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Desafios de migrantes e refugiados em Campos

Thábata Ferreira

Há cerca de três anos e meio, a venezuelana Flor Yanez, de 22 anos, resolveu se mudar para Campos e tentar uma vida melhor, junto de sua família. Sem falar o Português, hoje, ela conta com o auxílio do poder público para conseguir viver no Brasil, assim como buscar uma oportunidade de emprego. Como Flor, um total de 72 migrantes e refugiados estão cadastrados no município, através do Cadastro Único para Programas Sociais, do Governo Federal, segundo dados divulgados pela Prefeitura, referentes a novembro de 2022. Este número pode ser maior, mas o município registra as informações sobre quantitativo desta população, a partir do momento em que se inscrevem no CadÚnico. Em Campos, essas pessoas cadastradas são de diferentes países, principalmente os da América do Sul, como Venezuela, Colômbia e Argentina.

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De maneira geral, segundo a Prefeitura, quando chegam ao Brasil, os refugiados e migrantes são recebidos em algumas capitais da região

Norte e, posteriormente, pelo processo de interiorização, são enviados para outros municípios. É dessa forma que chegam a Campos. “Aqui, são recebidos por algumas igrejas. São elas que dão o primeiro suporte.

Às vezes, chegam porque já têm alguns familiares morando na cidade”, explica a psicóloga da Gestão do Sis- tema Único de Assistência Social, Deborah Carvalho. A Prefeitura também informou que, por muitas vezes, migrantes e refugiados já chegam na cidade com o CPF pronto. A partir disso, são inscritos no Cad Único. No município não há um serviço específico para esse tipo de população, mas, como são pessoas de diferentes países

Facilitação para abrigo e renda

“Na ação, os imigrantes e refugiados receberam atendimento psicossocial, foram encaminhados para programas sociais e deram entrada na regularização de documentação. Ações como essa são feitas em parcerias com diversas entidades como a Cáritas, que é uma confederação de 165 organizações humanitárias da Igreja Católica que atua na defesa de Direitos Humanos, a OIM, que é a Organização Internacional para Migrações, a Secretaria de Estado de Saúde, além das igrejas”, informou o secretário de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho.

Atualmente, Flor Yanez, que tem dois filhos, um de 3 (Oneiber) e uma de 4 anos (Oneilysmar), conta com escolas municipais para que eles recebam educação escolar. Assim como ela, a maior demanda dos refugiados e migrantes passam pela necessidade de vagas em escolas e creches. A partir do momento em que estão inseridos no CadÚnico, eles são referenciados nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da cidade, que orientam sobre vagas em unidades de ensino do município.

e de diferentes costumes, ações são realizadas para aproximar esse cidadão dos serviços oferecidos pelo município, como a capacitação dos profissionais que atuam com migrantes e refugiados, que aconteceu no último mês.

Além de vagas em unidades escolares, outra dificuldade que esta população tem é de conseguir trabalho devido ao idioma diferente. “Viemos para Campos porque tinha mais fontes de emprego. E por causa da situação do nosso país, que não é segredo para ninguém, a gente não pode morar lá. Ainda mais quando temos crianças, né. Mas, atualmente, estou desempregada, precisando muito de um emprego”, reforça Flor. O marido de Flor, Julio, também vive de trabalhos temporários. Ambos buscam maior estabilidade. Os Cras e Creas também auxiliam nesta busca por emprego através do ‘Espaço da Oportunidade’, além da inclusão nos programas sociais.

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