Homossexualidade masculina, escolha ou destino

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Para o psiquiatra Frank S. Caprio, a homossexualidade é um sintoma-consequência de uma neurose profunda que pode se desenvolver a partir do relacionamento do indivíduo com os familiares. O psicólogo Fabrício Viana concorda com essa tese. Em seu livro O Armário, ele diz que “parece que, quando você começa a ter desejos por pessoas do mesmo sexo, você tem várias atitudes, vários medos e várias neuroses”.14 Conforme destacou a Dra. Lucia Facco, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, UERJ, em sua tese Era uma Vez um Casal Diferente: Aquele que encobre seu estigma vive em um estado de tensão constante, pois teme ser descoberto a qualquer momento e, a partir do seu desmascaramento, sua vida desabar. Além disso, ele se sente covarde e desleal para com seus iguais, pois para manter o seu disfarce não poderá reagir diante de comentários pejorativos que pessoas com as quais convive poderão fazer a respeito daqueles que possuem o seu estigma.15 A relevância dos aspectos ambientais na determinação do comportamento individual nem sempre é reconhecida pelo próprio indivíduo, pois, como diz Skinner, “o homem age quando é forçado a agir, mas age como se não o fosse”. A constatação de Skinner explica o fato de alguns indivíduos dizerem que são homossexuais por “opção”. Eles não reconhecem que esse comportamento é condicionado por forças históricas inconscientes. Em minhas pesquisas, observei que até mesmo alguns grupos que defendem os direitos dos homossexuais reconhecem que desajustes familiares podem causar a homossexualidade. Herói ou bandido? Especialistas afirmam que a figura do pai é indispensável na formação da personalidade de qualquer indivíduo. Nesse sentido, vale destacar que ela está ausente da vida de muitos homossexuais. Na história da maioria dos homossexuais, observa-se casos de pais alcoólatras, presidiários, violentos, ausentes e desconhecidos. Em geral, não se encontra casos em que o homossexual tenha desenvolvido uma relação profunda, amistosa e saudável com o próprio pai. Os relatos autobiográficos de muitos homossexuais assumidos evidenciam a relação fragilizada do homossexual com seu pai. A autobiografia de Pedro Almeida, por exemplo, sugere que o autor teve sérios problemas no relacionamento com seu pai. Em seu livro Desclandestinidade, Pedro Almeida declara que seu pai serviu como voluntario na Segunda Guerra e, algum tempo depois desse conflito mundial, o excombatente passou a sofrer distúrbios psicológicos. De acordo com o autor, seu pai “acordava no meio da madrugada e subia no telhado como se estivesse em campo de batalha”. Ainda de acordo com Pedro Almeida, seus irmãos mais velhos cresceram em um clima de insegurança e nervosismo. Em alguns casos, parece que o pai é mesmo o causador da confusão no desenvolvimento da personalidade do filho. No caso de Mike Jones, um exhomossexual estadunidense de 44 anos, a atitude do seu pai foi determinante no desenvolvimento da atração pelo mesmo sexo. De acordo com um artigo da revista Psychology Today, a primeira experiência sexual de Mike aconteceu ainda na adolescência: seu pai o masturbou! A relevância do relacionamento entre pais e filhos no desenvolvimento da homossexualidade pode ser observada no completíssimo Relatório Hite Sobre a 30


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