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APAT apresentou preocupações ao secretário de Estado das Infraestruturas

O presidente da APAT, Paulo Paiva, e o presidente executivo, António Nabo Martins, foram recebidos pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, com quem partilharam as preocupações dos transitários relativamente ao evoluir da conjuntura internacional (e os seus reflexos nas cadeias logísticas), e em particular face às práticas e estratégias comerciais de algumas companhias de shipping de contentores no mercado nacional.

No encontro, Paulo Paiva e António Nabo Martins alertaram o responsável governamental para as consequências, para os transitários, mas sobretudo para a economia nacional como um todo, das práticas abusivas e lesivas da concorrência seguidas por um crescente número de operadores de transporte marítimo de contentores a atuar no mercado português.

Em causa estão, desde logo, as crescentes barreiras e dificuldades criadas por algumas companhias de navegação aos transitários, no acesso aos contentores e à capacidade de transporte. A que acrescem a subida dos preços e a degradação da qualidade dos serviços, nomeadamente ao nível da fiabilidade e pontualidade.

Como se isso não bastasse, os dirigentes da APAT fizeram notar ao secretário de Estado das Infraestruturas os efeitos da estratégia de integração vertical que os armadores estão a seguir, com sucessivas compras facilitadas pelos lucros recordes, que, entendem os transitários, tendem a “atirá-los” para fora do mercado, com isso reduzindo a concorrência e fragilizando a posição dos exportadores e importadores de uma economia periférica como é a portuguesa.

Estas questões, recorde-se, têm motivado sucessivas intervenções da CLECAT junto da Comissão Europeia, até ao momento sem sucesso.

Mas não só do transporte marítimo se falou no encontro dos dirigentes da APAT com Hugo Santos Mendes. A aposta na intermodalidade, com a necessária criação de condições para favorecer a transferência modal, da rodovia para a ferrovia, numa lógica de complementaridade entre modos, e as deficiências nas infraestruturas de carga aérea (nomeadamente quando se trata do rastreio das cargas) foram outros temas abordados.

Deste primeiro encontro saiu, para já, a resolução de repetir estas trocas de opiniões, com uma periodicidade trimestral.