Revista Travel3 - Edição 18

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ANO 2 - Nº 18 - MAIO DE 2014

ARIZONA MONUMENTAL AS CIDADES DO BRASIL E DO MUNDO QUE VOCÊ PRECISA CONHECER

OS NÚMEROS E OS NEGÓCIOS GERADOS PELA WTM LATIN AMERICA


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LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


DIÁRIO DE BORDO

Fineart1/Shutterstock

O BRASIL VISTO DE FORA

Turistas são (quase) todos iguais, mas nada melhor do que os turistas profissionais – estrangeiros que trabalham na indústria das viagens ao redor do mundo – para sentir, como ninguém, como está a atividade no Brasil. Eles aterrissaram em terras nossas para participar da WTM (World Travel Market) e comentaram que: O país é lindo. As pessoas são maravilhosas. O trânsito é caótico. Os aeroportos não têm infraestrutura. As metrópoles são desestruturadas. O urbanismo é obsoleto. Os preços são absurdos. As praias são cinematográficas e o mar é poluído. As cidades históricas têm um acervo riquíssimo, mas estão abandonadas. Os tesouros naturais – Amazonas, Fernando de Noronha, Chapada Diamantina, Pantanal, Foz do Iguaçu, entre outros – estão mal-tratados e desvalorizados. A cultura brasileira se perde a cada dia. As campanhas para incentivar a entrada de visitantes estrangeiros, quando existem, são equivocadas. Até quando continuaremos sendo esse Brasil? Pior ainda, até quando continuaremos a deixar que o Brasil seja conduzido dessa maneira?

Claudia Tonaco

Editora-chefe tonaco@travel3.com.br

EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

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ÍNDICE

Claudia Tonaco

Longas retas e uma paisagem cinematográfica são um convite para alugar um carro e cortar o estado do Arizona (EUA)

6 MINHA VIAGEM

30 NACIONAL

10 ROTEIRO

36 ESPECIAL WTM

Michelão Tuma Ness fala das visitas que fez ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal

As 25 cidades da América do Sul + 25 cidades mundo que ganharam o coração dos viajantes

16 TECNOLOGIA

Microsoft para quem usa iPad

18 VIAJANDO DIREITO

A Copa do Mundo está chegando, e você precisa saber quais são os seus direitos

20 CAPA CAPA As dramáticas cores de Monument Valley ao entardecer Foto: Francesco R. Iacomino/ Shutterstock

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Alugue um carro e crie o seu road movie pelas estradas do Arizona

28 AÉREAS

O novo terminal de Guarulhos e outras novidades do setor

Boipeba é a Bahia despojada, mas, como sempre, luxuosa. Embarque!

Saiba por que a segunda edição da World Travel Market foi ainda melhor

40 NEGÓCIOS

OMT faz balanço do turismo ao redor do planeta

42 BASTIDORES

Os eventos que marcaram o mês na indústria do turismo no Brasil

46 CIDADÃO DO MUNDO

Mônica Piancastelli traça o perfil dos gappers

48 GASTRONOMIA

Faça um brinde à culinária de São Paulo no Bar Espírito Santo LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


(1)

(2)

(4)

(5)

(3)

(7)

(8)

(6)

(10)

(9)

Fotos: (1) (3) (4) (5) (6) (7) (8) Claudia Tonaco; (2) (9) Tom Alves; (10) Hotéis Kempinski

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MINHA VIAGEM

Claudia Tonaco

Michel Tuma Ness, Michelão, é presidente da Fenactur (Federação Nacional de Turismo), vice-presidente da CNTur (Confederação Nacional do Turismo) e presidente do Clube do Feijão Amigo

A EMOÇÃO DE VISITAR O

Embora filho de libaneses, sou católico, apostólico romano. Tenho uma fé inabalável em Nossa Senhora de Fátima, minha protetora e de minha família. Em 1971, visitei pela primeira vez o Santuário, em Portugal. O acesso era difícil, não existiam as estradas que hoje nos levam facilmente, com rapidez e segurança. Naquela época, tive o privilégio de participar da procissão solene e carregar o andor da santa. Lembro-me muito bem de que, devido à minha altura, o andor ficou inclinado. Jamais me esquecerei desse momento

SANTUÁRIO DE FÁTIMA

Ícones usados na capa e nas legendas desta edição: © The Noun Project

LEGENDA PARA OS ÍCONES UTILIZADOS NESTA EDIÇÃO: AVENTURA FAMÍLIA

COMPRAS GASTRONOMIA

A revista Travel3 é uma publicação mensal sobre turismo e viagens. Av. N. Sra. do Carmo, 1.890, sala 801 - Carmo CEP 30320-000 - Belo Horizonte/MG

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CULTURA LUXO

ENOTURISMO NATUREZA

ESPORTES

PRAIA

EDITORA-CHEFE Claudia Tonaco | tonaco@travel3.com.br ADMINISTRATIVO (31) 8225.6273 | adm@travel3.com.br COMERCIAL (31) 8225.6355 | comercial@travel3.com.br REPRESENTAÇÃO EM SÃO PAULO Antonio Euryco | (11) 97083.1323 aeuryco@travel3.com.br PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Leandro Godinho: criacao@travel3.com.br REVISÃO Oclumência Revisão de Textos: oclumenciarevisoes@gmail.com PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Rona Gráfica e Editora: (31) 3303.9999 DISTRIBUIÇÃO VIP BH Logística & Distribuição: (31) 3422.9004

SPA

EXÓTICO VIDA NOTURNA

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MINHA VIAGEM

tão mágico e emocionante. Depois de visitar todo o Santuário de Fátima, pensei que já conhecia tudo. Ledo engano. De 1971 até hoje, já voltei a Fátima mais de 20 vezes e, a cada visita, além de orar e agradecer por minha família e amigos, descubro lugares novos. Acredito que, como eu, outros devotos de Nossa Senhora não conheçam alguns sítios (assim se diz em Portugal), os quais recomendo visitar. O Recinto de Oração é um deles. O lugar é como uma grande igreja ao ar livre, que acolhe milhões de peregrinos vindos de todas as partes do mundo. Ali está a Cruz Alta, um altar, a Via Sacra e 14 painéis e imagens

de santos da Igreja Católica, assim como o monumento ao Sagrado Coração de Jesus. Na época do Natal, o presépio ali se instala. A Capela das Aparições é o coração do Santuário, onde se venera a imagem da santa no exato local onde ela apareceu e falou aos pastores. A Basílica de Fátima foi construída para receber grande afluência de fiéis que chegavam para visitar a pequena capela. Tem uma torre sineira com 63m de altura e 62 sinos. Em seu interior estão os túmulos dos irmãos Francisco, Jacinta Marto e Irmã Lúcia, os pastores que viram Nossa Senhora. De ambos os lados da basílica foram construídos edifícios para proporcionar conforto aos peregrinos. Chamada de Colunata, a obra é composta por 200 colunas e 14 altares. A Igreja da Santíssima Trindade foi, assim como a basílica, construída para receber um número de peregrinos que, a cada ano, torna-se maior. Popularmente conhecida como Nova Basílica, é a quarta maior igreja católica do mundo e pode acolher 8.633 fiéis, sentados. Neste ano, um motivo especial me levou a Fátima. Fui agradecer por tudo e, principalmente, pedir pelo reestabelecimento de minha esposa Fátima, que também é uma grande devota.  Fotos: Arquivo pessoal

“Reprodução da foto de 1971, quando visitei o Santuário de Fátima pela primeira vez e carreguei o andor”

“Outra reprodução de 1971, quando caminhei ao lado dos fiéis e peregrinos”

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Michel Tuma Ness, em recente solenidade

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ROTEIRO

Caio Pimenta/Divulgação

O Parque do Ibirapuera é um dos cartõespostais de São Paulo

VIAJE PELAS

Claudia Tonaco

25 MELHORES CIDADES DA AMÉRICA DO SUL E 12 estão no Brasil, pertinho de você » Por Antonio Euryco

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Referência maior do continente, o Brasil figura com 12 cidades na relação dos 25 melhores destinos da América do Sul. Na sexta premiação anual do TripAdvisor Travelers’Choice, cerca de 500 destinos, de 40 países, mereceram destaque. São Paulo foi eleita como o melhor destino do Brasil, seguida por Rio de Janeiro (RJ), Gramado (RS), Salvador (BA), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Natal (RN), Trancoso (BA), Jericoacoara (CE), Belo Horizonte (MG) e Búzios (RJ). A lista completa dos 25 destinos sul-americanos é encabeçada por Buenos Aires (Argentina), metrópole descrita como cativante, sedutora e cheia de energia. A

O litoral cinematográfico de Fortaleza

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lista segue com Cuzco (Peru), mostrada como berço da grandiosidade inca e do barroco andino; São Paulo, a maior cidade da América do Sul, com excelente gastronomia e acervo artístico; e ainda Rio de Janeiro, Lima (Peru), Santiago (Chile), Bogotá (Colômbia), Bariloche (Argentina), Quito (Equador), Gramado, Salvador, Cartagena (Colômbia), Florianópolis, Curitiba, Arequipa (Peru), Urubamba (Peru), Fortaleza, Santa Marta (Colômbia), Natal, Trancoso, Jericoacoara, Belo Horizonte, Búzios, Mancora (Peru) e Santa Cruz (Chile). O Travelers’ Choice Destinos toma como base milhões de comentários e opiniões dos usuários do TripAdvisor. As cidades vencedoras são determinadas por meio de um algoritmo que leva em consideração a quantidade e a qualidade das avaliações de hotéis, atrações e restaurantes de um destino, reunidas ao longo de um período de 12 meses.  Claudia Tonaco

Divulgação

O Pelourinho, em Salvador; o Maracanã, um dos ícones da Cidade Maravilhosa; e a famosa Rua Coberta, um dos points turísticos de Gramado

Marcus Lemos

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ROTEIRO

Ana Paula Barreto

Mesquita Azul, em Istambul; abaixo, o colorido feérico de Xangai

OS TOP 25 DESTINOS GLOBAIS Da América do Sul, só Buenos Aires entrou na lista » Por Antonio Euryco

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Claudia Tonaco

Além das 25 cidades mais atraentes para os turistas que visitam a América do Sul, o TripAdvisor publicou uma relação dos 25 destinos globais mais recomendados pelos viajantes. Com um grande salto, Istambul subiu 11 posições e surgiu, este ano, como a cidade mais recomendada. “Entendo que o que atrai as pessoas para Istambul é a maravilhosa combinação de um acervo cultural grandioso com a bela arquitetura e o comércio variado”, declarou Brooke Ferencsik, diretor do TripAdvisor, durante o evento que premiou as cidades destacadas. Roma e Londres, duas capitais europeias, ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugares na lista das Top 25 Globais. Este ano, seis dos 25 principais destinos estão na Ásia, mostrando que os horizontes LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


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ROTEIRO

À direita, Champs-Élysées, em Paris; abaixo, em sentido horário: o topo da Montanha da Mesa, na Cidade do Cabo; Chiang Mai, na Tailândia; Praça Jemaa el-Fna, em Marrakech; músicos dão ritmo às ruas de Praga; momento zen no coração de Bangkok; Catedral do Sangue Derramado, em São Petersburgo; Cidade Proibida, em Pequim; e dia típico do verão londrino, em Leicester

Fotos: Claudia Tonaco

do turismo ocidental continuam se expandindo em direção ao Leste. Ao mesmo tempo, os chineses – os turistas mais cobiçados do mundo – iniciam uma exploração pelo Ocidente e por países vizinhos à China. A única cidade da América do Sul que entrou no ranking foi Buenos Aires. Se você achar que está faltando essa ou aquela cidade, considere a força dos números do maior site de viagens da atualidade, afinal, são 90 acessos por segundo, 60 milhões de usuários cadastrados, 139 mil destinos avaliados e 260 milhões de visitas à página por mês. 

Os 25 destinos globais mais recomendados (publicado pelo site TripAdvisor)

1) ISTAMBUL (TURQUIA) 2) ROMA (ITÁLIA) 3) LONDRES (REINO UNIDO) 4) PEQUIM (CHINA) 5) PRAGA (REPÚBLICA TCHECA) 6) MARRAKESH (MARROCOS) 7) PARIS (FRANÇA) 8) HANÓI (VIETNÃ) 9) SIEM REAP (CAMBOJA) 10) XANGAI (CHINA) 11) BERLIM (ALEMANHA) 12) NOVA YORK (EUA) 13) FLORENÇA (ITÁLIA) 14) BUENOS AIRES (ARGENTINA) 15) BARCELONA (ESPANHA) 16) SÃO PETERSBURGO (RÚSSIA) 17) DUBAI (EMIRADOS ÁRABES UNIDOS) 18) CHICAGO (EUA) 19) CIDADE DO CABO (ÁFRICA DO SUL) 20) BANGKOK (TAILÂNDIA) 21) BUDAPESTE (HUNGRIA) 22) SIDNEY (AUSTRÁLIA) 23) LISBOA (PORTUGAL) 24) CHIANG MAI (TAILÂNDIA) 25) SAN FRANCISCO (EUA)

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TECNOLOGIA

Alberto Antoniazzi via Compfight.com

MICROSOFT CRIA VERSÃO DO OFFICE PARA iPAD » Por Marcelo Pessoa*

* Engenheiro, pós-graduado em E-business pela FGV, é diretorexecutivo do Grupo ITE, diretor administrativo da ITE Internet e Tecnologia. Foi sócio-fundador da Horizontes BBS e Horizontes Internet e diretor da PSINet Inc. em Minas Gerais e no Distrito Federal. É usuário intensivo e dependente de novas tecnologias e novidades eletrônicas. E-mail: marcelo@grupoite.com.br.

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Para aqueles usuários Apple que não gostam ou não conseguem usar outra suíte de aplicativos para texto, planilhas eletrônicas e apresentações que não seja a Office, da Microsoft, a boa notícia é que ela já pode ser encontrada na loja de aplicativos da Apple. Confesso que não me faz falta. Gosto do iWorks (Pages, Numbers e Keynote) da empresa de Steve Jobs. Incomoda-me, entretanto, a incompatibilidade de algumas funções do Excell as quais não funcionam bem no Numbers. Contudo, para o dia a dia, o iWorks é perfeito, tanto no Macbook quanto no iPad – e até no iPhone. Porém, não resisti à curiosidade de instalar o novo Office no meu iPad e, para falar a verdade, fiquei encantando. Com ele, você pode ver e apresentar documentos criados no PC, por exemplo, e acessar documentos armazenados no OneDrive, no OneDrive for Business e no SharePoint. A Microsoft criou uma interface muito agradável e

de fácil leitura e manuseio na tela touch do iPad. Ele roda em iPads com o iOS 7.0 ou superior e é mais ou menos gratuito, pois a Microsoft não cobra nada pelos aplicativos e para visualizar os mesmos no iPad, mas, para editar um documento existente ou criar um novo, o usuário obrigatoriamente deve ter uma assinatura do Office365, que custa hoje R$210 por ano. Essa assinatura ainda dá o direito de instalar o Office em mais cinco PCs ou Macs ou ainda em cinco tablets. De acordo com Michael Atalla, diretor de produto para o Office, a versão para iPad foi projetada especialmente para o device. O resultado ficou muito bacana e bem intuitivo. No entanto, ainda assim, não vejo porque pagar R$210 por ano no Office, se posso pagar R$60 no iWork – uma só vez, diga-se de passagem – e ter uma excelente suíte de aplicativos toda desenvolvida para o iPad. Continuo achando que a Apple está ganhando esse jogo, mas vale conferir.  LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


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VIAJANDO DIREITO

Twiga Swala via Compfight.com

RESTRIÇÃO DO ESPAÇO AÉREO E DIREITO DOS PASSAGEIROS DURANTE A COPA DO MUNDO » Por Luciana Atheniense*

* Advogada. Sócia do escritório Atheniense Veloso Advogados Associados e autora dos livros A responsabilidade jurídica das agências de viagem e Viajando direito. Também é coordenadora do site www.viajandodireito.com.br. E-mail: luciana@atheniense.com.br

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Estamos na contagem regressiva para a Copa do Mundo e, a cada momento, deparamos com novas exigências impostas pela Fifa, com intuito de preservar a segurança dos torcedores. Fomos informados sobre o fechamento do espaço aéreo das 12 cidades-sede durante as 64 partidas que serão disputadas entre os dias 11 de junho e 13 de julho. No período dos jogos, o espaço aéreo próximo aos estádios será submetido a restrições de voo. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), haverá suspensão de pousos 1 hora antes dos jogos e até 4 horas após o início dos jogos nos aeroportos da Pampulha (MG), Curitiba, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Santos Dummont (RJ), Recife e Salvador. Já os aeroportos de Guarulhos (SP), Congonhas (SP), Brasília, Galeão (RJ), Confins (MG), Campinas e Porto Alegre não serão afetados pelas medidas impostas pela Fifa.

Torna-se imprescindível que os passageiros saibam, de fato, quais as consequências que essas restrições podem causar a seus direitos de consumidores dos serviços aéreos. Caso já tenha adquirido passagens para os voos afetados, as empresas aéreas contratadas deverão entrar em contato com o passageiro, para informá-lo sobre a alteração de horário e sua possível reacomodação. Esse procedimento deverá ocorrer sem custos adicionais ou para o ressarcimento integral dos valores pagos, em caso de desistência da viagem. Essas informações devem ser fornecidas de forma prévia ao consumidor, para que se evite eventuais surpresas. Infelizmente, já se tornou corriqueiro o passageiro deparar com alterações nos voos somente no momento em que já se encontra no aeroporto com intuito de realizar o embarque e não foi, sequer, cientificado da alteração por parte da empresa contratada. A própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) salienta que, caso o passageiro se sinta prejudicado ou tenha seus direitos desrespeitados, este deve procurar a empresa aérea e, se o problema não for resolvido, poderá encaminhar a demanda à Anac, aos órgãos de defesa do consumidor e ao poder Judiciário.  LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

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CAPA

Impossível é registrar toda a dimensão do Grand Canyon

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Gary Blakeley/Shutterstock

FAÇA O SEU ROAD MOVIE NO

ARIZONA » Por Claudia Tonaco – Texto e fotos

Imagine-se em um deserto,

não daqueles de areias infinitas, oceano de dunas gigantescas, mas um que é uma obra cheia de criatividade. A natureza deu a essa paisagem formações variadas, rochas descomunais e enormes cactos espinhentos. Coloriu o cenário com tons de azul e dourado; tingiu a terra de ocres, amarelos e vermelhos intensos; pontilhou o céu com brilhantes no lugar de estrelas e fez da lua uma entidade. Esse deserto se chama Arizona.

EDIÇÃO Nº 14 · JANEIRO 2014

Um amigo viajante costuma brincar dizendo que Arizona significa “árida zona”, porém um nome assim, tão seco, deixaria de fora as colossais torres e mesas de pedra, a vegetação viçosa, o urbanismo de última geração das metrópoles e outras atrações espetaculares. Definir o Arizona em uma palavra é fácil: alugue um carro, coloque uma trilha “pé na estrada” para tocar e siga pelas highways, as quais, muitas delas, você se lembrará de ter visto em superproduções hollywoodianas. Ao fim, concluirá que monumental é a palavra.

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CAPA

Phoenix e Scottsdale, a chegada

Voo de balão expande os horizontes do turista sobre a Grande Phoenix, que inclui os municípios de Mesa, Scottsdale, Glendale, Chandler, Peoria, entre outros; à direita, centro antigo de Scottsdale é encantador e seduz os visitantes

A cidade de Phoenix, que nasceu no meio do deserto de Sonora, tem jardins maravilhosos, um urbanismo moderno, restaurantes premiados, mais de 500 hotéis, 40 resorts, 62 mil acomodações, 200 campos de golfe e muita história para contar. A capital é portão de entrada para quem quer visitar o Arizona, e o turismo é essencial para essa cidade de 4,3 milhões de habitantes. O brasileiro que aterrissar aqui pela primeira vez se surpreenderá com a quantidade de atrações e atividades. Um passeio de balão é uma maneira inesquecível de conhecer a Grande Phoenix, da qual faz parte a cidade de Scottsdale, talvez a mais procurada pelo turista na hora de se hospedar. A prática do balonismo tem tudo a ver com a região, que tem dias ensolarados na maior parte do ano e geografia plana, fazendo com que, do alto, os horizontes se expandam ainda mais. Lá em cima, você poderá ouvir, do guia e piloto do balão, um pouco mais da história de Phoenix – um dos pioneiros, ao observar antigas ruínas indígenas ali localizadas e projetar o nascimento de uma nova civilização, imediatamente se lembrou da lenda da Fénix, ave que renascia das cinzas, e com esse nome batizou a cidade ainda por vir. O voo tem 2 horas e 30 minutos de duração e custa US$200. Ao pousar, outra surpresa o aguarda: uma mesa posta no meio do deserto, com um saboroso café da manhã preparado num dos melhores restaurantes locais.

Hospedagem em Phoenix

THE CANYON SUITES AT THE PHOENICIAN

O único resort categoria cinco estrelas e cinco diamantes do Arizona

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HILTON SQUAW PEAK RESORT Resort categoria quatro estrelas

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Literalmente, um Vale Monumental

No Arizona, você percorre rodovias com infraestrutura de primeiríssimo mundo e segue apreciando cenários que vão dos espetaculares aos emocionantes, até chegar ao seu destino final. São 7 horas de viagem que separam Phoenix de Monument Valley, um dos ícones turísticos não dos Estados Unidos, mas do planeta Terra. A maior parte do percurso é feita pela rodovia interestadual 17, muito bem-sinalizada, segura e com ótimas opções para o motorista parar e descansar pelo caminho. Geograficamente, ganha-se altitude, o que dá um colorido especial ao caminho. Devido à mudança de clima, a paisagem desértica – composta de montanhas de pedra vermelha, pontilhadas por enormes cactos, os famosos saguaros, que só nascem nesta região – dá lugar a uma vegetação mais verdejante, até que surgem as densas florestas de pinheiro, justamente quando se chega em Flagstaff. Depois, surgem as longas retas, montanhas ainda mais imponentes de topo achatado, que aqui ganham o nome de “mesas”. Finalmente, as torres colossais de pedra, moldadas pela água e pelo

vento, mostram que chegamos a Monument Valley, um lugar que você precisa conhecer. Quando você for ao Arizona, repare nas placas dos veículos. Um desenho do Grand Canyon emoldura os números da placa e uma frase registra: “O Arizona é o estado do Grand Canyon”. Para muitos visitantes (entre os quais me incluo), entretanto, o Arizona é o estado do Monument Valley. Contudo, essa maravilha natural não pertence unicamente ao Arizona, ficando na divisa deste estado com outro, Utah, dentro da reserva indígena que pertence aos índios navajos – ou “navarrôs”, como dizem os norte-americanos. Esse é um solo sagrado para os navajos. Como o seu próprio nome diz, o vale é monumental. Se você gosta dos filmes de Velho Oeste, principalmente os clássicos do diretor John Ford e do ator John Wayne, certamente se lembrará do cenário que só passou a ser conhecido mesmo por meio de Hollywood. Por falar em John Ford, o tour guiado, sempre conduzido por um navajo, mostrará a você o lugar onde o diretor costumava sentar e meditar sobre as cenas que criava, enquanto procurava a locação ideal para produzi-las.

Hospedagem em Monument Valley

Acima, Monument Valley é, ao mesmo tempo, território norte-americano e navajo; abaixo, turistas invadem as terras do Oeste bravio; à direita, os famosos saguaros, cactos gigantescos que pontilham as montanhas locais

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THE VIEW

Se hospedar no The View é acordar com a visão de Monument Valley em sua janela

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CAPA

Cores e texturas em Antelope Canyon

Despeça-se de Monument Valley e siga em direção a Page, pequenina cidade, a cerca de 3 horas, de carro. Escondido entre as montanhas está o Antelope Canyon, ainda em território dos índios navajos. Estes, em seu idioma, deram o nome a essa formação natural de: “lugar onde a água corre através das pedras”. É justamente isso que ocorre durante a época das chuvas, e por isso o Antelope adquiriu o formato que, hoje, atrai milhares de turistas. As visitas são guiadas pelos navajos. Você caminha entre dois imensos paredões de pedra com tons que vão do laranja ao ocre e do vermelho ao cor de areia. Como esses paredões são esculpidos pela água que, na época das chuvas, corre entre eles, o resultado é de uma plasticidade impressionante. As rochas ganham desenhos, texturas e volumes diversos, e parecem espirais contorcidas que saem da terra e ganham os céus. Às vezes, a impressão é de que você está dentro de uma catedral exótica. Em outras, num labirinto mágico. A visita é imperdível e, se você gosta de fotografia, deve levar sua melhor câmera, pois poderá fazer imagens dignas de serem colocadas numa moldura de parede.

Caminhar pelo “lugar onde a água corre através das pedras” é experiência inesquecível; e transportes especiais levam os visitantes até a entrada do Antelope Canyon

Hospedagem em Page HOLIDAY INN EXPRESS PAGE-LAKE POWELL

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Grand Canyon, o grand finalle

Seis horas de viagem separam Page de Grand Canyon Village, onde estão os hotéis, restaurantes e serviços para o turista que não se hospedará dentro do parque nacional. Mais do que o símbolo do estado do Arizona, o Grand Canyon é uma dessas maravilhas que poderiam muito bem representar o planeta Terra, caso tivéssemos de fazer um cartão-postal intergaláctico. Já deu para perceber que essa atração natural é tão magnífica e grandiosa que eu até já comecei a viajar. Então, permitam-me aterrissar para falar com vocês um pouco mais sobre o Grand Canyon. Cheguei no começo da tarde e escolhi uma das mesas de piquenique para almoçar, observando a paisagem e o entra e sai dos turistas, sempre boquiabertos. O tempo estava perfeito, muito sol e temperatura baixa na medida certa, para não deixar ninguém que não gosta de frio desconfortável. Deu para sentir na hora que estava entrando na meca do ecoturismo, do turismo esportivo e de aventura. O Grand Canyon virou um parque nacional norte-americano no começo do século 20. Naquela época, ele recebia menos do que 50 mil visitantes por ano.

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CAPA

Parque tem infraestrutura impressionante, com lojas, restaurantes, áreas de piquenique e centro de informação para receber o mundo inteiro: mais abaixo, estradas são cinematográficas e tão sensacionais quanto as outras atrações do Arizona

Hospedagem em Grand Canyon Village CANYON PLAZA RESORT GRAND CANYON

Hoje, a média de visitantes é de 5 milhões de pessoas, de todos os lugares do mundo. Para o turista brasileiro, o Grand Canyon é quase um sinônimo de Las Vegas. Quem vai à cidade do jogo costuma reservar um tempinho para fazer um passeio de helicóptero e sobrevoar essa maravilha natural do planeta. Nada contra o passeio, que é apenas um aperitivo se comparado a uma visita in loco – esta, sim, é imperdível! O Grand Canyon está localizado no Norte do estado do Arizona, e você pode escolher um entre os três portões de entrada do parque. Cada uma das entradas se chama Rim e são diferenciadas pela posição geográfica em que se encontram. A South Rim, entrada sul, é considerada a principal, para os que chegam com crianças, em grupos de amigos ou famílias. Ela fica a apenas 1 hora e 30 minutos de Flagstaff e a 4, de Phoenix. A entrada norte, ou North Rim, está a cerca de 30km de distância da entrada sul e fica aberta apenas entre maio e outubro. Durante o inverno, a neve impede o acesso dos turistas. Essa é a parte mais selvagem do parque, perfeita para quem quer uma experiência de contato 100% com a natureza. Já a West Rim, a oeste, fica fora do local e mais próxima de Las Vegas. Ali, a atração é a Skywalk, uma passarela com fundo de vidro, em formato de ferradura, que se projeta nas alturas e permite que o visitante experimente caminhar sobre o colossal abismo. O tempo ideal de permanência no Grand Canyon, isso para quem quiser ver o mínimo, é de três dias. O ingresso para entrar custa US$25 e é válido por uma semana. Há uma série de atividades disponíveis, que vão desde um hiking, com duração de um dia, até trekkings que podem variar de três a 21 dias – e ainda tour de helicópteros, tour guiado de carro ou mulas, cavalgadas, escaladas e raftings com uma, duas ou mais semanas de duração. Na hora de se hospedar, você pode escolher ficar nos hotéis dentro do parque ou nos arredores. Fiquei hospedada em Grand Canyon Village, que fica a poucos minutos do parque, no Canyon Plaza Resort, confortável, próximo de lojas de souvenir, restaurantes e de um cinema i-Max, no qual você pode assistir a um sensacional documentário sobre a história do Grand Canyon. 

Roteiros para o Arizona – onde encontrar: ABREU OPERADORA: www.abreutur.com.br ADVTOUR: www.advtour.com.br DESIGNER TOURS: www.designertours.com.br

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AÉREAS

Fotos: GRUAirport/Divulgação

Perspectivas do projeto arquitetônico do Terminal 3 de Guarulhos

GUARULHOS ABRE TERMINAL 3 » Por Antonio Euryco

Já entrou em operação o Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo,

o maior do Brasil, exclusivo para voos internacionais. Inicialmente, três companhias passam a operar no novo espaço – Lufthansa, Swiss e TAP – e outras cinco se transferirão antes do início da Copa do Mundo da Fifa – United Airlines, Air China, South African Airways, Singapore e Turkish Airlines. As oito são integrantes da Star Alliance e correspondem a 25% dos voos internacionais. Tam e American Airlines, as duas empresas com maior número de voos partindo de Guarulhos, mudarão para o T3 somente em setembro. No total, serão 25 aéreas ali operando, em 34 posições para aeronaves, 20 destas já com as respectivas pontes de embarque. Os passageiros já desfrutam de alguns serviços, não todos. Aos poucos, modernas tecnologias agilizarão o fluxo, mas não de imediato. Até o fim do ano, estão prometidos o despacho automático de bagagens e os portões eletrônicos de controle de passaporte brasileiro (e-gates). O T3 é a primeira grande obra de transformação do GRUAirport, que hoje é gerido por iniciativa privada. O grupo concessionário tem

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investimentos de R$2,8 bilhões no conjunto da obra. Entre os serviços, o aeroporto terá dois hotéis: um interno, que será o primeiro a abrir, no início do próximo ano; e um externo, previsto para 2016. Pé direito alto, envidraçado e com lojas comerciais após o embarque traduz o primeiro avanço dos aeroportos brasileiros. Os antigos terminais, 1 e 2, entrarão em ampla reforma a partir de outubro, com previsão de um ano e meio para as obras.

A Copa Airlines começou a operar no Distrito Federal em 2011, e seu voo diário

ligando Brasília à Cidade do Panamá entrou na relação dos grandes sucessos de ocupação e preferência por parte dos viajantes do rico Centro-Oeste brasileiro. O sucesso foi tão grande que, a partir de 9 de junho, está confirmada uma nova frequência diária, abrindo mais um capítulo do processo de expansão da empresa no mercado brasileiro. O voo CM298 partirá do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em Brasília, às 6h40, e aterrissará no Aeroporto Internacional de Tocumen (Panamá) às 10h46 (horários locais). O regresso será pelo voo CM297, que decola do Panamá às 21h26, LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


com desembarque na capital federal às 5h30. As rotas serão operadas com aeronaves Boeing 737700 configuradas para 124 passageiros, nas quais 12 assentos estão na classe executiva e 112, na econômica. “Num mercado carente de voos internacionais diretos e regulares como era o de Brasília – apesar de ser uma capital federal –, nossa chegada em 2011 foi muito produtiva. Em poucos meses, os quatro voos semanais tiveram que ser diários. Desobrigamos os passageiros brasilienses do deslocamento até São Paulo, beneficiando tanto os clientes corporativos quanto os de lazer”, comentou Emerson Sanglard, gerente regional de marketing da companhia.

O gargalo dos aeroportos brasileiros para a Copa é um dos aspectos mais contraditórios

na preparação do país para o evento do ano. Viracopos e Brasília, Galeão, Confins e os demais ainda na demorada complexidade das reformas formam uma linha de tempo que o Qatar não quer repetir. O país dos Emirados – que diminuiu o número de estádios de 12 para 8 – já conta com um novo aeroporto na condição de hub internacional, visando 2022, quando será sede da Copa do Mundo de Futebol. No dia 1o de maio, o Aeroporto Internacional Hamad, em Doha, iniciou suas operações com a mudança inicial de 10 empresas aéreas e capacidade de 30 milhões de passageiros por ano. O terminal principal tem área interna de 600 mil metros quadrados, três saguões e 33 portões, que serão aumentados em seu projeto final para: cinco saguões e 65 portões, incluindo oito para o A380. Quando completamente pronto, contará com 16 lounges, 26 instalações artísticas, mais de 100 lanchonetes e lojas de varejo, um hotel de trânsito, uma piscina, um spa de luxo, quadras de squash e um restaurante de quatro andares. A mesquita pública do local pode acomodar 500 fiéis na hora da oração.

O aeroporto Jorge Chaves, em Lima,

continua sendo o melhor da América do Sul. Pela sexta vez consecutiva, figura no topo do ranking da Skytrax Research, consultoria especialista em aconselhamento de transporte aéreo. Limpeza, organização e oferta de voos comerciais foram itens fundamentais para a colocação, bem como a equipe de trabalho, que recebeu, pelo quarto ano consecutivo, a qualificação de Melhor equipe de aeroportos na América do Sul.

A Azul Linhas Aéreas terá voos internacionais a partir do primeiro trimestre de 2015. As

primeiras operações serão para os Estados Unidos. O plano de expansão da companhia inclui a aquisição de 11 aviões da Airbus – cinco A350-900, que deverão ser entregues no início de 2017; e seis A330-200, que devem começar a chegar neste ano. David Neeleman, criador da empresa, confirmou investimentos de quase US$8 milhões para o projeto que terá rotas entre o Aeroporto Internacional de Viracopos e os EUA, começando pela Flórida, faltando definir entre Miami, Fort Lauderdale ou Orlando. Nova York também consta nos projetos futuros.

O mercado aéreo brasileiro de embarques e desembarques aumentou em quase

10% nos três primeiros meses do ano, com 20 milhões de passageiros a mais. Novos voos foram anunciados na sequência. O aeroporto Pinto Martins, de Fortaleza, terá ligação com Bogotá a partir do início de agosto. O Ceará será o primeiro a ter uma operação internacional da Avianca Brasil. Neste mês, começam mais operações no Pinto Martins para Frankfurt (Condor), Miami (Tam), Buenos Aires (Gol) e Paris, via Caiena (Air France). A partir de 27 de outubro, a Swiss amplia sua oferta entre Brasil e Europa com 10 frequências semanais entre São Paulo e Zurique.  Divulgação

O Aeroporto Internacional de Hamad saúda seus primeiros passageiros EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

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NACIONAL

ESQUEÇA-SE DO TEMPO EM

BOIPEBA Uma ilha cercada por mar e rios. Sal misturando-se à água doce, numa terra onde o quente tempero se entrelaça à tenra sensação de viver dias de puro encantamento.

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Vista da Ilha de Tinharé (ao fundo), ilha vizinha de Boipeba

» Por Tom Alves – Texto e fotos

Caminhando pela ilha, seja nas praias, rios ou no povoado, diversas vezes um livro recentemente lido me vinha à mente: Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra, do escritor moçambicano Mia Couto. Entre os diversos aspectos em comum, a história também se passa numa pequena, porém exuberante ilha, de povo simples, separada do continente por um rio. As quase imóveis águas do Rio do Inferno, antagonicamente ao nome, inspiram em Boipeba muita paz. E ele bem poderia se chamar Tempo, pois um período vivendo aqui nos dá a sensação de estarmos à margem

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de um tempo que parece andar em câmera lenta. E foi assim, remetendo-me à África do contemporâneo Mia (também a mesma das origens baianas), além da companhia dos Tropicalistas me cantando aos fones de ouvido do som MP3, que desembarquei nesta ilha, após aprazíveis horas viajando desde Salvador. Ao fim da reportagem, falarei com detalhes sobre as tantas formas de se chegar em Boipeba, incluindo tempos de viagem e trajetos. Agora, falar sobre tempo ou logística não faz o menor sentido. É hora de “deslugarejar” e perder a total noção do relógio.

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NACIONAL

Por que Boipeba?

Abaixo, a calmaria da Oraia de Moreré; à direta, momentos antes de desembarcar da vila de Velha Boipeba

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Digamos que você está prestes a decidir seu próximo destino de férias no Brasil e deseja um local calmo (afinal, decidiu viajar fora de temporada), onde não há carros e as pessoas se locomovem caminhando por trilhas ou ruas de areia. Turistas são minoria frente à pacata população nativa. Você procura por uma região litorânea, ensolarada, de águas mornas, repleta de praias paradisíacas, quase desertas, distantes das badalações noturnas. Isso tudo com uma infraestrutura rústica, porém aconchegante para o turismo. A resposta para suas procuras chama-se Ilha de Boipeba, na Bahia. Talvez você nunca tenha ouvido falar nesse nome, mas provavelmente já lhe disseram sobre uma ilha vizinha, que atrai uma infinidade de turistas por conta de um lugarejo chamado Morro de São Paulo. Pois bem, digamos que Boipeba seja o Morro de 20 anos atrás – ou seja, sem o turismo em massa ou grandes e luxuosos hotéis e aquela longa passarela de pedestres, restaurantes, bares e lojas de souvenir. Em contrapartida, pequenas e confortáveis pousadas, comida caseira, melhores preços, contato mais próximo com o povo local e muito, muito sossego esperam você chegar.

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Na Ilha

Destino aprovado? Então, faça as malas e vamos lá. Chegando, escolha uma pousada dentre as dezenas existentes e providencie o excelente mapa da ilha, facilmente encontrado em diversos pontos comerciais. Ele lhe tornará apto a rodar por todo canto sem dificuldades. Além da vila de Velha Boipeba, maior e destino usual dos barcos que vêm do continente ou de Morro de São Paulo, existem outras duas: Moreré e Cova da Onça. Ambas são pequeninas aldeias de pescadores. Há campings e algumas poucas pousadas em Moreré. Destaque para a homônima praia e suas piscinas naturais, perfeitas para mergulho e observação da rica vida marinha. Moreré pode ser acessada a partir da vila de Boipeba, por meio de uma caminhada de aproximadamente 1 hora, por trator ou via barco (30 minutos). Já para a Cova da Onça, o melhor é ir de barco, a menos que se tenha bastante disposição para uma caminhada de 6 a 7 horas, ida e volta. Destacam-se na vila a igreja de São Sebastião, construída no século 17, e a arquitetura colorida do casario. Existem apenas uma pousada e um restaurante na vila. Por se localizar perto da foz de alguns rios, suas praias recebem muita lama dos manguezais, não sendo as mais indicadas para banho. Um passeio muito interessante bem próximo é a Ponta dos Castelhanos, uma praia deserta e sem estrutura, que no fundo de suas límpidas águas ainda guarda o naufrágio do navio espanhol Madre de Diós, em 1535.

Acima, praça central da vila de Velha Boipeba; abaixo, piscinas naturais em Moreré são perfeitas para mergulho com snorkel; e o belo pôr do sol na Boca da Barra

Hora de explorar o território

Saindo da vila de Boipeba em sentido à praia, rapidamente alcançamos a Boca da Barra, confluência entre os rios Grande e do Inferno, com o mar aberto. Há quiosques com boa estrutura e oferta de passeios de barco por toda a região. O local é muito bonito, com vista para a ilha de Tinharé e seus incontáveis coqueiros, sobretudo ao fim das tardes, onde o pôr do sol cria um espetáculo multicor. Minha sugestão é seguir em frente, pois os encantos estão apenas começando. A Praia Boca da Barra é bem extensa e de um mar infinitamente azul. Alguns minutos caminhando sob exuberante mata e se alcança a Praia de Tassimirim. Já fica difícil dizer o que é mais bonito. Na sequência, encontra-se a Praia da Cueira, com seu inconfundível alinhamento de coqueiros em quase 2km. A única barraca pertence ao carismático Guido, figura de fama internacional por sua magnífica lagosta preparada à lenha, bem diante dos clientes. Aqui é parada obrigatória. Enquanto você relaxa aguardando pelo almoço, o anfitrião não perde a chance de contar causos variados, principalmente de suas peripécias e aventuras em tempos de mocidade. A Praia da Cueira também dá acesso a Moreré, onde é possível atravessar o Rio Oritibe, com água abaixo da cintura na maré baixa, ou pode-se retornar por um caminho mais curto à Velha Boipeba, pelo interior da

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NACIONAL

Praia da Cueira com seus quase 2km de coqueiros acompanhando a orla; abaixo, Museu do Osso do simpático Mr. Cabeludo; e pescadores retornando à ilha

Pacotes e roteiros para Boipeba SOB CONSULTA NA NASCIMENTO TURISMO:

www.nascimentoturismo. com.br

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ilha. Outra surpresa te aguarda no trajeto. Lembram-se do Guido da lagosta? Pois ele tem um irmão ainda mais artista: Mr. Cabeludo, personagem dotado de simpatia e alegria de fazer brilhar os olhos. Ele é o idealizador do Museu do Osso de Boipeba, no qual garante ter ossos de baleia e de todo o tipo de peixe, até mesmo dos répteis gigantes extintos de nosso planeta. É garantia de diversão e boas prosas. Para os amantes do mergulho, existem diversos pontos na região de altíssima qualidade para o esporte, incluindo naufrágios e barreiras de corais. Também passeios de caiaque pela riqueza dos manguezais que circundam a ilha são fortemente recomendados.

Vá para Boipeba!

Agora sim, saiba como desembarcar neste paraíso. Você pode chegar a Boipeba por várias maneiras. A mais rápida é o voo de 25 minutos que liga o aeroporto de Salvador até a pista de pouso de Tinharé. Depois, basta atravessar o rio em um par de minutos, e pronto. Opções mais econômicas são usuais, como ferry boat (50 minutos) até Bom Despacho, na ilha de Itaparica, depois ônibus (2 horas) até Valença e lancha rápida (1 hora) ou barco + ônibus (3 horas). A última opção, apesar de mais demorada, recomendo para aqueles que dispõem de mais tempo, pois os locais percorridos são incríveis, com estradas de terra, rios, manguezais e povoados ribeirinhos. 

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ESPECIAL WTM

Francieli Spadari

Todos unidos pelo turismo, na abertura da WTMLA 2014

Francieli Spadari

NEGÓCIOS + NETWORKING + TECNOLOGIA =

WTM LA 2014 Tudo o que se podia esperar da segunda edição da World Travel Market Latin America foi alcançado » Por Francieli Spadari

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O evento chamou a atenção pela organização e profissionalismo de seus idealizadores. Realizada no Transamerica Expo Center, em São Paulo, de 23 a 25 de abril, a feira cresceu 20% em área em relação ao ano anterior e atraiu 16 mil profissionais do trade. “Foi muito bom! Em primeiro lugar, tivemos o crescimento real, em área da feira; o interesse dos expositores internacionais e o aumento do número de visitantes, entre eles os compradores corporate dos produtos e serviços turísticos do Brasil, da América Latina e do mundo”, disse Lawrence Reinisch, diretor da WTM LA. A delegação europeia – que contou com a Grécia, país patrono desta edição; e a European Travel Comission (ETC), entidade formada por 33 organizações nacionais de turismo – mereceu destaque, mas o que chamou mesmo a atenção foi o espaço TravelTech. Com o foco nas novas tecnologias, especialmente as voltadas para o turismo, a WTM LA replicou parte

Adriano Gomes, Valter Patriani e Guilherme Paulus, da CVC Francieli Spadari

Aroldo Schultz (centro) e o time da operadora LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


do conteúdo exposto na WTM London. Filas se formavam para palestras de empresas como Google, Facebook e Trip Advisor, que contam com plataformas dedicadas ao mercado de viagens. Nos negócios, o primeiro dia foi marcado por reuniões pré-agendadas entre os compradores e empresas expositoras. No segundo dia ocorreu o Speed Networking, entre empresas interessadas em contatar potenciais fornecedores em reuniões de 5 minutos. No terceiro e último dia, a Embratur promoveu o programa Hosted Buyers, rodada de negócios entre compradores estrangeiros convidados e operadores brasileiros de turismo receptivo, associados à Braztoa. Para 2015, a ida do evento para o Expo Center Norte facilitará o acesso tanto dos agentes de viagens quanto dos compradores. O ganho de espaço é o principal motivo da mudança e beneficiará também a Braztoa, parceira, que realiza seu tradicional Encontro Comercial junto ao evento, desde a primeira edição da feira internacional. Claudia Tonaco

O trabalho incansável dos profissionais da MMTGapnet é literalmente retratado na foto

Renata Righi e Luigi Rotunno, do La Torre Resort All Inclusive

Claudia Tonaco

Os diretores, Cleiton Feijó, Eduardo Nascimento e Oswaldo Freitas (ao fundo) com a grande equipe da Nascimento Turismo EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

Claudia Tonaco

Claudia Tonaco

Roberto Del Rio Ayala, Jacqueline Ledo e Gustavo Esusy, da Copa Airlines, com Douglas Sawaki, do destino Bahamas 37


ESPECIAL WTM

Fotos: Claudia Tonaco

Marina Zamboni, diretora, Juan Carlos Seminario, vice presidente, e Cristina Manfrino, diretora, levam a rede Palace à WTMLA

Petr Lutter, diretor para a América Latina da CzechTourism, e Luiz Fernando Destro, diretor da Athos Comunicação

Vanessa Vilela, é claro, junto com a equipe da Tourlines, não poderia faltar à WTMLA/ Encontro Braztoa

Sobre a WTM LA 2014 “Estou convencido de que a WTM Latin America é agora uma feira essencial para o trade de nossa região e um parceiro forte para os próximos anos.”

Emanuel Baudart, vice-presidente sênior de vendas, marketing e distribuição da Accor.

“A WTM foi um sucesso (...)! As mudanças feitas, como a exposição de nossos associados, que ficou mais ampla e aberta, (...) trouxeram muito mais movimento e integração aos associados Braztoa, que agora comemoram os frutos do evento.”

Paulo Medina, da Snow Operadora

Marco Ferraz, presidente da Braztoa.

“Tive um feedback bastante positivo dos participantes. Todos ficaram extremamente satisfeitos com os números e a qualidade dos compradores, visitantes e tomadores de decisão, além do aumento do número de negociações comerciais.”

Lawrence Reinisch, diretor da WTM Latin America.

Karoline Lima, Roberto Sanovicz, Maíra Belluzzo e Tatiana Milat, da ADVTour, no Encontro Comercial Braztoa

Prepare-se para a WTM LA 2015 PERÍODO: de 22 a 24 de abril. LOCAL: Expo Center Norte.

Marcos Bizzotto, gerente de produto nacional, da Abreutur, com Karoline Garrett, gerente de contratos da Abreu OnLine 38

Any Brocker, diretora da Brocker Turismo, e Afonso Louro, diretor-presidente da Visual Turismo

EXPOSITORES: 25% da área já está reservada para destinos como México, Chile, Peru, Bahamas, Estados Unidos, Israel, Suíça, Marrocos, Dubai e Abu Dhabi, além de hotéis e companhias aéreas.

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NEGÓCIOS

Anton Balazh/Shutterstock

OS BONS NÚMEROS DO

TURISMO MUNDIAL O secretário-executivo da Organização Mundial do Turismo, o brasileiro Márcio Favilla, considera que a atividade segue em alta em todo o planeta, com números acima das estimativas. A expectativa é de que, em 2020, cheguemos a um 1,4 bilhão de viajantes. “Tivemos 1,087 bilhão de pessoas viajando pelo planeta no ano que passou, com 52 milhões de novas chegadas. As tendências do mercado levam a projeções realmente positivas”, declarou. 40

A população mundial tem hoje 7 bilhões de pessoas, o que indica que, no mundo das viagens, ainda há muito para crescer. No caso dos países emergentes, há situações como a do Brasil, que em quatro anos passou a ser o 10o país cujos viajantes mais gastam no exterior. Na ordem mundial do turismo, com as viagens de lazer e negócios, o gasto médio por deslocamento individual é US$1.060 (sendo que os brasileiros deixam US$4 mil no exterior). A soma desses números alcançou US$1,180 trilhão, em 2013. A OMT considera que a América do Sul não teve um bom desempenho, com elevação de 2%, enquanto as viagens na América do Norte cresceram 3,4%. O continente asiático alcançou fantásticos 6,2% de crescimento e houve uma parcial recuperação na Europa, enquanto a África vem crescendo signifiLAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


cativamente em torno de 5%. No Oriente Médio, é a instabilidade de países com diferenças políticas que prejudica, enquanto os Emirados mostram uma evolução contínua. Os países que mais recebem turistas deverão aumentar seus números neste ano, mantendo-se a estimativa média de 3,8% de crescimento. A Itália, atualmente em quinto lugar na classificação mundial, com 47 milhões de visitantes, deverá ultrapassar a casa dos 50 milhões. A Espanha já deu um salto incrível de recuperação, a China caminha a passos de gigante e os EUA voltaram a circular muito mais. Segundo a Braztoa (Associação das Operadoras de Turismo), o faturamento de suas associadas no ano que passou seguiu essa escala ascendente, observando-se um crescimento médio de 4%, o que significou 200 mil novos passageiros. Dessas viagens, 68% foram feitas dentro do Brasil (domésticas) e 32%, internacionais. É o que mostrou o anuário da associação, responsável por 90% dos pacotes turísticos comercializados no Brasil e 5,9 milhões de passageiros transportados. 

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Ditty About Summer/Shutterstock

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BASTIDORES

Inauguração da Casa da Argentina

Um centro permanente de promoção do produto Argentina, além de um espaço enogastronômico, local de exposições, apresentações artísticas, culturais, tendo sempre como foco o turismo. Com esse objetivo, foi inaugurada, em São Paulo, a Casa Argentina, numa mansão restaurada e ampliada, no elegante bairro Jardim Paulistano, a uma quadra da Faria Lima. Fotos: Antonio Euryco

Alemanha lança oito rotas com Patrimônios da Humanidade

O DZT, centro de turismo alemão no Brasil, apresentou oito rotas cênicas que têm um sabor de história, riqueza de experiências e conjugam aspectos da antiguidade com a modernidade tecnológica dos tempos atuais. "É uma extensa gama de atrativos para se percorrer a Alemanha em todas as direções", anunciou Margaret Grantham, responsável pelo DZT Brasil. "O ano do turismo alemão, em 2013, foi excelente. Em 2014, já temos os primeiros sinais do crescimento dos turistas brasileiros que visitam o país e, com essas novas rotas, temos certeza de que os números serão ainda mais positivos", frisou. O Brasil está entre os 10 principais emissores de turistas para a Alemanha, com China e Rússia na liderança. Quem pensa em visitar a Alemanha e quiser planejar um roteiro pelas oito rotas pode consultar a página www.germany. travel/unesco. Entre os objetivos da campanha agora iniciada, as previsões são para 80 milhões de pernoites até o ano 2020, com 850 mil turistas brasileiros. Fotos: Antonio Euryco

O ministro do Turismo da Argentina, Enrique Meyer; o embaixador argentino Luis Maria Kreckler; o cônsul argentino em São Paulo, Agustin Salvino; o ministro do Turismo do Brasil, Vinícius Lages; a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão; entre outros, abrem oficialmente a Casa da Argentina no Brasil

Margaret Grantham apresenta as novas rotas cênicas alemãs aos convidados

Imagem da mansão, completamente restaurada, que ajudará a desenvolver os negócios comuns entre Brasil e Argentina

Margaret com Roberto Sanches e Jorge Souza, da MMTGapnet, durante a WTMLA, na qual a divulgação dos novos roteiros foi estratégica 42

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BASTIDORES

Anuário Braztoa tem números positivos

A publicação trouxe números significativos do turismo no Brasil, mostrando que houve, entre as associadas da instituição, um crescimento de 4% em relação ao último ano, com um faturamento de mais de R$10 bilhões. Segundo Marco Ferraz, presidente da Braztoa, os profissionais da área sabem que o sucesso nos negócios passa pela atenção às mudanças do perfil dos viajantes, assim como pelas estratégias para manter e estreitar o relacionamento com os clientes. Antonio Euryco

As novidades da Nascimento e Europa Mundo

O Road Show da Nascimento Turismo, feito em parceria com a Europamundo, percorreu o Brasil, chegou em Belo Horizonte e encontrou um público ávido em saber sobre promoções e vantagens para os agentes de viagem. Alex Almeida, gerente da Nascimento Turismo em Belo Horizonte, e Miguel Rodríguez, gerente comercial da Europamundo, receberam os convidados, ao lado da equipe mineira da operadora. Entre os produtos em destaque estão os novos tours pelo Oeste dos EUA e os roteiros para o México, África do Sul, Vietnã, Camboja, Japão, Itália, entre outros. Kelly Lopes

Marcio Favilla, da OMT; Marco Ferraz, presidente, e Andrea Leone, da Braztoa; Jessica Kobayashi, do Senac; Margaret Grantham e Mario Gasparini, da Ifaseg Seguros; durante o lançamento

Alex Almeida, da Nascimento Turismo/BH, e Miguel Angel Rodríguez, gerente comercial da Europamundo

Fotos: Mateus Baranowski

Workshop da Visual movimenta trade mineiro

Sucesso absoluto, o workshop da Visual Operadora em Minas Gerais superou as expectativas de seus realizadores. Segundo André Rossi, gerente da filial, pelo menos 20 parceiros fornecedores ficaram na fila de espera para participar do evento, mas infelizmente não puderam ser atendidos. Tudo indica que em 2015 verá um evento ainda maior, com o profissionalismo de sempre. Um carro Gol estava exposto para destacar a campanha da operadora, que dará o veículo ao agente de viagens que mais vender os produtos da Visual no decorrer do ano.

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André Rossi e Renato Kido, da Visual; Cibelle Bastos, da Tam; Fernando Murta, da Visual; e Giselle Souto, do Vila Galé

Ambiente do workshop, com hoteleiros e fornecedores de serviços turísticos preparando-se para receber os agentes de viagem

Joyce Knopp, da Palladium Hotels & Resorts

Camila Azevedo, da Tivoli Hotels

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Começou a Copa MMTGapnet de Futebol Society

O torneio interagências reúne profissionais das principais empresas de viagens e segmentos do turismo de Minas Gerais. Com o slogan O turismo com a bola toda, conta com 14 times, sendo 11, na categoria masculina; e três, na categoria feminina. Ao todo, serão cinco etapas de muita disputa até a grande final, que ocorrerá em 31 de maio. Fred Silva

Em campo, o time da MMTGapnet, que também participa do torneio

Capacitação ADVTour com Bahia Principe + Curaçao + Sta. Lucia

Roberto Sanovicz e Fernanda Almeida, da ADVTours, e Enzo Avezum, da Itour Inteligência para Turismo, vieram de São Paulo especialmente para encontrar e apresentar aos agentes de viagem de Belo Horizonte produtos, roteiros, novos destinos e pacotes oferecidos pela ADVTour na região do Caribe. Como não poderia deixar de ser, a Copa Airlines, grande parceira da ADVTour, fez-se presente no café da manhã, por meio de Ana Flávia Aguilar. Em sua palestra de capacitação, Enzo destacou a qualidade das instalações, a localização privilegiada e o serviço incomparável dos resorts da rede Bahia Principe, localizados na República Dominicana e ainda no México, na Jamaica e na Espanha. Avezum mostrou ainda as qualidades de Curaçao, ilha caribenha já conhecida dos brasileiros; e Sta. Lucia, sofisticado destino, ilha para quem procura uma viagem mais do que especial em todos os sentidos. Claudia Tonaco

Fernanda Almeida, da ADVTour; Enzo Avezum, da Itour Inteligência para Turismo; e Roberto Sanovicz, da ADVTour EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

Claudia Tonaco

Enzo Avezum, Tati Avelar, Aninha Aguilar (da Copa Airlines) e Roberto Sanovicz, no café da manhã 45


CIDADÃO DO MUNDO

Mila Supinskaya/Shutterstock

OS GAPPERS » Por Mônica Piancastelli*

* Consultora em educação internacional. Cursou high school na Inglaterra e é ex-bolsista do Conselho Britânico. Fez o programa IGE do Rotary Club, na Suécia, e estudou italiano em Roma, Nápoles, Milão e Gênova. Em Minas Gerais, foi a primeira consultora educacional certificada pelo governo australiano (Qualified Education Agent Counsellors). Foi diretora da operadora Destination Intercâmbio e Turismo e, atualmente, está de volta à Itália em período sabático. E-mail: mpiancastelli@gmail.com

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Gappers. Muita gente nunca ouviu falar, mas o termo chegou para ficar. Os gappers são aquelas pessoas que tiram um gap year. Ficou do mesmo tamanho? GAP = buraco, fosso; YEAR = ano. Para facilitar a compreensão, podemos usar a expressão “ano sabático”, mais conhecida no meio acadêmico. O termo vem da palavra hebraica shabat, que quer dizer repouso, mas isso não significa que estamos falando de um ano para repousar. A ideia de um gap year é diferente. O conceito envolve dar uma parada em sua atividade principal e colocar em prática projetos engavetados – como escrever um livro, aprender um idioma ou informática, fazer um trabalho voluntário ou uma reciclagem profissional. Às vezes, a motivação é aprender algo completamente novo, se o desejo for mudar de carreira. Em países como a Inglaterra, o gap year está institucionalizado como parte do sistema educacional, marcando um ritual de passagem entre o fim do ensino médio, quando os estudos compulsórios terminam, e a entrada na universidade, na qual um mundo maior se descortina. Ele ocorre logo após o término da faculdade, antes de o jovem pular de cabeça no mercado de trabalho, funcionando como um intervalo oficializado. Passar um ano fora da universidade ainda parece assustador e perigoso, principalmente do ponto de vista dos pais brasileiros. A sensação é de perda de tempo. Não encarar um vestibular logo na sequência do ensino médio ou adiar aquele primeiro emprego tão sonhado em sua área de atuação parece coisa de filho maluco. Entretanto, sabemos também que entrar para o ensino superior e sair com um canudo nas mãos não é mais sinônimo de sucesso. Hoje, conta muito o que se leva na bagagem. Milhares de jovens brasileiros passam meses lá fora, via-

jando pelo mundo de mochila. São os nossos gappers. Estão em período sabático. Uma boa maneira de olhar para essa experiência é entendê-la, primeiro, como um período que tem início, meio e fim. Depois, perceber que esse tempo é um presente para quem o pratica, pois ele poderá refletir sobre qual rumo tomar. Morando em outro país, o jovem, no mínimo, aprenderá a ter responsabilidade, ocupando-se de tarefas como lavar suas próprias roupas, ir ao supermercado, limpar a casa e tantas outras. Como o período é longo, é comum os gappers procurarem trabalho, ao menos para cobrir suas despesas básicas. Aí eles aprendem a respeitar outros hábitos culturais, além de adquirirem habilidades e iniciativa para solucionar problemas. O crescimento é garantido. De volta ao Brasil, essa experiência será extremamente valorizada no âmbito corporativo, no qual são realizadas as negociações globais. As grandes empresas necessitam de profissionais que saibam lidar com situações que envolvam pessoas de diversas culturas. Mesmo para os não tão jovens, é possível ter um ano de folga, sem quebrar a balança orçamentária pessoal para viver esse sonho. Tudo é possível durante um gap year, incluindo seu período mais produtivo na vida, se você souber aproveitá-lo bem. O fato de sair da rotina já é positivo para ter outra perspectiva. Acredite. Afastando-se, você verá melhor muitas coisas. O sucesso da experiência está diretamente relacionado à preparação que se faz antes de partir. Para ficar fora por um ano, aconselha-se que o planejamento seja feito também com o mesmo tempo de antecedência. Procure um consultor especializado, que o ajudará na condução da programação, levando em conta a sua realidade.  LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


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GASTRONOMIA

Cenário do Bar Espírito Santo

BAR PAULISTANO É REFERÊNCIA DAS GASTRONOMIAS

PORTUGUESA E BRASILEIRA » Da Redação » Fotos Luna Garcia

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Localizado em uma das esquinas mais nobres de São Paulo, está aí um bar que, graças à farta e saborosa gastronomia servida, muitas vezes é percebido como um restaurante. O bar Espírito Santo traz um pouco da personalidade de seus proprietários Renato Costa, 28, descendente de portugueses; e do lusitano Adriano Costa, 67. A combinação e a vivência de ambas as gerações transformaram o espaço num ambiente eclético, agradável e recheado de histórias. A maioria dos funcionários tem o aconchego de “rostos amigos”, pois estão na casa desde sua abertura, em 1998. É o caso do barman Severino e do gerente Chico. Já o chef Paulo Pereira Ramos é um nordestino autêntico, que soube incorporar os sabores da cozinha portuguesa. O cuidado com os produtos, desde a escolha até a finalização dos pratos, é uma exigência do cozinheiro. Ramos nunca abre mão de um bom azeite e despende cuidado especial ao bacalhau. Faz questão de receber o produto seco e

prepará-lo em sua cozinha desde a dessalga. A casa oferece delícias como o premiado bolinho de bacalhau, feito na hora e servido com peculiar crocância e leveza. Pratos como o arroz de pato, o polvo à lagareira (cozido e assado no azeite com batatas e páprica) e o bacalhau do Porto (assado no azeite, arroz de brócolis e batata) retratam a cozinha da “Terrinha”. O menu, predominantemente português, estampa de petiscos, bocados, sandes (sanduiches), saladas e caldos, aos pratos divididos em três categorias: Da Terra, Bacalhau e Do Mar. Como sobremesa, a casa oferece doces tradicionais, entre eles os inigualáveis pastéis de Belém, o toucinho do céu e a rabanada, que é das mais pedidas. O chope é outro atrativo e está entre os melhores de São Paulo. O cardápio de bebidas tem criativos drinques, saborosas caipirinhas, uma série de cachaças selecionadas e destilados. O Espírito Santo é considerado um bar-conceito, com estilo próprio para incrementar o serviço, o cardápio, o cuidado com o vinho sem perder a atmosfera de um alegre boteco. A adega com 170 rótulos, predominantemente portugueses, é cuidada pelos sommeliers Eduardo e Francisco, que também se encarregam do atendimento e sugestão para harmonização com os pratos. No bar, come-se e bebe-se bem sem ter que se preocupar com a formalidade. A casa tem capacidade para 88 pessoas, sendo 20 no ambiente externo. As mesinhas na calçada são muito disputadas no verão e, no inverno, as mantinhas personalizadas ajudam a aquecer-se com charme. Homenageando as tascas lisboetas, o espaço é decorado com azulejos e fotos da Terrinha. LAZER + NEGÓCIOS + AVENTURA


Aberto diariamente, o Espírito Santo recebe clientes que frequentavam o bar com os pais e, agora, com as esposas e filhos. O local propicia o encontro de gerações, histórias, nacionalidades, boa comida, bebida e bom atendimento, mostrando a todos que misturar as raízes Brasil/Portugal é valorizar as origens e bem saber apreciar o presente. A casa oferece o serviço de delivery, com a disposição de todos os pratos do cardápio, tanto no almoço quanto no jantar. 

Bolinho de bacalhau e bacalhau à lagareira: especialidades da casa

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EDIÇÃO Nº 18 · MAIO 2014

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