09 dezembro 2011 1

Page 1

Festas Felizes

Tribuna das Ilhas

DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 496

O9.DezembrO.2O11 Sai àS SextaS-feiraS

Dança, Música e cineMa nuMa gala De hoMenageM à pessoa coM Deficiência na Região

g O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi assinalado na Região com muita música, dança e cinema, numa Gala que decorreu no Teatro Faialense e que partiu de uma iniciativa da APADIF - Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial que trouxe ao Faial dois convidados especiais Sílvio Nogueira e Paulo Azevedo . PÁGINAS O8/O9

1 euro


O2

em DesTaque

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

eDITorIaL

Grave OmiSSãO… g como não podia deixar de ser, nos últimos meses muito se tem falado e escrito sobre a RTP e a sua função de serviço público, ou de canal generalista a cumprir essa função, também exercida por duas extensões com emissões próprias nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Pedimos desculpa se cometemos alguma “gaffe” nesta definição, nunca clarificada, aliás, por responsáveis e pelos governos, como merecia. Mas, vamos ao que interessa... E o que interessa, de momento, é trazer à colação a muito grave omissão do serviço noticioso do canal 1 da RTP – um canal de âmbito nacional – que ignorou por completo a inauguração, na cidade da Horta, da casa-Museu de Manuel de Arriaga, realizada no dia 19 do mês findo, com a presença de autoridades regionais e locais, além dos muitos faialenses que se quiseram associar ao importante evento de homenagem à memória de tão ilustre figura de Açoriano e da Nação Portuguesa. Não assistimos aos telejornais dos outros canais da RTP, nem andámos à procura da “janela” noticiosa que a estação incluía na programação, há algum tempo atrás, em alternância semanal Açores-Madeira. Só prestámos atenção, no dia 19 de Fevereiro, ao Telejornal das 20.00 horas do canal 1, que é o mais importante e de maior audiência. E aí nada vimos sobre o acontecimento em referência, um acontecimento que merecia – em nosso entender – todo o destaque no grupo das notícias de abertura. E como somos pessoas que pugnamos pela verdade dos factos, se, pelo contrário, a inauguração da casa-Museu de Manuel de Arriaga foi efectivamente noticiada, com o devido relevo, noutra posição do Telejornal do canal 1 ou de outros canais da RTP, em horários diferentes, que nos digam “como e quando isso aconteceu”, pois faremos uma correcção ao que aqui hoje afirmamos. E o que é curioso é que o canal 1 da RTP, considerado veículo de serviço público, todos os dias transmite um extenso programa noticioso – Portugal em Directo – com vasta informação sobre tudo o que se passa no “rectângulo continental”, mesmo os factos mais insignificantes. Por tudo isso, não pode a RTPAçores ficar reduzida a uma “janelinha” diária de emissão, como querem aqueles que, em Lisboa, desejam transformar estas ilhas em terras mais “desconhecidas” ou mesmo “esquecidas”… Em nossa opinião a RTP-Açores deve ser reestruturada, mas manter um tempo de emissão semelhante ao actual e vincadamente regional, “canalizando”, porém, todos os dias para o serviço público nacional as notícias e reportagens de maior relevo, que seriam emitidas, por esse canal de referência, para todo o país, como se verifica em relação às terras do Minho ao Algarve. caso contrário, isto não é país… mas uma fraude de país de mentalidades colonialistas!

Tribuna das Ilhas

Centro de Dia da Conceição começa a funcionar em 2012 O passado sábado foi de festa para a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF). Para além de pôr de pé no Teatro Faialense a Gala que marcou as comemorações no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência na Região, a associação viu ser inaugurado o Centro de Dia da Conceição, que ficará sob a sua gerência. A infra-estrutura, que resulta da sinergia entre a APADIF, o Governo Regional, a Câmara da Horta e a Junta de Freguesia da Conceição, deverá começar a funcionar em pleno no início de 2012. Texto e Fotos

Marla Pinheiro g Com capacidade para 50 utentes, o Centro de Acolhimento de idosos da Conceição veio “colmatar uma necessidade do concelho”, como frisou José Fialho, presidente da APADiF, durante a inauguração da estrutura pelo presidente

do Governo Regional. Financiada em 93% pelo Governo Regional e em 7% pela autarquia faialense, que cedeu também os terrenos para a execução da obra, esta infra-estrutura chegou ao fim “sem derrapagens”, como destacou Fialho, que elogiou o empenho do projectista e do empreiteiro local responsáveis pelo empreendimento. José Fialho destacou também o empenho do presidente da Junta de Freguesia da Conceição, João bettencourt, ausente por motivos de saúde, na concretização deste projecto que vem agora servir os idosos do Faial. O Centro de Dia agora inaugurado, para além do acolhimento dos idosos, vai permitir internamento temporário, e servir de base a um serviço de apoio domiciliário. “Deixa de ser um convívio de idosos onde se joga às cartas e pouco mais”, frisou José Fialho, garantindo que a APADiF tem muitos projectos de integração social dos idosos a partir desta nova valência. Para o presidente da APADiF “há áreas onde não se pode cortar” apesar da crise, e o apoio à terceira idade é uma delas: “a nossa geração tem uma dívida para com os idosos”, lembra. José Fialho explica que a APADiF tem noção das necessidades dos cidadãos seniores do concelho, graças a um estudo

que já foi realizado e remetido à tutela, para que estes cidadãos possam ser devidamente apoiados. Também João Castro, presidente da autarquia faialense, se congratulou com esta inauguração, que vem reforçar a rede de apoio social na ilha, afirmando-se como um “equipamento de combate ao flagelo da solidão”. Para o presidente do Governo Regional, este Centro de Dia é o exemplo de que “é da conjugação da ajuda que cada um pode dar que nasce uma boa obra”. Carlos César congratulou-se com as parcerias concretizadas para pôr de pé este projecto, que vem ampliar a capaci-

dade de resposta aos idosos na Região. No Faial, recordou, essa capacidade será ainda mais ampliada com a entrada em funcionamento do Centro de Noite dos Flamengos. O presidente do Governo dos Açores salientou a importância dos Centros de Dia, que representam “um apoio” para as famílias açorianas, ao permitirem aos idosos neles prolongarem a sua participação social. Com o aumento do número de idosos na Região, a tutela tem “apostado fortemente” neste tipo de equipamentos. Em 14 anos foram criados mais 111 equipamentos para idosos nos Açores.

De 8 a 15 De Dezembro

mercado de Natal anima Praça da república Maria José Silva g Começou ontem, e decorre até dia 15 de Dezembro, na Praça da República, o Mercado de Natal. Uma iniciativa da Câmara Municipal da Horta em parceria com a Adeliaçor que pretende ser um espaço de mostra, degustação e animação temática. Esta iniciativa, conforme referiu ao TRibUNA DAs ilHAs, José leonardo silva, presidente da Adeliaçor, tem como principal objectivo, promover os produtos tradicionais artesanais e agro-alimentares de qualidade, produzidos na ilha do Faial.

[SOBE]

“Aproveitando o enquadramento proporcionado pela cidade, o seu mercado, os seus jardins e a concentração de comércio tradicional, associados à dinâmica especial e própria de uma cidade eminentemente rural, pretende-se criar um espaço de mostra, promoção e comércio de artigos locais devidamente enquadrados com o património edificado da cidade da Horta” – explica José leonardo. O formato em que este mercado de natal surge foi inspirado nos países do Norte da Europa, e surge para atrair os consumidores, não só para a rua, como também para

os nossos produtos, numa época que apela ao consumo. Outro dos objectivos desta acção é, “potenciar os mercados como espaços onde os produtos locais guardam o sabor e os segredos de origem de toda a tradição artesanal, criando sinergias entre o comércio local com vista a promover o incentivo à produção regional. Para além do aspecto comercial e económico está aqui subjacente uma tentativa de potenciar o convívio social entre a população”. Ontem, 8 de Dezembro, decorreu o Festival de sopas e o Encontro de Ranchos de Natal.

&

[DEScE]

VIVA O FADO!

É UMA PENA!

g Na semana passada o país vibrou com a aprovação pela UNES-

g Veio a público a notícia de que a reconstrução das igrejas do

cO, em reunião realizada na Indonésia, da candidatura apresentada por Portugal para que ao Fado – a chamada “canção nacional”fosse atribuída a qualificação de Património Imaterial da Humanidade. Essa qualificação foi proposta, aliás, pela câmara Municipal de Lisboa e pelo Museu do Fado, tendo recebido inúmeros apoios de associações culturais e entidades oficiais ao mais alto nível, incluindo o do Presidente da República. A Nação Portuguesa bem merecia esta honrosa distinção, tanto mais nos tempos de desânimo que atravessamos…

Faial, destruídas pelo terramoto de 1998 e ainda não recuperadas, sofrerá um novo adiamento. Por um lado, o Governo regional diz não poder assumir mais encargos do que aqueles que se referem às obras iniciadas, por motivo da crise financeira existente. Por outro lado a Diocese de Angra e Ilhas dos Açores não possui os fundos que permitam fazer face a tão volumosas obras. E nas paróquias atingidas, apesar da boa vontade e esforço das populações na recolha de auxílios, as verbas apuradas são de pequena dimensão perante o valor dos empreendimentos.


LocaL

Tribuna das Ilhas

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

O3

Colóquio Discriminação Sexual... Transgressão ou Libertação? Numa organização da UMAR –Açores vai realizar-se no dia 14 de Dezembro um Colóquio sobre “Discriminação Sexual... Transgressão ou Libertação?”. O colóquio decorrerá na Escola Profissional da Horta, entre as 09h30 e as 17h30. MJS

g

Creche dos flamengos terá capacidade para 75 crianças

[aconteceu]

DR

Com o início das obras previsto para o primeiro trimestre de 2012, a creche do Centro Comunitário do Divino Espírito Santo, nos Flamengos deverá albergar 75 crianças, desde bebés até à idade pré-escolar. A informação foi avançada na passada semana por Carlos Rita, presidente da Junta de Freguesia dos Flamengos, durante uma visita do secretariado de ilha do PS àquela instituição, que contou com a presença dos deputados Paula Lemos e Lúcio Rodrigues, este último responsável pela apresentação em plenário da proposta de alteração ao Plano e ao Orçamento da Região para 2012 que colocou esta obra na lista de investimentos previstos para o próximo ano no Faial.

Texto e Fotos

Marla Pinheiro g De acordo com Carlos Rita, o projecto da valência de creche do Centro Comunitário do Divino Espírito santo já foi aprovado na Câmara Municipal da Horta, e a obra deve arrancar em Fevereiro ou Março de 2012. Com um período de execução de cerca de 6 meses, prevê-se

NOS FLAMENGOS A creche ficará integrada no projecto do Centro Comunitário do Divino Espírito Santo

que a creche possa entrar em funcionamento logo após a sua conclusão, ainda durante o próximo ano. Trata-se de um investimento que rondará um milhão de euros, e permitirá empregar cerca de 20 funcionários. A creche dos Flamengos terá capacidade para 75 crianças, o que, como ressalvou João Castro, líder do secretariado de ilha do Ps, permitirá aliviar a lista de espera da ilha no que a este tipo de serviços diz respeito, lista essa que ronda neste momento 150 crianças. Uma das freguesias onde essa carência é mais visível é precisamente a dos Flamengos, bem como Feteira e Angústias. Na ocasião, o deputado lúcio Rodrigues destacou o empenho das várias instituições da freguesia dos Flamengos

neste projecto do Centro Comunitário do Divino Espírito santo, que, recorde-se, para além da creche inclui um Centro de Dia e um Centro de Noite para idosos. A dinâmica da freguesia e a criação de várias parcerias são, para o socialista, algumas das causas para o sucesso deste projecto. Para o deputado, a construção de uma creche numa freguesia rural como os Flamengos poderá ser um incentivo à fixação de jovens casais e promove simultaneamente a descentralização na ilha, fazendo com que este tipo de equipamentos deixe de estar circunscrito à cidade da Horta. Rodrigues destacou ainda o que considera ser a “preocupação” que o Governo Regional tem tido em áreas como o apoio à infância no Faial.

aeroporTo Da HorTa

PSD desafia governo regional a assumir a ampliação da pista Texto e Fotos

Maria José Silva g O ministro da Economia, Álvaro santos Pereira, considera que não se justifica ampliar a pista do Aeroporto da Horta devido ao elevado custo da obra e ao sobredimensionamento daquela estrutura aeroportuária. Numa carta enviada à Assembleia da República em resposta a um requerimento dos deputados do PsD eleitos pelo círculo dos Açores, o ministro recorda que a ANA, empresa que gere o Aeroporto da Horta, não vê "necessidade de serem alteradas" as condições de exploração. Álvaro santos Pereira acrescenta que, na perspectiva da ANA, o Aeroporto da Horta está "sobredimensionado para o tráfego que o demanda", possuindo instalações que registam uma "ocupação de 10 %, longe dos 60 a 70 % desejáveis". O PsD Faial convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa onde manifestou o seu desagrado face a esta

situação e onde desafiou governo açoriano “a assumir ampliação da pista da Horta” luís Garcia afirmou discordar “totalmente do conteúdo da resposta dada pela República” mas lembrou “que está mais do que na hora de se cumprir a promessa que Carlos César fez em 2004, nos Flamengos”. “O presidente do governo assumiu que, caso a ANA e o governo da República não avançassem com a obra de ampliação da pista, seria o executivo regional que a eles se substituiria, assumindo a mesma”, recordou o socialdemocrata que acrescentou ainda “o problema é que, depois desta declaração, Carlos César e o governo optaram pelo refúgio em desculpas externas à Região para adiar a sua efectiva participação no investimento e nos moldes que ele próprio prometeu”. “Deve se avançar com a ampliação da pista, mas para isso é essencial o envolvimento efectivo do governo regional, que deve assumir esse objectivo e liderar o investimento, procurando

as necessárias parcerias para o seu financiamento”, avançou. O Governo dos Açores, por sua vez, “considera muito importante que o Ministério da Economia estabeleça uma calendarização para a concretização da ampliação da pista do aeroporto da Horta”. A afirmação é de Vasco Cordeiro, secretário Regional da Economia, que garantiu ainda que o executivo regional “continuará a insistir no sentido de ser tomada uma decisão e no sentido da sua realização”. Vasco Cordeiro, questionado sobre a indisponibilidade do Ministério da Economia para avançar com esse investimento, garantiu que “o Governo dos Açores não desiste dessa obra, compreende a posição do senhor Ministro da Economia, mas julgamos que é necessário que seja concretizada uma calendarização, ou que seja tomada uma decisão, e não a argumentação de que uma ampliação de 500 metros não tem qualquer impacto na operacionalidade”.

[vai acontecer]

FETEIRA ENGALANADA PARA RECEBER NATAL g A Junta de Freguesia da Feteira iniciou a decoração de Natal da Freguesia com motivos e iluminação de Natal. Numa perspectiva de poupança e de respeito pelo ambiente foi utilizado tudo o que a autarquia já possuía e utilizou nos anos anteriores. A iluminação de Natal será ligada dia 8 de Dezembro e desligada no dia 7 de Janeiro.

CONCURSO DE PRESÉPIOS E ALTARINHOS g Estão abertas as inscrições para o concurso de Presépios e Altarinhos do Núcleo cultural da Horta. As inscrições devem efectuar-se até ao dia 16 de Dezembro, na Recepção da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça.

GRUPO DE ECOARTEIN(TER)VENçãO DA HORTA ALERTA PARA PROBLEMA DO LIxO g O dia da alvorada foi a data escolhida para um grupo de jovens tentarem “acordar” a população para o problema do lixo gerado por cada um. Tal como a noite de Natal que se aproxima, o Duque de Ávila e de Bolama caixas de papelão que representavam as quantidades de lixo que uma ou mais pessoas produzem por dia. Esta iniciativa teve como objectivo fazer com que as pessoas percebessem que o lixo ocupa espaço e não desaparece quando posto no contentor.

GOVERNO REABILITA ESTRADA ENTRE O CAPELO E A PRAIA DO NORTE g A Secretaria Regional da ciência, Tecnologia e Equipamentos, lançou a concurso a Empreitada de reabilitação e pavimentação da Estrada Regional nº 3-2ª, no troço situado entre o cruzeiro, freguesia do capelo e o Ramal da Fajã, na freguesia da Praia do Norte, passando pelo Norte Pequeno. O investimento é de cerca de 1 milhão e 250 mil euros. Os trabalhos da empreitada incluem a execução de valetas para drenagem de águas pluviais, o saneamento do pavimento, a correcção de curvas, a colocação de massas betuminosas, camada de regularização e desgaste e sinalização horizontal. com a duração prevista de seis meses, a empreitada irá realizar-se numa extensão aproximada de oito quilómetros.

x ANIVERSÁRIO DO PORTAL ADIASPORA.COM g Este ano, o projecto virtual luso-canadiano Adiáspora.com deslocou-se até Londres, para celebrar o seu décimo aniversário no seio da comunidade lusófona radicada naquela grande e dinâmica capital europeia. Subordinados ao tema “Insularidades”, os trabalhos decorreram, nos dias 26 e 27 de Novembro, no LOST Theatre. carla cook foi a açoriana presente neste encontro, onde focou o fenómeno peculiar da insularidade, numa interessante palestra intitulada “INSULAmento: condição de serse ilha”. Por sua vez, no seu discurso de encerramento, o fundador e director do portal Adiaspora.com, José Ilídio Ferreira, adiantou que o XI aniversário de Adiaspo-ra.com se irá realizar na Madalena do Pico em Outubro de 2012. FLAD APOIA INVESTIGAçãO SOBRE O MAR g cientistas europeus e americanos vão apoiar o Governo Regional na elaboração do plano de ordenamento do espaço marítimo. A decisão foi tomada na Horta no encontro para debater a estratégia global de gestão dos oceanos, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. A ideia é definir um plano de acção global e integrado que permita abrir caminho para uma intervenção concertada entre Portugal e os Estados Unidos. Segundo Frederico cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, "o grupo de especialistas disponibilizou-se para ajudar" o governo açoriano a preparar o plano, que irá definir quais as actividades que deverão ocorrer em cada espaço das águas açorianas no futuro.

FRIJOC E TELITAL FUNDIDAS g A FRIJOc vai iniciar um projecto de fusão com a TELITAL, representante da LG Electronics para os Açores, associadas da Euronics, multinacional holandesa que funciona como central de compras. Fundada por Fernando Andrade há mais de dez anos, esta empresa continuará a assumir a actividade grossista e a FRIJOc irá especializarse no comércio a retalho. A verticalização das estruturas comerciais, de distribuição e armazenamento, bem como de toda a área administrativa é a razão apontada para este projecto de fusão, numa necessidade de reduzir custos de exploração face á actual situação de mercado, altamente competitiva e concorrencial. Em termos comerciais a designação que vai passar a existir é a de lojas “ FRIJOc by Tetital”. A FRIJOc dispõe dois de estabelecimentos comerciais em São Miguel, localizados nos Valados, onde funciona a sede da empresa, assim como na Povoação, e ainda em Angra do Heroísmo na Ilha Terceira , na Madalena da ilha do Pico e na Horta da Ilha do Faial, num total de seis estabelecimentos, empregando 26 trabalhadores


O4

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

pubLIcIDaDe

Tribuna das Ilhas


LocaL

Tribuna das Ilhas

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

O5

aPCer renova certificação da empresa Dutras Lda DR

Maria José Silva Foto: Susana Garcia g A empresa Dutras lda, recebeu a renovação de certificação do sistema de gestão Codex Alimentarius, um sistema implementado pela empresa há três anos a esta parte. Trata-se, conforme salientou ao TRibUNA DAs ilHAs, Paulo Dutra, de um processo de continuidade. “ A certificação é atribuída por um período de três anos. Em cada ano há uma auditoria de acompanhamento para assegurar que as exigências são cumpridas. No final do terceiro ano há uma auditoria para renovação.” A segurança Alimentar é uma preocupação global. Crises passadas e presentes demonstram que os fracos controlos alimentares podem provocar um impacto dramático no nosso dia-a-dia e levar empresas conceituadas e bem sucedidas ao fracasso. A pressão dos consumidores, das associações ambientais e os órgãos governamentais levaram, agora, a cadeia alimentar no sentido de implementar uma gestão alimentar mais segura. “Nos dias de hoje, e cada vez mais com o aproximar de tempos difíceis sobretudo por causa do aumento do iVA, estou em crer que as pessoas se vão posicionar numa procura por produtos de marca branca. Produtos idênticos aos das

grandes marcas mas de preços mais reduzidos, pelo que há que tentar, através da demonstração da qualidade, que só se consegue com certificação, ter os melhores produtos” – explica Paulo Dutra que adiantou também que “as marcas que representamos, por serem multinacionais, são marcas que exigem grande controlo dos seus produtos. Nós temos que garantir a rastreabilidade do produto desde que sai da fábrica até que chega ao ponto de venda.” Para além disso, tornou, conforme nos explica Paulo Dutra, toda a actividade da empresa muito mais célere e eficaz: “cada um dos nossos colaboradores sabe quais as suas funções e que procedimentos devem adoptar para que todo este processo de certificação esteja garantido. Por exemplo, se numa palete de leite houver um pacote rebentado, quando chega ao armazém o funcionário X já sabe que é ele que tem que proceder à limpeza. isto não gera, nem confusões, nem demoras desnecessárias como em muitos casos”. Paulo Dutra é de opinião que “uma empresa certificada, hoje em dia, diferencia-se sempre das outras.” O empresário considera que as pessoas, ou seja, o consumidor final, ainda não se apercebem muito disso: “as pessoas não se apercebem do quão importante é comprar a uma empresa certifica-

da. Uma empresa certificada dá-lhes garantia de que o produto que é colocado nas lojas e, posteriormente em suas casas, está em perfeitas condições e que o serviço desde a venda até à facturação, também é feito da forma mais exemplar possível e em conformidade com a lei.” Neste momento a empresa Dutras lda conta com 15 colaboradores, sendo que dois deles estão a exercer funções na ilha do Pico.

Nas vésperas de completar 8 anos de existência no mercado, a Dutras lda, inicialmente criada como armazenista, abriu a 27 de Maio de 2010 a Horta Yacht’s Pantry no centro da cidade da Horta. Uma loja cujo conceito está ligado ao mar, aos iatistas com o intuito de ser “a dispensa” dos iates que nos visitam. sobre este projecto, Paulo Dutra diz que “foi um projecto ganho. A adesão, quer dos iatistas, quer mesmo da popula-

ção faialense, tem sido muito boa.” Está prevista a abertura de outra loja Yacht's Pantry, dando continuidade ao conceito deste tipo de loja, que é o apoio ao iatista. “Também se pretende com isto dar continuidade a este projeto que surgiu há quatro anos em parceria com outras duas empresas da ilha do Faial, a Mário & Paulo silva e o bico Doce" – concluiu Paulo Dutra.

secTor agrícoLa

Patrão Neves quer promover circuitos curtos entre fornecedor e consumidor para dinamizar produção local A eurodeputada socialdemocrata Maria do Céu Patrão Neves esteve no Faial, onde visitou uma exploração agrícola em Castelo Branco. Patrão Neves passou também pelo Mercado Municipal e pelo hipermercado Continente, para observar na prática a forma como os produtos da agricultura local podem hegar aos consumidores faialenses através de circuitos curtos de distribuição. Esta passagem pela Horta serviu para a eurodeputada mostrar que Regiões como os Açores são perfeitas para dinamizar um sub-programa comunitário de apoio aos circuitos curtos de abastecimento na cadeia alimentar, proposto por Patrão Neves ao Parlamento Europeu.

Texto e Fotos

Marla Pinheiro g À margem da sua visita ao Mercado, a eurodeputada falou à comunicação social sobre a importância dos decisores europeus reflectirem aprofundadamente as questões da agricultura. Para Patrão Neves, é vital “assegurar que o agricultor tenha o justo ren-

dimento do seu esforço”, para evitar o encerramento de explorações agrícolas. Por essa razão, a eurodeputada apresentou ao Parlamento Europeu uma proposta, subscrita por todos os grupos políticos, que visa “reunir todas as decisões europeias sobre os desequilíbrios na cadeia alimentar, algumas que já foram implementadas muito debilmente, outras que nunca chegaram a ser, e acrescentar as práticas abusivas que já estão identificadas”. A ideia é criar condições para que o Parlamento possa ter “uma resolução de conjunto nesta matéria”. Em relação à proposta de apoio aos circuitos curtos de abastecimento, que integra o pacote legislativo para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC), Patrão Neves explica que o que se pretende é que, no domínio do desenvolvimento rural, cada país possa estabelecer sub-programas, um deles relacionado precisamente com as cadeias curtas, aquilo a que a eurodeputada chama de “curtocircuito” entre a produção, a distribuição e o consumidor. “Esta possibilidade de desenvolver circuitos curtos nos produtos agro-alimentares é para nós fundamental porque pode desenvolver muitíssimo os mercados e a produção local, bem

como promover a diversificação e um maior rendimento para o agricultor”. Patrão Neves frisa que as vantagens não são apenas para o agricultor: ao consumidor, a aposta nos circuitos curtos permite uma melhor “identificação da origem dos produtos”, e uma “maior segurança e frescura dos mesmos”. Para a Região, a dinamização deste tipo de políticas permite galvanizar e economia local e reduzir a dependência do exterior, com a diminuição das importações. A proposta legislativa já foi apresentada pela Comissão Europeia, e aguarda neste momento agendamento para debate no Parlamento Europeu. No entanto, Patrão Neves está confiante nas vantagens oferecidas pela proposta e, por isso, optimista em que a mesma reúna consenso na plenária. Para além dos apoios aos circuitos curtos de abastecimento, são propostos outros três sub-programas: para jovens agricultores, para zonas desfavorecidas e para pequenas explorações. De acordo com Patrão Neves, os quatro sub-programas terão majorações cujos valores não foram ainda negociados, mas que poderão ir até 90%.

PartiDO SOCiaLiSta "O Ps Faial convida todos os simpatizantes a participar numa Assembleia de ilha, que se realiza dia 13 de Dezembro, pelas 20:00 horas no Hotel Horta, com a presença do Dr. Vasco Cordeiro, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto único - Analise da situação política local, regional e nacional."


O6

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

LocaL

Tribuna das Ilhas

FaIaL FasHIon awarDs 2011 Texto e Fotos

Susana Garcia g Moda, beleza, glamour, música e dança são o cocktail da noite da ii Edição do Faial Fashion Award 2011, que acontece já no serão do próximo sábado, dia 10 de Dezembro, no Hotel do Canal, terminando na discoteca Ery Klub. Depois do sucesso que foi a primeira edição do Faial Fashion Awards 2010, a entidade organizadora - a islandsounds Agency-, com o objectivo de dar continuidade a este projecto pioneiro na região, resolveu apostar forte e este ano subiu a fasquia quer ao melhorar os prémios quer ao nível do entretenimento. Os resultados estão à vista, a julgar pelo número de concorrentes inscritos que superou a expectativas da entidade promotora, que este ano conta com 29 participantes, contra os 15 do ano transacto. segundo a organização, não foi só o número de concorrentes que aumentou, mas também o número de parcerias, o que vai ao encontro de um dos principais objectivos do projecto: tornar o Faial Fashion Awards não só num grande evento na ilha mas alargá-lo ao nível regional. A apresentação deste evento teve lugar na noite da passada semana, no

Um cocktail de moda, beleza, música e dança

Café internacional. Na ocasião, Gabriel Gonçalves, da islandsounds, explicou que o Faial Fashion Awards pretende preencher uma lacuna existente na ilha, quer no que diz respeito a eventos a decorrer no inverno, quer no que se refere à moda e beleza. O que a organização pretende é proporcionar aos faialenses uma noite bonita, com gente bonita, boa música, entre outros. No entender da organização, o Faial Fashion Awards pretende afirmar-se

como uma gala destinada à população jovem frequentadora da noite, cujo principal propósito é sensibilização para “uma cultura fashion e glamorosa”. Este evento consiste, à semelhança do anterior, numa homenagem à beleza e à moda onde os candidatos desfilam em traje casual e traje de noite, com uma produção própria, em que os júris farão uma avaliação global da roupa, penteado, maquilhagem e até mesmo do perfil do candidato.

maSterCLaSS "Natal activo" na Horta Maria José Silva Fotos:Carlos Pinheiro g A Direcção Regional do Desporto, através do serviço de Desporto do Faial promoveu pela primeira vez, no Pavilhão do Complexo Desportivo Dr. Manuel de Arriaga, uma “Masterclass” sob o título de “Natal Activo”. Nesta actividade, foram desenvolvidas actividades de grupo como o HipHop, o Aerodance, o Kombat, o Zumba, Danças de salão, localizada e Chamarritas, sempre com diferentes insenquadramento competitivo formal e orientadas por agentes devidamente qualificados. Os principais objectivos do projecto foram a promoção da prática regular de actividades físicas e desportivas; a promoção de estilos de vida activa; a existência de momentos de convívio e sociabilização; e a promoção da saúde e qualidade de vida.

trutores. O “Natal Activo” destinou-se a todos as pessoas, de todas as idades, que quiseram participar ou apenas assistir. O “Natal Activo” enquadrou-se no âmbito do projecto Açores Activos e visou a promoção de actividades físicas e/ou desportivas desenvolvidas por entidades do movimento associativo desportivo ou outras entidades promotoras do desporto, de carácter regular, sem

Para além disto, o espectáculo engloba outras componentes artísticas, como a música, a dança ou freestyle. A noite tem início pelas 23h00 com um cocktail de recepção aos convidados. Os anfitriões serão César lima e solange Vieira do programa Açores Vip que, pelas 23H30, darão início ao espectáculo. Antes da apresentação das candidatas a banda blind spot sobe ao palco e faz as honras da casa. Depois de apresentados os concorrentes, terá lugar o segundo momento

da noite, o Freestyle do barman Hugo Martins. Pelas 00h05 os concorrentes fazem o primeiro desfile, em traje casual. segue-se a actuação do grupo de dança de lisa Medeiros e um momento de beatbox com Pedro Garfo. Neste intervalo actua novamente a banda blind spot e, de seguida, o DJ Double Gee. O segundo desfile terá lugar pelas 00H50, a que se segue a reportagem “o que é ser fashion”. A noite continua com as actuações do grupo de danças de lisa Medeiros, com um live act make up da responsabilidade de luciana Amaral, seguido da terceira actuação dos blind spot. A divulgação dos resultados e a entrega de prémios antecede a actuação do DJ Double Gee, que encerra este Faial Fashion Awards 2011. A festa prossegue com um after party na discoteca Ery Klub. Outra das novidades deste projecto para este ano será a presença de mini stands das lojas parceiras do evento, que conta com cerca de 15 pessoas no apoio à sua organização. Os bilhetes encontram-se à venda a partir do dia 3 de Dezembro, na discoteca Ery Klub.


cuLTura

Tribuna das Ilhas

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

O7

Sidónio bettencourt ou a poesia da memória telúrica

O

Victor Rui Dores

Jornalista de méritos firmados, radialista de apreciáveis recursos e (re)conhecido apresentador televisivo, sidónio bettencourt é um plantador de palavras e homem da emoção poética. A identificação e a relação fascinada que mantém com os Açores e suas gentes, o modo como capta a beleza, o fascínio, o mistério e a sedução das ilhas, a forma como agarra o lado mítico e simbólico das mesmas, cabem por inteiro na poesia dos seus livros: Deserto de Todas as Chuvas (salamandra, 2001), A Balada das Baleias (Ver Açor, 2007) e Já Não Vem Ninguém (Ver Açor, 2011). sendo “o grito de todos os silên-

cios” (pág. 12), a poesia de sidónio é uma poesia que celebra a(s) ilha(s) e que se dá aos outros, é dedicada aos outros e se identifica com os outros, sendo disso exemplo os poemas (de antologia!) “Os Filarmúsicos”, “Já não vem ninguém”, “Mulheres da Pesqueira” e “Manuel da Papuda, meu avô”. Trata-se de uma viagem íntima que é a fixação de quanto a observação do poeta soube captar no seu contacto directo com os outros. Mas é também o modo como o autor invoca e convoca sensações e sentimentos que ficaram enraizados na sua memória. Com efeito, Já Não vem Ninguém estabelece, por um lado, uma relação do eu poético com a vida, com a ilha, com o mundo e com os outros através de uma viagem interior que é, ela própria, uma espécie de inquérito ao subconsciente, e, por outro, é como se fosse um jogo de máscaras

e espelhos em que se questiona o enigma, o mistério e as contradições da existência humana. E é justamente pela reinvenção evocativa da memória que sidónio bettencourt poetisa esse quase sonho do regresso às origens (que bela declaração de amor à ilha do Pico, em geral, e às lajes, em particular, microcosmo de referência, lugar iniciático, símbolo da infância enquanto paraíso irremediavelmente perdido), esse quase mito nemesiano da “ilha perdida”. O olhar atento do poeta capta, de forma impressionista, a geografia física, afectiva e humana da(s) ilha(s), onde todas as cores se confundem, todas as sensações se misturam e todos os sonhos se fixam. Com marcas de grande afectividade e revelando essa capacidade de evocação, o poeta fala-nos de vivências e experiências na ilha que o cerca e perante o Mundo que o

rodeia. É uma poesia marcada pela errância e pela deriva, uma poesia que sai da ilha para o Mundo, funcionando a ilha como um símbolo ou como uma metáfora do Mundo. Esta é uma poesia da memória telúrica. sempre com música de fundo, Já Não Vem Ninguém é feito de saudade. Por exemplo, a saudade da irremediável perda de familiares que, ainda e sempre, deixam um lugar vazio à mesa… Mas este é também um livro de labirintos e incertezas, distâncias e ausências, desejos e dúvidas, mágoas e inquietações. E há encontros e reencontros de amantes que se buscam e sentem o peso de haver ilha, mar e silêncio. A solidão gera a navegação dos corpos, o fogo dos beijos e outras evasões rumo a uma plenitude: “amanheces sempre à proa da minha noite” (pág. 63), belo verso! buscando o inatingível e aspiran-

do ao impossível estado de alma, o sujeito poético idealiza o amor como um sentimento absoluto. A amada é a ilha que sensualiza. E isto porque a ilha, sendo a terra-mãe, está ligada à aprendizagem da vida, funcionando como uma mulher primordial e genesíaca, produtora da vida, do desejo e da morte, símbolo da fecundidade e da fertilidade. Por conseguinte, estamos perante a exaltação de um discurso amoroso que se inscreve numa poética do corpo e se escreve no esplendor do ímpeto erótico, no delírio dos sentidos e no frémito do desejo saciado... E tudo isto nos é dado através de uma escrita iluminada, fascinante e com boa ressonância musical (convirá não esquecer que sidónio é “diseur” de apreciáveis recursos). saúde-se, pois, Já Não Vem Ninguém, livro de vibrações, transparências, memórias soltas, afectos e estados de alma.

cInema no TeaTro FaIaLense

CaPitãO amériCa: O Primeiro vingador DR

(Dia 11; 21h30; >12) g No ano em que completa 70 anos, finalmente o Capitão América ganha uma versão cinematográfica de qualidade. Depois de algumas séries e produções toscas que se arrastaram pelas últimas décadas, o herói do escudo voador agora está bem representado nas telas com este filme dirigido por Joe Johnston. Depois de não conseguir ingressar nas forças armadas, steve Rogers oferece-se como voluntário para uma secreta pesquisa que o transforma em Capitão América, um superherói destinado a defender os ideais norte-americanos.

STEVE ROGERS É um garoto frágil nascido de uma família pobre decidi se alistar no exército, após ficar horrorizado por uma propaganda que mostrou a ascensão nazista na EUROPA

O elenco é composto por: Chris Evans, (Opposite Sex, Not Another Teen Movie, Fierce People, Fantastic Four); samuel

l. Jackson (Os Vingadores, Reino dos Aflitos e Iron Men); Hugo Weaving, (Transformers 3 - Dark of the Moon) entre outros.

Confissões de um fumador de tabaco francês DR

A PEçA É uma adaptação que tem recebido criticas positivas, conta com Nádia Santos, filha da terra, como umas das protagonistas.

g Trata-se de uma adaptação da novela de Roland Dubillard “Confessions d'un fumeur de tabac français”, pela FC Produções Teatrais. Uma peça protagonizado por

Filipe Crawford, João sousa e a faialense Nádia santos. Trata-se de uma abordagem poética e surrealista do acto de fumar. Um fumador inveterado tenta a experiência de deixar de

fumar e resolve descrever a sua experiência por escrito. As suas reflexões, metáforas e associações, enquanto se encontra privado do tabaco, levam-no a um estado de desespero profundo, chegando ao ponto de encarar os seus fracassos sentimentais e sexuais como uma consequência da abstinência. Por fim, resolve voltar a fumar, mas a reflexão sobre o tabaco irá continuar, desta vez fumando, levando o fumador a um estado de delírio permanente, entre o sonho e a realidade, pretexto para mais reflexões existenciais absurdas, cómicas e grotescas. mJS

(Dia 11; 17h00; >6) g Quando o diabólico feiticeiro Gargamel expulsa os pequenos smurfs azuis da sua aldeia, passam do seu mágico mundo para o nosso – de facto, aterram precisamente no meio de Central Park. só com a altura de três maças e presos na Grande Maçã, os smurfs têm de encontrar o caminho de volta para a sua aldeia, antes que Gargamel descubra onde é que se encontram. Os smurfs foram, originalmente, personagens secundários criados para quadradinhos pelo artista belga Peyo. Devido sua escalada de sucesso, não demorou muito para que eles passassem a protagonizar histórias e, mais tarde, um série animada produzida pela Hannabarbera; série essa que foi transmitida pela Rede Globo nos anos oitenta e que muitos adultos hoje

SmUrfS DR

SMURFS Prepare-se para dar umas boas gargalhadas e entrar num mundo onde… tudo é azul

ainda recordam com saudosismo enquanto cantarolam mentalmente sua música-tema. Ressuscitados quase vinte

anos depois, as adoráveis criaturas azuis retornam em grande pompa num filme que mistura live-action e animação. mJS


O8

ENTREVISTA

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

gaLa Do DIa InTernacIonaL Da pessoa com DeFIcIêncIa

O

dia internacional das pessoas com deficiência (3 de dezembro) é uma data comemorativa assinalada pelas Nações Unidas desde 1998, com o objectivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas. Ter uma deficiência não é mais do que viver de forma diferente. Quem o comprova é Sílvio Nogueira e Paulo Azevedo, dois jovens com deficiências motoras que, nos últimos anos se tem dado a conhecer e ajudado a quebrar barreiras numa sociedade tipicamente conservadora.

Marla Pinheiro Fotos:Carlos Pinheiro g No passado sábado, dia 3 de Dezembro, assinalou-se o Dia internacional da Pessoa com Deficiência. Na Região, a efeméride foi assinalada com várias iniciativas em várias ilhas, com destaque para a caminhada “9 horas pela igualdade”. O ponto alto das comemorações nos Açores, foi, no entanto, a primeira Gala do Dia internacional da Pessoa com Deficiência, que decorreu no Teatro Faialense, organizada pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da ilha do Faial (APADiF), e que teve transmissão em directo pela RTP/Açores. Apresentada por sidónio bettencourt, esta gala serviu para mostrar um pouco daquilo que se tem feito por toda a Região com

vista à integração dos cidadãos portadores de deficiência. Estes foram as estrelas da noite, e mostraram através de várias actividades como podem ter uma participação activa na sociedade. Dança, música e cinema marcaram esta gala, cujos convidados de honra foram o faialense sílvio Nogueira e Paulo Azevedo, dois jovens portadores de deficiência que mostram no seu dia-a-dia que conseguem lidar com as suas limitações e dar um contributo activo para a sociedade em que se inserem. A abrir esta gala, o presidente da APADiF, José Fialho, congratulouse com o desafio lançado a esta associação para organizar o evento, e lembrou que, apesar da crise, Governo e sociedade civil devem continuar a reunir esforços para dar resposta às necessidades dos cida-

sílvio nogu inspiram jo

dãos portadores de deficiência. Também o presidente do Governo Regional dos Açores reconheceu que, apesar do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, “é preciso fazer mais para derrubar as barreiras sociais e culturas”, bem como para “garantir todo o tipo de acessibilidades aos cidadãos portadores de deficiência. Carlos César recordou que, quando entrou para o Governo, existiam algumas instituições da Região que apoiavam cerca de “100 pessoas com deficiência”. Hoje, os Açores contam com 34 equipamentos que prestam apoio directo a mais de mil pessoas com deficiência, num esforço financeiro que ronda os sete milhões de euros. Esta gala serviu também para homenagear pessoas, instituições e empresas que se distinguiram na Região na área da Deficiência.

sílvio nogueira: a cadeira de rodas não o faz parar Susana Garcia Fotos Marla Pinheiro g Quem não se lembra do acidente que ocorreu na tarde de domingo do dia 4 de Maio de 2003 que deixou a população faialense transtornada. A viatura do Clube Desportivo Cedrense, que transportava sete jovens que iam participar no Torneio de Encerramento do Campeonato da Associação de Futebol da Horta (Juniores A), contra o Atlético despistou-se devido ao rebentamento de um pneu e provocou um ferido grave e quatro feridos ligeiros. O jovem ferido com mais gravidade foi sílvio Nogueira de 19 anos. Apresentava uma fractura ao nível da coluna, que deixou lesões irreversíveis que o deixaram paraplégico. Até à data do acidente o sílvio era um jovem normal como tantos outros, talvez um pouco mais rebelde, segundo aqueles que de perto conviviam com ele. Trabalhava na construção civil e praticava desporto. O futebol e o atletismo eram a sua paixão. sílvio nasceu na ilha Terceira. iniciou a sua formação no Futebol, nos clubes Angrense, lusitânia e Marítimo de Corpo santo. Mais tarde, aos 10 anos de idade veio viver para o Faial com a sua família, onde continuou a sua carreira futebolística. Jogou em vários clu-

bes da terra desde o Atlético, Fayal sport, Cedrense e salão. Actualmente reside em Vila Nova de Gaia e é praticante federado de basquetebol e pratica Danças de salão. TRibUNA DAs ilHAs, aproveitou a sua presença na ilha, como um dos convidados de honra da Gala do Dia internacional da Pessoa com deficiência, para falar com o jovem e tentar saber o que mudou na sua vida nestes oito anos passados do acidente. Foi com muita naturalidade e boa disposição que sílvio nos rece-

beu à entrada da Escola secundária Dr. Manuel de Arriga, onde por sua sugestão iríamos fazer a entrevista no campo de basquetebol do complexo Desportivo, espaço onde se sente em casa. Para o sílvio a cadeira de rodas é só uma forma diferente de se descolar, porque de resto considera-se uma pessoa normal, com uma vida normal, em que os seus dias são preenchidos entre o trabalho, os treinos de basquetebol e as danças de salão. Como ele próprio afirma quando questionado sobre as suas principais sequelas ou limitações:

“Eu digo que não tenho nenhuma. A única coisa que mudou foi em relação maneira de me deslocar antes deslocava-me pelos meus próprios pés agora desloco-me sobre a cadeira de rodas. De resto é tudo igual”. Actualmente com 27 anos de idade sílvio é um jovem bem disposto, com uma vida normal como ele próprio refere. É funcionário do quadro na Metro do Porto, estudou desenho, medição e orçamentação e considera-se um “faz tudo”. Começámos a nossa conversa por pedir ao sílvio que nos falasse

um pouco da sua vida antes do acidente. Muito prontamente respondeu: “sou natural da Terceira. Vim para o Faial viver com a minha família aos 10 anos de idade, cresci como uma criança normal. Até então a minha vida era como a de qualquer jovem. Trabalhava, praticava desporto” remata. sílvio era nessa altura um jovem descontraído, com poucos projectos para o futuro, mas depois do acidente a sua vida deu uma volta de 360 graus, começou a encarar a vida de outra forma. Quando questionado sobre o que mudou na sua vida depois do acidente? sílvio responde que “muita coisa”. A sua maneira de encarar a vida mudou completamente, passou a dar mais valor às coisas, “comecei viver a vida com mais certeza com mais garra, para tentar aproveitar cada dia, cada momento, cada minuto. Não digo que já não o fizesse, aliás já o fazia antes de ter o acidente, mas comecei a encarar de maneira diferente a tentar a aproveitar melhor a vida” acrescenta. Perguntámos qual tinha sido para ele a altura mais difícil: o momento após o acidente ou mais tarde já a fase de recuperação? sílvio frisou que quando se apercebeu exactamente o que se estava a passar… “Quando eu tive o acidente e pensei que era um bocado de gesso aqui outro ali e com os

medicamentos tudo isto vai ao sítio. Mas com a evolução dos acontecimentos e quando tive consciência daquilo que se estava a passar na realidade foi um choque grande”. Nessa ocasião sílvio ficou triste e até com alguma raiva: “pensei porque a mim, não a outro, tinha de ser a mim, ainda para mais éramos 8 na carrinha e porque fui só eu, podia ter sido um braço ou uma perna partida a cada um e pronto calhou-me a mim”. Hoje, e olhando para o seu percurso de vida, encara as coisas de outra forma e até como ele próprio afirma “consegui dar bem a volta por cima à situação e encarei bem e acho que no fundo não tive grande problema em aceitar. Hoje olho para trás e não encaro as coisas assim e por acaso acompanhando os casos de colegas meus que estão na mesma situação, conhecendo as histórias deles acho que até encarei muito bem”. Para sílvio o maior desafio depois do acidente não foi aceitar a paralisia mas sim enfrentar a sociedade. “Ainda hoje acho que ainda não ultrapassei bem as questões da sociedade. Tem dias em que me ponho mais à parte. Tento isolar-me só para a sociedade não me encarar”. No seu entender a sociedade portuguesa ainda encara o cidadão com deficiência como um coitadinho e compara a sua experiência vida em Portugal com a sua passa-


Tribuna das Ilhas

eira e paulo azevedo vens açorianos gem por outros locais do mundo em que o consideram mais um cidadão comum. “Como disse aceitei bem a situação, mas estar sempre a tocar na ferida, às vezes custa… e depois também a maneira como somos tratados pela nossa sociedade e quando falo na nossa sociedade e mesmo em relação às pessoas da área, nomeadamente os médicos, deviam por vezes ter outro tipo de cuidado e às vezes são os piores” reforça. Um dos principais receios de sílvio foi em relação ao mercado de trabalho, pois pensava que poderia ser rejeitado devido à sua situação, pensou muitas vezes que podia ser excluído não por não ter capacidade para o trabalho mas pela sua condição e imagem, mas para sílvio “felizmente em Portugal as coisas estão a mudar” e hoje considera-se um sortudo tem um trabalho onde foi bem aceite e se sente bem.

“Eu trabalho numa empresa com alguma dimensão que lida com muitos clientes e noto que as pessoas não tinham noção de como lidar com a situação e hoje em dia já não é assim” refere dando um exemplo “quando fui para lá trabalhar as pessoas vinham a correr para abrir a porta tinham um cuidado enorme. Hoje eu é que lhes abro a porta, estamos à vontade e até tenho colegas minhas que dizem que vão na rua e vêem um carro em cima do passeio lembram-se logo de mim e vão reclamar com as pessoas. Ou seja as pessoas que habitualmente lidam com pessoas na mesma situação que eu têm uma mente mais aberta”. Para sílvio Nogueira arranjar trabalho não foi complicado mas conhece bem o preconceito que existe no mercado de trabalho em relação à pessoa com deficiência. “infelizmente ainda existe muito preconceito. Tenho colegas meus que mandam currículos e não men-

cionam a sua deficiência”. Na sua opinião esse era um ponto importante a destacar no currículo até porque traz benefícios às empresas. “Eu digo-lhe sempre se fosse a ti mencionava. Mas eles dizem que não porque consideram que é um ponto de partida para não os chamarem. Mas no seu entender o que existe é falta de informação por parte das entidades empregadoras que poderiam beneficiar muito mais com a contratação de pessoas portadoras de deficiência” – remata. sílvio viveu muito tempo sozinho na cidade do Porto, hoje vive com a sua companheira. Vive o seu dia-a-dia como uma pessoa normal. Treina basquetebol duas vezes por semana onde a equipa está inserida num campeonato nacional e ao sábado de manhã vai para as danças de salão, uma experiência que começou numa brincadeira e que hoje leva “muito a sério”. segundo sílvio “somos reconhecidos a nível nacional nas danças de

salão.” “É um trabalho diferente que está a ser realizado em Portugal e em que estamos a ser muito requisitados para ir participar em vários espectáculos e as pessoas gostam do nosso trabalho” acrescenta. Quanto aos projecto para o futuro o jovem refere que são basicamente ao nível do desporto, “quero continuar no basquetebol e quem sabe outras modalidades mais para a frente. Gostava de tentar o remo adaptado … é uma curiosidade que tenho. No basquetebol já tive a oportunidade de participar em estágios da selecção nacional e o meu objectivo é fazer parte dos quadros da selecção nacional. O maior sonho que tenho é jogar um jogo na selecção nacional e cantar o hino”. A nível pessoal pretende subir na carreira e construir família. Devido à sua situação, à sua historia de vida e à como encara tudo isto sílvio tornou-se num exemplo de vida para todos a sua história revela-se importante na ajuda a

outras pessoas, não só pela forma como encarou as coisas, registe-se, mas também como deu a volta à sua vida. “Aquilo que tenho, que construí à minha volta, só foi possível porque não baixei os braços. Acredito que não teria o que tenho se isto não me tivesse acontecido”. Por isso hoje em dia sílvio é muitas vezes motivo de notícia. Já foi convidado para participar em vários programas na televisão, e convidado para várias palestras para falar da história da sua vida. No final da nossa conversa sílvio deixou uma mensagem de apoio a todas as pessoas que se encontram na mesma condição que ele ou que por qualquer motivo estão impedidos de viver uma vida normal: “Não baixem os braços”, não se isolem, sigam em frente, enfrentem os problemas, as situações, encarem a vida porque dessa forma vãose sentir realizados a nível pessoal e isso é a palavra-chave para se sentirem bem consigo próprios”. No seu

entender “esta é uma forma de passar também a mensagem uns aos outros e de fazer com que as pessoas não nos olhem como uns coitadinhos “. Neste contexto o que sílvio pretende é deixar a sua marca na sociedade, para isso tem na ideia escrever um livro com outros dois colegas que estão na mesma situação que ele e que tiveram mais ou menos o mesmo percurso de vida. Além disto este jovem não pára e já anda a reunir esforços para trazer ao Faial a sua equipa de basquetebol, para à semelhança daquilo que já fazem no Continente, ir junto dos estabelecimentos de ensino e fazer uma demonstração para dar conhecer aos jovens de hoje que é possível jogar basquetebol numa cadeira de rodas e permitir-lhes o contacto com a cadeira. Para este jovem activo esta é também uma forma de abrir as mentalidades e acabar com os preconceitos em relação às pessoas com deficiência.

paulo azevedo: “não sou exemplo para ninguém” DR

Maria José Silva g Paulo Azevedo nasceu no dia 29 de Outubro de 1981. sem aviso, e após uma gravidez de oito meses, a ainda adolescente Clara via-se com um filho diferente nos braços. O bebé não tinha mãos nem pernas e os médicos não auguraram nada de bom. O choque foi tremendo. Mas a fé, a coragem e a determinação foram maiores. Com a família, que o protegeu mas nunca o escondeu, o Paulo aprendeu a aceitar-se e a lutar para ser uma pessoa autónoma e independente. sem mãos e sem pernas, o Paulo tem hoje uma vida normal. Já fez uma telenovela, um filme, vários desfiles de moda, um sem número de palestras e lançou também um livro, “Uma vida normal”, escrito na primeira pessoa por sofia Arêde. Paulo Azevedo mostra ao mundo que ser diferente não é nenhum estigma, nem sinónimo de discriminação. Quando se acredita e se quer, todos podem ser iguais - temos é de lutar por isso. E foi o que Paulo fez, assumindo a sua diferença mas nunca a usando para daí retirar qualquer benefício ou pena.

Em 2008, entrei na primeira novela: Podia Acabar o Mundo, na siC. Antes disso, fez teatro, estudou jornalismo em Coimbra, foi treinador de futebol e fez tudo aquilo que qualquer pessoa também faz. “Aprendi a fazer das fraquezas forças e festejei todas as vitórias de uma forma muito especial. Porque na vida só quando se passa por grandes dificuldades se sente o verdadeiro sabor de conseguir, de vencer. Nunca escolhi o caminho mais fácil. seria simples conformar-me com as verdadeiras limitações e não lutar pelos meus sonhos. Assim não sofria. Mais tarde pensei: vou lutar sempre, posso não vencer todas as batalhas, mas sei que dou sempre o meu melhor” – afirmou ao TRibUNA DAs ilHAs este jovem cujo sorriso é, sem dúvida, a sua imagem de marca. sempre bem disposto, Paulo Azevedo esteve à conversa com este semanário na passada semana, horas antes de participar na Gala da APADiF e revelou estar prestes a sair de Portugal para fazer umas das coisas que mais gosta: treinar futebol num clube internacional. Paulo Azevedo conta que desde sempre se apercebeu que era difererente, mas isso nunca me limitou: “a minha infância foi perfeitamente normal, tive sempre muito apoio da

família, dos amigos e sempre fui um garoto feliz, como nasci assim aprendi a fazer tudo normalmente, mas a minha maneira. Desde pequenino que tive que superar as dificuldades que surgiam. A minha adolescência foi bastante atribulada, sempre fui um rebelde, mas foi normal, tive os meus amores, as minhas desilusões” – diz Paulo Azevedo à nossa reportagem acrescentando também que “o principal é gostar de mim como sou, e isso é algo que todas as pessoas, com ou sem deficiência devem ter em mente.” Paulo tem prótese nos membros inferiores mas sempre rejeitou próteses nos membros superiores, e explica “consigo fazer tudo sem próteses nos braços, desde comer, conduzir, escrever, usar telemóvel, tudo… a usar próteses nos braços só por uma questão estética, e isso a mim não me diz nada”. “Uma vez perguntaram-me como é que me sonhava? se em alguns sonhos eu tinha mãos e se as próteses se transformavam em pernas… não precisei pensar muito… sonho-me como sou. Nunca me vi de outra forma e por isso talvez nem tenha sequer imaginação para construir outra imagem de mim. Gosto de mim como sou” – afirma. sobre o seu livro, Paulo conta-nos

que pretende ser, acima de tudo, uma fonte de inspiração e uma mensagem positiva e de apoio para todos. “Encaro o meu livro como um quebrar de barreiras…as barreiras arquitectónicas são facilmente superáveis, nem que seja com ajuda, falo em tentar quebrar a barreira do preconceito. luto contra o preconceito mas nunca fui vitima de preconceito porque nunca deixei” – diz sem reservas Paulo Azevedo que acrescenta “a sociedade por vezes pode ser muito cruel, no meu caso o sentimento passou de pena, de coitadinho, para admiração, a exposição na TV fez com que a sociedade portuguesa se abrisse em relação às pessoas com deficiência, eu mostrei que os ditos diferentes são tão capazes como

qualquer um outro.” instado a pronunciar-se sobre a situação da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho, Paulo Azevedo diz que “todos devemos ter direitos de igualdade, nós portadores de deficiências somos tão ou mais capazes que qualquer um. se alguém me disser que não posso porque não tenho talento ou competência, “arrumo as botas no saco” e sigo com minha vida, mas ser recriminado por ter deficiência, isso não.” Paulo Azevedo não se considera um exemplo, “não sou exemplo para ninguém. Faço a minha vida de forma completamente normal. sou rebelde à minha maneira, atrevido e

CARLOS PINHEIRO

reguila. Faço tudo o que um jovem de 30 anos faz, desde as coisas boas às coisas más.” No final da conversa com TRibUNA DAs ilHAs, Paulo deixou uma mensagem para os portadores de deficiência… “se sonham, se desejam, se tem objetivos lutem, nunca baixem os braços, cada vez que falhamos tornamo-nos mais fortes. lembro-me da primeira vez em que estive em cima das minhas próteses. senti pânico, tinha sempre medo de cair, agarrava-me a tudo ou então ficava sem me mexer, paralisado pelo medo. Fui caminhando aos poucos, cada passo era uma vitória…


1O

Uma nova visão do atlântico Maria Patrão Neves

F

OPINIãO

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

oi esta semana lançada, em lisboa, a Estratégia do Atlântico, com a presença do Presidente da República, do Primeiro-Ministro, da Ministra do Mar, do secretário do Mar e da Comissária Europeia das Pescas, bem como de altos representantes dos cinco países implicados nesta Estratégia – para além de Portugal, Espanha, França, Reino Unido e irlanda – e funcionários destacados de Direcções Gerais da Comissão Europeia, num anfiteatro para 1.800 pessoas completamente cheio com profissionais muito diversificados. Este quadro evidencia bem a importância europeia e nacional do evento, o empenhamento e o compromisso político em torno desta Estratégia, e ainda a atenção e o interesse que uma pluralidade de actividades económicas e sociais lhe dedica. Em que consiste, pois, a Estratégia para o Atlântico? Numa política comum a todos os países atlânticos para uma gestão de desenvolvimento sustentável deste oceano, tomando em consideração todas as actividades que nele se desenrolam e que dele beneficiam, desde as mais tradicionais – a pesca e os transportes – às suas vertentes mais modernas – como sejam, respectivamente, a aquacultura e a construção naval e reparação de navios apoiadas em alta-tecnologia -, e ainda actividades mais recentes – nomeadamente o turismo ou o desporto – e fortemente inovadoras como se verifica com a designada blue technology, que envolve, por exemplo, as energias renováveis e a biotecnologia marinha. O objectivo é, pois, favorecer o desenvolvimento das várias actividades que têm lugar no mar, articulando-as de forma a evitar conflitos e a potencializar recursos humanos, financeiros e técnicos, desencadeando uma verdadeira economia do mar; além de tomar o Atlântico como instrumento de coesão territorial, de recentramento da União Europeia e de eixo de desenvolvimento macro regional; e ainda de permitir que o cidadão europeu usufrua maximamente do oceano Atlântico, garantindo a preservação ambiental e a salvaguarda da diversidade animal. Em suma, a Estratégica para o Atlântico consiste numa nova visão do Atlântico e propõe um novo relacionamento com este oceano. Ora, as Regiões Ultra-periféricas, como os Açores, são constituintes identitárias do oceano Atlântico e potencialmente as regiões que mais poderão beneficiar desta Estratégia para o Atlântico, devendo para tal colocar-se em linha com os objectivos traçados para a mesma e participar activamente na elaboração do seu respectivo Plano de Acção, estabelecer prioridades estratégicas para o arquipélago e desenvolver políticas que as implementem, aproveitar os fundos associados a esta Estratégica de forma reprodutiva e criar condições para atrair investidores privados. saibamos, pois, converter a vivência tradicional de um Atlântico distanciador numa visão moderna de um Atlântico como espaço de oportunidade para desenvolvimento global.

Tribuna das Ilhas

Horta forte!

U

Fernando Guerra

ma Horta forte teria efeitos positivos no nosso desenvolvimento, seria geradora de riqueza e emprego, expansão e modernização, seria uma terra garante de geração de oportunidades para as suas populações e consequente alcance de benefícios futuros no nosso bem estar, seria uma força para minimizar o efeito das crises e para melhor as enfrentar, quando as houvesse. Para as sociedades se desenvolverem, necessitam de ver nos seus líderes a capacidade de influenciar no plano local e regional, funcionando como estímulo para aquelas se sentirem mais seguras e confiantes no futuro, para serem mais proactivas, pois têm quem as defenda e integre no desenvolvimento. A Horta deveria, assim, ter líderes no plano regional com presença no governo. Mesmo sabendo que os secretários devem ser regionais, ter uma voz da ilha do Faial presente no conselho de

governo iria trazer uma maior equidade, uma maior redistribuição da acção governativa e maior aproveitamento das potencialidades da nossa ilha. É um desejo que o Faial merece e faço votos que, independentemente de quem ganhe as próximas eleições legislativas regionais, se tenha essa atitude, que só dignifica a autonomia insular, de colocar no conselho de governo quem tenha uma perceção mais real das dificuldades das pequenas ilhas. A Horta forte teria que, ao nível da associação de municípios dos Açores, ter um representante eficaz, que por exemplo não desse a má imagem que o actual dá, que na anterior composição deste órgão se queixava do seu partido não ter a maioria dos municípios e de não conseguir alterar as fracas condições de financiamento, mas agora que a maioria é do seu partido, assobia para o lado e diz que não pode alterar as regras a meio do jogo. Num âmbito mais local, a Horta, que é contra a centralidade e critica esse factor, quando se vê retirada de bens e

direitos a favor das ilhas maiores, não pode cometer os mesmos erros no que concerne ao Triângulo. Contudo, há centralidades que pode defender sem retirar nada às ilhas vizinhas, sem mencionar que pode defender, em bloco com as ilhas do Triângulo, os seus direitos comuns e outros. seria, pois, uma Horta forte aquela que apresentasse junto das ilhas irmãs próximas soluções de interesse comum e que desenvolvesse acções no Faial que pudessem beneficiar a interacção com o Pico e s. Jorge. se tivéssemos uma Horta forte, deveria ter sido ela a convocar a reativação da associação de municípios destas três ilhas e não ter tido uma atitude de total e quase inexplicável inação, deveria inclusive aplicar os estudos estratégicos que já elaborou e pagou e que, sem se perceber porquê, mantem na gaveta (só serviram, portanto, para aparecer nos meios de comunicação social). Deveria ter um papel fortemente interventivo nos transportes marítimos de passageiros, dando parecer sobre se

as embarcações agora adjudicadas de costas voltadas para os habitantes destas ilhas têm as qualidades pretendidas e se atingem as velocidades que se exigem atualmente, à semelhança do todo regional. Uma Horta forte e moderna não pode ter um plano director municipal com quase dez anos, um plano de urbanização castrador, planos fundamentais para o desenvolvimento interno do Faial e que estão desadequados deste mundo, cujas alterações exigem mais trabalho e menos orgulho político. Numa Horta forte ao nível de ilha, deveriam os seus deputados eleitos lutar por conseguirem nem que fosse mais um euro no plano e orçamento – seria mais um euro para a nossa agricultura, para as nossas pescas, para a nossa indústria e serviços. Mesmo que se achasse que o plano o orçamento regional já estaria a ser benévolo, a missão dos nossos eleitos é conseguirem algo mais a bem dos Faialenses. Em suma, em vez da Horta que temos, merecemos e exigimos uma Horta forte!

atrOPeLOS Fernando Guerra

H

oje escrevo sobre dois atropelos políticos, institucionais e constitucionais que são preocupantes e não auguram nada de bom. 1º - Temos assistido a uma postura lamentável de desresponsabilização do Estado nas suas obrigações para com os açorianos. Parece que há uma tentativa de afogar a autonomia regional açoriana do ponto de vista financeiro, esperando que isso tenha reflexos no enfraquecimento político das regiões e dos seus órgãos de governo próprio. O Governo da Republica quer deixar de pagar os 5% de iRs devidos aos Municípios, e quer que seja o Governo Regional a pagar, quer deixar de pagar a RTP Açores e quer que seja o Governo Regional a pagar, apropria-se indevidamente de impostos pagos na Região des-

respeitando a Constituição e o Estatuto político-administrativo dos Açores, sem qualquer reserva. O que vira a seguir? Os aeroportos e aeródromos da ANA na Região? A Universidade dos Açores? Os serviços de justiça e de finanças? Nos não somos portugueses de segunda e o Estado tem a obrigação de cumprir as suas obrigações com os portugueses residentes nas Regiões Autónomas, da mesma forma que com os portugueses residentes em Portugal continental. A função primeira do sr. Presidente da Republica é cumprir e fazer cumprir a Constituição da Republica Portuguesa. Espera-se que o Chefe de Estado que use os seus poderes para impedir os atropelos legais e as inconstitucionalidades promovidas pelo Governo da Republica sobre os Açores e sobre os açorianos. Quem foi tão rápido e tão lesto a parar o país para comunicar aos portugueses

as supostas inconstitucionalidades da ultima proposta de estatuto político administrativo da Região, deve ter agora o mesmo empenho em defesa do cumprimento da Constituição. 2º - Está na moda que os governos têm de ser técnicos, já não podem ser políticos. Em suma, tudo será reduzido a cálculos, índices e números numa folha de excel. O último exemplo dessa orientação é o caso da itália. berlusconi demitiu-se, foi nomeado um novo governo que se orgulha de ser composto apenas por técnicos e de não ter políticos. Curioso…enorme subversão esta que é um Governo de um Estado democrático, não ser sujeito a eleições e, pior do que isso, não responde perante o Povo, não é julgado e sufragado pelo Povo, tem de responder perante os mercados e os interesses daqueles que empurraram

a Europa para a crise em que esta mergulhada hoje. Não interessa promover o crescimento económico, criar emprego ou responder as principais preocupações dos cidadãos, só interessa cumprir os limites do défice. seria pouco honesto escamotear a irresponsabilidade de alguns políticos que gastaram mais do que tinham e endividaram brutalmente as novas gerações com as opções que tomaram, mas a tendência tecnocrata que começa a ser dominante na Europa e nos Estados europeus é assustadora e não nos trará nada de bom. Temos de regressar à política, à verdadeira política, com líderes políticos fortes que não se encolham com as vontades do eixo Franco-Alemão e que tenham como principal preocupação os cidadãos, a sua vontade, as suas necessidades e o seu bem-estar.


DesporTo

Tribuna das Ilhas

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

11

VeLa

FuTeboL

Desafio HortaCarlos marta apresentou programa eleitoral na Horta madalena-Horta DR

Maria José Silva g Estão marcadas para dia 10 de Dezembro próximo as eleições na Federação Portuguesa de Futebol. Carlos Marta esteve no Faial para apresentar o seu programa eleitoral onde começou por afirmar o seu desejo de fazer uma campanha pela positiva. Uma das propostas destacadas foi a da diferenciação das multas do futebol jovem relativamente ao sénior. A lista 1 defende que os escalões de formação devem ter multas menos severas, que não coloquem em causa a sobrevivência dos clubes ou a sua actividade. Outra proposta recebida com agrado foi o da instituição do Dia do Futebol Nacional, celebrado com um programa de actividades que servirá para assinalar a data de forma condigna. Num programa com 11 pontos, o desta-

NO FAIAL A Associação de Futebol da Horta apoia a candidatura de Carlos Marta

que vai para reformulação dos quadros competitivos, para a sustentabilidade financeira do organismo, para a valorização do jogador português e para a parceria estraté-

gica com a liga. Quando ao seleccionador, o candidato da lista 1 assegurou que mantém a confiança em Paulo bento.

FuTeboL

Salão, vitória e Lajense em grande plano esta jornada g O Grupo Desportivo do salão recebeu e venceu o Grupo Desportivo Cedrense por 3-1 na Restinga. O Vitória também jogou em casa e venceu, desta feita o derrotado foi o Futebol Clube dos Flamengos, que perdeu por 2-0. Já nas Canadinhas o Grupo Desportivo da Feteira recebeu o congénere das lajes do Pico, mas perdeu por 5-2, num jogo pautado pelo mau estado do piso devido à chuva. Depois desta jornada, que totalizou 13 golos, o salão ascendeu ao primeiro lugar da tabela classificativa, com 16 pontos, seguido do Vitória também com 16 pontos, mas com menos golos marcados do que os salonenses, e dos Flamengos que agora é terceiro, com 13 pontos. Cedrense, lajense e Feteira ocupam os três últimos da tabela. CORREçãO: Por lapso na passada semana anun-

g Pedro Cipriano e Miguel Rosa em 420 tentaram, no dia 1 de Dezembro estabelecer o recorde absoluto no Desafio Horta-Madalena-Horta sprint que neste momento pertence a Dárcio Paiva em laser Radial com o tempo de 1:30:56, estabelecido no dia 20 de Novembro de 2011. A prova decorreu com vento e ondulação do quadrante NE. O vento soprou com 20 a 25 nós de intensidade e com uma ondulação entre os 3 e 4 metros. Já na perna Madalena-Horta e com 1

anDeboL

benfica vence na Horta g O benfica derrotou o sporting da Horta, por 31-23, em jogo respeitante à 14.ª jornada do Campeonato Nacional. Com este triunfo, as águias alcançaram o topo da classificação, em igualdade (35 pontos) com o FC Porto. Contudo, os dragões possuem um jogo

a menos. Com 24 pontos o sporting da Horta (sCH) ocupa o 8º lugar da tabela classificativa. Dia 14 de Dezembro o sCH deslocase a braga onde defrontará o AbC Andebol sAD. mJS

VoLeIboL DR

bombeiros sofrem derrota frente aos antigos g Disputaram-se este fim-de-semana a sétima e oitava jornada do campeonato de voleibol. A equipa dos A.C. bombeiros da Horta recebeu a Associação de Antigos Alunos no Pavilhão da

ciamos que os iniciados do Grupo Desportivo do salão eram campeões de iniciados, quando na verdade são campeões, sim senhor, mas de juniores.

hora de prova, a dupla de velejadores, desistiu devido a avaria na embarcação. Afirmaram que a ondulação forte que se fez sentir durante todo o percurso levou ao limite o material e a resistência dos velejadores. Deste desafio ficaram os vídeos e fotos espectaculares. A velocidade máxima atingida pela embarcação foram 15 nós tendo feito uma média de 6 nós. O percurso efectuado por Pedro Cipriano e Miguel Rosa em 420. mJS

O Futebol Clube dos Flamengos é que se sagrou campeão em iniciados. Pelo lapso pedimos desculpa aos visados e aos nossos leitores. mJS

Escola Manuel de Arriaga. No primeiro dia os Antigos Alunos venceram por 3 sets a 1. No segundo dia a supremacia da equipa visitante foi evidente e os faialenses perderam por 3-0. mJS

região autónoma dos açores

SeCretaria reGiONaL Da CiÊNCia, teCNOLOGia e eQUiPameNtOS

DeLeGaçãO Da iLHa DO faiaL

aviSO CONDiCiONameNtO De trÂNSitO Na rOtUNDa Da aveNiDa 25 De abriL Torna-se público que, devido aos trabalhos de requalificação e reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta, a realizar em duas fases, de Dezembro a Janeiro de 2012 e de Fevereiro a Março de 2012, com início previsto para o próximo dia 2 de Dezembro, o trânsito será condicionado na Rotunda da Avenida 25 de Abril em todo o período referido para a execução da obra. Chama-se, assim, a atenção dos senhores automobilistas e do público em geral para a sinalização específica colocada no local. Pedindo, antecipadamente, desculpa pelos incómodos causados, estamos certos da compreensão dos utentes para estas medidas temporárias. Horta, 29 de Novembro de 2011 O Delegado, frederico de melo alves Soares


12

opInIão

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

Tribuna das Ilhas

De quanDo em Vez… i - apoio social em tempo de crise ii – fado, património imaterial da Humanidade a propósito do

Vera Lacerda

i

- A nossa sociedade mudou. A crise que se abateu sobre a Europa é de tal monta que todos a sentimos na pele. As medidas de austeridade que se impõem sobre as pessoas são de tal ordem que todos os dias os portugueses sentem que lhes estão a mexer no bolso, como se costuma dizer! A Região Autónoma aprovou o seu Plano e Orçamento para 2012. O enfoque destes instrumentos reguladores de gestão na Região vai, como não podia deixar de ser numa altura como esta, para o apoio às famílias e às empresas. A época das grandes obras terminou. A sociedade precisa agora que os Governos tenham especial atenção nos que mais sofrem e perdem com esta crise. E neste campo, é de louvar o investimento que tem sido feito na ilha do Faial, dotando-a de equipamentos de apoio social, que se revelam essenciais para as famílias. Realço a construção de dois centros de apoio a idosos nas freguesias da Conceição e dos Flamengos. No primeiro caso, trata-se de um Centro de Dia, equipamento este já inaugurado, no qual os idosos poderão estar ocupados, tendo um sítio onde estar

Mário Frayão

N

o passado dia 27 de Novembro foi a sepultar no Cemitério do Carmo o cidadão luís Carlos Decq Mota. Tinha 94 anos de idade e deixou para a posteridade o registo brilhante uma de vida exemplar, dedicada à famíla e ao serviço dos outros. Micaelense por nascimento, após concluir o curso de medicina regressa à terra natal, onde casa com uma faialense de família ilustre, - D. Maria Elisa da Costa salema brasil bicudo. Alguns anos mais tarde, já com dois filhos, o casal opta por tentar a vida no Faial, aonde chegam cheios de esperança no futuro, mas também com alguma reserva quanto à aceitação que o novo meio reservaria ao jovem médico de fora da ilha. Era o ano de 1949, e a cidade da Horta vivia ainda as consequências do fim da ii Guerra Mundial. O acolhimento na nova terra foi entretanto imediato e sem reservas, porque logo todos se aperceberam de que se tratava de um jovem com alto sentido de responsabilidade, dotado de uma personalidade aberta e cativante à primeira vista. E assim, paulatinamente, se lhe foram abrindo todas as portas. Com o passar do tempo, sucederam-se cargos e responsabilidades, tornando-se rapidamente numa personalidade marcante em toda a ilha, tanto pela sua rectidão e

durante o dia, combatendo assim a solidão e eventuais carências, com todo o tipo de apoio profissional, regressando à noite às suas casas. No caso dos Flamengos, a valência será brevemente inaugurada e inclui, além do Centro de Dia, um Centro de Noite, o primeiro do seu género a nível Açores, que permite aos idosos permanecerem naquele espaço igualmente durante a noite, dando apoio a pessoas que já não se sentem confortáveis, nem têm condições de passar a noite sozinhas nas suas casas. No decorrer da campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas nacionais visitei instituições como o lar das Criancinhas e o Colégio de santo António, deparando-me com uma realidade preocupante na nossa ilha: a da extensa lista de espera para as creches. A lista de espera ascende a 150 crianças o que é de facto inquietante, quando todos sabemos que a população açoriana está envelhecida e se deve apostar num incremento da natalidade. No entanto, foi com muito agrado que tive notícia da aprovação de uma proposta de alteração ao Plano da Região, apresentada pelo Grupo Parlamentar do Ps, no sentido de ser incluída a construção de uma creche nos Flamengos, com capacidade para 75 crianças, integrada no Centro Comunitário do Divino Espírito santo, valência que alberga o Centro de Noite já referido.

Este tipo de equipamentos revelase importantíssimo por duas razões: além de trazer notórias mais-valias a nível do apoio fundamental que presta às famílias, assume também grande importância por ser gerador de emprego. Estima-se que só com a abertura da creche, sejam gerados à volta de 20 postos de trabalho. Assim fica mais uma vez demonstrada a importância que dá o Governo Regional a estas áreas, seguindo um caminho de apoio às famílias açorianas que não podemos deixar de enaltecer.

ii

- Foi com um grande orgulho na nossa cultura que soube que a UNEsCO aprovou o Fado como Património imaterial da Humanidade. Estamos perante uma distinção criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura para a protecção e o reconhecimento do património cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. O Fado representa um povo, uma forma de estar e é inegavelmente um elo de ligação entre os portugueses, sendo reconhecido internacionalmente. Esta canção nasceu em lisboa e era cantada e tocada nos bairros típicos da capital, como Alfama e Mouraria. A primeira cantadeira de

fado de que se tem conhecimento foi Maria severa, cigana e prostituta, que residia na Mouraria. Maria severa era amante do Conde do Vimioso, e o romance entre ambos era tema de muitos dos fados que cantava. O Fado canta o típico sentimento português, a saudade, canta a nostalgia, o ciúme, e pequenas histórias do quotidiano dos bairros típicos de lisboa, temas estes permitidos pela censura dos tempos do Estado Novo. Todo o tipo de letras que alertasse para temas sociais eram proibidos pela censura. É por esta altura que surge Amália Rodrigues que iniciou o que se designa de fado moderno. A voz de Amália levou a nossa canção e o nosso povo além-fronteiras, trazendo uma nova dimensão à canção nacional. De então até aos nossos dias, muitos outros seguiram as pisadas de internacionalização do fado, levando-o aos top´s nacionais e da "world music" e a um público mais jovem. Mas o fado não deve ser visto apenas como uma canção. Estamos perante o património de um povo, que foi agora reconhecidamente distinguido pela UNEsCO. Numa altura em que tudo parece dominado pela crise, são notícias como esta que nos fazem ter orgulho em sermos Portugueses! www.arquipelagica.blogspot.com Horta, 5 de Dezembro de 2011

LUíS CarLOS DeCQ mOta - o triunfo da virtude!

competência como pela brilhante personalidade aberta, franca e alegre e um irresistivel sentido de humor que a todos encantava. Entre os cargos que foi desempe-

nhando, destaco o de presidente da Comissão instaladora do Hospital da Horta e o de Director Clínico do mesmo; o de médico da Casa dos Pescadores, da Estação Rádio-Naval

e da segurança social; o de Presidente da sociedade Amor da Pátria e do Fayal sport Club. Mas o que porventura lhe terá dado maior prazer foi o de Consul da França, que exerceu durante cerca de 30 anos e que lhe mereceu a atribuição da legião de Honra, a mais alta condecoração francesa. igualmente veio a receber altas distinções tanto da República Portuguesa como da Região Autónoma dos Açores. Porém, para ele, mais importante do que honrarias, terão sido as simples mas sinceras manifestações de carinho que, ao redor da ilha, muitas pessoas humildes lhe terão prestado, em reconhecimento pela sua assistência médica ao longo de muitos anos. Foi esta curiosa amálgama de uma personalidade exuberante que encantava as pessoas com a mesma naturalidade com que as ajudava, naquele seu jeito de quase pedir desculpa pelo que fazia, foi esta excelente pessoa a todos os títulos notável e respeitável que tanto seduziu a sociedade faialense e tão ternamente aqueceu o coração dos mais desprotegidos. Honremos, pois, a sua memória!

Saneamento! Santos Madruga

Q

uando em Fevereiro passado escrevíamos a respeito de saneamento, baseávamo-nos numa notícia vinculada por este jornal, que anunciava que este assunto estava em andamento, uma vez que em Dezembro de 2010 a autarquia havia adjudicado a obra. No entanto, havíamos escrito: “Pelo menos, nas boas intenções”. Agora, lemos que a “câmara adia obra de saneamento básico da cidade devido a dificuldades financeiras” e informa, “que será apenas um adiamento até que melhores tempos venham”. infelizmente, não nos enganamos, porque, na realidade, não passaram de “boas intenções”. Quando há anos atrás, se abriu a rua de são

João, conforme a foto documenta, para serem colocadas as respectivas manilhas para o escoamento das águas das chuvas, foi dito que as águas provenientes dos pátios e telhados (platibandas) seriam encaminhadas para aquela conduta. Fechou-se a vala, depois de meses aberta, compôs-se o pavimento e, não foram feitas as ligações, como havia sido dito, ficando as aguas a encherem os mal tratados passeios e a infiltrarem-se junto aos alicerces das casas, com todo o rol de prejuízos que daí advem. Ainda se iria a tempo de recompor o problema sem serem necessários os gastos de milhões. Mais um inverno, e como no passado recente, mais inundações nas lojas e garagens, dado que o escoamento actual para uma hipotética valeta de pedra sob os passeios, convenhamos, é bastante deficiente.

Até a própria rua fica entulhada de água, originando não só a sua entrada nas casas quando circulam viaturas, como molhando as pessoas que por ali passam. As verbas esgotaram-se, mas a autarquia tem pessoal habilitado para pequenos arranjos. Por isso, procedam, pelo menos, à reparação dos passeios, e os utentes desta rua ficarão agradecidos. Haja Saúde!


Tribuna das Ilhas

pubLIcIDaDe

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

13


14

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

opInIão

Tribuna das Ilhas

eFemérIDe

a invasão de Goa, Damão e Diu foi há 50 anos (1961)

O faialense Hildeberto Serpa foi um dos prisioneiros da união indiana DR

José Armas Trigueiro

F

oi no mês de Dezembro de 1961 que Portugal perdeu, ingloriamente, Goa, Damão e Diu. Era o início do desmoronar do império Português!... Como refere a nossa História, foi em 1498 que a frota de Vasco da Gama chegou à Índia. Assim, depois de Portugal ter perdido, em 25 de Julho de 1954, os enclaves de Dadrá e Nagar Aveli invadidos pela União indiana, perdia naquela ocasião o Estado Português da Índia. Perdia-se uma área de cerca de 4 mil quilómetros quadrados, com uma população cerca de 600.000 habitantes. E isto porque, depois da ii Guerra Mundial, os impérios haviam caído em desuso… Aliás, a descolonização mundial, era norma imperativa da Carta da Nações Unidas desde 24 de Outubro de 1945. Quando em 1955 Portugal entrou na ONU sabia disso!... A União indiana, que adquiriu a sua independência da inglaterra em 15 de Agosto de 1947, tinha como PrimeiroMinistro, o Pândita Nehru, homem, culto, pacífico e bem intencionado. A partir dessa independência Neru começara a proclamar a recuperação de todo o território indiano. Em diversas ocasiões, apelara a salazar a necessidade de ambos negociarem essa situação. Todavia, como o Presidente do Conselho Português não admitia que Portugal diminuísse, Nehru passou a fazer essas reclamações nas Nações Unidas. Em 1961, já praticamente todos os países que haviam tido colónias tinham procedido às suas descolonizações. Portugal constituía quase a única excepção, acompanhado ainda nesse tempo pela França, que, todavia, em 1962 foi forçada a dar a independência da Argélia, como referimos noutro trabalho. Portugal entrara na ONU mas não aceitava partes essenciais da sua Carta. Por outro lado, o Governo da União indiana – que quisera negociar com o Governo Português, como referi – em Dezembro de 1961 começou a concentrar tropas junto das fronteiras dos referidos territórios. Já em Agosto desse ano, o discurso de Nehru não deixava margens para dúvidas de que a União indiana se preparava para invadir esses enclaves com o uso da força. O Estado Português da Índia, cuja

capital era na cidade de Nova Goa, tinha como Governador-Geral o General Vassalo e silva que para ali fora nomeado a 2 de Dezembro de 1958. O bispo D. José Vieira Alvernaz, açoriano natural da ilha do Pico, era o Arsebispo de Goa e Patriarca das Índias, como entidade máxima da igreja Católica nesses territórios. Os efectivos militares portugueses eram de cerca de 3000 unidades, mal equipados, como era próprio das nossas tropas desse tempo. Estas encontravam-se distribuídas pelos três distritos ou enclaves e, ancorado no porto de Mormungão, em Goa, estava o navio de guerra “Afonso de Albuquerque” e a lancha “Vega”. Aí também havia postos da Polícia e da Guarda-Fiscal. Nos outros territórios de Damão e de Diu, havia ainda duas lanchas, algumas unidades militares, bem como postos da Polícia e da Guarda-Fiscal. A APROxIMAçãO DA INVASãO Com a concentração de tropas indianas nas fronteiras, intensificada em Novembro e Dezembro de 1961, havia mais de 40.000 militares equipados com armas, carros e blindados de guerra. Assim, começou a fazer-se o regresso a lisboa dos familiares dos portugueses civis e militares ali estabelecidos. Entretanto, o Governo Português, por intermédio do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Franco Nogueira, procurava, sem êxito, apoio diplomático para a sua política de manutenção naqueles territórios. Acusava-se Nehru de agressor previsível… Nos primeiros dias de Dezembro, sobretudo no dia 13, houve o “assalto” aos bancos, isto é ao dinheiro neles depositado. salazar terá pedido ajudas aos EUA e ao Reino Unido, e dizia-se que alegara a nossa “Velha Aliança” com a inglaterra , mas esses nossos aliados fizera-lhe “orelhas moucas”. Alertado periodicamente da difícil situação, pelo Governador-Geral e pelo Arsebispo de Goa, o Governo Português continuava insensível e convencido de que os nossos aliados iriam actuar em nosso favor, alterando as intenções de Nehru e da Carta das Nações Unidas. No dia 14 de Dezembro, salazar determinava, numa longa mensagem ao Governador-Geral, que a missão das forças portuguesas era a de manter os “terroristas” em luta até que chegassem os auxílios externos já solicitados aos nossos aliados. E, textualmente, escrevia o seguinte excerto: “Não prevejo possibilidade de tréguas nem prisioneiros portugueses, como não haverá

navios rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos”. A falta de realismo de salazar era inadmissível, dados os condicionalismos da situação e reflectia a falta de sensibilidade pela vida dos portugueses lá existentes. No dia 15 de Dezembro, no Palácio do Hidalcão, sede do GovernadorGeral, onde nos últimos dias se concentraram algumas chefias civis e militares – sobretudo depois da saída dos respectivos familiares para Carachi, Paquistão, e para lisboa – procuravam manter a calma e a normalidade de funções, mas havia gente que já não dormia e que trabalhava vinte e quatro horas por dia. A INVASãO No dia 16 de Dezembro, forças navais da União indiana aproximaramse e ficaram fora da “barra” do porto de Mormugão, em Goa, designadamente: um porta-aviões, um cruzador, três fragatas, um caça minas e três “destroyers”. No porto continuava o velho navio português “Afonso de Albuquerque”. Nesse dia Vassalo e silva recebia os órgãos de informação – que intensificaram a sua presença em Goa – e afirmara-lhes, com aparente calma, que tudo estava preparado e que não havia motivos para receio ou para se perder a calma. No dia 17 de Dezembro, nas fronteiras as forças indianas entraram e detiveram-se a curta distância. No dia 18 de Dezembro, cerca das 00:00 horas, as forças da União indiana avançaram por todo o lado e, no porto de Mormugão, iniciaram a luta. No navio “Afonso de Albuquerque”, que procurou resistir durante cerca de quatro horas de combate, o seu comandante, António da Cunha Aragão, foi gravemente ferido. Outros redutos militares isolados também terão tentado resistir. Registaram-se, sobretudo aí, alguns mortos e feridos. No dia 19 de Dezembro, com a tomada da cidade de Nova Goa, terminava praticamente a ocupação do Estado Português da Índia. O General Vassalo e silva – que estava com o seu EstadoMaior num barracão próximo do porto, juntamente com D. José Vieira Alvernaz – rendeu-se cerca do meio-dia, depois de ter a percepção que a ocupação havia terminado. Hasteada a bandeira da União indiana no Palácio do Hidalcão, foram feitas as prisões dos jornalistas portugueses. Todavia, noutras localidades, nomeadamente em Damão e Diu, como as comunicações eram muito precárias, às 16 horas as tropas portuguesas

ainda estavam debaixo de fogo. Todos os prisioneiros, constituídos por militares, marinheiros, agentes fiscais e policiais e jornalistas, foram concentrados em Goa até à sua libertação. O último prisioneiro a sair de Goa, em Maio de 1962, foi o General Vassalo e silva, fazendo-o de avião para Karachi, Paquistão na companhia de um ajudante e de um enfermeiro, com todas as honras e respeito por parte dos militares e autoridades indianas. O FAIALENSE HILDEBERTO DA ROSA SERPA Com o patente de Furriel Miliciano, o faialense Hildberto serpa viveu ali todos os acontecimentos muito intensamente, visto ter tido conhecimento de algumas das comunicações trocadas com o exterior, face à sua especialidade militar. Foi oportunamente detido e, depois de estar uns meses prisioneiro com os demais colegas em Goa, onde todos foram tratados de forma humilhante, acabou por regressar a Portugal. O seu regresso a lisboa foi feito no navio “Pátria”, através do Canal de suez. Como prisioneiros todos eram sustentados com alimentação pobre e escassa proveniente da União indiana. Para melhor descrição da sua passagem pela vida militar e para melhor conhecimento da sua visão sobre a invasão, voltaremos a este tema no próximo mês. CONCLUSõES Depois de libertadas todas as tropas portuguesas, o General Vassalo e silva apresentou ao Governo Português um relatório exaustivo, constituído por trinta volumes, contendo a descrição fundamentada e documentada dos acontecimentos. Assim, o Conselho de Ministros, sem que tenha sido organizado qualquer processo disciplinar e sem ouvir ou inquirir os militares envolvidos naquela invasão, aplicou em Março de 1963 as seguintes punições, mais ou menos “cozinhadas” por militares do regime, sem adequadas qualificações para o efeito: - Demitidos: 9 oficiais com responsabilidades de comando ou chefia, incluindo o General Vassalo e silva e um 1.º sargento; - Reformados compulsivamente: 5 oficiais com responsabilidades de comando ou chefia; - inactividade por seis meses: 9 oficiais diversos. Foram agraciados ou louvados vários militares ou marinheiros, entre os quais

HILDEBERTO DA ROSA SERPA O Furriel Miliciano, em 1961, prestava serviço no antigo território português de Damão, quando o território da Índia foi invadido pela União Indiana.

o Comandante do navio “Afonso de Albuquerque” e, a título póstumo, o Comandante da lancha “Vega”, falecido em combate. Assim, os militares demitidos ficaram com a sua vida destruída, alguns já de avançada idade. A Vassalo e silva (demitido), valeu-lhe o seu curso de engenheiro que lhe permitiu, aos 62 anos de idade, iniciar vida nova numa empresa de construção civil; D. José Vieira Alvernaz, demitido, veio para os Açores onde terá sido protegido pela família, já que não lhe deram a pensão a que teria direito por lei. Depois do “25 de Abril” de 1974, o novo regime instituído fez, em Dezembro desse ano, a reabilitação dos militares demitidos, na sequência daquela invasão. Ao sacrifício inútil atrás descrito foi acrescido o de 25 ou 26 mortos da parte dos portugueses, cujos familiares devem ter sido miseravelmente compensados. De qualquer forma, aquela invasão foi mais um erro das opções políticas e ditatoriais de salazar. Talvez um dos seus primeiros grandes fracassos… Para maior humilhação do Governo Português, Jacqueline Kennedy, mulher do presidente americano, John F. Kennedy visitou pouco tempo depois da invasão a União indiana. Era um gesto de concordância americano!... BIBLI: Entrevista e Hildeberto Serpa, de 26-92001, Silva, Botelho da, “Dossier Goa - Vassalo e Silva a recusa do sacrifício inútil” 1975, edição: LIBER; Morais, Carlos Alexandre de, “A Queda da Índia Portuguesa - Crónica da Invasão e do Cativeiro”


InFormação

Tribuna das Ilhas

NOSSA GENTE PARTIRAM

O9 DE DEzEMBRO DE 2O11

resTauranTe e snack-bar

viDeNte-meDiUm CUraNDeirO eSPeCiaLiSta em PrObLemaS De amOr telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

areeIro • capeLo • TeLF. 292 945 204 • TLm. 969 075 947

CONtaCte O Dr. CaSSama

l Faleceu no Hospital da Horta com 90 anos de idade, no passado dia 30 de Novembro, Frederico Samuel Bulcão, viúvo de Maria Eduína celestina da Silva, natural e residente na freguesia dos Flamengos. Era pai de: Maria Teresinha Bulcão, já falecida, casada com José Silveira da Rosa e Maria da conceição Bulcão, casada com João do carmo Machado. O extinto deixa ainda quatro netos: Anabela Bulcão Rosa, solteira, Lídia Bulcão Rosa, casada com Luciano Silveira Dutra, carmen Isabel Bulcão Rosa, casada com Tony Rosa e Mónica Margarida Bulcão Rosa, casada com Pedro Estaço e um bisneto o Samuel Dutra. l No Hospital da Horta, faleceu no passado dia 3 de Dezembro, com 90 anos de idade Serafim Francisco dos Santos, natural da freguesia de castelo Branco, onde residia. Deixa viúva Ana Glória Soares e era pai de José Serafim Soares dos Santos, casado com Vitória Santos, de Manuel Fernandes Soares dos Santos, casado com Maria dos Santos e de António Fernando Soares Santos, casado com Maria de Jesus Santos. Deixa ainda quatro netos.

AGENDA CINEMA

HOJE E DOMINGO 21H30 - Filme - “Capitão América: O Primeiro Vingador” no Teatro Faialense. Organização da Hortaludus DOMINGO 17H30 - Filme - “Os Smurfs” no Teatro Faialense. Organização da Hortaludus UTILIDADES FARMÁCIAS

HOJE E AMANHã Farmácia correa 292 292 968 DE 11 A 17 DE DEzEMBRO Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749

15

Astrólogo espiritualista e Cientista obtém resultados rápidos. Conhecido pela sua competência, eficácia e precisão em tudo o que faz relativamente à Astrologia. Com poderes absolutos e rápidos ajuda a resolver todos os seus problemas, por mais difíceis, ele tem o poder de elucidar e como prever um futuro, recuperação imediata e definitiva do seu amor perdido, protecção, sorte e negócio. Consulta à distância por telefone e carta, etc.

CABRITO NO FORNO ESPETADAS DE CARNE PORCO PEIxE VARIADO

E mEnta Variada todos os d ias

faCiLiDaDeS De PaGameNtO estrada Dr. João abel de freitas, 38 b 9050-012

AceitAm-se ReseRvAs VENDEMOS REFEIçõES PARA FORA

NO SNACk

BAR SERVIMOS REFEIçõES LIGEIRAS E PRATO DO DIA

Descanso semanal Terça-FeIra

TeMos seMpRe boM peixe Festas de Natal

1 Prato+Sobremesas +Vinho+Café

12 Euros

2 Pratos+Sobremesas +Vinho+Café

13.50 Euros

EMERGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 TRANSPORTES - FAIAL

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380 FICHA

Tribuna das Ilhas DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro

COLABORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias, Vera Lacerda COLABORADORES EVENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva

PROJECTO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TÉCNICA

IMPRESSãO:

Rua Manuel Inácio 9900-152 - Horta

EDITOR E PROPRIETÁRIO:

de Sousa, 25

DISTRIBUIçãO: cTT TIRAGEM: 1000 exemplares REGISTO: nº 123 974 do Instituto de comunicação Social

IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL NIPc: 512064652 REGISTO COMERCIAL: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOVERNO REGIONAL DOS AçORES

Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002 www.tribunadasilhas.pt

Tribuna das Ilhas SExTA-FEIRA 4 O9 DE DEzEMBRO DE 2O11


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.