Jornal OutrOlhar | Edição 19 | Junho de 2009

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ANO 6 | EDIÇÃO Nº 19 | JUNHO 2009 Maristela Leão

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - UFV

Novo Enem

Entenda o que muda no ingresso do Ensino Superior

páginas 2 e 5

Dênny Sivieiro

Fauna Brasileira

Criar animal silvestre em casa é ilegal

página 8

Reproduçção

opinião e cidade

Vigilantismo e a repercussão da instalação de câmeras em Viçosa páginas 3 e 4

entrevista

Futebol de Viçosa As histórias e os ídolos do esporte local

página 11

cultura

Descubra o valor da leitura na infância página 15

Lei Rouanet: propostas na lei de incentivo à cultura página 7


opinião opinião

AO LEITOR

Jornalismo público e de qualidade

O jornalismo comercial adota, de um modo geral, critérios de escolha do que é notícia tomando como base os interesses dos proprietários e acionistas do jornal; os interesses econômicos (vender jornal); os interesses de editores geralmente comprometidos com o status quo da empresa; e os interesses por aquilo que está na mídia. Já o jornalismo público – praticado sejam em emissoras de rádio e tevê educativas ou em jornais universitários, laboratórios, etc – deveria adotar um caminho inverso. A decisão do que seria notícia em veículos que recebem recursos dos cofres públicos poderiam tomar como base a seleção de pautas convergentes aos interesses das políticas públicas nacionais, a nível estadual e municipal; preocupar-se mais com assuntos de interesse social que econômico e mais com assuntos fora da mídia que mercadológicos. O “OutrOlhar”, desde seu início, sempre adotou essa postura. E nesta edição, despontam também assuntos que afetam de alguma maneira o nosso público-alvo: estudantes do ensino médio das escolas públicas da cidade e região. Com essa preocupação, a intenção do jornal sempre foi de selecionar assuntos a partir de uma pauta já esquecida pelo jornalismo comercial, prestando contas à sociedade e na busca de desenvolver experiência sobre a prática de um jornalismo público de qualidade.

prof. Ricardo Duarte

Mais uma do Mec... Nízea Coelho

Como tudo neste país, mais uma proposta foi lançada sem consulta ao povo, porém, desta vez, não houve tempo para pensar na resposta. Ou melhor, para pensar, apenas pensar, houve sim. “Magníficos reitores, vocês têm até o dia 30 do próximo mês para definirem se querem mudar radicalmente o sistema de ingresso dos estudantes em suas instituições.” “Mas ministro, o tempo não está muito curto?” “Oh! Desculpem-me, vocês têm razão. Vou dar-lhes mais 20 dias.” Obviamente este é um diálogo imaginário, mas não deixa de transparecer a situação inusitada da proposta do Ministério da Educação (MEC): unificar o sistema de ingresso em universidades por meio do

Endereço: Vila Giannetti, Casa 39, Campus Universitário - 36570-000 - Viçosa, MG Tel: 3899-2878

Reitor: Prof. Luiz Cláudio Costa Diretor do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Prof. Walmer Faroni

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ões? Isso sem falar daqueles que não têm acesso diário à internet, meio onde serão divulgadas notas e resultados. Há ainda mais uma questão, talvez a mais importante: como ficará a qualidade do ensino? Sim, porque durante a inscrição os estudantes terão acesso às suas notas e à nota corte do curso pretendido. De forma que ele poderá, facilmente, optar por um curso que não almeja apenas para ter a vaga garantida em uma Universidade Federal. Está passando da hora de se pensar o futuro dos profissionais no Brasil. Fica a pergunta: depois do Reuni, do Prouni, das Cotas, da Unificação e de tantos outros programas, a intenção é realmente fazer um país melhor

É necessário redescobrir o Brasil Maísa Oliveira

“No ano de 1.500 Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil”, “Em 1.888 a princesa Isabel libertou os escravos”. Mesmo sabendo que os fatos históricos não aconteceram bem assim alguns livros didáticos e professores ainda ensinam o Brasil sob esta ótica eurocêntrica, reduzindo ou mesmo desconsiderando personagens de extrema importância para a formação histórica do país, os indígenas e os africanos. Buscando solucionar esta falha no ensino brasileiro o governo federal sancionou, no dia 10 de março de 2008, a Lei Coordenadora do Curso de Comunicação Social/Jornalsimo Profª. Soraya Ferreira

Jornal-laboratório produzido pela turma de 2007 do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa.

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A proposta é boa? O formato será produtivo? Pode até ser, afinal há muito se busca uma reformulação do temido vestibular. Mas é preciso entender que questões desta proporção necessitam ser melhor debatidas. É certo que o Governo vai repassar mais recursos para a assistência estudantil, mas quem garante que o pernambucano que passar no Sul do país vai ter acesso a este repasse? E como ficarão os estudantes do Sudeste? Apesar desta região apresentar as maiores notas no Enem, estas não refletem as notas dos alunos de escolas públicas. Eles vão, então, perder suas vagas para vestibulandos de outras regi-

Editor Chefe Prof. Ricardo Duarte (Interino) Registro: MTB 3123 Assistente de Edição Thiago Araújo Redação e Revisão André Pacheco, André Vince, Andriza de Andrade, Bárbara Gergeiheimer, Daniel Leite, Daniela Araújo, Daniela Silva, Dênny Sivieiro, Elizângela Arêas, Elder Barbosa, Eloah Monteiro, Éverton Oliveira, Felipe Cardoso, Fernanda Monteiro, Fernanda Pônzio, Fernanda Reis, Fernanda Viegas, Fernando Nardy, Geanini Hackbardt, Jéssica Marçal, Lara Carlette, Lívia Alcântara,

11.645/08, que alterou e estabeleceu novas diretrizes e bases à educação. Assim, tornou-se obrigatório o ensino de “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” nos ensinos funda-

A lei isolada não tem poder algum. mental e médio, tanto de escolas públicas, quanto de particulares. Sem dúvida esta foi uma iniciativa importante, talvez o primeiro passo rumo a uma educação mais democrática, no sentido de todas as heranças culturais Lorena Tolomelli, Luan Henriques, Luciana Melo, Luciana Castro, Luiz de Moraes, Luiz Nemer Neto, Marília Cabral, Maísa Oliveira, Maria Antônia Perdigão, Maristela Leão, Mateus dos Santos, Michelly Oda, Nízea Coelho, Oswaldo Botrel, Pedro Nunes, Raul Gondin, Roselly Rodrigues, Samanta Nogueira, Talita Aquino, Thaís Castro, Thiago Araújo, Titina Maia e Victor Godoi Diagramação: André Pacheco (Cultura), Raul Gondim e Eloah Monteiro (Ciência e Tecnologia), Talita Aquino e Eloah Monteiro (Comportamento), Marília Cabral e Fernanda Pônzio (Esportes), Fernanda Reis (Entrevista), Thiago Araújo (Cidade). Os alunos de Opinião e Meio Ambiente compartilham os créditos de suas respectivas diagramações.

brasileiras – indígena, africana e européia – serem igualmente contempladas. No entanto, a lei isolada não tem poder algum. Para que ocorra uma mudança significativa no ensino da “História do Brasil” é necessário, primeiramente, qualificar professores. Caso contrário, estes acabarão tratando a temática indígena e africana com superficialidade, falando apenas sobre curiosidades que não contribuem em nada para a compreensão da participação desses povos na formação nacional. Assim, prevalecerão preconceitos e esteriótipos. E pior, o discurso do colonizador continuará se impondo sobre o colonizado.

Impressão Divisão Gráfica Universitária Tiragem 1500 Exemplares Os textos assinados não refletem a opinião da Instituição ou do Curso, sendo de inteira responsabilidade de seus autores

A “meia” da maioria

Lorena Tolomelli

A maioria das instituições de ensino adotam a carteira de estudante para a identificação dos alunos. Do lado de fora da escola, esse documento pode garantir descontos em locais como cinemas, teatros e shows musicais. Na verdade, a “meia-entrada”, pagamento relativo à metade do valor real do evento, é um direito dos estudantes não muito exercido em Viçosa. Com exceção do cinema, em nenhum outro lugar funciona esse sistema, nem mesmo nas apresentações teatrais no campus da UFV. Isso porque a situação da cidade é atípica, com muitos estudantes, a maioria jovens cheios de disposição para sair e se divertir nas baladas e barzinhos. Se as festas universitárias vendessem bilhetes de meia-entrada, praticamente todos os participantes pagariam metade do preço, inclusive os estudantes do ensino médio. Por quê não adotar um valor único? Os promotores de eventos dizem que o valor cobrado já é a meia-entrada, mas nunca se viu o bilhete com o preço “inteiro”. O fato é que desconto atrai público e entre os jovens esse efeito é ainda maior. Como a maior parte dos estudantes ainda não tem uma fonte fixa de renda, o dinheiro não costuma sobrar no fim do mês. É por isso que cada vez mais farmácias, restaurantes e até cabeleireiros aliviam o bolso da galera. Mesmo que este abatimento seja só para os universitários, já é alguma vantagem. Um dia, os alunos do segundo grau vão entrar na faculdade e poderão usufruir dessas facilidades. É claro que o uso da meiaentrada em mais eventos seria muito melhor. Mas se pensarmos bem, Viçosa ainda oferece opções baratas de lazer, o que não é fácil encontrar nos grandes centros. Em todo o caso, na dúvida, é só pegar um cineminha que sai pela metade do preço enquanto a vida de estudante durar.


BBB Viçosa Luiz Nemer

Não. Não teremos o reality show Big Brother Brasil aqui em Viçosa. Na realidade, até pode ser algo similar, mas com uma diferença: quem antes ficava vigiando os confinados, agora será o vigiado. Isso porque estão sendo instaladas câmeras de segurança em alguns pontos do centro da cidade. A finalidade? Trazer mais segurança. Mas será que com a prometida segurança, não virão outros problemas? Essa é a solução adequada para combater a criminalidade? Alguns críticos afirmam que o efeito dos dispositivos de vigilância se aproxima do contexto da ditadura, já que elas passam a inibir certos comportamentos não só dos criminosos, mas das demais pessoas. Outro ponto. Com as câmeras funcionando, os assaltantes devem parar de atuar nas áreas por elas cobertas. Isso é bom. Mas para onde eles irão? Provavelmente, devem encontrar novos lugares, para novos assaltos. Por isso as câmeras podem gerar uma falsa sensa-

opinião

ção de segurança, e isso, não é bom. Quanto à solução, podemos pensar no seguinte: hoje as câmeras de segurança fazem parte do processo de modernização dos municípios, e isso se tornou algo praticamente irreversível. Entretanto, elas não são capazes de solucionar tudo. Por isso o ideal é agir na raiz do problema, através de um investimento paralelo considerável em todo o sistema educacional. Além disso, também é necessário criar mais empregos e melhorar o sistema penitenciário, que atualmente se mostra incapaz de ressocializar seus detentos. Se isso não for feito, essa ação será igual a da chamada “Operação Tapa-Buraco”, do Governo Federal, em que os buracos tapados voltam em pouco tempo, mas que se o reasfaltamento fosse realizado, isso não aconteceria. Se administração pública tentar tapar os buracos da criminalidade com câmeras, não vai adiantar muita coisa. O pior é que nesse Big Brother nenhum de nós pode ganhar um milhão de reais...

opinião

Cotas: a inclusão dos excluídos? Luciana Castro

Conquistar uma vaga no ensino superior público brasileiro não é nada simples. Primeiramente você precisa possuir conhecimentos acumulados que superem os de seus concorrentes. Por isso, quem não recebeu a adequada formação na base escolar enfrenta grandes dificuldades nesta seleção. Como tentativa de nivelar a enorme desigualdade no ingresso das universidades públicas, implantou-se, em algumas entidades brasileiras, o sistema de cotas. Ele surgiu com a proposta de dar oportunidades a quem antes não as teve, e ainda, aumentar o percentual de negros na graduação, promovendo assim o exercício da inclusão. Questiona-se, no entanto, esta forma de inclusão, seja ela social ou racial. É fato que o pobre fica muitas vezes a mercê de uma vaga na universidade por

não ter tido condições de pagar por um estudo base qualificador. E esse é o grande problema: ter que comprar a “boa” educação, já que o ensino desqualificado da maioria das escolas públicas do país responde por tamanha exclusão na inserção universitária. Desta forma, criam-se as cotas sociais pra minimizar tais desvantagens. E assim a sujeira vai sendo jogada para debaixo do tapete e o discurso inclusivo encobre a precariedade do nosso sistema educacional.

Segregar é aumentar ainda mais o preconceito. Seguindo a mesma linha, tem-se as cotas raciais. Estas fomentadas por um discurso ainda mais fervoroso de banir o

racismo do ensino superior. É, no entanto, perceptível e preocupante o negro ocupar tão poucas cadeiras na academia. Mas designá-lo como aluno especial pela concessão de um favorecimento no ingresso superior devido à sua cor é, no mínimo, uma forma segregacionista. E segregar é aumentar ainda mais o preconceito. As cotas raciais são muitas vezes justificadas como uma forma de tentar reparar as injustiças históricas. Contudo, o negro não precisa se ater ao passado, neste aspecto, para conseguir fazer seu futuro. A ele e aos demais brasileiros é imprescindível que seja oferecido, pelo Governo, um ensino de base educador e qualificador. Assim o negro, o branco, o pobre, o rico, o brasileiro será capaz de vencer pela sua competência e esforço, sendo ele próprio o construtor de seu sucesso.

A Revolução científica e a Bioética Luiz de Moraes

Nos filmes de ficção científica nós já vimos histórias sobre clones, criaturas metade homem-metade bicho, pessoas modificadas em laboratório que viram monstros terríveis, etc. Depois da decodificação do genoma humano e com as novas potencialidades da biotecnologia, a ficção daqueles filmes pode já não ser tão fictícia assim. Os meios de comunicação têm divulgado, com uma freqüência incrível, resultados às vezes assustadores de pesquisas científicas de ponta. As novas técnicas da engenharia genética aplicada, sobretudo, e as possibilidades que ela trará num futuro próximo levantam questões críticas sobre os direitos humanos, nossa segurança biológica e nossa dignidade. Quando uma experiência pretende alterar o patrimônio genético da raça humana, por exemplo, ela pode ter implicações muito perigosas. No entanto, sociedade e Estado

devem incentivar a pesquisa e estimular novas técnicas que possam aliviar os problemas da humanidade. No caso dos alimentos transgênicos, por exemplo, as qualidades que estão no mercado há anos e vem sendo consumidas até agora não afetaram a saúde de ninguém. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) fiscaliza a segurança ambiental e alimentar deles. Logo, não creio que os transgênicos sejam uma preocupação. Porém, o furor dos cientistas deve ser freado quando necessário. Em 2007 o governo inglês apresentou um projeto para autorizar a criação de embriões híbridos humano-animal, o que poderia gerar organismos instáveis ou aberrações! É possível que eles já estejam sendo criados em laboratórios secretos pelo mundo. A vida humana não pode ser subordinada ao abuso científico! É um contra-senso que estejam criando “bebês-medicamentos” para matá-los e doar a medula deles! O embrião é um ser hu-

mano digno de direitos. O próprio congelamento de embriões para fertilização in vitro já é um absurdo!

A vida humana não pode ser subordinada ao abuso científico! Desenvolvimento tecnológico às vezes significa retrocesso, não progresso. Se os cientistas começam a gerar embriões para matar os imperfeitos e selecionar os que têm a genética desejada (eugenia), seria como voltar às práticas dos antigos pagãos que jogavam suas crianças deficientes ao fogo ou atiravam-nas penhasco abaixo. O materialismo e a eugenia vergonhosa mascarada com bons sentimentos não podem convencer-nos! Só Deus sabe aonde nos levará esse “cientificismo”...

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cidade

Maristela Leão

cidade

Olho Vivo é instalado em Viçosa Daniela Araújo

Câmeras instaladas no início da Av. P.H. Rolfs, próximo às 4 Pilastras

Para trazer maior segurança à população, Viçosa vai implantar o projeto “Olho Vivo”, desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia e Sistemas da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O projeto prevê a instalação de câmeras de vigilância em pontos estratégicos da cidade, onde há maior incidência criminal. A idéia de implantação do projeto surgiu no 1° Fórum de Segurança, que aconteceu em 2006, organizado pelo Lions Clube, o Rotary Clube, a Associação Comercial de Viçosa, a UFV e a Prefeitura. Segundo o secretário de desenvolvimento, Ramon Carlos Fernandes, que na época era o secretário de trânsito, a cidade vivia uma crise de segurança pública em

Desenvolvimento social é meta

da cidade com o SENAI

que tem acontecido é que está partindo para a marginalidade. A gente sabe que eles estão ali é O Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem por uma falta de opção. Se a gente conseguir faIndustrial – é uma instituição de educação pro- zer com que aquelas pessoas tenham uma qualifissional, que tem como objetivo a capacitação ficação, a gente tem certeza que elas vão ter uma de pessoas para aturarem no mercado industrial. boa produtividade”, afirmou a vice-prefeita de Hoje o Serviço está presente em todos os estados Viçosa, Lúcia Duque Reis. do país e apresenta uma varieOutra contribuição do Serdade de cursos nas modalidaPossibilitar o viço é em relação aos pequedes: aprendizagem, técnico, nos e médios empresários que acesso de mais superior, pós-graduação, quaatuam na cidade. Segundo o lificação e aperfeiçoamento. presidente da Adevi (Agência viçosenses a uma Todos os cursos oferecidos de Desenvolvimento de Viçopelo Senai, nas 27 áreas de sa), Anderson Donizete Meira, formação que lhe atuação, são gratuitos. há “inúmeros empreendedores Para Viçosa a instalaem investir em permita melhorar na interessados ção do Senai representa um Viçosa e que esbarram, dentre avanço no desenvolvimento sua condição de vida outras coisas, na falta de mão social. Uma parcela signifide obra qualificada no nível cativa da população local não técnico”. Além disso, com o é a finalidade da tem a oportunidade de cursar pessoal capacitado para a atuo ensino superior, principalação no mercado de trabalho, prefeitura. mente em instituições públia cidade estará mais propícia a cas, como a UFV. Dados do Reampliar a sua atividade produtiva e absorver os gistro Escolar da própria universidade mostram novos trabalhadores, é o acredita o presidente da que, em 2008, do total de alunos ingressantes na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Viçosa, graduação, aproximadamente 18% eram de na- Antônio Ciríaco Teixeira da Silva. tivos. Em 2009 esse percentual foi de cerca de Em Viçosa o Senai não tem data confirmada 16%. Possibilitar o acesso de mais viçosenses a para a implantação. Porém, já ficou acertado o uma formação que lhe permita melhora na sua local que será atrás do Colégio Viçosa, na rua condição de vida é a finalidade da prefeitura. “O Gomes Barbosa, Centro.

Fernanda Viegas

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2006 e o fórum discutiu medidas como o aumento do efetivo policial e o monitoramento das principais ruas da cidade. O comandante da 97ª Companhia Especial da Polícia Militar (PM), Major Ranieri Márcio da Cruz, afirmou que a execução do “Olho Vivo”, no 34° Batalhão da PM em Belo Horizonte, reduziu de forma significativa o número de delitos na região. Ainda segundo o Major, a utilização das câmeras inibe a prática criminosa, pois além de serem monitoradas 24 horas por dia e possibilitar uma ação imediata da polícia, as imagens podem ser utilizadas como prova judicial. A opinião dos moradores da cidade ainda está dividida. Alguns acreditam que as câmeras vão ser capazes de diminuir os delitos cometidos,

principalmente os assaltos muito comuns no Centro, mas o projeto somente será eficiente se houver uma ação efetiva da polícia, averiguando os fatos e detendo os infratores. Outros acham que a medida não surtirá muito efeito, uma vez que os ladrões não se inibem em praticar assaltos em plena luz do dia. Viçosa será o terceiro município do interior de Minas a receber o projeto Olho Vivo, que até o momento já foi instalado em Uberaba e Montes Claros, além da capital mineira. O investimento para implantação do projeto foi financiado pelo Governo do Estado e alcançou o valor aproximado de R$ 600 mil. A prefeitura vai arcar com os custos de manutenção e monitoramento em um valor estimado em R$ 60 mil por ano.

Projeto de estádio dá novos

rumos ao esporte MIchelly Oda

“Não temos em Viçosa um espaço público com estrutura adequada para a prática de esportes. Principalmente depois da demolição, no ano passado, do Estádio Carlos Barbosa”, essas são as palavras do Chefe da Divisão de Esportes da Prefeitura Municipal de Viçosa, Adaílson Abranches. Mas como já publicado na mídia da cidade, o problema que envolve esse assunto parece estar com os dias contados. Está em desenvolvimento um projeto para a construção de um estádio na cidade. Ainda não há prazos para o começo das obras, pois a Prefeitura tem primeiro que elaborar um projeto para ser encaminhado ao Ministério dos Esportes, mas a Câmara Municipal de Viçosa já entregou ao Ministro Interino dos Esportes, Wadson Nathaniel Ribeiro, um documento oficial reinvindicando a construção de um estádio para incentivar a prática de esportes na cidade, o que já representa

um começo. O empreendimento é resultante da parceria entre a Prefeitura de Viçosa, o Ministério dos Esportes, a UFV, a Asav e a Liga Esportiva da cidade. O projeto propõe a construção de um estádio para 10 mil pessoas, com grama natural e dimensões oficiais, localizado na rua do Pintinho, no Bairro Bela Vista, no terreno da Asav, ao lado ginásio já existente, que inclusive fará parte do projeto, pois conta com uma boa estrutura de vestiários, banheiros e salas de fisioterapia e de reunião. A construção do estádio será um grande passo para melhoria da estrutura esportiva da cidade, que mesmo com algumas deficiências, tem equipes de futebol regularmente organizadas e competitivas, além disso, há campeonatos municipais, com atletas de diversas faixas etárias. O presidente da Liga Esportiva, Pedro Saraiva, destaca a importância social que o empreendimento possui, pois, tornará viável o desenvolvimento de projetos que utilizem o esporte com forma de cidadania.


Diagramação Thiago Araújo sob foto de Maristela Leão

cidade cidade

O que muda com o novo Enem? MEC promove reformulações no Exame Nacional do Ensino Médio que podem modificar os rumos do ensino no país

Questões/Tempo 63 questões + redação 5h (em um dia)

180 questões + redação 10h (em dois dias) (4h30min no dia 2/10 e 5h30min no dia 3/10)

Aproveitamento Cada universidade pode escolher como vai utilizar a pontuação do novo Enem.

Conheça as quatro modalidades: Fase Única A universidade selecionará os estudantes com as melhores pontuações para todas as vagas, em substituição ao atual vestibular.

Primeira etapa A pontuação no Enem é utilizada substituindo a primeira fase. O aluno ainda precisa fazer provas específicas (segunda fase), aplicadas pela universidade, para conquistar a vaga.

Integrado ao vestibular Parte da pontuação do exame é utilizada em conjunto com o atual vestibular da universidade. É a opção da UFV. A participação do Enem por aqui sobe de 20% para 50%.

Vagas remanescentes A universidade convoca os melhores classificados para as vagas que restaram após o vestibular.

por Maristela Leão e Thiago Araújo Desde sua criação em 1998, o Enem é utilizado como o método de avaliação do ensino médio no Brasil. O exame ficou conhecido por ser uma prova que preza pela interdisciplinaridade e a contextualização. O Ministério da Educação (Mec), em 31 de março deste ano, enviou um projeto aos reitores das universidades federais do país com o intuito de unificar e substituir os vestibulares tradicionais por uma única prova. Esse exame seria um novo Enem, que passa por reformulações. A primeira mudança será na duração. Antes o exame acontecia em um dia, em 2009, será nos dias 3 e 4 de outubro. Nesses dois dias, os alunos terão em média 2 horas e quinze minutos para resolverem cada uma das 4 provas, mais 1 hora para a redação (segundo dia). As provas tem início às 13h. O número de questões também aumenta: de 63 passa-se para 180, divididas agora em quatro áreas do conhecimento (outra novidade). Segundo o Mec, essas serão questões que não possuem uma única disciplina como referência. Para resolvê-las o aluno deverá recorrer às competências que o Exame exige, extrapolando as fronteiras entre as disciplinas. A redação volta com a temática focada mais uma vez nas questões sociais e globais, privilegiando as chamadas “atualidades”. Com relação ao tipo de questão que o novo Enem pretende utilizar, o coordenador de um curso preparatório para o vestibular da cidade, Ademir Ricart Alves, diz que “essas questões já vem sendo praticadas por muitas universidades” e que, sendo assim, não pretende por enquanto modificar o modo como prepara seus alunos. “Quem estuda, está preparado para qualquer prova”, completa. O Enem vai continuar valendo para o acesso às universidades particulares por meio do Prouni, mas em certos casos o ingresso nas federais mudará radicalmente. São quatro as formas de utilizar a pon-

tuação do novo exame. Dentre as 55 instituições federais, até o fechamento dessa edição, 27 já haviam se posicionado a favor da utilização do exame em alguma modalidade. As universidades estão cautelosas. O diretor da Diretoria de Vestibular e Exames da UFV, Orlando Pinheiro da Fonseca Rodrigues diz que “a implantação não pode ocorrer da noite para o dia, deve-se estabelecer metas, critérios e garantir em lei a continuidade do projeto independente de governos”. Como a proposta é de um exame único para todo o país, as causas dessa preocupação seriam o possível êxodo de estudantes que poderá ocorrer principalmente do norte para o centro-sul. Outros motivos seriam o aumento de recursos da União para atender a demanda de segurança nos dias das provas, a contratação de profissionais para aplicá-las, a questão das cotas sociais dentre outras, isso tudo tendo em vista que, segundo Orlando, hoje o vestibular tradicional é auto-suficiente. Orlando ainda afirma que o histórico do Brasil é dotado de atitudes imediatistas que já provocaram grandes prejuízos à educação do país. Logo, o que deveria ser pensado são métodos de valorização dos professores de ensino médio e fundamental, além do conteúdo dado para que todos tenham as mesmas oportunidades. Nesse sentido, o Mec apresentou no mesmo mês em que enviou o projeto do novo Enem, uma proposta para Reformulação do Ensino Médio baseado nas competências e nas áreas do conhecimento exigidas no Exame. Um outra questão polêmica do novo Enem é o Sistema de Seleção Unificada. Esse sistema vem sendo comparado a um “leilão”. Na proposta original, a disputa pelas vagas nas universidades que adotassem o Enem como fase única seria realizada via internet durante um período onde o candidato poderia mudar suas opções entre os cursos quantas vezes quisesse, até a divulgação do resultado final.

Áreas do conhecimento 1º dia

Ciências Humanas (História e Geografia) Ciências Naturais (Física, Química e Biologia)

2º dia

Linguagens (Português e línguas estrangeiras*) Redação = Redação Matemática = Matemática * Inglês e espanhol só em 2010

Novas competências Dominar linguagens Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica. Compreender fenômenos Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. Enfrentar situações-problema Selecionar, organizar, relacionar, interpretardados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. Construir argumentação Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. Elaborar propostas Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sócio-cultural.

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cultura cultura

Joana Soares

Festa Junina: a maior

manifestação popular do interior brasileiro Fernanda Monteiro

As festas juninas são a atração mais aguardada pelo povo brasileiro depois do carnaval, e tem origem européia. Os aldeões faziam rituais nessa época do ano para celebrar o solstício de verão (dia mais longo do ano), que acontecia entre 22 e 23 de Junho. “Depois o Vaticano deu a essa festa pagã um significado religioso, ao comemorar o nascimento de Santo Antônio de Pádua (13), que ficou conhecido como santo casamenteiro; de São João Batista (24), que realizou o batismo de Jesus; e a data de falecimento de São Pedro (29), que é popularmente conhecido como guardião do portão do céu” esclarece a antropóloga Josefa Mendes. Como a maioria das festas que se torna popular no Brasil, a festa junina foi incorporando elementos que a tornaram mais rica, como a quadrilha, dançada na França apenas pela nobreza e que se tornou a principal atração do bailão na roça.

Em Viçosa, a Apae (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) promove há três anos uma festa junina organizada pelo grupo de pais Parceiros da instituição, realizada no Bairro de Fátima, e aberta a toda a comunidade viçosense. O festejo ocorre no final do mês do mês de Junho, com barracas de comida típica, jogos e apresentação de quadrilhas de alguns bairros da cidade, além de baile com bandas locais. A assistente social Maria das Dores Lopes, da Apae, afirma que esse projeto arrecada fundos para a instituição. “Além disso, nós promovemos outro arraial junino apenas para pais e alunos, que acontece na sede rural”, completa Dora. O norte do Brasil é a região que possui maior peculiaridade no que diz respeito às comemorações juninas. As lendas indígenas têm presença marcante no folclore da região, e faz com que o tradicional arraial divida espaço com as encenações de boibumbá, personagem típico da Amazônia. Nas festas esco-

lares, as crianças oferecem à São João boizinhos confeccionados de papel colorido, lata e retalhos de tecido. O ritual tem origem na lenda de Mãe Catirina que, grávida de Pai Francisco, teve desejo de comer língua de boi. Atendendo ao capricho da amada, o velho Chico vai atrás de sacrificar o animal, que resiste bravamente. A região Nordeste é a mais rica em tradição dos festejos juninos, por ser o centro de muitos ritmos e sabores típicos dessa época do ano. As cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) competem até hoje pelo título de “Maior São João do Mundo”, produzindo “mega-arraiás” durante todo o mês de Junho que movimentam a economia da região. No Sudeste ainda se mantém a tradição caipira, com a caricatura roceira originada nos interiores de São Paulo e Minas Gerais. Em muitas cidades pequenas, há a tradição de quermeces, e que a renda é destinada para a paróquia ou projetos comunitários.

A opção mais barata de lazer Roselly Gonçalves Rodrigues

Em outubro de 2008, o instituto Datafolha divulgou uma pesquisa, na qual 20% dos entrevistados disseram preferir assistir filmes em DVD ao assistir TV aberta, ir a shoppings, ir ao cinema, viajar, frequentar bares ou ir a festas e academias. Em Viçosa, esse gosto pelos filmes das locadoras e dos capturados na Internet se confirma, principalmente entre o público jovem. A cidade possui apenas uma pequena sala de cinema e, somente nos bairros centrais, possui 11 locadoras de filmes. A

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média de locações por semana é de 400 filmes, segundo a funcionária Lorena Ferrari, de uma das locadoras mais procuradas da cidade. Ainda de acordo com Lorena, esse número já foi maior, uma vez que agora as locadoras concorrem diretamente com a Internet. Em relação aos gêneros cinematográficos mais procurados, não há nenhuma surpresa, a preferência continua pelas comédias, mais prestigiadas pelos adolescentes, e os clássicos ficção e ação seguem em segundo lugar. O funcionário Anderson Rabelo, da sala de cinema de Viçosa, disse que a faixa etá-

ria da maioria das pessoas que comparecem às sessões é de 13 a 22 anos. Afirmou também não haver uma preferência do público por algum gênero específico, mas confirmou uma notável predisposição das meninas adolescentes para comédias românticas ou romances em geral. Para quem também aprecia uma boa pipoca, seguem alguns filmes que chegam nos próximos meses nas telonas do Brasil: “Exterminador do Futuro - A Salvação”; “Transformers 2: A vingança dos derrotado”; “Harry Poter e o Enigma do Príncipe” e “A era do Gelo 3”.

O Nordestão é o maior festival de quadrilhas do Nordeste, onde os grupos juninos competem pelo título de melhor quadrilha da região

O Rei comemora 50 anos de carreira

Lara Carlette

Primeiro foi o ritmo alucinante da jovem guarda, depois foram os badalados tempos do iê-iê-iê, chegando rostinho colado das canções românticas da década de 80 começam a descrever uma trajetória de muito sucesso, a do consagrado rei da Música brasileira, Roberto Carlos. Trajetória esta, ainda sem ponto final. Mesmo sendo da geração das pessoas hoje na faixa dos 40 e 50 anos, Roberto ainda rouba a cena, ou melhor, os ouvidos, da garotada. Fãs clubes juvenis e comunidades no Orkut como “Jovens fãs de Roberto Carlos” tem expressivo número de integrantes. Completando 50 anos de carreira em 2009, o cantor, ainda vivo entre as gerações, consegue reunir grandes platéias de várias idades. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, onde passou sua infância e adolescência (mesma cidade desta repórter que aqui escreve), trocou as praças

da pequena cidade e o material de engraxate pelo conservatório de música até se tornar o cantor que mais vendeu discos na América Latina. A estudante Ana Flávia Cunha, 14, declara sua admiração pelas canções de Roberto. “Eu sei que ele não é tão atual, mas suas músicas são tocantes. Acho que todo mundo, independente da idade consegue se identificar um pouco com as letras”. Já o estudante, Guilherme Rosa, 22, do Curso de Química da UFV, confessa não ser “tiete” de Roberto, mas aprecia bastante o estilo musical e as letras. Suas composições também fazem sucesso na voz de outras bandas da juventude atual. As músicas, “Além do Horizonte”, regravada por Jota Quest., “Falando Sério”, pelo conjunto baiano Babado Novo, “Jesus Cristo”, pelos Titãs, provam que as canções e composições do Rei estão mais enraizadas na cultura do brasileiro do que se pode imaginar, afinal de contas ele é o Rei.


cultura

cultura Governo propõe mudança Teatro solidário na lei de incentivo à cultura

Felipe Mendes

A lei Rouanet, que tem por objetivo estimular investimentos em atividades culturais (shows, teatros, exposições etc.), foi criada em 1991. O mecanismo usado é o incentivo fiscal, ou seja, as empresas interessadas em patrocinar alguma produção cultural deixam de pagar uma determinada quantia em impostos ao governo, comprometendo-se a usar esta quantia no patrocínio de uma determinada atividade cultural. O Ministério da Cultura (MinC) está propondo uma mudança nessa lei. O MinC alega que do jeito que está, a lei tem concentrado investimentos nas regiões sul e sudeste, estando a verba na mão de poucos produtores. Isto acontece por que fica a cargo da empresa escolher o projeto a ser patrocinado. Na

O egresso do Curso de Comunicação da UFV, Rafael Munduruca, conseguiu aprovação via lei Rouanet do projeto “O Café com Papo”, um evento de debates sobre temas que envolvem Cidadania. E – aprovado na Lei Rouanet, comentou sobre as possíveis mudanças. “Ninguém é contra modificações na lei, desde que seja para melhor. O que não podemos é perder esse sistema de financiamento que apesar de todos os problemas vem beneficiando e muito a cultura em nosso país”, disse Rafael. O projeto da nova lei Rouanet ficou sob consulta pública no site do Minc durante 45 dias, terminados no dia 6 de maio. O MinC recebeu mil e quinhentas propostas vindas de diversos setores da Sociedade Civil. Para ser aprovada, a nova proposta precisa ser submetida à aprovação do Congresso Nacional.

arquivos pela rede) deu o ar de sua graça e mostrou uma nova maneira de consumir música. Se há anos era através do LP ou do CD, hoje pode-se ter qualquer música que seja em um simples arquivo digital chamado Mp3. E o melhor, não precisando pagar. Mas isso não quer dizer que a coisa seja assim tão simples. Existe toda uma indústria por trás das melodias e letras de sua banda preferida. E essa indústria tem - até certo ponto - a lei ao seu lado. A advogada Ana Gori é especializada em Direitos Autorais e cantora independente, o que dá a ela conhecimento no que diz respeito à propriedade intelectual. “O erro está na interpretação da lei e não nela própria”, diz Ana, e completa, “é preciso evoluir para um conceito mais concreto e menos subjetivo. O escopo da lei

é dar condições aos artistas de viverem de sua arte.” E é justamente por ter pessoas que vivem da arte (nesse caso a música) que uma lei é importante, porém, nunca se deve esquecer que o monopólio sobre a produção cultural traz uma série de pontos importantes. É o que conta o assessor de imprensa da Fundação de Artes de Ouro Preto, Saulo Rios: “ Há uma série de interesses em jogo. O interesse das gravadoras é sempre lucrar com as músicas.” E muitas vezes apenas o lucro é visado, deixado de lado todas as emoções pessoais que uma canção pode trazer ao ouvinte. Por isso a lei precisa ser revista para se adequar à nova mentalidade da massa em consumir música. Ninguém mais paga por emoções, ainda mais se elas ocuparem poucos megas no disco rígido.

Caiu na rede é MP3 André Pacheco

De um lado temos as gravadoras e do outro milhares de internautas ávidos para escutar - na maioria gratuitamente - música. Um duelo que está sendo travado desde o início da década quando o Napster (um programa de compartilhamento de fique esperto

Baixar músicas pela internet pode ser considerado ilegal, mas isso depende da interpretação feita da lei. O que acontece é que a nossa legislação não deixa claro se é crime ou não quando existe o compartilhamento sem a obtenção de lucro de alguma das partes.

Em cima de um palco não há diferença, todas as pessoas são iguais, não há distinção de cor, religião, preferências. Todos são simplesmente atores. E isso não é diferente na Oficina de Teatro da UFV. Desde 2001, o projeto tem a função de repassar técnicas teatrais e circenses. Porém não é só de técnicas que vive o teatro. Em uma cidade pequena onde o meio acadêmico e a cidade se diferenciam por status, é nessa oficina em que pessoas dos diferentes meios se encontram e fazem do palco lugar comum. Para o professor Fabrício Figueiredo, autor do projeto, a diferença é que para o artista todo mundo é igual. A arte se sobrepõe a qualquer que seja o valor inserido na pessoa. Em cima de um palco a pessoa é o artista, não mais uma pessoa que mora na cidade de Viçosa ou um estudante. Há uma integração entre todos esses “tipos” diferentes. A estudante Nubya do Nascimento entrou para o projeto depois de ser convidada por um amigo, estudante da UFV. “Eu não sabia que pessoas da cidade podiam participar. Fui

meio que na cara dura, sem saber se podia ou não”. Mesmo assim ela fez a prova de aptidão e entrou para a oficina. Segundo ela, em momento algum as pessoas da oficina a trataram de forma diferente por ser da cidade. Muito pelo contrário, ela diz que a integração é muito presente. O coordenador de Teatro da Divisão de Assuntos Culturais (Dac) da UFV, Luciano Cintra , gostaria que esse projeto fosse mais difundido, mas a universidade não dá suporte para isso. A divulgação da oficina, por exemplo, só é feita dentro do campus e pelo site da Dac, mesmo sendo as vagas abertas a toda a comunidade. Mesmo assim boa parte dos alunos da oficina são de Viçosa. Isso sem contar com o projeto desenvolvido com os alunos da Escola Effie Rolfs, sendo 25 vagas para adolescentes, geralmente entre 11 e 12 anos. Só é preciso atenção às datas de provas para ingresso na oficina. Elas são feitas no início de cada ano letivo. Existem turmas em vários dias da semana e em horários diferentes. Mais informações podem ser obtida na DAC, na casa 3 da Vila Giannette ou pelo telefone 38992659. Fernanda Monteiro

proposta de mudança assinada pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, continuará a empresa escolhendo qual projeto patrocinar. Porém, uma comissão formada por representantes dos setores artístico, empresarial e do próprio governo julgará qual a faixa de renúncia em que cada projeto cultural será enquadrado. “O principal objetivo da mudança é diversificar as formas de acesso aos recursos públicos por parte de produtores e artistas”, escreveu o ministro em um artigo publicado em vários jornais do país. No entanto, a proposta de mudança tem provocado algumas reações contrárias. Os críticos alegam que há o risco de, com a reforma da Rouanet, o governo poder direcionar recursos a projetos cujo conteúdo cultural lhe “agrade” mais. Uma espécie de dirigismo cultural.

Luan Henriques

Alunos durante aula da oficina de teatro

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meio ambie meio ambiente

Gestão de resíduos no Brasil é um lixo O Brasil só reaproveita 11,5% do lixo que produz a partir da reciclagem e da compostagem, que é um processo de reutilização do lixo orgânico. Segundo dados do Cempre (Compromisso empresarial para a reciclagem), quase todo o resto é descartado em aterros sanitários e lixões. Os aterros sanitários são locais onde se deposita o lixo, em que, além de existir uma preparação do terreno para o controle do impacto ao meio-ambiente, também ocorre uma seleção do que é descartado. Já os depósitos não-controlados, os chamados lixões, não recebem nenhum

Arte: Pedro Nunes

Foto: Dênny Siviero

Éverton Oliveira

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tratamento e causam diversos problemas à saúde da população. Os lixões são proibidos por lei, mas são institucionalizados por grande parte das prefeituras brasileiras. De acordo com o Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFV, a gestão inadequada do lixo é responsável por 65% das doenças do Brasil. Uma das iniciativas para diminuir os problemas associados ao lixo que vem sendo implementadas no país é o incentivo à formação de cooperativas de catadores. Elas têm crescido a cada ano e são as grandes responsáveis pela coleta seletiva no Brasil. A prefeitura viçosense também está inserida neste contexto. A Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Viçosa é uma idealização da assistente social Maria Eunice Mendes Freitas. Segundo ela, “os profissionais que se reúnem em cooperativas como esta

conseguem preços mais competitivos no mercado, porque negociam maiores quantidades e ficam menos sujeitos a atravessadores”. A grande vantagem da cooperativa, de acordo com Maria Eunice, é que além de diminuir o impacto ambiental causado pelo lixo, ainda proporciona dignidade e fonte de renda para os coletores da cidade. Além disso, os catadores conseguem melhorar o valor agregado dos materiais coletados na usina de beneficiamento da cooperativa, que foi financiada pela prefeitura. Esta usina está localizada na Travessa Purdue, no Centro de Viçosa, e possui hoje aproximadamente 116 coletores associados, segundo dados da própria instituição. No entanto, a falta de políticas de conscientização da população e de legislação mais rígida demonstram que os problemas causados pelo lixo estão longe de serem solucionados. Além disso, o uso de formas de produção de energia a partir da incineração desses resíduos é quase inexistente no Brasil e poderia representar uma alternativa energética bastante eficiente.

a gueir

Caso você possua um animal silvestre em casa e queira entregálo, pode ligar para a Polícia do Meio Ambiente de Viçosa, pelo telefone 3899-2668. Pelo mesmo número podem ser esclarecidas dúvidas ou se fazer denúncias sobre esses animais mantidos irregularmente. Vale ressaltar que quando o animal irregular é entregue espontaneamente, a pessoa que o possui fica isenta de penalidade. O Cetas, que trata os animais recolhidos, oferece a possibilidade de visita às escolas, desde que marcada com antecedência. O Centro pode ser contatado pelo telefone 3899-2495.

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Animais diferentes, incomuns no nosso dia-a-dia, sempre nos chamam a atenção. Algumas vezes as pessoas possuem grande curiosidade em conhecerem animais chamados de exóticos, ou silvestres. Mas o que são animais exóticos? E silvestres? Um dos médicos veterinários do Cetas (Centro de Triagem

O sargento José Félix Neto, comandante do 2º Grupo de Polícia Militar do Meio Ambiente, que fica em Viçosa, esclarece que muita gente tem pássaros irregulares, por exemplo, e procura a polícia para tentar a regularização do animal. Félix ressalta que, quando o pássaro não vem de um criadouro registrado no Ibama, não existe forma alguma de se regularizar a situação. “Quando você tem um animal em extinção não tem a menor possibilidade de se registrá-lo. E caso alguma pessoa seja pega com um animal irregular, em extinção ou não, a pessoa paga multa e pode responder a um processo por crime”, esclarece o sargento da Polícia do Meio Ambiente.

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Dênny Siviero

de Animais Silvestres), Alexandre de Oliveira Tavela, dá uma rápida definição sobre o que são animais silvestres e exóticos. “Animais silvestres são aqueles que em algum período de suas vidas pertencem à fauna brasileira e não são domesticados”, esclarece o veterinário. Alexandre explica ainda, que se entende por domesticados aqueles animais que estão “acostumados” com humanos como gatos, cachorros, e até cavalos. Já animais exóticos são aqueles que não pertencem à fauna brasileira como leões e ursos. Dos “tipos” de animais, os que podemos ter em casa, ou numa fazenda, são só os domesticados.

Arte:

Ilustração: Mauro Andriole

Animais silvestres não devem ser domesticados

Poluição e peixes:

convívio afeta o homem André Vince

Os rios são fonte de vida. Para o homem suas águas são essenciais para sua manutenção na Terra, pois pode beber, regar plantações, navegar e pescar. Mas o que vemos hoje em dia é a destruição dos rios e do ecossistema, sobretudo dos peixes, prejudicando seu desenvolvimento e até mesmo dizimando espécies. A poluição mais comum é aquela causada pelo lixo e esgoto. Para o professor de Biologia da UFV, Sérgio Luis Pinto da Matta, não é somente esse tipo de poluição que afeta os peixes. Ele afirma que os resíduos das indústrias nos rios (principalmente mineradoras) acabam prejudicando a vida dos peixes e a também do homem, pois os metais pesados presentes nesses

rejeitos acumulam nos organismos e podem ter efeitos nocivos à saúde dos dois, causando doenças e até morte. Dono de uma peixaria em Viçosa, Aldo Akio Onimaru diz que o número de peixes tem diminuído nos últimos anos e é cada vez mais difícil encontrar um local para a pesca de peixes saudáveis. Segundo Aldo os rios de Viçosa e região estão poluídos e inviáveis para pesca, obrigando as peixarias a comprarem os animais de rios distantes, como os da Amazônia. Preservar os rios é também preservar a vida dos seres que nele vivem. A conscientização quanto aos cuidados com os rios é necessária e pode salvar os peixes e o ecossistema dos rios e, principalmente, melhorar a qualidade de vida do homem.

COMO CONTRIBUIR PARA EVITAR A POLUIÇÃO DOS RIOS

1. 2. 3. 4.

Não jogue lixo nas águas dos rios. Não despeje esgoto diretamente nos rios. Não desperdice água, em casa ou em qualquer outro lugar. Observe se alguma indústria está poluindo algum rio e avise as autoridades sobre a ocorrência.


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Geotecnologias contribuem para a preservação ambiental Pedro Nunes

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Preservação ambiental. Essa expressão muito utilizada atualmente pode ser um fator importante na escolha de uma futura profissão. Estamos presenciando diversas conseqüências geradas por meio da degradação do meio ambiente. Para amenizar esses efeitos, novas profissões estão surgindo e se consolidando, e profissionais preparados estão sendo cada vez mais requisitados pelo mercado de trabalho. Ecólogo, gestor ambiental, geólogo, advogado ambiental, biólogo, monitor de ecoturismo são algumas das profissões que vem se destacando em função da necessidade de cuidar do meio ambiente. O aluno do 3º ano do Ensino Médio do Coluni, Caelum Woods de Carvalho pretende prestar vestibular no final do ano para Engenharia Florestal. O estudante disse que quer trabalhar com a população que vive nos arredores de parques para conscientizá-la da importância da preservação ambiental. Outra profissão que chama atenção dos estudantes é a Engenharia Ambiental. A coorde-

nadora do curso na UFV, Ann Mounteer, afirma que o campo de atuação do engenheiro ambiental é vasto, tanto pelas leis que exigem esse profissional quanto pela necessidade de atenuar um problema esquecido por muito tempo. Ela acredita que “o Brasil tem muita coisa que precisa ser feita na área ambiental, por isso vai ter muita oportunidade por muito tempo”. Um curso da UFV que também visa essa área é o de Engenharia Agrícola e Ambiental. Antes conhecido apenas como Engenharia Agrícola foi reformulado para atender às necessidades do mercado. O coordenador do curso, Antônio de Matos, aponta que agora o profissional pode trabalhar tanto no processo produtivo da agropecuária e agroindústria quanto no tratamento de resíduos. Matos acrescenta que 70 % dos alunos formados no curso estão trabalhando na área ambiental. Muitas profissões relacionadas ao meio ambiente ainda não possuem o reconhecimento necessário. Mas esse quadro está mudando e essas profissões tendem a ficar muito mais presentes no nosso dia-a-dia.

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Samanta Nogueira

tes são mais eficientes no mapeamento de áreas maiores. Isso porque há uma diferença entre os dados captados por satélites e aeronaves com sensores, os primeiros trabalham com escalas menores e já as segundas com escalas maiores.

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Profissões em expansão

as aerofotos ou imagens de satélites são georeferenciadas e segundo Lani, é preciso referenciá-las. O georeferenciamento consiste em “colocar as coordenadas de acordo com aquela área”, isso pode ser feito de duas formas: pelo processo UTM (Universal Transverse Mercator) ou Latitude e Longitude. Para o coordenador do Neput as fotografias aéreas são mais apropriadas para mapear áreas menores que necessitam de maior precisão na imagem, e os satéli-

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GPS, satélites super modernos, fotografias aéreas, essas são as geotecnologias mais famosas das quais ouvimos falar. Entretanto, engana-se quem acha que essas tecnologias são complicadas e estão muitos distantes da nossa realidade. Elas são responsáveis por grande parte do que é monitorado no planeta e são muito eficientes no mapeamento de áreas ambientais. Essas tecnologias ajudam na identificação e controle do desmatamento, de APP’s (Áreas de Preservação Permanente – como as matas ciliares), de queimadas, de áreas em processo de devastação, principalmente de grandes regiões. Sem os satélites ou fotos aéreas, não se saberia com tanta precisão o

tamanho de uma área devastada na Floresta Amazônica, por exemplo. O funcionamento desses aparelhos parece ser abstrato e muitas pessoas preferem nem procurar saber como ocorre. Mas de acordo com o coordenador do Cedef (Centro de Estudos e Desenvolvimento Florestal), Gilberto Moreira, “tudo funciona como se fosse Matemática, Física, uma coisa que todos eles (estudantes do Ensino Médio) estão acostumados a estudar.” Ele se refere a conceitos como vácuo, atração gravitacional, óptica, comprimento de ondas e cálculos matemáticos em geral. O coordenador do Neput (Núcleo de Estudo de Planejamento e Uso da Terra), João Luiz Lani, considera o geoprocessamento muito importante, pois este possibilita a espacialização de áreas. Nem

GLOSSÁRIO (Fonte: GeoMinas)

- UTM é o sistema de coordenadas planas que circulam o globo baseado em 60 zonas de tendência, no sentido norte-sul. - Latitude: a distância em graus (0º a 90º) de um dado ponto da superfície terrestre à linha do Equador. - Longitude: a distância em graus (0º a 180º) de um dado ponto da superfície terrestre ao Meridiano de Greenwich.

Ser humano não altera clima sozinho Titina Maia

Uma das maiores polêmicas no meio científico é a verdadeira causa do aquecimento global. Não se sabe ao certo se esse processo teve origem nas atividades humanas ou em fatores naturais. Muita gente desconhece que estamos passando por um período de maior atividade solar e menor atividade dos vulcões, o que poderia estar provocando as alterações no clima do planeta. O professor do Curso de Geografia da UFV, Edson Fialho, diz que a redução no número de erupções vulcânicas pode estar contribuindo para o fato: “Os vulcões emitiam, além dos gases, poeira que ajudava a formar as nuvens. Poeira e nuvem na atmosfera são obstáculos para a luz do Sol.

Como não há mais tanta atividade vulcânica, a atmosfera está mais limpa. Se o Sol está em um período de atividade mais intensa, a atmosfera mais limpa permite a maior entrada de energia.” A maioria das pessoas aprendeu que o maior vilão na história do aquecimento é o CO2 (gás carbônico) e que este é emitido através da queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural. Mas um dos maiores emissores do gás na atmosfera são os oceanos, a vegetação e os solos. Porém, para o professor do Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da UFV, José Maria Nogueira da Costa, “essa questão não pode ser desatrelada da Revolução Industrial. De lá para cá, nós tivemos um aumento popula-

cional de cerca de 400%. Como pode o ambiente se manter em condições semelhantes? É certo que causas naturais continuam existindo, mas o impacto causado pelo nosso consumo de energia e pelas emissões de CO2 por fósseis é um grande contribuinte. Sem falar nas taxas crescentes de desmatamento e na mudança de uso da terra.” Na verdade, o importante não é saber o que gerou o problema, mas tentar diminuir os impactos provocados pelo homem. Segundo Edson Fialho, “a intensificação desse processo pode produzir prejuízos ao próprio homem e estes vão desde a extinção de espécies animais e vegetais até a queda da qualidade de vida e o aumento de catástrofes em áreas urbanas.”

PLANO NACIONAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS O objetivo do plano é diminuir as emissões de gases de efeito estufa no Brasil e adaptar a sociedade aos impactos causados pela mudança do clima. Entre essas medidas, estão: - buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica; - fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes; - buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento; e - incentivar o desenvolvimento de pesquisas para que se possa traçar uma estratégia de adaptação às mudanças. Fonte: Ministério do Meio Ambiente - Governo Federal

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esportes esportes

Sem espaço para as magrelas Thaís Faria

Em Viçosa é grande o número de bicicletas. Além de servirem à prática de esportes, elas são econômicas, práticas e uma alternativa de transporte. Mas Viçosa não oferece ciclovias e instalações adequadas para a prática desse esporte tão difundido. O trânsito na cidade é complicado e perigoso, somado com a grande quantidade de ciclistas. Um problema de estrutura, típico de Viçosa. Para buscar melhorias nas condições para os ciclistas e divulgar o uso da bicicleta como

um meio de transporte limpo, iniciou-se na cidade o movimento “Bicicletada”. Mostrando as vantagens ambientais e uma forma de lazer que atinge a comunidade viçosense como um todo, o “Bicicletada” é um movimento que já existe em Portugal e no Brasil. Um dos idealizadores do movimento em Viçosa é o pesquisador José Mário. Ele afirma que o perfil da cidade pede a construção de uma ciclovia, por conta do número de bicicletas, além de valorizar a prática de esportes na cidade.

Pode tudo, dentro dos limites

Daniela Fonseca

Praticar yoga: evolução do

corpo, mente e espírito Marília Cabral

como forma de exercício; ganhou flexibilidade e melhor torneamento dos músculos. “Até agora percebi que melhorei muito, mas acho que é um processo”, afirma Jennifer. Além do melhoramento físico, Jennifer também menciona para a melhora do lado psicológico e do equilíbrio

ral

Thyaga é praticante de yoga há mais de 20 anos

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O Yoga nasceu na Índia há mais de cinco mil anos, e envolve o trabalho do corpo juntamente com exercícios de respiração e meditação. Hoje em dia muitas pessoas procuram o yoga como prática de exercício físico. Mas ela não é apenas um exercício físico. O instrutor de Yoga Thyaga (nome místico que recebeu em um monastério) conta que as pessoas procuram o Yoga por diversos motivos; respirar melhor, dormir melhor, ter mais tranquilidade, concentração, flexibilidade, parar de ter dores na coluna. “Depois a pessoa começa a ver que outros níveis estão sendo trabalhados, ela começa a sentir mais paz, tranquilidade, a se sentir mais feliz e fica mais ativa, começa a fazer mais coisas e ter mais organização.” O Yoga traz desenvolvimento físico, mental e espiritual, as pesso-

as a procuram muito pensando na paz que ela transmite, mas segundo Thyaga, o mais belo que há nessa prática é a possibilidade que o homem tem de achar seu próprio caminho: “As academias estão cheias de pessoas buscando a estética. Estamos precisando ir além disso, não cabe mais na humanidade esse velho homem, a humanidade precisa do homem espiritual, que conheça suas energias, que respeita as leis da natureza, que cuide da sua alimentação e da sua conduta. A estudante Jennifer Batista começou a praticar Yoga no começo do ano. Achava que estava um pouco enferrujada por conta das provas do vestibular e a procur o u

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trânsito, competir com ônibus e carros não dá”. Ela considera que a bicicleta um meio de transporte democrático, limpo e um veículo apaixonante, A organização do trânsito traria mais praticantes para as ruas. A prática do ciclismo em Viçosa é cada vez maior e com o aumento de estudantes espera-se também o aumento da participação desses meios de transporte no trânsito da cidade. Para os ciclistas, a precaução recomenda o uso de equipamentos de segurança; para os motoristas, responsabilidade e atenção com os veículos menores.

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Crianças e adolescentes precisam praticar esportes. Correr, pular, saltar, chutar, arremessar, tudo isso, faz bem para eles. Segundo o professor de Educação Física da UFV, Paulo Lobato, para as crianças o esporte deve ter um caráter lúdico. A competição esportiva é indicada somente após os 12 anos de idade. Outro aspecto importante é respeitar o desenvolvimento motor do praticante. Por isso, são desaconselháveis, para quem está em fase de crescimento, esportes que causem impacto. A frequência da prática pode variar até quatro vezes por semana, de acordo com a vontade da pessoa. O professor Rogério da Cunha, em artigo publicado no www.futsalbrasil.com.br, ressalta a “Carta dos direitos da criança no esporte”, uma ideologia psicopedagógica, que se norteia pela respeito ao jovem esportista, traz logo em seu artigo primeiro: “toda criança tem direito a praticar esportes”, e encerra em seu 11o artigo afirmando que “toda criança tem direito a não ser um campeão”. Esta lição serve de alerta para os pais que iniciam seus filhos na prática esportiva com a expectativa de ter um jogador profissional, um campeão. O papel deles deve ser de acompanhar, estimular e informarse sobre os benefícios e riscos das atividades que seus filhos praticam. A mídia também exerce forte apelo em relação aos esportes quando expõe e valoriza corpos tidos como belos. Influenciados por essa realidade, muitos jovens vão em busca de um físico perfeito nas academias de musculação. O professor Lobato opina a respeito deste comportamento: “Todos querem ser bonitos, fortes. O exagero é que é o problema. O erro está na representatividadedo corpo perfeito na sociedade. A busca deve ser por qualidade de vida.” Lobato aconselha que qualquer pessoa que quiser iniciar uma prática esportiva precisa ter orientação médica, procurar profissionais competentes, respeitar os limites do corpo e usar equipamentos apropriados. Seguidos estes passos, é só escolher a opção de esportes que melhor lhe atender e começar a praticar.

O movimento visa popularizar sidera que essa obra melhoraria mais o ciclismo enquanto es- muito o trânsito, pois muitas porte, como pessoas deiuma alternaxariam seus tiva de lazer veículos em acessível, casa. Ele ainFalta organiza- da comentou além de trazer segu- ção e educação no sobre o projeto rança para trânsito, competir com de construção o dia-a-dia da ciclovia no ônibus e carros não dos cicliscircuito da litas, com um dá nha férrea do melhor plamunicípio, em nejamento urbano. A “Bicicle- que teria um grande tada” nunca realizou um evento custo e exigiria uma parceria na cidade e por isso ainda não é público-privada. muito conhecida. A ciclista Carla Paes acha o O secretário de trânsito, Reinal- trânsito da cidade caótico e não do Leite, diz que a estrutura da sabe se a construção da ciclovia cidade não comporta a constru- resolveria o problema. “Falção de uma ciclovia, mas con- ta organização e educação no


esportes esportes

Histórias e Ídolos do futebol viçosense Lívia Alcântara

que era para receber o salário e o treinador falando para receber a bola.”

Futebol! Uma palavra que para grande maioria dos brasileiros remete àquele esporte que se joga com os pés e em que o grande objetivo é botar a bola pra dentro das redes. Já para os norte-americanos, futebol é um jogo em que o grande objetivo é correr um campo de grande extensão com uma bola estranha em mãos para fazer o chamado “touch down”, pontuação máxima no esporte. O estudante Erick Finley é norte-americano e faz intercâmbio em Viçosa desde o ano passado. Ele pratica futebol americano desde sua infância e chegou a participar de times juvenis na escola, mas parou com receio de se machucar: “Quando se é criança o esporte é mais leve, mas com o tem-

po o jogo se torna mais truculento e dependendo do grau de profissionalização, pode ficar muito perigoso”. Seu amigo, o estudante Charles Macinteyrr, também pratica futebol americano, e quando perguntado sobre a baixa popularidade do esporte no Brasil tem uma resposta curiosa: “Eu acho que é porque os brasileiros são bons com os pés e os norte-americanos com as mãos. Você pode perceber isso na dança, já viu um norteamericano sambar bem?”. Outro obstáculo para a prática no país pode ser o alto preço dos equipamentos que vão desde capacetes até chuteiras apropriadas, e por isso mesmo que no Brasil o futebol americano é normalmente jogado nas ruas e praças de uma maneira diferente do que é visto

Viçosa tem ajudado bastante promovendo campeonatos de futebol da cidade.

Arquivo do site www.futviçosa.com.br

Equipe do Toninho Julio - 1965 Antes de Dorinho ir jogar no Cruzeiro

Viçosa Atlético Clube - Torneio Carlos da Costa Dias 1979

Equipe da Vigilância (UFV) - 1982

Futebol americano tupiniquim Elder Barbosa

Para Dorinho, o futebol de Viçosa está renascendo há uns três anos e a Liga Esportiva de

Arquivo do site www.futviçosa.com.br

e Colégio Viçosa. Os últimos três vinculados à UFV. Nesta época Chupico já era servidor da UFV e integrava o Operário. Para ele naquela época havia mais dedicação dos atletas do que hoje. Deste futebol saíram craques como Raimundo Isidoro da Silva, mais conhecido como Dorinho. O craque passou por 15 times profissionais, entre eles o Cruzeiro, com o qual foi campeão da Copa Libertadores da América em 1976. O craque lembra com muita alegria estes tempos e, assim como Pança, têm muitas histórias para contar. Uma delas, quando César Maluco era jogador do Palmeiras. “Naquela época a gente ficava três, quatro meses sem receber. Num jogo do Palmeiras com um time pequeno, o Brandão, técnico do Palmeiras na época, gritou para César: Sai pra receber! Sai pra receber! Ele saiu do campo e foi correndo para a secretaria. Ele pensou

Arquivo pessoal de Chupico

Silvestre e Estrela Dalva 1 x 1 . Partida decisiva. Silvestre luta por um empate para não sair do campeonato. Estrela Dalva faz pressão. O tempo vai se esgotando até que o goleiro do Silvestre cai e o juiz para o jogo. Entra em campo o massagista. - Tunico, o que você está sentindo? - Nada, o Pança mandou ensebar. Resultado? Goleiro, massagista e técnico expulsos. Essa é uma das histórias de Pança Sete Cordas, nesta época, técnico da equipe de futebol do Silvestre. Agora Pança é radialista esportivo e é bastante popular no meio futebolístico viçosense. Hoje em Viçosa existem cerca de 80 equipes de futebol, que jogam entre si no domingo. Mas este futebol começou há muito tempo. Emanuel Ângelo, conhecido como Chupico, jogava bola na década de 70 e conta que havia apenas cinco equipes: Estrela Dalva, Atlético de Viçosa, Operário, Luve

na América do Norte. Além de não se utilizar os equipamentos, algumas outras regras são adaptadas para as condições estruturais tupiniquins como a não existência de traves para chute de longa distância, o que muda um pouco a dinâmica do jogo. Erick, Charles e outras pessoas (inclusive brasileiros) jogam futebol americano na grama ao lado da agência do banco Itaú da UFV nas tardes de domingo. Apesar de parecer um pouco complicado de início, as regras são aprendidas em pouco tempo. E para quem ainda não se convenceu a praticar o esporte, Charles manda o recado: “O futebol americano mais do que tudo é um espaço para reunir os amigos e se divertir muito”.

Levantamento de Peso também para jovens atletas Fernanda Pônzio

Quando se fala sobre levantamento de peso no Brasil, provavelmente, o nome de Viçosa estará envolvido. Pesistas viçosenses ou que treinam aqui muitas vezes são destaques no cenário nacional. No Departamento de Educação Física da UFV há um centro de treinamento ligado à Confederação Nacional de Levantamento de Peso. Ali 12 atletas de elite treinam, fora os da categoria sub-20 e os iniciantes. O coordenador do local, Pedro Meloni, destaca que o Centro tem bons materiais, mas a quantidade deles é pequena e há poucos recursos financeiros e apoio. A falta de investimentos também é citada pelo atleta

Welisson Silva. O pesista, que competiu nos jogos Olímpicos de Pequim no ano passado, conta que o esporte enfrenta dificuldades, mas acredita que a tendência é melhorar: “O grande desafio na maioria dos esportes com certeza é a falta de investimento, a cobrança é muito grande, porém os investimentos são insuficientes, e em Viçosa não é diferente.”. Se você se interessa pelo esporte e gostaria de praticálo, pode procurar o Centro de Treinamento localizado na UFV. Além de atletas mais experientes e consagrados, o centro também procura por iniciantes. Para mais informações, basta ligar para 38992069 ou 3899 –2258 e procurar pelo Pedro.

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omportamento comportamento

“Nossa, fui pego!” Talita Aquino

O que é o Projeto Gengibre? Eloah Monteiro

Geanini Hackbardt

Em Viçosa há muitos grupos que trabalham com a preservação das culturas tradicionais. A região possui forte influência quilombola, ou seja, grande parte da população descende de negros. As comunidades que integram projetos de fortalecimento e valorização dessas raízes praticam danças afro, possuem grupos de congado, realizam contação de história pelos mais antigos... O Buieié, onde atua o projeto Rememorar, que trabalha com crianças e é coordenado pela professora Laura Prosato, é uma destas comunidades. A estudante Eliane Miranda, do Curso de Dança da UFV, responsável pelo projeto, afirma que “hoje, com a globalização e a influência do consumismo, as crianças adquirem outros desejos que não os de costume da sua comunidade, relacionados com sua cultura”. O objetivo do projeto é fazê-los descobrir suas raízes ouvindo os mais velhos, brincando, realizando conversas na comunidade.

Já o Projeto Gengibre, coordenado pela professora Carla Ávila, trabalha com adultos em grupos de congado, dança, etc. Segundo a aluna Maria Gabriela Almeida, “o Gengibre acredita que conservar nossos costumes, mitos, nossa memória, é essencial para preservarmos nossa identidade. Entendemos, em um tempo de mudanças constantes, a necessidade de ressignificação. Assim, nossa proposta é dialogar as tradições e a contemporaneidade”.

Retificação Espetáculos

Entre sombras e Gestos

Rádio intenerante

Extensão

Grupo Capoeira Alternativa

Fundado no ano de 2004, o Projeto Gengibre é um Núcleo Interdisciplinar sobre Cultura Popular e atua nos eixos de Pesquisa, Ensino, Extensão e Produções Artísticas. Além disso, o grupo reflete sobre a oralidade, a identidade e a memória que estão presentes nas manifestações culturais populares que fazem parte da formação de identidades brasileiras, especificamente na Zona da Mata Mineira. Como um rizoma, o Gengibre se organiza de modo integrado. Os projetos inseridos no programa relacionam-se entre si em diversos sentidos: como uma rede que permite a interação prática e teórica. A seguir está um dos exemplos de como tal rede ocorre: partindo do Projeto de extensão Guardiões da Memória, captamos falas, expressões e gestos pesquisados em campo, além dos contextos simbólicos que se tornaram tramas, para a construção em laboratório cênico do espetáculo Terra Preta. Ao lado, observe um esquema que tenta representar o caráter “rizomático” do grupo:

Arte Gengibre

Vídeo-documentários Eventos

Ensino

Oficinas Guardiões da Pesquisa Memóa ri Gengibre Hera Terrestre (cultura popular) (Danças Contemporâneas de Matrizes Brasileiras)

Fontes: _ ALMEIDA, Maria Gabriela. Dos processos de criação da Cia Hera Terrestre ao espetáculo Terra Preta Monografia a ser publicada. Universidade Federal de Viçosa, MG – 2009 _ Carla Ávila - Idealizadora e coordenadora do Núcleo Gengibre

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Estas posturas se fazem condizentes com as idéias do sociólogo Stuart Hall, que afirma no livro “A identidade cultural na pós-modernidade” que “um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas.” Por isso, identidades estão sendo fragmentadas e umas das conseqüências é a tendência das pessoas buscarem cada vez mais estas raízes, estes grupos que primam pelas tradições da cultura.

Aramis Assis

Muitas vezes os jovens ficam perdidos tentando escolher entre prestar ou não o vestibular, que curso fazer, trabalhar, fazer um curso técnico. Porém, outra possibilidade é muito real, pelo menos no mundo dos meninos. O Tiro de Guerra (TG) é uma instituição militar encarregada de formar reservistas para o Exército Brasileiro. Como é obrigatório para todos os garotos ao completarem 18 anos, os TGs são estruturados de modo que o convocado possa conciliar a instrução militar com o trabalho ou estudo. A formação do atirador (nome dado ao convocado) é realizada no período de 40 semanas, com uma carga-horária semanal de 12 horas. Há um acréscimo de 36 horas destinadas às instruções específicas do Curso de Formação de Cabos – um terço desse tempo é direcionado para matérias relacionadas à saúde, ação comunitária, defesa civil e meio ambiente. A rotina diária começa na madrugada (normalmente os atiradores acordam às 4:30hrs) e vai até às 8hrs. Durante o resto do dia os convocados realizam as outras tarefas como cursinho, trabalho ou faculdade. Segundo o atirador Paulo Moreira, que já concluiu o Ensino Médio e hoje concilia trabalho e as atividades do TG, eles aprendem muitas coisas novas, como sobrevivência e aprender

a se virar sozinho. Paulo se alistou voluntariamente e valoriza as amizades encontradas no Tiro de Guerra. Para o atirador Vinicius Beloni, que faz cursinho pré-vestibular à noite e ajuda o pai nas horas vagas, a rotina atrapalha um pouco nos estudos e nos horários. “Eu não queria servir. Entrei obrigatoriamente. Mas agora esta dando pra conciliar e eu estou gostando de servir” conta. Vinicius acrescenta que uma coisa importante que eles aprendem é o respeito. “Aqui você tem que aprender a seguir a ordem, independente de estar certo ou errado, você aprende a criticar e escutar, o que às vezes é o mais correto a fazer”. Mas, mesmo com as dificuldades dos horários ou de acordar cedo, o atirador e estudante Bruno Moreira, do Curso de Cooperativismo da UFV, acalma os futuros convocados: “as pessoas sempre dizem ‘Nossa, você foi pego! Que pena!’, é difícil achar alguém que diga ‘Parabéns’. Mas quem esta aqui vê o outro lado”. Para ele o TG é uma escola de vida. “Muita gente pensa que ficar aqui só vai atrapalhar e não querem servir. Eu acho que é besteira, porque você entra aqui e vê que é totalmente diferente do que as pessoas falam lá fora”, alerta Paulo.

Projetos valorizam tradição e identidade popular

Na edição 18 do OutrOlhar, a foto acima foi veiculada na capa do jornal sem a devida referência. A foto, na verdade, é de Aramis Assis e retrata um dos ensaios do espetáculo Terra Preta, desenvolvido pelo Projeto Gengibre. Mais ainda: a foto não dizia respeito diretamente à matéria da página 15, sobre preconceito. A moça da capa (lado direito), na verdade está caracterizada em um personagem do espetáculo promovido pelo Gengibre. Ficam aqui as nossas desculpas em público.


comportamento comportamento

Ortorexia: mania de ser “saudável” Bárbara Gegenheimer

Há um velho ditado segundo o qual tudo o que é demais passa. Nada mais verdadeiro quando o assunto é a preocupação com a saúde. Na medida certa, é garantia de uma vida com mais qualidade. Em excesso, transforma-se em um pesadelo que pode atrapalhar a vida do indivíduo e a de quem está ao seu lado. O problema é que, nestes tempos de informações maciças sobre a necessidade de adoção de um estilo de vida adequado, muita gente está começando a ir além do ponto. São pessoas que padecem do que os especialistas chamam de ortorexia. De acordo com a psicóloga Jucélia Mattos, a ortorexia

surgiu como uma distorção da idéia de que a comida natural muitos vegetais, cereais, nada de carne ou enlatados - é a melhor forma de alimentar o corpo e alma. É certo que esse tipo de alimentação melhora a saúde, mas o problema é que os ortoréxicos levam a receita ao pé da letra e compulsivamente. Segundo a psicóloga, “o excesso de cuidados, com características patológicas, ocorre quando a preocupação com o alimento saudável compromete o prazer de comer, as relações sociais, o uso racional do tempo, o bom senso e quando a pessoa sente muita culpa, eventualmente, cede ao desejo de ingerir alimentos ‘não puros’ e transgride a dieta”.

Ela ainda explica que o portador da doença é aquele que se dedica grande parte de seu tempo a planejar, comprar e preparar sua comida. Dispõe de um autocontrole rigoroso para não se render diante das tentações da mesa. Recusa a maioria absoluta dos alimentos incluídos em qualquer cardápio. Além de sentir-se superior àqueles que se esbanjam nos pecados gastronômicos e de perder tempo na desagradável iniciativa de convencer todo mundo a entrar para ‘sua turma’. Isso gera conflitos e dificuldades de relacionamento. A estudante Fernanda Cabral da UFV procurou auxílio com um nutricionista para po-

der perder uns quilinhos e alcançar seu peso ideal. “Procurei ajuda de um nutricionista pra poder emagrecer com saúde, já fiz várias vezes outras dietas, como a dieta da sopa, mas elas não deram certo. Desconheço a existência da doença e nunca imaginei que perder peso com saúde poderia virar uma doença”. Apesar de realizar a dieta como foi orientada, Fernanda diz que não deixa de saciar suas vontades, come um chocolate aqui e outro ali, só não abusa dos “seus limites”. A ortorexia nervosa, segundo Jucélia Mattos, pode afetar tanto mulheres como homens. Ela recomenda enquanto tratamento da doença, a psicoterapia comportamen-

tal e o uso de medicamentos antidepressivos que só devem ser utilizados sob prescrição de um psiquiatra. “Esse tratamento é fundamental porque ajuda a pessoa a mudar a forma de ver os alimentos”, explica. Entretanto, a existência desse transtorno não significa que se deva deixar de lado a preocupação com uma alimentação saudável. A OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que o baixo consumo de frutas, legumes e verduras esteja associado a 30% das doenças isquêmicas do coração e 10% dos casos de derrame no mundo. Logo, o negócio é não exagerar na vigilância alimentar e sim comer bem sem paranóia.

Veganismo: a favor dos direitos dos animais O Veganismo é uma filosofia de vida baseada nos direitos animais. Além de abolir o consumo de qualquer tipo de alimento de origem animal, como carnes, peixes, frutos do mar, leite, laticínios, ovos e mel, os adeptos (chamados de veganos), não utilizam roupas e acessórios produzidos com material animal, como couro e camurça, e produtos cosméticos e farmacêuticos testados em animais. O estudante Douglas Coelho é vegano há quase três anos. Ele afirma que, além dos benefícios para a saúde, o nãoconsumo de produtos animais traz benefícios para o planeta. “A maior parte da destruição da Amazônia é para dar origem a pasto para o gado. E o gás metano exalado nos gases destes animais é um dos principais causadores de poluição do ar.” É preciso ressaltar que a opção vegana é motivada,

principalmente, por convicções éticas. “Todos precisam perceber que um animal não é objeto de comércio. A moral humana garante a todos o direito a vida e liberdade, mas negamos os mesmos direitos aos animais, que têm sentimentos e sentem dor tanto quanto nós, humanos”, enfatiza Douglas. A nutricionista Dra. Sônia Machado Ribeiro concorda com os benefícios de uma dieta vegetariana, embora aponte que esta oferece riscos para manter o estado nutricional em nível adequado, principalmente para jovens em fase de crescimento, mulheres grávidas e idosos. “Pelos conhecimentos atuais, em matéria de nutrição humana, parece que a virtude está no meio termo: dieta equilibrada, incluindo produtos de origem animal e vegetal” ensina.

Victor Godoi

Victor Godoi

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entrevista entrevista

Quando ser distraído é um problema Fernanda Reis

Sabe quando você está conversando com uma pessoa e tem a impressão de que ela presta atenção em tudo que está ao seu redor, menos na conversa? Ou então, sabe aquele amigo que sempre se esquece de ir a algum compromisso? Ou ainda: sabe aquela pessoa que parece estar sempre no “mundo da lua”? Pois é. Todos esses comportamentos podem indicar o TDA (Transtorno de Déficit de Atenção). Segundo a psicopedagoga, Rita Finamore, a pessoa que possui esse transtorno geralmente é esquecida, deixando de cumprir seus compromissos;

tem dificuldade de se concentrar nas atividades do cotidiano e se distrai facilmente. Rita explica: “o transtorno pode estar relacionado a duas questões, uma primária e uma secundária. A primária é uma questão biológica, em que uma área do cérebro é prejudicada e por isso a pessoa possui uma tendência a ter o quadro, e a secundária, que está relacionada ao ambiente em que essa pessoa vive, onde os pais são muito protetores e resolvem tudo para ela.” O transtorno traz prejuízos ao longo dos anos, principalmente no que diz respeito ao aprendizado. A psicopedagoga diz que crianças e jovens com TDA geralmente apresentam

um baixo rendimento escolar. Ela afirma: “à medida que vai passando o tempo e a pessoa deixa de aprender as coisas, vão se criando lacunas e isso faz com queelanãodesenvolvatotalmente o seu potencial.” Apesar da dificuldade no aprendizado, Rita deixa claro que pessoas com TDA são inteligentes e têm uma percepção normal do mundo. Quanto ao tratamento do déficit de atenção, ser acompanhado por um profissional especializado é importante. O apoio psicológico tem o intuito de mudar o comportamento da pessoa, através do trabalho com funções cognitivas como o raciocínio e a atenção, possibilitando a pessoa

Cultura francesa em foco Jéssica Marçal

2009 é o Ano da França no Brasil. O objetivo do Ano é fazer com que os brasileiros possam conhecer melhor a cultura francesa. Professora e diretora de uma escola de francês de Viçosa, Gerda Kilger fala um pouco sobre as culturas dos dois países. Gerda morou em Paris e afirma que uma característica importante dos franceses que não se vê muito por aqui é o seu hábito de questionar: “Um comportamento muito importante que eu acho que os franceses tem é de questionar as coisas e de criticar para mudar, para melhorar”. Segundo ela, o espírito da Revolução Francesa, na verdade, perdura até hoje, tendo em vista que ainda existem muitas greves na

França e uma busca constante por mudanças e melhorias. Gerda também menciona a força e organização dos sindicatos franceses, e explica que por esse caráter reivindicativo, os trabalhadores sempre alcançam suas reivindicações. Isso faz com que não exista tanta desigualdade social como acontece aqui no Brasil. Sobre às semelhanças, Gerda aponta o gosto pela música como uma delas. Outro ponto é o caráter festivo dos jovens franceses. A professora afirma que eles fazem muitas festas, mas talvez nem tanto quanto os brasileiros. Uma curiosidade em relação à França é o esquema de vestibular. Gerda explica que o baccalauréat é uma

prova nacional aplicada ao término do ensino médio por meio da qual os alunos podem ingressar no ensino superior. Todavia, ela ressalta que algumas universidades elaboram o seu próprio processo seletivo. Além de falar sobre aspectos comportamentais do povo francês, Gerda apontou a importância do Ano da França no Brasil: “Para a sociedade brasileira a vantagem é a possibilidade de conhecer a cultura francesa em toda a sua riqueza”. Ela também destacou os eventos no nível do ensino, da pesquisa e da tecnologia, que contribuem para um maior desenvolvimento do Brasil nessas áreas, junto a contratos de colaboração firmados entre os dois países.

Por dentro da França*

ALGUNS eventos em Viçosa**

Capital: Paris

Exposição “Reflexões Parisienses”, de Marcos Brandão Data: 2 a 29 de agosto de 2009 Local: Hall da Biblioteca Central da UFV Aberta ao público

Ano de fundação de Paris: 250 a.C Data nacional: 14 de julho (Queda da Bastilha) Cores da bandeira: azul, vermelho e branco

Exposição La Saga Du Français Data: 8 a 30 de setembro Local: Hall interno da Biblioteca Central Aberta ao público

*Fonte: www.suapesquisa.com/cidadesdomundo/paris.htm **Fonte: Gerda Kilger

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Ilustração: Emmanoel M. Barreto

utilizar toda sua capacidade intelectual. Rita Finamore ainda ressalta que o apoio e a compreensão dos amigos, da

escola, e, sobretudo, da família são fatores essenciais no bemestar e no desenvolvimento da pessoa com déficit de atenção.

Como dominar o vestibular Arquivo Pessoal

Jardel acertou 95,25% das questões

Mateus dos Santos

Preparar-se corretamente para o vestibular não é tarefa das mais fáceis. Muitos estudantes, mesmo os já inscritos para fazer as provas, ainda têm dúvidas sobre a melhor maneira de estudar o conteúdo que cai nos processos seletivos. Segundo o aluno do curso de Engenharia Química, Jardel Farias Duque, é preciso focar os estudos nas disciplinas da área em que o candidato vai prestar vestibular. Ele obteve o primeiro lugar geral no Vestibular 2009 da UFV, ficando com a maior pontuação entre todos os concorrentes. Jardel diz que sempre se aprofundou mais nas ciências exatas (matemática, física e química), pois estava

concorrendo a uma vaga para o curso de Engenharia Química também na UFMG, e passou nas duas universidades. “Eu revisava e fazia os exercícios das matérias de exatas logo depois das aulas, ao chegar em casa. As outras disciplinas, como as humanas, deixava para depois, sem a necessidade de estudar todos os dias essas matérias”, conta. Reservar um tempo para o lazer é fundamental para ir bem nos estudos. “Eu estudava bastante durante a semana para poder descansar no final de semana, quando nem pegava nos livros e cadernos. Aí eu aproveitava também para andar de bicicleta e jogar basquete, porque ninguém é de ferro”, diz. Jardelestudouduranteoúltimo ano do ensino médio no Colégio de Aplicação da UFV (Coluni), além de ter feito um semestre de cursinho pré-vestibular em uma escola particular de Viçosa. Para ele, a qualidade da escola é importante, mas a dedicação do aluno é o grande diferencial para conquistar uma vaga numa universidade pública. “Resolver questões de vestibulares anteriores das universidades onde você pretende entrar e procurar listas de exercícios resolvidos e comentados também ajuda muito na preparação para as provas”, conclui.


entrevista entrevista

A educação não pode esperar Daniel Leite

“O incentivo à leitura pode melhorar muito a educação no Brasil”. A frase parece óbvia, mas poucas pessoas conseguem aplicá-la tão bem quanto a sua autora. Trata-se da coordenadora voluntária Leiva Nunes, do projeto “Escola no Campus: incentivo à leitura, à cultura e ao desenvolvimento social”. A iniciativa promove uma parceria com oito escolas municipais rurais de Viçosa. As principais atividades são a entrega de livros, a contação de histórias e a realização de brincadeiras educativas. São beneficiados estudantes de seis a 12 anos. Bibliotecária e mestra em Ciência da Informação, Leiva explica por que é importante criar nos estudantes uma rotina de leitura. “Transformar um adulto num bom leitor é muito mais complicado, porque ele não tem o hábito de contato com os livros. Se a criança começa a ler desde cedo, passa a ter interesse por vários tipos de leitura, o que ajuda na interpretação dos textos”.

O principal objetivo da iniciativa, garante Leiva, será atingido no longo prazo. “Nosso ponto máximo é a universidade.

Nós direcio-

namos todas as ati-

entusiasmadas quando veem os livros. Elas estão apresentando um desenvolvimento muito bom. Já houve, inclusive, um retorno familiar. Os pais e os irmãos também participam das leituras, o que aumenta o

interesse dos estudantes”. Leiva também destaca o valor do trabalho com as escolas rurais. “Eu acho importante ajudar essas crianças, pois elas dificilmente teriam acesso à universidade, a pesquisas escolares”. É mais

uma boa ideia do “Escola no Campus”, que conta com o apoio da Fundação Artística, Cultural e de Educação para a cidadania de Viçosa (FACEV). E mais uma prova de que a educação não impõe limites. Jéssica Marçal

vidades, de forma que os alunos

fi-

quem com vontade de buscar mais conhecimento. Nós direcionamos todas as atividades, de forma que os alunos fiquem com vontade de buscar mais conhecimento. A partir disso, nós teremos bons leitores, estudantes e, principalmente, universitários”. Ainda de acordo com a coordenadora, o projeto tem alcançado resultados muito positivos desde a sua criação, em 2007. “As crianças ficam

Leiva Nunes assumiu a coordenação do projeto “Escola no Campus” no ano passado

Ator da Globo concede entrevista ao OutrOlhar Fernando Nardy

Quem assistiu A Favorita deve se lembrar de um pequeno garoto que roubou a cena muitas vezes. Foto cedida por Andressa Melo

Eduardo foi revelação em 2008

Um olhar expressivo e um sorriso doce foram características marcantes do personagem Domênico, interpretado pelo ator Eduardo Melo, 12 anos. Na trama, Domênico era filho do casal Léo e Catarina. Eduardo soube emocionar o público e, pela sua atuação, já foi indicado para receber vários prêmios como o Melhor Ator Mirim de 2008. Em entrevista ao OutrOlhar, devidamente autorizada por seus pais, o garoto fala sobre sua vida, sua carreira e seus planos. OutroOlhar: Quais foram os principais trabalhos que você já realizou? Eduardo Melo: Já participei de vários comerciais e campanhas publicitárias de empresas como

O Boticário, Claro e Petrobras. No cinema, atuei no filme Café com Leite, que me rendeu dois prêmios de melhor ator. Na TV, meus grandes trabalhos foram no especial Por toda a minha vida e na novela A Favorita, da Globo.

(...) pretendo

me

aperfeiçoar

como ator e estudar para ser um grande diretor! OO: Como você ingressou no meio artístico?

EM: Por meio vários testes para publicidades. Os comerciais foram minha porta de entrada para a TV.

OO: O que representou sua participação na novela A Favorita para você? EM: A novela me trouxe a certeza de que estou fazendo o que gosto, posso afirmar que quero ser ator. O Domênico, meu personagem, me possibilitou trabalhar ao lado de grandes atores, me sinto privilegiado por isso. OO: Como foi trabalhar ao lado de atores como Tarcísio Meira e Lília Cabral? A responsabilidade era maior? EM: Com certeza, a responsabilidade era enorme. Foi fantástico trabalhar com essas

pessoas, pois aprendi como é ser um ator de verdade. Vou levar os ensinamentos por toda a vida. OO: De que forma você concilia o trabalho de ator com seus estudos? EM: Eu estudo de manhã e trabalho à tarde. A dificuldade aumenta em épocas de provas, pois preciso me dedicar ainda mais aos estudos. OO: No futuro, você pretende seguir alguma outra carreira? EM: Não, pretendo me aperfeiçoar como ator e estudar para ser um grande diretor! OO: Que dicas você dá aos jovens que desejam ser atores? EM: Digo a eles para nunca desistirem de seus sonhos, pois em algum dia podem se tornar realidade.

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ciência e tecnologia ciência e tecnologia UFV lança produto único no mundo Agroenergia: uma

solução sustentável Andriza Andrade

po Agroecológico de Agricultura Orgânica Maitê Maronhas. O principal entrave para o desenvolvimento dessas fontes alternativas de energia é a economia, porque,segundo o professor do Departamento de Fitotecnia Márcio Barbosa, “apesar do grande potencial destas novas tecnologias que estão surgindo, elas não conseguem entrar em competitividade com o modelo atual”. Desta forma, os agrocombustíveis precisariam ter seus preços equivalentes com os combustíveis fósseis ou preços menores que eles. O professor do Departamento de Bioquímica, Luciano Fietto, explica que “os agrocombustíveis são economicamente viáveis. Seus custos são elevados se comparados com os custos do etanol produzido hoje, mas com o uso eles vão se aperfeiçoando e tendo um preço mais baixo”.

Rizolyptus! Com certeza você deve está se perguntando o que é, ou melhor, pra que serve? Esse é o nome de um produto único no mundo, que foi desenvolvido através da parceria da Universidade Federal de Viçosa com as nove maiores empresas florestais brasileiras. Trata se de um inoculante que auxilia na formação das raízes das mudas de eucalipto. A pesquisa foi realizada no laboratório do departamento de

fitopatologia da UFV. Durante a fase inicial foram isoladas mais de 100 culturas de bactérias obtidas da rizosfera das mudas. Segundo o Professor Acelino Couto Alfenas, idealizador da pesquisa, durante a fase clonal das mudas é muito comum ocorrer o não enraizamento das estacas, portanto, “esse produto atua estimulando a produção de hormônios de enraizamento” proporcionando um ganho médio de 16%. O Brasil, em especial Minas Gerais, detêm tecnologia de Departamento de Fitopatologia

Em tempos de repensar questões ambientais, os biocombustíveis têm sido assunto recorrente na mídia e nas conversas do dia-a-dia. Mas uma nova forma de energia também precisa ser levada a sério: a agroenergia, que é a bioenergia produzida a partir de produtos agropecuários e florestais utilizando a biomassa como fonte. Um exemplo de agrocombustível seria o bagaço da cana-deaçúcar que, ao perder sua vida útil, só serve para a produção do etanol. Dessa forma, não ocorre desperdício de biomassa, como pode ocorrer com os biocombustíveis. “Os biocombustíveis são colocados como a melhor solução para o fim dos combustíveis fósseis, sendo que existem outras fontes, como as energias eólica e solar, que têm potencial e não são desenvolvidas” conta a integrante do Gru-

Maria Antônia Perdigão

ponta, chegando mesmo a exportar conhecimentos técnicos e científicos para a Austrália, a terra de origem do eucalipto. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Silvicultura, a SBS, o setor florestal brasileiro mantém, em regime de produção, cerca de 4 milhões e 800 mil hectares de plantações florestais de rápido crescimento. De acordo com testes toxicológicos realizados pelo Departamento de Nutrição da UFV, o “Rizolyptus” utiliza bactérias isoladas das plantas em condições naturais e não acarreta prejuízo à saúde. O desenvolvimento do inoculante é um exemplo da interação Universidade e Empresa. Para Elza Fernandes, presidente da Comissão Permanente de Propriedade Intelectual, “o rizolyptus é um exemplo de sucesso quando consideramos o desenvolvimento da pesquisa e a transferência das tecnologias” afirma.

Diversão e ciência se encontram no Parque Raul Gondim e Elizângela Viana

Pouca gente sabe, mas escondido entre os muitos prédios da Universidade Federal de Viçosa, existe um espaço com mil histórias pra contar e capaz de despertar sua imaginação. É o Parque da Ciência, que ensina ciência e tecnologia de maneira muito divertida. Desde agosto de 1998, o Parque atende a toda comunidade universitária e viçosense, tendo como público mais freqüente alunos de escolas do município. Através da exposição de experimentos interativos, o visitante tem contato físico com conceitos antes vistos apenas nos livros. Um exemplo disso é a máquina eletrostática de Winshurst, que, localizada na entrada do Parque, recepciona os visitantes com pequenos choques. Segundo a estudante Flá-

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via Santos, que já visitou o Parque, o espaço “é muito interessante porque dá oportunidade ao visitante de interagir, sendo uma boa chance de aprender a física na prática”. Para o monitoramento das visitas, o Parque da Ciência conta com o auxílio de estudantes de graduação da UFV, que dão explicações acerca dos projetos expostos. Apesar da boa estrutura, que conta com salas de aula, laboratórios, um aquário e um borboletário, o Parque ainda necessita de apoio financeiro para dar continuidade a estes projetos. O Parque da Ciência possui entrada franca e funciona de segunda a sábado. Para entrar neste universo da ciência e da tecnologia, as escolas devem agendar sua visita pelos telefones 3899-2699 e 3899-2499.

Elizângela Viana


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