02 dezembro 2011

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Festas Felizes

Tribuna das Ilhas

DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 495

O2.DezembrO.2O11 Sai àS SextaS-feiraS

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DOS AÇORES

Plano e orçamento Da reGIão Para 2012 aProVaDo esta semana

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Horta palco do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

g SíLvIO NOGUEIRA E PAULO AzEvEDO SãO OS CONvIDADOS DE hONRA DA GALA qUE A APADIF - ASSOCIAçãO DE PAIS E AMIGOS DOS DEFICIENTES DA ILhA DO FAIAL - PROMOvE AMANhã, SÁBADO, PARA COMEMORAR O DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIêNCIA. UMA GALA qUE SE REALIzA NO TEATRO PÁGINA 03 FAIALENSE.

1 euro

solIDarIeDaDe marca Dezembro em Festa 2012 InIcIaDos Do salão camPeões Da aFH

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EDITORIAL

NaviO OCeaNOGráfiCO g Quem leu, na nossa edição de 11 de Novembro findo, a entrevista concedida a este jornal pelo laureado cientista e especialista da investigação oceânica, Professor Mário Ruivo, lembra-se bem de que, a par do elogio do entrevistado ao trabalho de “excelência” desenvolvido pelo DOP (Departamento de Oceanografia e Pescas da Univer-sidade dos Açores, com sede na Horta) havia uma referência ao navio “Arquipélago”, utilizado nesse trabalho, mas já no limite da sua missão operacional, razão pela qual devia ser substituído mediante um esforço de financiamento indispensável. Não sabemos se por coincidência se por conhecimento desta afirmação do Prof. Mário Ruivo, que avançou com argumentos fortes para se atingir esse objectivo, num tempo em que, como ele exemplificou, “quem não vai ao mar perde o lugar” – a verdade é que passados quinze dias, foi noticiado que Portugal iria dispôr de um novo navio oceanográfico. Só que a par de informações recolhidas ficaram-nos também dúvidas sobre tão escassa comunicação. Assim, 1. – Afinal, o navio não é novo mas em segunda mão e, segundo nos dizem, foi oferecido pela Noruega para substituir um outro da mesma procedência. 2 – Vamos ter, de facto, uma unidade naval mais recente para investigação oceanográfica, ao que parece para funcionar apenas nas costas continentais, com programas delineados em Lisboa. 3 – Ficará esquecido o mar dos Açores e o vasto trabalho de excelência em Ciências e Tecnologias do Mar que tem sido desenvolvido pelo DOP, da Universidade dos Açores, já numa escala de internacionalização? 4 – E para quando terá o país essa melhoria de base destinada à investigação científica no mar que envolve estas ilhas e encerra enormes potencialidades de valor incalculável? Em primeiro lugar, é preciso que se entenda, ao nível do poder político, que a investigação marinha, relacionada com valores de vária ordem, que estão à nossa beira, ou ainda em locais de “mar profundo” – deve ser continuada e ampliada sem mais delongas, num esforço em que o nosso pais, com relevância para os Açores, tem de conquistar o futuro… Porque, meus senhores, esse futuro está no mar, como se vem a dizer, de algum tempo a esta parte, através de conferências, colóquios e outros eventos de natureza sóciopolítica, de que temos tido notícia, como agora aconteceu em Cascais. Infelizmente os portugueses são sempre os mesmos: falam, discutem, tratam os problemas em grandes reuniões… e depois, tudo fica em “águas de bacalhau”, na imobilidade dos papéis… Afinal, o que gostaríamos de apurar, para já – e repetimos - era se esse “novo-velho” barco será utilizado também no mar dos Açores pelas competentes equipas de investigação do DOP!

EM DESTAquE

Tribuna das Ilhas

Cultura e Gastronomia para um Dezembro em festa mais solidário Texto e Fotos g A partir do dia 1 de Dezembro e até 7 de Janeiro, o Município da Horta, em parceria com várias entidades locais, preparou, como já vem sendo habitual, o seu programa de Natal “Dezembro em Festa”, que se apresenta com um calendário diversificado e onde pontificam a cultura, a gastronomia, e a diversão para os mais pequenos. Esta iniciativa visa, como é sabido, a promoção do Comércio Tradicional. Este ano, tendo em conta a actual conjuntura económica, engloba também uma componente solidária, o “Projecto Solidário”. A apresentação do Programa “Dezembro em Festa” teve lugar esta semana, no Teatro Faialense. Na ocasião, José Leonardo, vice-presidente da Câmara Municipal da Horta, salientou que este é um programa que envolve muitos parceiros e muitas entidades locais e que este ano o número de instituições envolvidas foi ainda maior que o habitual. No entender de José Leonardo, e apesar da actual situação económica, não é necessário deixar de realizar os eventos,

mas sim reavaliá-los: “temos de ser equilibrados. É claro que este ano teve de haver uma redução de custos, embora isso não signifique que haja menos actividades. Mas temos que ter em conta a situação que estamos a viver”, referiu. Deste programa, o vice-presidente destacou o I Festival de Sopas do Mercado, da responsabilidade da Adeliaçor, que tem como principais objectivos a promoção dos produtos da terra e a dinamização do mercado municipal. Outro aspecto que mereceu o destaque de José Leonardo foi a componente soli-

dária, que diz respeito ao “Projecto Faial Solidário”, apresentado há dias. Para Leonardo, este programa “permite associar os nossos produtos locais e o nosso comércio tradicional”, numa lógica de solidariedade. Ainda neste contexto, o vereador reforça que “além da Feira das Boas Vontades, que irá funcionar no Banco de Portugal, iremos ter um palco solidário, com actuações desde as 14h30 às 20h30, de instituições e pessoas que voluntariamente vão actuar”. Esta actividade irá decorrer no dia 8 de Dezembro. Presente nesta conferência de apresen-

tação do programa “Dezembro em Festa” em representação da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), um dos principais parceiros do evento, esteve Ângelo Duarte, que realçou também dois aspectos deste programa, nomeadamente o Dia das Montras e a Festa da Flor. Ângelo Duarte chamou ainda a atenção para a campanha “Ofereça Açores”, lançada pela Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo e que contou com a adesão da CCIH. Esta campanha aposta no desenvolvimento, inovação e crescimento do negócio dos comerciantes locais, e salienta o que de melhor as ilhas têm para oferecer. O projecto baseia-se em campanhas dirigidas aos açorianos, com o mote “Oferecer Açores é comprar no Nosso Comércio”, contribuindo para a revitalização e longevidade do comércio local. A primeira fase desta campanha arranca já neste Natal e prolonga-se até ao Natal de 2012. Na ocasião José Leonardo confirmou também que, dadas as dificuldades actuais, a autarquia não irá promover o espectáculo de fogo de artifício que tradicionalmente tinha lugar na baía da Horta para celebrar a chegada do ano novo.

PROGRAMA ATé 06.JAN - 18h30 àS 24h00 PRESéPIO DE NATAL – Barão Palace junto ao Restaurante Barão Palace 02. E 03.DEzEMBRO 3º PASSEIO DO 2º TROFéU ILhA DO FAIAL NAvEGAçãO E TRIAL 02.DEzEMBRO 19h00 - Concentração Participantes Marina da Horta junto ao Bar Marina 20h00 - Saída do 1º Participante da Classe T1 para o Passeio 23h30 - Concentração Pedregulho Feteira 03.DEzEMBRO 08h15 - Concentração Participantes Bico Doce Castelo Branco 09h15 – Saída do 1º Participante da Classe T1 para o Passeio 13h00 - Concentração Praia Almoxarife 14h30 - Trial de demonstração viaturas 4x4 na P. do Almoxarife DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIêNCIA 10h00 às 11h00 - Caminhada 9 horas pela Igualdade - Local: Concentração na Sede da APADIF COMEMORAçãO DO DIA INTERNACIONAL DA PESSOA DEFICIENTE 18h00 - Gala APADIF no Teatro Faialense 04.DEzEMBRO 09h00 - DAR A vOLTA à DROGA AçORES UNIDOS - Roteiro: Largo do Infante (Lanche), Avenida Marginal, Centro da Cidade, Centro do Mar no Concentração no Centro do Mar 08.DEzEMBRO DIA DAS MONTRAS – Concurso de Montras na Rua Central da Cidade da Horta I FESTIvAL DE SOPAS DO MERCADO MERCADO DE NATAL

18h00 às 20h00 – CONCURSO DE SOPAS na Peixaria do Mercado Municipal PROJECTO FAIAL SOLIDÁRIO 14h00 às 22h00 - Feira das Boas Vontades - no Centro de Cultura e Exposições da Horta 14h30 às 20h30 - Palco das Boas Vontades - junto ao Jardim Eduardo Bulcão 08.DEz A 15.DEzEMBRO Mercado de Natal 08.DEzEMBRO 17h30 - Sessão de Abertura do Mercado de Natal 2011 e Boas Vindas - Iluminação da Árvore de Natal 18h00 às 20h00 - 1º Festival de Sopas do Mercado 20h00 – Actuação do Grupo de Dança do Clube Desportivo Escolar 20h30 - Festival Ranchos de Natal Entrega dos Prémios 1º Festival de Sopas do Mercado 09.DEzEMBRO 19h00 - Abertura dos Stands 19h00 às 20h00 - Atelier Infantil “Decorações para a Árvore de Natal Gigante” 20h30 - Animação de Rua 21h00 - Tuna e Grupo Folclórico Juvenil dos Flamengos 10.DEzEMBRO 14h00 - Abertura dos Stands 16h00 às 17h00 - Atelier Infantil “Faz as tuas prendas de Natal” 17h30 - Animação de Rua 18h30 - “Um Conto de Natal” 22h30 - Vira Lomba (Música anos 80 e 90) 11.DEzEMBRO 15h00 - Abertura dos Stands - Desfile do Pai Natal 16h00 às 17h00 - Atelier Infantil “Como Fazer Doces e Compotas”

18h30 - “Um Conto de Natal” 21h00 - Grupo Coral da Horta 12.DEzEMBRO 19h00 - Abertura dos Stands 19h00 às 20h00 - Atelier Infantil “Enfeites de Natal com Elementos Naturais” 13.DEzEMBRO 19h00 - Abertura dos Stands 19h00 às 20h00 - Atelier Infantil “Bonecos de Retalho” 14. DEzEMBRO 19h00 - Abertura dos Stands 19h00 às 20h00 - Atelier Infantil “Brincadeiras Amigas do Ambiente” 5. DEzEMBRO 19h00 - Abertura dos Stands 19h30 - Animação de Rua 20h30 – Grupo de Música popular Margens Sessão de Encerramento do Mercado de Natal TODOS OS DIAS: 18h30 às 19h30 - Passeios no Chevrolet dos Bombeiros Voluntários 19h00 às 21h00 - Visita à Casa do Pai Natal e Fotografias com o Pai Natal na Praça da República 10. DEzEMBRO 21h30 - Teatro – “Confissões de um Fumador de Tabaco Francês” de Roland Dubillard no Teatro Faialense 16. A 24. DEzEMBRO TENDA DOS PEqUENOS TRAqUINAS 09h00 às 19h00 - ATL e Animação Infantil na Tenda no Parque de Estacionamento da Avenida 16. DEzEMBRO 21h30 – Concerto de Natal no Teatro Faialense 17. DEzEMBRO Passeio de Natal TT integrando utentes

APADIF 14h30 – Concentração Parque Estacionamento junto ao Tribunal para todos os Participantes 15h00 – Saída para Passeio de Natal em volta da Ilha 18h00 – Concentração Largo da Matriz (Frente CMH) 17. DEzEMBRO 21h30 - Concerto Acústico de António Manuel Ribeiro e lançamento do CD "Coração de Basalto" dos Alma Rasgada no Teatro Faialense 18. DEzEMBRO ENCONTRO DE NATAL DE CARROS CLÁSSICOS 11h30 – Prova de Perícia (Fayal Sport Club) 11h30 às 16h00 – Exposição de Carros Clássicos (Fayal Sport Club) 14h00 às 16h00 – Desfile de Carros Clássicos (Cidade da Horta) vOLTA à ILhA DO PAI NATAL 13h00 – Concentração no Parque de Estacionamento da Piscina Municipal TEATRO INFANTIL 15h00 – “A Medida” - O teatro tem como tema geral o "Conto de Fadas". 17h30 – “Cou Cou” de Cie Jardins Insolites | França / Portugal no Teatro Faialense 22, 23 E 24. DEzEMBRO 08h00 às 22h00 - FESTA DA FLOR no Mercado Municipal 31. DEzEMBRO 23h30 - Passagem de Ano - Música ao vivo com a banda “Rock 4 You” - Oferta de Espumante e Surpresas - Local: Tenda no Parque de Estacionamento da Avenida 07.JANEIRO 20h30 - Encontro de Ranchos de Natal no Teatro Faialense

Susana Garcia

[SOBE]

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&

[DESCE]

NO CLUBE DAS MAIS BELAS…

TRANSPORTES DE PASSAGEIROS

g Embora a decisão já fosse esperada, causou grande satisfa-

g Recebemos ultimamente no nosso jornal algumas queixas –

ção no meio local a notícia da eleição, em reunião realizada em Londres, da Baía da Horta para fazer parte do Clube das Mais Belas Baías do Mundo, uma qualificação internacional conseguida “não só pela beleza paisagística da enseada, mas também pela qualidade natural, histórica e cultural que a caracteriza”. Em Portugal a única Baía que já faz parte desta organização é a de Setúbal, cujos responsáveis deram grande apoio à candidatura da Baía faialense. Ainda que a importância deste facto mereça mais largo tratamento, aqui fica desde já esta nota.

apresentadas, aliás, de uma maneira calma e construtiva – sobre os transportes públicos colectivos de passageiros na cidade e na ilha. Dizem-nos que, por vezes, o transporte na cidade, que inclui crianças, deve ter um “andamento” mais moderado, sobretudo nas ruas mais estreitas e sítios mais perigosos. Ao nível da ilha também nos falam de paragens dos autocarros, para receber passageiros, às vezes quase “em cima das curvas” o que pode oferecer perigo para as viaturas que circulam na mesma e em sentido contrário. Neste sector, afinal, todo o cuidado é pouco…


LOcAL

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Obras da reconstrução das Igrejas do Faial adiadas As obras de reconstrução das igrejas danificadas pelo sismo de 1998 foram adiadas. A informação foi avançada pelo Ecónomo Diocesano e o Ouvidor da Horta após diálogo com o Governo Regional dos Açores. De acordo com a Diocese, “o Governo compromete-se a cumprir os compromissos já assumidos, relativamente aos restauros já realizados, mas, nas actuais circunstâncias de menos possibilidades financeiras, não pode assumir novos compromissos, sem que se vislumbre a possível saída da crise”. Em declarações à Comunicação Social, diz a Diocese que “paira ainda muita incerteza sobre a evolução da situação e sobre a duração da crise. Até para as próprias comunidades paroquiais é mais prudente adiar. É que as condições actuais dos empréstimos bancários são, neste momento penalizantes. É de toda a conveniência esperar que a situação se esclareça e melhore.” MJS g

PSD faial aposta no estacionamento no Centro Histórico DR

g Foi aprovada por unanimidade na última reunião de Câmara, uma proposta dos vereadores do PSD Faial que visa promover o estacionamento no centro histórico da cidade. Assim sendo, nos próximos tempos vão ser definidos, riscados e pintados os lugares de estacionamento nas principais artérias do Centro Histó-rico, de forma a disciplinar e maximizar o número de lugares disponíveis. Vão igualmente, no âmbito desta proposta, ser afectos dois lugares por rua a estacionamento de curta duração mediante a afixação do respectivo sinal de trânsito, de forma a permitir uma maior rotatividade desses parques, proporcionando aos clientes a existência de parques disponíveis.

De acordo com os vereadores do PSD, “esta proposta vem de encontro a uma das mais antigas reivindica-

ções dos empresários locais em proporcionar uma maior acessibilidade aos clientes”. mJS

Dia internacional da Pessoa com Deficiência comemorado na Horta

DR

g A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) vai promover as comemorações do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Assim sendo, amanhã, dia 3 de Dezembro, realiza-se uma Marcha (9 horas pela Igualdade), e uma Gala que se realizará na cidade da Horta, no Teatro Faialense.

A Gala de Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência será transmitida em directo pela RTP-Açores, que contará com a presença do presidente do Governo Regional. No âmbito do programa da 1ª Gala do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, é pretensão da APADIF divulgar o trabalho desenvolvido por pessoas e instituições de diversas ilhas, que trabalham na área de deficiência. Durante esta gala serão também homenageadas pessoas e instituições que se tenham destacado na promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência. Para tal foram criados prémios para diversas categorias no âmbito da acessibilidade: Promoção da Acessi-bilidade Física, Laboral, Informação, Desporto, Cultural e Educação, bem como um prémio de Mérito Desportivo. mJS

Sismo sentido no faial DR

g Na passada segunda-feira, dia 28 de Novembro, pelas 12h35, a terra tremeu no Faial. O sismo, de magnitude 3,2 na Escala de Mercalli teve o seu epi-

centro ao largo da Ribeirinha, e, de acordo com o Instituto de Meteorologia, foi sentido com intensidade máxima 3 (escala de Mercalli).

[aconteceu] PRISãO DOMICILIÁRIA PARA AUTORES DE CRIME DE OFENSAS à INTEGRIDADE FíSICA qUALIFICADA g Os dois jovens do sexo masculino que na passada sexta-feira protagonizaram a agressão a outros dois indivíduos também do sexo masculino, na cidade da Horta, estão detidos em prisão domiciliária com recurso à colocação de pulseira electrónica. A medida de coação foi aplicada após terem sido presentes a tribunal na manhã de sábado. De acordo com fonte policial, os indivíduos, com 26 e 27 anos de idade, foram detidos em flagrante delito pela prática do crime de ofensas à integridade física qualificada, contra dois indivíduos do sexo masculino de 38 e 40 anos de idade. Recorde-se que o ataque decorreu sexta-feira passada num estabelecimento comercial no Largo do Infante e na Rua Conselheiro Medeiros, noutro estabelecimento comercial. Os jovens detidos, presumíveis autores do crime, estavam munidos de foices e, de acordo com populares, tratou-se de "fazer justiça com as próprias mãos". Os feridos foram conduzidos ao Hospital da Horta e de, acordo com Martins Goulart, director clínico daquela unidade hospitalar ao TRIBUNA DAS ILHAS, um dos indivíduos apresentava um ferimento profundo na face e o outro hematomas e escoriações. NATAL ACTIvO - MASTERCLASS g Teve lugar ontem, no Pavilhão do Complexo Desportivo Dr. Manuel de Arriaga, pela primeira vez, uma “Masterclass” sob o título de “Natal Activo”. Nesta actividade, “Natal Activo”, foram desenvolvidas disciplinas de actividades de grupo como o Hip-Hop, o Aerodance, o Kombat, o Zumba, Danças de Salão, Localizada e Chamarritas, sempre com diferentes instrutores. Esta foi uma actividade organizada pelo Serviço de Desporto do Faial e pela Câmara Municipal da Horta, que contou também com o apoio e parceria dos grupos, ginásios e instrutores participantes, que acederam colaborar graciosamente. O “Natal Activo” enquadrou-se no âmbito do projecto Açores Activos que visa a promoção de actividades físicas e/ou desportivas desenvolvidas por entidades do movimento associativo desportivo ou outras entidades promotoras do desporto, de carácter regular. De referir que os principais objectivos do projecto visam a promoção da prática regular de actividades físicas e desportivas; a promoção de estilos de vida activa; a existência de momentos de convívio e sociabilização; e a promoção da saúde e qualidade de vida.

[vai acontecer] FEIRA DAS BOAS vONTADES g É já no próximo dia 8 de Dezembro que o Faial recebe a Feira das Boas Vontades. Esta feira decorre das 14h00 às 22h00 no Centro de Cultura e Exposições da Horta. Também neste dia, no Jardim Eduardo Bulcão, teremos o Palco das Boas Vontades” que, das 14h30 às 20h30, receberá os artistas: Alexandre Delgado; Alunos do Ensino Artístico da Escola Básica e Integrada; Hugo Duarte; Art Music; CAO; Pro-Ritmo da Escola Profissional da Horta; Grupo de Cantares Ilha Azul; Grupo de Chamarritas das Angústias; Grupo de Dança do Clube Desportivo da Horta; Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel; Grupo Hip Hop Go Gimm e Paulo Henrique (D.J.). FEIRA DAS OPORTUNIDADES g Realiza-se este sábado, dia 3 de Dezembro, mais uma edição da Feira das Oportunidades na Quinta do Lomelino. O objectivo da feira, que realiza quinzenalmente, é criar um espaço de comércio e divertimento, onde as pessoas possam vender as suas "tralhas" e comprar a preços realmente baixos. O mais importante épassar uma tarde agradável à volta de um belo jardim. Assim sendo, a Feira das Oportunidades está aberta das 14h00 às 19h00 e é de acesso gratuito. JANTAR MATANçA DE PORCO g Numa iniciativa da Sociedade Filarmónica Unânime Praiense realiza-se este sábado, na sede da filarmónica, um jantar de matança de porco. Este jantar que tem como objectivo angariar fundos para a Filarmónica, será animado com a Tuna e Chamarritas. A ementa é: Sopa de ossos da cabeça, Fressura, Morcela, Linguiça, Entrecosto, Bifes e Torresmos de Pele. WORkShOP/CURSO - REIkI NívEL I – ShODEN g Realiza-se no próximo sábado, 3 de Dezembro, um Workshop de Reiki Nível I – Shoden. Este curso, a ministrar no Espaço TENAEC Terapias Naturais e Evolução da Consciência decorre das 09:00às 1:00 e será ministrado por Braz Teixeira. Reiki é um Sistema/método comprovado, que promove saúde física e espiritual, bem-estar e um reequilíbrio da energia à pessoa que a recebe. Este sistema permite também a expansão da consciência ao utilizar a Energia Universal que é livre e está no Ambiente, acessível a todos. O facilitador/terapeuta (pessoa sintonizada, depois de efectuar o Reiki nível I) passa a ser um canal, através do qual a Energia flui inteligentemente para si próprio, para outras pessoas e até para os animais.


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REGIOnAL

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PLEnáRIO DE nOVEMBRO

Creche dos flamengos deve avançar em 2012 DR

Marla Pinheiro g Esta semana ficou marcada pela discussão, na Assembleia Legislativa dos Açores, do Plano e do Orçamento da Região para 2012. Os documentos propostos pelo Executivo Açoriano começaram a ser analisados na segunda-feira, e a sua aprovação concretizou-se ao final da tarde e durante a noite de quarta-feira, já depois do fecho desta edição do TRIBuNA, que teve de ser antecipado devido ao feriado. Coube a Sérgio Ávila, vice-presidente do Governo, apresentar as principais orientações do Governo da Região para o próximo ano, que passam por “dar continuidade ao desenvolvimento regional” e, ao mesmo tempo, criar novos mecanismos de apoio que ajudem as famílias e as empresas dos Açores a fazer face à crise. Lembrando que a solução para a crise que extrapola as fronteiras do país só pode ser encontrada no contexto europeu, Ávila explicou que foi a contar com “a mais grave recessão dos últimos 30 anos” em 2012 que o Governo preparou o Plano e o Orçamento para o próximo ano. Em 2012 é preciso gastar menos na administração regional (com excepção da Saúde, que vê as suas verbas reforçadas com vista à regeneração financeira do sector), e “reforçar o valor reprodutivo da despesa pública, e o seu efeito na produtividade das empresas e na criação de emprego”. Aumentar a independência financeira da Região é outro dos objectivos, e o decréscimo das transferências do Orçamento de Estado será compensado com o aumento da receita por via das transferências dos fundos comunitários, na sequência da alteração prevista da regulamentação comunitária que assegura um aumento da taxa de comparticipação de 85% para 95% do investimento efectuados. A proposta de Orçamento do Executivo para 2012 foi de 1436 milhões de euros, menos cerca de 3,4% em 2011. Do montante reservado a investimentos para o próximo ano – 737, 4 milhões de euros , 480 milhões são referentes ao investimento directo do Executivo açoriano. Contas feitas, e comparativamente com 2011, verifica-se menos cerca de 5% de investimento garantido pelo Governo (em 2011 o plano de investimentos ascendia a 801 milhões de euros, dos quais 505 milhões diziam respeito ao investimento directo do Executivo). Em resposta às declarações do vice-presidente do Governo, Paulo Estevão, do PPM, acusou o Executivo de não governar para o povo: “não se justifica gastar milhões de euros em centros de arte contemporânea quando parte do nosso povo passa fome”, disse o

deputado, que previa apresentar mais de 100 propostas de alteração. Por sua vez, Aníbal Pires mostrou-se preocupado com as questões do emprego, denunciando os cortes do Governo neste sector, nomeadamente a redução de 27% nos programas de emprego e de 23% nos de estágios profissionais. O deputado do PCP alerta para o crescimento da economia paralela durante a austeridade de 2012, mostrando-se preocupado com o combate a esta realidade, uma vez que o Governo quer reduzir em 12% as verbas para a Inspecção Regional do Trabalho e em 50% o programa de combate ao trabalho precário, ao subemprego e ao trabalho ilegal. Se Sérgio Ávila pintou um quadro rosa da realidade açoriana durante a apresentação do Plano para 2012, António Marinho traçou um cenário bem negro. O socialdemocrata chamou a atenção para os números do rendimento social de inserção, para a desertificação das ilhas e para o aumento galopante da taxa de desemprego nos Açores, que hoje é de 11,6%. O PSD acusa o Governo socialista de ter destruído o desenvolvimento harmónico das ilhas, com o falhanço da política de coesão, e traça um cenário negro do sector empresarial dos Açores, falando das dificuldades da construção civil, dos números do turismo a descer, dos encerramentos no comércio e das dificuldades das empresas, "que não conseguem aceder a crédito porque o sector público regional seca o pouco que o mercado disponibiliza". Os social-democratas condenam a falta de transparência em relação a estes documentos, recordando que o PSD já apresentou inclusive um pacote legislativo para colmatar esta realidade. Para o Bloco de Esquerda, o Governo Regional não é forçado a cortar os subsídios de Natal e de Férias. Os bloquistas, liderados por Zuraida Soares, apresentaram mesmo uma proposta para a criação de um subsídio remuneratório “no sentido de garantir o pagamento a todos os trabalhadores da Administração Pública Regional e do Sector Público Empresarial Regional do montante remuneratório equivalente a um subsídio, minimizando desta forma a redução efectuada por via do Orçamento de Estado para o ano de 2012 relativa ao 13º e 14º mês”. Já Artur Lima, da bancada popular, mostrou-se preocupado com a capacidade da administração pública regional “pagar a tempo e horas”, com destaque para o sector da Saúde, onde os atrasos são mais flagrantes. “As pequenas empresas necessitam desse dinheiro para pagar aos seus funcionários”, lembra, frisando também que, neste cenário de crise, responsabilidade é uma atitude que se pede a todos.

Para Lima, as micro e pequenas empresas têm de ser protegidas, no sentido de se evitar o aumento da escalada do desemprego. FAIAL COM 66 MILhõES PARA 2012 Com cerca de 66 milhões de euros previstos, o Faial é a terceira ilha mais dotada no que diz respeito ao investimento público, a seguir à Terceira e a São Miguel. A reparação da Escola Básica Integrada da Horta, dotada com mais de 5 milhões de euros, e a continuação da obra do Bloco C do Hospital são alguns dos principais destaques do plano de investimentos para o Faial. Também se prevê a elaboração dos projectos do novo matadouro e da segunda fase da Variante, bem como a reabilitação da estrada regional entre o Vulcão e a Praia do Norte, incluindo Ramal da Fajã, com uma dotação de 999 mil euros. Os documentos prevêem também a execução de um protocolo com a diocese de Angra para reconstrução das igrejas danificadas pelo Sismo de 1998, e está prevista uma verba de 38800 euros para a recuperação das igrejas do Carmo e São Francisco. O plano prevê ainda a continuação das obras de Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta e espera-se ainda em 2012 o início da segunda fase das obras de Requalificação e Reordenamento da frente marítima e a Requalificação da Avenida do Mar na Horta. Para este empreendimento estão previstos quase 11 milhões de euros, dos quais 1659 mil dependem de investimento directo da Região. O Centro de Adictologia do Faial também vem inscrito no Plano, bem

como o Centro de Processamento de Resíduos. Miguel Correia anunciou também a abertura de um gabinete de medicina dentária no Centro de Saúde da Horta. A ampliação da pista do Aeroporto da Horta é a ausência mais flagrante deste plano. O deputado faialense do BE, Mário Moniz, denunciou essa situação na terça-feira. Em resposta, o secretário regional da Economia, reconheceu que a obra continua a ser necessária, no entanto remete responsabilidades para a ANA e para o Governo da República. O governante refere que já abordou a questão junto do actual Ministro da Economia. Sobre este assunto, Luís Garcia lembrou que, em 2001, Carlos César prometeu que, caso a ANA não fizesse o investimento, o Governo faria. Para o PSD, chegou a hora do Governo cumprir a promessa e fazer avançar este investimento estruturante para o Faial. As Termas do Varadouro também estiveram em análise no plenário, também graças a Mário Moniz, que pediu pormenores sobre a sua requalificação a Cordeiro. O secretário referiu que há um privado interessado em fazer o investimento, daí que o Executivo tem optado por acompanhar esse privado, ao invés de avançar para uma execução do projecto. Quem não aceita as explicações da governação socialista é Luís Garcia. O socialdemocrata lembrou o hemiciclo de que a promessa da requalificação das Termas remonta a 2000, e que esta é mais uma prova da "dualidade de critérios" do Executivo, que noutras ilhas teve atitudes diferentes em relação a este tipo de investimentos.

PROPOSTA DE ALTERAçãO COLOCA CREChE DOS FLAMENGOS NA LISTA DE INvESTIMENTOS PARA 2012 A creche prevista para a freguesia dos Flamengos, integrada no Centro Comunitário do Divino Espírito Santo, foi incluída no Plano para 2012, apesar de não constar da proposta inicial do Governo. Tal resulta de uma proposta de alteração ao documento apresentada pela bancada socialista, dada a conhecer ao plenário pelo deputado faialense Lúcio Rodrigues. Rodrigues apresentou esta proposta na sequência de uma intervenção do deputado laranja Luís Garcia, também do Faial, que denunciava as listas de espera de cerca de 150 crianças nas creches do Faial. Na ocasião, Garcia lembrou que o Executivo tinha prometido três investimentos nesta área para esta legislatura, no que ao Faial diz respeito: a creche dos Flamengos, a remodelação da creche do Castelinho e a ampliação de um edifício para creche na Conceição. PAULA LEMOS SUBSTITUI ALzIRA SILvA NA BANCADA DO PS Nesta reunião plenária da Assembleia Legislativa dos Açores a representação faialense na bancada socialista apresentou novidades. Paula Lemos substituiu Alzira Silva no cargo de deputada, juntando-se assim a Lúcio Rodrigues. Recorde-se que, nas últimas legislativas regionais, o PS elegeu dois deputados pelo Faial, na altura Fernando Menezes e Hélder Silva. Neste momento, e após sucessivas saídas e renúncias ao cargo de deputado, ocupam essas funções pela ilha azul Lúcio Rodrigues (que ocupava o sexto lugar da lista candidata) e Paulo Lemos (que detinha a nona posição).


nOTícIAS

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nA HORTA

especialistas europeus e norte-americanos debatem estratégia global de gestão dos Oceanos g Estão reunidos na Horta desde ontem e até amanhã, investigadores e especialistas nacionais, da união Europeia e dos EuA, numa iniciativa promovida pela Fundação LusoAmericana (FLAD), em colaboração com a Direcção Regional dos Assuntos do Mar e com o ISPA-Instituto universitário. Esta iniciativa – coordenada pelo Steering Committee composto por Charles Buchanan (FLAD), Emanuel Gonçalves (ISPA), Thomas Malone

(university of Maryland) e Margaret Davidson (NOAA), entre outros – tem como objectivo abordar duas questões estruturais na gestão dos oceanos. Por um lado, quais os próximos passos a tomar pelas nações transatlânticas e pelos stakeholders numa perspectiva Portugal-EuA, de forma a reforçar o posicionamento geoestratégico de Portugal e, em particular dos Açores. Por outro lado, identificar as prioridades ao nível do desenvolvimento sustentável que devem constituir a contri-

buição portuguesa para os instrumentos de gestão europeia associados à política comum de pescas e à directiva quadro estratégia marítima. Para estes três dias estava prevista a fefinição de um plano de acção global e integrado que permita abrir caminho para uma intervenção concertada entre Portugal e os EuA, focado na sustentabilidade das actividades marítimas. Para além disso será dada uma oportunidade para a apresentação das principais recomendações internacionais

com vista ao reforço da cooperação transatlântica, incentivando o diálogo entre diversos stakeholders globais. As principais conclusões serão publicadas num livro, e pela FLAD será elaborado um relatório da reunião para disponibilizar aos decisores políticos. Será ainda publicado pelos organizadores um artigo numa revista científica. O encontro junta universidades portuguesas e norte-americanas, nomeadamente a universidade dos Açores,

Lisboa e Coimbra, o ISPA – Instituto universitário, a universidade de Califórnia, em Santa Bárbara, a universidade de Maryland, a universidade de Duke e a agência norte-americana EPA (Environmental Protection Agency). O evento decorre na cidade da Horta onde está sediado o Departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores, de reconhecido prestígio internacional pelo trabalho desenvolvido nesta matéria. mJS

Luís Paulo alves apela bloco de esquerda ao reforço dos fundos contra privatização da distribuição de água no faial g A Comissão Coordenadora da Ilha do Faial do Bloco de Esquerda – Açores denuncia e manifesta a sua oposição à tentativa encoberta de privatização do serviço de distribuição de água no concelho da Horta. As recentes notícias sobre o adiamento da obra de saneamento básico da cidade da Horta invocando dificuldades financeiras, trouxeram a divulgação de alguns pormenores até agora desconhecidos dos munícipes. Entre eles está, de acordo com os bloquistas, “a intenção nunca revelada, mas implícita, de privatizar a distribuição de água à população”.

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De acordo com o comunicado enviado às redacções, “a água é o primeiro bem essencial à vida e constitui um monopólio natural. Como tal, não pode ser objecto de negócios especulativos. O resultado é, sempre, facturas mais pesadas para a população.” Para além de denunciar esta tentativa encoberta, o Bloco de Esquerda responsabiliza este e os anteriores elencos camarários pela sua atitude cúmplice, e exige às forças políticas envolvidas, tão rápidas em convocar conferências de imprensa por “dá cá aquela palha”, que se retratem perante os munícipes do concelho da Horta. mJS

g Luís Paulo Alves apelou na Comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, no debate sobre o papel da Política de Coesão para as Regiões ultraperiféricas para a “necessidade dos deputados alterarem a proposta da Comissão Europeia, relativa à Alocação Específica para as Regiões ultraperiféricas". Para Luís Paulo Alves "a proposta da Comissão Europeia contém dois erros que devemos corrigir:o primeiro é o corte de 50 milhões de euros, 5% para todas as Regiões ultraperiféricas, percentagem superior às restrições gerais que são efectuadas". Para o deputado esta situação "contraria o princípio da justa repartição dos esforços ao penalizar mais quem é mais frágil e menos os que têm mais recursos. A Comissão Europeia fez nesta matéria exactamente o

contrário do que devia ter feito e devemos corrigi-lo". O deputado dos Açores prosseguiu afirmando que "um segundo erro que também devemos corrigir prende-se com o facto da proposta da Comissão Europeia exigir que 50% desses fundos sejam agora afectos à diversificação e modernização da economia. Esse princípio, que

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já está presente nos outros Fundos Europeus que nos estão destinados, não deve ser aplicado nestas verbas que devem ser canalizados para os sobrecustos da ultraperiferia, devendo, aliás, ser reforçados e não diminuídos os montantes destinados a fazer face aos sobrecustos dos transportes e das acessibilidades", concluiu o deputado. mJS

estatuto do aluno dos ensinos básico e Secundário já está em vigor g O novo Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário entrou em vigor na passada sexta-feira. O Estatuto foi publicado em Diário da República na quinta-feira, tendo entrado em vigor um dia após a referida publicação. O diploma, (Decreto Legislativo Regional n.º 32/2011/A) vem clarificar os direitos e deveres do aluno, visando melhorar a segurança e acautelar a tranquilidade das escolas, de forma a permitir aos professores e Conselhos Executivos uma melhor gestão das suas escolas, com outras competências. O novo estatuto prevê o reforço do relato das ocorrências em contexto escolar, uma vez que a denúncia passa a poder ser feita por toda a comunidade educativa e não apenas por alguns ele-

mentos, como acontecia anteriormente. O diploma reforça também a autoridade das escolas, quer ao nível da gestão da escola, quer ao nível dos directores de turma e do professor. No que diz respeito ao regime de coimas aos pais e encarregados de educação, estas só poderão aplicadas quando se verificar que o encarregado de educação tenha revelado negligência consistente e sistemática e que esta negligência seja comunicada às autoridades competentes. Assim, ao prever a aplicação de coimas, o Estatuto do Aluno visa dotar o sistema educativo regional de uma nova forma de promover um acompanhamento mais activo do percurso educativo dos alunos por parte dos pais e encarregados de educação, embora

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fique claro que esta ferramenta apenas será aplicada em situações extremas. O Estatuto do Aluno recém-publicado clarifica ainda o dever de respeito da autoridade do professor e as questões

relativas às faltas, reduzindo para metade o que estava instituído até agora e limitando a possibilidade do aluno faltar injustificadamente. O diploma agiliza e simplifica tam-

bém os procedimentos disciplinares, ao eliminar formalidades consideradas desnecessárias. O novo Estatuto prevê que o procedimento disciplinar instaurado contra um aluno do ensino básico ou secundário deve ser célere e envolver, logo que possível, os pais e encarregados de educação, de forma a garantir eficácia. São também instituídos através deste diploma, os prémios de mérito, que visam distinguir os alunos que revelem atitudes exemplares de superação das suas dificuldades, que alcancem resultados escolares excelentes, que produzam trabalhos académicos de excelência, que desenvolvam iniciativas exemplares de intervenção na comunidade educativa ou que revelem mérito desportivo. mJS com GaCS


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ASSEMBLEIA MunIcIPAL

CDU e PSD empurram análise do Plano e do Orçamento do município para 2012 para reunião extraordinária A última reunião da Assembleia Municipal da horta, que decorreu na tarde da passada sexta-feira, ditou o adiamento dos principais pontos na Ordem do Dia – a apreciação do Plano e do Orçamento do município para 2012, bem como dos protocolos de delegação de competências nas Juntas de Freguesia -, para uma reunião extraordinária, agendada para 19 de Dezembro. A reunião ficou também marcada pela discussão em torno da obra do Saneamento Básico da horta, e pela aprovação da Taxa de Controlo da qualidade da Água, que marcará presença na factura da água dos faialenses já em 2012. Destaque para as preocupações do PSD em relação ao encerramento de mais dois postos de entrega de leite no Faial, e para a apresentação, por parte da Câmara, de uma lista dos imóveis em ruínas da cidade da horta, que verão o seu IMI agravado. Texto e foto

Marla Pinheiro g A proposta de retirar o Plano e o Orçamento do município para 2012 da ordem de trabalhos desta reunião da Assembleia Municipal (AM) surgiu da bancada comunista. De acordo com Luís Bruno, a CDu não se sente satisfeita com a forma como decorreu a consulta aos restantes partidos e demais instituições auscultadas pela Câmara para elaboração dos documentos. Além disso, os comunistas evocam “questões técnicas e financeiras” que, entendem, devem ser afinadas antes da análise do Plano e do Orçamento. Entre outras coisas, querem ver melhor explicitada nos documentos a questão do Saneamento Básico, e que seja retirada a venda dos parques de campismo à empresa municipal Hortaludus. Da bancada rosa, Ana Luís lembrou que se tratam dos documentos orientadores de toda a actividade municipal, e que atrasar a sua aprovação pode ter implicações graves, como o adiamento da viabilização das verbas ao abrigo dos protocolos de delegação de competências nas Juntas de Freguesia. Além disso, a socialista entende que “houve tempo suficiente” para discutir as propostas camarárias nas reuniões mantidas entre a Câmara e os partidos representados na AM. Em resposta, Luís Bruno lembrou que até Dezembro ainda é tempo de aprovar o Plano e o Orçamento, até por-

aplicar aos munícipes. Assim, a Câmara baixou o valor de 0,50%, inicialmente proposto, para 0,25%, e contou assim com o apoio da CDu que, em conjunto com o PS, viabilizou a aprovação. O PSD votou contra, tendo em conta a sua posição há muito conhecida de que a ERSARA é um organismo não necessário, que irá custar demasiado às autarquias e, consequentemente aos munícipes da Região. URBhORTA “CADASTRA” IMóvEIS EM RUíNAS DA CIDADE DA hORTA A autarquia apresentou à AM uma lista dos imóveis em ruínas da cidade da Horta, feita pela empresa municipal urbhorta. Tratam-se de 22 imóveis que verão o seu IMI agravado para o triplo. Esta medida visa incentivar a reabilitação urbana na cidade.

que, até ao último dia do ano, as Juntas de Freguesia funcionam com base nos documentos de 2011, pelo que considerou a argumentação de Ana Luís “inapropriada”. A última posição a ser conhecida veio da facção laranja, com Roberto Vieira a considerar a justificação dos comunistas para este pedido de adiamento “pertinente”. Segundo o deputado municipal, surgiram entretanto novidades, como a suspensão do Saneamento Básico e a venda dos parques de campismo à Hortaludus, que merecem ser reanalisadas. SANEAMENTO BÁSICO AqUECE ASSEMBLEIA MUNICIPAL O impasse que vive a obra do Saneamento Básico e as recentes declarações do presidente da autarquia sobre o assunto deixavam adivinhar que o período reservado à apresentação do relatório da Comissão de Acompanhamento da obra iria ser tudo menos pacífico. Actualmente, recorda o relatório, a obra foi adjudicada ao consórcio liderado pela AFA – Açores, quarto classificado no concurso público, e aguarda o visto do Tribunal de Contas. Este solicitou à Câmara Municipal da Horta que demonstre que é capaz de assegurar a comportabilidade orçamental do projecto. O Tribunal pede ainda à autarquia que apresente um “documento que permita aferir a mais-valia da escolha deste modelo de contratação em confronto com a opção tradicional do investimento directo pelo sector público”. A este respeito, recorde-se que a autarquia optou por um sistema de parceria público-privada para a execução da obra. Para satisfazer estas exigências, a autarquia enviou ofícios à vice-presidência do Governo, que gere o Proconvergência, para aferir da disponibilidade destes fundos, não tendo ainda obtido resposta. Nesse sentido, a Comissão recomenda à Câmara que “providencie obter resposta às solicitações” apresentadas à vice-presidência,

de modo a obter o visto do Tribunal de Contas. O social-democrata Roberto Vieira pediu à Câmara Municipal esclarecimentos sobre a obra, uma vez que o relatório sugere que o processo decorre em pleno, no entanto o presidente da Câmara da Horta veio já a público falar da sua suspensão. Em resposta, João Castro lamentou que as questões de Vieira surgissem após o PSD “ter tomado posição pública sobre o assunto”. O autarca frisou que, no contexto actual, “todos os investimentos têm de ser analisados, e redefinida a sua prioridade”. “Face aos tempos que atravessamos não faz sentido comprometer o futuro da Câmara Municipal da Horta face a compromissos que ainda não estão assumidos”, disse, acrescentando que “o problema do saneamento é de financiamento e não de vontade para o executar”. “Hoje, face às restrições orçamentais e às dificuldades, não faz sentido estarmos a avançar para um caminho que possa comprometer o nosso futuro. É nesse contexto que equacionamos o adiamento da obra”, reforçou. Luís Bruno defendeu a “paternidade” comunista na obra do saneamento, e acusou João Castro de não ter feito os esclarecimentos solicitados por Vieira. “Parece que estou a ver o Miguel Relvas a falar sobre contenção. O seu discurso parece o do TGV”, disse. Na sequência desta intervenção, Castro frisou que a autarquia ainda não obteve resposta da vice-presidência do Governo. Vieira insistiu, lembrando ao presidente da Câmara que a questão do Saneamento Básico “não é um processo abstracto; é um concurso público com prazos previstos na lei que não podem ser adiados indefinidamente”. O socialdemocrata quis saber o que acontecerá ao concurso e ao consórcio vencedor caso não existam garantias de financiamento. Nesse cenário, João Castro encontra uma única alternativa: “em vez de

implementar um projecto de saneamento a 4 anos, correspondendo a um período de pagamento de 30, teremos de ir fazendo o saneamento de forma faseada. Teremos de o fazer há medida que tivermos recursos financeiros”, disse. Quanto ao consórcio vencedor, Castro lembrou que o processo só ganha validade após o visto do Tribunal de Contas, situação salvaguardada no caderno de encargos da obra. No meio dos pedidos de esclarecimento e das explicações, João Castro acusou o PSD de não ter querido contribuir, ao votar contra a execução da obra nestes moldes. Em resposta, Laurénio Tavares lembrou que os social-democratas não quiseram “embarcar em coisas que não estavam fundamentadas e para as quais não haviam estudos”, estudos esses que o Tribunal de Contas vem agora solicitar. “O PS está na Câmara há 22 anos, e o processo de Saneamento Básico é a prova dos seus erros de gestão”, disse, acrescentando que “foi um presidente de Câmara do PS que disse que enterrar dinheiro debaixo do chão não dava votos”. Esta posição foi reforçada por Roberto Vieira, que considera que o processo deveria ter sido iniciado há vários anos, “quando o financiamento comunitário era superior ao actual”. Vieira entende ainda que a procura de financiamento do Proconvergência devia ter acontecido antes de ser dado andamento ao processo. APROvADA TAxA DE CONTROLO DA ÁGUA Nesta reunião foi aprovada a Taxa de Controlo de Qualidade da Água e de Disposição de Águas Residuais para 2012. A partir de Janeiro, os faialenses terão de pagar uma taxa de 0,25% sobre o consumo de água, para financiar o funcionamento da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos dos Açores (ERSARA). Recorde-se que a aplicação desta taxa já tinha estado em discussão, com a CDu a solicitar à autarquia que reequacionasse o valor a

ENCERRAMENTO DE POSTOS DE ENTREGA DE LEITE NO FAIAL PREOCUPA PSD Nesta reunião da AM a bancada do PSD apresentou uma Moção onde revela a sua preocupação face à diminuição da produção leiteira na ilha e ao anunciado encerramento dos postos de recolha de leite da Praia do Norte e da Feteira. Os social-democratas solicitam mesmo que esta decisão da CALF seja repensada. No entanto, o presidente da cooperativa, José Agostinho, garante que a medida é necessária, uma vez que é necessário fazer investimentos nos postos, para garantir a segurança alimentar, e o número de litros de leite neles entregue não justifica esse investimento. De acordo com Agostinho, dos 14 postos já existentes na ilha, em 2012 estarão a funcionar apenas 4. Os presidentes das juntas de freguesia afectadas por esta medida, Estevão Gomes e Eduardo Pereira, reconhecem que a falta de leite é um problema grave com que a CALF se depara, mas pedem atenção para os pequenos produtores, alguns deles sem meios para se deslocarem aos postos mais longínquos, frisando que, com este encerramento, poderão mesmo abandonar a actividade. A moção foi aprovada com os votos do PSD, sendo que CDu e PS se abstiveram. SINTéTICO ANTIGO DO FAyAL SPORT vAI PARA O NORTE A informação foi deixada por João Castro, enquanto informava a AM da actividade do município nos meses de Setembro e Outubro. De acordo com o presidente da autarquia, um técnico confirmou já a viabilidade do antigo sintético por mais 7 ou 8 anos, e foram já feitas reuniões com a Associação de Futebol da Horta e com os dois clubes do Norte da ilha, Cedrense e Salão. Falta agora decidir em qual dos campos será colocado o piso. O que está já decidido é que a autarquia não irá suportar na íntegra essa colocação, ficando os clubes também encarregues de a financiar.


cuLTuRA

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LITERATuRA InfAnTO-JuVEnIL

Lançado Um Naufrágio nos Açores A obra um Naufrágio nos Açores foi recentemente lançada, numa co-edição do Instituto Açoriano de Cultura e da Agência para o Desenvolvimento da Cultura nos Açores, que surge associada ao III Encontro Internacional de Arqueologia das Ilhas da Macaronésia. Trata-se de um livro orientado para o público infanto-juvenil, cujo objectivo é dar a conhecer a arqueologia, a partir do património arqueológico subaquático da ilha Terceira. Assim, as aventuras neste livro surgem a partir do diário de viagem de três crianças à Terceira, ponto central de uma aventura que os levará à descoberta da História Portuguesa do período dos Descobrimentos. mP g

Com inúmeras variações, temas ou rostos, o fado é, acima de tudo, lusitano. Coimbra e Lisboa reclamam-no à vez, mas ele escuta-se de Norte a Sul do país, passando pelas ilhas, e vai além-fronteiras, mostrando ao mundo o que é ser português. De nomes da história do fado como a grande Amália e Alfredo Marceneiro, até a uma nova geração que teima em mostrar que este fado não é (só) para velhos, de que fazem parte Mariza, Ana Moura, Carminho, entre outros, o fado é um dos expoentes máximos da cultura nacional. Numa altura em que Portugal é falado internacionalmente pelas suas dificuldades em equilibrar as contas públicas, mostramos que temos algo para emprestar ao mundo. é nosso, chama-se fado, e agora é património imaterial de toda a humanidade.

faDO – De Portugal para a Humanidade UNeSCO consagra fado como património imaterial da Humanidade DR

Marla Pinheiro g “Almas vencidas, noites perdidas, sombras bizarras”, ou muito mais do que isto, era como Amália, eterna grande senhora do fado, descrevia esta canção tipicamente portuguesa. O fado é difícil de explicar, e deverá ter tantas definições como quantos são os que o tocam, cantam e escutam. De acordo com o portal www.fado.com, o fado aparece ligado à vida marítima e à actividade portuária, que há alguns séculos era muito intensa em Portugal. A sua sonoridade específica resulta da junção de várias influências, não só europeias mas também africanas e americanas. No início do século XIX, a corte portuguesa refugiou-se no Brasil na sequência das invasões francesas, e o fado passou a integrar influências dos

ritmos brasileiros, em intercomunicação com a poesia nascida nos bairros populares de Lisboa. Foi também por esta altura que a guitarra de 12 cordas, introduzida pela colónia britânica no Porto, passou a acompanhar o fado. O “casamento” entre o instrumento e a voz é, precisamente, uma das características mais especiais do fado. Já no século XX, o fado projectouse internacionalmente como a canção nacional, ganhou espaço na literatura e no cinema e projecção económica, através da indústria discográfica. Em plena era de globalização, o fado continua a ser “a alma do povo português”. Partilhado por fidalgos, por vadios e por marinheiros, o fado sempre foi e continua a ser de todos. A guitarra portuguesa é a sua grande companheira. Trata-se de um instrumento com origem na França e na Itália do Renascimento, introduzido,

como já foi dito, pela colónia britânica radicada na cidade do Porto. No passado domingo, em Bali, Indonésia, durante a reunião do comité intergovernamental da Organização das Nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura (uNESCO), o fado foi considerado património imaterial da humanidade. A candidatura do Fado começou a ser preparada em 2005, pelo Museu do Fado, em nome da Câmara Municipal de Lisboa, e foi formalizada em Junho de 2010. O património imaterial abrange tradições, conhecimentos, práticas e representações que fazem a matriz cultural de um país. Até à reunião de Bali, existiam 213 bens na lista de património imaterial da uNESCO, de 68 países. Tango e flamengo já integravam a lista, que tem agora o fado como primeiro representante português.

MARIzA A cantora é um dos principais rostos da nova geração do fado em Portugal

cInEMA nO TEATRO fAIALEnSE (Dia 4; 21h30; >12) g Realizado por Robert Redford, que em 1980 ganhou o Óscar para melhor realizadora pelo filme Gente Vulgar e que o público também conhece pelo seu desempenho enquanto actor em filmes como África Minha, A Conspiradora conta com um elenco de estrelas com nomes como James McAvoy (Expiação), Robin Wright (As palavras que nunca te direi), Kevin Kline (Um peixe chamado Wanda), Evan Rachel Wood (O Wrestler) e Tom Wilkinson (Michael Clayton – Uma questão de consciência). A Conspiradora trata-se de um drama de época que tem como premissa um dos acontecimentos mais marcantes da história dos Estados unidos da América: o assassinato do presidente Lincoln. Abraham Lincoln, 16.º presidente dos Estados unidos, foi assassinado em Washington, em 1865, durante a apresentação de uma pela no Teatro Ford, com uma bala disparada à queimaroupa. São então acusadas oito pessoas de conspiração, entre elas Mary Elizabeth Jenkins Surratt (Wright), proprietária da pensão onde os sete homens se reuniram para planear o rapto do presidente em troca da libertação de prisio-

a Conspiradora DR

aSSOCiaçãO ePH eSCOLa PrOfiSSiONaL Da HOrta

CONvOCatória De harmonia com o n.º1 do Artigo 6.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Associação a reunir-se em sessão extraordinária, na sede da Santa Casa da Misericórdia da Horta, no próximo dia 16 de Dezembro, pelas 15:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Eleição da Mesa da Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal. A Assembleia Geral reunirá à hora marcada se estiverem presentes mais de metade dos associados com direito a voto ou uma hora depois, com qualquer número de presentes. ROBIN WRIGhT E JAMES MCAvOy A texana e o escocês são os protagonistas deste drama histórico

neiros confederados, e que, tragicamente, culminou em morte. Apesar de se declarar inocente, Surratt torna-se o “bode expiatório” de uma nação sedenta de justiça e vingança. E é então

que o jovem advogado Frederick Aiken (McAvoy), ciente das dificuldades mas crente na inocência da mulher, decide defendê-la em tribunal militar. mP

Horta, 28 de Novembro de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

Alberto Romão Madruga da Costa


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Maria José Silva Fotos: Carlos Pinheiro g Foi inaugurada terça-feira a nova loja de vendas da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial (CALF), na freguesia dos Cedros. “O projecto já tem longa data e acontece porque ao longo da história da cooperativa sempre existiu uma loja de vendas à porta da fábrica. Entretanto, as condições higiéno-sanitárias já não permitiam que mantivéssemos a que tínhamos, até porque estamos a desenvolver um projecto de certificação impunha-se esta mudança” – disse ao TRIBuNA DAS ILHAS José Agostinho, presidente da CALF. A nova loja tem à disposição os produtos da Lactaçores, parceira da CALF neste projecto. José Agostinho não adiantou números, no que ao volume de vendas em loja diz respeito, mas referiu que “há uma forte tradição por parte dos turistas em pararem ao pé da fábrica para comprarem os nossos produtos. Para além disso a população da freguesia também é frequentadora assídua da loja e não só, porque, comprar à porta da loja é sempre mais barato do que nas grandes superfícies.” A hipótese de abrir um posto de venda na cidade à semelhança do que já existiu, está descartada porque, conforme nos disse Agostinho, “a

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CaLf abre nova loja de vendas Loja do Triângulo é um excelente posto de escoamento de produto, daí que não haja necessidade para abrir outra”. Para Noé Rodrigues, "este é mais um passo na afirmação do processo de modernização e reestruturação que o sector leiteiro tem vivido em todas as ilhas do arquipélago". O governante salientou ainda que a abertura desta loja de vendas da CALF é um momento importante na "qualificação e nas respostas que esta unidade industrial está a dar às necessidades do comércio local e da necessidade de apresentar os seus produtos com qualidade e condições de exce-

lência reconhecidas já no mercado regional e nacional". NOvO qUEIJO EM 2012 Para 2012 a CALF está a ultimar o lançamento de um novo queijo. O responsável da unidade fabril revelou a este semanário que “neste momento temos o queijo Moledo, um queijo de

malária poderá ser curada com corais de profundidade g Arranca em Janeiro a primeira fase de testes a animais de profundidade dos Açores para aferir se podem ou não ajudar no combate à malária. A notícia foi avançada pelo IMAR – Instituto de Mar dos Açores – e revela ainda que estes testes surgem na sequência de um estudo que já começou há um ano a esta parte no Departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores. Este estudo envolve, de acordo com o Comunicado de Imprensa, ouriços, estrelas do mar, corais, esponjas e outros animais invertebrados que, após capturados, são analisados nos laboratórios de química do DOP. Este trabalho é desenvolvido em parceria com o Centro de Malária e Doenças Tropicais de Lisboa sendo que neste momento vão ser testados os primeiros 8 extractos. Desde o início do projecto até agora foram recolhidos e conservados mais de 60 animais mas, “devido à falta de financiamento apenas cerca de 20 g No dia 30 de Novembro comemorou-se o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA. Para assinalar a data a Nídia Neves, médica do Centro de Saúde da Horta, esteve na Escola Profissional da Horta para esclarecer os formandos e formadores sobre prevenção de comportamentos de risco de doenças sexualmente transmissíveis, vias de transmissão e o relacionamento social com infectados.

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pasta mole. Estamos a ultimar um queijo tipo Niza, um queijo para restaurantes que tem a particularidade de ir à mesa inteiro. Já experimentamos e testamos e também demos a provar aos restaurantes. Está em fase de conclusão o processo de rotulagem para que possa ser colocado no mercado”.

aGraDeCimeNtO e miSSa DO SétimO Dia

Dr. Luis Carlos Decq Motta

foram extraídos e só uma parte destes pode ser testada” – referem. De registar ainda que este projecto,

que decorre no âmbito do programa de doutoramento de Sílvia Lino, prevê também testes para o cancro. mJS

Dia mundial da Luta Contra a Sida Até ao momento já foram infectadas 60 milhões de pessoas dos quais 25 milhões já faleceram. Por todo o mundo esta epidemia continua a fazer vitimas e o número de órfãos em países com elevada prevalência desta doença, não pára de

aumentar. Mais de 15 milhões de crianças perderam um ou ambos os progenitores por doença associada à sida, e prevê-se que, em 2010, este número possa atingir os 40 milhões. mJS

As filhas, filhos, netas, netos e restante família de Luis Carlos Decq Motta, vêm por este meio agradecer reconhecidamente a todas as pessoas, instituições privadas e públicas, organismos oficiais e titulares de cargos públicos que manifestaram, por qualquer forma, o seu pesar e a sua solidariedade por ocasião do falecimento e cerimónias fúnebres deste seu ente querido. Agradecem igualmente a todos os que, durante o alargado período de doença de Luis Carlos Decq Motta, contribuíram para o tratamento e bem-estar do doente, destacando os cuidados prestados, várias vezes, pelo Hospital Regional da Horta em geral e pelo seu Serviço de Medicina em especial e o apoio, sempre solícito e atento, da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Faialenses. Destacam e agradecem também o desvelo e competência de todas as pessoas que, durante longo tempo, estiveram envolvidas em tarefas de apoio domiciliário. Informam ainda que a Missa do Sétimo Dia se realiza no próximo Sábado, dia 3 de Dezembro, pelas 18H00, na Igreja Matriz, agradecendo desde já a todas as pessoas que se queiram associar a esse piedoso acto. Horta, 29/11/2011


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a actual política educativa nos açores Jorge Costa Pereira

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A política educativa do Governo Regional na área da Educação, quatro anos e duas secretárias regionais depois, é claramente dominada pela errância das opções. Depois de 12 anos sob a tutela de Álamo de Meneses, que, goste-se ou não, deixou uma forte e discutível marca pessoal no sector, assistimos agora a uma política de clara navegação à vista e é indesmentível a ausência de um projeto e de objetivos claros. Deixemos alguns exemplos desta manifesta errância nas políticas e nas decisões educativas. a) Em Novembro de 2010, a titular da Secretaria da Educação dizia, referindo-se à bondade do Programa Oportunidade, que ele permitia “um par pedagógico, ou seja, dois professores para um número mais reduzido de alunos” e concluía que isso era uma assinalável melhoria e uma vantagem comparativa com o

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modelo anterior pois “permite um acompanhamento mais próximo por parte dos docentes junto dos seus alunos.” Isto foi dito no início do ano lectivo de 2010-2011. Ter dois professores a trabalhar em par pedagógico, em cada turma do Programa Oportunidade, era uma maisvalia implementada nas escolas dos Açores. Porém, o que em 2010-2011 era tão bom, tão positivo e que era uma vantagem, simplesmente foi banido do Programa Oportunidade no ano letivo 2011-2012! b) No ano lectivo 2009-2010, defendia-se a realização das Provas de Avaliação Sumativa Externa (as conhecidas PASE). Não só se defendia a sua aplicação nas escolas dos Açores, como se exponenciou a sua importância, tendo-se decidido o seu alargamento: assim, para além do Português e da Matemática, nesse ano letivo, as PASE foram alargadas a outras disciplinas – ao Estudo do Meio, no 4º ano; às Ciências Naturais, no 6º ano; e às Ciências Físicas e Químicas, no 9º ano, prometendo-se a sua eventual extensão a outras disciplinas. A verdade, porém, é que logo no ano lectivo seguinte (2010-2011) se

voltou às PASE apenas a Português e Matemática. E já se anunciou para este ano letivo de 2011-2012 o fim das PASE e a realização em todas as escolas da Região dos exames nacionais, solução de que nunca nos devíamos ter afastado! c) Anunciou-se a necessidade de adopção de medidas de combate à burocracia nas nossas escolas. Criou-se até um grupo de trabalho e, em Março de 2010, a secretária regional da Educação anunciava que “os projetos de desburocratização do ensino (…) estão a ser preparados para que no final de Abril (…) possa haver a apresentação de propostas”. Tão altas expectativas apenas geraram uma decisão anunciada agora em Setembro passado e que se resume ao anúncio de que “os professores vão deixar de elaborar relatórios nas situações de retenção de alunos”. Apesar do simbolismo desta única medida anunciada neste domínio, a verdade é que politicamente se assumiu com prioridade o combate à burocracia nas escolas e à necessidade de se libertar os docentes dessa praga que os atingiu. Mas, se nuns dias a prioridade anunciada é de combate à burocracia

OS CaGarrOS! Frederico Cardigos

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enho acompanhado na internet, via Facebook, algumas dúvidas sobre a adequação da “Campanha SOS Cagarro”. São dúvidas legítimas e oriundas de pessoas que não se limitam a absorver a informação disponível. Querem saber mais e querem saber porquê. Pessoalmente, considero a dúvida uma das mais importantes características humanas e, por essa razão, tenho-me empenhado em esclarecê-las de imediato. No entanto, para um público mais alargado, aqui ficam algumas considerações. Os cagarros, ou cagarras como lhes chamam nalgumas ilhas, são aves marinhas extraordinariamente bem adaptadas ao seu meio. Por essa razão, é quase totalmente correcto quando se afirma, e bem, que não precisam da nossa ajuda e que até agradeceriam se não os perturbássemos. O problema é que nós os perturbamos. Ou seja, a nossa qualidade de vida tem interferência directa no ciclo biológico dos cagarros desde que chegámos às ilhas, há cinco séculos . Nos primeiros tempos, interferíamos capturando-os (para alimentação, uso do óleo e uso de penas), depois com a ocupação do espaço que utilizam para nidificação e, mais recentemente, com o uso massivo de luzes. Na realidade, os cagarros, espécie que se salva nesta época, não foi a espécie de ave marinha dos Açores que maior declínio sofreu com a presença do homem. Há indicações que os estapagados seriam os mais abundantes, mas que os primeiros colonizadores os terão dizimado até níveis hoje bastante reduzidos. Nunca recuperaram o seu efectivo inicial. Voltando aos cagarros. Estes animais põem apenas um ovo por ano. Se esse ovo não tiver sucesso, não haverá nova postura, como acontece, por exemplo, com as gaivotas. Isso significa que o casal fará um enorme esforço para que aquele ovo tenha sucesso. Assim, o macho e a fêmea, durante o período de incubação, irse-ão substituindo no ninho garantindo que o ovo está quase sempre acompanhado. Como o esforço de 55 dias de incubação é grande, se os progenitores tiverem a garantia que o ovo não irá ter sucesso por, por exemplo, ter-se partido, abandonam-no de imediato. uma das razões que pode levar ao abandono é a demora do

parceiro nas saídas para a alimentação. Ou seja, entre a cria ou a própria vida, os cagarros optam pela segunda. Apesar disso, e como é muito importante o sucesso da nidificação, os cagarros, em caso de dúvida, continuarão a incubar o ovo. Investigadores da universidade dos Açores já viram cagarros a incubar ovos visivelmente (e olfactivamente) putrefactos. Também pode acontecer que um dos progenitores tenha um acidente durante a época reprodutiva ou que tenha de viajar para uma longa distância, por exemplo por falta de alimento nas zonas circundantes do ninho. Em qualquer destes casos, será fatal para o ovo. Até aqui, tudo é natural. Ou seja, está no que pode ser referido como mortalidade sem influência do homem. Os problemas começam com o nascimento do pinto. Durante os primeiros dias, o pinto terá sempre a companhia de um dos progenitores, para o manter quente e alimentar e isso contribuirá para a sua provável sobrevivência. Depois desta fase inicial, os pais terão dois tipos de voos. um voo curto, para ir buscar alimento para o pinto, e um outro longo, para ir buscar alimento para si próprios. Este voo longo implica deslocações de milhares de quilómetros. Os cientistas ainda não têm a certeza da razão porque os cagarros fazem dois tipos de voos, mas adiantam duas hipóteses: ou não há alimento suficiente para os pintos e adultos em volta das ilhas dos Açores, ou os cagarros precisam de outro tipo de alimento, por exemplo mais nutritivo que ocorre nas águas mais ricas e frias do Atlântico norte. A tendência é para aceitar a primeira, mas ainda não está completamente claro. Normalmente estas viagens são alternadas de modo a que a cria seja alimentada à noite com alguma frequência por um dos progenitores. Apesar de surpreendente, o que referi neste parágrafo está cientificamente estudado pela Doutora Maria Carvalho, do Departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores (DOP), que colocou transmissores e seguiu os cagarros por via satélite. Se a falta de alimento implicar a saída dos dois pais, o pinto, especialmente nos primeiros dias ,estará totalmente vulnerável ao ataque de gatos e ratos. Repare-se que não existiam gatos nem ratos nas ilhas antes do homem cá chegar, portanto,

é mesmo nossa responsabilidade o que lhes acontece neste período e, pior, ainda não encontrámos forma de contrariar este efeito. No final deste período, os cagarros terão de "explicar" ao seu pinto que está no momento de ele seguir a sua vida. Na maioria dos casos, a forma de dar esta explicação é um pouco cruel: os pais abandonam os pintos nos ninhos. Neste período em que estão sós, os pintos são especialmente susceptíveis aos ataques por gatos. Normalmente, nesta fase, os ratos já não se conseguem impor às crias que, entretanto, ganharam uma massa corporal que impõe algum respeito. No Corvo, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves fez um trabalho científico em que estimou que a mortalidade nos ninhos é de 60%. Este número deveria, naturalmente, rondar os 35%. É um número verdadeiramente assustador e responsabilidade do homem. Depois, os 40% que conseguem sobreviver, saem dos ninhos, esticam as asas e fazem o primeiro voo. Como já foi referido, estes jovens cagarros viveram sempre dentro dos ninhos, portanto, nunca viram qualquer luz até iniciarem os procedimentos para o primeiro voo. Ao sair, à noite, são confrontados com a iluminação pública, os faróis de sinalização marítima e as luzes dos carros. Atrapalhados ou não, alguns caem nas estradas e nos quintais. Se nada se fizer, estes cagarros são presas fáceis para gatos e cães e, muitos deles, são também colhidos fatalmente pelos automóveis. Reparese que eles caem por causa do homem, caem em estruturas feitas pelo homem, são vítimas de animais introduzidos pelo homem ou são atropelados por máquinas feitas pelo homem. Nós temos, de facto, responsabilidade. Por estas razões todas, o mínimo que podemos fazer é dar uma ajuda a estas aves e colocá-los junto à costa de onde poderão partir quando considerarem adequado. Nunca se deve atirar um cagarro para dentro de água. Coloca-se perto da água e ele partirá quando considerar que está pronto. Dos jovens cagarros que saem dos ninhos e caiem sobre as estradas, hoje em dia, 90% são salvos pela “Campanha SOS Cagarro”. É um número, de facto, enorme. No entanto, há ainda 10% que são atropelados, embatem fatalmente contra os edifícios sobre iluminados ou são atacados pelos animais domésticos. Já agora, completando a história, o que

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nas escolas, noutros, é o inverso que se concretiza: veja-se o caso do novo Estatuto do Aluno que implicará novas práticas da mais requintada burocracia. d) Num mês, a anterior titular da Educação afirmava, com toda a convicção, que o Magalhães é “o orgulho da governação socialista em matéria de educação”; poucos meses volvidos, veio o anúncio de que afinal já não haveria mais Magalhães e que seria substituído por “uma mudança de paradigma”. e) Num ano, a titular da Educação afirmou que os Açores lideravam as políticas educativas, dando como exemplo disso o aumento da carga horária nas disciplinas de Português e Matemática no Ensino Básico e que esteve em vigor no ano lectivo 2009-2010. Mas, logo no ano lectivo seguinte, o mesmíssimo Governo diminuiu a carga letiva dessas mesmas disciplinas. f) Num mês, o Governo promete manuais gratuitos nas escolas dos Açores; mas no outro dá instruções às escolas para que os manuais apenas sejam gratuitos para aqueles que já tinham apoios exactamente para esse fim.

Nesta descrição das oscilações da política educativa não estamos a opinar nem a avaliar se o que se passou a fazer é melhor ou não do que antes se fazia. Estamos apenas a registar as constantes alterações de política, feitas, como se provou, sem se conhecer os seus fundamentos nem sequer qual a orientação enquadradora. 4. Acaba de ser divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística que a taxa de retenção e de desistência no ensino básico em Portugal é de 7,9%, com seis ilhas dos Açores (Flores, Terceira, Santa Maria, Pico, S. Miguel e Faial) e a Península de Setúbal no topo das subregiões. Do lado oposto, com as mais baixas taxas de retenção e de desistência nos três ciclos do ensino básico, estão as sub-regiões de Minho-Lima, Baixo Mondego e Cávado. Os números referem-se ao ano lectivo 20092010. Percebemos agora porque é que as Estatísticas da Educação dos Açores relativas aquele ano ainda não viram a luz do dia, enquanto as do Ministério da Educação daquele ano estão já públicas desde Junho passado. Mistérios!

acontece a seguir é o seguinte. Destes cagarros, nem todos terão a capacidade de se alimentar em tempo. Repare-se que eles apenas saíram dos ninhos porque estão esfomeados. Muitos, portanto, acabarão por morrer de fome. Estima-se que 50% morram de fome. Se admitirmos que os humanos não têm influência na abundância do pescado de que se alimentam os cagarros, esta é uma componente da mortalidade que é natural. Sendo mortalidade natural, não temos o dever ou sequer o direito de interferir. Neste período, depois de chegarem à água, os jovens cagarros reúnem-se em enormes bandos em volta das ilhas. Disse-me um amigo pescador que os cagarros estão, neste preciso momento, nestes bandos em volta da ilha do Faial. Oxalá se consigam alimentar! Depois, irão passar cinco anos seguidos no mar sem nunca pisar terra. Circularão entre o Oceano Atlântico Norte e Sul e, alguns, já foram detectados mesmo no Oceano Índico. São viagens enormes. É para ter a certeza de onde veem e para onde vão que tentamos anilhar os cagarros. É mais uma interferência do homem e que se justifica para tentarmos aprender mais sobre a circulação global. Ao mesmo tempo, sabendo o ano em que foram anilhados e contando os que regressam, ficaremos a saber muitas outras informações sobre o seu ciclo de vida. É por isso que é tão importante a sua anilhagem. Apesar de chegarem a terra pela primeira vez quando têm cerca de 5 anos, eles não se reproduzem de imediato. Irão amadurecer durante mais três ou quatro anos até que estejam aptos a fazer ninho, encontrar parceiro e a reproduzirem-se. É nestas vindas anuais a terra que os cagarros, já adultos, irão aprender a conviver com as luzes e, como notamos nos cagarros mais adultos, ganharão a habilidade de não ficarem tão perturbados com as mesmas. Segundo os estudos do Doutor Joël Bried, do DOP, os cagarros são animais razoavelmente fiéis. Isto é, depois de encontrarem um parceiro, se nada de mal lhes acontecer, manterão a relação para o resto da vida. Há casos de divórcios, mas são raros (18%). Durante o Inverno separam-se em busca de alimento, mas, no início da Primavera encontram-se junto de terra. Para evitar os predadores, os bandos de cagarros encontram-se todos os finais de tarde junto às ilhas, esperando o anoitecer, e depois sobrevoam as costas, cantando a música que apenas o parceiro conseguirá decifrar.

Esta característica, de virem para terra apenas ao anoitecer, é provavelmente uma adaptação aos predadores. Na Selvagem Grande do arquipélago da Madeira, em que não há predadores, os cagarros chegam a terra ainda durante o dia. Por curiosidade, sem razão aparente, o mesmo não acontece na Selvagem Pequena. Será que já ali houve predadores…? Depois de se encontrarem, os casais de cagarros farão os procedimentos nupciais e o ciclo reinicia-se. Em termos numéricos, os 188 mil casais existentes nos Açores, dada a competição por ninho e incapacidades reprodutivas naturais, põem 170 mil ovos. Destes, 68 mil saem actualmente dos ninhos. Caso não houvesse a Campanha SOS Cagarro, cinco a dez mil morreriam em terra. Portanto, chegariam ao mar 58 mil. Destes, morrem naturalmente metade, ou seja, 29 mil poderiam partir para a primeira migração para Sul. Se o homem e seus animais introduzidos não existissem, a mortalidade nos ninhos seria mais baixa, não havia mortes na saída e, portanto, mesmo com 50% de mortalidade no mar, por fome, teríamos cerca de 55 mil cagarros. Ou seja, números crus, o homem implica uma redução anual no sucesso reprodutivo dos cagarros de 55 mil para 29 mil animais. uma redução de quase dois para um. Se podemos ajudar um pouco com a “Campanha SOS Cagarro”, penso que temos o dever moral de o fazer. Com este acto, subimos os valores dos Cagarros na primeira migração de 29 para 34 mil aves. Pode parecer pouco, mas é um aumento de 17%. Nós podemos influenciar em 17% por cento por ano o sucesso desta espécie. Vamos ficar a olhar para eles na berma da estrada ou agir? Penso que a resposta é simples e este ano foi positivamente partilhada por mais de 4700 açorianos. Não apenas salvaram cagarros, como reduziram a iluminação pública e privada e tiveram cuidados adicionais com a condução. Como referi anteriormente, embora não seja uma questão que esteja estudada cientificamente, as ilhas que mais cagarros têm são aquelas em que há historicamente mais empenho na “Campanha SOS Cagarro”. Este facto indicia a importância e consequência desta acção. Vemo-nos na “Campanha SOS Cagarro 2012”? Todas estas questões são escalpelizadas no sítio internet http://soscagarro.azores.gov.pt.


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Tribuna das Ilhas

reGiãO aUtóNOma DOS açOreS

SaNta CaSa Da miSeriCórDia Da HOrta Telefone 292 207 500 Telefax 292 207 515

Cont. 512 009 597 9900-033 Horta Açores

eDitaL Alberto Romão Madruga da Costa, Presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia da Horta, faz público que, de harmonia com a alínea a) do número 2 do artigo 24.º dos Estatutos desta Misericórdia, vai proceder-se à eleição ordinária dos Corpos Gerentes para o Triénio 20122014, a qual terá lugar no dia 16 do mês de Dezembro próximo, cuja Mesa Eleitoral funcionará das 16:00h às 19:00h, na Sala das Sessões do Lar de São Francisco. O prazo para apresentação das candidaturas terminará no dia 10 do mês de Dezembro p.f.. E para constar se mandou passar o presente edital que será afixado nos lugares de estilo e terá a devida publicidade. Santa casa da Misericórdia da Horta, aos 28 dias do mês de Novembro de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

ESPAçO DE PROxIMIDADE A POLíCIA AO SERvIçO DOS CIDADãOS P P O O L L í í C C I I A A D D E E S S E E G G U U R R A A N N ç ç A A P P Ú Ú B B L L I I C C A A

BURLA ATRAvéS DE CONTACTO TELEFóNICO Não obstante do já abordado neste espaço sobre esta temática, a P.S.P., mantém uma postura pedagógica, preventiva, repressiva e activa com vista a precaver e dissuadir eventuais comportamentos tendentes à consumação de actos delituosos. Assim a P.S.P. alerta para o facto de recentemente terem-se verificado a existência de denúncias com maior incidência na Ilha do Pico, com eventuais ramificações a outras Ilhas do Arquipélago dos Açores, a darem conta da tentativa de burla através de telefone, por pessoas não identificadas, que em nome da lista telefónica nacional, informam as potenciais vítimas da necessidade de procederem a um depósito de uma determinada quantia, numa determinada conta bancária, para saldar dívidas, relativamente a contratos com a empresa indicada. Face ao exposto, devem ser tomadas todas as precauções, nomeadamente, evitar fornecer de ânimo leve e sobretudo a desconhecidos, dados tais como: identificação pessoal, domicilio, números de contas

bancárias e respectivos NIB.s, nº de identificação fiscal, local de trabalho, entidade patronal, identificação de bens móveis, de modo a dificultar ao máximo quem faz vida deste tipo de ilícitos.

Em caso de dúvida contacte de imediato a P.S.P. da sua área de residência ou a P.S.P. da Horta, pelo correio electrónico: cphorta@psp.pt, ou pelos Contactos: Telefone – 292208510 Fax – 292208511, para encaminhamento das respectivas investigações.

CARO CIDADãO AJUDE-NOS A PROTEGê-LO, PROTEGENDO-SE Colabore, identifique, denuncie

PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROxIMIDADE


DESPORTO

Tribuna das Ilhas

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fuTEBOL – cAMPEOnATO AfH

fuTEBOL – SéRIE AÇORES

Salão cai no vale

fayal perde terreno

g No passado fim-de-semana jogou-se a quinta jornada do Campeonato da Associação de Futebol da Horta, em seniores masculinos. No Vale, o Salão imbatível entrou à procura da quinta vitória consecutiva, no entanto foram os jogadores da casa os primeiros a marcar. O Salão mostrou-se incapaz de deter o crescendo do Flamengos, que na segunda parte marcou por mais duas vezes. Os líderes correram atrás do prejuízo e ainda conseguiram marcar, perto do final da partida. O resultado, fixado em 3-1, diminuiu a vantagem dos salonenses, que estão agora a 2 pontos do segundo classificado, Vitória. O Flamengos é terceiro, também com 10. Ora, o Vitória aproveitou da melhor forma o resultado do Vale, já que venceu no Pico o Feteira por 3-0, e soma agora 10 pontos. Os jogadores das Canadinhas são penúltimos, com 4 pontos. No outro jogo da jornada, o Cedrense goleou o Lajense na Lajinha, com quatro golos sem resposta. Os picoenses não saem do último lugar, sem ter ainda somado

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FLAMENGOS vS SALãO Oa jogadores do vale conseguiram travar o ímpeto vencedor dos salonenses pela primeira vez neste campeonato

qualquer ponto. Os jogadores dos Cedros ocupam a quarta posição da tabela, com 7 pontos. A sexta jornada jogou-se ontem, dia 1 de Dezembro, já depois do fecho desta edição do TRIBuNA. De acordo com o calendário, o Salão foi às Lajes, enquanto que o

Flamengos recebeu o Feteira e o Vitória veio ao Faial defrontar o Cedrense. Já este domingo, dia 4, em jogos a contar para a sétima jornada, o Feteira recebe o Lajense nas Canadinhas, e o Salão defronta o Cedrense. O Flamengos vai ao Pico defrontar o Vitória. mP

g No passado fim-de-semana as contas do Fayal Sport na Série Açores ficaram ainda mais complicadas. Os Verdes receberam na Alagoa o união Micaelense, com quem partilhavam o mesmo número de pontos. A palavra de ordem era vencer para subir na tabela, e os pupilos de Eugénio Botelho até entraram bem no jogo, indo para intervalo a vencer por 1-0. No entanto, no segundo tempo os micaelenses fizeram dois golos e levaram os 3 pontos na bagagem. Nos restantes jogos da jornada, o Guadalupe perdeu em casa frente ao Santiago (1-2), o Praiense goleou o Prainha na Terceira (4-0) e Águia e

Boavista empataram sem golos nos Arrifes. A surpresa da jornada veio da Ribeira Grande, onde o Ideal venceu o líder Lusitânia por 3-1. Nas contas da tabela, os terceirenses continuam a liderar, com 22 pontos, agora apenas a 3 do Praiense. O Santiago é terceiro, com 17 pontos, seguido do Boavista de São Mateus, com 13. Seguem-se o Sporting Ideal e o Guadalupe, ambos com 11 pontos, e o Prainha, com 10. O união Micaelense é sétimo, com 9 pontos, enquanto o Fayal ocupa o penúltimo lugar, com 6 pontos, mais três que o Águia, último classificado. A próxima jornada joga-se a 11 de Dezembro. mP

SUSANA GARCIA

fuTEBOL

Carlos marta apresenta programa eleitoral na Horta g O candidato à Presidência da Federação Portuguesa de Futebol, Carlos Marta, estará hoje, dia 2 de Dezembro, pelas 21h00, na sala de reuniões do Fayal Sport Club, com intuito de apresentar o seu Programa Eleitoral. A abertura oficial da sua candidatura foi oficializada em Lisboa na passada semana, onde referiu que não pretende “mudanças bruscas nem rupturas, mas os tempos que vivemos exigem mudanças."

DR

Marta defendeu a legalização das apostas on-line e a centralização dos direitos televisivos. "No actual contexto de crise, muitos dos apoios vão diminuir de uma forma assustadora e é fundamental encontrar novas receitas que permitam a sustentabilidade dos clubes", justificou. O candidato apontou ainda a reestruturação de todo o quadro competitivo e o recurso à tecnologia no futebol, nomeadamente ao chip. mJS

Sporting da Horta vence fafe g O Sporting da Horta venceu o Andebol Clube de Fafe por 30-29, uma vitória tangencial já como tinha acontecido no jogo da primeira volta, disputado em Fafe. Ao intervalo, os açorianos já venciam por 16-11. Depois de vencer o Fafe pela mar-

Campeonato regional em vela g Decorreu nos dias 26 e 27 de Novembro de 2011, organizado pelo Clube Náutico das Lajes do Pico, a 3ª Prova do Campeonato Regional em Vela Ligeira aberta a barcos das classes Optimist, L'Équipe, Laser e 420 Das 6 regatas previstas só se realizaram 3, tendo sido anuladas as

regatas do 2º dia por motivos de falta de vento. O Clube Naval da Horta, representado por 10 velejadores, dominou as regatas da classe 420, obtendo o 1º lugar. Na classe Optimist de salientar a obtenção do 3º lugar. Assim, as classificações obtidas foram as seguintes:

AnDEBOL – cAMPEOnATO nAcIOnAL

420 1º - Nuno Silva / Alexandra Gonçalves

mJS

viDeNte-meDiUm CUraNDeirO eSPeCiaLiSta em PrObLemaS De amOr telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

CONtaCte O Dr. CaSSama Astrólogo espiritualista e Cientista obtém resultados rápidos. Conhecido pela sua competência, eficácia e precisão em tudo o que faz relativamente à Astrologia. Com poderes absolutos e rápidos ajuda a resolver todos os seus problemas, por mais difíceis, ele tem o poder de elucidar e como prever um futuro, recuperação imediata e definitiva do seu amor perdido, protecção, sorte e negócio. Consulta à distância por telefone e carta, etc. estrada Dr. João abel de freitas, 38 b 9050-012

fuTEBOL-JúnIORES

GD Salão campeão em juniores

CLASSE OPTIMIST 3º Pedro Costa 5º Jorge Silva 11º Jorge Medeiros

faCiLiDaDeS De PaGameNtO

gem mínima em sua casa, o SCH sabia que esta partida seria difícil, e que seria necessário lutar muito para voltar a vencer, agora na Horta. Agora as atenções estão viradas para o próximo jogo, em que o SCH recebe o SL Benfica no pavilhão da Horta. mJS

g O Grupo Desportivo do Salão foi ao Pico este sábado para defrontar o Madalena. A vitória dos salonenses por seis bolas a duas garantiu-lhes o título de campeões da Associação de Futebol da Horta. Ao fim da terceira volta do camDR

peonato os azuis contam com 9 vitórias, tantas quantas as jornadas já disputadas. Ainda falta jogar a 4.ª volta e o Grupo Desportivo do Salão totaliza 27 pontos. O FSC, seu mais directo adversário tem 18 pontos e em terceiro está o Madalena com 9. mJS


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OPInIãO

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RETALHOS DA nOSSA HISTóRIA - cXI

Governador antónio mariano de Lacerda Fernando Faria

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distrito da Horta, criado por diploma régio de 28 de Março de 1836, teve um começo difícil. Até à chegada do seu primeiro governador civil – designação que só em 1842 se tornou definitivamente oficial, pois, até aí, alternava com a de administrador geral – teve como primeiro responsável o sub-prefeito António Mariano de Lacerda. uma portaria do Ministério do Reino, de 4 de Maio, nomeava-o “governador civil do distrito administrativo da Horta” enquanto este lugar não fosse provido definitivamente. A Câmara Municipal, a quem Mariano de Lacerda comunicou o facto, rejubilou com “tão acertada escolha do Governo de Sua Majestade a Rainha” e congratulou-se “com os seus concidadãos por conhecer quanto em todas as circunstâncias eles foram sempre objecto da solicitude”1 do nomeado. Pouco tempo esteve ele no exercício interino do cargo, já que o primeiro titular, António José Joaquim Miranda, seria oficialmente designado a 8 de Junho, tendo assumido funções no mês imediato. Como já tive ocasião de assinalar, a escolha não poderia ser pior. Silveira Macedo regista o seu “génio irascível e precipitado”, ao passo que Curry Cabral define-o como “um perfeito ignorante em matéria administrativa, um arrebatado, um louco”, que, se não fosse rapidamente demitido, “outro remédio não haveria senão fazer-lhe a cama, para

que bem se deite”. Numa extensa carta, datada de 30 de Setembro, dirigida ao deputado e grande amigo Dr. António José de Ávila, Curry Cabral assinala-lhe as “nossas circunstâncias e a posição em que nos colocou o Governo com a nomeação de um homem cujo carácter é conhecido”, bem como “a sua imprudência e até estado de alienação por vezes”. Receava ele que pudesse acontecer “alguma desordem, pois já não tem estado longe disso2”. Felizmente, nada de grave sucedeu, porque nesse mês de Setembro – precisamente no dia 13 – era publicado o diploma que demitia o odiado e incompetente governador António Joaquim Miranda.

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oltava novamente à chefia do distrito o Conselheiro António Mariano de Lacerda. Setembrista assumido, é já na qualidade de governador que o encontramos presidindo à vereação extraordinária da Câmara Municipal da Horta de 30 de Outubro de 1836, convocada para “se proceder ao juramento da Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 23 de Setembro de 1822 adaptada por Sua Majestade Fidelíssima a Rainha, por seu decreto de 10 de Setembro último”. No registo desse acto de aceitação da Constituição vintista – bastante mais progressista da que até então vigente Carta Constitucional outorgada por D. Pedro IV em 1826 e que D. Maria II sempre perfilhara – o primeiro subscritor é António Mariano de Lacerda, seguido de muitas outras autoridades e empregados públicos, de que destaco o presidente e vice-presidente da Câmara Municipal, respectivamente António de Oliveira Pereira e José Francisco da Terra Brum, o

secretário-geral do Governo Civil António Joaquim Nunes de Vasconcelos, vereadores e presidentes das Juntas de Paróquia. O juramento prestado sobre um livro dos “Santos Evangelhos” obedecia à seguinte fórmula, determinada numa Portaria do Ministério do Reino de 11 de Setembro: “Juro guardar e fazer guardar a Constituição Política da Monarquia de 23 de Setembro de 1822, com as modificações que as Cortes Gerais da Nação Portuguesa houverem de decretar”3. Este juramento público feito na Horta a 30 de Outubro era a consequência directa, mas bastante tardia, da denominada “Revolução de Setembro”, ocorrida em 9 e 10 deste mês, quando se demitiu o governo conservador do duque da Terceira e D. Maria II se viu forçada a aceitar, por força das circunstâncias, a lei orgânica vintista, que estaria em vigor até que as próximas Cortes Constituintes elaborassem uma nova Lei Fundamental do Reino. Ao assumir aquele compromisso, a rainha, embora contrafeita, nomeou em substituição do Ministério demitido um Governo formado por políticos da ala radical do liberalismo – chefiado pelo conde de Lumiares mas que tinha em Bernardo Sá Nogueira (visconde de Sá da Bandeira) e em Passos Manuel os ministros de maior destaque – o qual logo restabeleceu a Constituição de 1822 e a obrigatoriedade de todos os funcionários públicos lhe prestarem juramento, além de outras medidas moralizadoras da vida pública. A difícil situação financeira, a crise política e social que a vitória de 1834 dos liberais sobre os absolutistas não conseguia ultrapassar, estão na génese daquela Revolução

WOrkSHOP De OriGami Parque Natural do Faial

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bolas para a árvore de Natal, pacotes e cartuchos para a embalagem das prendas… sem fita adesiva. Muita imaginação e boa disposição permitiram nesta manhã descobrir for-

Não demorou muito para que Mariano de Lacerda ocupasse outras funções políticas na sua terra natal. Eleito no final de 1838, tomou posse, a 1 de Janeiro de 1839, do cargo de presidente da Câmara Municipal da Horta e de membro do Conselho do Distrito em 1840 e 1841.

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ascido na Matriz da vila da Horta em 26 de Setembro de 1783 era filho do capitão de ordenanças António de Lacerda Marramaque e de sua mulher Antónia Mariana Whitton da Câmara; casou com sua prima Ana Whyton a 1 de Agosto de 1819, não tendo deixado geração. Bacharel em Direito, capitão do Regimento de Milícias a 27 de Novembro de 1808 e tenente-coronel do mesmo Regimento a 3 de Maio de 1819, assumiu o cargo de governador militar interino do Faial em 3 de Setembro de 1828 devido à retirada do titular Diogo Tomás de Ruxleben; foi sub-prefeito da Horta (1832-1836), governador civil do distrito (1836-1837), presidente da Câmara Municipal (1839-1849) e membro do Conselho de Distrito (1840-1841). Comendador da Ordem de Cristo e Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima, faleceu na Matriz da cidade Horta a 30 de Novembro de 1849, “com viva saudade de todos os que conheceram de perto as excelentes qualidades e bondade de alma deste cavalheiro”5. 1 Livro de Registo n.º 18 da CMh, fl.52-v 2 ANTT, APAB, Cx. 2, n.º 5 3 Livro n.º 20 de vereações da CMh, fls. 217 a 219 4 Idem, fl. 202-v 5 Rosário, Francisco Garcia do – Memória Genealógica das Famílias Faialenses, p. 98

aGraDeCimeNtO DR

ealizou-se no passado dia 26 de Novembro, pela mão da Associação Raízes na Terra em parceria com a Câmara Municipal da Horta e Parque Natural do Faial, um workshop na arte japonesa de dobragem de papel: origami. Esta actividade integrada na Semana dos resíduos dos Açores, a acontecer em simultâneo em todas as ilhas, está integrada no Plano regional de Educação e Sensibilização Ambiental. O objectivo desta actividade foi o de ensinar a reutilizar jornais, revistas e embalagens diversas de cartolina para construir várias decorações de Natal. Apesar de terem sido vários os trabalhos realizados, as duas horas e meia passaram com grande rapidez, segundo os participantes. Houve objectos para as várias valências natalícias: estrelas, grus alados e

e de outros movimentos sediciosos que se lhe seguirão. Os chamados governos setembristas vão sucederse, os ímpetos radicais irão provocar reacções de sinal contrário, serão várias as tentativas de harmonização da Constituição de 1822 com a Carta Constitucional de 1826. A instabilidade, porém, continuou, mas o radicalismo foi sendo atenuado. De tal modo que a Constituição de 1838 acabou por ser bem mais moderada do que a de 1822, saldando-se num compromisso desta com a Carta, o que, desagradando aos setembristas mais convictos, também não colhia apoios entre os mais fervorosos adeptos da Carta Constitucional, a qual viria a ser restaurada em 1842 e seguiria sendo, com as modificações introduzidas pelos Actos Adicionais, a Lei Fundamental Portuguesa até à proclamação da República em 1910. Quando a 4 de Abril entrou em vigor a Constituição de 1838 já o Conselheiro António Mariano de Lacerda deixara o cargo de governador civil do distrito da Horta. Esse facto ocorrera a 15 de Agosto de 1837 e foi comunicado à Câmara Municipal que assim o registou: (…) “Nesta Vereação se recebeu um ofício da Administração Geral, com data de 15 de Julho último, pelo qual é nomeado Francisco Garcia do Rosário secretário da Administração Geral deste Distrito; e que em virtude do artigo 104.º do Código Administrativo entrando o dito secretário no exercício interino do cargo de Administrador Geral que nele resignara o Exmo. Conselheiro António Mariano de Lacerda, exonerado por Decreto de igual data, assim o participava a esta Câmara (…)”4.

mas criativas e mais amigas do ambiente de viver a época natalícia que se aproxima, a custo zero no que respeita a decorações… certamente únicas numa casa faialense.

A família de armaNDO aLveS maGaLHãeS tabOrDa, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer ao médico, enfermeiros e pessoal auxiliar da unidade de Oncologia, bem como aos médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar da unidade de Medicina do Hospital da Horta, os cuidados que dispensaram ao saudoso extinto. Agradece também a todos os que visitaram o seu ente querido e àqueles que acompanharam o funeral, enviaram flores, telefonaram, mandaram mensagens e, de uma maneira ou outra, lhe manifestaram o seu pesar.


Tribuna das Ilhas

a Propósito do Plano e Orçamento para 2012

T

Alzira Silva

odos concordamos que não devíamos ter cortes nas nossas remunerações no próximo ano. Todos defendemos que não é justo o cidadão pagar pelo estado em que alguns maus governantes, que não geriram ou não gerem as contas públicas como sendo suas, têm vindo a deixar o país. Todos pensamos que a impunidade que tem reinado em Portugal facilitou – e muito! – o percurso dos responsáveis, não apenas políticos como é comum criticar, mas de outros sectores da vida pública, designadamente da administração do país e dos seus beneficiários. E se os seus beneficiários (refiro-me aos administradores que lesam o bem comum e como recompensa auferem de reformas escandalosamente altas) não fossem tão beneficiados, beneficiando-se em causa própria – passe o pleonasmo – não estariam os não beneficiados do sector permissivo dos abusos e os que ainda acreditam na gestão ética, legal, moral e exemplar da coisa pública a debater estes assuntos com tanta paixão e com tanta propriedade. Neste momento de grande turbulência dos mercados e dos países, em que nos entra pela vida adentro em cada dia uma ou mais más notícias, creio que todos temos o direito à indignação, mas ao mesmo tempo, à esperança. É que a indignação serve apenas como desabafo mas não vai alterar nada do que está feito nem as decisões da troika. A esperança vai permitir-nos continuar a lutar durante esta travessia tumultuosa e penalizadora para a maior parte dos cida-

dãos e cidadãs. Precisamos, para além desse espírito de perseverança e de determinação, de outra qualidade preciosa que nos clarificará o pensamento de modo a não cometer a injustiça de avaliar uns pelos outros: o discernimento. O discernimento diz-nos que não podemos ter sol na eira e chuva nas couves – senso comum que o mais desavisado dos cidadãos entende e segue, escolhendo, quando lhe é dada opção, ou o sol na eira ou a chuva nas couves. Ou seja, ou vamos dar prioridade ao apoio aos cidadãos e às pequenas empresas em dificuldade, mas sem cair no desinvestimento e mantendo o equilíbrio das finanças públicas que nos deu a credibilidade respeitável de que os Açores usufruem ou vamos aumentar o orçamento destas ilhas e colocar-nos em situação de risco que, mais cedo ou mais tarde, vai sair mais cara a todos. O governo dos Açores fez o orçamento que tinha de fazer para manter o equilíbrio e para ajudar os que necessitarem de ajuda. Se hoje pode acudir às famílias e às empresas é porque soube gerir bem os recursos de que dispôs nos últimos anos. Nos Açores e no Faial temos construído o que podemos construir, com os recursos que temos e sem comprometer o futuro. É bom que continuemos assim, equiponderados, sem resvalar para a irresponsabilidade de quem se deslumbra e sem derrapar para o negativismo de quem desiste. É importante o governo não deixar ninguém para trás e é importante que as açorianas e os açorianos não se deixem ficar para trás. Atitude, de todos os quadrantes, é o que se exige. uma atitude serena mas combatente, atenta mas cooperante. Mobilizemo-nos todos, conscientes, inequívoca e firmemente entregues à causa de dar o nosso melhor pela solidariedade e pela cidadania.

Como é de tradição, o Núcleo Cultural da Horta promove mais uma vez o concurso de Presépios e Altarinhos. As inscrições devem efetuar-se até ao dia 16 de Dezembro, na Receção da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, Rua Walter Bensaúde- 14, Horta, no horário normal de expediente, onde poderão também consultar o Regulamento do Concurso.

OPInIãO

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faLeCimeNtO

LUÍS CARLOS DECQ MOTTA Após prolongada doença que o manteve por vários anos retido na sua residência, faleceu na noite do passado sábado, no Hospital da Horta, com 94 anos de idade, o conhecido e estimado médico Luís Carlos Decq Motta que no final dos anos 40 se fixou na ilha do Faial por motivo de casamento. No decurso da sua carreira, Luís Decq Motta foi presidente do Conselho de Administração e director clínico do Hospital faialense, estabelecimento onde também foi responsável por alguns serviços entre os quais o de anestesia. No meio social citadino Decq Motta esteve ligado aos corpos directivos de diversos organismos e associações e durante muitos anos desempenhou o cargo de Cônsul da França na Horta. No âmbito das suas actividades profissionais, Decq Motta prestou serviços médicos ao pessoal dependente de algumas instituições locais como a Casa dos Pescadores, Caixa de Previdência e Estação Radionaval. Mas Luís Carlos Decq Motta foi, acima de tudo, um médico de missão, exercida junto das gentes do Faial em visitas semanais, durante as quais os cuidados clínicos, acompanhados dos conselhos e da simpatia que dedicava a toda a gente, sem excepção, lhe proporcionaram grande consideração e amizade por parte da população da ilha inteira. No seu consultório da Horta, Decq Mota foi também o clínico de muitas famílias das ilhas mais próximas, principalmente do Pico. Pelo falecimento de Luís Decq Motta, estão de luto seus filhos: Maria Leonor Decq Motta Lourenço, casada com Mário Conceição Lourenço; Luís Carlos Bicudo Decq Mota, casado com Maria da Graça Pereira de Freitas Decq Mota; José Eduardo Bicudo Decq Mota, casado com Maria do Céu Prieto Decq Mota; Maria Elisa Bicudo Decq Mota; João Alberto Bicudo Decq Mota, casado com Hélia Maria Machado Decq Mota; António Manuel Bicudo Decq Mota, casado com Helena Maria Xavier Decq Mota. Luís Carlos Decq Motta deixa 15 netos e 15 bisnetos. Com a igreja Matriz da Horta completamente cheia de amigos e admiradores do falecido e, em geral, da família Decq Mota, teve lugar, na tarde do domingo, a missa de corpo presente. De seguida, o funeral prosseguiu, com acompanhamento muito numeroso, para o cemitério do Carmo, onde Luís Carlos Decq Motta foi sepultado. fm


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OPInIãO

Tribuna das Ilhas

Crime turístico e/ou ambiental? Paulo Oliveira

D

efender o património que herdámos, qualquer que ele seja, é uma obrigação de todos nós, não só para nós próprios, mas para os outros, quer do tempo presente, quer do tempo futuro, única forma que temos de transmitir aos nossos descendentes os valores que recebemos dos nossos antepassados. Antigamente, preservávamos o património pelos hábitos mais naturais que eram adoptados, quer por estilos de vida mais saudáveis, quer porque os sectores primários – agricultura, pescas e florestas – eram o pão nosso de cada dia, ou seja, para colhermos amanhã haveria que tratar bem hoje de todos os seres vivos animais e flora. Hoje, depois de termos enveredado por uma desenfreada industrialização poluente, recuamos e procuramos, já algumas vezes em SOS, as boas práticas ambientais, ecológicas e naturais, equilibradas e sustentáveis, reciclando e reutilizando, para salvarmos o nosso planeta. Esta é uma prática que deverá fazer parte do exercício de uma cidadania saudável, que compete a todos nós. Não custa nada, e o planeta azul agradece. SãO MIGUEL Todos nós fomos surpreendidos pela decisão do Governo Regional em abater 152 plátanos centenários, no concelho da Povoação, na Ilha de São Miguel, alegando uma obra de correcção da estrada, e porque aquela espécie de árvore não era classificada. O que é certo é que tal decisão indignou uma parte significativa da população, que se manifestou fortemente pelas redes sociais, motivando um debate político e público sobre este assunto, desencadeado pelo PSD. A Associação Ambientalista

Amigos dos Açores lamentou o anunciado corte, defendendo a necessidade de se encontrarem alternativas àquela obra, uma vez que aquele local é de incontornável visita para os turistas. A revolta foi tanta contra este anunciado crime ambiental, que o próprio Presidente do Governo teve que vir a terreiro, e anunciou a suspensão da obra, solicitando um parecer à Câmara Municipal da Povoação, que de pronto sugeriu uma alternativa que só abate 15 árvores. Regista-se com agrado, em primeiro lugar a consciência e defesa popular de um património turístico e ambiental, e depois a sintonia e a comunicação entre o Governo Regional e uma Autarquia. FAIAL Todos nós já não nos surpreendemos com a atitude de desleixo e abandono que o Governo Regional colocou na Estrada do Mato – Largo Jaime Melo/Ribeira do Cabo, única dos Açores que passou de asfalto a terra/bagacina. Aquela Estrada Regional foi construída antes do 25 de Abril, e conheceu dias de glória, tal era o alindamento das suas bermas, constituindo um marco para os poucos turistas que então nos visitavam. Com o Sismo de 1998, foi abandonada, passando a caminho de penetração florestal de acesso à Agropecuária. Nem a recente lagoa artificial e o abastecimento de água à lavoura foram suficientes para a fazer ressuscitar do estado em que para ali jaz. Foi mais fácil arranjar desculpas, foi mais fácil assobiar para o lado, foi mais fácil deixar de por lá passar, foi mais fácil impedir que milhares de turistas tivessem acesso a tão notável património turístico e ambiental... Lamentável e indigna a cumplicidade entre o Governo Regional/Secretaria Regional do Ambiente e a Câmara Municipal da Horta – todos mudos e quedos, perante tal facto indesmentível. Há alguns anos, cortaram-se as árvores que constituíam a mata onde

se desenvolvia a Festa de São João da Caldeira, transformando aquele local, antes acolhedor e agradável, numa inóspita e desolada ladeira onde deixou de ser agradável merendar e passar o dia... Daí a equacionar-se a transferência da festa foi um ápice, que, com concorrências mais encorpadas, ficou reduzida a uma obrigação de calendário..., que, qualquer dia, com o corte nos feriados... desaparecerá, definitivamente. Voltando àquela Estrada Regional nº 1-2ª (já foi...), lembramos ainda o seu notável piso (para a época), compreendido entre nobres e fundas valetas em pedra, com taludes valorizados por extensas manchas de urzes, hortênsias e azáleas multicolores, que surpreendiam pela sua exuberância os que por ali passavam... Não havia fim-de-semana onde o passeio habitual não fosse ir à Estrada da Caldeira contemplar aquele panorama ímpar, que ainda hoje muitos recordam nas suas memórias. No passado domingo, voltei a lá passar, com alguma dificuldade para a viatura, mas não há nada como recordar, virtualmente, o passado. Sim, porque na realidade, nada disso ali sobrevive. O piso em terra/bagacina está transitável, e com alguma perícia, ainda se faz bem, com algum amor e carinho... As valetas estão submersas, com terra e já com algum betão, que procura fazer esquecer um património notável, feito pedra a pedra, pelos cantoneiros de boa memória. Não será caso para ser classificado, mas seria de bom tom mantê-lo visível e utilizável, como testemunho de um época. Os taludes estão ao abandono, embora ainda sobrevivam algumas manchas de urzes (porque protegidas...) As hortênsias lá se vão desenrascando... enquanto as azáleas são abafadas pela vegetação descontrolada que as cobre. As panorâmicas soberbas que dali se desfrutavam,só para quem as conhece e procura, por entre a vegetação que cobre os antigos pontos de

observação, que se constituíam em miradouros naturais e privilegiados, dos quais se via... aterrar o avião. Mas pior ainda é possível... A Delegação do Faial da Secretaria Regional da Ciência e Tecnologia, vulgo, Obras Públicas, está a proceder ao abate de dezenas e dezenas de criptomérias (Cryptomeria japonica) – árvores de grande porte, com mais de 50 anos, que ladeavam aquela Estrada Regional, e que constituíam um notável património Turístico e Ambiental, que agora se perde... nos vigorosos dentes das motosserras! Espero que o argumento principal não seja... tapar algum buraco financeiro, da tão propagada crise financeira... Mas nos Açores até nem há, dada a saudável situação das finanças regionais?! Algumas dessas árvores sofriam de um fungo parasita – Armillaria, que as condenaria, a prazo... Mas tal facto não justifica, que a talho de foice, se abatam também aquelas que dão jeito,. só porque ensombram em demasia a hipotética prometida e futura Estrada Regional, quando e se vier a ser incluída num dos Planos e Orçamento do Governo Regional, cuja legislatura tarda em aparecer!!! Fiquei pasmo, porque ainda me lembro dos benefícios que as árvores nos dão, e que aprendi na escola primária/básica, entre os quais se incluía precisamente a sua sombra! Pedir autorização para abater árvores porque ensombram em demasia (?) a Estrada Regional, é, convenhamos, um argumento falacioso, e que só poderá ter como objectivo tapar o sol para os mais distraídos, ou convencer os mais ignorantes. Não é aceitável que se continuem a abater árvores notáveis e de grande porte... só porque dá jeito, e porque dão sombra a mais. CRIME Abater criptomérias com mais de 50 anos que ladeiam uma Estrada Regional poderá não ser crime público, mas cortar criptomérias com 30 ou 40 anos numa mata privada, já obriga a reflorestação... se quisermos

sair ilesos desse abate, consequência de uma actividade económica de longo prazo! Aquele abate está consentido..., e até poderá estar autorizado, mas está a ser feito nas costas dos faialenses, à socapa, até porque não é fácil circular por ali, e assim não se dá muito nas vistas... Mesmo que não seja um crime ambiental... só porque é praticado por Entidades Públicas, será certamente um crime turístico, porque destrói um dos principais cartazes turísticos da ilha... apesar de hibernado, e à espera de melhores dias... que não os presentes! E tanto assim é, que sou levado a perguntar? Onde estão os faialenses, ambientalistas e defensores da natureza? Onde estão as redes sociais, que em vez de se preocuparem com o mexerico alheio, deveriam defender a sua terra? Onde estão as associações tão ciosas da coisa pública... que são capazes de ver uma urze mal tratada, ou um animal abandonado, mas que não conseguem enxergar dezenas de árvores decepadas? Onde está o presidente da Câmara Municipal? Onde está o delegado de Turismo? Ah, é verdade, nesta ilha não existe... porque não precisamos, até porque temos um director regional... que, como o próprio nome indica, é Regional e não do Faial, logo tem assuntos bem mais amplos e estratégicos do que os nossos parcos 172.43 km. Onde está o director regional do Ambiente? Onde está o presidente do Governo Regional? A resposta, triste e simples, é que estão bem mais preocupados com os 152 plátanos da Povoação, na ilha de São Miguel, do que com as nossas criptomérias... Lamenta-se que não consigam tratar de dois assunto semelhantes, com o mesmo critério, com a mesma prioridade, e com o mesmo empenho. Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

Cidadania? Oposição? Ruben Simas

É

preciso não esquecer que as pessoas são eleitas para servir, não para serem servidas e muito menos para se servirem da política. Afinal ser político é um acto de cidadania que obriga a todas as implicações decorrentes de o ser. Ora vejamos: - O PSD na Horta e mesmo nos Açores, deveria participar nos órgãos para que foi eleito e manter uma presença com propostas construtivas, com a sua intervenção e cooperação num espírito aberto e ao serviço de todos. - Tem a responsabilidade de parti-

cipar na vida social dos órgãos para que foi eleito em todas as freguesias do concelho e não somente nas freguesias em que tem interesse. - Possui a obrigação de ter uma postura de defesa dos valores do órgão para que foi eleito, acima dos interesses e da luta político partidária. - Deverá votar a favor do saneamento básico, se acha que essa é uma obra importante e não assumir uma posição de permanente “assobiar” para o lado quando se fala de reafectação de fundos à Câmara da Horta que permitam executar um empreendimento desta envergadura. - Por outro lado, tem a obrigação

de defender em público que votou favoravelmente a delegação de competências do órgão a que pertence (nomeadamente da Câmara Municipal), para mais tarde apresentar um alegado esvaziamento desse órgão, por via dessa mesma votação. Mas se quisermos ir mais longe, deverá manifestar-se contra, quando alguém do seu partido propõe que num parlamento regional, um deputado passe a representar todos os deputados, como foi aprovado nos últimos dias na Região Autónoma da Madeira, isto sem querer misturar “alhos com bugalhos”, mas para nos situarmos em relação à postura do PSD que varia

consoante a predominância do vento. Indo ao que localmente mais interessa, porque não propõe, relativamente aos assuntos que pretenda ver agendados no âmbito político, que sejam tratados no órgão do qual faz parte no exercício das funções para as quais foi eleito? Porque não defende o cumprimento da Lei, mesmo que o seu incumprimento esteja a ser praticado por um governo da sua cor política como se verifica relativamente às transferências do IRS que ainda estão por concretizar? O melhor seria propor medidas de contenção orçamental para fazer face aos tempos que atravessamos,

numa atitude responsável, mas não apenas em calendário político partidário, a tentar tirar proveito de algo que é uma falsa questão. Seria melhor a Câmara deixar de pagar aos seus funcionários? E porque não falar a verdade às pessoas, independentemente dessa verdade por vezes não ser aquilo que as pessoas gostariam de ouvir? Em suma, o PSD da ilha do Faial tem uma posição, o dos Açores tem outra e o do Continente ainda outra, sem esquecer o “PSD de Ponta Delgada” que consegue ter uma postura ainda diferente. Há muito tempo que este PSD parece ter perdido o “norte” que nunca sabemos qual é!


InfORMAÇãO

Tribuna das Ilhas

NOSSA GENTE

UTILIDADES

PARTIRAM

FARMÁCIAS

AGENDA i h p o

DOMINGO 21H30 - Filme - “A Conspiradora” no Teatro Faialense. Organização da Hortaludus EvENTOS DEzEMBRO EM FESTA ATé 06 DE JANEIRO 2012 18h30 às 24h00 - PRESÉPIO DE NATAL – Barão Palace junto ao Restaurante Barão Palace. Organização Barão Palace com o apoio da CMH e CCIH

AMANhã 08h15 - Concentração Participantes Bico Doce Castelo Branco 09h15 – Saída do 1º Participante da Classe T1 para o Passeio 13h00 - Concentração Praia Almoxarife 14h30 - Trial de demonstração viaturas 4x4 na Praia do Almoxarife Organização do Clube Automóvel do Faial – Secção TT com o apoio da CMH, CCIH, Bico Doce, Venâncio Costa, Empresa Cruz Leal DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIêNCIA 10h00 às 11h00 - CAMINhADA 9 hORAS PELA IGUALDADE Concentração na Sede da APADIF. Organização: APADIF COMEMORAçãO DO DIA INTERNACIONAL DA PESSOA DEFICIENTE 18h30 - GALA APADIF no Teatro Faialense. Organização da APADIF com o apoio da CMH - Apresentação da curta-metragem “A Safira”; Actuação do BANDARRA; Espectáculo de dança dos utentes do CAO da Horta; Divulgação da “III Feira das Capacidades”; Actuação do Grupo Folclórico do CAO de Santa Maria da Madalena, no Museu do Vinho; Divulgação do Projecto “Derrubar Barreira… Construir Oportunidades”; Reportagem da Seara do Trigo; Vídeo “Um dia na vida de uma pessoa com paralisia cerebral e seus familiares” – APCSM; Apresentação de uma filmagem de um jovem tetraplégico que realizou canoagem e parapente em S. Miguel e Moto 4 no PicoCresaçor. Intérprete de Língua Gestual na Gala e na Curta-metragem DOMINGO 09h00 - DAR A vOLTA à DROGA - Açores Unidos - Roteiro: Largo do Infante (Lanche), Avenida Marginal, Centro da Cidade. Concentração no Centro do Mar. Organização da Associação Norte Crescente e APADIF com o patrocínio da Direcção Regional da Prevenção e Combate às Dependências qUINTA-FEIRA – 8 DE DEzEMBRO DIA DAS MONTRAS – Concurso de Montras na Rua Central da Cidade da Horta. Organização da CCIH com o apoio da CMH PROJECTO FAIAL SOLIDÁRIO 14h00 àS 22h00 - FEIRA DAS BOAS vONTADES no Centro de Cultura e Exposições da Horta 14h30 àS 20h30 - PALCO DAS BOAS vONTADES junto ao Jardim Eduardo Bulcão . Organização da CMH, IDSA, IPRA MERCADO DE NATAL 17h30 - SESSãO DE ABERTURA DO MERCADO DE NATAL 2011 e Boas Vindas - Iluminação da Árvore de Natal 18h00 às 20h00 - 1º Festival de Sopas do Mercado 20h00 – Actuação do Grupo de Dança do Clube Desportivo Escolar 20h30 - Festival Ranchos de Natal Entrega dos Prémios 1º Festival de Sopas do Mercado

EDITOR: Fernando Melo ChEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro

~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção Civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 Centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 TRANSPORTES - FAIAL

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

hOJE 3º PASSEIO DO 2º TROFéU ILhA DO FAIAL NAvEGAçãO E TRIAL 19h00 - Concentração Participantes Marina da Horta junto ao Bar Marina 20h00 - Saída do 1º Participante da Classe T1 para o Passeio 23h30 - Concentração Pedregulho Feteira

DIRECTOR: Cristiano Bem

FRANGO ASSADO NO FORNO ESPADARTE FRITO OU GRELhADO FILETES DE vEJA

E mEnta Variada todos os d ias AceitAm-se ReseRvAs vENDEMOS REFEIçõES PARA FORA

NO SNACk

BAR SERvIMOS

REFEIçõES LIGEIRAS E PRATO DO DIA

Descanso semanal TERÇA-fEIRA

associação Humanitária de bombeiros voluntários do faial *fundada a 16 de maio de 1912* instituição de Utilidade Pública (nos termos de D.L.n.º 460/77) federada na Liga dos bombeiros Portugueses *Cavaleiro da Ordem de benemerência* medalha de Ouro duas estrelas da Liga dos bombeiros Portugueses

temos semPre bom PeIxe Festas de Natal

1 Prato+Sobremesas +Vinho+Café

12 Euros

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13.50 Euros

CONvOCatória Ao abrigo do 20.º dos Estatutos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial, convocam-se os sócios para uma Reunião Ordinária da Assembleia Geral, a realizar no dia 09 de Dezembro de 2011, pelas 19H00, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 - Plano de Actividades e Orçamento da Associação para 2012 2 - Outros assuntos de interesse para a Associação. Se à hora marcada não se encontarem presentes a maioria dos sócios com direito a voto a mesma funcionará meia hora mais tarde, com qualquer número de sócios, de acordo com o estabelecido no ponto único do artigo 2.º dos respectivos estatutos. Horta, 22 de Novembro de 2011 O vice-presidente da Assembleia Geral, rodrigo manuel raposo Pinto FIChA

COLABORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias, vera Lacerda COLABORADORES EvENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva

RESTAuRAnTE E SnAck-BAR

EMERGêNCIAS -FAIAL

CINEMA

Tribuna das Ilhas

15

AREEIRO • cAPELO • TELf. 292 945 204 • TLM. 969 075 947

hOJE E AMANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 DE 4 A 10 DE DEzEMBRO Farmácia Correa 292 292 968

l Faleceu no Hospital da Horta, no passado dia 27 de Novembro, com 74 anos de idade, Clarimundo Sousa Bento, solteiro, natural das Lajes da Flores, onde residia. O extinto vivia com o seu sobrinho Marques António Godinho Bento.

FOTOGRAFIA: Carlos Pinheiro

O2 DE DEzEMBRO DE 2O11

PROJECTO GRÁFICO: IAIC - Informação, Animação e Intercâmbio Cultural, CRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Rua Conselheiro Miguel da Silveira, nº12, Cv/A-C - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TéCNICA

IMPRESSãO:

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EDITOR E PROPRIETÁRIO:

de Sousa, 25

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Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada


FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002

Tribuna das Ilhas SExTA-FEIRA 4 O2 DE DEzEMBRO DE 2O11

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DR. LuíS cARLOS DEcq MOTA

“o PaI Dos Pobres”

DR

D

Pe. Júlio da Rosa

otado de excelentes qualidades, comunicativos e atencioso para com todos, o Dr. Luís Decq Mota fixou-se na nossa cidade, nela tinha a simpatia de todos, sem nunca se alcandorar nos postos da governança, nem nas ambições do prestígio. Conservou-se sempre modesto e ao lado dos pobres e desprotegidos. uniu-se a uma família de boas tradições faialenses. Muitas e variadas são as boas obras no silêncio e no oculto do seu consultório. Os humildes chamavam-lhe – o Pai dos Pobres. Certo dia surpreendeu-nos esta expressão saída da boca dum homem dos bairros, refúgios da nossa cidade nos arrabaldes por onde ninguém passa. Mostrámos surpresa e o interlocutor comentou com vários casos e confirmou – os pobres vão ao seu consultório e chamam-no a casa porque sabem que ele vai e nada pede. E citou certos acontecimentos que nos surpreenderam sobretudo como ele tratava os humildes sem lhes fazer notar a pobreza, sem os humilhar… uma família pobre dos arrabaldes da nossa cidade chamou-o para tratar do seu doente. Varias vezes o Dr. Decq Mota se deslocou à pobre mansarda, levando consigo os medicamentos de amostras, que recebia. Passado algum tempo o doente começou a sentir melhoras e o Dr. Decq Mota começou a perceber na família uma certa preocupação. Notou que eles se preocupavam com o pagamento do médico, com as suas viagens e carro a casa, medicamentos etc. Então procurou um estratagema, para não fazer aquela família passar por uma humilhação. Notou que no peitoril das janelas do pobre casebre havia muitos manjericões em flor, em latas e testos de loiça; e, um dia pediu-lhes um manjericão: Vocês não me querem oferecer um manjericão para eu levar à minha mulher? É que ela gosta muito do cheiro e da flor desta planta. - O senhor doutor leve os que quiser, desembaraçou-se muito satisfeita a família por o Senhor doutor encontrar naquela casa uma coisa de que gostava. - Só quero um, para oferecer à minha esposa,

porque gosta muito deste aroma. Tomou um vaso de manjericão e saiu. Ao chegar ao dia do médico se despedir porque o doente estava curado, a dona da casa dirigiu-se ao médico e perguntou quanto lhe deviam? - A mim, respondeu o Doutor Decq Mota, não devem nada. Eu é que devo o manjericão que levei. A família surpreendeu-se e desculpou-se que aquilo não tinha valor… Tem muito valor e a minha senhora ficou muito satisfeita. E preparou-se para sair… A confusão com a surpresa confundira a família… A mãe apanhou na ponta do avental duas lágrimas que desceram furtivamente pela face e correu para a porta, balbuciando, chorosa…: Deus lhe pague… Para os pobres, o muito é desempenho e o pouco é amor. O Dr. Decq Mota já ia longe disfarçando também a sua comoção e alegria de bem-fazer. O Dr. Decq Mota partiu, e, com ele a saudade que ficou do Pai dos Pobres… Mas, o amor e a gratidão são para sempre… DR

mulHeres solas Natália Bautista

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m dia, falando com uma amiga portuguesa, sobre o medo que no geral todos e todas temos da solidão, recomendou-me um livro duma autora do meu país, Carmen Alborch. Carmen Alborch, é licenciada em Direito, foi ministra de Cultura entre 1993 e 1996 e, na actualidade, é deputada do Grupo Socialista em Espanha. Escreveu numerosos artigos e livros sobre cultura, política e feminismo. Hoje enquadrado no projecto da uMARAçores de “16 dias de luta contra a violência contra a mulher”, queria fazer uma pequena reflexão sobre um dos livros de Carmen que chama-se “Solas”, o qual nos fala entre outros assuntos das profundas mudanças que sofreram as mulheres, educadas para ser sobretudo esposas e mães e do dilema da maternidade e da sexualidade das mulheres solas . Depois de falar com a minha amiga do interessante que poderia ser ler este livro, dirigime à feira do livro com o intuito de ser encontrada por ele. E assim foi, no pequeno apartado de livros em espanhol, lá estava ele “Solas”, à minha espera. Devem existir milhões de publicações em espanhol...mas lá estava ele...foi como um sinal, devia mesmo comprá-lo. Peguei nele e, meio às escondidas, com alguma vergonha, a qual custavame digerir, comprei-o e fui-me embora.

O que tinha de diferente este livro, para que eu não fosse capaz de levá-lo na mão à vista das pessoas que andavam na rua? Era um livro que falava da independência da mulher, mas não do tipo de independência ao qual eu estou acostumada, uma independência sob o abrigo e o calor de um companheiro. Este livro falava da independência total da mulher, de estar solas.... e estar bem connosco próprias. Porque era tão difícil para mim (feminista assumida) pegar nele? Será porque estar só não é fácil para ninguém sem um trabalho pessoal prévio? Comecemos pelo inicio, segundo Platón os indivíduos tinham formas redondas e contavam com quatro pernas, quatro braços, dois órgãos sexuais e dois rostos distintos e opostos. A sua grande arrogância havia levado a estes indivíduos a desafiar aos Deuses do Olimpo. Zeus decidiu como castigo partí-los pela metade para debilitá-los. Foi neste

momento que cada uma das duas partes sentiu por primeira vez a angústia da solidão, e para superá-la começaram a procura da sua outra metade. Esta história vem a ilustrar a origem d@s human@s, e a sua condição de serem incomplet@s, em procura constante da outra metade. Lembro-me quando aprendi isto na escola na aula de filosofia e pareceu-me uma história linda, até muito romântica...mas agora sinto como desde o início dos tempos as pessoas fomos ensinadas a que a nossa vida só faz sentido se é em companhia de um parceiro ou parceira, mas será que é mesmo assim? Como a Carmen repara no livro, mulheres solas sempre existiram, mas muitas destas mulheres que não aceitavam a norma eram qualificadas de bruxas ou mais recentemente de “solteironas”. A verdade é que a existência de mulheres solas ainda desafia a dinâmica tradicional homem-mulher, e continuam a dar que falar e que pensar no resto da sociedade. Levantam diversos sentimentos nas pessoas que vivem em casal, desde angustia: “espero nunca estar só” até inveja: “gostava de não depender de ninguém para tomar decisões”. A pessoa (tanto homem como mulher) que decide estar só (embora deveríamos ver em cada caso o motivo da escolha) fruto de uma decisão motivada, passa por diferentes sentimentos, não deve ser sempre mar de

rosas, pois nas épocas mais duras aparecem novamente os mitos e a pressão que estes exercem sobre nós. Como a Carmen diz, “a sobrevalorização da vida familiar leva à desvalorização das vidas construídas de outras maneiras.” Por isso hoje, nos “16 dias de luta contra a violência contra a mulher” decidi reflectir sobre este outro tipo de violência da qual as mulheres somos escravas, a violência cultural, a pressão social para ser um tipo único de mulher, com um único tipo de sonhos. Essa violência que não nos permite sair de uma livraria à vontade, mostrando um livro que se intitula “Solas”.


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