Reartezar

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NÚMERO 001 MAIO 2017


GUARAPUVU


Made in Europe

EDITORIAL

08 Moda Revista 12 Comércio Local 14 Demais Artes 16 Boa Gente 19 Em Exibição 24 Segunda Vida 26 Galeria 40 Escala Industrial

FELIPE FERNANDES

Milhões de coisas são descartadas diariamente. Vivemos num sistema que precisa de renovação. Só reclamar da poluição não adianta, esperar que órgãos públicos resol-

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vam todo o problema também não. Um dos caminhos encontrados para aliviar o excesso está na fusão da reciclagem com a arte. Hoje pessoas criam obras com o que encontram na rua ou numa praia. Aquilo que foi descartado pela sociedade ganha uma nova “vida”. Depois de transformados, materiais como vidro, plástico, madeira, metal ganham uma segunda chance de servir à sociedade que o descartou, até mesmo como um alerta. A arte em reciclagem possui muitos admiradores e é essencial que este novo conceito se espalhe pelo mundo. Para unir e fortalecer

Emoldurado

este vínculo entre o público e mentes criativas,

48 Iniciativa 50 Lavagem Verde 52 Próxima Edição

nasce a Revista Reartezar, focando na arte pós-contemporânea e no design de objetos. Além deste conceito, outros temas relacionados à diminuição do impacto do ser hu-

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mano também são destaque nesta revista. Da arquitetura ao comportamento, tudo está caminhando para a reciclagem. E como não poderia ser diferente, o papel da revista Reartezar também é de material reciclado. Leia, recicle!


MADE IN EUROPE

Por Anja Grafenauer

passada, me chamou a atenção uma escultura particular. “Fröhlicher Tucan” (tucano alegre).

Grandes animais de lixo Passeando em Berlim. Nesta minha nova cidade “base”, sempre vejo coisas surpreendentes. Berlim é cidade da arte, cidade moderna, alternativa. Quanto à pratica de reciclagem, os habitantes já têm integrado certos hábitos muito bons. Por exemplo, aqui você pode deixar tudo o que você já não quer utilizar na entrada do seu prédio. Assim os outros habitantes entendem que podem apanhar os objetos à vontade. São essas pequenas ações que demostram a mentalidade e dão esperança. Mas a semana

É um mural 3D impressionante, tudo feito de materiais reciclados. O artista, Bordalo II, é de origem portuguesa e já tem criado uma série de animais gigantes reciclados em Lisboa (Portugal). Com a sua arte, quer provocar a nossa reflexão sobre o nosso modo de viver. As esculturas são feitas de objetos “fim do ciclo” encontrados em terrenos baldios, fábricas abandonadas ou doados por empresas que passam por um processo de reciclagem. A ideia de Bordalo II é retratar a natureza, em neste caso os animais, colocando justamente os objetos e materiais exatos que são responsáveis pela sua destruição. O resultado faz você para



MADE IN EUROPE

e pensar: “como é possível criar um animal tão

lugar e ver projetos interculturais e alternativos

lindo com para-choques queimados, pneus e

também apresentados nos bares, clubes e tem

aparelhos quebrados?”. E o mais importante:

até uma parede de escalada para todo mundo

“como é possível não enxergar quanto os nossos

se divertir. Antigamente, o complexo era uma

hábitos destruíram o nosso meio ambiente?”

estação de reparação de trens. Desde que essa

Essa escultura faz parte da exposição perma-

atividade foi interrompida em 1999, a comuni-

nente “Urban Spree”, no centro RAW de Ber-

dade soube reutilizar os prédios para esse proje-

lim. Recomendo aos que possam visitar este

to. Onde há espaço, há criatividade e esperança.


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MODA REVISTA

A maré trouxe inspiração pra moda brasileira. Leia aqui um bate papo com a catarinense Sabrina Schultz, designer de produtos, ex- modelo, surfista e moradora de Florianópolis. Ela faz parte de um grupo de empreendedores no mercado da moda, que mescla estilo e tendência com matéria prima sustentável.

couro ecológico. A ideia é deixar a mulher pronta para qualquer ocasião, na praia ou no seu habitat urbano com acessórios bonitos e de qualidade”. A empreendedora já desenvolve esse trabalho há 23 anos, começou com apenas oito anos. Como já desfilou por muitas passarelas no começo dos anos 2000, a exmodelo sempre esteve ligada nas tendências nacionais e internacionais. Em 2015,

Por: Letícia Pedroso

cursou Ourivesaria em Florianópolis e

Foto: James Thisted

começou a produzir acessórios de prata,

Moda é pauta que sempre inova a cada estação. No último verão não foi diferente, quando conhecemos o trabalho da Salty, marca de acessórios da designer. Estilo boho com peças exclusivas e totalmente hand made que deixam às mulheres mais lindas em qualquer ocasião. “O que nos inspira é evidenciar a beleza da mulher que pelo preza estilo e autenticidade, sem abrir mão do conforto”, disse Sabrina. “Por isso, usamos elementos da natureza nas nossas criações como conchas do mar, búzios, madeira, pérolas cultivadas em água doce, metais, pedras e

Sabrina Schultz designer de produtos.


Um Clássico. Mesmo visto e revisto, um clássico jamais se repete. Um clássico não muda, mas tem a capacidade de sempre se renovar. Um clássico é mais que moda. Pode ser uma obra de arte, uma música ou mesmo uma pizzaria. Pizzaria Basilico. Um clássico.

www.pizzariabasilico.com.br Rua Laurindo Januario da Silveira 647. Canto da Lagoa. Telefones. 48 32321129 / 32320485


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logo após nasceu a Salty, com uma propos-

cras de uma forma inteligente. As bolsas

ta de empreendimento sustentável.

completam o charme da Salty e são úteis

Além das peças utilizadas que compõem a

para guardar acessórios, porta moedas en-

geografia ilhéu, a designer produz bolsas

tre outras coisas. “Salty Simple but stylish.

para guardar os acessórios com restos de

Simples, mas estilosa”, revelou Sabrina.

lycra da estilista Paulina Sabioncello, que

Quando perguntamos sobre o retorno da

produz roupas de surfe feminino. As duas

marca, Sabrina afirma. “A marca é nova,

amigas tiveram a ideia de reutilizar as ly-

começou em outubro de 2016, apesar de


MODA REVISTA

estar envolvida com acessórios há bem mais

sempre. Estamos aqui para aprender, devolver

tempo”, explicou ela. “O retorno é maravilho-

com amor e dar o nosso melhor,” explicou.

so. É o que eu sempre digo: quando se faz com

As vendas acontecem nas praias da capital

amor, o retorno vem”.

catarinense na sua maioria, ou através das

“Acredito que existe mercado para produtos

redes sociais para todo Brasil. Uma forma de

bem feitos, com preço justo e serviço de qual-

valorizar a arte e o consumo local por meio de

idade. Tentamos manter este padrão. Evoluir

práticas sustentáveis.


COMÉRCIO LOCAL

Por que comprar no mercadinho da esquina? Aqui nesta seção enumeramos as vantagens de comprar no comércio local, que está sempre ali perto para servi-lo.

Comprar perto de casa pode ser comodismo, mas isto é só um detalhe. A questão vai muito além do que se pensa, porque os pequenos negócios correspondem a 95% das empresas do Brasil. Consumir localmente traz uma série de benefícios para você e para o comerciante. Um dos mais importantes é o desenvolvimento social, com a criação de empregos na região. Pode ser o primeiro para muitos jovens e é também a chance de incluir idosos ainda com capacidade para trabalhar. Comprar perto de casa economiza tempo, gasolina, não precisa pagar para estacionar o carro. Além disso, os donos e funPor Felipe Fernandes De alguns anos para cá, lojas, farmácias, bares, mercados e restaurantes abriram suas portas para recebê-lo. Eles ficam bem perto de sua casa. E o que você está esperando para conhecer todos estes lugares?

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cionários estão em contato direto com seus consumidores e podem atendê-los melhor e informar detalhes sobre cada item. Com o incentivo da vizinhança, o comércio local pode prosperar e durar décadas, ou até se tornar uma imensa rede de lojas. Franquias de sucesso no mundo todo também começaram pequenas.


Outra particularidade é que em cada canto do

daquela loja bem em frente à sua casa.

Brasil há produtos originais, feitos à mão por pes-

Quando for gastar seu dinheiro, procure primei-

soas da vizinhança, e que não são encontrados

ro por locais perto de sua casa. Tudo ali foi feito

em grandes redes. Artigos exclusivos de vestuário

para você mesmo.

e alimentos deliciosos podem estar na prateleira

Entre!

Seu medicamento na medida certa, cuidando de você do meio ambiente. 25 R. Moacir Pereira Júnior, 11 - Lagoa da Conceição, Florianópolis - SC - Telefone: (48) 3238-0900


DEMAIS ARTES

LITERATURA

Vale a leitura Quem gosta do tema sugerido nesta revista, precisa conhecer o livro “A Arte da Reciclagem”. O autor Sérgio Adeodato escreve como se fosse uma grande reportagem. Ele apresenta a trajetória dessa indústria em expansão e de seus trabalhadores envolve um debate que vai além dos desafios urbanos. Inclui a reflexão sobre os atuais padrões de produção e consumo e sobre o valor que têm os resíduos gerados por eles. Por fim, lança luzes para uma questão urgente, que exige consciência e responsabilidade, essenciais à sobrevivência do próprio planeta. Gravuras de Paulo Fridmann. (“A Arte da Reciclagem”, 2007, editora Horizonte Audichromo)

CINEMA

Uma Gota.doc causa reflexão a sociedade Em exibição no Brasil o documentário com direção de Márcio Gerba relata as principais dificuldades encontradas com a poluição no Oceano Atlântico. POR Letícia Pedroso O autor da obra percorreu o litoral brasileiro e esteve no Uruguai, Peru e Patagônia Argentina e Chilena em uma expedição por 120 dias. As gravações iniciaram em 2015. Durante o percurso muito lixo recolhido nos arredores das praias e espécies marinhas sem vida devido à intoxicação destes dejetos. O filme é um alerta sobre o consumo e o descarte de materiais. Trata também da retirada de resíduos em locais de difícil acesso, um grande problema chamado micro lixo, impacto direto na morte de animais, a luta pela preservação dos oceanos e o que podemos fazer para mudar esta realidade. Em alguns trechos do documentário é possível perceber a comoção do autor quando desabafa as experiências fortes que viveu com o descaso na natureza, a degradação e poluição dos mares por todo o caminho. Natural de Florianópolis, Gerba que é surfista desenvolveu o projeto através da ligação forte que tem com o mar e sente-se com a obrigação de fazer a sua parte. A iniciativa contou com ajuda de alguns patrocinadores e apoio de pessoas dos lugares que protagonizam a história. Houve exibições em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.


DEMAIS ARTES

MÚSICA

The 3R’s Jack Johnson

Três é um número mágico Sim ele é, é um número mágico Porque duas vezes três é seis Três vezes seis é dezoito E a décima oitava letra do alfabeto é “R” Nós temos três R’s Nós vamos falar sobre eles hoje Nós vamos aprender a Refrão Reduzir, Reutilizar Reciclar Reduzir, Reutilizar Reciclar Reduzir, Reutilizar Reciclar Reduzir, Reutilizar Reciclar Se você vai ao mercado comprar suco Você deve levar suas próprias bolsas E você irá aprender a reduzir seu peso Nós precisamos aprender a reduzir E se seus irmãos ou irmãs Comprarem roupas legais Você deve experimentá-las Antes de você comprar iguais Re-utilizar Nós precisamos aprender a re-utilizar E se os primeiros dois R’s nao funcionarem E você precisar se desfazer de algum lixo Não o faça Recicle Nós precisamos aprender a reciclar Refrão Porque três é um número mágico Sim ele é, é um número mágico 3, 3, 3 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36 33, 30, 27, 24, 21, 18, 15, 12, 9, 6 e 3, é um número mágico

Three it’s a magic number Yes it is, it’s a magic number Because two times three is six And three times six is eighteen And the eighteenth letter in the alphabet is R We’ve got three R’s we’re going to talk about today We’ve got to learn to Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle If you’re going to the market to buy some juice You’ve got to bring your own bags and you learn to reduce your waste And if your brother or your sister’s got some cool clothes You could try them on before you buy some more of those Reuse, we’ve got to learn to reuse And if the first two R’s don’t work out And if you’ve got to make some trash Don’t throw it out Recycle, we’ve got to learn to recycle, We’ve got to learn to Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Reduce, Reuse, Recycle Because three it’s a magic number Yes it is, it’s a magic number 3, 3, 3 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36 33, 30, 27, 24, 21, 18, 15, 12, 9, 6, and 3, it’s a magic number


BOA GENTE

MUTIRÃO

Na Rota do bem.

Por Letícia Pedroso.

Em meio ao caos urbano se espalhando por toda

porte e a cultura, com o intuito de conscientizar

parte, há pessoas em busca de ações coerentes

as gerações futuras para a manutenção das

por tornar o mundo melhor, com menos lixo.

praias, um dos patrimônios mais valiosos que

É o caso do Instituto Projeto Route. Pra quem

possuímos, por meio da educação ambiental e

ainda não conhece, este projeto consiste em

de uma vida sustentável”, essa é a filosofia do

voluntários catadores de micro lixo que atuam

projeto que é um filho de Florianópolis. Seus

nas praias do litoral do Brasil, alguns países da

idealizadores são profissionais de diferentes áre-

América Latina e Califórnia (EUA).

as, unidos para defender as mesmas causa.

Com uma bagagem de seis anos de estrada o

Passados alguns anos, o Route ganha mais

projeto recruta todo ano novos voluntários,

força aonde chega. De acordo com os ideal-

que doam parte do seu tempo para limpeza das

izadores em uma ação realizada na Praia da

praias próximas de onde vivem.

Guarda do Embaú, o número de voluntários ultrapassou 700 pessoas. Estamos falando de

“Preservar o meio ambiente e ao mesmo tempo

centenas de seres humanos mobilizados para

estimular um estilo de vida que favoreça o es-

mudar o nosso planeta.


Somente produtos selecionados. Queijos finos, vinhos, pรฃes especiais, cerveja artesanal, doces, massas e pizzas.

R. Laurindo Januรกrio da Silveira, 1264 Canto da Lagoa - Florianรณpolis


BOA GENTE

DESPERTAR Em 2010 começaram os cuidados com o Oceano Atlântico nas praias do litoral catarinense, nascia então o Instituto Projeto Route. “Após a limpeza das praias ficávamos com muito lixo. O que fazer com o material depois? A ideia inicial foi construir brinquedos para descartar todo material da praia. Hoje isso está se tornando realidade dentro do projeto. Começou com a limpeza e agora se expandiu. Nós percebemos que o problema é mais amplo do que imaginávamos no início. Primeiro limpamos as praias e depois desenvolvemos outras ações para atender e criar soluções que minimizam o impacto. Com esse foco atualmente esta-

mos com 11 projetos dentro do Route que contribuem para a manutenção do meio ambiente”, diz Simão Filippe, fundador do projeto. As crianças são o futuro, as responsáveis por nosso meio ambiente nos próximos anos. Por isso a importância da educação ambiental na infância, fase em que se aprende brincando.

VISIONÁRIOS Totalmente engajados nesta causa, os fundadores pretendem ir mais longe. “Com uma visão global da conexão do planeta estamos buscando uma forma de unir o mundo e as pessoas para preservar os oceanos. Esse é nosso feeling”, explica Simão. Mais um exemplo de como podemos ser úteis para a Terra, basta querer participar desta mudança. Gostou da ideia? Seja um voluntário do projeto. Pra saber mais acesse o site ou as redes sociais. De acordo com o índice do projeto: 275 milhões de toneladas de lixo são produzidas por ano em todo o mundo. 10% de todo lixo acaba no oceano. 275 mil toneladas de lixo flutuam na superfície dos oceanos.

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EM EXIBIÇÃO

ITHAKA

Artista recria e expõe obras na Califórnia Nesta seção, o foco da Reartezar é mostrar obras em exibidas nas galerias e museus, que abrem espaços para artistas como Ithaka. Depois que as pranchas de surf não tem mais utilidade, ele as esculpe e cria formas surpreendentes. Aquilo que restou delas, ganha nova “vida” e novas cores, atraindo colecionadores destas obras de arte modernas, com uma “alma” que já surfou em Havaí, Califórnia, Brasil, Indonésia, Europa.

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EM EXIBIÇÃO

Fotógrafo, artista plástico, músico e rapper, Ithaka traz contribuições

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inusitadas para o universo do surf e da arte. Um exemplo desta explosão de criatividade são esculturas dos insetos. A série é chamada “Aliens Of AkahtiLândia”. Estas peças foram criadas no terreno dele na Mata Atlântica, no litoral sul de São Paulo. Ithaka foi inspirado pelos insetos que encontrou por lá. Esta exposição das obras aqui mostradas rolou na vtrabalhos fazem parte do um grande projeto, chamado “The Reincarnation Of A Surfboard” (Pranchas Reencarnadas). “Tudo começou em 1989 e até hoje são mais que trezentas esculturas em pranchas de surf que seriam jogadas no lixo”, revelou Ithaka.

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EM EXIBIÇÃO

1 - Lazulius Itinea 2 - Viridi Nephrite 3 - Bucerius Palus Tinea 4 - Trichrome Gigantea 5 -Purpura Ascensus 6 - Ravensplice II

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O verde em sua vida!

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BLACK HORSE


SEGUNDA VIDA

Pioneira no Brasil lavanderia sustentável é manezinha da ilha Empresários de Florianópolis buscam alternativas de redução dos impactos ambientais para aplicar no seu negócio. É uma tendência de mercado que cresce em todos os setores. Por Letícia Pedroso

Para reduzir o impacto ambiental, a lavanderia do futuro utiliza máquinas com sistema operacional que economizam energia e água. Se a sua empresa defende as causas ambientais e está organizada para processos de reciclagem ou elimina o desperdício, mande e-mail para redação e veja a história dela numa das próximas edições da Reartezar.


Florianópolis é conhecida no Brasil como

da capital que encontraram essa alternativa de

cidade modelo de qualidade de vida. Real-

negócio a partir de uma necessidade. Estivemos

mente, quando o assunto é viver bem os flori-

em uma das lojas pra saber o diferencial desta

anopolitanos capricham. Fica fácil perceber

lavanderia diante das demais.

os cuidados que as pessoas têm para tornar

O conceito segue a linha de redução aos impactos

seu estilo de vida mais saudável.

ambientais, a arquitetura da loja foi desenvolvida a

Isto faz com que os empresários da capital

partir de reutilização de container e economizam

também invistam nestes cuidados e de cer-

5 mil litros de água a cada 100 pessoas que usam

ta forma, além de atrair seus clientes estão

o serviço.

engajados no quesito qualidade de vida.

As decorações com plantas e madeiras de

Atualmente em praticamente todos os

demolição completam o charme. Sem esquecer a

setores vamos encontrar empresas que

reciclagem de madeira que deu forma a um ban-

aderiram à política sustentável. Destaque

co, por exemplo, para o cliente sentar enquanto

nesta edição para lavanderia do futuro.

aguarda a sua lavagem ser concluída.

Um novo formato de lavanderia pioneira

Quem passa por uma das cinco lojas da capital

no Brasil que economiza até 70% de ener-

fica no mínimo curioso com a ideia. No primeiro

gia comparada às convencionais.

impacto a impressão é de um food truck, já que

A iniciativa é de dois empreendedores

as lojas são anexas aos postos de gasolina e fogem do conceito das lavanderias comuns. Para lavar a roupa o cliente compra a ficha nos postos e ele mesmo lava e seca sem precisar de auxílio. A empresa não necessita de funcionários, com sistema de monitoramento de câmeras oferece segurança e qualidade do serviço. “Sempre planejei ter meu próprio negócio sustentável”, diz Marcelo Pacheco, diretor comercial. Ele conta que alguns anos, em uma viagem para Califórnia (EUA) com meu irmão e hoje sócio, viram muito este sistema para lavar roupas. Morando no Brasil estava no litoral catarinense e precisava lavar roupas, mas não tinha lavanderia na cidade. “Na época eu estava planejando abrir outra empresa e a necessidade me fez pensar em abrir uma lavanderia para atender pessoas que dependem deste serviço”, disse Marcelo. “Resgatamos o formato das lavanderias americanas e moldamos da nossa maneira pra ela se tornar sustentável e autossuficiente,” explicou.

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GALERIA

Obras geniais Muita gente criando num êxtase de inspiração. Alguns bons artistas apresentados em grande estilo nas páginas a seguir. Destaque para obras com tudo o que a arte pode trazer de emoção. Sentimentos afloram em cada mente. Agora, você é o convidado para passear nesta galeria de fotos feitas deste material infinito, o lixo. Arte e reciclagem somam forças. Seria a arte pós-contemporânea?

Por Felipe Fernandes - Fotos James Thisted




“Navegar em Mar de Madeira” Material: madeira Coletar madeiras passou de hobby para uma forma de ganhar grana. Jana Brockhaus é uma alemã que surfa e passou pelo Brasil em 2016 acompanhando

seu

namorado

português Filipe Anjos. Todos os dias eles traziam para casa algumas madeiras que encontravam na areia da praia da Joaquina. Quando foram embora, deixaram este presente. Velejar neste verde mar é flutuar em madeiras trazidas pelas ondas. Você não precisa ir muito longe, a praia está aqui e cheia destas peças. Foi preciso Jana atravessar o oceano Atlântico, juntar estas madeiras, sessões de surf e sua criatividade, gerando uma obra sensível, simples e natural. A fisioterapeuta, Jana tem o hábito de coletar madeiras na costa portuguesa. Depois, ela esculpe e vende no mercado de natal em Hamburgo, na Alemanha.


Caixa: Dark Side of Pink Floyd Material: palitos de fรณsforo


Mesmo um simples palito de fósforo pode iluminar suas ideias. A prova está na caixa de madeira que Duca criou com palitos de fósforos usados, unindo um a um, com habilidade e paciência que só os artistas conseguem. Depois de tantas obras bem sucedidas como mesas, cadeiras, surfistas e dúzias de peças medindo apenas alguns centímetros, foi a vez de homenagear a banda Pink Floyd com a caixa estilizada do disco “Dark Side of The Moon”. Duca mora em Garopaba, é da old school do desenho à mão e evoluiu para a computação gráfica, ampliando uma criatividade ilimitada. Suas vobras de palitos de fósforo estão em sua casa. Resolvemos mostrar esta peça a você que também gosta de imaginar como é o lado escuro da lua.


Imperial Destroyer Material: sucata de computador

Grande admirador da série Star Wars, Carlos Carpinelli fez a sua própria Imperial De-

stroyer com sucata de diversas peças de computador que se tornaram obsoletas, mas aqui elas são remetidos ao futuro, na velocidade do pensamento. A nave espacial recebeu uma pintura que faz qualquer pessoa associá-la ao filme. O autor Carpinelli é um dos criativos do setor de marketing da Mormaii, também é pintor de quadros de ondas perfeitas e de outros temas que tem o universo do surf. Desejava produzir uma nova espaçonave para mostrarmos nesta revista. Isto revela quanta energia ele tem para realizar trabalhos de alto nível. (Foto do arquivo pessoal)



Um Pรกssaro Material: vรกrios


Além de fã de arte em reciclagem, o músico Alegre Corrêa também faz suas ideias saírem de seus pensamentos e virarem objetos. No caso desta peça que está em sua casa em Florianópolis, é feita com uma peneira, um banco redondo e um pedaço de planta seca. Pedaços de coisas simples, mas que juntas formam o pássaro que embeleza uma da paredes. O jardim de Alegre é uma verdadeira galeria de arte com materiais reutilizados. A diferença é que ele sempre traz aplica um novo elemento para estas peças. Ganham movimento e um novo visual a cada época, estão em constante transformação.



Navio Fantasma Material: ferro

Escultura compara por Alegre Corrêa, esta

obra é uma das que influenciaram a criação desta revista. Está no jardim de sua casa, cm outras também interessantes que vamos apresentar aos leitores. O aspecto enferrujado, com partes feitas de correias e juntas, cria uma visão tão fantasmagórica quanto avistar um navio pirata no oceano. O autor é Rubson Marcovich, escultor notável pela sua habilidade em transformar o ferro em objetos de decoração e instalações. Seus trabalhos podem ter formas de cavalos, dragões e algumas são peças muito grandes, com 2 metros de altura. É um dos mais renomados artistas brasileiros, trabalhando com o ferro descartado há quase três décadas. Todas as obras possuem características típicas deste autor.



Casas de Estudantes Material: containers Depois de navegarem pelo mundo todo carregados de mercadorias, os containers são usados por algumas das universidades da Holanda desta maneira. Sobrepostos como vemos nos navios, eles aqui viraram um prédio colorido, para abrigar estudantes com todo o conforto em Groninger. Em alguns casos são modificados no lado externo, como obras de arquitetura moderna. Esta estrutura forte e durável é capaz de solucionar dois problemas, habitação e material descartado. Em vez de serem simplesmente abandonados, os containers podem servir à sociedade mais uma vez. (Foto Felipe Fernandes)


ESCALA INDUSTRIAL

Nike surpreende o mundo com proposta sustentável Líder mundial no segmento sportswear, a Nike pretende chegar até 2025 com o uso de energias 100% renováveis.

Grandes marcas do segmento esportivo

mais de 10% ao ano, com uma meta estipu-

como a Nike sempre inovam seu estilo muito

lada de chegar em 2020 com o faturamento

além de simples tendências da moda. Desta

de 50 bilhões de dólares.

vez, a gigante do esporte relevou à imprensa

Mas para quem ainda não sabe, a Nike vem

que pretende adequar-se aos padrões de re-

trabalhando a questão sustentável há alguns

dução de impacto ambiental drasticamente.

anos. Cerca de 70% da linha de produtos é

Isso garantirá a empresa um crescimento de

fabricada com matéria-prima reciclada.


ESCALA INDUSTRIAL

Na lista de metas que serão atribuídas estão os

estão ligadas a essas ações e colaboram de ma-

seguintes itens: Lixo zero em aterros até 2020,

neira mais abrangente já que possuem um imen-

produtos 100% vindos de empresas que defen-

so poder aquisitivo.

dem a mesma causa de padrões ecológicos da

Além de promover consciência ecológica e de

Nike, até atingir o uso de energias 100% reno-

transmitir uma mensagem cool, a política sus-

váveis (eólica, solar ou geotermal) nas fábricas

tentável contribuiu para o lucro das empresas,

próprias da empresa em 2025.

ao reduzir taxas de impostos com ajuda do gov-

A vice-presidente de sustentabilidade da marca,

erno. Independentemente de margem de lucro,

Hannah Jones, afirma que o relatório divulga-

a grande vantagem dessa transformação toda

do foi além do desenvolvimento sustentável,

é deixar um legado de consciência ambiental

tornando-se uma lista de inovações e projetos

para as futuras gerações, se isso for possível, a

futuros.

natureza agradece.

Caminhamos para um mundo de inovação

Entramos em contato com a assessoria de im-

e menor agressão ao planeta. As mudanças

prensa da Nike do Brasil, mas até o fechamento

começam dentro da nossa casa, como por exem-

dessa matéria não conseguimos uma declaração

plo, a separação do lixo. As empresas também

formal sobre a iniciativa da marca.


EMOLDURADO

Elías Lanzarini exibe a poltrona San Diego em San Francisco (EUA) Texto: Felipe Fernandes Fotos: James Thisted

Nesta seção, falamos com artistas e designers

claimed-Elevating The Art of Reuse). Entre os

que trabalham com materiais descartados e

300 trabalhos apresentados, o meu foi um dos

criam novas formas e utilidades para eles. Im-

25 selecionados para expor. O evento foi no

agine que você está sentado numa cadeira super

Minnesota Street Project, em São Francisco, em

confortável, cuja madeira já navegou pela costa

outubro de 2016.

brasileira. Esta é uma das histórias que o artista

De que maneira a obra foi apresentada

entrevistado pela Revista Reartezar conta para

ao público?

você a seguir.

Foi criado um display, e a cadeira foi elevada do piso cerca de 45 centímetros. Finalizei com cera

Como conseguiu exibir a poltrona San

e na corda eu coloquei amaciante de roupas,

Diego na Califórnia em 2016?

produzindo um efeito que criava uma sensação

Eu cheguei em Sausalito para um trabalho

de maciez. A exposição foi muito interessante.

voluntário na construção de um navio. Uma

Todos os finais de semana eu visitava a ex-

amiga informou que havia uma exposição ex-

posição que durou um mês. Eu mesmo explica-

clusiva para arte com materiais reutilizados (Re-

va para os visitantes como ela tinha sido criada



EMOLDURADO

e produzida. Conheci muitos artistas que também viram meu trabalho. Quais os materiais usados? Eram dois lemes antigos de madeira, manílias de ferro e cordas de narcos. A peça foi feita lá mesmo? É o meu design principal. Ela é feita com madeira de barcos antigos. Eu construí aquela lá na oficina do navio. Depois do trabalho voluntário, eu tocava o projeto da poltrona. Em dezembro de 2015, eu conheci esta organização que está construindo um veleiro de 132 pés, modelo Brigantine, chamado Matthew Turner, que era a embarcação principal na baía de São Francisco na época do “Golden Rush”, no começo do século XIX. Eu podia usar todas as máquinas para produzir a cadeira e ainda havia o material de navios afundados, que eram retirados do fundo da baía.

Eu podia pegar isto e reaproveitar. Então, fiz a primeira poltrona para esta exposição. As pessoas na oficina do navio gostaram da San Diego? A média de idade dos voluntário é de 68 anos. Eu sou o mais novo. Há profissionais de todas as áreas desde médicos a carpinteiros. Eles notaram minha dedicação. O pessoal gostou da evolução do projeto. Houve gente que contribuiu com detalhes, sugerindo encaixes da carpintaria tradicional, que não usa tanto as máquinas e sim ferramentas manuais como formões e plainas de mão. Você negociou esta peça? Com o final desta exposição, e levei a cadeira para a oficina e ela ficou exposta no escritório do navio. Então um dos voluntários comprou a cadeira. Esta foi a primeira de quatro cadeiras que eu construí lá e vendi todas elas. As outras três foram feitas com resíduos que sobravam das madeiras no processo de construçã do navio. Qual o nome do seu projeto pessoal ao qual você vem se dedicando há 4 anos? Chama-se “Elaya Design”. É fundamentado na criação e produção de móveis com madeiras de barcos e casas antigas. Não tenho interesse em crescer e virar uma in-

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dústria. Este trabalho é parte do meu estilo de vida.


Onde começou a sua vontade de reciclar materiais? É interessante, porque quando eu tinha 19 anos, meus pais e eu abrimos uma empresa de coleta de entulhos, em Balneário Comboriú (SC). Já naquele época, percebi a quantidade de materiais jogados fora que poderiam ser reaproveitados. Eu não tinha tempo para me dedicar a reutilização destes materiais, porque eu estava muito ocupado na empresa. Há quatro anos, meus pais venderam a empresa. Naquela ocasião, eu conhecia um carpinteiro que estava se aposentando e queria vender algumas máquinas. Foi então que eu comprei, daí comecei a trabalhar e produzir minhas ideias. Quantas peças você já produziu? Umas vinte peças. A sua casa também foi construída com material reutilizado? Sim. Eu utilizei no assoalho da minha casa algumas partes da antiga casa de madeira que pertenceu aos meus pais e que foi desmontada depois que o terreno foi vendido. Esta vontade de reutilizar materiais já vem de muito tempo. Sempre vi tudo aquilo sendo descartado nas caçambas de entulho, só que para eu me dedicar exigiria um bom tempo, porque tinha que organizar e limpar, mas agora sim, eu posso fazer isto. Qual a satisfação em fazer este trabalho agora? É incrível. É uma atividade com a qual me identifiquei e que já vejo o resultado do meu empenho com as pessoas apreciando o meu trabalho. Eu saio daqui do Brasil no final do inverno, para pegar mais seis me-

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EMOLDURADO

ses de inverno lá em São Francisco e fazer parte

dades em design. Eu vou reproduzir algumas peças

da construção do navio Brigantine, mas eu não

da poltrona San Diego e algumas peças exclusivas

me importo. A energia é muito maior quando

com os novos equipamentos e utensílios que eu

você faz o que gosta.

trouxe. Mas meu projeto mais audaciosos é a con-

O que fazia nas horas de folga, na Cal-

strução do meu veleiro, que vai ter 25 pés, com o

ifórnia?

mesmo design de um barco de corrida, mas não

Eu surfava em Ocean Beach, Fort Point, Bolinas.

será em fibra de carbono e sim feito de madeira.

Meu compromisso era o aprendizado ligado ao

Tudo será criado na oficina aqui na minha casa, na

trabalho no navio, estava envolvido com a organ-

praia do Estaleiro. Eu começo, mas não sei quando

ização, mas tinha horas que eu queria aproveitava

eu termino, porque em julho retornarei para São

as ondas naquele lugar maravilhoso.

Francisco, quando a construção do navio estará na

Quais os projetos para o futuro?

fase final, e logo depois de pronto, ele vai navegar e

Quero buscar outros materiais e com eles criar novi-

passar por baixo da ponte Golden Gate.

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INICIATIVA

Revista Reartezar em papel 100% reciclado O método de fazer revista é trabalhoso, envolve muitas pessoas, máquinas e bastante papel. Por isso mesmo, Revista Reartezar optou pela impressão em papel reciclado. Leia a seguir detalhes do processo de produção e sua importância na reinserção social de catadores de rua. Já disponível no mercado desde 2001, este

O “Reciclato” baseia-se em três pilares de

é o primeiro papel offset 100% reciclado

sustentação conceitual. O primeiro deles é

em escala industrial do Brasil, em confor-

o meio ambiente, pela redução dos resíduos

midade com a ISO 14021. É produzido a

urbanos e pela menor utilização dos recur-

partir de aparas pré-consumo (refugo de pa-

sos naturais em sua fabricação.

pel produzido na Unidade Suzano - 75%)

Em segundo lugar pela sociedade, apoiando

e pós-consumo (material obtido na coleta

a reinserção social do catador de rua a partir

urbana - 25%).

da organização e desenvolvimento de cooperativas de coleta seletiva. Parte da renda é revertida para a Organização Não Governamental (ONG) Ecofuturo, que tem o propósito de disseminar o conceito e realizar projetos que promovam o desenvolvimento sustentável e o Projeto Movimento Catador (74 Cooperativas). O terceiro é o negócio, sustentado e desenvolvido por meio de uma consciência crescente do consumidor sobre sua responsabilidade

perante

a

sociedade.

PROCESSO O material pós-consumo (obtido na coleta urbana) é separado do lixo metropolitano e vendido como matéria-prima à Suzano através também de parcerias com cooperati-

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vas de catadores de papel.

cordas de menor tamanho. Após essa etapa, a pas-

Ao chegar à fábrica na Unidade Suzano, ele entra

ta entra em vários sistemas de centrifugação fecha-

em uma espécie de grande liqüidificador, chamado

dos que retiram as impurezas pesadas, como areia,

hydrapulper, que tem a forma de um tanque cilín-

pregos e pedaços de arame.

drico e um rotor ao fundo. Então, mistura-se água

A pasta de celulose reciclada, isenta de impurezas,

ao papel, desagregando-o e formando uma pasta

é concentrada em filtros e enviada para grandes

de celulose reciclada.

tanques de estocagem. Uma parte dessa pasta reci-

Acoplada à esta máquina, está uma espécie de pe-

clada é usada na produção de papel cartão, outra

neira chamada que inicia o processo de limpeza

parte é desaguada e prensada em blocos de 200

desta pasta, tirando impurezas de grandes di-

quilos e enviados para outra fábrica na Unidade

mensões, como plásticos, pedras e metais. Estas

Rio Verde.

impurezas são descarregadas automaticamente

Lá, a pasta de celulose reciclada fabricada a partir

em uma prensa para descarte em aterro industrial.

de aparas e das cooperativas de catadores de pa-

Em seguida, a pasta de celulose passa por outras

pel é transformada em um novo produto: o papel

peneiras mais fechadas para retirar plásticos, fitas,

“Reciclato”.


LAVAGEM VERDE

ECOLOGICAMENTE CORRETOS SÓ DA BOCA PRA FORA Por Letícia Pedroso Cabe aqui um alerta sobre empresas que dizem

bilidade social.

ecológicas e com responsabilidade social, mas

Encontramos alguns casos de companhias com

seus métodos não condizem com o rótulo de

a bandeira sustentável envolvidas em esquemas

amigas a natureza. Mais informações sobre o

de fraude. Impossível falar em responsabilidade

“green washing” na matéria a seguir.

ambiental sem lembrar o caso Samarco que

Empresas intitulam-se sustentáveis para conquis-

chocou o Brasil, em novembro de 2015. Passado

tar clientes e ganhar credibilidade no mercado,

um ano e seis meses após o maior desastre ambi-

mas de acordo com pesquisas a grande maioria

ental do país e quem sabe do mundo, a tristeza,

usa o termo apenas em campanhas publicitárias

dúvidas e incertezas ainda fazem parte da rotina

como uma boa estratégia de marketing.

dos moradores da cidade de Mariana (MG).

Para uma empresa ser verdadeiramente socio-

A Samarco defendia a proposta de ser uma “em-

ambiental ela necessita preencher uma série de

presa sustentável”. Mas até que ponto? De acor-

pré-requisitos e normalmente a proposta não sai

do com investigações feitas sobre a mineradora,

do papel. Os casos ocorrem principalmente nas

os danos ao meio ambiente já ocorriam antes

grandes companhias com faturamento expressi-

do acidente. Uma perda irreversível ao longo de

vo, isso porque, de acordo com o levantamento,

muitos anos. A única certeza é que ainda não

mais da metade dos empresários têm dificuldade

há uma solução definitiva para lidar com todo o

de enxergar as oportunidades de geração de lu-

rejeito que abriga o meio ambiente.

cro por meio de iniciativas sustentáveis e as ado-

Assim como a Samarco, algumas empresas prej-

tam apenas por pressão social.

udicam mais o meio ambiente do que protegem.

Além disso, uma fatia dessas empresas ainda não

Você também é parte desse ecossistema que vem

consegue equilibrar as três dimensões da sus-

sendo danificado por ações do homem. É hora

tentabilidade (ambiental, social e econômica), o

de mudar. Os meios de comunicação atuais pos-

que dificulta ainda mais a questão da responsa-

sibilitam o direito de resposta. Pense nisso!


ANUNCIO


PRÓXIMA EDIÇÃO

Comida Surreal

www.reartezar.com.br • Ano I • Edição 001 Editor Felipe Fernandes Jornalista Responsável Letícia Pedroso Registro número: 0005906/SC Fotógrafo James Thisted Diretor de Arte Fábio Luiz Silva

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Colunista Anja Grafenauer Projeto Gráfico Madre Silva Oficina de Criação Colaboradores: Carlos Carpinelli, Ithaka, Alegre Corrêa, Flavius Raymundo, Sabrina Schultz, Duca, Elias Lanzarini, Filipe Anjos, Jana Brockhaus e todos os anunciantes desta edição. Todos são muito importantes para a realização deste trabalho. Muito obrigado! A Revista Reartezar tem 2 mil exemplares.

Distribuição

gratuita,

concentrada em Florianópolis. Material impresso em papel “Reciclato” na Coan, em Tubarão (SC) Contato: revista@reartezar.com.br Fone: 48 991529466 Whatsapp: 48 9 98164538.


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Rua Manuel Severino de Oliveira, 653 - loja 08 Lagoa da Conceição - Florianópolis (SC) 48 3371-8552 • 991723971



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