esta legislatura tem sido fértil na demonstração da fragilidade e do pouco peso político que os eleitos pelo Partido socialista do Faial têm nas decisões do governo e do próprio partido. Desde a forma como se processou o afastamento de Fernando Menezes (com um arrepiante e cúmplice silêncio das estruturas locais) até à recente saída de Hélder silva (que teve de assumir razões profissionais como justificação), cumpriu-se um trajecto que determinou a ausência agora completa do Partido socialista do Faial de todos os lugares de topo ou de maior realce na estrutura do Governo Regional, da Assembleia, do Grupo Parlamentar e do próprio partido.

2

. Esta situação é o corolário de uma opção já antiga dos responsáveis locais que, salvo raríssimas excepções, têm privilegiado uma postura de permanente aceitação passiva e justificativa de todas as acções do governo, mesmo que objectivamente prejudiciais aos interesses do Faial. Perante casos como as

Plataformas logísticas, o encerramento da Rádionaval, o eterno adiamento da ampliação da pista do Aeroporto ou da Variante, tudo assuntos que no passado recente ou que na discussão do Plano para 2011 estiveram na ordem do dia, a posição dos responsáveis oscilou entre a incongruência (tomarem determinadas posições públicas em determinados locais, e noutros posição diversa) e o silêncio (alguém ouviu os deputados do Ps do Faial na discussão do Plano para 2011?). Não admira, por isso, que o Ps do Faial se tenha infelizmente tornado na prática uma inexistência regional.

3

. A discussão do Plano e Orçamento do Governo Regional para 2011 foi, nalguns aspectos, tristemente elucidativa e clarificadora sobre os futuros investimentos no Faial. Relembremos apenas alguns: amPLiação

Da

PiSta

Do

aeroPorto Da Horta – questionado pelo Deputado luís Garcia sobre este investimento estruturante e crucial para o desenvolvimento do Faial, e que é uma reivindicação antiga e justa

dos Faialenses, o secretário Regional da Economia deu a seguinte resposta: “a ampliação da pista do Aeroporto da Horta não desapareceu do Plano; apenas foi adiada.” A verdade, porém, impõe que se diga que, de facto, este investimento pura e simplesmente desapareceu do Plano para 2011, depois de ter figurado no Plano para 2010 e de nada se ter feito, nem neste ano nem nos anteriores todos. Para um presidente do Governo que prometeu há mais de dez anos (e que, entretanto, renovou essa promessa) que, caso a ANA não ampliasse a pista do Aeroporto da Horta, o Governo Regional assumiria esse investimento, está bem de ver que tal obra serve apenas para enganar os Faialenses em véspera de eleições, porque, logo a seguir, é vítima de amnésia profunda e de adiamentos compulsivos! variaNte – Há muitos anos que a construção da Variante à cidade da Horta é prometida aos Faialenses. A meia-Variante que, entretanto, foi construída dá ao Governo Regional esse notável galardão de ter construído até hoje 176 metros por ano!

Depois de ter deixado caducar as medidas cautelares que salvaguardavam o traçado da Variante na zona das Dutras; depois de ter prometido em Fevereiro de 2007 que a 2ª fase da Variante seria construída até 2012, agora, o Governo já diz que a Variante, afinal, só será construída depois de 2013!... ParQue teCNoLóGiCo Do faiaL – Já há vários anos que se vem defendendo a criação na Horta de um Parque Tecnológico que, envolvendo diversas parcerias e instituições, possa ser uma aposta no conhecimento, estudo e desenvolvimento de actividades relacionadas com o mar, essa importante e estratégica riqueza que nos rodeia. sobre este assunto, não resisto em citar a passagem do que sobre ele disse o secretário da Ciência e Tecnologia no último Plenário: “privilegiaremos as redes de investigação (…) e a pesquisa ligada às empresas, integrada, por exemplo, nas infra-estruturas tecnológicas que estamos a criar na Região. são os casos do Centro de Excelência do Mar que já possuem condições de funcionamento no IMAR/DOP no Faial, do NONAGON (Parque

Tecnológico de são Miguel) e do Instituto de biotecnologia e biomedicina da Terceira”. Colocar o chamado Centro de Excelência do Mar do Faial ao lado dos investimentos previstos para s. Miguel e para a Terceira, só pode ser uma lamentável hipocrisia. Com efeito, enquanto aquele responsável político assume que no Faial já existem condições para funcionar (logo, não há nada para construir nem para adaptar para esse fim!), em s. Miguel o seu Parque Tecnológico será construído na lagoa, constituído por quatro edifícios, com um valor-base de 30 milhões de euros, e na Terceira, o Parque Tecnológico será construído no Pico da urze, também com várias valências. Mas, no Faial o Governo acena com o nome de Centro de Excelência (coisa que o DOP já é há anos) para apenas fazer de conta, ter discurso e tentar convencer os incautos e distraídos! Com exemplos destes como podemos genuinamente acreditar que para 2011 “a nossa esperança aumenta 21,1%” e que, segundo alguns, até somos uns “afortunados”? 07.12.2010

estrelas cadentes!... o cemitério Paulo Oliveira

A

proxima-se mais uma quadra natalícia, e com ela, e a par da preparação religiosa, aumenta o frenesim das compras, para júbilo das crianças. Crianças, que, acreditando ou não no Pai Natal, fazem as suas cartas ao Menino Jesus, com as suas listas de prendas, na expectativa que o bom comportamento e as boas notas, rendam algumas prendas na noite de Natal, em que das estrelas virá um trenó carregado de sacos com lembranças. Pai Natal à parte, há muito que os Faialenses deixaram de acreditar que, no seu sapatinho, caiam as prendas há muito prometidas, mas que tardam em desembrulhar e degustar. Já têm barbas branquinhas as promessas de ampliação da pista do Aeroporto, a construção do Campo de Golfe, das Termas do Varadouro, da Variante, das Estradas Regionais, do saneamento básico, do Aterro sanitário ou da Requalificação da Paisagem Protegida do Monte da Guia, da Caldeira ou do Morro de Castelo branco..., ou de uma simples e nova Iluminação de Natal. Recordo que em 2009, os vereadores do PsD propuseram que ficasse no Plano e Orçamento da Câmara Municipal da Horta para 2010, uma inscrição e respectiva verba para uma nova iluminação de Natal, para a cidade da Horta.

Como sempre, quando a oposição apresenta uma proposta, invariavelmente, a maioria absoluta socialista afirma que a nossa intenção já estava prevista, pelo que não havia motivo de se inscrever a nossa proposta. Mais acrescentaram que sempre se havia feito a Iluminação de Natal sem estar inscrita no Plano, e que, para o ano de 2010, tudo seria diferente, tal era o entusiasmo e empenho do novel vereador, ex-director regional. Chegámos à Quadra Natalícia de 2010, e o que vemos? uma maior e melhor iluminação de Natal? Não! Vemos a pior iluminação de Natal de sempre, com menos quadros, com menos luz, e com menor extensão, contrariando as tendências nacionais, regionais e locais, para já não falar na postura de César, em contra-ciclo. Motivos? A crise? Os cortes orçamentais? Não cremos, até porque não é essa a postura da grande maioria dos Municípios da nossa Região. A desculpa, é, mais uma vez, cómoda, descarada e profundamente desrespeitadora da dignidade dos Faialenses, já que a crise e os cortes orçamentais não chegam por igual a todas as rubricas do Plano, designadamente, às despesas de representação da Câmara e do seu presidente, quer nas viagens, quer nas imensas horas de espera em que o seu motorista espera por sua Excelência, como

se não fosse possível prever a hora de saída dos eventos!... Ou será que o exercício da Presidência lhe fez olvidar a permissão pessoal de conduzir? basta atravessar o canal, para ver os Presidentes de Câmara da Ilha do Pico a conduzirem as suas viaturas de representação... Ou será que o Presidente de uma cidade não deverá ser visto a conduzir, porque não fica bem para o status? Por outro lado, é com profundo desencanto que os Faialenses constatam que a frescura injectada à pressa na lista socialista à autarquia faialense, valorizada por dois ex-directores regionais em fim de ciclo, rapidamente tenham sido reduzidos a figurantes e reconduzidos à bancada, com uma vereadora sem tempo, e com um vereador que perdeu o fôlego e acertou o passo com a velocidade de uma ilha que há muito marca passo no desenvolvimento regional. será que este será um vírus ilhéu, que corrompe, corrói e destrói a melhor das intenções? Ou será alguma força do mal, disforme e buçal, que onde põe a mão, tudo contamina, abafa e mata, fazendo esquecer as promessas e os compromissos que eleitoralmente assumiram com o povo? Mas afinal, qual será o mistério que estará na origem do percurso acelerado e degenerativo destas “estrelas cadentes”? Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

Roberto Faria

T

oda a zona da baia de Porto Pim é uma das paisagens mais simbólicas da ilha do Faial. A pacífica praia envolta pelos Montes Queimado e da Guia, a calmaria das águas, a muralha que contorna a costa e protege a zona do Pasteleiro, devidamente adornada pelos Fortes de são sebastião e de Porto Pim, são factores naturais e patrimoniais que ajudam a criar um espaço inesquecível e aprazível a quem nos visita e aos habitantes locais. No entanto, era necessário revitalizar uma série de património arquitectónico que em muito enriquece esta zona esquecida da cidade da Horta. E assim sucedeu com o inicio das obras de recuperação do edifício da fábrica da baleia, havendo até um cuidado na cor das valetas, dos pilares e dos passeios de modo a não cau-

sar um impacto visual que contrastasse com a paisagem protegida do Monte da Guia. Mas, há sempre um “mas”, há algo que destoa do resto e que põe em causa o resto da obra de recuperação. A antiga eira fere a vista pois contrasta indevidamente com a paisagem circundante. Com aquele branco assemelha-se mais a um cemitério desabitado, criando um contraste desnecessário naquilo que é uma paisagem protegida. Muito se fala da necessidade de recuperar o património edificado pelos nossos antepassados. Mas na maior parte das vezes recupera-se sem pensar dando lugar a aberrações que não passam de uma falta de respeito pelo passado. A nossa identidade cultural e social baseia-se em grande parte no legado deixado pelos nossos antecessores, logo é sempre de bom tom pensar e repensar as melhores vias para a sua preservação/recuperação. será que ainda vamos a tempo de dar a volta e salvar do ridículo uma obra desfigurada por um pequeno pormenor estético?


DEspORTO

Tribuna das Ilhas

AnDEbOL

oito golos. Desta forma os leões subiram ao 4º lugar, aproveitando o embate entre Madeira sAD e benfica, onde pelo menos uma das equipas teria de perder pontos. Contudo o Águas santas continua a perseguição, depois de também vencer com facilidade, o são bernardo, equipa que ainda não venceu esta temporada. sporting 28-18 são Mamede

sC Horta 31-27 Colégio 7 Fontes Xico Andebol 26-36 FC Porto são bernardo 22-31 Águas santas AbC 30-27 belenenses Madeira sAD 25-26 benfica Na quarta-feira, na Horta, o sporting recebeu o sismaria para os oitavos de final da Taça de Portugal. Os sportinguistas venceram por 3318. Os quartos-de-final estão previstos para 5 de Fevereiro de 2011.

Convívio de Natal da escola de vela e Canoagem do CNH g Foi no bar do Clube Naval da Horta que no passado dia 4 de Dezembro se celebrou o "Convívio de Natal da Escola de Vela e Canoagem 2010" Estiveram presentes cerca de 150 pessoas e também não faltou o "homem das barbas branquinhas". Para além da habitual projecção de fotografias das diversas actividades desenvolvidas por estas duas secções, assistiu-se também, à passagem de filmes de provas desportivas onde o CNH esteve representado. Para a alegria de todas as crianças presentes, o Pai Natal distribuiu lembranças e animou o fim da noite. serviu também, o encontro, para a divulgação do modelo dos Optimist's que se encontram à venda pela Associação Regional de Vela dos Açores. mJS

fuTEbOL – cAmpEOnATO DA Afh

fayal isola-se na liderança g Na quarta-feira o Fayal sport foi

ao Vale vencer o Flamengos por 21. A vitória dos verdes garantiulhes a liderança isolada da tabela classificativa, a 7 pontos dos flamenguenses.

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LiC. maria Do CÉu Prieto Da roCHa Peixoto DeCQ mota

SCH não dá hipótese ao Colégio 7 fontes e ao Sismaria g O sC Horta levou a melhor sobre o Colégio 7 Fontes, apesar da boa réplica dos forasteiros. bruno Costa (9 golos) e Kostetskyy (6) estiveram na base do triunfo por 31-27. O sporting cumpriu a sua obrigação, vencendo o são Mamede este fim-de-semana, por 28-18 (ficha de jogo). Os leões não sentiram grande oposição do adversário, chegando ao intervalo já a vencer com seis golos de diferença (14-8) e onde Fábio Magalhães se destacou com

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No outro jogo da jornada, o lajense venceu nas Canadinhas por 1-0. No passado fim-de-semana, o Fayal sport já tinha vencido o lajense na Alagoa por 1-0, enquan-

to que o Feteira tinha perdido em casa com o Cedrense por 1-3. Na próxima jornada, dia 19 de Dezembro, O lajense recebe o Cedrense, enquanto que o Feteira vai ao Vale defrontar o lajense.

fuTsAL

fayal lidera g Na passada quarta-feira os jogadores do Fayal sport levaram a melhor sobre o Flamengos, em jogo a contar para o Torneio Ilha do Faial. Os verdes venceram os jogadores do Vale por 6-1.

No passado fim-de-semana, o

Fayal tinha também vencido o Atlético. Na próxima jornada, que se joga sábado, no Pavilhão da Horta, defrontam-se Flamengos e Atlético.

Cartório rua da Conceição, n.º 8 r/c – 9900-080

CertiDão Narrativa Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada aos sete de Dezembro de dois mil e dez, de folhas quinze e seguintes, do livro de Notas para escrituras diversas número Noventa e um-E , do Cartório Notarial da licenciada Maria do Céu Prieto da Rocha Peixoto Decq Mota, Notária, sito na Rua da Conceição n.º 8 r/c, na Horta, se encontra exarada uma escritura de JuStifiCação NotariaL na qual antónio Gilberto mendonça fontes NIF 105936936 e mulher maria teresinha de freitas fontes NIF 164174621, casados na comunhão geral, naturais da freguesia da Ribeirinha, deste concelho, onde residem na Estrada Regional n.º 74, declaram: Que são actualmente e com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, todos situados na referida freguesia da Ribeirinha: Primeiro – urbano, sito em Espalhafatos, Estrada Nacional, casa de morada de loja e primeiro andar, com a área coberta de oitenta e setes metros quadrados, dependência de cinquenta e dois metros quadrados e quintal de quatrocentos metros quadrados, a confrontar a norte com Estrada Nacional, sul Caminho, leste Filomena Augusta Mendonça e oeste Grota, inscrito na matriz no artigo 180, com o valor patrimonial tributário de 1.834.48€. Segundo – Rústico, na Grota da Arramada à Ribeira do Papalo, de terra lavradia com a área de sete ares e vinte e seis centiares, a confrontar a norte a oeste com José da Rosa de Freitas, sul atalho e leste Maria Paulina de simas, inscrito na matriz no artigo 383, com o valor patrimonial tributário de 26.15€. terceiro – Rústico, no sítio do Cabeço Tenebroso da Estrada à lomba, Espalhafatos, de terra de pasto com a área de noves ares e sessenta e oito centiares, a confrontar a norte com José Dutra de Escobar, sul Carolina Machado silva, leste Canada e oeste Tomás Rosa bulcão, inscrito na matriz no artigo 2219, com o valor patrimonial tributário de 3.02€. Quarto – Rústico, da Grota da Ramada à Grota da Estrela, da Estrada Nacional à lomba, Espalhafatos, de terra de pasto com a área de nove ares e sessenta e oito centiares, a confrontar a norte, leste e oeste com Tomás António da silva e sul Canada, inscrito na matriz no artigo 2575, com o valor tributário de 3.02€. Quinto – Rústico, no sítio do Tabuleiro, de terra lavradia com a área de quatro ares e oitenta e quatro centiares, a confrontar a norte com José da Rosa Freitas, sul Francisco Inácio Goulart, leste Manuel da Rosa Machado e oeste Maria da Rosa Ramos, inscrito na matriz no artigo 521, com o valor tributário de 20.99€. Sexto – Rústico, no sítio do Nunes, de terra lavradia com a área de dezasseis ares e noventa e quatro centiares, a confrontar a norte com Augusto Pereira Furtado, sul Maria Terra Gomes, leste, Ana da Glória de Freitas e oeste Caminho, inscrito na matriz no artigo 815, com o valor patrimonial tributário de 60.33€. Sétimo – Rústico, na Grota da Arramada à Ribeira do Papalo, de terra lavradia com a área de dezanove ares e trinta e seis centiares, a confrontar a norte com José Augusto Goulart, sul Manuel Inácio Goulart, leste José da Rosa de Freitas Dutra e oeste Tomás António da silva, inscrito na matriz no artigo 399, com o valor patrimonial tributário de 7.29€. oitavo – Rústico, no sítio do Tabuleiro, de terra de relva com a área de quatro ares e oitenta e quatro centiares, a confrontar a norte com Rosa leonor e silva, sul Tomás da Rosa bulcão, leste José Augusto Goulart e oeste José silveira baires, inscrito na matriz no artigo 435, com o valor patrimonial tributário de 5.91€. Nono – Rústico, na Grota da Arramada à Ribeira do Papalo, de terra lavradia com a área de nove ares e sessenta e oito centiares, a confrontar a norte com José da Rosa Faria, sul Maria Paulina simas, leste José Francisco Freitas e oeste Manuel António Faria, inscrito na matriz no artigo 375, com o valor patrimonial tributário de 41.48€. Que nenhum destes prédios se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial da Horta. Que os adquiriram por compras que efectuaram a proprietários diversos há mais de vinte anos, tendo na altura liquidado o imposto de sisa sem terem outorgado as respectivas escrituras de compra e venda. Que desde essa altura até hoje que estão na posse destes prédios, sem a menor oposição de ninguém; posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário, tendo ocupado os prédios, feito sementeiras e colheitas, procedido ao seu arranjo e limpeza, pago contribuições e impostos, tendo retirados dos prédios todas as utilidades normais, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo por isso uma posse pacifica, contínua e pública. Adquiriram assim os mencionados prédios por usucapião e, dado o modo de aquisição, não possuem títulos, estando impossibilitados de comprovar estas aquisições pelos meios normais. É certidão-narrativa que fiz extrair e vai conforme o original. Cartório Notarial, sete de Dezembro de dois mil e dez. a Colaboradora por delegação do Notário: (Filomena Teresinha Pereira Serpa)


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OpInIãO

Tribuna das Ilhas

a ProPóSito…

O

Alzira Silva

s modelos, antigos ou inovadores, os preceitos, tradicionais ou criativos, os princípios, clássicos ou vanguardistas, que cada um segue para debelar a crise, estão na ordem do dia. E desta vez os Açores são, surpreendentemente, notícia. O país andava distraído, não prestou atenção ao anúncio feito por Carlos César de um pacote de medidas de apoio complementar aos açorianos. A Assembleia legislativa aprovou-o no contexto do Plano e Orçamento 2011, num momento económico-financeiro de particulares dificuldades em que se revela necessária alguma dinamização e muita actividade no combate a essas mesmas dificuldades. É para tomar decisões relativas aos Açores que temos órgãos de Autonomia e é isso que esperamos do exercício dessa mesma Autonomia. Dias depois, é o grande alvoroço. Por uma vez, os Açores são falados não pelas intempéries nem pelos sismos, mas por uma medida social diferente. E porque é diferente, houve quem

Se o governo dos Açores entende, no respeito pela unidade nacional e pela Constituição, abdicar de determinados investimentos para acudir a outras situações sociais que considera mais necessárias e se a Assembleia Legislativa aprova tal opção e ainda se ela nada custa aos contribuintes nacionais mas é retirada dos impostos dos açorianos, não se percebe onde está a injustiça. quanto à constitucionalidade, nem em complementos nem em impostos temos situação igual há muito, pelo que lanço uma dúvida legítima: o princípio não foi aplicado aos complementos anteriores por uma impensável distracção ou só agora faz sentido um pronunciamento por razões de calendário? entendesse bramir argumentos, erguendo desde a hipótese de inconstitucionalidade à injustiça. Ora, se o governo dos Açores entende, no respeito pela unidade nacional e pela Constituição, abdicar de determinados investimentos para acudir a outras situações sociais que considera mais necessárias e se a Assembleia legislativa aprova tal opção e ainda se ela nada custa aos contribuintes nacionais mas é retirada dos impostos dos açorianos, não se percebe onde está a injustiça. Quanto à constitucionalidade, nem em complementos nem em impostos temos situação igual há muito, pelo que lanço uma dúvida legítima: o princípio não foi aplicado aos complementos anteriores por uma impensável distracção ou só agora faz sentido um pronunciamento por razões de calendário? E quanto

aos impostos, as pessoas que vivem nos Açores pagam menos impostos do que as que vivem no território continental, tendo o mesmo rendimento. De resto, é o que acontece nos diferentes Estados dos EuA, nas diferentes Províncias do Canadá, não faltando abundância de exemplos por esse mundo fora. Há políticos na República que não têm apreço pela Autonomia. Isto não é novidade para ninguém. Reconhecemos o direito individual de cada um ter, neste como em outros temas, ideias diferentes das nossas e o direito de as expressar livremente. Mas esse direito deve ser exercido escrupulosamente e com o máximo equilíbrio quando a opinião é manifestada enquanto entidade representativa de uma Instituição. E equilíbrio é o que tem faltado no discurso relativo aos Açores e à Madeira por parte do Presidente da

República. lembramo-nos, em outras ocasiões, de Cavaco silva ter afirmado que, por princípio, não se pronunciava sobre a vida interna do país estando no estrangeiro. Esqueceu o princípio para, não totalmente informado ainda (como ressalvou), falar dos Açores que fazem parte do país que é o nosso (e do Presidente da República e de mais dez milhões de portugueses). “As pessoas não devem ser tratadas de acordo com o local onde habitam” – disse o Presidente da República. Mas foi isso que aconteceu enquanto Cavaco silva foi Primeiroministro. E, mais uma vez, só nos lembramos disso porque é o próprio que no-lo faz lembrar… e a propósito! alziraserpasilva@gmail.com

a educação, os Jovens e o associativismo

A

Ruben Simas

Educação é um dos pilares essenciais para a construção de uma sociedade desenvolvida e dinâmica, onde todos sejam conscientes dos seus direitos e deveres e a participação cívica se transforme numa realidade. Torna-se elementar a promoção de uma Educação com qualidade, que acolha não só os anseios dos estudantes, mas que também vá de encontro às necessidades da sociedade e que tenha presente a sua inserção no mercado de trabalho. É necessário dotar a Escola dos meios necessários para que o jovem se sinta integrado, tenha voz activa e participe na resolução dos problemas. O sucesso económico de qualquer país baseia-se no capital humano e na informação. sendo assim, é imprescindível garantir

que todos os indivíduos possuam conhecimentos substanciais para se integrarem na sociedade a nível cívico, profissional e pessoal . Neste contexto, importa salientar a importância do movimento associativo na formação do jovem, permitindo a definição de uma atitude inquieta e participativa e a assimilação de uma experiência pessoal gratificante. Esse movimento promove, igualmente, uma formação pessoal, intelectual e política, aspectos que são relevantes no desenvolvimento do indivíduo. Desde logo, salientam-se as Associações de Estudantes no Ensino secundário, que constituem bases na formação cívica dos jovens, incutindo neles espírito crítico, vontade de opinar e participar nas decisões que influenciam, directa ou indirectamente, o seu bemestar. É importante para qualquer sociedade o dinamismo da população e não apenas o do Estado. Devemos, por isso,

incentivar o movimento associativo, possibilitando aos cidadãos, desde a idade escolar, a adopção de uma atitude crítica e participativa, fomentando o desenvolvimento do meio em que estão inseridos. Por outro lado, o associativismo estudantil universitário, além de facilitar a integração do jovem na própria universidade, desenvolve a sua maturidade e a sua responsabilidade cívica, levando-o a intervir em assuntos de maior complexidade e a manifestar a sua opinião em questões políticas relevantes. As Associações Académicas devem assumir-se concretamente como representantes e defensoras inequívocas dos estudantes e dos seus interesses. Devem contribuir decisivamente para a participação dos seus membros na reflexão e debate dos seus problemas e aspirações educativas e desempenhar um papel de relevo na formação cívica, cultural e científica dos seus membros, de modo a estabelecer a ponte entre a Instituição Escolar

e a realidade política, económica e social do país. Para um dirigente associativo, a respectiva actividade pode ser um ponto de partida para começar a transformar a parcela de sociedade onde ele se encontra inserido. Este é o aspecto fulcral que determina a necessidade de se apoiar esta actividade, uma vez que a sociedade está invariavelmente dependente de uma juventude, que se quer inquieta, dinâmica e responsável. Importa referir o apoio que as Associações de Pais das Escolas devem prestar, fomentando a actividade associativa da juventude e não apenas criticando as suas manifestações de inconformismo. Por outro lado, interessa não formar a ideia de que a Associação apenas serve para criar um espaço de lazer e entretenimento para os estudantes. A sua importância ultrapassa em muito esse aspecto, pela opinião e participação dos seus membros em domínios que digam respeito à vida académica.

os figos do Compadre Santos Madruga Outro dia encontrei o meu compadre Chico, que vinha muito aborrecido. Fora tratar de uns assuntos a certo sitio e, como já vê pouco, por azar, entrou na porta errada. Aí a menina perguntou-lhe, delicadamente, do que necessitava. Vendo que se havia enganado e para não dar o braço a torcer, pediu um quilo de figos. “são bons, perguntou ele. Óptimos, respondeu a menina.” Ao pagar, verificou que “estavam a mexer no seu bolso”, pois os figos custaram-lhe os olhos da cara. Não se deu por achado, lá pegou no saco e andou. só que, em vez de figos, trazia por engano ameixas. Foi ao mostrar-me o seu conteúdo que deu pelo engano. A pregação foi tal, que nada e ninguém escaparam. Quando lhe “passa a telha”, até parece que encarna o celebre “Zé Povinho”. É nestas alturas que os políticos recebem o seu quinhão, embrulhado em “lindas palavrinhas”. Geralmente aproveita estas ocasiões para desabafar. Irritado, até falou noutros tempos, na guerra mundial, nos produtos racionados, e, quase gritando dizia, que nessa altura, apesar de toda a situação que se vivia, sempre fora respeitado, e não tratado, como agora. E disse mais, que trabalhava as terras e não passava fome. Agora é o que vê. As terras de milho estão para aí a se perderem e a encherem-se de lenha. Tive que dar um grito e o nosso homem olhou para mim espantado, e eu disse-lhe em tom mais ríspido: o compadre cale-se, e sente-se aqui, neste muro da Avenida. Depois, conversamos calmamente, e às tantas, com o seu sorriso matreiro e com o cigarrinho no canto da boca, perguntou-me:”Por que razão é que agora as pessoas fazem as suas fossas na rua, deixando-a em tão mau estado, não só para os peões, mas, sobretudo, para os carros?” Fiquei calado e continuou.” A minha filha que vive no interior do continente, anda muito preocupada, pois o meu neto de oito anos, vai ter que ir para uma escola que fica a 40km de casa, e sai às 7 horas e só regressa à 8 da noite. A criança anda nervosa e diz que só pela escola ter 19 alunos é que isso acontece. Parece que nem todos vão para a mesma escola. Quando saia da escola vinha para casa e ficava com a avó paterna, brincava com os colegas e amigos, e sentia-se feliz no seu ambiente. Agora, nem os pais, nem a avó, usufruem da sua companhia, pois, às horas que chega, é comer e dormir. Parece que, enquanto a escola não abre e depois de fechar, fica num OTl, a modos de “campo de concentração” Não pense assim, respondi. Ali eles fazem os trabalhos de casa, brincam. Mas, o compadre Chico, não me deixou acabar e interiorizando o sentimento de avô, não esteve pelos ajustes, e desfilou um rosário de palavras de desespero, dizendo, inclusive, que há anos atrás, tinha havido uma nação que tirava os filhos aos pais para os moldar à sua maneira, e agora estes querem fazer o mesmo, e, sem mais aquela, levantou-se e lá foi resmungando, sem tão pouco se despedir. Fiquei a pensar neste desabafo, e voltei para casa, rindo-me, interiormente, ao imaginar o que iria suceder quando o compadre Chico, ao chegar a casa, contar à mulher a história dos figos. lá diz o ditado popular:”uns comem os figos e a outros rebentam-lhes os beiços”. Haja saúde!


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pubLIcIDADE

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OPINIãO

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RETALhOs DA nOssA hIsTóRIA – XcI

No Centenário da república Portuguesa (21) Fernando Faria

26. GOVERNADOR ANTóNIO XAVIER DE MESqUITA

N

o dia 10 de Julho de 1919 tomou posse do cargo de governador civil do distrito da Horta o Dr. António Xavier de Mesquita, conceituado advogado faialense, que havia sido nomeado a 7 desse mesmo mês pelo Ministério presidido pelo coronel Alfredo Ernesto de sá Cardoso, sucedâneo do Governo de José Relvas. Destacado republicano, deputado pelo Partido Democrático e um dos elementos que combatera o Governo de Pimenta de Castro e, posteriormente, se opusera ao presidencialismo de sidónio Pais, sá Cardoso acumulava a Chefia do Governo com a pasta do Interior. Foi, portanto ele, quem nomeou os governadores civis, entre os quais o Dr. Mesquita, apaniguado do Partido Democrático, que assim sucedia ao poderoso Dr. Neves, líder distrital do Partido unionista.

As frequentes mudanças de governos, que foram uma das nefastas características da Primeira República, tinham plena sequência a nível distrital e autárquico. Essas constantes alterações verificaram-se também no mandato do governador António Xavier de Mesquita., com as demissões e nomeações de administradores dos sete concelhos do distrito e, por propostas destes, dos regedores das dezenas de freguesias das ilhas Faial, Pico, Flores e Corvo. Assim, logo a 16 de Julho nomeia seu irmão José Xavier de Mesquita “para em comissão de serviço e interinamente exercer o cargo de administrador do concelho da Horta”, confiando que nele colocaria “a sua provada competência e zelo pelo serviço da República” , substituindo o administrador Jaime Maria soares de Melo que fora designado pelo Dr. Neves. Para os concelhos de Corvo, santa Cruz e lajes das Flores escolheu, respectivamente, Manuel Pedro Nunes, Fernando Augusto bicho Flores e Maurício António de Fraga, ficando os três concelhos da ilha do Pico a serem interinamente administrados pelos presidentes das Comissões Executivas Municipais. As substituições nas administrações concelhias provo-

caram, como era de regra, uma verdadeira “dança” dos regedores nas freguesias. Tomei nota – através da consulta da correspondência do Governo Civil da Horta – da publicação de múltiplos alvarás que demitem e nomeiam os regedores da quase totalidade das freguesias do distrito, no período compreendido entre 19 de Julho e 23 de Agosto de 1919. Tanto os administradores como os regedores viriam a ser quase todos exonerados no mesmo dia em que o Dr. Mesquita cessou funções governativas, não deixando de assinalar, nos respectivos alvarás, que haviam exercido aqueles cargos “com todo o zelo e competência”. Nas listas dos governadores civis do distrito da Horta já publicadas, o mandato do governador António Xavier de Mesquita é dado, erroneamente, como tendo findado a 27 de Março de 1920, quando a verdade é que cessou funções três meses antes, precisamente a 14 de Janeiro, conforme se depreende do seguinte ofício por ele dirigido nesse mesmo dia ao secretário-geral Dr. urbano Prudêncio da silva: “Não podendo desta data em diante continuar no exercício das funções de governador civil deste distrito e achando-se impedido o governador civil substituto, [que era Carlos Alberto da silva Pinheiro] assim o comunico a V. Ex.ª a fim de que se digne assumir as respectivas funções” . Nos seis meses em que esteve à frente dos destinos do distrito, o Dr. António Xavier de Mesquita, viu-se confrontado com graves questões decorrentes das dificuldades provocadas pelo recente conflito mundial, pelas carências de bens alimentares essenciais e pelas frequentes epidemias que martirizavam as populações. Atestam essas preocupações governativas os editais e ofícios que se encontram quer nos jornais da época quer nos arquivos do Governo Civil da Horta, uns convocando os médicos faialenses para uma reunião, “a fim de se assentar quais devam ser as providências que de preferência se devem adoptar para o efeito de melhorar o estado sanitário desta ilha” , outros procurando atenuar a escassez de géneros de primeira necessidade que ocorria “nesta ilha do Faial e na do Pico”, sendo urgente “providenciar em ordem a garanti-las contra uma crise alimentícia”. Para se ter uma ideia das dificuldades que atormentavam os povos destas duas ilhas “que pela sua proximidade e pela comunidade da sua vida económica se devem considerar como constituindo uma só”, o governador Xavier de Mesquita resolveu “proibir que se exportem, se reexportem, ou se forneçam a navios tanto nesta ilha do Faial como na do Pico, os seguintes géneros de primeira necessidade: - gado suíno, suas carnes ou gorduras, - batatas, cebolas, - ovos, - feijão, - ervilhas, - favas, - açúcar, - trigo ou sua farinha.” Mesmo os outros géneros, considerados de primeira necessidade, só poderiam ser exportados para fora do distrito mediante autorização da Comissão de

arquitecturas

u

Frederico Cardigos

m dos temas com que sou confrontado amiúde está relacionado com as intervenções arquitectónicas em áreas com elevada sensibilidade ambiental, cultural ou social. E o tema não é pacífico. Evidentemente, a primeira consideração a ter quando se concebe uma intervenção estrutural está relacionada com o objectivo concreto. Ou seja, antes da solução arquitectónica, o primeiro item é o objectivo. se o objectivo for recuperar o património, eviden-

temente, a funcionalidade terá de se sujeitar às regras impostas pela própria recuperação. Assim, sem pensar muito no assunto, entre os objectivos mais comuns que colocamos na lista de requisitos quando pensamos em fazer uma obra contam-se: cumprir uma função, recuperar património cultural e valorizar património ambiental. Por exemplo, quando se decidiu construir um edifício de recepção ao visitante na entrada da Furna do Enxofre na Ilha Graciosa colocou-se como objectivo número um a funcionalidade. Isso não significa que os restantes não fossem tidos em conta, mas, claramente, estávamos conscientes que, pela simples ocupação do espaço, o mundo natural não podia ficar valorizado com a presença de uma estrutura num local onde, ante-

subsistências, ficando os infractores sujeitos “a pena de desobediência, além das outras que a lei lhes impõe” . A crise era de tal ordem que, decorridas três semanas, o governador Mesquita, em execução das deliberações da Comissão de subsistências, se viu obrigado a publicar outro edital fixando “em 125 gramas a ração diária de pão de trigo para cada uma das pessoas que foram inscritas na administração do concelho da Horta para consumirem pão das três padarias desta cidade”, limitando as quantidades de panificação diária de cada uma delas e estabelecendo a utilização de senhas de racionamento. Apesar de provisórias, estas medidas eram “impostas pela necessidade de precaver o futuro”, porque “no actual estado do mundo” não havia garantia de que chegassem a bom termo as diligências que estavam a ser feitas para “obter trigo ou farinha do Continente ou do estrangeiro”. Assim, concluía o governador, “indispensável é prevenir contra o sofrimento que produziria a falta absoluta de pão de trigo”, pelo que esperava “que o público, reconhecendo os justos intuitos desta providências, as acolherá bem, e se submeterá sem relutância ao sacrifício que elas importam, considerando que é para evitar um maior mal” até porque, voltava a garantir, “se empregarão todos os esforços para debelar a crise, que infelizmente não é só local, mas de todo o universo” . Esta drástica decisão de racionamento do pão de trigo, não só terá amargurado o governador como, provavelmente, também foi discutida e até mal recebida pela população. Terá sido por estes motivos que o próprio Dr. Xavier de Mesquita fez publicar na imprensa faialense, poucos dias depois daquele seu edital, um ofício com o declarado objectivo de “conhecer perfeitamente como é encarado pela opinião pública o projectado arraçoamento de pão de trigo” , pelo que decidira “ouvir a imprensa e as diversas associações, que sem dúvida são os melhores e mais esclarecidos órgãos dessa opinião” convidando-as para uma reunião no Governo Civil a decorrer no dia 13 de Novembro de 1919. Em pleno Inverno, a falta de bens alimentares continuaria a ser uma constante que, aliás, alastrava por todo o País. A insegurança era outro factor sempre presente nos grandes centros, mas que esporadicamente também por cá surgia. Veja-se este edital do governador António Xavier de Mesquita de 6 de Dezembro: “Faço saber que estando a suceder-se desordens nocturnas provocadas pela marinhagem estrangeira que desembarca; não dispondo de força policial suficiente para a conter, e trazendo este estado de coisas em contínuo risco a ordem e a segurança pública, o que torna indispensáveis medidas que ponham cobro aos excessos que se tem dado, e garantam a tranquilidade dos cidadãos pacíficos” determinou, no uso das suas competências legais “que os

riormente, não existia. No caso do Centro de Interpretação do lajido de santa luzia no Pico, a ideia inicial era recuperar o património cultural. secundariamente, havia a funcionalidade (alojar uma exposição sobre a Paisagem da Vinha e os serviços do Parque Natural de Ilha) e a valorização do local. Penso que foi cumprido, mas não foi fácil até porque, mesmo as pequeníssimas diferenças entre o edifício recuperado e o que estava antes, foram alvo de meticulosas, mas importantes, críticas. Pegando num caso mais perto de nós, quando se decidiu recuperar a antiga fábrica da baleia, ao pedirmos ao arquitecto que liderasse a intervenção, já sabíamos que iria resultar num projecto que valorizaria o património, mas, dificilmente, respeitaria totalmente a estrutura que nós conhecemos. Em abono da verdade, este edifício, conhecido pelos trintões e quarentões como “o tufo”, a

tripulantes das embarcações estrangeiras, surtas no porto, só possam demorar-se em terra das 8 horas de cada dia até às 17 horas do mesmo dia”; “os que forem encontrados em terra, fora desse período de tempo, serão presos e processados por desobedientes”. Os comandantes e oficiais superiores dos navios ficavam exceptuados desta determinação. Com a queda do Gabinete de sá Cardoso, caiu também o governador civil da Horta, ficando transitoriamente, no exercício do cargo o secretário-geral Dr. urbano Prudêncio da silva, até que em 21 de Março de 1921 assumiu aquelas funções o Dr. luís Caldeira Mendes saraiva. António Xavier de Mesquita nasceu na Matriz da Horta em 29 de setembro de 1887, filho do médico Dr. Nestor Augusto Xavier de Mesquita e de Maria de Jesus Martins. Concluiu em 15 de Agosto de 1911 a licenciatura em Direito na universidade de Coimbra, foi advogado na comarca da Horta e professor da Escola Primária superior Horta e do liceu Nacional Manuel de Arriaga da mesma cidade. Exerceu também outros cargos de representação – cônsul honorário da Grécia, agente consular da França, vice-cônsul da Dinamarca, suécia e bélgica, agente dos loyd’s de londres e correspondente das agências noticiosas “united Press” e “International New service”. Integrou os corpos directivos de vários organismos, especialmente o banco do Faial e a Empresa de Iluminação Eléctrica da Horta, cargos que lhe terão provocado alguns dissabores, sobretudo com um dos gerentes desta, Henrique Garcia Monteiro, com quem manteve uma intensa polémica da qual resultou um livro de 240 páginas que intitulou “Resposta ao 1.º Folheto do sr. H.G.Monteiro”. Casado em Ponta delgada a 6 de Dezembro de 1917 com Maria luísa Tavares de Medeiros, foi pai do Dr. António de Medeiros Xavier de Mesquita, de Maria de Medeiros Mesquita Woodward e da poetisa luísa de Medeiros Xavier de Mesquita. O Dr. António Xavier de Mesquita, que no testemunho do jornalista Raul Xavier – seu ex-aluno - era um “gentleman de extrema lisura” , faleceu na Horta no dia 2 de Julho de 1963, com 75 anos de idade.

AGCH, livro nº 381 (provisório), fl. 388 Idem, nº 48, (provisório), fl. 46 Idem, livro n. º 381, fl. 429 O Telégrafo, 14 Outubro 1919, p. 3 Idem, 6 Novembro 1919, pp. 3 e 4 Idem, 13 Novembro 1919, p. 1 Cf. Correio da Horta, 17 Agosto 1963, pp. 1,2 e 4

antiga discoteca, tinha sido antes uma fábrica de processamento de baleia e de secagem de peixe. Ou seja, não era um edifício, mas sim uma sucessão deles e com funções muito variadas. Portanto, o arquitecto interpretou o edifício como agora é apresentado e que, em conclusão, resulta numa intervenção com a fusão de diversos estilos. Há quem goste e há sempre quem não goste. Curiosamente, esta ambivalência na opinião sobre as novas estruturas tem já uma longa história, certamente com mais de cem anos. Por exemplo, quando se decidiu construir a Torre Eiffel, em Paris, houve abaixo-assinados e a estrutura teve mesmo de ser protegida porque se receava um atentado bombista. Hoje é uma das estruturas mais visitadas do mundo e é um símbolo universal de Paris e da humanidade. Quem imaginaria no longínquo ano de 1889? Há outros exemplos da controvérsia da intervenção arquitectónica, mas a

ideia base que hoje sustento sobre o assunto e que me foi ensinado por um amigo do Instituto superior Técnico, é que, tal como na música, a boa arquitectura sobrevive. se a jaula metálica que colocamos nas traseiras do Farol dos Capelinhos for uma boa ideia, daqui a uns anos ainda lá estará. se não for um conceito adequado, o tempo a levará. Entretanto, e como presságio positivo em relação ao futuro, ficam os prémios e reconhecimentos nacionais e internacionais obtidos pela unidade de acesso à Gruta das Torres, pelo Centro de Interpretação do lajido de santa luzia, pelo Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos e pelo Centro de Interpretação da Fábrica do boqueirão. Estão de parabéns os arquitectos Inês e Miguel Vieira, Ana laura Vasconcelos e Nuno lopes. As suas obras já são motivo de orgulho!


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FARMÁCIAS

Manuel.

l Faleceu no passado dia 23 de novembro, com 92 anos de idade, Zulmira Goulart lourenço nunes Coelho, natural da freguesia das Angústias e residente em inglaterra. A extinta era viúva de Mário de Faria Coelho e deixa de luto a sua filha noemita casada com John Ross e os seus netos John Mario e ian l Faleceu no dia 1 de dezembro, com 71 anos de idade, José Pereira leal, natural da Feteira e residente nas Angústias. Era casado com Maria de lurdes leal. deixa de luto seus filhos: José Alberto leal; Vítor leal; Esmeralda leal; Maria de Jesus leal; Maria José leal; Teresa Martins; helena leal; dina Ferreira; Fernanda leal. deixa ainda netos e dois bisnetos.

l Faleceu no passado dia 2 de dezembro, com 72 anos de idade, Elias Celestino de Vargas. Era natural e residente na Praia do Almoxarife. Era casado com Teresa de Jesus Alves luís e deixa os filhos: Vítor Avelino luís de Vargas casado com Graça Vargas; delia Maria Alves de Vargas; Marília de Jesus Vargas casada com Manuel laudelino borba e lucinda Teresinha Vargas. Tinha ainda 5 netos: Fábio Vargas, Ana isa Vargas; João borba, Ana borba, susana Fontes. Às familias enlutadas Tribuna das ilhas manifesta as suas condolências.

10 DE DEzEMBRO DE 2O1O

HOJE E AMANHã Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 DE 5 A 11 DEzEMBRO Farmácia lecoq 292 200 054

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EMERGêNCIAS -FAIAL número nacional de socorro 112 bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PsP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 96 323 18 12 ~ Protecção Civil - 295401400/01 m linha de saúde Pública 808211311 i Centro de saúde da horta 292 207 200 i hospital da horta 292 201 000 i h p o

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AGENDA EVENTOS ATé 31 DE JANEIRO 2011 Concurso de Fotografia - “20 Anos, 20 Actividades” - Comemorações do 20.º Aniversário da Associação de Andebol da ilha do Faial - Organização: Associação de Andebol da ilha do Faial

GRUPO CENTRAL

ATé 30 DE ABRIL 2011 EXPOSIÇãO – EVOLUÇãO - RESPOSTA A UM PANETA EM MUDANÇA - Centro de interpretação do Vulcão dos Capelinhos - Organização: Governo dos Açores e Junta de Freguesia do Capelo

HOJE Céu muito nublado. Períodos de chuva, por vezes FORTE. Vento leste FORTE a MuiTO FORTE (50/75 km/h) com rajadas até 90 km/h, rodando para sueste e tornando-se gradualmente moderado a fresco (20/40 km/h). EsTAdO dO MAR: Mar AlTEROsO, tornando-se cavado. Ondas leste de 5 metros, diminuindo para 4 metros.

ATé 31 DE DEzEMBRO Exposição de Fotografia – Aproximações de Jorge barros - biblioteca Pública e A.R.J.J.G. - Organização: iAC - instituto Açoriano de Cultura com o apoio do governo dos Açores, biblioteca Pública e A.R.J.J.G. DE 8 DE DEzEMBRO A 7 DE JANEIRO DE 2011 de seg. a sex. das 14h00 às 17h00 - MOsTRATE 2010 - Mostra de Trabalhos do Curso de desenho e Pintura [Ana Correia] ... E do Workshop de Pintura com Pigmentos Vegetais e Minerais [Manuel Passinhas] - Centro de Cultura e Exposições e a horta - Organização: Câmara Municipal da horta CAPELLA PATRIARCHAL- Obras de Frei Fernando de Almeida 11.Dez.10 :: 21h30 igreja Matriz da horta Organização: direcção Regional da Cultura CONCERTO DE NATAL 12.Dez.10 :: 18h00 igreja das Angústias Com a participação do Grupo Coral da horta, Coral “Mater dei” e da sociedade Filarmónica união Faialense Organização: Grupo Coral da horta “NATAL SUSTENTÁVEL” 15.Dez.10 :: 10h00 Castelo de são sebastião Organização: Câmara Municipal da horta Cantata de Natal 17.Dez.10 :: 21h30 biblioteca Pública e A.R.J.J.G. (Auditório) Pela lira Cedrense

AMANHã Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros por vezes FORTEs. Vento sueste moderado a fresco (20/40 km/h) rodando para norte e tornando-se FORTE a MuiTO FORTE (50/75 km/h) com rajadas até 90 km/h. Mar cavado tornando-se AlTEROsO. Ondas leste de DOMINGO Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros, possibilidade de trovoadas. Vento norte muito fresco a FORTE (40/65 km/h) com rajadas até 75 km/h. Mar grosso a AlTEROsO. Ondas nordeste de 6 metros aumentando para 7 metros.

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Tribuna das Ilhas SEXTA-FEIRA 4 10 DE DEzEMBRO DE 2O1O

Chuva e muito frio no Dia das montras Fotos: Carlos Pinheiro Texto: Marla Pinheiro g Na passada quarta-feira a cidade da Horta animou-se para celebrar o Dia das Montras, tradição que visa espicaçar os faialenses a descerem à baixa da cidade para dinamizar a actividade do comércio tradicional nesta quadra natalícia. Este ano, a chuva e o muito frio que se fez sentir no Faial não convidavam a sair do quentinho do lar, pelo que a afluência de público a esta iniciativa foi bastante inferior em relação ao ano passado. Ainda assim, foi possível a quem decidiu enfrentar o Inverno e descer à baixa da Horta assistir à actuação de alguns ranchos de Natal e de vários grupos de dança, bem como espreitar as montras que se engalanaram de forma especial para este dia. Os resultados do concurso de montras organizado pela Câmara do Comércio e Indústria da Horta deverão ser conhecidos na próxima segunda-feira.


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