onde esta o dinheiro?

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Por que uma país tão rico está tão pobre economicamente? Aparentemente há outros aspectos mais importantes e que possuem um papel muito mais importante e não conseguimos distinguir. Nos parece que se há algo a fazer para eliminar a pobreza, seja ela no Brasil ou no mundo, temos que identificar e compreender como se gera a prosperidade Existe algumas condições para que a prosperidade se efetive? Nos parece que sim. Em todo caso, duas condições econômicas são importantes. Primeiro: deve existir suficiente meios de produção ou então, estes devem ser construídos ou serem adquiridos. Segundo: a organização da sociedade tem que ser efetiva, isto é, deve haver uma boa colaboração entre os segmentos ou partes que participam do processo produtivo, e uma especialização da produção deve ser possível para que seus produtos e serviços cheguem ao consumidor. Estes questionamentos têm nos mostrado que a pobreza é complexa, possui várias dimensões. Há um senso comum de que as pessoas são pobres porque não se esforçam o suficiente e que a pobreza é algo irreversível e aceitável, faz parte da natureza. O que a realidade nos mostra é que as oportunidades não são as mesmas para as pessoas. O crescimento econômico e tecnológico não se derramou sobre toda a população, como se esperava; ao contrário, concentrou-se e tem gerado índices alarmantes de aumento da desigualdade social e da pobreza. Criou-se um círculo perverso de pobreza: dificuldades de nutrição inicial; desestruturação familiar, muitas vezes caracterizada por situações de alcoolismo, uso de drogas, violência doméstica e abuso sexual, falta de acesso e permanência na escola e em atividades culturais e artísticas; expulsão do mercado de trabalho. Estas carências vão configurando uma idéia mais ampla, que é a da exclusão social, que se auto-reproduz. Torna-se cada vez mais difícil sair do círculo e as distâncias sociais vão aumentando. Com isto, queremos desmistificar um outro senso comum, de que a pobreza é produto de carências exclusivamente materiais, que eqüivale tão somente à diferença de acesso monetário. Estão inseridas em todo um contexto de desvalorização das culturas e saberes locais, matando a identidade do povo e impondo valores consumistas e individualistas, a ruptura de processos coletivos e do sentimento de pertencer a grupos sociais e à comunidade. Sem raízes e sem referências significativas, o povo vira massa de manobra para as grandes peripécias econômicas. Construir caminhos para resgatar o seu protagonismo é o nosso objetivo maior.

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Dinheiro e Pobreza


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